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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

Article in Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano · January 2009


DOI: 10.5335/rbceh.2009.022

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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da


velhice
Thiago de Almeida*; Maria Luiza Lourenço**

Resumo Nem tudo é dias de sol,


E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Se cada pessoa tem a sua velhice singu-
Por isso tomo a infelicidade com
lar, e essas passam a ser inumeráveis, bem
a felicidade
como relativas, a definição do próprio ter-
Naturalmente, como quem não estranha
mo pode se tornar um impasse e acarre-
Que haja montanhas e planícies
tar mitos que se agregam em torno desse
E que haja rochedos e erva [...]
“conceito”. E muitos são os mitos que en-
O que é preciso é ser-se natural e calmo
volvem a velhice. Paralelamente, constata-
Na felicidade ou na infelicidade,
se uma extensa escassez de informações
Sentir como quem olha,
sobre o processo de envelhecimento, que
Pensar como quem anda,
tem contribuído para a manutenção de
E quando se vai morrer,
preconceitos e, consequentemente, gera
lembrar-se de que o dia morre,
muitas dificuldades para a vivência da
E que o poente é belo e é bela a
sexualidade, dentre outras, pelas pessoas
noite que fica [...]
nesta etapa da vida. O presente estudo visa
Assim é e assim seja [...]
refletir sobre alguns conceitos e estereoti-
pias que promovem os mitos entre idosos Alberto Caieiro
e a população em geral com o intuito de (Heterônimo de Fernando Pessoa em
auxiliar a mitigá-los. O guardador de Rebanhos)

Palavras-chave: Idosos. Velhice. Mitos.


Sexualidade.

*
Psicólogo (CRP 06/75185) pela Universidade de São Carlos. Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicolo-
gia da Universidade de São Paulo (Departamento de Psicologia Experimental). E-mail: thiagodealmeida@
thiagodealmeida.com.br. Site: www.thiagodealmeida.com.br
**
Bacharel em Biblioteconomia pela Faculdade de Biblioteconomia e Documentação da Universidade de São
Paulo. Bibliotecária (CRB 8ª 5037) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. E-mail: ma-
louren@usp.br

Recebido em junho de 2008 – Avaliado em março de 2009.


doi:10.5335/rbceh.2009.022

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Thiago de Almeida, Maria Luiza Lourenço

Introdução que situe uma pessoa no que se concebe


como terceira idade?
Muitos são os mitos que envolvem Não podemos erradicar a velhice
a velhice. Segundo o dicionário Houaiss de nossas vidas, no entanto podemos
(2001, p. 1936), mito é a “construção modificar a maneira como pensamos o
mental de algo idealizado, sem compro- envelhecer. Na visão de Risman (2005),
vação prática; idéia, estereótipo”. Quanto percebe-se que a escassez de informações
ao termo “mito”, define-o como “valor sobre o processo de envelhecimento,
social ou moral questionável, porém de- assim como sobre as mudanças na se-
cisivo para o comportamento dos grupos xualidade em diferentes faixas etárias
humanos em determinada época”. e, especialmente, na terceira idade, tem
Desde o nascimento a vida se desen- auxiliado na manutenção de preconceitos
volve de tal forma que a idade cronológica e, consequentemente, gerado muitas difi-
passa a se definir pelo tempo que avança. culdades para a vivência da sexualidade,
E o tempo é definido como uma sinonímia dentre outras, pelas pessoas nesta etapa
para uma eternidade quantificada, ou da vida. Neste trabalho faremos algumas
seja, uma cota. Dessa forma, o tempo e reflexões e destacaremos alguns mitos
o homem influenciam-se mutuamente, que permeiam o ideário comum tanto de
produzindo profundas mudanças em suas idosos como de pessoas que caminham
individualidades. Assim, diversas velhi- para a idade avançada.
ces surgem e diferentes representações a
elas associadas, que permitem lidar com O que se concebe por terceira
a questão temporal. (GOLDFARB, 1998). idade
É interessante observarmos a subjetivi-
dade relacionada à velhice. “Terceira idade” é uma expressão
Entretanto, como questiona Almeida que recentemente se disseminou no vo-
(2009), se cada pessoa tem a sua velhice cabulário brasileiro. Mais do que uma
singular, essas passam a ser tanto incon- referência a uma idade cronológica, é
táveis como relativas. Assim, a definição a maneira eleita para tratamento das
do próprio termo pode se tornar um pessoas de idade mais avançada que
impasse e acarretar mitos que se agre- ainda não adquiriu conotação pejorativa.
gam em torno desse “conceito”. Afinal, A expressão originou-se na França, país
uma pessoa é idosa a partir de algum no qual os primeiros gerontólogos brasi-
referencial pautado no declínio orgânico, leiros foram formados com a implemen-
ou podemos caracterizar as maneiras tação, na década de 1970, das Universités
pelas quais as outras pessoas passam a Du Troisiéme Age. (STUCCHI, 1994).
encará-la, que a confinariam num reduto Das diversas formas de categoriza-
chamado “terceira idade”? Então, quan- ção – sociais, culturais, psicológicas – que
do uma pessoa envelhece? Há uma idade tentam definir os limites entre as idades,
ou um intervalo específico nas dimensões nenhuma foi capaz de descrever o expe-
espiritual, biológica, social e psicológica rienciar da velhice, tornando-se vagas e

