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Biblioteconomia na Modalidade
a Distância
Semestre
1
Curso de Bacharelado em Biblioteconomia
na Modalidade a Distância
Semestre
1
Brasília, DF Rio de Janeiro
Faculdade de Administração
e Ciências Contábeis
Departamento
de Biblioteconomia
2018
Permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não
comerciais, desde que atribuam o devido crédito ao autor e que licenciem as novas
criações sob termos idênticos.
Coordenação de
Desenvolvimento Instrucional
Cristine Costa Barreto
Desenvolvimento instrucional
Flavia Busnardo
Diagramação
Patricia Seabra
Normalização
Dox Gestão da Informação
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-85229-52-8 (brochura)
ISBN 978-85-85229-53-5 (e-book)
CDD 021.2
CDU 316.72(=11/=8)
Explicativo
Cultura é “uma preocupação contem-
porânea, bem vinda nos tempos atuais.
[...] O desenvolvimento da humanidade
está marcado por contatos e conflitos
entre modos diferentes de organizar a
vida social, de se apropriar dos recursos
naturais e transformá-los, de conceber a
realidade e expressá-la. A história regis-
tra com abundância as transformações
porque passam as culturas, seja movidas
por suas próprias forças internas, seja
em consequências desses contatos e
conflitos, mais frequentemente por am-
bos os motivos.” (SANTOS, 2005, p. 7)1
1
SANTOS, J.L. O que é Cultura? São Paulo: Brasiliense, 2005. 11ª reimpressão da 16ª edição, de
1996. Coleção Primeiros Passos.
Atenção
Compreender o que é cultura é de fundamental importância. Co-
nhecer a cultura do outro colabora para saber como esse ser humano
pode complementar a nossa cultura. É um círculo virtuoso que vive
de forma dinâmica, alimentando, mutuamente a evolução humana.
2
KING, G. R. An eskimo family. National Geographic Magazine, v. 31, p. 564, 1917.
1.4.2 Atividade
Vamos verificar o que aprendemos?
Sabemos que toda cultura carrega uma história e que cada re-
gião ou país acaba desenvolvendo sua cultura de acordo com sua
história, assim como cada um de nós desenvolve a própria história
a partir do contexto em que está inserido. Deste modo, podemos
afirmar que:
a) ( ) O comportamento e os costumes dos povos não são formas
para garantir e eternizar a sua sobrevivência, o que nos leva
a concluir que sua cultura irá desaparecer.
b) ( ) Diferentes culturas podem produzir um mesmo objeto em
momentos diferentes, de modos diferentes, porém esses ob-
jetos, mesmo que se assemelhem, guardam características
únicas dessa cultura.
c) ( ) Os povos encontram soluções diferentes para resolver os
problema e copiam as soluções de povos primitivos, assim, é
possível encontrar um povo sem cultura própria.
d) ( ) Para entendermos o que é cultura, cultura brasileira e cultura
popular, não precisamos compreender o sistema, a malha e
as tramas em que está inserida a cultura, somente saber a
história do Brasil é suficiente.
e) ( ) A televisão transforma tudo em produto, o que gera um es-
clarecimento maior do que é o verdadeiro fazer cultural de
um povo, em especial no Brasil onde a TV é muito forte.
Isso não engloba somente os objetos artísticos que, embora também te-
nham um significado para alguma cultura, pois é na cultura que a arte se
manifesta, contém uma intencionalidade artística que os diferencia dos demais
tipos de objetos culturais.
Objetos culturais são os objetos que representam um significado, seja
estético, utilitário ou qualquer outro que possa ser proposto pelo homem.
Por exemplo, o Estádio do Maracanã é um objeto cultural que representa
o futebol e é, ao mesmo tempo, um dispositivo cultural.
Os objetos culturais devem ser investigados em seus contextos
de ação, de maneira que o espaço cultural e o tempo completem o seu
sentido: as formas de registro e a apropriação criativa.
Já sabemos que toda cultura carrega uma história e que
diferentes culturas produziram objetos semelhantes, em momentos
diferentes. O espanhol Fernando Hernandez (1998) chama de Objeto
Cultural toda produção das Artes Visuais, seja ela bidimensional
(altura e largura) ou tridimensional (altura, largura e profundidade).
