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Argumentos e evidências contra a argumentação pela ação de um necessário e
concludente "designer" no processo evolutivo
Introdução
A evolução da complexidade química é uma velha questão da biologia evolutiva. Embora
não exista controvérsia sobre se esse sistema evoluiu, a questão para os cientistas
torna-se como ele teria evoluído.
Os céticos do processo evolutivo dos seres vivos questionam como uma progressão de
pequenas mudanças poderiam produzir os mecanismos intrincados encontrados nas
células vivas, afirmando o que seria uma “complexidade irredutível”, segundo a qual o
maquinário celular é complexo demais para ter evoluído gradualmente, pois não pode
ser reduzido a seus componentes moleculares.
Estudos que apresentem que estruturas químicas complexas podem evoluir a partir de
partes mais primitivas, independente de integração inquebrantável entre elas refutam a
tese da complexidade irredutível invocada pelos criacionistas.
Esta falácia da ignorância possui não só o aspecto da ignorância “atual”, mas também
considera que ela se perpetuará no tempo, sendo os problemas da Biologia inatacáveis,
e como afirma o professor de biologia Wayne Wofford, da Union University em
Jackson, Tennessee:
A argumentação de Orr
H. Allen Orr é um genetista evolutivo estadunidense, professor no departamento de
Biologia da Universidade de Rochester. Sua argumentação, segue, basicamente, pela
análise das premissas do raciocínio de Behe, um dos expoentes do Design Inteligente,
expostas em seu livro,[BEHE, 2001] mostrando que seu argumento é simplesmente
errôneo, mostrando que ele não conseguiu descobrir qualquer fato revelador de erros
sobre a evolução por mecanismos darwinianos, ou que ele não conhece a bioquímica,
mas que o seu argumento – como um argumento – e filosoficamente falando, em suas
bases lógicas, é fatalmente errôneo.[ORR, 1996]
Inicia esta explanação apresentando claramente quais tipos de soluções para a
complexidade irredutível não estariam abertos à evolução por princípios darwinianos.
A complexidade redutível
Primeiramente, Behe é julgado por Orr como não fazendo bem em sugerir que todas as
partes necessárias de algumas rotas bioquímicas surgiram simultaneamente por
mutação. Embora esta “solução” gera um sistema de funcionamento de uma só vez,
alerta que seria tão provável que nenhum darwinista a levaria a sério. Como Behe diz
em seu próprio livro, e com razão, não ganha-se nada com a substituição de um
problema por um milagre. Em segundo lugar, pode-se pensar que algumas das partes de
um sistema irredutivelmente complexo evoluíram passo a passo para algum outro
propósito e foram então incorporadas por atacado para uma nova função. Mas isso
também é improvável. Pode-se também esperar, fazendo analogias com componentes
mecânicos, que metade da transmissão de um carro, de repente, ajude no mecanismo do
airbag. Essas coisas poderiam e podem acontecer muito raramente, mas certamente não
oferecem uma solução geral para a complexidade irredutível.
Orr afirma que o erro (e usa o termo “colossal”) de Behe é que, ao rejeitar-se estas
possibilidades, ele conclui que permanece que não há solução dentro das afirmações da
evolução darwiniana. Mas há, e as apresenta, em sua lógica: Um sistema
irredutivelmente complexo pode ser construído gradualmente pela adição de peças que,
embora inicialmente apenas vantajosas, por causa de alterações posteriores, tornam-se
essenciais. Em mais detalhes, se uma parte (A) inicialmente faz algum trabalho (e até não
a faça com alta eficiência, talvez), e outra parte (B) depois é adicionado, ajudando A a
exercer sua função. Esta nova peça não é essencial, limita-se a apenas melhorar as
funções. Mas, mais tarde, A (ou qualquer outro componente do sistema) pode mudar de
tal forma que B agora se torna indispensável. Esse processo continua com peças a mais
acrescentando-se ao sistema. E no final do período, muitas peças podem ser todas
necessárias.
Orr termina este segmento de sua argumentação concluindo que a reivindicação chave
de Behe de que todos os componentes de um sistema irredutivelmente complexo “tem
que estar lá desde o começo” está redondamente enganada.
Dipneusti, um filo de peixes pulmonados, pela mesma argumentação de Behe, ele não
pode ser mais destituído de seu pulmão, pois não possui brânquias, mas tal não implica
em que não possa ter primeiramente desenvolvido os pulmões e posteriormente,
perdido as brânquias (indianetzone.com).
Por argumentação semelhante, os ovos de “casca seca”, como os dos répteis e aves, e
até alguns mamíferos, foram vantajosos para ocupar-se terra seca, e não depender mais
de massas de água para sua postura. Tornou-se, para estes animais, essencial. Mas
igualmente, as estruturas de útero e placenta, tornou-nos dependentes para nossa
reprodução (e consequente sobrevivência) de tal complexidade, dispensando-nos dos
ovos. Igualmente, a amamentação e suas estruturas, com a exceção dos humanos, que
exploram a produção de leite de outras espécies, obviamente.
Orr apresenta que este cenário não é hipotético nem confinado ao mundo muitas vezes
irrecuperável da história biológica, e guarda analogia na programação de computador.