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arbitrárias generalizações. (DOURADO; perseguem este ideal sofrem com muitas


LEIBING, 2002; GAGLIETTI; BAR- angústias, pois se recusam a encarar a
BOSA, 2007). Contudo, não se precisa realidade – afinal, ninguém é tão velho
ir muito longe para constatar que o que não acredite poder viver ao menos
que é percebido é a impossibilidade de mais algum tempo. Para complementar a
se estabelecer uma definição ampla e discussão trazida à baila, Almeida (2009,
aceitável em relação ao envelhecimento. p. 5) afirma:
(VERAS, 1994). Logo, percebe-se que É importante destacar que a velhice não é
nossos referenciais a respeito da terceira um processo único, mas a soma de vários ou-
idade e tudo o que se supunha saber são tros, distintos, entre si. Portanto, uma outra
insuficientes para defini-la. possível explicação para tal dificuldade em
Tratamos desse assunto como se se categorizar a velhice consiste no fato em
que ela não é um estado, mas um constante e
fosse se tornar realidade somente para
sempre inacabado processo de subjetivação.
os outros, como se permanecêssemos Portanto, pode-se dizer que na maior parte
eternamente jovens. Contudo, a velhice do tempo não existe um “ser velho”, mas um
é uma etapa normal do ser humano para “ser envelhecendo.
todos os que conseguem alcançá-la. O
que muitas vezes se desconsidera é que
a velhice é um processo contínuo desde o O panorama brasileiro e os idosos
nascimento. O emprego de certos meios De forma significativa, a longevidade
para retardar o envelhecimento pode ocupa sua representação na sociedade,
impedir ou até mascarar esse processo, o que leva a população a se adaptar
porém não altera a data final da morte. E tanto com a sua presença como com esta
se o limite da vida é a morte, a velhice é a nova realidade. (SILVA; FOSSATTI;
fase da existência que está mais próxima PORTELLA, 2007). Em grande parte, a
desse horizonte. Contudo, deve-se lem- sociedade brasileira marginaliza as pes-
brar que a morte não é um privilégio da soas idosas. Essa situação não costuma
velhice (SIMÕES, 1998), pois pertence ocorrer em outras culturas, como, por
a cada um de nós que se encontra vivo exemplo, na oriental, que intensamente
e atuante. Assim, as pessoas que conse- integra os idosos à vida social. Para esta,
guem superar o medo da morte passam o idoso não é sinônimo de um ser ultra-
a encarar a velhice como qualquer outro passado ou que agrega automaticamente
período da existência. sua figura à senilidade, contrapondo-se
A gerontologia entende que o enve- aos nossos modelos. Ao contrário, os
lhecimento não significa uma decadên- idosos são considerados sábios e tratados
cia, e sim uma sequência da vida, com com o respeito e a dignidade que mere-
suas peculiaridades e características. cem. Infelizmente, em muitos centros
(ALMEIDA; LOURENÇO, 2007; AL- urbanos ocidentais e contemporâneos,
MEIDA; LOURENÇO, 2008). Ora, sa- como o brasileiro, acontece o contrário.
bemos que a fonte da juventude é uma No Brasil observa-se a impaciência
utopia e, certamente, as pessoas que com os “jovens há mais tempo”, as diver-

