Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
No Estado da Bahia, Nordeste do Brasil, o gênero Passiflora está representado por 31
espécies com distribuição ampla, ocorrendo em praticamente todos os biomas do Esta-
do. A partir de estudo prévio sobre as espécies de Passiflora na Bahia e considerando
os nomes comuns associados a algumas espécies por estes autores, o presente artigo
investiga o lexema ‘maracujá’ desde uma perspectiva semasiológica, buscando entender
a formação lingüística do termo. Este artigo se insere na abordagem da etnobotânica cog-
nitiva, relacionando-se com o campo de estudos da etnobiologia lingüística, a qual trata
da relação seres humanos/mundo vegetal conforme mediada pela linguagem.
Abstract
The genus Passiflora is represented by 31 species with ample distribution and occurs
in almost all biomes in the state of Bahia, Northeastern Brazil. Based on previous study
about the Passiflora species from Bahia and considering the common names ascribed
to some species by these authors, this article deals with the lexeme ‘maracujá’ from a
semasiological perspective, seeking to understand the linguistic construction of that term.
This article has a cognitive ethnobotany approach and relates to the study area of linguistic
ethnobiology, which investigates the relationship between human beings and the plants as
1
Universidade Estadual de Feira de Santa-
mediated by language.
na, Departamento de Ciências Biológicas,
Km 03, BR 116, 44031-460, Feira de San-
tana, Bahia, Brasil. Key words: ethnobotany, ethnotaxonomy, phytonomy.
Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil
da nomenclatura indígena, mas não estu- Materiais e métodos ticamente, a estrutura de nomes es-
daram a glossologia e a taxonomia dos pecíficos, segundo os princípios da
nomes das plantas (Haverroth, 1997). No Este artigo se insere na abordagem da classificação etnobiológica de Berlin
início do século XX, Barbosa Rodrigues etnobotânica cognitiva, relacionando- (1992), é regularmente binominal,
(1905 in Haverroth, 1997) publicou um se com o campo de estudos da etno- com o genérico modificado por um
estudo sobre nomenclatura botânica por biologia lingüística, a qual trata da adjetivo que usualmente designa al-
indígenas da família lingüística Tupi- relação seres humanos/mundo vegetal gum caráter morfológico óbvio. Os
Guarani e por Tapuios do Vale do Ama- conforme mediada pela linguagem nomes específicos monominais tam-
zonas, Paraguai e Mato Grosso. Na déca- (Brown, 2001). bém existem, mas, quando ocorrem,
da de 1960, Hartmann (1967) descreveu Os nomes comuns das espécies de ma- são polissêmicos com seus genéricos
e analisou linguisticamente os nomes racujás foram obtidos consultando-se o superordenados mais bem conheci-
pelos quais os Bororo (povo indígena do artigo de Nunes e Queiroz (2006), que dos ou com os mais largamente dis-
Mato Grosso) identificavam as plantas. A realizaram um inventário sobre o gêne- tribuídos.
autora preocupou-se em registrar os prin- ro Passiflora em diferentes localidades Na formação dos nomes comuns, predo-
cípios que orientavam a classificação e a do Estado da Bahia. Recomenda-se a minam as características morfológicas,
categorização das plantas no ambiente de leitura deste artigo para maiores deta- como cor, tamanho e forma do fruto,
cerrado por esses índios. lhes quanto à chave de identificação, consistência da casca do fruto, consis-
Dentre as plantas de interesse etno- descrições, ilustrações, fotos e mapas tência do caule e hábito da planta. As-
botânico, destacam-se as da família de distribuição das espécies. pectos ecológicos, como hábitat e uso
Passifloraceae. Esta família é predo- Os dados foram discutidos seguin- trófico dos frutos por determinados ani-
minantemente tropical e subtropical do-se as técnicas de análise etnosse- mais, bem como aspectos culturais, no
e possui cerca de 20 gêneros e 650 mântica, encontradas nos trabalhos de que se refere ao cultivo e consumo dos
espécies, a maioria das quais está su- Conklin (1962), Berlin (1992) e Couto frutos (ação antropogênica), também
bordinada ao gênero Passiflora, com (2007), para entender o significado do são critérios perceptuais importantes uti-
aproximadamente 400 espécies do lizados pelos indivíduos para denominar
nome da planta (categoria nominada)
Neotrópico (Killip, 1938 in Nunes e as espécies de Passiflora (Tabela 2).
na cultura em foco (Cotton, 1997).
