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NOSSO DESTINO: A RESSURREIÇÃO DO CORPO

(A HUMANIDADE GLORIFICADA)

INTRODUÇÃO
 Para termos uma visão completa do significa ser homem/mulher.
 Na ressurreição entramos numa dimensão inteiramente nova da vida humana, que
“supera toda compreensão e toda a imaginação” (Catec. n. 1027)

CÉU: UMA EXPERIÊNCIA CORPÓREA


 Muitos tem uma errônea visão “supra espiritual” do céu.
 Mas qual é a fé dos cristãos?
“Em nenhum ponto a fé cristã se depara com mais contradição do que no da
ressurreição da „carne‟. Aceita-se muito comumente que , após a morte, a vida
humana prossegue de modo espiritual. Como, porém, admitir que este corpo tão
manifestadamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna? (Catec. n. 996)

 Como Deus nos criou numa união de corpo e alma, a separação dos dois na morte é
inteiramente “artificial”.
 No entanto, os corpos vão ressuscitar diferentes.
 Os nossos corpos serão totalmente “espiritualizados”.
 ESPIRITUALIZAÇÃO: “As forças do espírito irão permear as energias do corpo”
(JPII)
 “Divinização do corpo”: participaremos de corpo e alma da natureza divina.

Haverá sexo no céu?


 Depende do entendemos por sexo.
 Ressuscitaremos como homem e mulher.
 Mas a união dos sexos cederá lugar a uma união infinitamente maior.
 “Os olhos não viram, os ouvidos... (1Cor 2,9)

CRISTO NOS DIRECIONA PARA O CASAMENTO FINAL


 As palavras de Cristo: Explicação de Mt 22,30.
 Aparentemente parece contraditório com a grandeza do casamento e da união
sexual.
 Casamento e união “numa só carne” existem desde o começo, para indicar o
“casamento do Cordeiro” (Ap 19,7), a união de Cristo com a Igreja (Ef 5, 31-32).
 O matrimônio não expressa definitivamente o sentido profundo da sexualidade;
apenas apresenta uma expressão concreta do seu significado na história (cf. JPII)
 Matrimônio como “prefiguração”, ícone, sinal, de algo infinitamente maior.

ÍCONES E ÍDOLOS
 Se perdermos essa visão maior tratamos o ícone como ídolos.
 Perde de vista as alegrias do céu e agarra nas alegrias terrenas.
 Obsessão idolátrica da sociedade pelo sexo.
 Atrás de cada falso Deus, encontramos aspirações profundas.
 Nós temos desejo do céu!
 Desejo sexual como combustível para algo mais além.
 Casamento que não olha para o céu, perde seu sentido.
 O poder das palavras de Cristo, redireciona esse desejo.
 Somente no céu a “dor” solidão será completamente sanada.

A VISÃO BEATÍFICA
 “Hoje vemos como num espelho...(1 Cor 13,12)
 Beatificar significa fazer supramente feliz.
 Felicidade é estar enraizado no amor (JPII)
 Plena participação da vida trinitária.

A REALIZAÇÃO DO SIGNIFICADO ESPONSAL DO CORPO


 Como se dará essas “núpcias” do céu?
 Contudo os casamentos terrenos podem oferecer um pálido vislumbre do que virá.
 Intercâmbio original entre homem e mulher: livre doação, sentido esponsal do corpo.
“O ser humano só pode encontrar-se através da doação sincera de si
mesmo” (GS n. 24)
 O sentido esponsal do corpo prende-se ao fato de sermos capazes de expressar o
amor divino, “precisamente aquele amor no qual a pessoa se faz um dom e –
através desse dom – realiza o verdadeiro sentido do seu ser e de sua
existência” (JPII)

A COMUNHÃO DOS SANTOS


 Não será apenas como indivíduos que viveremos esta autodoação de amor e união
com Deus.
 No princípio: de dois, uma só carne!
 No final: de muitos membros, um só corpo!
“Nas alegrias do seu amor aqui na terra, Deus lhes dá (aos esposos)
um antegozo do festim de núpcias do Cordeiro” (Catec. n. 1642)

DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA


 Daí o interesse de todos pelo sexo!
 Desejo inato para nos conduzir a Ele.
 Mas cuidado o demônio ataca aqui.
 Durante muito tempo fomos alimentados com mentiras.
 Mas Deus é rico em misericórdia!
 Porque Jesus foi tão compassivo com os pecadores sexuais? Especialmente as
mulheres?
 Por que estavam à procura do verdadeiro Esposo.

O CELIBATO CRISTÃO: UM CASAMENTO CELEBRADO NO CÉU


 Depois de responder a primeira pergunta: O que significa ser humano? (Origem,
história e futuro).
 Fica mais fácil responder a segunda pergunta: Como posso viver a minha vida para
encontrar a verdadeira felicidade?

“A Revelação cristã conhece dois modos específicos de realizar a vocação da


pessoa humana na sua totalidade ao amor: o Matrimônio e a Virgindade. Quer
um quer outro, na sua respectiva forma própria, são uma concretização da
verdade mais profunda do homem, do seu «ser à imagem de Deus”. (FC, n. 11)

Eunucos “por causa do Reino dos Céus”.

 Em resposta a indissolubilidade do matrimônio, os discípulos concluíram que era


melhor não se casar (cf. Mt 19,10)
 Jesus leva a discussão para um plano bem diferente:

“Há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, e há eunucos tornados tais
pelas mãos dos homens, e há eunucos que a si mesmos se fizerem assim por amor
ao reino dos céus” (Mt 19,12).
 Eunuco por amor do reino dos céus é alguém que livremente, se abstêm de relações
sexuais, numa antecipação daquele estado em que os homens e as mulheres “não se
casam e não se dão em casamento”.
 O celibato é, portanto um sinal de que o corpo não tem por fim último a sepultura, mas
está destinado á glorificação.