Programadores sabem como é fácil escrever-se detalhes: uma mudança que faz com
que melhore-se a eficiência pode tornar-se, após novas mudanças, indispensável. As
melhorias podem ser feitas numa linha de código em um momento e, em todas as fases,
o programa faz seu trabalho. Mas, no final, todas as linhas podem ser necessárias. Esta
analogia com programação capta outro ponto importante: Se fosse para entregar-lhe o
programa final, é inteiramente possível que não seríamos capazes de reconstruir sua
história, qual linha foi adicionada por último e que, em uma versão anterior, alguma
outra linha estava entre outras duas. Na verdade, porque o próprio ato de revisão de um
programa tem uma maneira de aniquilar pistas para a sua história, pode ser impossível
reconstruir o caminho percorrido. Da mesma forma, não temos garantia de que
podemos reconstruir a história de uma rota bioquímica. Mas mesmo se não pudermos, a
sua complexidade irredutível não pode contar contra a sua evolução gradual da mesma
forma que a complexidade irredutível de um programa faz, ou seja, não no todo.
O crédito para este modelo darwiniano de complexidade irredutível foi sugerido pelo
geneticista H.J. Muller em 1918 e trabalhado em alguns detalhes, em 1939.[ASHER,
2012] Na verdade, Muller (Prêmio Nobel em 1946) dá razões para pensar-se que os
genes que, em função melhorada, primeiro rotineiramente tornam-se partes essenciais
de um percurso. Assim, a evolução gradual dos sistemas irredutivelmente complexos
não é só possível, como é esperada.
Hermann Joseph Muller.
Embora o ensaio de Muller não seja conhecido como deveria ser, a essência da sua idéia
é conhecimento comum em biologia evolutiva, e os evolucionistas moleculares tem
demonstrado que alguns genes são as duplicações de outros. Em outras palavras, em
algum ponto do tempo uma cópia extra de um gene foi feito. A cópia não era essencial,
o organismo tem vivido, obviamente, muito bem sem ele. Mas com o tempo esta cópia
modificada, pegando uma nova função e, muitas vezes relacionada. Depois de mais
evolução, este gene duplicado terá se tornado essencial. (Nós estamos carregados de
duplicação de genes que são necessários: a mioglobina, por exemplo, que carrega
oxigênio nos músculos, está relacionado com a hemoglobina, que transporta o oxigênio
no sangue, e ambos são necessários..) A história de duplicação de genes, que podem ser
encontrados em cada texto sobre evolução é apenas um caso especial da teoria de
Muller. Mas é um caso extremamente importante: ele explica como surgem novos genes
e, assim, finalmente, como são construídas as rotas bioquímicas.
Pode-se dizer que a duplicação foi prevista pelo geneticista quase um século atrás,
[MULLER, 1918 - pgs 463-464] porém ele chamou de “complexidade
interconectada”.[MULLER, 1939] [BORK, 1996]
Orr observa que Behe não explica os genes duplicados, e relutantemente admite que
genes diferentes têm muitas vezes seqüências similares, até admitindo que alguns genes
na coagulação do sangue (um dos focos de Behe) são similares.[ACTON, 1997] Mas
Behe recusa-se a tirar a conclusão óbvia: alguns genes são cópias dos outros, dando a
entender, na avaliação de Orr, que Behe acha que sua semelhança seja uma mera
coincidência, pois se admitir que um gene é uma cópia de outro, teria de admitir que a
cópia foi feita em algum ponto no tempo e, portanto, que o organismo sobreviveu sem
problemas sem ele. Mas isto implica que tais sistemas podem surgir passo a passo. Behe
evita essa conclusão no julgamento de Orr apenas por fraude pura, marcando a
duplicação de genes como “uma hipótese”, deixando a similaridade dos seus genes
favoritos inexplicável.
Sempre que um sangramento ocorre em qualquer parte do corpo, todas as proteínas
responsáveis pela suspensão do sangramento imediatamente viajam para o tecido
lesado. A coagulação, que se realiza com a colaboração de um grande número de
proteínas, é um processo afirmado como irredutivelmente complexo que não pode ser
explicado pela evolução, segundo Behe e outros.
(www.nationalacademyofsciencesrefuted.com, curiosamente, um site criacionista).
Orr encerra esta etapa de seu argumento colocando que não necessitaríamos da
bioquímica caso a complexidade irredutível, por exemplo do coração, se sustentasse,
pois se a anatomia não derruba o darwinismo, a bioquímica não o poderia, igualmente
fazer.
Orr coloca que a tentativa de Behe para explicar o que há de tão especial sobre as
moléculas só atira-nos para mais confusão. Ele sugere que os exemplos bioquímicos são
melhores porque são mais simples, claro. Mas eu, por exemplo, tenho dificuldade em
conciliar isto com o argumento principal de Behe, a alegação de que a bioquímica é
muito, muito complicada. Eu suspeito que a verdadeira razão bioquímica de Behe acha-
se tão especial que ele confundiu dois sentidos de “reduzido”. A complexidade
irredutível é uma propriedade formal de um sistema, não tendo nada a ver com sua
dimensão física (o trivial tamanho). Pode-se dizer que não se pode “reduzir” a função do
sistema às suas partes, se eles são necessários. Mas, se quisermos, podemos sempre
“reduzir” um tal sistema em seus mínimos componentes moleculares e peças (o coração
é feito de miosina, etc). Quando Behe mostra preocupações de que uma estrutura
anatômica é feita de muitas moléculas diferentes é difícil saber se ele é irredutivelmente
complexo, ou se ele misturou esses dois sentidos do redutível.