Queiroz, 2006). ‘Maracujazeiro’ é a Segundo Sampaio (1995), o termo
designação comum a diversas plantas ‘maracujá’ provém do idioma Guara-
deste gênero, representado por trepa- Resultados ni: Mburukujá. Os lexemas ‘maracu-
deiras sublenhosas de frutos comes- e discussão jaí’ e ‘maracujazinho’ são genéricos
tíveis e com propriedades terapêuti- sinônimos. O primeiro traz o sufixo
cas de largo uso tradicional nas áreas Se considerados os sinônimos, foram tupi “í” que significa algo pequeno,
onde ocorrem (Sangirardi Jr., 1981; registrados 38 nomes comuns para as enquanto o segundo é a forma aportu-
Voeks, 1996; Brooker et al., 1998; 31 espécies de Passiflora, que se dis- guesada. Couto (2007) fala que a for-
Castner et al., 1998). O maracujá é tribuem em nove genéricos: ‘Cama- mação de nomes no diminutivo, assim
conhecido como um fruto comes- pu’, ‘Flor-da-paixão’, ‘Gema-de-ovo’, como no aumentativo, articula-se ao
tível e fonte de um suco de mesmo ‘Maracujá’, ‘Maracujaí’, ‘Maracujazi- longo de um mesmo eixo semântico,
nome. Sua polpa é usada em saladas nho’, ‘Peroba’, ‘Poca-poca’ e ‘Tripa- que é o tamanho: nomes que seguem
de frutas e como um aromatizante em de-galinha’ (Tabela1). Nem todas as os esquemas N+inho e N+ão são for-
molhos. Na Nova Caledônia, as es- espécies tiveram seus nomes comuns mados por referência a outra espécie
pécies de Passiflora são usadas como registrados, enquanto outras tiveram que tem nome com o mesmo radical.
inseticidas e vermífugos (Brooker et mais de dois nomes. O vocábulo mara- Ainda de origem tupi é o vocábu-
al., 1998). cujazeiro não foi registrado por Nunes lo ‘poca’, o qual é um pospositivo,
No Estado da Bahia, Passiflora está e Queiroz (2006). Isto se deve porque, que significa barulhento, ruidoso ou
representada por 31 espécies com dis- segundo Couto (2007), quando a árvo- estridente (Houaiss e Villar, 2001).
tribuição ampla, ocorrendo em prati- re é frutífera, em geral ela é chamada Daí que o nome comum ‘poca-poca’
camente todos os biomas do estado pelo nome da fruta e não da árvore em está reunido com os demais nomes
(Nunes e Queiroz, 2006). Consideran- si. Quando é necessário referir-se à ár- que se referem ao hábito que o fruto
do os nomes comuns registrados por vore, e não ao seu fruto, geralmente se tem de abrir-se estourando para es-
estes autores para algumas espécies, usa a expressão “pé de X”. palhar as sementes.
o presente estudo investiga o lexema Dos 38 nomes comuns registrados No Dicionário Houaiss da língua por-
‘maracujá’ desde uma perspectiva se- para as espécies de Passifloraceae tuguesa, tem-se que o termo ‘peroba’
masiológica, buscando entender a for- da Bahia, 34 são nomes binominais designa várias árvores das famílias
mação lingüística do termo. e quatro são monominais. Lingüis- Apocinaceae e Bignoniaceae, que têm
Tabela 1. Nomes comuns para as espécies de Passiflora no Estado da Bahia, segundo Nunes e Queiroz (2006).
Table 1. Common names for Passiflora species in the state of Bahia, in accordance with Nunes and Queiroz (2006).
P. capsularis L. ...
Tabela 2. Interpretação eticista das características nominativas utilizadas na formação dos nomes comuns dados às espécies de Pas-
sifloraceae no Estado da Bahia, os quais foram registrados por Nunes e Queiroz (2006).