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sas violências aos quais são submetidos, conflitos desnecessários para os “jovens
desde negligências até maus-tratos psi- há mais tempo” que procuram se engajar
cológicos, verbais e físicos, além de que, em relacionamentos afetivo-sexuais.
quando não conseguem internar seus O envelhecimento ainda é uma etapa
idosos em instituições asilares ou psi- da vida que permanece pouco conhecida
quiátricas, segregam-nos dentro de suas e estudada, se comparada a outras fases
próprias casas. Pensando em questões do desenvolvimento humano. (OLIVEI-
como essas, relacionadas aos idosos, à RA et al., 2006). A velhice é uma fase da
longevidade da população e aos demais vida em que as pessoas normalmente
problemas das políticas públicas do país, não gostam de se antever projetando-se
foi necessário criar o Estatuto do Idoso, nela, ainda que muitos de nós sejamos
lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, idosos um dia. Tampouco se discute a
de iniciativa do projeto de lei nº 3.561, de respeito de algumas realidades que os
1997, que veio substituir a Lei do Idoso, idosos experimentam, porque:
lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. • muitos idosos são considerados
(BRASIL, 2003). Ainda no que concerne hipersexualizados e a sociedade
ao âmbito brasileiro, muitos idosos têm considera que, próximo ao término
suas opiniões desprezadas pelos seus en- de suas vidas, tenderão a realizar
tes, que os consideram como obstáculos muitas das atividades sexuais para
para a rotina familiar e por geralmente as quais não tiveram tempo hábil
carecerem de cuidados extras, como se ou oportunidades no decorrer da
precisassem padecer pelo fato de serem mesma. Podemos exemplificar com
idosos ou penalizados pelos anos acumu- algumas expressões populares que
lados de sua vivência. ilustram certas atitudes da socie-
dade em relação aos idosos: “viúva
Algumas questões do envelhecer alegre”, “velho tarado”, “solteiro-
na”, “velhinho assanhado”;
Sexualidade e suas manifestações no • os idosos são encarados como seres
entardecer da vida assexuados, nos quais o desejo e a
manifestação da sexualidade foram
Se as atitudes preconceituosas da destituídos de sua humanidade,
sociedade na qual os idosos estão in- bem como as possibilidades da
seridos tipificam as atitudes deles, contemplação de relações afetivo-
não há nenhum outro lugar onde este sexuais, tanto de natureza heteros-
preconceito é mais visível do que na sexuais como homossexuais;
esfera da sexualidade e dos relaciona- • ou ainda, porque, como apontam Pe-
mentos afetivo-sexuais. Levando-se em drozo e Portella (2003, p. 172), “as
consideração que a sociedade muitas experiências emocionais dos idosos
vezes solapa as expectativas dos idosos são consideradas aspectos idiossin-
que querem firmar um relacionamento cráticos para o qual, procuram-se
amoroso, essas atitudes podem causar saídas individuais compartilhadas
uma estagnação momentânea, além de apenas com a família”.