Não há absolutamente nenhuma razão para pensar que temos mais verdadeira
complexidade irredutível na escala micro que na macro. Isto é perfeitamente claro pelo
próprio exemplo de Behe: ao ver que uma ratoeira é irredutivelmente complexa, não
temos de trabalhar a sua química (pouco interessa, por exemplo, que a haste que
esmaga o camundongo é de aço ou latão, desde que exerça sua função). Permanece
irredutivelmente complexo se feita de um tipo de molécula ou um milhão delas. O
resultado é que grande pretensão de Behe na bioquímica que coloca alguns desafios
qualitativamente novos ao darwinismo simplesmente não faz sentido. A vida é de
complexidade irredutível em todas as suas escalas e seus estados de apresentação, que
podem ser, perfeitamente, a seu atual estado no tempo, fruto da evolução, como o
nosso coração, que evoluiu de coração de amniota, não muito diferente de um coração
de um réptil atual (e encontra evidências na própria genética[SEYMOUR et al,
2004][EME et al, 2010][COOK et al, 2017]), que por sua vez, evoluiu de um coração de
um anfíbio, e este de um peixe.
Esquemas dos corações de um peixe (1), de um anfíbio (2), de um réptil (3) e de uma ave
ou mamífero (4) (Editado de Evolution of the Heart Over Time - Projects by Students for
Students – library.thinkquest.org).
O trato errôneo sobre o que seja “complexidade” pode levar a confusões, mesmo em
áreas não biológicas, como até no trato da matéria, como na Física e na Química. Fios de
carbono, nanofios, são de uma simplicidade geométrica característica, e uma
composição que pode beirar ao 99,99…% de carbono puro, a depender de sua
produção. Mas podem formar, no macro, as mais complexas geometrias que a topologia
e o engenho humano puder imaginar.
Por outro lado, gelatina, como quando moldada na forma de um tronco de cone, como
um copo de plástico, é extremamente simples, pois a definimos como homogênea, como
toda gelatina, e quanto a sua forma, num simples sólido geométrico sem nenhuma
reentrância, topologicamente simples. Mas quimicamente, sendo um gel de uma
proteína, de peso molecular de centenas de milhares de átomos e um polímero de
aminoácidos, é de uma complexidade extrema. Assim, o que seja complexidade passa
por uma questão de valor atribuído pelo humano. As coisas na natureza, à plena análise,
não são simples nem complexas, mas sim, regiões de agregação, até o que se conceitua
pelo simples termo “agregado”. As coisas são, pois, compostas, e não especificamente o
que se possa dizer “complexas”.
Proteínas e suas complexas estruturas.
Behe oferece-se ainda outra contradição quando nos diz que ele considera a
descendência de todas as espécies de um ancestral comum “bastante convincente”, mas
que ele não está tão certo sobre a macroevolução. Mas a macroevolução é o processo
de ‘obtenção’ de espécies a partir de um ancestral comum. Nas palavras de Orr, ”não se
pode acreditar na cerveja sem que se acredite no cervejeiro”, sendo estranho que Behe
parece entender o significado das duas palavras. Ele afirma coisas coerentes sobre a
descendência comum e, em seguida, sobre a macroevolução, mas simplesmente não vê
que os dois conjuntos de declarações são absolutamente contraditórios.
O autor J. A. Coyne, também enfatiza que a teoria de Behe não é falseável: Como Behe
admite tanto a evolução e design, a prova de que uma via bioquímica foi construída
gradualmente, não pode ser evidenciada. Ele pode sempre alegar que alguma outra via
foi projetada.[COYNE, 1996]
Por último, em uma das passagens mais estranhas de seu livro, Behe especula que o
designer, desde a “célula primária”, dota com todos os genes dos quais organismos
modernos poderiam precisar (ou seja, como se uma bactéria possuísse desde tempos
remotos os genes para os centros da fala humana). Se uma linhagem não precisa de
genes, eles perdem-se ou silenciam-se (inativam-se). Essa noção deixa muito da
evolução molecular inexplicável ao ponto que é difícil saber por onde começar. Aqui
tem-se apenas um problema que surge ao se constatar que apesar de alguns genes que
são mortos ou silenciados ao longo do tempo (para produção de ”pseudogenes” não-
funcionais), teriam de carregar pseudogenes que são destruídos nas cópias de nossos
genes reais. Noutras palavras, teríamos de ter um motivo para carregar, como animais,
pseudogenes de clorofila ou a estrutura de flores, nos exemplos de Orr.