Mas não só a arte produz objetos culturais. Sabiam que também são
objetos culturais coisas simples, do nosso dia a dia, como, por
exemplo, os talheres? No ocidente usamos talheres como garfos,
colheres e facas. No oriente, os hashis são usados para se alimentar.
Essas diferenças são fatos culturais interessan-tes de se observar!
1.5.1 Atividade
Vamos exercitar nossa percepção? Vamos fazer uma lista em
duas colunas. Na primeira coluna vamos listar os dispositivos cultu-
rais que conhecemos, e que existem na comunidade em que vive-
mos. Na segunda, vamos listar os objetos culturais que identifica-
mos no nosso dia a dia.
Atenção
Darcy Ribeiro procurou destacar que
3
ERMAKOFF, G. Rio de Janeiro – 1840-1900: uma crônica fotográfica. Rio de Janeiro: G.
Ermakoff Casa Editorial, 2006.
LAGO, B. C. do. Os fotógrafos do Império: a fotografia brasileira no Século XIX. Rio de
Janeiro: Capivara, 2005.
VASQUEZ, P. K. O Brasil na fotografia oitocentista. São Paulo: Metalivros, 2003.
Disponível em: <https://pt.Wikipédia.org/wiki/Composi%C3%A7%C3%A3o_%C3%A9tnica_
do_Brasil#/media/File:Brasileiros_do_seculo_XIX.png>. Acesso em: 14 out. 2018.
Multimídia
Vídeo Além Mar – Identidade
Duração: 00:51:17
Série: Além Mar
Nível de ensino: Geral
Sinopse: A vida de povos unidos pelo idioma Português mostra
que aqueles colonizados por Portugal em suas grandes navegações
souberam aproveitar de maneira positiva essa mistura cultural.
4
Autor: Polícia Federal do Brasil (2006).
Curiosidade
Um dos campos onde percebemos claramente a maior diver-
sidade de influências e relações que compõem a cultura brasileira
é a culinária. A culinária brasileira é tão rica e diversificada que
influencia até a música! A pesquisadora Juliana Oliveira (2013) nos
esclarece que:
Multimídia
Procure conhecer a música Vatapá, de Dorival Caymmi. Na letra dessa canção há a receita
completa do vatapá baiano.
1.6.1 Atividade
Já percebeu que os sotaques no Brasil variam muito, de acordo
com as regiões? Além dos sotaques, também existem expressões,
palavras e objetos que, regionalmente, adquirem significados di-
ferentes. Por exemplo, o pãozinho francês de alguns lugares (em
geral, na região sudeste), no Rio Grande do Sul se chama caceti-
nho. No mesmo estado, o docinho que a maioria do Brasil conhece
como Brigadeiro, se chama negrinho.
1.7 RESUMO
Na unidade 1 conhecemos os diversos conceitos de cultura, de acordo
com a História da Cultura; conhecemos como se construiu a História da
Cultura, aprendemos sobre o que são e como são compostos os dispositi-
vos culturais, conhecemos o conceito de Indústria Cultural e começamos
a conhecer um pouco da Cultura Brasileira e sua formação.
Na próxima unidade vamos conhecer sobre protagonismo cultural e
inclusão social e sua relação com a cultura. Diante de todas essas pers-
pectivas de cultura, esta unidade se constitui de modo a proporcionar
o conhecimento e as oportunidades de contato e vivências em diversas
ações culturais, muitas vezes vividas de forma desconectada dessa per-
cepção, de modo a promover reflexão e compartilhar saberes, valorizan-
do a cultura democrática para despertar a ampliação do aprendizado
como instrumento de inserção social.
5
UOL. Os diversos falares regionais: um olhar curioso. UOL Português. Semântica. Disponível em:
<http://www.portugues.com.br/gramatica/os-diversos-falares-regionais-um-olhar-curioso.html>.
Acesso em: 14 out. 2018.
Atenção
O protagonismo se mostra cada dia mais necessário para a cons-
trução do conhecimento individual e coletivo vindo ao encontro do
conceito de Espiral de Conhecimento bastante útil para a Gestão
do Conhecimento, área de conhecimento da Administração que se
relaciona com as Ciências da Informação.
