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FERTILIZAÇÃO

Rega e fertilização
azotada do trigo em ambiente
Mediterrânico:
Efeito no rendimento e qualidade do grão
e na eficiência de uso da água de rega

Por Alexandra Tomaz1,2,Manuel Patanita1,2, Patrícia Oliveira1, José Dôres1,


Luis Boteta3, José Ferro Palma1, Isabel Guerreiro1, João Guerreiro3

Resumo Irrigation and nitrogen tant to obtain higher grain protein content.
Neste estudo foram avaliados os efeitos da fertilization of wheat Key-words: Irrigation water use; Nitro-
rega e da fertilização azotada, com fertili- gen; Grain yield; Grain protein content
zantes clássicos e fertilizantes de “liberta-
in Mediterranean
ção gradual” de nutrientes, sobre o rendi- environment: effect on
mento, a eficiência de uso da água de rega e yieldand grain quality and
a qualidade do grão de trigo mole (Triticum 1. Introdução
aestivum L.). Para tal, realizaram-se dois on water use efficiency O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos
ensaios em 2016/2017, em Beja, Alentejo, principais cereais consumidos pela popu-
com duas estratégias de rega: D1 (100% Abstract lação, representando mais de 28% da pro-
da evapotranspiração cultural – ETc – ao This study evaluated the interactive effect cura mundial de cereais (FAOSTAT, 2018).
longo do ciclo) e D2 (100% da ETc apenas of irrigation and nitrogen (N) fertilization, with Os dados do EUROSTAT (2018) mostram
em quatro fases: início do encanamento; conventional and enhanced efficiency N ferti- que Portugal contribui apenas com 0,05%
emborrachamento; ântese; enchimento do lizers, on yield, irrigation water use efficiency da produção (em 0,13% da área) de trigo
grão). Num dos ensaios foram aplicados and grain quality of soft wheat (Triticuma da União Europeia. Trata-se, portanto, de
fertilizantes azotados de “libertação gradu- estivum L.). For this purpose, two trials were um pais importador de trigo e esta situ-
al” em seis tratamentos de fracionamento/ carried out during the 2016/2017 in Beja, ação é difícil de ultrapassar dadas as
época de aplicação. No segundo ensaio, foi Alentejo, under two irrigation strategies: D1 condições climáticas da maior parte do
aplicado fertilizante azotado convencional (100% of crop evapotranspiration – ETc - th- território e as flutuações de mercado que
em cinco tratamentos de fraccionamento/ roughout the cycle) and D2 (100% of ETc only impedem a obtenção de produções eleva-
época de aplicação. at four stages: beginning of stem extension; das e/ou lucros mais atractivos. De facto,
O trigo mostrou maior eficiência no uso booting; heading; grain filling). In one trial, as respostas produtivas do trigo à disponi-
da água de rega na modalidade de rega D2. enhanced efficiency N fertilizers were ap- bilidade de água e azoto variam largamen-
Os resultados indicam, por um lado, que a plied through 6 splitting treatments. In the te para diferentes condições agro-ambien-
aplicação precoce de fertilizantes de “liberta- second trial, conventional N fertilizer was ap- tais e os hiatos de rendimento da cultura
ção gradual” não compromete o rendimento plied through 5 splitting treatments. podem ser suplantados em função de fac-
da cultura e, por outro lado, a disponibilida- Wheat showed greater efficiency in the tores técnicos, ambientais ou económicos
de de azoto na fase de emborrachamento é use of irrigation water in the irrigation stra- (Cassman et al., 2006).
importante para a obtenção de teores mais tegy D2. The results suggest, on one hand, Em regiões de clima Mediterrânico, a so-
elevados de proteína grão. that early application of advanced efficiency breposição das variáveis climáticas chave
Palavras Chave: Uso da água de rega; fertilizers does not compromise the yield of e as fases críticas do ciclo de desenvolvi-
Azoto; Rendimento em grão; Teor de proteí- the crop and, on the other hand, the availabi- mento do trigo implica que o sucesso da
na do grão. lity of nitrogen in the booting stage is impor- cultura depende em larga medida da com-

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FERTILIZAÇÃO

binação de estratégias adequadas de ges- Quadro 1 - Fraccionamento/época de aplicação do fertilizante azotado (%) ao longo do
tão da rega e da fertilização. ciclo do trigo no ensaio com fertilizantes específicos (A1 a A5 – fertilizante com inibição de
O uso da água pelo trigo depende da nitrificação; A6 – fertilizante de libertação controlada).
variedade, do estado fenológico, das con-
dições climáticas, da disponibilidade de Fraccionamento /
Estado fenológico (data) e N aplicado (%)