Os humanos, por sua proximidade com os outros primatas, possuírem genes associados
as caudas dos macacos é um argumentos razoável, assim como as galinhas possuírem
genes dos dentes dos dinossauros, assim como todas as aves os genes das caudas
destes, ou de suas visíveis escamas nas patas. Mas os mamíferos todos não necessitam
ter os genes dos chifres das vacas, ou das garras retráteis dos felinos, também animais
com proximidade. O autor ainda soma com exemplos de absurdos, como pseudogenes
de azaléias para as células do cérebro. Behe aqui apresenta uma hipótese que é
categoricamente falsa por este e todos os padrões já conhecidos da evolução molecular.
Orr coloca que tais non sequitur não são fatais para o argumento central de Behe, mas
eles o traem com uma confusão notável, ou ainda pior, uma tendência forte para ver o
que ele quer, e desprezar as contradições.
Questões adicionais
O site Ceticismo.net compila mais algumas questões complementares à esta
argumentação, correlatas com os argumentos evolutivos de Orr, da qual esta parte
deste artigo é uma edição apenas referenciada e com mínimas adições e correções, além
de links.[BORK, 1996]
O site Ceticismo.net aponta ainda outra falha na argumentação de Behe, já que alguns
sistemas apontados por ele como irredutivelmente complexos na verdade não o são.
Muitos deles podem manter sua função, apesar de não tão bem, sem várias de suas partes,
como por exemplo, exatamente no seu modelo mais fundamental de algo
irredutivelmente complexo, a ratoeira, apresenta-se como funcionando mesmo sem sua
base, sem a isca ou até outras partes normalmente consideradas como necessárias a seu
funcionamento (poderíamos citar a mola, substituível por uma tensão na haste, de outra
natureza).
Massimo Pigliucci; Design Yes, Intelligent No: A Critique of Intelligent Design Theory
and Neocreationism; Volume 25.5, September / October 2001
Entre os principais expoentes da dita teoria do Design Inteligente (DI), já que assim este
novo tipo de criacionismo é chamado, é William Dembski, um filósofo matemático e
autor do livro The Design Inference.[DEMBSKI, 1998a] Nesse livro, ele tenta mostrar que
deve haver um projetista inteligente por trás dos fenômenos naturais, como a evolução
e a origem do Universo (veja [PIGLIUCCI, 2001] para uma crítica detalhada). O
argumento de Dembski é que a ciência moderna,[DEMBSKI, 1998b] desde Francis
Bacon tem ilicitamente caído em duas das famosas quatro tipos de causas de
consideração de Aristóteles por completo, assim, restringindo desnecessariamente o seu
próprio poder explicativo. A ciência é, portanto, incompleta, e a teoria do design
inteligente irá corrigir este triste estado de coisas, se apenas os evolucionistas de mente
fechada permitissem Dembski e companhia fizessem o trabalho. Neste ponto os
defensores do D.I. sempre não tratam da questão lógica de que sua “teoria” é um
criacionismo, e apresento o Q.E.D. sobre o ponto em Porque o Design Inteligente é um
Criacionismo.
Notemos que a causa final depende, no caso, da evidência iniciativa humana, sua
racionalidade aliada de suas capacidades, em especial, a de avaliar questões no tempo,
com destaque para o que chamamos futuro, um determinado tipo específico de
teleologia (o artigo da Wikipédia em português possui algumas tendenciosidades teístas
e até questões contraditórias com o atual estado da Filosofia, mas presta-se a entender-
se o sentido desta palavra).
A Ponte do Brooklyn.
Dembski afirma que Bacon e seus seguidores acabaram com tanto as causas formais e
finais (as causas chamados teleonômicas, porque respondem à pergunta de por que algo
é) para ciência livre da especulação filosófica e aterrou-a firmemente em declarações
empiricamente verificáveis. Isso pode ser verdade, mas muita coisa se alterou com a
obra de Charles Darwin (1859).[DARWIN, 1859] Darwin estava se dirigindo a uma
questão científica complexa de uma forma sem precedentes: ele reconheceu que os
organismos vivos são claramente destinados a fim de sobreviver e reproduzir-se no
mundo em que vivem, e ainda, como um cientista, ele trabalhou no quadro de
explicações naturalistas de tal projeto. Darwin encontrou a resposta em sua bem
conhecida teoria da seleção natural. A seleção natural, combinada com o processo
básico de mutação, torna possível o desenho (projeto) na natureza sem recorrer a uma
explicação sobrenatural porque a seleção é, definitivamente, não aleatória, e tem,
portanto, potência “criativa” (ainda que inconsciente). Os criacionistas geralmente não
entendem este ponto e acham que a seleção só pode eliminar os menos aptos, mas uma
visão poderosa de Darwin era que a seleção também é um processo cumulativo análogo
a uma catraca, que pode construir coisas ao longo do tempo, enquanto os passos
intermédios são igualmente vantajosos.
Darwin tornou possível colocar todas as quatro causas aristotélicas de volta à ciência.