6
PIXABAY. Escada em espiral. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/escada-em-espiral-
escadas-1826553/>. Acesso em: 14 out. 2018
Tecnologia da
informação
Ciência da
Ciência da
computação
informação
GED
Atenção
Na Lei nº 12.073 de 29 de outubro de 2009, a inclusão social é
assim conceituada.
Multimídia
O periódico Inclusão Social, que tem como in-
teresse central a publicação de “trabalhos inéditos
no âmbito da inclusão social, com temas ligados
a ações, programas, projetos, estudos e pesquisas
7
FLICKR. Leonardo Augusto Matsuda. Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/
poperotico/3921069882>. Acesso em: 14 out. 2018.
2.6 RESUMO
Nesta unidade, conhecemos os conceitos de protagonismo e inclusão
social e aprendemos como a Ciência da Informação se relaciona entre es-
ses dois conceitos e as práticas de cultura. Vimos também como a ciência
da Informação pode ser agente de promoção da inclusão, por meio da
disseminação de facilitação de acesso à informação.
Na próxima unidade trataremos de Memória Social e Identidade, co-
nhecendo os conceitos de patrimônio cultural, material e imaterial.
3.4 DIVERSIDADE
E PATRIMÔNIO
CULTURAL: O QUE É
AFINAL?
O pesquisador Elder Alves (2010), em trabalho intitulado Diversidade
Cultural, Patrimônio Cultural Material e Cultura Popular: a Unesco e a
Construção de um Universalismo Global nos conta sobre a posição go-
vernamental no Brasil em relação à proteção e promoção da diversidade
cultural.
Atenção
De acordo com a Declaração de Caracas de 1992, “o Patrimô-
nio Cultural de uma nação, de uma região ou de uma comunidade
é composto de todas as expressões materiais e espirituais que lhe
constituem, incluindo o meio ambiente natural” (DECLARAÇÃO DE
CARACAS, 1992).
Atenção
Proteger a diversidade e o patrimônio cultural, material e
imaterial, não é somente proteger o passado, mas cuidar para
que o conhecimento do passado possa garantir o presente e o
futuro das gerações da cultura brasileira.
9
Disponível em: <http://visitbrasil.com/pt/blog/14-patrimonios-da-humanidade-em-terras-
brasileiras.html>. Acesso em: 14 out. 2018.
Multimídia
Veja a seguir um vídeo da série de entrevistas realizadas pela TV
UFOP sobre Patrimônio Material. Neste vídeo podemos ouvir um
pouco o Dalmo Vieira – Diretor de Patrimônio Material do Iphan,
falando sobre patrimônio material.
Fonte: Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP/IPHAN. Patrimônio Material – Dalmo Vieira.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rqHqaAZ4aOo>. Acesso em: dez. 2014.
3.5.1 Atividade
Consulte o arquivo geral do IPHAN na Internet (<http://acervo-
digital.iphan.gov.br/xmlui/>.) e crie uma lista dos patrimônios cul-
turais materiais da sua região. Para cada item localizado, marque se
você o conhece, se já o visitou ou não, na tabela a seguir:
3.6 E PATRIMÔNIO
IMATERIAL, SABE
QUAL A DIFERENÇA
PARA O MATERIAL?
Antes de qualquer outra coisa, é importante, ao falarmos de Patrimô-
nio Cultural Imaterial, conhecermos o que e como a lei brasileira conside-
ra Patrimônio Cultural Imaterial.
Multimídia
Conheça a política brasileira de salvaguarda de Patrimônio Cul-
tural Imaterial do documento Os Sambas, as Rodas, os Bumbas, os
Meus e os Bois. No site do IPHAN você pode ter acesso ao docu-
mento, na íntegra:
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PatImaDiv_Os-
SambasAsRodasOsBumbas_2Edicao_m.pdf>.10
10
IPHAN. Os sambas, as rodas, os bumbas, os meus e os bois: princípios, ações e resultados da
política de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial do Brasil, 2003-1010. Brasília: Ministério
da Cultura, 2010. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PatImaDiv_
OsSambasAsRodasOsBumbas_2Edicao_m.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018.
