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UFRN – CCHLA – DELET

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA I


PERÍODO LETIVO: 2016.1
PROFESSOR: Gilvando Alves
ALUNO (A): _______________________________________________________ CURSO: __________________________

ATIVIDADE 12

TEXTO 1
Tecido
Daniel Cardoso

Sem panos, agulhas, linhas e teares, homens e mulheres tinham ao menos a vantagem de não sofrer com dúvidas na
hora de se vestir. Durante muitos anos, sair por aí pelado era, inclusive, uma opção. Graças ao calor dos trópicos, muitos
índios brasileiros ficaram sem roupa até a chegada dos colonizadores – alguns conseguiram manter o hábito até hoje.
Sem tecidos, preferiam espalhar tintas pelo corpo. Quando muito, adotavam tangas de penas. Não à toa, Pero Vaz de
Caminha descreveu assim os nativos: “Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”.
Quem habitava regiões frias, no entanto, foi obrigado a achar um jeito de tapar “as vergonhas”.
A primeira saída encontrada pelo homem foi usar peles de animais, desde sempre uma importante matéria-prima
para as vestimentas. Na Idade da Pedra, há cerca de 30 mil anos, as primeiras técnicas de costura foram empregadas
para unir pedaços de couro. Na fria Europa, instrumentos parecidos com agulhas de crochê, geralmente feitos com
ossos, eram utilizados para confeccionar peças mais confortáveis. Desde a Pré-História, a moda já era importante – as
melhores roupas comprovavam a habilidade de caça dos homens que a vestiam. Milênios depois, os animais continuaram
aquecendo os incas, na América do Sul, que aprenderam a fazer lã com o pelo das lhamas.
Depois, surgiram as técnicas de tecer, que foram desenvolvidas no Neolítico, copiadas da produção de cestos. Por
volta de 5 mil a. C., teares rudimentares começaram a existir. No Egito antigo, fios de algodão, seda, lã e fibras viravam
tecidos, e, em 3 mil anos a. C., os chineses inventaram o tear de seda. Avanços importantes ocorreram na Antiguidade e
Idade Média, na Ásia e na Europa, mas a base operacional de fazer panos se manteve a mesma por muitos séculos. Nos
anos 1700, invenções inglesas, como a lançadeira, deixaram o trabalho da área têxtil menos manual e mais mecanizado.
Assim começava a Revolução Industrial, na qual as máquinas de fazer tecido tiveram um papel fundamental.

TEXTO 2 Guerra à gordura trans

Greice Rodrigues e Mônica Tarantino

Um movimento ruidoso mobiliza países do mundo inteiro em torno de um objetivo comum: eliminar da alimentação a
gordura trans, um dos mais poderosos inimigos da saúde já identificados. Conhecida também como gordura vegetal
hidrogenada, ela foi criada pela indústria para aumentar o prazo de validade dos alimentos e deixá-los mais saborosos,
crocantes e macios. Nos anos 80, quando o seu uso virou febre em biscoitos recheados, bolos, sorvetes, chocolates e
fast-food, imaginava-se que ela seria uma alternativa saudável às gorduras animais. Hoje, está provado rigorosamente o
contrário. A trans é infinitamente mais danosa do que as temidas gorduras vindas do bacon, da pele de frango, dos
queijos amarelos ou dos suculentos cortes de picanha e de carne de porco.
O que há de novo nessa batalha é a determinação de simplesmente banir a gordura trans da rotina das pessoas. Por
ordem e empenho pessoal do prefeito de Nova York, o empresário Michael Bloomberg, nenhum restaurante da cidade
poderá trazer sequer vestígios de trans em seus cardápios a partir de julho deste ano. “A medida se impõe porque as
doenças cardiovasculares são as principais causadoras de morte no mundo”, justifica o secretário de Saúde nova-
iorquino, Thomas Frieden. Na Austrália, um dos países pioneiros nessa frente de combate, campanhas e leis para
desestimular o consumo não são menos brandas. A Dinamarca não só proibiu o uso como julgou a trans uma substância
ilegal no país. Os produtos que ainda a contêm são identificados com uma constrangedora tarja negra no rótulo. A
mensagem é clara: quem quer comer que assuma o risco. Na Inglaterra, pressionado por autoridades e especialistas, um
consórcio de indústrias de alimentos anunciou dias atrás que irá reduzir drasticamente as porções de gordura trans em
seus produtos até o final deste ano. Também recentemente, o Canadá anunciou que está discutindo uma legislação nada
amena a respeito do problema.
O Brasil precisa voltar com mais rigor a esse front. A única legislação s
obre o assunto até agora determina que as empresas informem a quantidade de todos os componentes, inclusive da
gordura trans, nos rótulos dos produtos. O prazo para essa adequação esgotou-se em julho do ano passado, no entanto
até hoje é possível encontrar mercadorias nas gôndolas dos supermercados sem essas descrições. “A fiscalização
começará agora. As empresas que não estiverem de acordo com a lei serão multadas”, afirma Antônia Aquino, da Anvisa.
“O cidadão deve ficar atento e denunciar as empresas irregulares aos órgãos de defesa”, avisa Murilo Diversi, do
Instituto de Defesa do Consumidor. Associada ao desconhecimento, uma artimanha usada por muitos produtores induz
os consumidores ao erro. Muitas embalagens trazem mensagens gritantes do tipo “livre de gordura trans”. Entretanto,
quando o consumidor consulta a lista de ingredientes, verifica que há na composição uma certa quantidade de gordura
vegetal hidrogenada. É a mesma coisa. “E, infelizmente, a legislação dá brecha para isso”, explica a nutricionista Eliana
Gimenez, do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.