Por exemplo, se fôssemos perguntar quais são as causas dos dentes de um tigre dentro
de um quadro darwiniano, nós iríamos responder da seguinte maneira: A causa material
é fornecido pelos materiais biológicos que compõem os dentes, a causa formal é o
maquinário genético e de desenvolvimento que distingue os dentes de um tigre de
qualquer outro tipo de estrutura biológica, a causa eficiente é a seleção natural
promovendo algumas variantes genéticas do tigre ancestral sobre seus concorrentes, e a
causa final é fornecida pelo fato de ter dentes estruturados de uma certa forma faz com
que seja mais fácil para um tigre conseguir a sua presa e, portanto, para sobreviver e
reproduzir-se - as únicas ”metas” de cada ser vivo.
Portanto, design é uma parte muito importante da ciência moderna, pelo menos sempre
que há uma necessidade de explicar uma estrutura aparentemente destinada (como um
organismo vivo). Todas as quatro causas aristotélicas são totalmente restabelecidas
dentro da esfera da investigação científica, e a ciência não é mutilada pelo desrespeito
de algumas das causas de agir no mundo. Então o que resta do argumento de Dembski e
de outros defensores da DI? Eles, como William Paley (1831 [PALEY, 2006]) bem antes
deles, cometem o erro de confundir concepção natural e design inteligente, rejeitando a
possibilidade da primeira e concluindo que todo o projeto, por definição, deve ser
inteligente. Acreditamos que tratamos à exaustão, embora ainda possa e deva-se jogar
toneladas de pedras sobre a sepultura da argumentação de Paley: O argumento do
relojoeiro de Paley.
Para referências das questões sobre evolução dos felinos e sua separação entre os
felinos “dentes de sabre” e os atuais, ver os Apêndices.
Crânios de felinos atuais, todos descendentes de um mesmo ancestral comum, apenas
variações de um design básico (Felid (Cat) Skull Reproductions - Arizona Dry Bones).
Fica-se, na opinião de Pigliucci, com a sensação de que Dembski está sendo hipócrita
sobre Filosofia antiga. É evidente, por exemplo, que o próprio Aristóteles nunca em suas
causas teleonômicas implicou design inteligente na natureza. [COHEN, 2000] Seu
mentor, Platão (em Timeu), já havia concluído que o criador do universo não poderia ser
um deus onipotente, mas no máximo que ele chamou de Demiurgo, um deus menor que
evidentemente “bagunça” com o universo com resultados mistos.
Aristóteles acreditava que o alcance de Deus era ainda mais limitado, essencialmente, o
papel de força motriz do universo, sem nenhuma interação adicional direto com sua
criação (isto é, ele foi um dos primeiro deístas).Em Física, onde ele discute as quatro
causas, Aristóteles trata a própria natureza como um artesão, mas claramente sem
premeditação e inteligência. Um tigre transforma-se em um tigre, pois é da sua natureza
fazê-lo, e essa natureza é devido a alguma essência física que lhe é dada pelo seu pai
(hoje diríamos DNA), onde se inicia o processo de eliminação. Aristóteles faz essa
rejeição clara de Deus como uma causa final quando diz que as causas não são externas
ao organismo (como um designer seria), [COHEN, 2000] mas interno a ele (como a
biologia moderna do desenvolvimento demonstra claramente). Em outras palavras, a
causa final de um ser vivo não é um plano de intenção, ou objetivo, mas simplesmente
intrínseco nas mudanças no desenvolvimento do organismo. O que significa que
Aristóteles identificou as causas finais com as causas formais na medida em que os
organismos vivos estão em uma única causa. Ele rejeitou a chance e aleatoriedade
(como fazem os biólogos modernos), mas não colocou um designer inteligente em seu
lugar, contra o argumento de Dembski. Tivemos que esperar até Darwin para um
avanço na concepção de Aristóteles sobre a causa final dos organismos vivos e de
biologia molecular moderna para alcançar um entendimento da sua causa formal.
Complexidade Irredutível, na abordagem da argumentação de
Pigliucci
Há dois argumentos adicionais propostos por teóricos do DI para demonstrar o design
inteligente no universo: o conceito de “complexidade irredutível” e o critério de
“complexidade-especificação”. A complexidade irredutível é um termo introduzido neste
contexto pelo biólogo molecular Michael Behe em seu livro Darwin’s Black Box (1996). A
idéia é que a diferença entre um fenômeno natural e um designer inteligente é que um
objeto de design é planejado com antecedência, com premeditação. Enquanto um
agente inteligente não é limitado por um processo evolutivo passo-a-passo, um
processo evolutivo é a única maneira da natureza poder continuar, dado que não tem
capacidade de planejamento (este pode ser submetido à complexidade incremental). A
complexidade irredutível, então surge quando todas as partes de uma estrutura tem que
estar presentes e funcionais ao mesmo tempo para que funcione, indicando, segundo
Behe, que a estrutura foi projetada e não poderia ter sido construída gradualmente pela
seleção natural.
O problema com esta afirmação é que ela está em contradição com a literatura
disponível sobre estudos comparativos em microbiologia e biologia molecular, que Behe
ignora convenientemente.[MILLER, 1996] Por exemplo, os geneticistas estão
continuamente mostrando caminhos bioquímicos que são parcialmente redundantes. A
redundância é uma característica comum dos seres vivos em diferentes genes estão
envolvidos na mesma ou em parte, funções sobrepostas. Enquanto isto pode parecer
um desperdício, modelos matemáticos mostram que a evolução por seleção natural para
produzir redundância molecular porque quando surge uma nova função, é necessário
que não pode ser realizada por um gene que já está fazendo outra coisa, sem
comprometer a função original. Por outro lado, se o gene se repetiu (por mutação), uma
cópia é livre de constrangimentos imediatos e pode lentamente divergir na estrutura do
original, eventualmente, assumir novas funções.
