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Interciencia

ISSN: 0378-1844
ISSN: 2244-7776
interciencia@gmail.com
Asociación Interciencia
Venezuela

Silva Lamy, Gladstonny; Ferreira Alcoforado, Luciane; Celso


Longo, Orlando; Breviglieri Pereira de Castro, Eduardo
DESIGN INCLUSIVO EM CENTROS E MUSEUS DE CIÊNCIAS:
UM ESTUDO NO CAMPUS DA FIOCRUZ, RJ, BRASIL
Interciencia, vol. 44, núm. 11, 2019, Novembro, pp. 629-636
Asociación Interciencia
Venezuela

Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33962174004

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DESIGN INCLUSIVO EM CENTROS E MUSEUS DE
CIÊNCIAS: UM ESTUDO NO CAMPUS DA
FIOCRUZ, RJ, BRASIL
GLADSTONNY SILVA LAMY, LUCIANE FERREIRA ALCOFORADO,
ORLANDO CELSO LONGO E EDUARDO BREVIGLIERI PEREIRA
DE CASTRO

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a acessibilidade e usabili- Quanto ao uso, o índice de usabilidade foi de 76,09% e o ín-
dade em centros e museus de ciências, com foco no acervo ex- dice de interatividade atingiu 78,26% de domínio físico-motor,
positivo permanente do Parque da Ciência da Fundação Oswal- seguido de 68,42% de domínio sensorial e 63,64% de domínio
do Cruz, Fiocruz, RJ, Brasil. O método propõe a aplicação de cognitivo. Conclui-se que o instrumento de avaliação aplica-
um instrumento para verificar as condições de acessibilidade do viabilizou a construção do diagnóstico da acessibilidade e
e usabilidade considerando o percurso interno de acesso a o usabilidade das instalações de centros e museus de ciências,
Parque e o equipamento interativo ‘Espelhos Sonoros’. O ins- revelando as eventuais situações críticas, a partir do reconhe-
trumento de avaliação utilizado se organizou sob duas perspec- cimento das demandas da educação não formal na promoção
tivas complementares que abordou a mobilidade e o uso do am- de ambientes construídos inclusivos. Por fim, destaca-se como
biente construído. Os resultados obtidos demostraram que, em contribuição inovadora desse estudo, a elaboração do ‘índice
relação à mobilidade, o índice de acessibilidade foi de 52,63% de interatividade’, que reflete por meio de uma percepção ho-
e o índice de interatividade nos domínios físico-motor, sensorial lística o desempenho da interação pessoa-ambiente-ocupação
e cognitivo foram de 60,87; 42,11 e 30,00% respectivamente. dentro dos domínios: físico-motor, sensorial e cognitivo.

Introdução cada vez mais heterogêneo e exigente cidadãos, torna-se indispensável assegurar
(Santos, 2011). No entendimento de a acessibilidade física, de conteúdo e em
s museus devem facultar o Cardoso (2012), a diversidade desse públi- sistemas de informação e comunicação.
acesso regular ao público co desafia essas instituições e obriga esses Nesse sentido, Sarraf (2006) deixa claro
e fomentar a democratiza- lugares a constantes atualizações para cor- que os museus, para serem acessíveis, de-
ção da cultura, a promo- responderem às expectativas e demandas vem possuir serviços adequados que sejam
ção da pessoa e o desen- desses usuários. Assim, diante do pressu- alcançados, acionados, utilizados e viven-
volvimento da sociedade, apresentando-se posto do museu constituir um espaço ciados por qualquer pessoa, independente
como um espaço cultural para um público acessível, apto a acolher todos os da condição física ou comunicacional.

PALABRAS CLAVE / Acessibilidade / Centros e Museus de Ciências / Design Inclusivo / Interatividade / Usabilidade /
Recebido: 29/08/2019. Modificado: 19/11/2019. Aceito: 06/12/2019.

