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CURSO BÁSICO

NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM


PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

4
NOÇÕES DOS SISTEMAS DE
PREVENÇÃO E COMBATE A
INCÊNDIO DA PLATAFORMA
MÓDULO 4
NOÇÕES DOS SISTEMAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DA PLATAFORMA

INTRODUÇÃO

Neste quarto e último módulo, confira as medidas de prevenção e combate a


incêndio nas plataformas de petróleo.

Para começar, um panorama das diretrizes previstas pelas normas


regulamentadoras, principalmente pela NR-37, que se refere especificamente ao
trabalho em plataformas de petróleo.

Em seguida, as classes de fogo e os tipos de extintores que devem ser usados


para cada caso. Você vai aprender informações sobre os diferentes tipos de mangueiras
de incêndio e vai conhecer os alarmes e fonoclamas que vão soar na plataforma, em
caso de emergência.

Por fim, alguns procedimentos de segurança adotados nas plataformas de


petróleo da Modec. Então vamos começar!

4.1 | SISTEMAS DE PREVENÇÃO E COMBATE


A INCÊNDIO DA PLATAFORMA

Sobre o tema de prevenção e combate a incêndios nas plataformas de petróleo,


é válido destacar alguns conceitos básicos.

A análise de risco acontece antes do início dos trabalhos por ser um recurso
importante para que não haja problemas futuros. Da mesma forma, sistemas de
prevenção são medidas que devem ser tomadas para evitar o incêndio. Já quando se
fala em combate, estamos nos referindo às medidas que vêm após a ocorrência.

Ou seja, apesar de todas as medidas de prevenção, o incêndio aconteceu, e


agora, qual o procedimento correto para controlar as consequências?

Outro ponto importante é que o início do fogo não é necessariamente o início


de um incêndio. O incêndio ocorre quando perdemos o controle do fogo. Portanto, se
você usar o extintor correto, você controla o fogo. Depois, vai ser realizada uma nova
análise de risco para verificar as causas desse evento.

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No entanto, com uma medida simples, você mitigou, ou seja, você abrandou as
consequências daquele fogo. Isso pode salvar vidas. E é por isso que existem tantos
treinamentos e tanto preparo em relação a esse tema.

Este tópico aborda especificamente o trecho NR 37.28, com um resumo das


principais normas relacionadas à Proteção e Combate a Incêndios. A norma começa
destacando a NORMAM01/DPC e o ISO 13702, que são outros documentos que
também devem ser observados quando se trata desse tema.

O subitem 37.28.2 (NR-37) determina que a proteção contra incêndios nas


plataformas deve considerar os riscos existentes para os trabalhadores com os
objetivos de reduzir a possibilidade de ocorrência de incêndio.

Mas, caso o incêndio aconteça, é preciso:

• Detectar e alarmar a ocorrência de incêndio na zona de origem;

• Limitar a possibilidade de propagação de incêndio;

• Proteger a atuação dos trabalhadores envolvidos;

• Controlar e extinguir focos de incêndio com segurança;

• E, por fim, garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores durante o


abandono da plataforma.

Para isso, o sistema de proteção contra incêndio deve ser composto, no mínimo, por:

a) instrumentos de detecção e alarmes da presença de gases, fumaça e


chama;

b) controle e parada do processo de produção ou perfuração;

c) fonte de energia elétrica autônoma de emergência;

d) equipamentos suficientes para combater incêndios em seu início;

e) trabalhadores treinados no uso correto desses equipamentos;

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f) Equipamentos de Proteção Individual adequados para combater o fogo,


com Certificados de Aprovação;

g) rotas de fuga e saídas de emergência devidamente iluminadas, garantindo


a rápida retirada do pessoal a bordo.