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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

Se a questão da afetividade e da das. O conceito gênero foi introduzido no


sexualidade está presente em todos os discurso teórico na década de 1970, por
momentos da vida, não será no processo meio das pesquisas da antropologia. Des-
do envelhecimento que estará ausente. de então, diversos autores aprofundaram
Contudo, ao investigar o processo de o tema e, atualmente, em psicologia
envelhecimento percebe-se que o conhe- social, qualquer estudo sobre diferenças
cimento atual aquilatado a respeito, em ou semelhanças entre homem e mulher
relação a alguns temas como o estudo precisa ser evocado do prisma de gênero.
do amor e da sexualidade, carece de (STREY, 1999).
identidade e é constituído por elementos É importante salientar que a sexua-
de discursos teóricos e ideológicos fun- lidade é inerente à natureza humana,
damentados em legados ultrapassados, obedece a uma necessidade fisiológica e
herdados geralmente das ciências sociais emocional e está presente em todas as
e da medicina. (NERI, 1993). fases de seu desenvolvimento. Em outras
E quando nos referimos à sexualida- palavras, a função sexual continua por
de, não estamos nos remetendo a sexo, toda a vida, inclusive para os idosos.
enquanto um sinônimo para cópula, mas Manifesta-se de forma diferente nas
ao produto final de um longo e natural fases progressivas do desenvolvimento
processo de desenvolvimento, que come- humano e sua expressão é determinada
ça no nascimento e envolve tudo o que pela maturidade orgânica e mental. A se-
somos, as nossas atitudes, como lidamos xualidade é uma forma de comunicação
com as questões que nos circundam e que visa ao prazer, ao bem-estar, à auto-
como tudo isso nos abala numa relação estima e à busca de uma relação íntima,
afetiva interpessoal. O que a psicologia compartilhando o amor e o desejo com
concebe por sexualidade não é, em ab- outra pessoa para criar laços de união
soluto, idêntico à união sexual entre um mais intensos. (MAYOR; ANTUNES;
homem e uma mulher, ou mesmo teria ALMEIDA, 2009). Para complementar
o sentido exclusivo de sensações pra- o exposto, a Organização Mundial da
zerosas produzidas/comunicadas pelos Saúde (2007) define a sexualidade como
nossos órgãos genitais. “uma energia que motiva para encontrar
Sexualidade é muito mais do que o amor, contato, ternura e intimidade;
intercurso do pênis à vagina culminando integra-se no modo como nos sentimos,
com o orgasmo masculino ou feminino; movemos, tocamos e somos tocados; é
tampouco sexo é uma equivalência ser-se sensual e ser-se sexual. A sexua-
para gênero, pois esses dois conceitos lidade influencia pensamentos e, por
foram inseridos na literatura científica isso, influencia também a saúde física
em épocas distintas e abrangendo as- e mental”.
pectos diferenciados da vida humana. Certamente, a sexualidade e a afeti-
Enquanto as diferenças entre os sexos vidade perpassam todas as questões do
são estabelecidas pelo aspecto físico, as envelhecer, na medida em que também
diferenças de gênero são explicadas e participam do nosso cotidiano enquanto
entendidas como socialmente construí- seres humanos. Entretanto, sabemos que

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sexualidade nunca pode estar desvincula- desenvolvimento biopsicossocial, no qual