Gladstonny Silva Lamy (Autor de Correspondência). Mestre e doutorando em Engenharia


Civil, Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil. Endereço: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFF. Rua
Passo da Pátria, 156 Bloco D, Sala 360. São Domingos, Niterói-RJ, Brasil. CEP 24210-240. e-mail: tonnylamy@gmail.com.
Luciane Ferreira Alcoforado. Doutora em Engenharia Civil, UFF, Brasil. Professora, UFF,
Brasil. e-mail: lucienea@id.uff.br.
Orlando Celso Longo. Doutor em Engenharia de Transportes, Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Professor, UFF. e-mail: orlandolongo@gmail.com.
Eduardo Breviglieri Pereira de Castro. Doutor em Engenharia Mecânica, UFRJ, Brasil.
Professor, Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil. e-mail: eduardo.castro@ufjf.edu.br.

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No Brasil, os Centros e despertar a curiosidade dos visitantes de primordiais de acesso e uso do ambiente
Museus de Ciências (CMC) têm se firma- forma criativa por meio de uma ambiên- construído. Esses aspectos são consoantes
do como importantes espaços que objeti- cia lúdica de aprendizagem, estimulando com o design universal, que se concentra
vam estimular e exercitar o interesse pela a participação e interação dos usuários em promover soluções adequadas de ati-
ciência e tecnologia, sendo locais de com os acervos (Bonatto, 2006). Vale fri- vidade e participação para todos, inde-
aprendizagem não formal de imersão na sar que suas instalações expositivas per- pendentemente das habilidades e limi-
cultura científica ancorados na interativi- manentes possuem atributos peculiares tações individuais, tratando não apenas
dade: conjunto de ações recíprocas de in- aos equipamentos interativos, exibindo do acesso para alguns, mas também da
fluência mútua entre o usuário e o am- formas singulares com características es- usabilidade e inclusão para todos
biente (Padilla,2002). Nesses espaços, se- sencialmente atípicas não padronizadas. (Sanford, 2012). A própria norma NBR
gundo Chinelli et al. (2008), não existe a Visto que a natureza dos espaços públi- 9050:15 vem incorporar novas perspecti-
presença significativa de objetos museoló- cos pressupõe o livre acesso, torna-se im- vas de percepção do ambiente construído,
gicos, mas exibições e aparatos interativos prescindível assegurar para que sejam inclusive agrega valores em relação à
destinados a abordar temas científicos am- acessíveis e inclusivos, permitindo que qualidade da informação, sinalização e
plos, com a participação ativa do visitante. todas as pessoas, independentemente de comunicação. Essa norma enfatiza princi-
A interatividade se baseia em experimen- suas características físicas e habilidades, palmente a adoção de um design mais
tos que possibilitam múltiplas respostas e possam usufruir de seus benefícios centrado no ser humano e na sua diversi-
o confronto de situações, de modo a po- (Dorneles et al., 2013). dade com a recomendação do atendimen-
tencializar a reflexão dos visitantes em O design inclusivo é to aos princípios do desenho universal
propostas que sugerem o procedimento uma abordagem que honra a diversidade (ABNT, 2015).
cientifico. Assim, a educação não formal humana. “Confere a todos -desde a infân- Atualmente, não cabe
contribui para a produção do saber na me- cia até à velhice- o direito de usar todos mais legitimar a materialização de am-
dida em que aglutina ideias via compartil- os espaços, produtos e informação de um bientes construídos exclusivos. Afinal, re-
hamento de experiências, gera conheci- modo independente, inclusivo e igualitá- conhecer a diversidade humana exige
mento pela reflexão e confronta os saberes rio” (Ostroff, 2001). Story (2002), Newton uma transformação social pautada na
herdados e adquiridos (Gohn, 2014). (2008) e Ormerod (2011) concordam que noção da equidade e participação de to-
Conforme ressalta Cury existem pequenas diferenças conceituais e dos, visando à promoção da inclusão em
(2009), é possível distinguir os museus tra- culturais para os termos: ‘Design sentido lato. Assim, surge a demanda
dicionais dos CMC quanto às dinâmicas Inclusivo’ que é mais corrente no Reino pela consolidação de um design não se-