Table 2. Eticist interpretation of the nominative characteristics in the construction of the common names ascribed to species of Passiflora-
ceae in the state of Bahia, as they were recorded by Nunes and Queiroz (2006).
Maracujá-de-veado, maracujá-de-raposa,
Ecologia (uso alimentar por animais)
maracujá-de-cobra, maracujá-de-boi
como característica uma madeira de utilizados na paixão de Cristo: esti- improdutivos. Os lexemas primá-
boa qualidade. Em seu estudo sobre letes claviformes, com seus grandes rios simples são aqueles que não se
as espécies de Passiflora presentes estigmas (os cravos), anteras alonga- deixam decompor em unidades sig-
no Estado da Bahia, Nunes e Queiroz das e largos filamentos (o martelo), nificativas menores, em morfemas
(2006) não registraram o uso madei- coroa secundária da corola (a coroa ou outras palavras simples (Couto,
reiro dessas plantas. O termo ‘cama- de espinhos) e até mesmo as gavi- 2007). Como exemplos, citam-se os
pu’ é a designação comum às plantas nhas (látegos). Daí o nome ‘passiflo- termos ‘maracujá’ e ‘camapu’. Le-
do gênero Physalis, da família Sola- ra’ ou ‘flor-da-paixão’ (Sangirardi xemas primários produtivos ocorrem
naceae, com cálice frutífero acres- Jr., 1981). Atribui-se ao padre Fer- quando um dos constituintes de cada
cente, intumescido e vesiculoso, que rari a paternidade deste nome, que expressão indica uma categoria su-
envolve completamente o fruto, de a classificou em sua obra De florum perordinada à forma em questão (por
distribuição cosmopolita, cultivadas cultura publicada em 1833 (Tes- exemplo, ‘maracujá-doce’); nos pri-
pelos frutos e usos medicinais. Talvez chauer, 1925). No Brasil colônia, os mários improdutivos, nenhum cons-
por analogia de importância cultural, maracujazeiros eram plantados nos tituinte marca uma categoria supe-
este termo seja atribuído à espécie P. cemitérios, à volta dos túmulos, pro- rordenada à forma em questão (por
foetida. Já o lexema ‘gema-de-ovo’ vavelmente devido a esta simbologia exemplo, ‘tripa-de-galinha’).
nomeia o fruto de uma espécie de místico-religiosa. Segundo os princípios da classifica-
Passiflora porque tem cor similar à da Levando-se em consideração a análi- ção etnobiológica estabelecidos por
gema do ovo, que é amarela (Houaiss se etnossemântica dos nomes comuns Berlin (1992), etnogêneros ou ge-
e Villar, 2001). atribuídos às espécies de Passiflora néricos folk se referem às menores
O termo ‘flor-da-paixão’ é resquício em diferentes regiões do Estado da descontinuidades na natureza que
da influência da religião Católica Bahia, os lexemas registrados se en- são facilmente reconhecidos com
(Teschauer, 1925; Marques, 1995). quadram no que Berlin et al. (1973) base no largo número de caracterís-
No Brasil, os primeiros colonos, in- denominaram de lexemas primários ticas morfológicas totais. A maioria
duzidos pelos jesuítas, acreditavam (Tabela 3). Estes podem ser clas- dos etnogêneros é monotípica e não
que a flor reproduz os instrumentos sificados em simples, produtivos e inclui táxon de posição inferior. O
Tabela 3. Análise lexical, seguindo Berlin et al. (1973) e Couto (2007), dos nomes comuns das espécies de Passiflora no Estado da
Bahia, conforme registrado por Nunes e Queiroz (2006).
Table 3. According to Berlin et al. (1973) and Couto (2007), lexical analysis of the common names of Passiflora species in the state of
Bahia, as they were recorded by Nunes and Queiroz (2006).