Este processo leva à formação de ”famílias” de genes, grupos de genes que claramente
se originaram a partir de uma seqüência de DNA único ancestral, e que agora são
diversificados e executam uma variedade de funções (por exemplo, a globina, que varia
de proteínas permitindo a contração muscular às envolvidas na troca de oxigênio e
dióxido de carbono no sangue). Como resultado da redundância, as mutações podem
derrubar os componentes individuais das vias bioquímicas, sem comprometer a função
global ao contrário das expectativas de complexidade irredutível.
(Observe que os criacionistas, que nunca perdem uma oportunidade, também tentaram
alegar que a redundância é outra evidência de design inteligente, porque um engenheiro
iria produzir sistemas de backup -sistemas redundantes - para minimizar falhas
catastróficas se a componentes primários pararem de funcionar. Apesar de muito
inteligente, esse argumento ignora mais uma vez a biologia: a maioria dos genes
duplicados acaba como pseudogenes, literalmente, pedaços de lixo molecular que,
eventualmente, são perdidas para sempre para qualquer utilidade biológica [MAX,
1986].)
Para sermos corretos, existem vários casos em que os biólogos não sabem o suficiente
sobre os constituintes fundamentais da célula para serem capazes de supor ou
demonstrar a sua evolução gradual. Mas isto é um argumento da ignorância, e não
evidência positiva de complexidade irredutível. William Paley lançava exatamente o
mesmo argumento para afirmar que é impossível explicar o aparecimento do olho por
meios naturais. No entanto, os biólogos sabem hoje de vários exemplos de formas
intermediárias do olho, e há evidências de que essa estrutura evoluiu
independentemente várias vezes durante a história da vida na Terra.[GEHRING & IKEO,
1999] A resposta para a clássica pergunta criacionista “Para que serve meio olho?” é
“Muito melhor em tudo do que nenhum olho!”.
O critério da complexidade-especificação
William Dembski usa uma abordagem semelhante à Behe para suas pretensões
criacionistas, em que ele também quer demonstrar que o design inteligente é necessário
para explicar a complexidade da natureza. Sua proposta, no entanto, é tanto mais geral e
mais profundamente falha. Em seu livro The Design Inference, (A Inferência do Design,
[DEMBSKI, 1998a]) afirma que existem três tipos essenciais de fenômenos da natureza:
“regular”, aleatório, e projetado (que ele supõe ser inteligente). Um fenômeno regular
seria uma simples repetição explicável pelas leis fundamentais da física, por exemplo, a
rotação da Terra em torno do sol. Fenômenos aleatórios são exemplificados pelo lançar
de uma moeda. Projeto entra em qualquer momento em que dois critérios são
satisfeitos: complexidade e especificação.[DEMBSKI, 1998b]
Há vários problemas com este cenário organizado. Primeiro de tudo, deixando de lado
por um momento o projeto, as escolhas ainda não estão limitados a regularidade e
aleatoriedade. Caos e teoria da complexidade têm demonstrado a existência de
fenômenos de auto-organização ([KAUFFMAN, 1993]; [SHANKS & JOPLIN, 1999]),
situações em que a ordem espontânea aparece como uma propriedade emergente de
interações complexas entre as partes de um sistema. E esta classe de fenômenos, longe
de ser apenas uma invenção da imaginação matemática, como Behe afirma, são reais.
Por exemplo, certos fenômenos meteorológicos, como furacões não são regulares nem
aleatórios, mas são o resultado de processos de auto-organização.
Em resposta a alguns de seus críticos, Dembski (2000) afirma que o design inteligente
não significa melhor projeto. A crítica de um design de qualidade inferior tem sido usada
pelos evolucionistas que perguntam por que Deus faria um trabalho tão desleixado com
a criação que mesmo um simples engenheiro humano pode facilmente determinar onde
estão as falhas. Por exemplo, porque é que os seres humanos têm hemorróidas, varizes,
dores lombares e dores nos pés? Se você assumir que foi “inteligentemente” projetado,
a resposta deve ser que o designer foi bastante incompetente, algo que dificilmente
agradaria um criacionista. Em vez disso, a teoria da evolução tem uma única resposta
para todas essas perguntas: os seres humanos evoluíram o bipedalismo (andar com uma
postura ereta), só muito recentemente, e a seleção natural ainda não plenamente
adaptou nosso corpo à esta nova condição.[OLSHANSKY et al, 2001] Nossos parentes
mais próximos dos primatas, os chimpanzés, gorilas e outros, são melhor adaptados ao
seu modo de vida e, portanto, são menos “imperfeitos” do que nós!