de atuação, enfatizando entre outros, os Unido, ‘Design Universal’ que é muito gregador, convergente para um pensamen-
métodos de formação do acervo e a políti- praticado no Japão e EUA, ‘Design For to holístico, crítico e criativo, que leva à
ca de preservação: os museus tradicionais All’ que é bastante popular na Europa, ruptura de valores com a desconstrução
adquirem seus acervos por meio de co- ‘Design Livre de Barreiras’ na Alemanha, de paradigmas ou dogmas, com o propó-
leções e executam a conservação preventi- ‘Design livre de obstáculos’ na Suíça, en- sito de construir ambientes que possam
va e restauração, enquanto os CMC produ- tre outros termos frequentes, como ser vivenciados por todos, com indepen-
zem seu próprio ‘acervo’ e realizam a re- ‘Design Transgeracional’, ‘Design para a dência e autonomia.
novação, manutenção e reposição. Vida’ e ‘Design Acessível’. Todavia, con- Frente ao exposto, o es-
Ademais, a autora declara que os acervos cluíram que, independente das distintas tudo adotou um instrumento de avaliação
dos CMC apresentam experimentos parti- conotações e aproximações, esses termos desenvolvido em tese de doutorado fun-
cipativos geralmente vinculados às estraté- agregam um propósito oculto, manifesto damentado em estudos de referência, es-
gias educacionais, e, em virtude da cons- pela mesma meta: criar um mundo que tabelecendo uma estreita conectividade
tante manipulação, fruto dessas atividades todos possam participar em sua plenitude. com as políticas de inclusão social com
interativas, exigem frequentes inter- Convém destacar que recorte na demanda da garantia do direto
venções, adaptações e substituições, carac- Iwarsson e Stahl (2003) conceituam aces- de acesso e a promoção da equidade.
terizando a ‘volatilidade’ desse acervo. sibilidade como o status da interação pes- Portanto, o objetivo foi avaliar a acessibi-
Nesse sentido, pode-se inferir que os CMC soa-ambiente, ou seja, expressa a relação lidade e usabilidade em Centros e
passam por um continuum de sucessivas entre a capacidade funcional da pessoa e Museus de Ciências, com foco no acervo
transformações na natureza da interação as demandas do ambiente físico, ao passo expositivo permanente do Parque da
pessoa-ambiente-ocupação (PAO), fatos su- que o conceito de usabilidade reflete o Ciência da Fundação Oswaldo Cruz,
gestivos à reinterpretação de espaços e re- status da interação PAO; isto é, expressa Fiocruz, RJ, Brasil, considerando a inte-
invenção de equipamentos, condições que a relação entre a capacidade funcional da ração PAO no contexto da educação cien-
também servem para revelar o comprome- pessoa, as demandas do ambiente físico e tífica, a fim de alcançar um diagnóstico
timento das instituições com a implemen- as atividades a serem realizada. Já contundente que possa subsidiar a análise
tação das políticas de inclusão social. Bittencourt et al. (2015) afirmam que a de ações resolutivas guiadas pelo recon-
O Museu da Vida, com- usabilidade está presente em todas as in- hecimento da diversidade humana na
ponente desse universo, dedica-se a inte- terações pessoa-objeto, reconhecendo que transformação do status quo do ambiente
gração entre ciência, cultura e sociedade, a experiência cultural e contextual do construído.
com o objetivo de informar e educar em usuário são fatores preponderantes para a
ciência, saúde e tecnologia, proporcionan- compreensão da relação PAO. Nessa pers- Material e Métodos
do à população a compreensão dos pro- pectiva, a usabilidade avalia como as pes-
cessos e dos progressos científicos e de soas utilizam as funções para atender Este é um estudo de ca-
seu impacto no cotidiano. Nesse contexto, suas necessidades e expectativas. ráter descritivo-exploratório com aborda-
o Parque da Ciência também adquire o Logo, percebe-se que os gem quali-quantitativa, centrado na per-
papel de promover a educação não formal conceitos de acessibilidade e usabilidade cepção das demandas que envolvem o
e se apresenta como um dos espaços de estabelecem uma estreita aproximação em campo da educação científica. O método
atendimento ao público que visa razão do comprometimento em ações propôs a aplicação de um instrumento

