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ISSN: 0378-1844
ISSN: 2244-7776
interciencia@gmail.com
Asociación Interciencia
Venezuela
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a acessibilidade e usabili- Quanto ao uso, o índice de usabilidade foi de 76,09% e o ín-
dade em centros e museus de ciências, com foco no acervo ex- dice de interatividade atingiu 78,26% de domínio físico-motor,
positivo permanente do Parque da Ciência da Fundação Oswal- seguido de 68,42% de domínio sensorial e 63,64% de domínio
do Cruz, Fiocruz, RJ, Brasil. O método propõe a aplicação de cognitivo. Conclui-se que o instrumento de avaliação aplica-
um instrumento para verificar as condições de acessibilidade do viabilizou a construção do diagnóstico da acessibilidade e
e usabilidade considerando o percurso interno de acesso a o usabilidade das instalações de centros e museus de ciências,
Parque e o equipamento interativo ‘Espelhos Sonoros’. O ins- revelando as eventuais situações críticas, a partir do reconhe-
trumento de avaliação utilizado se organizou sob duas perspec- cimento das demandas da educação não formal na promoção
tivas complementares que abordou a mobilidade e o uso do am- de ambientes construídos inclusivos. Por fim, destaca-se como
biente construído. Os resultados obtidos demostraram que, em contribuição inovadora desse estudo, a elaboração do ‘índice
relação à mobilidade, o índice de acessibilidade foi de 52,63% de interatividade’, que reflete por meio de uma percepção ho-
e o índice de interatividade nos domínios físico-motor, sensorial lística o desempenho da interação pessoa-ambiente-ocupação
e cognitivo foram de 60,87; 42,11 e 30,00% respectivamente. dentro dos domínios: físico-motor, sensorial e cognitivo.
Introdução cada vez mais heterogêneo e exigente cidadãos, torna-se indispensável assegurar
(Santos, 2011). No entendimento de a acessibilidade física, de conteúdo e em
s museus devem facultar o Cardoso (2012), a diversidade desse públi- sistemas de informação e comunicação.
acesso regular ao público co desafia essas instituições e obriga esses Nesse sentido, Sarraf (2006) deixa claro
e fomentar a democratiza- lugares a constantes atualizações para cor- que os museus, para serem acessíveis, de-
ção da cultura, a promo- responderem às expectativas e demandas vem possuir serviços adequados que sejam
ção da pessoa e o desen- desses usuários. Assim, diante do pressu- alcançados, acionados, utilizados e viven-
volvimento da sociedade, apresentando-se posto do museu constituir um espaço ciados por qualquer pessoa, independente
como um espaço cultural para um público acessível, apto a acolher todos os da condição física ou comunicacional.
PALABRAS CLAVE / Acessibilidade / Centros e Museus de Ciências / Design Inclusivo / Interatividade / Usabilidade /
Recebido: 29/08/2019. Modificado: 19/11/2019. Aceito: 06/12/2019.
Instrumento de avaliação
O instrumento utilizado
se organizou sob duas perspectivas comple-
mentares, uma ‘Analítica’ (Figuras 3 e 4) e
outra ‘Sintética’ (Figuras 5 e 6). Ambas
abordar ama ‘Mobilidade’ e o ‘Uso’ do am-
biente construído, formando um conjunto
de quatro fichas que constitui o
‘Instrumento de Avaliação’. Esse último se
fundamentou em estudos consagrados
(Keates e Clarkson, 2003; OMS, 2004;
Clarkson et al., 2007; Story, 2011;
Figura 1. Mapa parcial do Campus Fiocruz Manguinhos, RJ. Dischinger et al., 2012; Sanford, 2012;
Resultados e Discussão
O estudo realizado no
Campus Fiocruz Manguinhos, RJ, conside-
rou a análise das informações contempla-
das exclusivamente pelas fichas convencio-
nadas como ‘Resultado Geral’, as quais
reuniram o resultado da aplicação do ins-
trumento por todos os avaliadores partíci-
Figura 4: Ficha analítica uso.
