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O ARGUMENTO TELEOLÓGICO

Bom dia a todos. Nosso trabalho, vamos expor e explicar uma teoria filosófica relativa à
dimensão religiosa. Esta teoria, o argumento teleológico ou argumento do desígnio, é
representada por Tomás de Aquino, filósofo do século XIII, e mais tarde popularizada por
William Paley, no século 18. A sua respetiva tese consiste na proposição “Deus, a inteligência
criadora das coisas naturais, existe”. Vale ainda dizer que o prefixo da palavra “teleológico”
tem origem na palavra grega “telos”, que se define coo propósito, fim ou objetivo. Assim, a
teleologia consiste no estudo do propósito ou intenção das coisas que existem.

Passando agora ao raciocínio central no argumento teleológico apresentado por Tomás de


Aquino: este baseia-se a partir da observação de um propósito ou ordem no mundo. Portanto,
este argumento tem uma base a posteriori, ou seja, é baseado na experiência.

O argumento teleológico é estruturado logicamente da seguinte forma:

1) Algumas coisas sem inteligência agem em vista de uma finalidade.

2) Ou alcançam essa finalidade por mero acaso, ou são guiadas por algo inteligente.

3) Não é por acaso que alcançam essa finalidade.

4) Logo, existe algo inteligente que dirige essas coisas, Deus.

Este argumento parte da constatação de que algumas coisas, sejam animais ou elementos
naturais, possuem alguma finalidade ou propósito. A água cai do céu para regar as plantas e
alimentar os rios e as fontes, os planetas movimentam-se para alternar os períodos de luz e
escuridão que permitem a vida, etc. Estes corpos físicos não possuem inteligência própria, no
entanto, possuem algum tipo de finalidade ou propósito.

Mas, como é evidente, todo este argumento assenta na afirmação de que não é por acaso que
as coisas alcançam as suas finalidades. Como é que esta afirmação é justificada? Simples.
Aquino diz que se os acontecimentos naturais que parecem ter propósito fossem fruto do
acaso, eles não se repetiriam. E, como eles se repetem sempre, ou na maioria das vezes do
mesmo modo, conclui-se que não podem ocorrer por mero acaso.

Então, como este facto (de possuir algum tipo de finalidade) não é fruto do acaso, tem de
existir uma inteligência que orienta essas coisas para elas alcançarem as suas finalidades. Logo,
Deus existe.

Séculos mais tarde, a teoria teleológica voltou a popularizar, com a exposição do argumento
do desígnio. A ideia básica por detrás deste argumento, exposto por William Paley, pode ser
explicada através do seguinte exemplo:

Tal como os relógios, os seres vivos e a natureza possuem uma estrutura complexa, de
interligação e interdependência, em que as suas partes dependem umas das outras para fazer
a totalidade do sistema funcionar, apresentando assim, um ajuste perfeito à vida. Por isso, tal
como os relógios são feitos por um relojoeiro, também o mundo deve ter um criador
inteligente, Deus.

Objeções:

Agora que já é conhecida a teoria e os seus argumentos, passaremos às suas objeções.


Em primeiro lugar, o argumento da seleção natural. Segundo a teoria Darwinista, as espécies
evoluem de acordo com a seleção natural, sobrevivendo apenas as mais fortes, com a
possibilidade de se defenderem. Assim, isto pode significar que a adequação às finalidades que
vemos no mundo podem ser apenas fruto deste mecanismo da seleção natural. Se a teoria
darwinista da seleção natural comprova que a adequação dos seres vivos à sua finalidade pode
ser fruto deste mecanismo, então a necessidade de um criador inteligente deixa de existir.

Vale ainda referir que esta critica apenas se aplica aos seres vivos, sendo o argumento
teleológico mais abrangente que isso, contando com todos os "corpos físicos".

Uma outra objeção, apresentada por David Hume, refere que as analogia feita por Aquino,
entre "corpos físicos" e artefactos, é falaciosa, pois não se pode inferir o mesmo acerca destas
duas entidades, como se assemelhassem perfeitamente e na totalidade. Assim, este
argumento é desconstruído.

Obrigado a todos por ouvirem a nossa apresentação. Esperamos que tenham ficado a
conhecer um pouco mais a dimensão religiosa da filosofia e, mais particularmente, o
argumento teleológico.

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