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para avaliar a acessibilidade e usabilidade composto pelas ‘Fichas Sintéticas:
em CMC, com o escopo de investigar as Mobilidade/Uso’ (Figuras 3 e 4 - repro-
efetivas demandas inclusivas voltadas às dução parcial com os primeiros e últimos
instalações atípicas da educação não for- quesitos) e ‘Fichas Analíticas:
mal, porém sem desprezar a averiguação Mobilidade/Uso’ (Figuras 5 e 6).
da inteligibilidade do instrumento. Recomendou-se também a utilização de
Nesse sentido, observa- materiais auxiliares essenciais na ocasião
se que o intuito desse estudo não foi rea- do preenchimento do instrumento de ava-
lizar uma validação estatística, mas sim liação, como aparelhos para mensuração
estabelecer um diagnóstico para a pro- e registros fotográficos. Diante disso, foi Figura 2. Espelhos Sonoros.
moção de ambientes construídos inclusi- disponibilizado durante o período de ava-
vos, aliado a análise da aplicabilidade do liação: uma trena metálica até 3m (mode-
instrumento, a partir da natureza dos diá- lo 43156/303), uma trena digital laser até
logos dos quesitos e do modelo de ava- 70m (modelo SW-P70), uma máquina fo- interativas, ocupando cerca de 2400m 2, e
liação orientada por checklist. Dessa for- tográfica digital (modelo Cyber-shot integra o conjunto de espaços que com-
ma, o processo de aplicação do instru- DSC-S730) e um inclinômetro digital põem o circuito de visitação do Museu
mento seguiu as etapas: i) levantamento - (modelo BRH SA-180). da Vida, que abrange ~25000m 2 e atua
delimitação do recorte de estudo com Na análise da aplicabili- como polo de lazer, cultura e educação
mapeamento local (Figura 1); ii) seleção - dade do instrumento houve a elaboração em Ciência e Saúde (Bonatto, 2002).
identificação dos elementos de avaliação de uma avaliação equivalente, que possi- O estudo definiu por
com apontamento do espaço/equipamento bilitou a construção das fichas sintéticas meio de critérios distintos os seguintes
(Figuras 1 e 2); iii) aplicação -realização e analíticas identificadas como ‘Resultado elementos do Campus Fiocruz a serem
prática da avaliação in loco com comen- Geral’. Essa conversão selecionou as res- avaliados, o espaço e o equipamento. O
tários de campo (Figuras 3 e 4); e iv) postas de maior incidência do grupo de primeiro, inerente à mobilidade, limitou-
diagnóstico -resultado via compilação dos avaliadores, considerando o status das se em estabelecer o menor deslocamento
dados obtidos em campo (Figuras 5 e 6). respostas ‘Sim’, ‘Não’ e ‘N/A’ (não se pedonal integrado a uma rota acessível
O instrumento de ava- aplica). E, atribuiu em caso de paridade, para acesso ao logradouro. O segundo,
liação foi aplicado com a colaboração de a resposta neutra ‘N/A’, procedimento que relacionado ao uso, considerou às insta-
um grupo de avaliadores composto por exclui o item do processamento das fór- lações permanentes da área externa do
oito profissionais com experiência em mulas ao gerar os índices da ficha sintéti- Parque, adotando uma escolha aleatória
ambientes construídos acessíveis, porém ca. Logo, as informações contempladas dentro do conjunto de componentes habi-
sem prévio conhecimento do instrumento por essas fichas refletem com imparciali- litados para análise.
proposto. A prática foi realizada indivi- dade os cenários e situações, tanto do es- Assim, o trajeto proposto
dualmente pelos avaliadores no Campus paço quanto do equipamento, ambos sub- encontra-se delimitado por um traçado que
Fiocruz de Manguinhos, RJ, preservando metidos à apreciação dos avaliadores. percorre os pontos numerados de 1 a 4
o caráter de sigilo das avaliações. Além conforme observado na Figura 1. A ava-
disso, adotou-se não diversificar espaço/ Objeto de estudo liação do percurso foi efetuada com a apli-
equipamento submetidos à análise, deter- cação da ‘ficha analítica mobilidade’
minando os mesmos elementos de apre- O Parque da Ciência (Figura 3), enquanto para a avaliação do
ciação para todos os avaliadores partíci- está localizado na Av. Brasil, n.º 4.365, equipamento interativo denominado
pes, condição que permitiu cotejar os re- no bairro de Manguinhos, dentro do cam- ‘Espelhos sonoros’ se utilizou a ‘ficha
sultados derivados da aplicação do instru- pus da Fiocruz, uma imensa área verde analítica uso’ (Figura 4). Esse equipamen-
mento de avaliação. em meio a uma região densamente habi- to possui duas conchas em formato para-
Assim, foi fornecida aos tada na zona norte da cidade do Rio de bólico que funcionam como espelhos que
avaliadores uma cópia do instrumento Janeiro. O parque abriga instalações refletem sons. Os pontos centrais, em que
a pessoa fala ou ouve, estão exatamente
nos focos das conchas parabólicas. Visto
que ambas as conchas se encontram alin-
hadas, o som emitido em um foco é refle-
tido e chega ao foco da outra concha, con-
forme indicado no esquema da Figura 2.

