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Universidade Federal Fluminense

Depto. de Eng. Agrícola e Meio Ambiente

HIDRÁULICA

Aula 10 – Escoamento variado em Canais

Prof.: Gabriel Nascimento


ENERGIA EM CANAIS
Sumário:
• Introdução:
• Tipos de escoamento
• Declividade crítica
• Condição de contorno dominante
• Perfil em regime variado
• Classificações de declividade e altura
• Esboço de perfil
• Cálculo pelo step method
• Ondas de translação
HIDRÁULICA
AULA 10 – ESCOAMENTO VARIADO

• Introdução
TIPOS DE ESCOAMENTO

Uniforme N.A.
N.A. paralelo
ao fundo fundo
Permanente
Não varia no
Gradualmente
tempo
Conduto
livre

Transiente Variado
Bruscamente
Varia no Ângulo entre
tempo N.A. e fundo
DECLIVIDADE CRÍTICA

1
2 3
𝑞
𝑦𝑐 =
𝑦 = 𝑦𝑐 𝑔
Canal retangular

𝑉
𝐹𝑟 = =1
𝑔𝐻𝑚 2 4 Τ3
𝑛𝑄 2𝑦𝑐 + 𝑏
𝐼𝑐 = 𝐼𝑐 = 𝑛2 𝑔𝑦𝑐
2/3
𝐴𝑐 𝑅ℎ𝑐 𝑦𝑐 𝑏
CONDIÇÃO DE CONTORNO DOMINANTE

Escoamento uniforme

Supecrítico
𝐹𝑟 > 1
𝑉 > 𝑉𝑐
Influenciado
𝑦 < 𝑦𝑐 pela montante

Subcrítico
Influenciado
𝐹𝑟 < 1 pela jusante

𝑉 < 𝑉𝑐
𝑦 > 𝑦𝑐
HIDRÁULICA
AULA 10 – ESCOAMENTO VARIADO

• Perfil em regime variado


• esboço do perfil
CLASSIFICAÇÕES DE DECLIVIDADE E ALTURA

Declividade
Fraca (M) Forte (S) Crítica (C) Horizontal (H) Aclive (A)
𝑦𝑛 → ∞
Região (altura)

1 1 𝑦𝑛 → ∞
1

2 2
2
2
3 𝑦𝑐
3 3 3
3

𝐼0 = 0

1 𝑦 > 𝑦𝑛 𝑒 𝑦 > 𝑦𝑐 → 𝑠𝑢𝑏𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜


2 𝑦 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑦𝑛 𝑒 𝑦𝑐 → 𝑠𝑢𝑏𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑦𝑛 > 𝑦𝑐 𝑜𝑢 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 (𝑦𝑛 < 𝑦𝑐 )
3 𝑦 < 𝑦𝑛 𝑒 𝑦 < 𝑦𝑐 → 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
CLASSIFICAÇÕES DE DECLIVIDADE E ALTURA
(subcrítica) (supercrítica)

1 2 3
Declividade fraca (M)

(subcrítica)
(𝐼𝑜 < 𝐼𝑐 )
Declividade forte (S)

(supercrítica)
(𝐼𝑜 > 𝐼𝑐 )

(CHADWICK, 2017)
ESBOÇO DE PERFIL
Ex.: A figura abaixo mostra um canal aberto com um trecho com declividade fraca (até C) e outro com
declividade forte (após C).
A altura normal e crítica também são representadas. Há uma comporta parcialmente fechada em B.
Faça um esboço no perfil d’água nos trechos , e . onsidere que o trecho é suficientemente
longo para que o regime volte a ser uniforme.
ESBOÇO DE PERFIL
Ex.: A figura abaixo mostra um canal aberto com um trecho com declividade fraca (até C) e outro com
declividade forte (após C).
A altura normal e crítica também são representadas. Há uma comporta parcialmente fechada em B.
Faça um esboço no perfil d’água nos trechos , e . onsidere que o trecho é suficientemente
longo para que o regime volte a ser uniforme.

M1
M2
M3 S2

A B C D
ESBOÇO DE PERFIL
Ex.: A figura abaixo mostra um canal aberto com um trecho com declividade fraca (até C) e outro com
declividade forte (após C).
A altura normal e crítica também são representadas. Há uma comporta parcialmente fechada em B.
Faça um esboço no perfil d’água nos trechos , e . onsidere que o trecho é suficiente logo para
que o regime volte a ser uniforme.

M1
M2
M3 S2

A B C D
HIDRÁULICA
AULA 10 – ESCOAMENTO VARIADO

• Perfil em regime variado


• Cálculo do perfil (step method)
CÁLCULO DO PERFIL – STEP METHOD
−𝐼𝑓 −𝐼0
𝑑𝐸 ฑ𝑑𝐻 ฐ𝑑𝑧 𝑑𝐸
𝐸 =𝐻−𝑧 → = − → 𝑑𝑥 =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝐼0 − 𝐼𝑓
onde:
• Δ𝑥 é a distância entre duas seções (1 e 2)
• 𝐸1 e 𝐸2 são as energias específicas em 1 e 2,
Δ𝐸 𝐸2 − 𝐸1 respectivamente
→ Δ𝑥 ≅ → Δ𝑥 ≅ • 𝐼0 é a declividade de fundo entre 1 e 2
𝐼0 − 𝐼𝑓ҧ 𝐼0 − 𝐼𝑓ҧ
• 𝐼𝑓ҧ é a declividade da energia média entre 1 e 2