Curiosidade
A literatura de cordel está em vias de se tornar patrimônio ima-
terial brasileiro. Em 2010, o IPHAN recebeu o pedido de Registro
da Literatura de Cordel como patrimônio cultural de natureza ima-
terial, apresentado pela a Academia Brasileira de Literatura de Cor-
del (ABLC), pedido este julgado pertinente pelo Departamento de
Patrimônio Imaterial do Iphan e pela Câmara de Patrimônio Imate-
rial do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. A partir desse
aval, o processo de Registro encontra-se apto para passar à fase de
instrução técnica, quando são produzidas e sistematizadas infor-
mações sobre o bem cultural, com vistas ao seu reconhecimento e
titulação como Patrimônio Cultural do Brasil (UFCG, 2014)11.
11
Disponível em: <http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.
php?codigo=13550>. Acesso em: dez. 2014.
12
WIKIPÉDIA. Disponível em:<https://pt.Wikipédia.org/wiki/Feijoada_%C3%A0_brasileira#/media/
File:Fejuca.png>. Acesso em: 14 out. 2018.
Curiosidade
A identidade nacional no fast-food
Você sabia que mesmo as grandes redes de fast-food fazem
adaptações em seus cardápios para aproximarem-se dos costumes
das diversas regiões do mundo? Veja alguns exemplos:
• O McDonald’s da França tem croissants criados pelo chef
patissier do Hotel George V, o mais tradicional e chique de
Paris;
• Na China, há o Rice Burger, feito de arroz;
• Portugal tem há um ano um cardápio de sopas tradicionais
portuguesas. São sete sopas diferentes na semana, uma por
dia.
• Nos Emirados Árabes, há o McArabia, com temperos e sa-
bores da região.
Curiosidade
A Roda de Capoeira foi inscrita na Lista Representativa do Patrimô-
nio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. O anúncio foi feito
em 2014 na 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salva-
guarda do Patrimônio Cultural Imaterial, comandado por José Manuel
Rodríguez Cuadros (Peru).
A capoeira é uma manifestação cultural Afro-Brasileira muito
conhecida em todo o Brasil e também de reconhecido valor inter-
nacional. A prática, é ao mesmo tempo luta, dança, esporte e arte.
Para a Representante Adjunta do escritório da UNESCO no Bra-
sil, Marlova Jovchelovich Noleto, ao inscrever a Roda de Capoeira
na Lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade, a UNESCO re-
13
WIKIMEDIA COMMONS. Prefeitura de Olinda. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Frevo_dancers_-_Olinda,_Pernambuco,_Brazil.jpg >. Acesso em: 14 out. 2018.
3.6.1 Atividade
Já vimos na unidade 1, a relação entre a culinária e a música,
com a canção de Dorival Caymmi onde é ensinada a receita do
Vatapá baiano.
As cantigas de roda, que aprendemos quando crianças, fazem
parte de manifestações culturais como as cirandas e a capoeira, e
também estão cheias de ensinamentos da cultura popular.
Nesta atividade, vamos “puxar pela memória”, usando uma ex-
pressão popular, para relembrar a letra de algumas dessas canções.
As palavras que estão faltando nas dicas são as que completam
nossas palavras cruzadas! Se tiver muita dificuldade, entreviste pes-
soas, familiares, faça pesquisas na internet e procure ouvir e conhe-
cer as músicas que, por acaso, ainda não conheça.
Vamos lá?
6 7
10 11
12 13
15
14
17
16
18
19 20
As dicas:
Horizontais Verticais
4. Oi, marinheiro, marinheiro. Marinheiro só. 1. Pai Francisco entrou na roda, tocando seu
Quem te ensinou a ________? ________.
5. A mão direita tem uma roseira, que dá flor na 2. Pombinha branca, que está fazendo? Lavando
________. a louça pro ________.
7. A barata diz que tem sete saias de ________. 3. Vou-me embora, vou-me embora ________
minha.
8. Caranguejo não é peixe, caranguejo peixe é,
caranguejo não é peixe, na vazante da ________. 6. Escravos de Jó, jogavam ________.
