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E. E. E. M.

PEDRO AMAZONAS PEDROSO

TURMA 1.106/ 1º ANO - MANHÃ

LUCAS PINHEIRO CARVALHO


DANIEL GONÇALVES

LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de linguagem

Belém – PA
2023
“Os Poemas” - Mario Quintana

Os poemas são pássaros que chegam


não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

Metáfora: A principal figura de linguagem no poema é a metáfora. Os poemas são comparados a


pássaros que chegam, pousam no livro que lês e depois alçam voo. Isso cria uma imagem poética da
fragilidade e da liberdade dos poemas.

Metonímia: Quando o poema menciona "o livro que lês", está usando a metonímia, em que o livro
representa o ato de leitura como um todo.

Antítese: A antítese está presente na oposição entre "fechar o livro" e "alçar voo" dos poemas. Isso
cria um contraste entre o momento de leitura e o momento em que os poemas ganham vida.

Anáfora: A repetição da palavra "eles" no trecho "Eles não têm pouso / nem porto" é um exemplo de
anáfora, que enfatiza a ausência de um local fixo para os poemas.

Assíndeto: A ausência de conjunções na frase "Eles não têm pouso / nem porto" cria uma sensação de
fluidez e rapidez, destacando a falta de ancoragem dos poemas.

Ironia: A ironia está presente no último verso, quando o poema revela que "o alimento deles já estava
em ti". Isso sugere que os poemas não precisam de um local externo para se alimentar, pois sua
verdadeira fonte de alimento está dentro do leitor, o que é irônico dada a imagem anterior deles se
alimentando das mãos do leitor.
“Perfeição” – Legião Urbana

Vamos celebrar a estupidez humana


A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição

Ironia: A ironia é uma figura de linguagem amplamente utilizada ao longo da música. O tom
sarcástico e crítico em relação à estupidez humana, à corrupção política e a outros problemas sociais é
uma forma de ironia.

Metáfora: A música utiliza metáforas para representar a situação do país, como "celebrar a estupidez
humana" e "celebrar a fome". Essas metáforas representam críticas à sociedade e à política.

Anáfora: A repetição da palavra "Vamos" no início de várias estrofes é um exemplo de anáfora,


criando um ritmo e enfatizando a ideia de celebração irônica.

Hipérbole: A hipérbole é uma figura de linguagem exagerada usada em trechos como "Vamos
celebrar epidemias" e "Vamos celebrar o horror", onde as situações são exageradas para enfatizar o
caos e a disfunção na sociedade.

Metonímia: A metonímia é usada quando se menciona "nossa polícia e televisão", representando


instituições maiores e suas influências na sociedade.

Aliteração: A repetição de sons consonantais em palavras adjacentes, como em "celebrar a estupidez"


e "celebrar nossa justiça", cria um efeito sonoro marcante na música.

Antítese: A antítese é usada para contrastar elementos opostos, como "Venha, o amor tem sempre a
porta aberta / E vem chegando a primavera", destacando a esperança no final da música.

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