Você está na página 1de 6

9. O Universo teve um começo?

Introdução

O início do universo é um dos enigmas mais intrigantes e fascinantes da história da


humanidade. Desde os tempos antigos, as pessoas têm se perguntado como o
universo começou, de onde veio e qual é o seu destino final. Ao longo dos séculos,
diversas culturas e civilizações desenvolveram mitos, narrativas e teorias para tentar
explicar esse mistério.

Nesta introdução, vamos explorar mais detalhadamente as diversas perspectivas,


teorias e questões em aberto relacionadas ao começo do universo, desde as visões
religiosas até os avanços científicos mais recentes.

Conhecimento

O conhecimento resulta da relação entre o sujeito e o objeto. Identifica-se o sujeito


como aquele que conhece e o objeto como aquele que é conhecido. Deste modo, o
conhecimento existe apenas se um sujeito apreender um objeto: a sua figura, cor,
espessura, cheiro e demais propriedades sensíveis, bem como a sua estrutura
interna, função e relações com outros objetos. A palavra "conhecimento" pode ter
três sentidos diferentes.

Céticos

O ceticismo é a perspectiva de que o conhecimento não é possível. Os céticos


baseiam-se na ideia de que todas as justificações são duvidosas e, por isso,
nenhuma é realmente apropriada. Dado que sem justificação apropriada não há
conhecimento, deixa de ser correto afirmar que conhecemos seja o que for.

Descartes

A partir de Descartes surgiu o racionalismo, a perspetiva segundo a qual é possível


mostrar que há um tipo apropriado de justificação que permite ultrapassar as
dúvidas céticas e que tal justificação depende apenas do pensamento ou da razão.
Dizer que nos baseamos apenas no pensamento (ou razão) para saber algo é o
mesmo que dizer que o conhecimento assim obtido é a priori.

● As dúvidas céticas referem-se a uma abordagem filosófica que valoriza a


investigação crítica e o questionamento sistemático de crenças e conhecimentos
estabelecidos.
● Para Descartes a razão é a capacidade através da qual distinguimos o verdadeiro do
falso.
● O pensamento segundo Descartes é centrado na dúvida radical como método para
alcançar certezas indubitáveis. Ele argumenta que, mesmo que duvidemos de tudo,
não podemos duvidar do fato de que estamos a pensar (cogito, ergo sum - penso,
logo existo).

David Hume
O empirismo, ao invés, é a perspetiva segundo a qual a fonte apropriada de
justificação reside nas impressões dos sentidos ou na experiência. Dizer que
recorremos aos sentidos (ou à experiência) para saber algo é o mesmo que dizer
que o conhecimento obtido desse modo é a posteriori.

Conhecimento científico

O conhecimento científico refere-se ao entendimento obtido através do método


científico, uma abordagem sistemática para investigar fenômenos naturais e
entender o mundo ao nosso redor. A base do conhecimento científico está na
filosofia da ciência, onde todas as suposições, teorias e hipóteses passam por um
processo de comprovação através de uma série de pesquisas e experiências.

Origem do universo- Ciência

A Teoria do Big Bang, formulada pelo astrónomo e matemático belga, George


Lemaître, é atualmente aceite pela comunidade científica para explicar a formação
do Universo. Segundo esta teoria, todo o Universo estava concentrado numa
"pequena" bola de partículas que, numa determinada altura, explodiu, dando origem
ao Universo, há cerca de 15 a 20 mil milhões de anos. Nos primeiros "300 000" anos,
ter-se-á formado todo o hidrogénio e hélio existente no Universo. O Universo, desde
então, encontra-se em permanente expansão, conforme indicado por estudos da
medição de distâncias entre galáxias.

Teoria do Big Bang

O Big Bang é a teoria cosmológica dominante sobre o desenvolvimento inicial do


universo. Os cosmólogos usam o termo "Big Bang" para se referir à ideia de que o
universo estava originalmente muito quente e denso em algum tempo finito no
passado. A teoria é sustentada por explicações mais completas e precisas a partir
de evidências científicas disponíveis e da observação.

O padre Georges Lemaître propôs o que ficou conhecido como a teoria Big Bang da
origem do universo, embora ele tenha chamado como "hipótese do átomo
primordial". O quadro para o modelo se baseia na teoria da relatividade de Albert
Einstein e em hipóteses simplificadoras. As equações principais foram formuladas
por Alexander Friedmann. Depois Edwin Hubble descobriu em 1929 que as
distâncias de galáxias distantes eram geralmente proporcionais aos seus desvios
para o vermelho, como sugerido por Lemaître em 1927. Esta observação foi feita
para indicar que todas as galáxias e aglomerados de galáxias muito distantes têm
uma velocidade aparente diretamente fora do nosso ponto de vista: quanto mais
distante, maior a velocidade aparente.