As questões de número 1 e 2 referem-se ao texto 1 (Adaptado de Aventuras na História, abr. 2011).

1. Identifique os sequenciadores utilizados pelo produtor do texto e classifique-os (se temporais, espaciais,
resumidor, demarcador etc.)

2. A elipse é um recurso coesivo por meio do qual omite-se um termo, uma expressão e até uma frase inteira.
Retire do texto um elemento que foi omitido e indique a linha em que a omissão ocorreu.

As questões de número 3, 4, 5, 6 e 7 referem-se ao texto 2 (Istoé, março 2006).

3. Os parágrafos do texto não se encontram atomizados. Além de não fugirem ao tema abordado, apresentam
progressão discursiva entre si e contêm elementos coesivos que os interligam. Identifique esses elementos.

4. Alguns conectores estão destacados no texto. Determine o tipo de segmento que articulam (se oração, período
ou unidades maiores) e a relação semântica que estabelecem.

5. Retire do texto os elementos coesivos utilizados para retomar o referente gordura trans.

6. Os referentes do pronome possessivo seus (l.11 e 18) são os mesmos? Justifique.

7. Identifique, no segundo e terceiros parágrafos, os elementos coesivos que retomam não apenas um termo
presente no primeiro, mas uma frase inteira.

8. Preencha as lacunas do texto reproduzido a seguir, empregando conectores que estabeleçam relações de
sentido coerentes entre as orações e/ou períodos. Para isso, selecione, no quadro abaixo, o conector adequado.

embora - no entanto – como – se – quando – tão...que – caso – quanto mais...mais – porque - a fim de que

"__________ o sujeito mal-encarado apareceu na minha frente, pensei na morte, isso __________ ele estava

armado. __________, ele apenas disse: Olha aqui, ô meu, __________ você gosta dessa sua vidinha de otário,

nem pense em abrir o bico. Faça tudo direitinho __________ eu mandar. Numa situação dessas, __________ eu
não fosse muito com a minha vidinha de otário, eu não estava nem pensando em respirar... O engraçado de tudo é
que não veio ordem nenhuma: eu e ele ficamos __________ mudos __________ a situação se tornou esquisita.

Isso durou uns dez minutos até que eu me resolvi. Como um completo ingênuo, eu disse muito cortesmente:

__________ o senhor não precise mais de mim, eu gostaria de ir embora __________ eu não me atrase ainda

mais. Sabe como são as pessoas:__________ a gente atrasa, __________ elas ficam furiosas ."

9. Reescreva os períodos a seguir, de modo a “sanar” o problema decorrente da ausência de paralelismo.


a) Não saí de casa por estar chovendo e porque era ponto facultativo.

b) Sua atitude foi aplaudida não só pelo povo mas também seus companheiros de farda lhe hipotecaram inteira
solidariedade.

c) Nosso destino depende em parte do determinismo e em parte obedecendo à nossa vontade.