Dembski é, naturalmente, correto em dizer que o design inteligente não significa melhor
projeto. Assim como a ponte do Brooklyn é uma maravilha da engenharia, não é
perfeita, o que significa que teve de ser construído dentro das condições e limitações
dos materiais e tecnologias disponíveis, e ainda está sujeita às leis naturais e decadência.
A vulnerabilidade da ponte a ventos fortes e terremotos, e sua inadequação para
suportar um volume de tráfego maior que para os quais foi construída não pode ser
visto como semelhante à dor nas costas causadas por nossa recente história evolutiva.
No entanto, a imperfeição dos organismos vivos, já apontado por Darwin, faz
desaparecer a ideia de que eles foram criados por um criador onipotente e todo-
bondade, que certamente não seria limitado pelas leis da Física que Ele mesmo teria
criado a partir do zero.
Os Quatro Tipos Fundamentais de Design e Como Reconhecê-los
Dadas estas considerações, Pigliucci propõe um sistema que inclui sugestões tanto a
Behe quanto Dembski, ao mesmo tempo mostrando porque ambos estão errados em
concluindo que temos evidência de design inteligente no universo. A figura Designs
abaixo resume a proposta de Pigliucci. Essencialmente, ele apresenta que existam
quatro tipos possíveis de design na natureza que, em conjunto com as categorias de
Dembski de fenômenos “regulares” e aleatórios, e a adição de fenômenos caóticos e
auto-organização, verdadeiramente esgotam todas as possibilidades conhecidas por nós.
A ciência reconhece o regular, o aleatório, e os fenômenos de auto-organização, bem
como os dois primeiros tipos de projeto descrito na figura 1.[BRESSLOFF, 2014] Os
outros dois tipos de projeto são em princípio possíveis, mas eu afirmo que não existe
nem evidência empírica, nem razão lógica para acreditar que eles realmente ocorrem.
Nota: aqui somo ao excelente texto de Massimo Pigliucci que além de eficientes para
cortar carne, os felinos de todos os tamanhos e em toda sua já longa história, desde
quando nos matavam pelas planícies africanas, possuem a abertura mandibular perfeita
para abocanhar as traqueias de suas vítimas, os caninos para aprisioná-las e asfixiá-las e
no passado, até cortá-las de lado a lado, até, talvez, no abdômen. Assim, o conjunto
inteiro os mostra como um design natural de excelente projeto para fazer o que fazem
melhor dentre os mamíferos: matar.
Representação artística (Dr. Gizmo And Ted Hammond) e fotografia
(pt.dreamstime.com) mostrando quão adequadas são para matar as armas dos felinos.
Nota: aqui, vale, por exemplo, lembrando a ponte do Brooklyn, de que não necessita
suportar o mais absurdo tráfego em toda a sua pretendida eternidade, pois como nós
engenheiros aprendemos, os riscos nulos implicam em custos infinitos. Assim, os projetos
humanos são o necessário e seguro, jamais o ideal.
Notas:
Um dos alvos de Behe quanto a uma complexidade irredutível é o flagelo bacteriano (ou
flagelo eucariótico, também chamado cilium ou undulipodium),[BORK, 1996] afirmando
que suas partes não funcionais não poderiam ser preservadas pela seleção natural,
concluindo que esse sistema só pode ser explicados pelo design inteligente.[MAYR &
PROVINE, 1980]
Representação em computação gráfica da estrutura de um complexo flagelo bacteriano
(www.icb.ufmg.br).
3) O T3SS secreta diversas proteínas, uma das quais é a adesina (uma proteína que
adere a célula em outras células ou em um substrato). A polimerização dessa adesina
forma um filamento primitivo, uma extensão que dá a célula uma melhor capacidade
adesiva. Depois da evolução do filamento T3SS, ele se diversifica para várias outras
tarefas especializadas, por duplicação e subfuncionalização.
4) Um sistema de bomba iônica com outra função na célula se torna associada com a
base do sistema secretor da estrutura, convertendo o filamento em um primitivo
protoflagelo. A função inicial do protoflagelo é uma melhor dispersão. Homólogos ao
motor de proteínas MotA e MotB são conhecidos e funcionam em diversos procariontes
independentes do flagelo.
5) A ligação de uma proteína que transmite um sinal na base do sistema secretor regula
a velocidade de rotação, dependendo da saúde metabólica da célula. Isso impõe um
impulso na direção de regiões favoráveis e para longe de regiões de poucos nutrientes,
como aqueles encontrados em habitats com superpopulação. É o começo da mobilidade
químico-tática.
Cílios eucarióticos são constituídos de mais de 200 proteínas distintas, mas até aqui a
irredutibilidade é ilusória. Behe e Denton alegam explicitamente que túbulos 9+2
comuns da estrutura dos cílios não podem ser simplificados.[DENTON,
1986][LUMSDEN, 1994][BEHE, 2001] No entanto, cílios 3+0, faltando muitos
microtúbulos e também outras estruturas, existem e são conhecidos. [MILLER,
2003][MILLER, 2004]
O site Ceticismo.net ainda aponta que o flagelo bacteriano poderia continuar sendo
usado como propulsor mesmo sem várias de suas proteínas. É sabido que muitas das
proteínas do flagelo eucariótico são dispensáveis, porque tais flagelos existem e são
conhecidos, não possuindo as proteínas, e ainda assim apresentam-se funcionais.
