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Vamos então comparar a as duas teorias quanto aos princípios de adequação do método

científico.
Critério da Testabilidade:
Testabilidade: A capacidade de uma teoria ser testada empiricamente, ou seja, a
possibilidade de realizar experiências ou observações que possam confirmar ou refutar
as previsões da teoria.

EVOLUÇÃO VS CRIACIONISMO

Duane Gish, senior vice president of the Institute for creation research:”A evolução não é
testável pois “There were no human witnesses to the origin of the Universe, the origin of life or
the origin of a single living thing. These were unique, unrepeatable events of the past that
cannot be observed in nature or recapitulated in the laboratory.” Não é verdade por 2 motivos
principais: 1) Não haver testemunhas nem poder ser replicado não é condição para ser
testável; e 2) A afirmação não é totalmente verdadeira, nós somos testemunhas da evolução
sempre que um microrganismo se torna resistente a um antibiótico, por exemplo.

A teoria da evolução cumpre o princípio da testabilidade uma vez que prevê


acontecimentos/observações de forma mais frequente do que pode ser explicado pelo acaso.

Na verdade, o Criacionismo também é testável, o problema é que o resultado dos testes é


negativo. Ou seja, o criacionismo indica que: a) o universo tem 6 a 10 mil anos, altura em que
b) é criada toda a vida na terra em simultâneo e c) que as características geográficas da terra
são resultado do grande Dilúvio. O Problema é que todas são contrariadas por evidência
científica.

Conclusão: Evolução e Criacionismo são testáveis. Evolução faz previsões de acordo com as
observações e Criacionismo faz “afirmações” contestadas pelas observações.

10. Conservadorismo: A preferência por teorias mais conservadoras, que não


introduzam suposições ou entidades desnecessárias, e que estejam em conformidade
com o conhecimento científico existente.

Os criacionistas dizem que o conservadorismo atribuído à teoria da evolução é circular


pois ao associarem a datação de rochas à idade (complexidade) dos registos fósseis,
estão a relacionar duas coisas dependentes: os estratos mais antigos são assim
considerados por terem fósseis mais “simples” e como há falhas no registo fóssil
também são considerados mais antigos por serem mais simples. Este argumento é
falacioso pois há outras formas de medir a idade dos estratos rochosos.
No entanto os criacionistas aceitam que os fósseis mais simples e antigos estão em estratos
mais profundos pois afundaram primeiro na altura do grande dilúvio. Esta explicação não é
razoável nem se coaduna com as propriedades físicas dos seres vivos. Por exemplo pressupõe
que para explicar a biodiversidade atual teria de haver na arca de Noé, e terem coexistido na
arca e sobrevivido um número absolutamente estrondoso de seres.
Conclusão: O Criacionismo não cumpre o critério do Conservadorismo porque indica
explicações para a realidade que não são razoáveis, pelo contrário, a teoria da evolução
assenta em conhecimento científico de várias fontes que “valida as previsões” feitas.

11. Fecundidade (ou fruitfulness): A capacidade de uma teoria gerar novas


descobertas, novas questões de investigação e novas aplicações científicas

A teoria do criacionismo não deu origem a novas previsões nem novos factos. As
afirmações que a teoria faz são retiradas da Bíblia e não resultantes de observações ou
experimentação.
Pelo contrário, a partir da origem das espécies proposta por Darwin, foram propostos e
validados experimentalmente fenómenos como o código genético, os cromossomas, as
mutações, a adaptação aos ambientes diferentes, e muitas outras.

Conclusão: A teoria da Evolução é muito mais fértil em termos de geração de conhecimento e


factos novos que a teoria do Criacionismo.

7. Simplicidade: Também conhecido como princípio da parcimónia, é a


preferência por teorias mais simples, que explicam os fenómenos de forma
concisa e sem a necessidade de assumir muitas hipóteses ou complexidade
desnecessária.
O Criacionismo assume a existência de Deus e de forças desconhecidas e superiores o
que para além de não ser testável implica uma complexidade incompreensível.

A teoria da evolução não pressupõe nada. Apenas que há um mecanismo que gera
variabilidade (mutações), que são escolhidas (seleção natural), dependendo do ambiente no
momento (seleção natural).
8. Finalmente, Abrangência (ou scope): A capacidade de uma teoria abranger uma ampla
gama de fenómenos, explicando-os de forma consistente e coerente.
Esta é a característica em que a teoria da Evolução se destaca do Criacionismo.
A teoria da evolução consegue unificar e sistematizar descobertas de uma série de campos
desde a biologia à astronomia. As descobertas feitas desde que foi proposta a teoria da
evolução das espécies, descobertas feitas em campos muito diversos das ciências, têm
sempre suportado e nunca contrariado a teoria da evolução.
O Criacionismo deixa muitas coisas por explicar, não integra a maioria das observações de
forma coerente e levanta mais questões:

 O que causou o dilúvio?