Instrumento de avaliação

O instrumento utilizado
se organizou sob duas perspectivas comple-
mentares, uma ‘Analítica’ (Figuras 3 e 4) e
outra ‘Sintética’ (Figuras 5 e 6). Ambas
abordar ama ‘Mobilidade’ e o ‘Uso’ do am-
biente construído, formando um conjunto
de quatro fichas que constitui o
‘Instrumento de Avaliação’. Esse último se
fundamentou em estudos consagrados
(Keates e Clarkson, 2003; OMS, 2004;
Clarkson et al., 2007; Story, 2011;
Figura 1. Mapa parcial do Campus Fiocruz Manguinhos, RJ. Dischinger et al., 2012; Sanford, 2012;

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o método de análise proposto por Bezerra
et al. (2006), também adotado como cri-
tério análogo para o ‘Índice de
Usabilidade’ (I.U.=Sim/(Sim+Não)), e atri-
buído como equação base para a elabo-
ração da fórmula original do ‘Índice de
Interatividade’ (I.I.=Sim(d)/(Sim(d)+Não(d))).
Logo, as variáveis ‘Sim’ e ‘Não’ indicam
as respectivas quantidades de respostas,
enquanto ‘(d)’ representa à correlação de
simultaneidade dessas respostas em re-
lação aos domínios M, S e C. Os resulta-
dos desses índices são expressos em por-
centagem com amplitude de 0 a 100%.
Quando o valor tender para ‘cem’ signifi-
ca alto status de conformidade do ele-
mento avaliado.
O campo ‘(In)conformi-
dade’, componente das fichas sintéticas
(Figuras 5 e 6), introduz outra inovação
ao apresentar a lista com todos os tópicos
Figura 3. Ficha analítica mobilidade. da ficha analítica, identificando grafica-
mente a quantidade de itens que se en-
contram em conformidade ou não confor-
midade por meio do número de células
exibidas, ou seja, cada célula simboliza
um quesito avaliado. Essa correspondên-
cia unívoca propicia uma fácil visuali-
zação das eventuais situações críticas.
Por tanto, as células são preenchidas na
cor cinza claro ou cinza escuro quando
houver uma situação de conformidade ou
de não conformidade respectivamente, e
para indicar uma situação na qual o item
não se aplica ao elemento em análise, a
célula não é preenchida, conservando-se
em branco.

Resultados e Discussão

O estudo realizado no
Campus Fiocruz Manguinhos, RJ, conside-
rou a análise das informações contempla-
das exclusivamente pelas fichas convencio-
nadas como ‘Resultado Geral’, as quais
reuniram o resultado da aplicação do ins-
trumento por todos os avaliadores partíci-
Figura 4: Ficha analítica uso.
pes. Em consequência, o dado ‘avaliador’
dos cabeçalhos de identificação das fichas
foi descrito como ‘Grupo de Avaliadores -
Resultado Geral’. Logo, o campo ‘registro
CEN/CENELEC, 2014; ABNT, 2015), os investigada. O status dessa averiguação iconográfico’, espaço reservado à inserção
quais contribuíram com considerações apro- assinalado pelas respostas ‘Sim’, ‘Não’ ou de imagens para composição do histórico
priadas dentro das respectivas disciplinas. ‘N/A’ forneceu subsídios para a parte sin- visual dos elementos avaliados, também
Destaca-se que grande parte desses estudos tética, a qual aglutinou de forma conden- apresentou os aspectos de maior relevância
apresentou relação com o design universal sada os resultados da avaliação para com- sob a ótica do grupo de avaliadores na
e incorporam a essência desse conceito, que posição do diagnóstico dos elementos ana- ocasião da análise in loco.
segundo Imrie (2012) se tornou ortodoxia lisados. A novidade foi associação dos do- Vale reforçar que a ficha
de melhores práticas em design. mínios físico-motor (M), sensorial (S) e ‘mobilidade’ retrata a avaliação do traje-
Acrescenta-se que a par- cognitivo (C) para atribuir o vínculo entre to que conduz o visitante até o Parque
te analítica seguiu os preceitos das listas quesito-domínio-resposta, contemplados na da Ciência, à medida que a ficha ‘uso’
de verificação (Figuras 3 e 4), sendo cons- coluna ‘domínio’ das fichas analíticas reflete a avaliação do equipamento
tituída por quesitos predefinidos derivados (Figuras 3 e 4). Espelhos Sonoros. Assim, no intuito de
dos estudos já referenciados, estabelecendo O sistema de mensu- expor de forma categórica e objetiva o
um vínculo de reciprocidade quesito-res- ração definido para o ‘Índice de resultado da avaliação, segue a apresen-
posta sobre determinada temática a ser Acessibilidade’ (I.A.=Sim/(Sim+Não)) foi tação das fichas sintéticas na sequência