da do corpo; nem do desejo inconsciente, o componente afetivo-sexual comporta
este componente aparentemente estra- uma de suas principais dimensões.
nho que habita e age em nosso interior Entretanto, o que tem predominado,
e do qual nunca estamos descomprome- infelizmente, é o aspecto negativo, com
tidos; nem das consequências psíquicas o próprio idoso muitas vezes se reconhe-
das diferenças anatômicas entre os sexos. cendo como alguém inútil, deteriorado,
(COSTA, 1992). Segundo Neri, obsoleto, assexuado, ou, ainda, negligen-
vários elementos são apontados como de- ciado de acordo com a natureza dos seus
terminantes ou indicadores de bem-estar sentimentos. Segundo Caldas (2006,
na velhice: longevidade; saúde biológica; p. 330), “uma proporção desconhecida de
saúde mental; satisfação; controle cogni- idosos solteiros é homossexual - tanto
tivo; competência social; produtividade; homens quanto mulheres. Esta popu-
atividade; eficácia cognitiva; status social;
lação é totalmente negligenciada pela
renda; continuidade de papéis familiares
pesquisa”.
e ocupacionais, e continuidade de relações
informais em grupos primários (principal-
mente rede de amigos. (1993, p. 10). O desejo sexual para os idosos
Se, além dos elementos citados, ainda A falsa crença de que a velhice é uma
a maturidade trouxer o afeto, a paixão, o etapa assexuada, andrógina ou hipersse-
namoro, o amor, o sexo, a cumplicidade, xualizada influencia profundamente na
o companheirismo, dentre outros, o idoso autoestima, na autoconfiança, no rendi-
pode estar certo de que poderá ter uma mento físico e social dos adultos idosos,
satisfatória vida afetivo-sexual, pois as além de contradizer a normalidade das
possibilidades de um relacionamento sensações e a capacidade de amar do ser
amoroso nesta etapa da vida, apesar de humano. E embora esteja em constante
algumas vezes serem difíceis, são mais crescimento, poucos são os que acreditam
viáveis do que muitas pessoas imaginam. na existência de relações afetivo-sexuais
(ALMEIDA; LOURENÇO, 2007). na terceira idade e que exista uma con-
Dessa forma, se o idoso se permitir tinuidade da sexualidade para as mu-
essas vivências, poderá supor que terá lheres, ou mesmo para os homens, que
um envelhecimento positivo, ao contrá- passaram dos sessenta anos.
rio daqueles que somente darão vazão Até há pouco tempo, discutir acerca
a um saudosismo passivo, ou, ainda, a de sexualidade e relação afetivo-sexual
quaisquer outros posicionamentos imo- na terceira idade era algo interdito.
bilizadores e negativos. Assim, existem De forma incipiente ou de modo algum
várias possibilidades de envelhecer afeti- falava-se sobre o assunto sexualidade na
vo-sexualmente, desde as contaminadas velhice. Se, por um lado, “os jovens há
por estereotipias e mais negativas, que menos tempo” não param para pensar
distanciaram o idoso de pensar a aderir a que o desejo não tem idade, por outro,
qualquer de investimento desta natureza alguns tendem a imaginar que, com o
afetivo-sexual; as mais positivas, que se passar dos anos, a sua vida afetiva tem
mantiveram articuladas ao processo de

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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