 Qual é a razão para o mundo parecer mais velho do que realmente é?

9. Considerando todos os critérios de adequação pensamos que é fácil concluir


que a teoria da evolução passa em todos eles, enquanto o criacionismo falha
redondamente em todos.
Assim a afirmação de que evolução e criacionismo são idênticos em natureza e constituem
explicações alternativas para a existência do mundo está totalmente errada.

“Consequently, the creationists’ claim that creationism is as good theory as evolution is totally
unfounded. As Plato realized over 2,500 years ago, to say that “God did it” is not to offer an
explanation, but to offer an excuse for not having an explanation (Cratylus 426a)”

10. Curiosamente alguns Criacionistas apresentam argumentos que sugerem que a


teoria da Evolução não cumpre o princípio da simplicidade a não ser que se
considere a existência de um Criador (Inteligent designer) Por exemplo Michael
Behe

Behe argument

Behe argumenta que a origem da vida só pode ser explicada por um Designer Inteligente com
base no fato de que certos sistemas moleculares parecem intencionalmente projetados. As
suas complexidades não podem ser explicadas por nenhuma outra teoria, como a teoria da
evolução de Darwin.
Vamos examinar o argumento dele, que é o seguinte:
A complexidade irreversível existe em sistemas biológicos vivos.
O fato de a complexidade irreversível existir em sistemas biológicos vivos é
extremamente improvável, se um Designer Inteligente não criou a vida.
3. O fato de a complexidade irreversível existir em sistemas biológicos vivos é
provável, se houver um Designer Inteligente que criou a vida.
4. Portanto, provavelmente, os sistemas biológicos irreversivelmente complexos
foram criados por um Designer Inteligente.

Este argumento é falacioso de várias formas:


Há complexidade em sistemas biológicos vivos, mas a teoria da evolução, através da seleção
natural é capaz de explicar a sua existência. Ao contrário do que Behe afirma, estes sistemas
não surgem do nada, e a é com a evolução que são aprimorados até chegarem ao estado atual
de complexidade. Existem muitos exemplos disto a nível molecular em que há proteínas que
desempenham funções diferentes (paralelas) até serem selecionadas para integrar sistemas
complexos funcionais. A seleção natural atua promovendo a evolução de forma que sistemas
não funcionais são eliminados e só “sobrevivem” os funcionais.

No exemplo dado por Behe, o que temos que considerar é que antes de se chegar à ratoeira
funcional, foi necessário haver muitas que não funcionaram até que uma funcionou e todos os
que sobrevivem num ambiente com ratos passaram a usá-la. Há exemplos disto no mundo
molecular e algumas observações que o suportam são o facto de haver uma evolução
molecular regulada pelos mesmos princípios propostos pelo trabalho de Darwin. Na teoria da
evolução o Inteligent Designer é a seleção natural, só que leva muito tempo a aperfeiçoar o
desenho.

11.Então com todos estes argumentos e sustentação porque é que ainda há muita
gente que aceita o criacionismo e repudia a teoria da evolução?
No livro sugere-se que há 2 motivos principais:
1. Há pessoas que querem acreditar na Bíblia e nos textos sagrados e que a
teoria da Evolução não se conforma com os mesmos.
2. É também entendido que a teoria da evolução estiver certa as nossas
vidas não têm sentido pois não há nada para alem da vida terrena.

12. A teoria da evolução parece, segundo a evidência disponível, ser o conjunto de


melhores explicações para a diversidade biológica que existe no planeta. No entanto, como
qualquer teoria baseada no método científico, algumas observações atuais e algumas
explicações fornecidas pela teoria da evolução podem vir a ser alteradas por novas propostas
ou conhecimentos. Isto acontece regularmente em ciência, muitas vezes pela existência de
novos métodos de análise ou novas tecnologias que permitem testes diferentes e mais
precisos.

Um facto é um argumento verdadeiro, uma teoria é um argumento sobre como o mundo é e se


o mundo funcionar como a teoria o diz, então a teoria é um facto.

Uma evidência de que a para psicologia não é verdadeira pode ser apresentada com o que acontece
diariamente em todos os casinos pelo mundo. Se a parapsicologia fosse verdadeira então não poderia
haver casinos pois iriam à falência.
Na verdade, está mais que provado que todos os jogos de azar obedecem às regras matemáticas da
probabilidade. Pode até dizer-se que jogos como a lotaria são apelativos para pessoas com falta de
literacia matemática tal são as baixas probabilidades. Claro que alguém que use outros recursos para
além da razão pode sempre dizer. Mas pode ser a mim que me sai, ou pode ser desta vez.
Os parapsicólogos dizem que a justificação para os apostadores não acertarem sempre é porque a para
psicologia não pode ser aplicada em benefício próprio, o que é mais uma vez uma hipótese ad hoc e não
testável.

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