água, do solo e das práticas agronómicas. época de aplicação


Sementeira Afilhamento Encanamento Emborrachamento Ântese
(24-jan) (01-mar) (25-mar) (14-abril) (24-abril)
Uma ajustada disponibilidade de água
A1 100
durante fases consideradas críticas no
A2 50 50
ciclo do trigo, como o emborrachamento
A3 50 25 25
ou a ântese (floração) não só permite que
A4 75 25
a planta aumente a taxa de fotossínte-
A5 75 25
se como também proporciona melhores
A6 100
condições para a translocação de hidra-
tos de carbono, favorecendo o tamanho
dos grãos e, consequentemente, o rendi-
mento da cultura (Boteta, 2013; Alghory Quadro 2 - Fraccionamento /época de aplicação do fertilizante azotado (%) ao longo do
e Yazar, 2018). ciclo do trigo no ensaio com fertilizantes clássicos.
Na produção de trigo, o azoto (N) é um
Estado fenológico (data) e N aplicado (%)
elemento chave na obtenção de altos ren- Fraccionamento /
dimentos e o teor de N é amplamente con- época de aplicação
Sementeira Afilhamento Encanamento Emborrachamento Ântese
(24-jan) (01-mar) (25-mar) (14-abril) (24-abril)
siderado como o principal fator que pode
A1 33 33 33
afetar diretamente o armazenamento de
A2 25 25 25 25
proteína no grão, bem como a sua qualida-
A3 25 25 25 25
de tecnológica. A disponibilidade de N du-
A4 50 25 25
rante o emborrachamento pode contribuir
A5 50 25 25
para um maior conteúdo em proteína do
grão, uma qualidade desejável em trigos
para panificação (Blandino et al., 2015; Cos-
ta e Patanita, 2016). Desta forma, a fim de ta da Saúde, em Beja. Num dos ensaios te fosfopotássico à sementeira por forma a
atender às necessidades da cultura e me- aplicaram-se fertilizantes de “libertação fornecer as mesmas unidades de fósforo e
lhorar a eficiência do uso da água (WUE) e gradual” de azoto (N), vulgarmente desig- de potássio aplicadas no ensaio com fertili-
do azoto (NUE), é necessário encontrar um nados por específicos e, no outro, usaram- zantes específicos (Quadros 1 e 2).
compromisso na gestão entre os aspectos se fertilizantes clássicos. Em ambos os Na área do estudo, o clima é do tipo Medi-
quantitativos e qualitativos, adequando o ensaios, o delineamento experimental foi terrânico (Csa, na classificação de Köppen).
tipo de fertilizante, a dose, o fraccionamen- em «split-plot» com dois tratamentos de Os valores de precipitação anual e tempe-
to, e o período mais recomendado de apli- rega como parcelas principais e os trata- ratura média (normais climatológicas 1981-
cação, bem como os volumes e calendários mentos de fraccionamento/época de apli- 2010) do local são, respectivamente, 558
de rega apropriados para atender às ne- cação dos fertilizantes como subparcelas mm e 16,9ºC (IPMA, 2018). Os solos são
cessidades da cultura (Tomaz et al., 2017). (seis tratamentos no ensaio de fertilizan- Calcários Pardos (Cambissolos, de acordo
Na avaliação dos efeitos das interações tes específicos e cinco no ensaio de ferti- com a classificação da FAO).
água-azoto na produção de trigo regado é lizantes clássicos), com três repetições. Os dados meteorológicos foram re-
ainda de suma importância garantir a mini- As estratégias de rega ensaiadas foram: gistrados numa estação meteorológica
mização dos riscos de perdas por lixiviação D1, rega com 100% da evapotranspiração automática da Quinta da Saúde, perten-
aliada à obtenção de rendimentos elevados cultural (ETc) ao longo do ciclo, e D2, rega cente à rede SAGRA - Sistema Agrome-
e grão de qualidade. com 100% da ETc apenas em quatro fases: teorológico para a Gestão da Rega do
Neste estudo pretende-se avaliar o efei- início do encanamento; emborrachamento; Alentejo (COTR, 2018).
to combinado das estratégias de rega e de ântese; enchimento do grão. No primeiro A sementeira do trigo realizou-se no dia
fertilização azotada com diferentes tipos de ensaio, foram aplicados 165 kg N/ha uti- 24 de janeiro e a colheita no dia 24 de junho
fertilizantes sobre (i) as respostas produti- lizando fertilizantes ternários específicos de 2017.
vas e (ii) a eficiência no uso da água na cultu- com 20%N em seis fraccionamentos/épo- A rega efectuou-se por aspersão, atra-
ra de trigo mole em ambiente Mediterrânico. cas de aplicação, cinco deles (A1 a A5) com vés de «center-pivot», tendo sido gerida
um fertilizante estabilizado com inibição de com recurso a informação meteorológica e
nitrificação e um (A6) com um fertilizante a sondas capacitivas de registo contínuo e
de libertação controlada de azoto. No se- pontual. Os volumes totais de rega aplica-
2. Materiais e métodos gundo ensaio, aplicaram-se também 165 dos ao longo do ciclo de crescimento foram
O trabalho realizado consistiu em dois kg N/ha através de fertilizante azotado 2527 m3/ha e 1723 m3/ha, nas modalidades
ensaios de campo com trigo mole, varie- convencional em cinco tipos de fracciona- de rega D1 e D2, respectivamente.
dade ‘Antequera’, durante 2017, na Quin- mento / época de aplicação e um fertilizan- As características produtivas avaliadas,