envelhecido de tal forma que chegam a criar estresse suficiente para causá-la.
perder a noção de como é amar e que Ainda assim, o desejo e a necessidade de
é tarde demais para fazê-lo. Há ainda afeto permanecem para os idosos, e esses
aqueles que externam sua aversão a casais podem ter os mesmos problemas
tocar no assunto e sequer podem ima- que envolvem as pessoas das demais
ginar adultos em idade avançada ainda idades.
cultivando o amor e trocando afetos mais Para Azevedo (1998), tanto o homem
íntimos em público. É natural que o ho- como a mulher continuam a apreciar as
mem e a mulher continuem a apreciar relações sexuais durante a velhice, a des-
as relações sexuais durante a terceira peito das alterações fisiológicas ocorridas
idade, porém algumas modificações que em ambos, como, no caso da mulher, a
ocorrem tanto no homem quanto na mu- secura vaginal e, do homem, a diminui-
lher podem prejudicar o prazer sexual. ção no tempo de ereção. Essas alterações
A fim de que não haja prejuízo sig- podem até prejudicar o prazer sexual,
nificativo nas relações sexuais, algumas mas a boa adaptação sexual de ambos
adaptações às mudanças ocorridas nesta irá determinar o prazer do casal. Além
fase são necessárias. (AZEVEDO, 1998). disso, o fato de haver uma diminuição
Soma-se o fato de que, com o passar dos na frequência das atividades sexuais não
anos, as pessoas tendem a querer ficar significa o fim da expressão ou do desejo
ao lado de outra como forma de proteção, sexual. Segundo Butler e Lewis:
pois reconhecem que receber ajuda do O sexo e a sexualidade são experiências
companheiro não é apenas agradável, prazerosas, gratificantes e reconfortantes
como também valorosa, e que demons- que realçam os anos vindouros. Também são
trações de carinho não podem ser reco- – como todo mundo sabe – de uma enorme
complexidade psicológica. Durante toda a
nhecidas como pejorativas. (AZEVEDO, vida carregamos o peso das nossas experiên-
2000; CAPODIECI, 1996). cias sexuais infantis e que foram moldados
O sexo, assim como várias outras por nós mesmos, nossos pais, nossa família,
atividades orgânicas e fisiológicas, vai nossos professores, e nossa sociedade de
se tornando menos necessário ao longo maneira positiva ou, às vezes, negativa.
da passagem do tempo. Dessa forma, (1985, p. 12).
durante a velhice o desejo sexual pode, Logo, desde que estejam desfru-
sim, diminuir, mas não necessariamente. tando de saúde, nada impede que pes-
O mito, entretanto, é alimentado pela soas idosas se engajem em atividades
desinformação e pela má interpretação sexuais diversas. Em idades mais jovens
das inevitáveis mudanças fisiológicas existe uma grande preocupação com a
ocorridas nos idosos. A sexualidade é, “quantidade” de atividades sexuais; em
frequentemente, um delicado equilíbrio idades mais avançadas, essa noção de
entre as emoções, o entorno no qual os quantidade deve, e pode, sadiamente
idosos estão inseridos, as causas psico- ser substituída por uma noção de “qua-
lógicas e a interação entre todos esses lidade”. Muitos idosos não aceitam esse
componentes. Por exemplo, se o homem processo natural de envelhecimento e
teme excessivamente a impotência, pode sentem-se impotentes. Aqui há de se

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fazer uma relativização: se um jovem necessidade de satisfazer ao companhei-


precisa de vários intercursos sexuais ro, estresse, acabam por tornar o sexo
para encontrar satisfação, o idoso pode limitado e até curto. A menopausa traz
encontrar o “mesmo grau de satisfação” certa tranquilidade numa relação, mas
com um número bem menor destes. Há também provoca algumas mudanças
outras diferenças a serem arroladas, que, infelizmente, advêm desse período.
como, por exemplo: no caso do homem Citamos duas: a mulher algumas vezes
idoso, a ereção ocorre até o fim da vida, precisará recorrer à reposição hormonal
contudo existe com o aumento da idade e, quando perceber que a vagina fica res-
uma maior necessidade de estímulos secada no momento do relacionamento
para que ocorra a ereção. sexual, talvez seja necessário o uso de gel
No caso das mulheres, como aponta para lubrificação. Para outras mulheres,
Ramos (2001), a sociedade ainda possui será necessário ajuda psicológica e/ou
uma versão errônea da sexualidade femi- médica para se adaptarem as mudanças
nina, como se estivesse estritamente li- que surgem nesse período da vida.
gada apenas aos aspectos físicos genitais
e à capacidade reprodutiva. Nesse senti- A marginalização do idoso, em dois
do, percebe-se que essa forma de pensa- níveis: pela sociedade e por eles
mento é incorreta, pois a sexualidade não mesmos
está associada somente às respostas do
corpo, mas também à satisfação dos de- De acordo com Couto,
sejos e do afeto, comuns a todos os seres embora o aumento da longevidade re-
humanos. Para Fraiman (1995), muitas presente uma conquista para a popu-
mulheres receberam e ainda adquirem lação e para a ciência, ainda prevalece
socialmente a idéia de que envelhecer é
informações falsas sobre a sexualidade
algo a ser evitado. Em um contexto no
na terceira idade. A autora cita que qual o culto da juventude é cada vez mais
informações a respeito do período da reforçado, a velhice é permeada por es-
menopausa são transmitidas de modo tereótipos e preconceitos que a reduzem
agressivo às mulheres que vivenciam a uma fase de declínio e perdas. (2006,
a terceira idade, como, por exemplo de p. 321).
que após a menopausa as mulheres não Em algumas situações, os idosos se
produzem estrógenos, hormônios respon- excluem das atividades sociais alegando
sáveis pela sua feminilidade. Diante de a idade como pretexto para se vitimarem
frases como essas, algumas mulheres e se sentirem inúteis perante a socie-
podem acreditar na falsa ideia de que o dade. Atitudes como essas contribuem
fim do ciclo menstrual significa o fim do para o mecanismo de exclusão no qual
desejo, do afeto, do sexo. eles próprios são os responsáveis diretos.
Com a chegada da menopausa, en- É necessário, pois, ao idoso saber que, à
tretanto, muitas mulheres podem desco- medida que a idade avança, não se deve
brir o sexo de forma até mais prazerosa proceder e/ou ceder aos mecanismos de
do que quando eram mais jovens. Muitas afastamento do convívio com os seme-
preocupações, como gravidez, trabalho, lhantes. Logo, a marginalização do idoso