𝐻
Para canal retangular:
𝑑𝐻 𝑞2
𝐼𝑓 = − 𝐸𝑖 = 𝑦𝑖 +
2𝑔𝑦𝑖2
𝑉2 𝑑𝑥
4/3
2𝑔 𝑏 + 2𝑦ത
𝐼𝑓ҧ = 𝑛2 𝑞 2
V 𝑦ത 5/2 𝑏
𝑬 𝑑(𝑦 + 𝑧)
𝐼𝑎 = −
𝑦 𝑑𝑥

𝑧
𝑑𝑧
𝐼0 = −
𝑑𝑥
CÁLCULO DO PERFIL – STEP METHOD
• Exemplo: Um canal retangular tem rugosidade 𝑛 = 0,025, declividade de fundo de 3 m/km e
largura de fundo de 2,5 m. Se uma barragem provoca elevação da altura d’água para 1,50 m,
calcule o perfil e extensão do remanso, adotando uma precisão de 0,10 m do incremento da altura.
𝑦 = 1,50 m Comporta
𝑛 = 0,025 2.0
𝐼0 = 0,003 m/m 𝑦𝑛 = 0,96 m (uniforme – Aula 8) 1.8
1.6
𝑄 = 3,5 m³/s 𝑞 = 𝑄 Τ𝑏 = 1,4

Altura d'água (m)


1.4
𝑏 = 2,5 m 1.2
1.0
y E dE y_med If dx x 𝐸2 − 𝐸1 Δ𝐸 0.8
Δ𝑥 = = 0.6
(m) (m) (m) (m) (m/m) (m) (m) 𝐼0 − 𝐼𝑓ҧ 𝐼0 − 𝐼𝑓ҧ 0.4 𝑦𝑛
1.50 1.544 0.00
-0.093 1.45 0.000991 -46.29 0.2
1.40 1.451 -46.29 𝑞2 0.0
-0.092 1.35 0.001196 -51.00 𝐸𝑖 = 𝑦𝑖 + -600 -500 -400 -300 -200 -100 0
1.30 1.359 -97.29
2𝑔𝑦𝑖2 Posição x a partir da comporta (m)
-0.090 1.25 0.001467 -58.71
4/3
1.20 1.269 -156.00 𝑏 + 2𝑦ത
-0.086 1.15 0.001835 -73.82 𝐼𝑓ҧ = 𝑛 𝑞
2 2
𝑦ത 5/2 𝑏
1.10 1.183 -229.82
-0.083 1.05 0.002347 -127.11
1.00 1.100 -356.93
-0.031 0.98 0.002835 -187.88
0.96 1.069 -544.81
HIDRÁULICA
AULA 10 – ESCOAMENTO VARIADO

• Onda de translação
ONDAS DE TRANSLAÇÃO
Celeridade:

𝑔𝑦2
𝑐= 𝑦 + 𝑦2
2𝑦1 1
De montante De jusante

𝑐 −𝑐
Velocidade da onda em
relação ao solo:

𝑉𝜔 = 𝑉1 ± 𝑐

Escoamento, 𝑉
ONDAS DE TRANSLAÇÃO
• Exemplo: O colapso de uma barragem fez com que a altura d’água em um rio com escoamento a 1,5 m/s
elevasse subitamente de 1,20 m para 2,00 m, provocando uma onda de cheia. Calcule quanto tempo levará para
ela alcançar um vilarejo às margens desse rio cerca de 1,0 km à jusante da barragem.
A celeridade é
Solução:
Dados de entrada: 𝑔𝑦2 9,8 ⋅ 2,0
𝑐= 𝑦 + 𝑦2 = 1,2 + 2,0 = 5,11 𝑚/𝑠
• 𝑦1 = 1,20 m: altura d’água não perturbada 2𝑦1 1 2 ⋅ 1,2
• 𝑉1 = 1,50 m/s: velocidade não pertubada
• 𝑦2 = 2,00 m: altura com a onda
• 𝐿 = 1,0 km = 1000 m: distância a ser percorrida
O tempo para alcançar o vilarejo será
Como se trata de uma onda de montante, a
velocidade da onda de cheia será Δ𝑆 1000
Δ𝑡 = = = 151 𝑠 = 2 𝑚𝑖𝑛 𝑒 31 𝑠
𝑉𝜔 6,61
𝑉𝜔 = 𝑉1 + 𝑐 = 1,5 + 5,11 = 6,61 𝑚/𝑠
ENERGIA EM CANAIS
Sumário:
• Introdução:
• Tipos de escoamento
• Declividade crítica
• Condição de contorno dominante
• Perfil em regime variado
• Classificações de declividade e altura
• Esboço de perfil
• Cálculo pelo step method
• Ondas de translação
ESCOAMENTO EM CANAIS

• BIBLIOGRAFIA:
– Porto, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. EESC-USP, 2004.
– CHADWICK, Andrew. Hidráulica para engenharia civil e
ambiental. 5ª ed. Elsevier, 2017.
– HOUGHTALEN, Robert J. Engenharia Hidráulica. 4ª ed. Pearson,
2012.

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