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FERTILIZAÇÃO

e respectivos métodos de determinação,


foram: número de espigas/m2 – duas conta- 30.0 300

gens de 0,2 m2 em cada subparcela –, peso


25.0 250
de 1000 grãos (g) – contagem electrónica e
Norma ISSO 520:1977 –, rendimento (kg/

P, ETO (mm)
20.0 200
ha), massa do hectolitro (kg/hl) – Sitómetro

T(ºC)
e Norma Portuguesa 988 (2000) – e teor 15.0 150

de proteína do grão – Método NIR e Norma


10.0 100
ICC 159.
A eficiência do uso da água de rega 5.0 50
(IRWUE, em kg/m3) foi determinada atra-
vés da relação IRRWUE = Y/IW, onde Y é o - 0
dez-16 jan17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17
rendimento em grão (kg/ha) e IW é o volu-
me total de água de rega aplicada durante P (mm) ETO (mm) Tmed (ºC) (mm)

o ciclo (m3/ha) (Howell, 2001; Albrizio et al.


2010; Tomaz et al., 2018).
Para a análise estatística dos dados de Figura 1 - Temperatura média diária mensal, precipitação mensal e evapotranspiração de
ambos os ensaios realizou-se ANOVA a referência mensal de dezembro de 2016 a julho de 2017 (COTR, 2018).
dois fatores (estratégia de rega e fraccio-
namento do fertilizante). Diferenças entre
médias foram comparadas pelo teste de
Tukey (p <0,05) (Analytical SoftwareSta-
tistix 8.0). 35 1000

900
30
800
25 700

600
20

3. Resultados

mm
500
ºC

15
400

Dadas as condições climáticas do ano 10 300

200

2017 (Figura 1), muito seco, as necessida- 5


100

des em rega fizeram-se sentir a partir do 0


15-jan 22-jan 29-jan 5-fev 12-fev 19-fev 26-fev 5-mar 12-mar 19-mar 26-mar 2-abr 9-abr 16-abr 23-abr 30-abr 7-mai 14-mai 21-mai 28-mai 4-jun 11-jun 18-jun 25-jun
0

início de março, quando a cultura estava a Tmed Pcum (P+R)cum D1 (P+R)cum D2

entrar na fase de afilhamento.