A norma determina que tanto os locais de trabalho quanto as áreas de vivência


devem dispor de rotas de fuga e saídas para áreas externas com rapidez e segurança.
Para isso, ela dispõe alguns padrões quanto à sinalização, que pode ser vertical, por
meio de placas fosforescentes ou sinais luminosos, mas também pode ser no piso ou
ao nível do rodapé.

Essas rotas devem ser contínuas e seguras, além


de estarem sempre desobstruídas. As rotas principais
terão a largura mínima de 1m 20cm. Já as secundárias,
pelo menos 70 cm.

É importante planejar o sentido de abertura das


portas para as rotas de fuga, bem como as demais
portas, para que nunca obstruam a passagem. Inclusive,
quanto a isso, as portas de enrolar estão proibidas nas
plataformas de petróleo.

Assim como é proibido, em qualquer situação,


fechar com chave, trancar ou prender a porta corta-fogo
ou a porta da rota de fuga.

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O projeto de iluminação de emergência deve oferecer visibilidade das rotas de


fuga, dos quadros, painéis elétricos e equipamentos que possam ser necessários
durante o combate ao incêndio. Por fim, essa iluminação também deve garantir a
continuidade do trabalho na enfermaria.

A plataforma deve ter sistemas automáticos que paralisem o processo, isolem parte
dele, despressurizem a unidade ou limitem o escalonamento de situações anormais.
Caso necessário, é preciso que esses sistemas possam ser acionados remotamente,

A operadora da instalação deve realizar exercícios de combate a incêndio e


treinamento específico para a brigada de incêndio dentro da periodicidade e com
conteúdo determinados pela Autoridade Marítima.

As plataformas devem ter sistemas de combate a incêndio que assegurem a


segurança dos trabalhadores. Para isso, existe uma série de especificações acerca
desses sistemas. Algumas são:

• A plataforma deve ser dotada de sistemas fixos de extinção de incêndio


eficazes, de acordo com as classes de fogo possíveis e o potencial de
incêndio na área a ser protegida.

• Seguindo com os sistemas fixos de extinção de incêndio, os hidrantes


devem ser facilmente visíveis e acessíveis. Eles serão inspecionados
mensalmente, assim como as respectivas redes de alimentação.

• As bombas devem ser testadas anualmente, assegurando que sua eficiência


corresponda àquela informada pelo fabricante ou fornecedor. Lembrando que
a operadora da instalação tem obrigação de garantir o nível de confiabilidade
do sistema de combate a incêndio inclusive durante a sua manutenção.

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• A plataforma deve ter conjunto motobomba de combate a incêndio pronta


para operar nos casos de maior demanda. E os abrigos das mangueiras
e demais acessórios não podem nunca estarem trancados à chave.

• O número, distribuição, tipo e carga desses extintores devem estar


relacionados com a sua capacidade extintora, as classes de fogo
possíveis a bordo e o potencial de incêndio na área a ser protegida.
Eles devem ser certificados pelo INMETRO e instalados em locais de
fácil visualização e acesso, devidamente sinalizado. Ou seja, nada de
extintores em escadas ou antecâmaras de escadas. Ao ser instalado,
o extintor deve estar com as suas instruções de utilização voltada para
frente, de modo visível.

• O piso abaixo deve ter área livre de um metro por um metro. E sua parte
superior não pode estar a mais de 1,60m acima do nível do piso.

É o INMETRO também que determina os requisitos para a inspeção e manutenção


de primeiro, segundo e terceiro níveis desses extintores. Mas a NR-37 determina que,
caso um extintor seja retirado para manutenção, ele deve ser substituído imediatamente
por outro de características idênticas ou superiores.

4.2 | SISTEMAS DE ALARME E DETECÇÃO DE INCÊNDIO

Este tópico traz um panorama dos sistemas de alarme e detecção de incêndio,


usando como base as normas da NR 37.26. É importante ter em mente que esses
sistemas indicam que, há no mínimo, algum incidente em andamento. No entanto,
quando eles são acionados, é possível controlar as consequências.