pes. Em consequência, o dado ‘avaliador’
dos cabeçalhos de identificação das fichas
foi descrito como ‘Grupo de Avaliadores -
Resultado Geral’. Logo, o campo ‘registro
CEN/CENELEC, 2014; ABNT, 2015), os investigada. O status dessa averiguação iconográfico’, espaço reservado à inserção
quais contribuíram com considerações apro- assinalado pelas respostas ‘Sim’, ‘Não’ ou de imagens para composição do histórico
priadas dentro das respectivas disciplinas. ‘N/A’ forneceu subsídios para a parte sin- visual dos elementos avaliados, também
Destaca-se que grande parte desses estudos tética, a qual aglutinou de forma conden- apresentou os aspectos de maior relevância
apresentou relação com o design universal sada os resultados da avaliação para com- sob a ótica do grupo de avaliadores na
e incorporam a essência desse conceito, que posição do diagnóstico dos elementos ana- ocasião da análise in loco.
segundo Imrie (2012) se tornou ortodoxia lisados. A novidade foi associação dos do- Vale reforçar que a ficha
de melhores práticas em design. mínios físico-motor (M), sensorial (S) e ‘mobilidade’ retrata a avaliação do traje-
Acrescenta-se que a par- cognitivo (C) para atribuir o vínculo entre to que conduz o visitante até o Parque
te analítica seguiu os preceitos das listas quesito-domínio-resposta, contemplados na da Ciência, à medida que a ficha ‘uso’
de verificação (Figuras 3 e 4), sendo cons- coluna ‘domínio’ das fichas analíticas reflete a avaliação do equipamento
tituída por quesitos predefinidos derivados (Figuras 3 e 4). Espelhos Sonoros. Assim, no intuito de
dos estudos já referenciados, estabelecendo O sistema de mensu- expor de forma categórica e objetiva o
um vínculo de reciprocidade quesito-res- ração definido para o ‘Índice de resultado da avaliação, segue a apresen-
posta sobre determinada temática a ser Acessibilidade’ (I.A.=Sim/(Sim+Não)) foi tação das fichas sintéticas na sequência
O acesso principal ao
Parque da Ciência exibe a temática de
suas instalações: energia, comunicação e
organização da vida que se encontra dis-
tribuída por seus diversos aparatos intera-
tivos. O tema ‘comunicação’, abordado
pelo aparato interativo Espelhos Sonoros,
requer concentração para perceber e dis-
tinguir a fala, visando estabelecer uma
conversação entre os usuários. E, embora
as dimensões desse aparato sejam sufi-
cientes para aproximação e acolhimento
de cadeirantes, ressalta-se que o alcance
do ponto focal a uma altura fixa de
120cm exige da pessoa a habilidade de
ajustar-se ao equipamento e não o contrá-
rio, condição que compromete a postura
neutra dos usuários.
Nesse contexto, a ficha
sintética de uso (Figura 6) apontou que o
equipamento Espelhos Sonoros apresen-
tou um índice de usabilidade de 76,09%,
evidenciando um elevado reconhecimento
das demandas dos usuários no desempe-
nho da atividade.
O índice de interativida-
de atingiu 78,26% no domínio físico-mo-
Figura 5. Ficha sintética mobilidade.
tor seguido de 68,42% para o sensorial e
63,64% para o cognitivo. Isso indica que
o equipamento possui significativo poten-
cial de interação PAO no tocante à capa-
mobilidade e uso, com os exemplos que de dispositivo de emergência instalado cidade físico-motora, ou seja, exige baixo
foram destaques na aplicação do em sanitário acessível. esforço físico e pouca coordenação moto-
instrumento. Nesse sentido, a ficha ra do usuário.
sintética mobilidade (Figura 5) apresentou O mapeamento das (in)
Ficha sintética mobilidade um índice de acessibilidade de 52,63%, conformidades de uso determinou os tó-
indicando que no espaço avaliado, embo- picos postura, desempenho, audição, co-
A rota acessível apresen- ra pouco mais da metade de sua poten- nhecimento e comunicação como os pon-
tou inconformidades que influ-enciaram cialidade tenha sido alcançada, ainda tos suscetíveis a atuação prospectiva a
no resultado da avaliação, como a ausên- existe a possibilidade de ampliar signifi- fim de estabelecer melhorias para o equi-
cia de sinalização tátil e visual de alerta cativamente as condições de acessibilida- pamento, visando a eliminação das bar-
e direcional no piso, inclusive a inexis- de do ambiente. reiras visíveis e invisíveis do ambiente
tência de área de descanso em longos No caso do índice de in- construído.