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parte, esses dados refletem os problemas
de percepção e orientação espacial exis-
tentes no percurso.
Em relação as (in)con-
formidades de mobilidade mapeadas, po-
de-se observar que nos tópicos calçada,
acesso de veículos, circulação horizontal,
informação e sinalização, os problemas
materializados no ambiente pelo não
atendimento aos quesitos essenciais de
acessibilidade superaram os aspectos ava-
liados positivamente indicando que no
trajeto avaliado existem situações que
configuram barreiras para o público
usuário.

Ficha sintética uso

O acesso principal ao
Parque da Ciência exibe a temática de
suas instalações: energia, comunicação e
organização da vida que se encontra dis-
tribuída por seus diversos aparatos intera-
tivos. O tema ‘comunicação’, abordado
pelo aparato interativo Espelhos Sonoros,
requer concentração para perceber e dis-
tinguir a fala, visando estabelecer uma
conversação entre os usuários. E, embora
as dimensões desse aparato sejam sufi-
cientes para aproximação e acolhimento
de cadeirantes, ressalta-se que o alcance
do ponto focal a uma altura fixa de
120cm exige da pessoa a habilidade de
ajustar-se ao equipamento e não o contrá-
rio, condição que compromete a postura
neutra dos usuários.
Nesse contexto, a ficha
sintética de uso (Figura 6) apontou que o
equipamento Espelhos Sonoros apresen-
tou um índice de usabilidade de 76,09%,
evidenciando um elevado reconhecimento
das demandas dos usuários no desempe-
nho da atividade.
O índice de interativida-
de atingiu 78,26% no domínio físico-mo-
Figura 5. Ficha sintética mobilidade.
tor seguido de 68,42% para o sensorial e
63,64% para o cognitivo. Isso indica que
o equipamento possui significativo poten-
cial de interação PAO no tocante à capa-
mobilidade e uso, com os exemplos que de dispositivo de emergência instalado cidade físico-motora, ou seja, exige baixo
foram destaques na aplicação do em sanitário acessível. esforço físico e pouca coordenação moto-
instrumento. Nesse sentido, a ficha ra do usuário.
sintética mobilidade (Figura 5) apresentou O mapeamento das (in)
Ficha sintética mobilidade um índice de acessibilidade de 52,63%, conformidades de uso determinou os tó-
indicando que no espaço avaliado, embo- picos postura, desempenho, audição, co-
A rota acessível apresen- ra pouco mais da metade de sua poten- nhecimento e comunicação como os pon-
tou inconformidades que influ-enciaram cialidade tenha sido alcançada, ainda tos suscetíveis a atuação prospectiva a
no resultado da avaliação, como a ausên- existe a possibilidade de ampliar signifi- fim de estabelecer melhorias para o equi-
cia de sinalização tátil e visual de alerta cativamente as condições de acessibilida- pamento, visando a eliminação das bar-
e direcional no piso, inclusive a inexis- de do ambiente. reiras visíveis e invisíveis do ambiente
tência de área de descanso em longos No caso do índice de in- construído.
percursos; faixa de circulação de pedes- teratividade, o domínio físico-motor com Conforme os pressupos-
tres com inclinações longitudinais inade- 60,87% obteve melhor aproveitamento, tos metodológicos deste estudo, o empre-
quadas; estacionamento com ausência de concentrando-se as maiores dificuldades go das fichas ‘mobilidade’ e ‘uso’ visou
sinalização vertical, horizontal e vagas da interação PAO nos domínios cognitivo além da construção de um diagnóstico
reservadas a pessoas idosas; e ausência (42,11%) e sensorial (30,00%). Em grande dos elementos avaliados, estabelecer