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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

é realmente um problema cultural, mas sadias as práticas amorosas e eróticas


que pode ser agravado por atitudes pe- na velhice, por ser esta atitude positiva
culiares de cada pessoa ou grupo. associada a um sentimento de adesão à
Aparentemente, tudo é ditado pelos vida. O problema crítico dos idosos em
jovens e adultos e não se permite, por matéria de sexualidade consiste, então,
exemplo, a visibilidade de expressões em ganhar coragem e perder a vergo-
ou manifestações afetivas de idosos so- nha acerca das crenças que adotam,
cialmente, não levando em consideração por serem errôneas e paralisarem suas
a possibilidade de um relacionamento motivações para o exercício positivo de
físico e amoroso na terceira idade, a tal sua sexualidade.
ponto que os próprios idosos acabam nu-
trindo os preconceitos dos mais jovens. O Transformações do berço ao
amor é um sistema complexo e dinâmico,
que envolve cognições, emoções e com-
túmulo
portamentos relacionados muitas vezes Com o passar dos anos, os corpos vão
à felicidade do ser humano. (ALMEIDA, perdendo a flexibilidade, a pele perde
2008). Dessa maneira, amar alguém e, elasticidade, os cabelos perdem o brilho,
consequentemente, expressar sua sexu- etc. O viço juvenil vai se apagando com a
alidade e erotismo, talvez consolidando idade, e com a velhice vamos adquirindo
um relacionamento amoroso, em pri- outro tipo físico. As relações de gênero
meira análise, significa reconhecer uma também envolvem algumas diferenças
pessoa como fonte real, ou potencial, nesse envelhecer, e as mulheres sofrem
para a própria felicidade. mais com esse processo. Como vivemos
Assim, o idoso muitas vezes acaba numa sociedade que se cultua a beleza,
por se tornar o difusor dos preconceitos o aparecimento de cabelos brancos, de
dos mais jovens, cristalizando as crenças rugas, embora seja um indicativo natu-
errôneas de que tomam conhecimento ral do envelhecer, é sinalizado cultural e
e se esquecendo de que o desejo não se socialmente como algo negativo. Assim,
circunscreve a determinada idade. Pouco observa-se que o corpo da mulher acaba
a pouco o idoso passa a acreditar que sendo desvalorizado, muitas vezes pelas
não pode se engajar em relacionamentos próprias mulheres. (CAMPOS, 2006).
amorosos, comportando-se segundo as Desde a década de 1970 Goldman
expectativas sociais, porque, se o fizer, e Goldman (1977) nos apontam várias
será considerado degenerado, libidinoso dificuldades, como os problemas relacio-
ou indecente. E se isso é verdade para nados à urbanização, industrialização e
os idosos do sexo masculino, a situação suas decorrências – isolamento social,
ainda é pior para as idosas. desolação, dependência, desvalorização,
Assim, deve-se pensar no que tem desprestígio, preconceitos, hostilidade,
maior peso: a idade em si ou a ideia agressividade, atitude defensiva, perda
que as pessoas idosas fazem de si mes- de autoridade de autoafirmação, dentre
mas? Logo, o idoso deve encarar como outros – que atingem a todas as faixas