Lexemas primários
Maracujá-cultivado Tripa-de-galinha
Maracujá-redondo
Maracujá-de-estalo
Maracujá-de-estralo
Maracujá-de-papoco
Maracujá-de-papouco
Maracujá-de-pipoco
Maracujá-poca
Maracujá-do-campo
Maracujá-de-boi
Maracujá-do-mato
Maracujazinho-do-mato
Maracujazinho-da serra
Maracujá-de-veado
Maracujá-de-raposa
Maracujá-de-cortiça
Maracujá-da-serra
Maracujá-bravo
Maracujá-muchila
Maracujá-mirim
Maracujá-peroba
Maracujá-preto
Maracujá-roxo
Maracujá-de-praia
Maracujá-de-cacho
único táxon específico referir-se a ape- vide-se em dois tipos. A do tipo 1 diz cies de dois ou mais gêneros científicos.
nas uma espécie da sistemática lineana; respeito a quando um táxon específico A Tabela 5 traz exemplos da correspon-
a segunda, a super-diferenciação, dá-se refere-se a duas ou mais espécies line- dência entre as espécies populares de
quando dois ou mais específicos corres- anas do mesmo gênero, enquanto a do maracujás e os equivalentes científicos.
pondem a uma única espécie científica; tipo 2 se refere a um mesmo específico Neste estudo, apenas a sub-diferencia-
a terceira, a sub-diferenciação, subdi- que corresponde a duas ou mais espé- ção tipo 1 foi registrada.
Tabela 5. Exemplos de correspondência taxonômica entre as etnoespécies de maracujás e seus equivalentes lineanos, segundo Berlin (1966).
Table 5. Examples of taxonomical correspondence between the ‘maracujás’ ethnospecies and their Linnaean equivalents, according to
Berlin (1966).
Correspondência um-a-um
Super-diferenciação
Maracujá-de-papouco, Maracujá-de-papoco,
Maracujá-de-pipoco, Maracujá-de-estralo, P. foetida
Maracujá-de-estalo, Maracujá-poca, Poca-poca, Camapu
Sub-diferenciação (tipo 1)
P. contracta, P. amethystina,
Maracujá-de-cobra
P. mansoi, P. mucronata
Conclusão ca. O alto grau de variação léxica, es- mise and future prospects. Ann Arbor, Univer-
pecialmente em termos de sinonímia, sity of Michigan, p. 111-147.
Castner, J.L.; Timme, S.L.; Duke, J.A. 1998.
O universo léxico que compõe um corrobora tal fato. A field guide to medicinal and useful plants of the
dado idioma resulta de um longo pro- Upper Amazon. Gainesville, Feline Press, 154 p.
cesso biológico, histórico e cultural, Referências Cervi, A.C. 1997. Passifloraceae do Brasil.
Estudo do gênero Passiflora L., subgênero Pas-
traduzido na imensa variedade de sons
Albuquerque, U.P. 2005. Introdução à siflora. Fontqueria, 45:1-92.
e símbolos utilizados para dar sentido etnobotânica. 2ª ed., Rio de Janeiro, Interci- Conklin, H.C. 1954. The ralation of Hanu-
a tudo que existe e circunda a espécie ência, 93 p. nóo culture to the plant world. Tese de Doutora-
humana. ATRAN, S. 1990. Cognitive foundations of na- do, Yale University, New Haven, 471 p.
O estudo da classificação etnobiológi- tural history. Londres, Cambridge University CONKLIN, H.C. 1962. Lexicographical treat-
Press, 372 p. ment of folk taxonomies. International Journal
ca é de grande importância tanto para of American language, 28:119-141.
BERLIN, B. 1966. Folk taxonomies and biolo-
entender e compreender a biodiver- gical classification. Science, 154:273-275. Cotton, C.M. 1997. Ethnobotany: principles and
sidade local como para investigar a Berlin, B. 1992. Ethnobiological classifica- applications. Chichester, John Wiley & Sons, 434 p.
universalidade da capacidade humana tion: principles of categorization of plants and Couto, H.H. 2007. Ecolingüística: estudo
animals in traditional societies. New Jersey, das relações entre língua e meio ambiente. Bra-
de classificar o mundo biológico. Por
Princeton University Press, 335 p. sília, Thesaurus, 462 p.
outro lado, a existência de variações BERLIN, B.; BREEDLOVE, D.E.; RAVEN, Daly, D.C. 1998. Systematics and ethnobotany:
fonéticas dentro de um mesmo con- P.H. 1973. General principles of classification what’s in a name? In: V.S. FONSECA; I.M. SIL-
texto lingüístico-cultural é um fenô- and nomenclature in folk biology. American VA; C.F.C. SÁ (orgs.), Etnobotânica: bases para
Anthropologist, 75:214-242. conservação. Seropédia, EDUR, p. 50-68.