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interatividade e a exposição das (in)con-
formidades. A inserção desses elementos
otimizou o processo de detecção das vul-
nerabilidades na interação PAO e forne-
ceu informações adicionais que contribuí-
ram positivamente para a interpretação
dos resultados e composição do
diagnóstico.
Em geral, as avaliações
do ambiente construído visam subsidiar a
elaboração de proposições objetivas para
a tomada de decisões estratégicas. Enfim,
o conjunto das informações reunidas pelo
instrumento de avaliação proposto permi-
tiu a introdução de novos critérios na
construção de um diagnóstico, centrado
na interação PAO para a promoção e ade-
quação das estratégias de aprimoramento
dos CMC.

Conclusão

O estudo avaliou as con-


dições de acessibilidade e usabilidade das
instalações de CMC, revelando as even-
tuais situações críticas por meio de uma
perspectiva holística, que permitiu estabe-
lecer um diagnóstico mais abrangente do
ambiente construído. O instrumento apli-
cado não se restringiu ao conteúdo de
normas e leis, mas também visou apre-
sentar informações essenciais no contexto
do design inclusivo para assegurar maior
participação e autonomia aos usuários de
espaços públicos.
Essa pesquisa represen-
tou um avanço para preencher a atual la-
cuna de instrumentos direcionados às
avaliações de ambientes construídos an-
corados na interatividade destinados à
popularização da cultura científica. Além
disso, constata-se que o instrumento de
avaliação proposto apresentou novos cri-
térios de análise das demandas inclusivas
da educação não formal a partir do re-
Figura 6. Ficha sintética uso.
conhecimento da diversidade humana,
consolidando a aproximação das popu-
lações da América Latina e do Caribe
com a ciência e tecnologia.
também uma análise crítica da aplicabili- instrumento de avaliação adotou uma Por fim, os resultados
dade do instrumento desenvolvido no abordagem menos intrincada e, concisa, desse estudo contribuem para a evolução
contexto pleno do ambiente construído. ponderando os critérios indispensáveis à do conhecimento no campo da educação
Portanto, em relação ao sua composição e imprescindíveis à análi- científica, promovendo a materialização
modelo do instrumento, os avaliadores se do ambiente construído. de espaços e equipamentos inclusivos, os
manifestaram unânime familiaridade com Percebe-se que o instru- quais podem ser acessados e vivenciados
as avaliações orientadas por checklists, mento proposto apresentou uma diagra- por todos. E, na expectativa de superar os
denotando que a formatação definida mação não convencional, contemplando desafios da equidade social, recomenda-
para a elaboração do instrumento, além uma abordagem gráfica de fácil visuali- se o recorrente aprofundamento de pes-
de ser amplamente difundida, transmitiu zação que incorporou as potencialidades quisas com ênfase na melhoria da quali-
maior confiabilidade à prática. Ademais, e limites da interação PAO desmembra- dade do ambiente construído.
quanto à linguagem textual das fichas das nos domínios M, S e C. Nesse senti-
analíticas, ressalta-se que o vocabulário do, o novo modelo de instrumento dispôs AGRADECIMENTOS
do instrumento de avaliação apresentou como elementos essenciais para avaliação
termos e jargões habituais da área técni- do ambiente construído, além da apresen- Os autores agradecem à
ca, evitando o emprego de arcaísmos. tação dos índices de acessibilidade e usa- Fiocruz, especialmente à Casa de
Dessa forma, observa-se que o bilidade, a implementação do índice de Oswaldo Cruz, pelo inestimável apoio