10. Baseando-se no exemplo abaixo, utilize-se de conectores para articular as orações de cada bloco em um só
período. Atente para os ajustes (coesivos e morfossintáticos) necessários, bem como para a relação semântica
especificada em cada caso.

EXEMPLO:

a) Juscelino Kubitschek imprimiu no Brasil um clima de otimismo. (idéia principal)


b) Juscelino Kubitschek enfrentou várias crises em seu governo (adversidade/concessão em relação à a)
c) Juscelino Kubitschek imprimiu no Brasil um ritmo desenvolvimentista acelerado. (adição em relação à a)

ALGUMAS POSSIBILIDADES DE ARTICULAÇÃO DAS ORAÇÕES DO EXEMPLO:

1. Embora tenha enfrentado várias crises em seu governo, Juscelino Kubitschek imprimiu no Brasil um clima de
otimismo e um ritmo desenvolvimentista acelerado.
2. Juscelino Kubitschek não só imprimiu no Brasil um clima de otimismo mas também um ritmo desenvolvimentista
acelerado, apesar de ter enfrentado várias crises em seu governo.
3. Juscelino Kubitschek, mesmo tendo enfrentado várias crises em seu governo, imprimiu no Brasil um clima de
otimismo como também um ritmo desenvolvimentista acelerado.

BLOCO 1
a) O mundo enfrentará uma catástrofe ambiental. (principal)
b) O efeito estufa não foi controlado. (condicionalidade em relação à idéia principal)
c) Alguns cientistas prevêem uma catástrofe ambiental. (conformidade em relação à idéia principal)

BLOCO 2
a) As autoridades de Milão interromperam uma liquidação de mulheres provenientes da ex-União Soviética. (idéia
principal)
b) As autoridades de Milão tomaram conhecimento da liquidação de mulheres. (tempo em relação à idéia principal)
c) Muitos ricaços ligados ao poder público incentivaram a liquidação de mulheres. (adversidade/concessão em
relação à idéia principal)
d) Muitos ricaços queriam a renovação da oferta de prostitutas em bordéis de luxo. (causa em relação à idéia de
concessão)

BLOCO 3
a) Os gatos siameses eram considerados animais sagrados no Sião. (idéia principal)
b) Os gatos siameses nunca eram vendidos. (conclusão em relação à idéia principal)
c) Os gatos siameses eram presenteados. (oposição em relação à idéia de conclusão)

11. Sublinhe, no texto abaixo, os elementos linguísticos pertencentes ao mesmo campo lexical de
embalsamamento.

Como os faraós eram embalsamados?

Os antigos egípcios não tinham uma única fórmula para fazer múmias. "Havia vários procedimentos, que variavam de
acordo com a classe social da pessoa e seus costumes", afirma o egiptologista Arnaldo Brancaglion, do Museu de
Arqueologia e Etnologia (MAE), da USP. A técnica de umificação mais comum começava, antes de tudo, com a
retirada do cérebro, pelo nariz ou por uma abertura no crânio. Depois, era feito um corte na virilha esquerda, onde
o embalsamador enfiava a mão para retirar todos os órgãos. O coração raramente era extraído, mas, quando isso
acontecia, ele era substituído por um amuleto em forma de escaravelho. Os órgãos ficavam guardados em um vaso
chamado canopo, colocado perto da múmia. O corpo era, então, lavado com substâncias aromáticas, e seu interior,
forrado com sachês de sal grosso, para sugar toda a umidade. Após um mês com esses sachês, o corpo era lavado com
óleos e recheado. Faraós e pessoas ricas eram estofados com tecidos virgens. Já os pobres eram forrados com as
roupas que haviam usado em vida, terra ou serragem. Depois disso, a incisão era fechada com uma placa de ouro, para
evitar a invasão do corpo por maus espíritos. Durante cada uma dessas etapas da mumificação, eram lidas preces do
Livro dos Mortos, que ensinava como o ritual deveria ser feito. A seguir, o próximo passo era enfaixar o corpo, a
começar pelos dedos dos pés ou das mãos. (Adaptado de Superinteressante Especial, ago. 2001)

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