10. Maçanico, maçanico. Maçanico do banhado. 9. Meu limão, meu limoeiro, meu pé de
Quem não dança o maçanico. Não arruma ________. ________.
12. Sapo jururu, na beira do rio Quando o sapo 11. Capelinha de melão É de São João É de cravo,
grita ó maninha! Diz que está com ________. é de rosa, É de ________.
16. Como pode o peixo vivo, viver fora da 13. Marcha Soldado, cabeça de Papel. Se não
água fria? Como poderei viver sem a tua, sem a tua marchar direito, vai preso pro ________.
________?
14. Ai, eu entrei na roda. Ai, eu não sei como
17. Ciranda, cirandinha, vamos todos ________. se roda. Ai, eu entrei na “rodadança.” Ai, eu não sei
________.
18. A Canoa virou, pois deixaram ela virar. Foi por
causa da Maria que não soube ________. 15. Fui no Itororó, beber água e não achei. Achei
linda morena que no Itororó ________.
19. Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no
campo sem ser ________.
20. Se esta rua, se esta rua fosse minha. Eu man-
dava, eu mandava ________.
Comida tradicional
Nome da Canção Quem canta?
citada
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
3.7 RESUMO
Esta Unidade tratou dos temas Patrimônios Culturais Materiais e Ima-
teriais. Aprendemos como a legislação brasileira protege esses patrimô-
nios e os dispositivos de classificação usados para a catalogação e conse-
quente valorização.
Na próxima unidade vamos falar de lei 10.63903, sobre a obrigato-
riedade de estudos de Culturas Indígenas e Afro-Brasileira nas escolas
brasileiras.
Curiosidade
Empresa lança estojo com giz de cera em doze tons de pele
(Notícia do Jornal Extra. 4/12/2014).
Uma parceria entre o curso de aperfeiçoamento de professores
UNIAFRO e a loja de material artístico Koralle tem auxiliado profis-
sionais do Rio Grande do Sul a trabalhar as relações raciais em sala
de aula com uma ideia simples: o lançamento de um estojo de giz
de cera com doze tons de pele.
O item integra o kit de material pedagógico distribuído aos que
participam do curso voltado para qualificação dos professores na
aplicação da lei 10.639/2003, que prevê o ensino da cultura e His-
tória africanas nas escolas da rede pública. Apesar do projeto da
UNIAFRO ser restrito ao Rio Grande do Sul, a Koralle decidiu colo-
Multimídia
Conheça, na íntegra, a legislação mencionada anteriormente:
• Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>.
• Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003.
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.
htm>.
• Lei 11.645, de 10 de março de 2008.
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>.
Embora geralmente nos refiramos aos negros como uma única etnia,
historiadores nos mostram que os negros que foram trazidos ao Brasil
como escravos são originários de diferentes nações.
Ao serem retirados de suas nações e escravizados, esses povos não
deixaram seus modos e costumes para trás, e trouxeram, então, com
eles, sua cultura e suas práticas culturais, que foram sendo incorporadas
à cultura brasileira nas trocas que ocorreram ao longo do tempo.
Dos povos africanos que vieram para o Brasil como escravos, temos
gente de Benguela, Angola, Congo e Monjolo, como mostra a ilustração
a seguir:
14
WIKIPÉDIA. J. M. Rugendas. Voyage Pittoresque dans le Bresil. 1830. Disponível em: <https://
pt.Wikipédia.org/wiki/Cultura_afro-brasileira#/media/File:Rugendas_-_Escravos_Benguela,_
Angola,_Congo,_Monjolo.jpg>. Acesso em: 14 out. 2018.
Curiosidade
Inicialmente desprezadas, as religiões Afro-Brasileira foram ou
são praticadas abertamente por vários intelectuais e artistas impor-
tantes como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes,
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia (que frequentavam o
terreiro de Mãe Menininha), Gal Costa (que foi iniciada para o Orixá
Obaluaye), Mestre Didi (filho da iyalorixá Mãe Senhora), Antonio Ri-
sério, Caribé, Fernando Coelho, Gilberto Freyre e José Beniste (que
foi iniciado no candomblé ketu).