Os sistemas de alarme detecção incluem:

• Detector de Fumaça

• Detector de Chama

• Detector de Calor

• Detector de Gás

Existem tipos diferentes de alarmes. Por isso, é importante estar familiarizado


com os sinais de sua unidade marítima.

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• O alarme de incêndio é som


intermitente com apito ou sinete
e toque contínuo do alto-falante.

• O alarme geral é um som contínuo


com apito ou sinete e o toque
contínuo do alto-falante.

• E o alarme de emergência geral,


em casos como de abandono do
navio, é um som contínuo com
apito ou sinete, 7 apitos curtos e
1 longo. A sequência é dada com
o apito ou com o sistema de som da unidade marítima.

• O alarme de detecção pode variar.

No entanto, para não haver confusão, sempre que chegar a bordo, você vai ouvir
os alarmes da sua unidade e será informado da importância de cada um deles. É
importante estar atento para reconhecer cada um deles. Combinado?

Sobre as diretrizes da NR-37, é importante deixar claro que os sistemas de


detecção e alarme de incêndio e gases são obrigatórios em todas as plataformas e
servem para monitorar a possibilidade de incêndios, incluindo a perda de contenção
de materiais tóxicos, inflamáveis.

Nas plataformas de produção, deve haver uma interface desses sistemas com os
outros sistemas de segurança, como os de parada de emergência (shut down), ou
de despressurizações (blow down).

Nas plataformas de perfuração, é preciso ainda uma interface com o sistema


de detecção de influxo, nomeado como kick, e com o sistema de desconexão de
emergência. Nas plataformas capazes de produzir, perfurar e realizar intervenções em
poços, todas as interfaces são obrigatórias.

Os detectores e alarmes fixos devem ser instalados de acordo com o


dimensionamento de projeto e suas atualizações, inclusive nas instalações temporárias.

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As botoeiras de acionamento do alarme de incêndio devem ser do tipo “Quebre


o vidro e aperte o botão” ou sistema similar, ambos sinalizados na cor vermelha. Elas
devem estar posicionadas de modo que a distância máxima a ser percorrida para o
seu acionamento seja de 20 metros.

A seleção do tipo, quantidade, distribuição e sensibilidade dos detectores deve


levar em conta o estudo de dispersão de gases e vapores tóxicos ou inflamáveis.

A operadora pode adotar as medidas previstas em norma técnica nacional ou


internacional.

Os detectores fixos devem ser identificados individualmente e interligados ao


sistema de alarmes da sala de controle da plataforma.

Os sistemas de alarme e comunicação com o pessoal de bordo deve ser capaz


de emitir sinais sonoros e visuais perceptíveis e inconfundíveis, bem como veicular
mensagens audíveis em todos os locais onde houver profissionais.

Os sinais luminosos são obrigatórios em áreas onde o nível de ruído contínuo ou


intermitente estiver acima de 90 decibéis.

Após instalação e comissionamento, esses detectores e alarmes devem ser


testados periodicamente. Os dispositivos fixos devem ser energizáveis pelo sistema
elétrico de emergência da plataforma, conforme NORMAM-01/DPC.

Somente é permitido desativar,


contornar, mudar o nível de ação ou
utilizar qualquer meio que impeça o
correto funcionamento dos detectores ou
alarmes fixos em situações específicas,
mediante autorização.

As plataformas também devem ter


ao menos dois instrumentos portáteis
para detecção de CH4, H2S, O2, CO
e COV, que são Compostos Orgânicos
Voláteis.

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Tanto os detectores fixos quanto os portáteis devem ser calibrados, aprovados e


certificados por laboratório acreditado pelo INMETRO.

Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos de perfuração,


completação, estimulação e restauração de poços de petróleo, com características
combustíveis ou inflamáveis, devem ser instalados detectores para alertar a formação
de atmosferas explosivas ou tóxicas.