O sistema imunológico
O sistema imunológico que Behe diz ser irredutivelmente complexo na verdade não o é,
porque os anticorpos que marcam as células invasoras para serem destruídas também
podem servir como sistema de defesa, destruindo eles mesmos, apesar de forma não tão
eficiente.[BORK, 1996][SCOTT & MATZKE, 2007][TRAVIS, 2009]
O ciclo de Krebs
A origem evolutiva do ciclo do ácido cítrico Krebs foi durante muito tempo um caso
modelo para a compreensão da origem e evolução das vias metabólicas, mas pendia a
pergunta de como poderia ser possível o surgimento de tal via complexa ser explicada.
Uma série de estudos especulativos tem sido realizados, chegando à conclusão de que o
ciclo de Krebs evoluiu a partir de caminhos para a biossíntese de aminoácidos, mas
muitas questões importantes permanecem em aberto, como a do caminho completo
para se chegar a sua complexidade e se existem outras alternativas possíveis para a
mesma finalidade, sendo se estas seriam melhores ou piores. Igualmente em aberto é a
questão de que se tais vias tiveram toda a oportunidade de serem desenvolvidas na
evolução do metabolismo celular.[MILLER, 2003]
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Leituras recomendadas
▪ ▪ Uma análise da argumentação de Behe, sobre a evolução
do sistema imunológico pode ser vista em:
▪ Matt Inlay; Evolving Immunity; A Response to Chapter 6
of Darwin’s Black Box – www.talkdesign.org
▪ Gray, Terry M.. 1999. Complexity–yes! Irreducible–maybe!
Unexplainable–no! A creationist criticism of irreducible complexity.
▪ Lindsay, Don. 1996. Review: “Darwin’s black box, the
biochemical challenge to evolution” by Michael Behe.
▪ Design Inteligente, a (Contra)Argumentação de Orr
Apêndices
Citações de Nietzsche
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de
nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado
e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse
sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados
haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não
teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca
existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte,
mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje! — NIETZSCHE,
Friedrich. A Gaia Ciência, §125.
No cristianismo, nem a moral nem a religião têm qualquer ponto de contado com a realidade.
São oferecidas causas puramente imaginárias (“Deus”, “alma”, “eu”, “espírito”, “livre arbítrio”
— ou mesmo o “não-livre”) e efeitos puramente imaginários (“pecado”, “salvação”, “graça”,
“punição”, “remissão dos pecados”). Um intercurso entre seres imaginários (“Deus”,
“espíritos”, “almas”); uma história natural imaginária (antropocêntrica; uma negação total do
conceito de causas naturais); uma psicologia imaginária (mal-entendidos sobre si,
interpretações equivocadas de sentimentos gerais agradáveis ou desagradáveis, por exemplo,
os estados do nervus sympathicus com a ajuda da linguagem simbólica da idiossincrasia
moral-religiosa — “arrependimento”, “peso na consciência”, “tentação do demônio”, “a
presença de Deus”); uma teleologia imaginária (o “reino de Deus”, “o juízo final”, a “vida
eterna”). — Esse mundo puramente fictício, com muita desvantagem, se distingue do mundo
dos sonhos; o último ao menos reflete a realidade, enquanto aquele falsifica, desvaloriza e
nega a realidade. Após o conceito de “natureza” ter sido usado como oposto ao conceito de
“Deus”, a palavra “natural” forçosamente tomou o significado de “abominável” — todo esse
mundo fictício tem sua origem no ódio contra o natural (— a realidade! —), é evidência de um
profundo mal-estar com a efetividade… Isso explica tudo. Quem tem motivos para fugir da
realidade? Quem sofre com ela. Mas sofrer com a realidade significa uma existência
malograda… A preponderância do sofrimento sobre o prazer é a causa dessa moral e religião
fictícias: mas tal preponderância, no entanto, também fornece a fórmula para a décadence…
— Friedrich Nietzsche
“The felid family consists of two major subgroups, the sabretoothed and the feline
cats…” (A família dos felídeos consiste de dois subgrupos principais, os dentes de sabre
e os ‘gatos felinos’…).
_
▪ ▪ Nilsson, D.-E., and S. Pelger. 1994. A pessimistic estimate
of the time required for an eye to evolve. Proc. Roy. Soc. Lond. B
256:53-58 – PDF – www.phylosophy.org - Abstract –
rspb.royalsocietypublishing.org / adsabs.harvard.edu
Considerações teóricas do design do olho permitem encontrar rotas ao longo das quais
as estruturas ópticas dos olhos podem ter evoluído. Se a seleção sempre favorece um
aumento na quantidade de informação espacial detectável, uma área determinada
sensível à luz irá gradualmente tornar-se uma lente de foco do olho, através da
prossecução de pequenas melhorias de design. O limite máximo para o número de
gerações necessárias para a completa transformação pode ser calculado com um
mínimo de suposições. Mesmo com uma consistente abordagem pessimista, o tempo
necessário se torna incrivelmente curto: apenas algumas centenas de milhares de anos.
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