Na Figura 2 é possível observar a
evolução da temperatura média diária, a
precipitação acumulada e a precipitação Figura 2 - Evolução da temperatura media diária (Tmed), da precipitação acumulada
+ rega acumuladas para as modalidades (Pcum), da precipitação + rega acumuladas na modalidade de rega D1 ((P+R)cum D1) e da
de rega D1 e D2, em ambos os ensaios. precipitação + rega acumuladas na modalidade de rega D2 ((P+R)cum D2).
Em D1, correspondente a uma estratégia
de rega de conforto hídrico, a 1ª rega re-
alizou-se a 11 de março. Na estratégia de
rega deficitária, D2, a rega iniciou-se em 17 ao mês de maio, as regas efectuaram-se estratégia de rega que pretenda maximizar
de março, quando a cultura se encontrava cada 15-20 dias. A partir desta altura, da- o efeito da aplicação adicional de água nas
no final do afilhamento e a iniciar o enca- das as necessidades hídricas elevadas da fases em que a cultura melhor responde a
namento. Em abril, iniciou-se um período cultura nas fase de floração e, principal- essa adição, favorece uma maior produtivi-
seco e, à medida que a temperatura foi mente, enchimento do grão, as regas pas- dade da água de rega.
aumentando, as regas tornaram-se mais saram a ser semanais. Em qualquer das Neste ensaio, o fraccionamento / época
frequentes, acompanhando o aumento da modalidades, a última rega realizou-se no de aplicação do fertilizante teve influên-
evapotranspiração, em ambas as estraté- dia 1 de junho. cia significativa no rendimento e no teor
gias de rega testadas. As diferenças entre No ensaio de fertilizantes específicos, o de proteína do grão. No primeiro caso, foi
ambas corresponderam aos volumes apli- efeito da estratégia de rega só foi signifi- no tratamento com aplicação de 75% do
cados e ao calendário de regas. Na moda- cativo no nº de espigas/m2 e na IRRWUE fertilizante à sementeira e os restantes
lidade D1, regou-se sempre que o balanço (Quadro 3). 25% no encanamento, que se obteve o
hídrico do solo indicava aproximação de A modalidade D2 destaca-se como a que maior rendimento em grão, indicando que
défice hídrico com reposição total da re- apresenta um valor de eficiência de uso da aplicações precoces deste tipo de fertili-
serva útil do solo, tendo os intervalos en- água de rega superior. Tendo em conta que zantes não comprometem a disponibili-
tre regas variado entre 2 e 15 dias. Em D2, os rendimentos obtidos nos dois tratamen- dade de N ao longo do ciclo da cultura e,
seguindo o critério preconizado para esta tos de rega não se diferenciam estatistica- consequentemente, a produção de grão.
estratégia de rega nas fases críticas, até mente, estes resultados indicam que uma O teor de proteína foi significativamente

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FERTILIZAÇÃO

Quadro 3 - Efeito da estratégia de rega e do fraccionamento da fertilização azotada com Agradecimentos


fertilizantes específicos no número de espigas/m2, peso de 1000 grãos, rendimento, eficiên- Este estudo foi suportado pelo projeto
cia de uso da água de rega (IRRWUE), massa do hectolitro e teor de proteína do grão INTERA­Trigo – Avaliação do rendimento e qua-
lidade em trigo mole em função das interações
Factor de Número de Peso de 1000 Rendimento IRRWUE Massa do Teor de proteína água-azoto, POCI-01-0145-FEDER-023262
variação espigas/m2 grãos (g) (kg/ha) (kg/m3) hectolitro (kg/hl) do grão (%)
e LIS­ BOA-01-0145-FEDER-023262 (SAICT-
Estratégia de rega * n.s. n.s. * n.s. n.s.
POL/23262/2016), financiado pelo FEDER atra-
D1 396 a 42.52 4594 1.82 b 80.63 15.61
vés do Programa Operacional Competitividade
D2 354 b 40.03 3942 2.29 a 80.52 16.32
e Internacionalização (COMPETE 2020), do
Fraccionamento n.s. n.s. * n.s. n.s. *
Programa Operacional Regional de Lisboa e da
A1 335 41.04 4170 ab 2.01 80.75 14.71 d
FCT/MCTES através de fundos nacionais (PID-
A2 397 42.44 3929 b 1.89 79.68 17.38 a
DAC). O trabalho é uma contribuição para o
A3 373 40.67 4126 ab 1.99 81.05 16.36 b
projeto UID/GEO/04035/2013, financiado pela
A4 373 42.14 4458 ab 2.13 80.03 16.47 b
FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
A5 400 41.66 4564 a 2.20 81.10 15.51 c

A6 371 39.71 4361 ab 2.09 80.82 15.36 c

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cionamento/época de aplicação em nenhu- do grão conduz a maior eficiência de uso da Journal of Soil Science, vol. 8(1): 12-23.

ma das características (Quadro 4). Quanto água pela cultura.


ao fator estratégia de rega, o peso de 1000 Os resultados sugerem que aplicações
grãos e o rendimento são significativamente precoces de fertilizantes de “libertação gradu-
superiores em D1, como era expectável. No al” não comprometem a disponibilidade de N 1
Escola Superior Agrária - Instituto Politécnico de
entanto, a cultura mostrou maior eficiência ao longo do ciclo da cultura e, consequente- Beja. R. Pedro Soares S/N, 7800-295 Beja, Portugal.
no uso da água de rega na estratégia D2. Os mente, a produção de grão. Verificou-se ainda 2
GeoBioTec, Universidade Nova de Lisboa. Campus da
resultados dos dois ensaios no que a este in- que a disponibilidade de N na fase de embor- Caparica, 2829-516 Caparica, Portugal
dicador diz respeito, mostram que a rega no rachamento é importante para a obtenção de 3
Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, Quinta
início do encanamento, no emborrachamen- teores mais elevados de proteína do grão. da Saúde, Apartado 354, 7801-904 Beja, Portugal

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