meno que merece ser investigado e
Brooker, SG.; Cambie, R.C.; Cooper, Harris, M. 1976. History and significance of
conservado. R.C. 1998. New Zealand medicinal plants. Au- the emic/etic distinction. Annual Review of An-
A riqueza de nomes comuns para os ckland, Reed Books, 268 p. thropology, 5:329-350.
tipos de maracujazeiros encontrados BROWN, C.H. 1985. Mode of subsistence and HARSHBERGER, J.W. 1896. Purposes of eth-
em praticamente todo o território do folk biological taxonomy. Current Anthropolo- nobotany. Botanical Gazette, 21:146-154.
gy, 26:43-64. HARTMANN, T. 1967. A nomenclatura botâ-
Estado da Bahia reflete uma forte BROWN, C.H. 2001. Linguistic ethnobiology: nica Borôro (materiais para um ensaio etno-
correlação positiva entre importância Amerindian oak nomenclature. In: FORD, R. I botânico). São Paulo, Instituto de Estudos Bra-
cultural e grau de diferenciação léxi- (ed.), Ethnobiology at the millennium: past pro- sileiros/USP, 89 p.
Eraldo Medeiros Costa Neto
Haverroth, M. 1997. Etnobotânica: uma logia, etnoecologia e plantas medicinais. Cuia- REVEL, N. 1994. Fleurs de paroles: histoire
revisão teórica. Antropologia em Primeira bá, Unicen, p. 89-98. naturelle Palawan I: lens dons de Nägsalad.
Mão, 20, 50 p. Disponível em: Lévi-Strauss, C. 1962. O pensamento sel- Paris, Editions Peeters, 390 p.
http://www.cfh.ufsc.br/~nessi/Etnobotanica%20uma vagem. São Paulo, Papirus, 330 p. Sampaio, M.A. 1995. Palavras indígenas no
%20revisao%20teorica.htm, acesso em: 21/08/2007. MAFFI, L. 1999. Language and the environment. linguajar brasileiro. Porto Alegre, Sagra, DC
HAYS, T.E. 1983. Ndumba folk biology and In: D.A. POSEY (ed.), Cultural and spiritual va- Luzzatto, 153 p.
general principles of ethnobotanical classifica- lues of biodiversity. Londres, ITP, p. 22-29. Sangirardi JR. 1981. Plantas eróticas. 2ª ed.,
tions and nomenclature. American Anthropolo- Marques, A.N. 1995. Pessoas, plantas e ani-
Rio de Janeiro, Nórdica, 138 p.
gist, 85:592-611. mais. 2ª ed., Salvador, Federação da Agricultura
Teschauer, C. 1925. Fauna e flora nos cos-
HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. 2001. Di- do Estado da Bahia, 185 p.
tumes, superstições e lendas brasileiras e ame-
cionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Nunes, T.S.; Queiroz, L.P. 2006. Flora da
ricanas. 3ª ed., Porto Alegre, Barcellos, Bertaso
Janeiro, Objetiva, 2.922 p. Bahia: Passifloraceae. Sitientibus ser. C. Biol.,
HUNN, E. 1982. The utilitarian factor in folk 6(3):194-226. e Cia., 279 p.
biological classification. American Anthropolo- POSEY, D.A. 1986. Etnobiologia: teoria e prá- VOEKS, R.A. 1996. Tropical forest healers and ha-
gist, 84:830-847. tica. In: B.G. Ribeiro (ed.), Suma Etnológica bitat preference. Economic Botany, 50:381-400.
JORGE, S.S.A.; MORAIS, R.G. 2003. Et- Brasileira, v. 1. Etnobiologia. Petrópolis, Vo-
nobotânica de plantas medicinais. In: M.F.B. zes, p. 15-25.
COELHO; P. COSTA JÚNIOR; J.L.D. DOM- PRANCE, G.T. 2000. Ethnobotany and the fu- Submitted on August 27, 2007
BROSKI (eds.), Diversos olhares em etnobio- ture of conservation. Biologist, 47:65-68. Accepted on November 22, 2007