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Thiago de Almeida, Maria Luiza Lourenço

etárias, mas podem ser agravados pela exercício da sexualidade era algo inde-
idade que avança e pelo modo como se cente e pecaminoso.
lida com ela. De acordo com Colom e Pode-se dizer ainda que a sexuali-
Zaro: dade no idoso está relacionada a vários
Os estereótipos, em geral, concedem à velhi-
sentimentos, como as alegrias, as culpas,
ce uma realidade negativa. O consenso so- as vergonhas, os preconceitos e as re-
cial aceita como fatos inevitáveis uma perda pressões de cada um. O sexo na terceira
de capacidades mentais, perda de memória, idade traz satisfação física, reafirma a
saúde vulnerável, padecimento constante identidade e demonstra o quanto cada
de doenças ou reclamos de atenção. Essas pessoa pode ser valiosa para outra,
perdas/características parecem justificar estimulando sensações de aconchego,
uma conduta estereotipada associada a afeto, amor e carinho. Com o passar dos
termos como “acabado”, “inútil”, “doente”, anos, as pessoas normalmente não têm
“incapaz”, “improdutivo”, “dependente” e
o mesmo vigor de outrora, dos tempos
“carga social”, levando a pessoa à rejeição e
de juventude, mas os idosos podem e
à marginalização social. (2007, p. 309).
devem manter acesa a chama da pai-
Com o decorrer dos anos é normal o xão por seus companheiros, atendo-se
surgimento de doenças, o distanciamen- mais à qualidade nas relações do que à
to dos filhos, aposentadoria, morte de quantidade existente na juventude. Para
cônjuges e de amigos; a proximidade da isso, o carinho é peça fundamental nos
morte também é outra ameaça que paira relacionamentos.
sobre as cabeças dos idosos. Contudo, é
necessário que se superem essas crises,
Considerações finais
e com ajuda se necessário. O apoio da fa-
mília e dos amigos torna-se fundamental Acredita-se que uma má compreen-
para que esse processo se torne menos são, primeiramente, do conceito de ve-
penoso e traumático. lhice por diferentes segmentos da popu-
A sexualidade também sofre modi- lação, das manifestações afetivo-sexuais
ficações com o passar dos anos. O com- da terceira idade e dos seus processos
portamento humano, e aqui destacamos subjetivos acarrete dificuldades à supe-
o comportamento sexual como um dos ração dos problemas associados a uma
quais comentaremos mais especifica- melhor qualidade de vida para os idosos.
mente, é plurideterminado por fatores Dessa forma, esclarecimentos como o
como cultura, religião, educação, que que esboçamos acerca das informações
influenciam intensamente no seu de- distorcidas que se difundem em relação
senvolvimento, determinando a maneira aos mitos existentes podem contribuir
como iremos vivenciá-lo e lidar com ele para a diminuição das crenças e inter-
por toda a vida. A geração atual de idosos dições que se traduzem em preconceitos
é fruto de uma educação muito severa, em relação aos idosos.
pois seus pais tinham por orientação A ideia de uma visão mais positiva
sexual os conceitos e preconceitos repres- e produtiva para o envelhecimento co-
sores herdados de outra geração, mais meça a ganhar força nos dias atuais e
repressora ainda; assim, para muitos o é resultado de diversos fatores, dentre

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Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

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