“É um testemunho, entre os homens, que antecipa a ressurreição futura” (JPII)

 O celibato cristão não é uma rejeição da sexualidade, mas antes indica a finalidade e o
sentido último da mesma: os dois se tornarão uma só carne!
 Homem e mulher numa só carne tornam um sinal da união de Cristo com a Igreja (Ef 5,
31s).
 Os celibatários antecipam o “casamento do Cordeiro”, aquela realidade celestial a que
todos somos chamados na glória.
 Se “não é bom que o homem fique sozinho”, o celibato cristão revela que a plenificação
máxima da solidão só está na união com Deus.

O CELIBATO DEVE SER ESCOLHIDO LIVREMENTE


 Uma coisa importante: a Igreja não impõe o celibato a ninguém. É uma livre escolha.
Seria o mesmo que coagir uma pessoa a se casar contra a própria vontade.
 Na Igreja Latina a opção pelo celibato deve vir primeiro.
 O padre que não entende isso, não vive bem o seu chamado.
 Não é o celibato o motivo para desordens sexuais de membros do clero, mas o pecado.
 O casamento por si só, não cura a desordem sexual, Mas Cristo sim!
 Pessoa com desordens sexuais que se casa está condenando a sua esposa a ser mero
objeto, um brinquedo para satisfazer a sua luxúria.
 A única maneira de eliminar o escândalo do pecado sexual é experimentar a redenção
de Cristo.
 O autêntico celibatário testemunha essa redenção. O mundo precisa do testemunho do
celibato cristão.

O CELIBATO BROTA DA REDENÇÃO DA SEXUALIDADE


 O casamento e o celibato não podem ser entendidos como um que dá vazão legítima à
luxúria e outro que a reprime.
 Todos, independente de sua vocação, devem experimentar a libertação da luxúria.
 Ambas devem experimentar a libertação do desejo sexual.
 O celibatário precisa não só de formação, mas de transformação.
 Pois só assim ele vai perceber que o ícone que ele sacrifica é muito menor do que a
realidade para a qual ele aponta, que é muito mais atraente.
 Pensar de outra maneira é transformar o ícone em ídolo.

O ENSINAMENTO DE SÃO PAULO.


 É melhor casar do que arder em desejo (I Cor 7, 9).
 Será que o matrimônio é somente para aqueles que não agüentam o celibato?
 Será que o casamento pode de repente livrar a pessoa do descontrole sexual?
 A expressão casar-se aqui significa a ordem ética: É melhor superar a luxúria através da
graça do sacramento do que permanecer mergulhado nela.
 São Paulo não era contrário o casamento, ao contrário ele combate uma falsa idéia que
circulava entre os Coríntios que o matrimônio e a união sexual são pecaminosos.

O Celibato é melhor do que o matrimônio?


 Qual é a razão então de São Paulo escrever: “o que não casa está agindo melhor do
que aquele que casa?”
 Isso deve ser bem entendido. Para não se ter aquela idéia de que celibato é bom e
casamento é ruim. Quem se abstêm de sexo é puro e santo, e quem o pratica é pecador
e impuro. Esse nunca foi o autentico ensino da Igreja.
 O celibato é um chamado excepcional enquanto o casamento continua sendo o
chamado normal da maioria.
 O celibato tem um destaque não porque ele é melhor, mas porque ele é abraçado pelo
reino de Deus, ou seja, o casamento celeste. Ele não vive a figura, mas a realidade
futura já agora.
 Mas cada um tem um dom. Qual é a melhor vocação? Aquela que Deus dá como dom
próprio.

MATRIMONIO E CELIBATO SE COMPLEMENTAM


 Tais diferenças não entram em conflito, mas se complementam.
 O matrimônio revela a natureza esponsal da vocação celibatária e o celibato revela o
valor extraordinário da união matrimonial.
 Fidelidade e autodoação dos esposos – iluminam o celibatário
 Fecundidade dos esposos – diz que o celibatário também ter que ser fecundo.
 O conhecimento e a valorização do casamento por parte do celibatário são
indispensáveis.
 A pessoa celibatária “esteja bem ciente do que está escolhendo... deve ter boa
consciência do que ela está renunciando”.
 O tamanho do sacrifício mede-se pelo grau de valor dado à coisa sacrificada.
 A Igreja aprecia o celibato porque avalia altamente o que ele sacrifica: a união sexual.
 E ao sacrificar a união sexual os celibatários a valorizam ainda mais na vida de quem é
casado, ao mesmo que mostra que o amor entre os esposos aponta para o céu.

O celibato expressa o sentido esponsal do corpo


 Matrimonio e celibato, ambos são chamados a oferecer uma resposta completa ao
sentido da sexualidade, que é a doação de si próprio, à imagem de Deus.
 Quando uma cultura desvaloriza a sexualidade inevitavelmente acaba desvalorizando o
casamento e o celibato.
 O celibatário é chamado a corresponder ao significado esponsal do seu corpo. Doação,
esposo, esposa, paternidade, maternidade faz parte desse significado.

Referências bibliográficas:

1. JOÃO PAULO II. Homem e Mulher o criou – Catequeses sobre o Amor Humano, da Editora
EDUSC.
2. CHRISTOPHER WEST. Teologia do Corpo para principiantes – Uma Introdução Básica à
Revolução Sexual por João Paulo II. Porto Alegre: Editora Myrian, 2008
3. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.

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