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para o desenvolvimento dessa pesquisa, e Acessibilidade em Ambientes Culturais. Keates S, Clarkson PJ (2003) Countering design
expressam reconhecimento à abnegada Marca Visual. Porto Alegre, Brasil. pp. exclusion: bridging the gap between usabili-
38-59. ty and accessibility. Univ. Access Inf. Soc. 2:
contribuição do grupo de profissionais na 215-225.
etapa de aplicação do Instrumento de CEN-CENELEC (2014) Guide For Addressing
Accessibility In Standards. European Newton R (2008) What is Inclusive Design?
Avaliação no Campus Fiocruz Committee for Standardization and Green Places. September. p. 25.
Manguinhos/RJ. European Committee for Electrotechnical
OMS (2004) Classificação Internacional de
Standardization. CEN-CENELEC Guide
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.
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Trad./Revis. Leitão A. Organização Mundial
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NOVEMBER 2019 • VOL. 44 Nº 11 635


INCLUSIVE DESIGN IN SCIENCE CENTERS AND MUSEUMS: A STUDY IN THE FIOCRUZ CAMPUS, RJ, BRAZIL
Gladstonny Silva Lamy, Luciane Ferreira Alcoforado, Orlando Celso Longo and Eduardo Breviglieri Pereira de Castro
SUMMARY

The aim of this study was to assess usability and accessibi- usability index was 76.09% and the interactivity index reached
lity in science centers and museums, focusing on the perma- 78.26% of the physical-motor domain, followed by 68.42% of
nent exhibition collection of the Science Park of the Oswaldo the sensory domain and 63.64% of the cognitive domain. Thus,
Cruz Foundation, Fiocruz, RJ, Brazil. The method proposes the it is concluded that the applied assessment instrument made it
application of an instrument to verify the conditions of accessi- possible to draft the diagnosis of accessibility and usability of
bility and usability, considering, the internal access path to the facilities in science centers and museums, revealing the possible
park and the interactive equipment called ‘Sound Mirrors’. The critical situations, from the recognition of the demands of non-
assessment instrument used was organized under two comple- formal education in the promotion of inclusive built environ-
mentary perspectives that addressed mobility and the use of the ments. Finally, the innovative contribution of this study stands
built environment. The results showed that in relation to mobi- out as the elaboration of the ‘interactivity index’, which stems
lity, the accessibility index was 52.63% and the interactivity in- from a holistic perception the performance of the person-envi-
dex in the physical-motor, sensory and cognitive domains were ronment-occupation interaction within the physical-motor, sen-
60.87%, 42.11 and 30.00%, respectively. Regarding use, the sory and cognitive domains.

DISEÑO INCLUSIVO EN CENTROS DE CIENCIA Y MUSEOS: UN ESTUDIO EN EL CAMPUS FIOCRUZ, RJ,


BRASIL
Gladstonny Silva Lamy, Luciane Ferreira Alcoforado, Orlando Celso Longo y Eduardo Breviglieri Pereira de Castro
RESUMEN

El objetivo de este estudio fue evaluar la accesibilidad y la de usabilidad fue de 76,09% y el índice de interactividad al-
usabilidad de los centros de ciencias y museos, centrándose en canzó el 78,26% de dominio físico-motor, seguido por 68,42%
la colección de exhibición permanente del Parque de las Cien- de dominio sensorial y 63,64% de dominio cognitivo. Así, se
cias de la Fundación Oswaldo Cruz, Fiocruz, RJ, Brasil. El concluye que el instrumento de evaluación aplicado posibilitó
método propone la aplicación de un instrumento para verificar la construcción del diagnóstico de accesibilidad y usabilidad
las condiciones de accesibilidad y usabilidad considerando la de las instalaciones de los centros de ciencia y museos, reve-
ruta de acceso interno al parque y el equipo interactivo cono- lando las posibles situaciones críticas, desde el reconocimien-
cido como ‘Espejos de Sonido’. El instrumento de evaluación to de las demandas de la educación no formal en la promoci-
utilizado se organizó según las perspectivas complementarias ón de entornos construidos inclusivos. Finalmente, se destaca
que abordaron la movilidad y el uso del entorno construido. como contribución innovadora del estudio la elaboración del
Los resultados mostraron que, en relación con la movilidad, el ‘índice de interactividad’ que refleja, a través de una percep-
índice de accesibilidad fue 52,63% y el índice de interactividad ción holística, el desempeño de la interacción persona-ambien-
en los dominios físico-motor, sensorial y cognitivo fue 60,87; te-ocupación dentro de los dominios físico-motor, sensorial y
42,11 y 30,00%, respectivamente. En cuanto al uso, el índice cognitivo.

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