Os detectores de gases devem ser instalados de modo a assegurar que as condições


ambientais internas do compartimento continuem adequadas à saúde dos trabalhadores.

A sala de baterias deve possuir sistema de detecção e alarme de hidrogênio, cuja


localização deve considerar a influência do sistema de exaustão e insuflação do ar.
Esse sistema deve ainda ser sinalizado na sala de controle da plataforma.

É importante identificar os sinais de alerta que são usados pela Modec, de acordo
com a apostila Gestão de Emergências Offshore.

Em caso de detecção de incêndio, se o Sistema de Incêndio e Gás por alguma


razão não soar automaticamente o GPA, que é o Alarme Geral, o operador da CCR,
Sala de Controle Central, deverá imediatamente realizar o GPA e fazer o seguinte
anúncio por fonoclama, que é um equipamento de amplificação e distribuição de
ordens verbais, a bordo ou em terra.

Soar alarme e fonoclama: “ATENÇÃO TODO O PESSOAL, ATENÇÃO TODO O


PESSOAL: TEMOS UMA INDICAÇÃO DE INCÊNDIO NA [ÁREA]. ATENÇÃO TODO O
PESSOAL, ATENÇÃO TODO O PESSOAL: TEMOS UMA INDICAÇÃO DE INCÊNDIO NA
[ÁREA]. PAREM TODAS AS ATIVIDADES E DIRIJAM-SE AO PONTO DE ENCONTRO.

Em caso de detecção de gás pelo sistema do navio, um alarme será soado no


DCS e no painel da CCR. O alarme alerta o operador para consultar o painel de
simulação do sistema do navio na CCR a fim de decifrar qual alarme foi gerado.

Os alarmes deste sistema vão gerar automaticamente um GPA. Se o sistema por


alguma razão não soar automaticamente o Alarme Geral da Instalação, o operador da
CCRO deverá imediatamente realizar o GPA e fazer o anúncio por fonoclama.

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Por fim, o Operador da CCRO informará imediatamente o Engenheiro de


Serviço sobre o alarme.

Em caso de detecção de gás não confirmada e originada de um detector de gás


fixo, o operador da CCRO fará contato com um ou dois técnicos para uma investigação
local. Caso o relatório confirme a presença de gás na área, o Operador da CCRO deve
seguir com as funções descritas anteriormente.

Soar alarme e fonoclama. “ATENÇÃO TODO O PESSOAL, ATENÇÃO TODO


O PESSOAL: TEMOS UMA DETECÇÃO DE GÁS NA [ÁREA]. PAREM TODAS AS
ATIVIDADES E DIRIJAM-SE AO PONTO DE ENCONTRO”.

Os procedimentos para o caso de detecção de fumaça confirmada ou não


confirmada são os mesmos para o caso de detecção de gás que eu mencionei há
pouco. O que muda é o fonoclama:

Soar alarme e fonoclama: “ATENÇÃO TODO O PESSOAL, ATENÇÃO TODO O


PESSOAL: TEMOS UMA INDICAÇÃO DE FUMAÇA NA [ÁREA]. PAREM TODAS AS
ATIVIDADES E DIRIJAM-SE AO PONTO DE ENCONTRO”.

Em caso de detecção de incêndio e/ou gás confirmada em Ponto de Encontro


Primário, o Operador da CCRO fará o seguinte anúncio público: “ATENÇÃO TODO
O PESSOAL, ATENÇÃO TODO O PESSOAL: TEMOS INDICAÇÃO DE INCÊNDIO
E/OU GÁS DENTRO DA ÁREA DO PONTO DE ENCONTRO PRIMÁRIO. DIRIJAM-
SE PARA A ÁREA DE ENCONTRO ALTERNATIVA NA [ÁREA]. ISTO NÃO É UM
TREINAMENTO”.