percursos; faixa de circulação de pedes- teratividade, o domínio físico-motor com Conforme os pressupos-
tres com inclinações longitudinais inade- 60,87% obteve melhor aproveitamento, tos metodológicos deste estudo, o empre-
quadas; estacionamento com ausência de concentrando-se as maiores dificuldades go das fichas ‘mobilidade’ e ‘uso’ visou
sinalização vertical, horizontal e vagas da interação PAO nos domínios cognitivo além da construção de um diagnóstico
reservadas a pessoas idosas; e ausência (42,11%) e sensorial (30,00%). Em grande dos elementos avaliados, estabelecer
Conclusão
The aim of this study was to assess usability and accessibi- usability index was 76.09% and the interactivity index reached
lity in science centers and museums, focusing on the perma- 78.26% of the physical-motor domain, followed by 68.42% of
nent exhibition collection of the Science Park of the Oswaldo the sensory domain and 63.64% of the cognitive domain. Thus,
Cruz Foundation, Fiocruz, RJ, Brazil. The method proposes the it is concluded that the applied assessment instrument made it
application of an instrument to verify the conditions of accessi- possible to draft the diagnosis of accessibility and usability of
bility and usability, considering, the internal access path to the facilities in science centers and museums, revealing the possible
park and the interactive equipment called ‘Sound Mirrors’. The critical situations, from the recognition of the demands of non-
assessment instrument used was organized under two comple- formal education in the promotion of inclusive built environ-
mentary perspectives that addressed mobility and the use of the ments. Finally, the innovative contribution of this study stands
built environment. The results showed that in relation to mobi- out as the elaboration of the ‘interactivity index’, which stems
lity, the accessibility index was 52.63% and the interactivity in- from a holistic perception the performance of the person-envi-
dex in the physical-motor, sensory and cognitive domains were ronment-occupation interaction within the physical-motor, sen-
60.87%, 42.11 and 30.00%, respectively. Regarding use, the sory and cognitive domains.
El objetivo de este estudio fue evaluar la accesibilidad y la de usabilidad fue de 76,09% y el índice de interactividad al-
usabilidad de los centros de ciencias y museos, centrándose en canzó el 78,26% de dominio físico-motor, seguido por 68,42%
la colección de exhibición permanente del Parque de las Cien- de dominio sensorial y 63,64% de dominio cognitivo. Así, se
cias de la Fundación Oswaldo Cruz, Fiocruz, RJ, Brasil. El concluye que el instrumento de evaluación aplicado posibilitó
método propone la aplicación de un instrumento para verificar la construcción del diagnóstico de accesibilidad y usabilidad
las condiciones de accesibilidad y usabilidad considerando la de las instalaciones de los centros de ciencia y museos, reve-
ruta de acceso interno al parque y el equipo interactivo cono- lando las posibles situaciones críticas, desde el reconocimien-
cido como ‘Espejos de Sonido’. El instrumento de evaluación to de las demandas de la educación no formal en la promoci-
utilizado se organizó según las perspectivas complementarias ón de entornos construidos inclusivos. Finalmente, se destaca
que abordaron la movilidad y el uso del entorno construido. como contribución innovadora del estudio la elaboración del
Los resultados mostraron que, en relación con la movilidad, el ‘índice de interactividad’ que refleja, a través de una percep-
índice de accesibilidad fue 52,63% y el índice de interactividad ción holística, el desempeño de la interacción persona-ambien-
en los dominios físico-motor, sensorial y cognitivo fue 60,87; te-ocupación dentro de los dominios físico-motor, sensorial y
42,11 y 30,00%, respectivamente. En cuanto al uso, el índice cognitivo.