A teoria da relatividade, de Albert Einstein, consiste na existência de três dimensões


no espaço e a dimensão do tempo juntas como uma espécie de tecido que nos
rodeia e que é deformado pela presença dos corpos celestes massivos, como os
planetas e estrelas.
Teoria do Big Bang- As suas lacunas e problemas

Algumas das principais questões em aberto e desafios associados à teoria do Big


Bang:

Origem do Big Bang: A própria origem do Big Bang ainda é uma área de intensa
pesquisa. A teoria não oferece uma explicação definitiva para o que causou o Big
Bang, deixando questões sobre o que existia antes do evento e o que iniciou o
processo.

Inflação Cósmica: Embora a teoria da inflação cósmica tenha sido proposta para
explicar questões como a uniformidade e isotropia do universo observável, ainda
existem muitas incertezas sobre como esse processo ocorreu e quais mecanismos
estavam envolvidos.

Matéria Escura e Energia Escura: A teoria do Big Bang sugere a existência de


matéria escura e energia escura para explicar observações astronômicas, como a
rotação de galáxias e a aceleração da expansão do universo. No entanto, a natureza
exata dessas formas de matéria e energia ainda não foi identificada.

Problema do Horizonte e da Plenitude: Esses problemas surgem quando tentamos


reconciliar a uniformidade observada do universo em grande escala com o fato de
que regiões muito distantes no universo não tiveram tempo suficiente para trocar
informações desde o Big Bang. Explicações como a inflação cósmica foram
propostas, mas ainda há debates sobre como resolver completamente essas
discrepâncias.

Unificação das Forças Fundamentais: Uma teoria unificada que combine as forças
fundamentais da natureza (gravidade, eletromagnetismo, força fraca e força forte)
ainda não foi alcançada. O Modelo Padrão da física de partículas descreve essas
três forças, mas a gravidade ainda não foi integrada de forma satisfatória.

Origem da estrutura cósmica: O Big Bang explica a expansão inicial do universo e a


formação de elementos químicos, mas não está claro como estruturas de grande
escala, como galáxias e aglomerados de galáxias, se formaram a partir de pequenas
flutuações primordiais.

Estes são apenas alguns dos principais desafios e lacunas que ainda existem na
teoria do Big Bang. Os avanços na cosmologia continuam a ser feitos através de
observações astronômicas, experimentos de laboratório e avanços teóricos para
compreender melhor a origem e a evolução do universo.

Cosmologia

A cosmologia é uma vertente de estudos da Astronomia que lida diretamente com a


origem do Universo através do uso de aparelhos tecnológicos e de cálculos físicos
avançados. A tarefa do cosmólogo é determinar qual é a origem do Universo, de
maneira científica e racional.

Cosmologia e sua relação com a filosofia

A Filosofia grega pré-socrática está intimamente ligada à cosmologia. Os primeiros


filósofos tentaram encontrar a verdadeira origem do Universo de maneira lógica e
racional, em contraposição às narrativas mitológicas.

Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros a explicarem o mundo sem recorrer


ao sobrenatural, sem recorrer ao místico. Anteriormente a eles, o mundo era
explicado através da mitologia. A mitologia, no seu tempo, era o que estabelecia as
regras sociais e estabeleciam a unidade do povo grego.
Teoria inflacionária
A era Inflacionária foi um período na evolução inicial do Universo, quando este
passou por uma rápida expansão. A inflação cósmica corresponde ao paradigma
associado ao período de expansão exponencial, ou aproximadamente exponencial,
do Universo primordial entre, sensivelmente, 10-36 e 10-32 segundos após o Big
Bang.
Origem do universo- de acordo com a filosofia
A teoria da simulação cósmica é uma ideia especulativa que sugere que o universo
em que vivemos pode ser uma simulação computacional, em vez de uma realidade
física objetiva. Essa teoria é inspirada na capacidade crescente da humanidade de
criar simulações computacionais complexas, como jogos de vídeo, ambientes
virtuais e modelos climáticos.
A ideia de que o universo poderia ser uma simulação computacional foi
popularizada por Nick Bostrom, um filósofo da Universidade de Oxford, no seu
ensaio de 2003 intitulado "Are You Living in a Computer Simulation?" (Estás a Viver
numa Simulação de Computador?). Bostrom argumentou que, se uma civilização
avançada tivesse a capacidade tecnológica de criar simulações tão complexas,
seria razoável supor que eles criariam muitas delas. Como resultado, ele sugeriu que
é mais provável que estejamos a viver numa dessas simulações do que numa
realidade física original.
A teoria da simulação cósmica é altamente especulativa e atualmente carece de
evidências científicas sólidas para sustentá-la. Além disso, mesmo que seja possível
criar simulações extremamente avançadas, isso não significa necessariamente que
o nosso universo seja uma delas.
No entanto, a discussão sobre a teoria da simulação cósmica levanta questões
interessantes sobre a natureza da realidade, a natureza da consciência e os limites
do conhecimento humano. É um tópico que continua a atrair a atenção de filósofos,
cientistas e entusiastas da ficção científica, mas até agora permanece
principalmente no reino da especulação.
A teoria da simulação cósmica é uma hipótese filosófica que ainda não possui
evidências concretas para ser comprovada