4.3 | PREVENÇÃO E CONTROLE DE VAZAMENTOS,


DERRAMAMENTOS, INCÊNDIOS E EXPLOSÕES

Neste tópico, você vai conhecer as diretrizes gerais sobre proteção contra
incêndios, previstas pela NR-23. Em seguida, vamos retomar a NR-37, abordando
conceitos de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e
explosões.

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Quando se fala em proteção contra incêndios no ambiente de trabalho, as


normas de NR-23 são preceitos considerados básicos. Para começar, adotar
medidas de prevenção contra incêndios, seguindo a legislação estadual e as normas
técnicas, é obrigação de todos os empregadores. Nesse sentido, ele deve informar
os trabalhadores acerca:

• Da utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;

• Dos procedimentos para evacuação dos locais de trabalho;

• E dos dispositivos de alarme existentes.

Assim como está previsto nas normas da NR 37, os locais de trabalho devem
ter saídas capazes de atender às emergências. Isso significa que a direção dessa
rota de fuga deve ser bem-sinalizada e nunca pode ter a passagem obstruída ou as
portas trancadas.

Além disso, há conceitos que cabem especificamente ao trabalho nas plataformas


de petróleo, com as determinações da NR 37.27, que trata da Prevenção e Controle
de Vazamentos, Derramamentos, Incêndios e Explosões.

Para começar, a operadora da instalação deve implementar medidas


continuamente, desde a fase de projeto, para prevenir e controlar vazamentos,
derramamentos, incêndios e explosões, contemplando os meios necessários para
minimizar a ocorrência e mitigar as suas consequências, em caso de falhas nos
sistemas de prevenção e controle.

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Os trabalhadores lotados na plataforma, próprios e terceirizados, bem como


seus representantes devem ser consultados durante a elaboração dessas medidas.
A norma determina que essas medidas de prevenção e controle devem ser revisadas
em alguns casos específicos, são eles:

a) recomendação decorrente de inspeção de segurança ou das análises de


riscos;

b) modificação, ampliação ou reforma da instalação;

c) alterações significativas nas condições operacionais e de processo,


segundo critérios das análises de riscos;

d) recomendações decorrentes das análises de incidentes ocorridos na


instalação, ou mesmo fora dela, que possam ter afetado as condições
normais de operação da plataforma;

e) casos de abrangência decorrentes de incidentes ocorridos nas suas


próprias plataformas ou divulgados pela ANP, cuja avaliação deve ser
realizada pela operadora da instalação;

f) por solicitação do SESMT;

g) solicitação da CIPLAT, mediante avaliação técnica do SESMT;

h) notificação pela auditoria fiscal do trabalho.

Os tanques, vasos e equipamentos e outros componentes da plataforma que


armazenam líquidos combustíveis e inflamáveis devem possuir sistemas de contenção
de vazamentos ou derramamentos.

Há uma exceção para os tanques de carga ou aqueles incorporados à estrutura da


plataforma. É proibido o armazenamento de materiais, recipientes e similares no interior
de bacias de contenção, exceto durante as atividades específicas, portanto, atenção.

Os sistemas utilizados para preparar, armazenar ou tratar os fluidos de


perfuração, completação, estimulação e restauração de poços de petróleo, com
características combustíveis ou inflamáveis, devem ser dotados de equipamentos
e instrumentos de medida e controle para impedir a formação de atmosferas
explosivas, obedecendo a seguinte hierarquia:

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a) prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no meio ambiente


de trabalho;

b) reduzir a concentração desses agentes no ambiente de trabalho;

c) eliminar o risco de incêndio e explosão.

Em áreas sujeitas à existência ou à formação de atmosferas explosivas ou


misturas inflamáveis, a operadora da instalação é responsável por implementar
medidas específicas para controlar as fontes de ignição.

Por exemplo, podem ser medidas que controlem a geração, o acúmulo e a


descarga de eletricidade estática ou um controle da presença de superfícies aquecidas
de máquinas, equipamentos, instrumentos, dutos e demais acessórios.