As religiões Afro-Brasileiras que são praticadas no Brasil são:
Curiosidade
Festa de São Cosme e Damião: A festa é caseira, mas farta.
Todos os anos, no mês de setembro, ela acontece em milhares
de lares baianos. Difícil imaginar uma festa mais sincrética. O Caru-
ru de São Cosme e São Damião homenageia os santos gêmeos da
igreja católica, os Ibêjis do candomblé e também as crianças. Tudo
precisa ser feito no mesmo dia: caruru, xinxim de galinha, vatapá,
arroz, milho branco, feijão fradinho, feijão preto, farofa, acarajé,
abará, banana-da-terra frita e os roletes de cana. A dimensão da
15
WIKIPÉDIA. R. Pozzebom. Baiana vendendo acarajé em Salvador. 2008. Disponível em: < https://
pt.Wikipédia.org/wiki/Baiana_do_acaraj%C3%A9#/media/File:Baiana-acaraj%C3%A9-Salvador.
jpg>. Acesso em: 14 out. 2018.
4.5.1 Atividade
Vamos verificar o que aprendemos até agora?
A cultura, como código simbólico, apresenta-se como dinâmica
viva. Todas as culturas estão em constante processo de reelabora-
ção, introduzindo novos símbolos, atualizando valores, adaptando
seu acervo tradicional às novas condições historicamente construí-
das pela sociedade (PCN). Assinale a opção incorreta.
a) ( ) A cultura pode assumir sentido de sobrevivência, estímulo e
resistência.
b) ( ) A cultura quando valorizada, reconhecida como parte indis-
pensável das identidades individuais e sociais, apresenta-se
como componente do pluralismo próprio da vida democrática.
c) ( ) Fortalecer a cultura de cada grupo social, cultural e étnico
que compõe a sociedade brasileira, promover seu reconhe-
cimento, valorização e conhecimento mútuo, é fortalecer a
igualdade, a justiça, a liberdade, o diálogo e, portanto, a de-
mocracia.
d) ( ) É necessário considerar que as formas de discriminação são
processos naturais, pois essas práticas fazem parte de todas
as sociedades do mundo.
e) ( ) Discutir em sala de aula as diferentes etnias e os processos de
formação da sociedade brasileira e alagoana, com embasamento
e segurança teórica, contribui para a vida democrática e cidadã.
Fonte: COPEVE. Prova – Educação Relações Etnicorraciais – Copeve, 2012. Disponível em: <http://
www.copeve.ufal.br>. Acesso em: nov. 2014.
Escolhi esse artigo para dar base à esta unidade por ser um material
rico de detalhes e lúcido em colocações, sendo, portanto, a referência
mais adequada ao tema encontrada atualmente.
Vamos analisar, um a um, os aspectos abordados pela autora, por
consideramos um excelente roteiro para estudar a cultura indígena na
atualidade.
16
WIKIPÉDIA. Agência Brasil. Compilation of pictures of Native Brazilians from the tribes
Assurini, Tapirajé, Kaiapó, Kapirapé, Rikbaktsa and Bororo-Boe. Disponível em: <https://
pt.Wikipédia.org/wiki/Faculdade_Ind%C3%ADgena_Intercultural#/media/File:Brazilian_
indians_000.JPG>. Acesso em: 14 out. 2018.
Há ainda uma falsa ideia de que índios, todos eles, são amigos entre
si. Segundo Darcy Ribeiro (1995) “os diferentes grupos indígenas nutriam
grande animosidade e constantemente guerreavam entre si.”
Multimídia
PARA SABER MAIS
Cultura Indígena
<http://www.amoakonoya.com.br/>.
Memorial do Imigrante
<http://www.memorialdoimigrante.sp.gov.br/>.
UNESCO – Culture
<http://portal.unesco.org/culture>.
4.6.2 Atividade
Sugestão de Leitura
MASON, R. Por uma arte-educação multicultural. Campinas:
Mercado das Letras, 2001.
REFERÊNCIAS
ALGRANTI, M. Pequeno dicionário da gula. 2. ed. São Paulo:
Record, 2004.
<http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view-
File/81/93>. Acesso em: dez. 2014.