Origem do universo- Religião


A questão da origem do universo é tratada de forma diferente em diferentes religiões. Aq
perspectivas principais:

Cristianismo: De acordo com as crenças cristãs, Deus é o criador do universo. O relato de Gênesis
Deus criando o mundo em seis dias e descansando no sétimo dia.

Islamismo: A crença na criação de Deus também é importante no Islão. O Alcorão descreve Deus
universo. A criação é vista como um ato de graça e sabedoria de Deus que criou o universo e todo

Judaísmo: A visão judaica da criação é semelhante ao Cristianismo no sentido de que Deus é o c


Em Gênesis, a Torá afirma que Deus criou o mundo em seis dias e designou o sábado como o sába

Hinduísmo: O hinduísmo tem várias histórias sobre as origens do universo. Embora Brahma
manifestação da divindade, ele é frequentemente considerado o criador do universo.

Budismo: O budismo não tem uma história específica sobre a criação do universo. No entanto,
budistas reconhecem a existência de mundos e universos separados, muitos dos quais são tem
ciclicamente.

Conclusão

Em conclusão, exploramos diversas perspectivas sobre a origem do universo, desde


as visões filosóficas e científicas até às interpretações religiosas. Desde os tempos
antigos, a humanidade tem se questionado sobre como o universo começou e de
onde veio, levando ao desenvolvimento de mitos, teorias e crenças ao longo da
história.

Na ciência, a Teoria do Big Bang é amplamente aceite como a explicação mais


plausível para o início do universo, embora ainda haja lacunas e questões em aberto
a serem exploradas. Enquanto isso, a filosofia especula sobre conceitos como a
teoria da simulação cósmica, levantando questões intrigantes sobre a natureza da
realidade e da consciência. Por outro lado, as religiões oferecem as suas próprias
narrativas sobre a criação do universo, cada uma com interpretações e mitologias
distintas.

Em última análise, a procura pela compreensão da origem do universo é um


processo contínuo que envolve tanto a ciência quanto a filosofia, e continua a ser
um dos maiores mistérios da existência humana.

Bibliografia:

Almeida, A.; Murcho, D.(2022). O Espanto: Filosofia 11ºano. 1ª edição. Lisboa: Didáctica
Editora
Oliveira, F.;Monteiro, A.; Martins, L.(1989). Filosofar 2: Filosofia 11ºano. 1ª edição. Lisboa:
Editora Replicação
May, Brian; Moore, Patrick; Lintott, Chris (2007). Bang!. [S.l.]: Editorial Crítica. ISBN
8484329194

Webgrafia:

https://web.ist.utl.pt/orfeu.bertolami/OrigemUniverso_2018f.pdf, acedido a 9/2/2024


http://sac.csic.es/astrosecundaria/pt/cursos/formato/materiales/ppts/conferencias/
C2_pt.pdf, acedido a 8/2/2024
https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/9831/1/Mestrado%20em%20Ensino%20de
%20F%C3%ADsica%20e%20de%20Qu%C3%ADmica%20no%203%C2%BA%20Ciclo%20do
%20Ensino%20B%C3%A1sico%20e%20no%20Ensino%20Secund%C3%A1rio.pdf, acedido a
8/2/2024
https://web.ist.utl.pt/orfeu.bertolami/BigBang_2014.pdf, acedido a 9/2/2024
https://sprg.tecnico.ulisboa.pt/media/cms_page_media/21/vol29_3_Art05.pdf, acedido a
13/2/2024
https://hojeediadefilosofia.wordpress.com/2015/03/04/a-origem-do-universo-e-a-filosofia/,
acedido a 13/2/2024
https://renataquartieri.com/wp-content/uploads/2015/04/modulo-1.pdf, acedido a
13/2/2024
https://web.ist.utl.pt/orfeu.bertolami/Origem_Universof.pdf, acedido a 13/2/2024

Trabalho realizado por:


Carolina Viana nº7 11ºA
Sofia Percheiro nº22

Você também pode gostar