Todas as instalações elétricas e equipamentos movidos a eletricidade utilizados


em áreas classificadas devem estar em conformidade com a NR-10 e a ABNT.

Já os equipamentos mecânicos e eletromecânicos instalados em áreas


classificadas devem estar em conformidade com os requisitos técnicos do INMETRO
e de norma específica do ISO.

A operadora da instalação deve assinalar e classificar nas plantas da plataforma


as áreas sujeitas à existência ou a formação de atmosferas contendo misturas
inflamáveis ou explosivas, de acordo com norma da ABNT NBR IEC, que é a Comissão
Eletrotécnica Internacional. Essas áreas devem possuir sinalização de segurança,
visível e legível, indicando a proibição da presença de fontes de ignição.

Os serviços envolvendo o uso de equipamentos, instrumentos, ferramentas e


demais serviços que possam gerar chamas, fagulhas, calor ou centelhas, nas áreas
sujeitas à existência ou à formação de atmosferas explosivas ou misturas inflamáveis,
devem obedecer ao descrito no subitem 34.5, da NR-34.

E o que diz esse subitem? Primeiro, ele especifica o que é considerado trabalho
a quente (conforme consta no Módulo 2 deste curso). São as atividades de soldagem,
goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição tais
como aquecimento, centelha ou chama.

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Em seguida, o subitem determina uma série de medidas de proteção, como


inspeção, controle de fumos e contaminantes, práticas seguras na utilização de gases
e cilindros e equipamentos elétricos. Assim como outras especificações de prevenção
de incêndio, incluindo a Análise Preliminar de Riscos.

Seguindo com a NR 37.27, quando se trata de uma plataforma semissubmersível, do


tipo coluna estabilizada, não devem ser instalados no interior de colunas ou submarinos
tanques ou vasos interligados à unidade de processamento de petróleo ou gás.

Para finalizar, a operadora da instalação deve assegurar que a concentração de


oxigênio na mistura gasosa gerada pela queima seja inferior ou igual a 5%v/v, que
é volume-volume. Já no interior dos tanques de carga, essa concentração deve ser
inferior ou igual a 8% v/v.

4.4 | PRÁTICAS MODEC DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Neste tópico, conheça os procedimentos básicos de prevenção de incêndios


usados nas nossas plataformas.

Inicialmente, o superintendente e o supervisor são responsáveis pela aplicação


dos procedimentos de prevenção de incêndios nas áreas sob suas responsabilidades.
Eles devem garantir que todo o pessoal seja submetido a treinamento regular e, nos
casos aplicáveis, estejam de posse de certificados atualizados de treinamento de
combate a incêndio.

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Estes são os nossos procedimentos básicos:

• Todo o pessoal deve estar familiarizado com a saída de incêndio ou rota


de fuga mais próxima.

• Manter sempre os ambientes limpos e organizados, o que reduz a


ameaça de incêndio e facilita a resposta rápida e eficiente em casos de
emergência.

• Nunca fumar nos lugares onde há placas avisando que é proibido fumar.
Ou seja, respeito às normas.

• Quando necessário, vigias de incêndio devem ser fornecidos e treinados


de acordo com os requisitos locais.

• Nenhum trabalho a quente deve ser realizado sem que antes seja verificada
a área imediata, as áreas adjacentes e a direção do vento. E quais são
as atividades de trabalho à quente? Por exemplo, esmerilhamento,
soldagem, oxicorte e atividade de chama aberta.

• Trabalhos a quente e produtos de pintura devem ser separados por uma


distância mínima de 10 metros. Se não for possível, uma Avaliação de
Risco da Tarefa deve ser realizada para a implementação de controles
adicionais de prevenção.

• Todos os produtos inflamáveis ​​devem ser armazenados em contêineres e


áreas de armazenamento aprovadas, com extintores de incêndio próximos.

• Devem ser afixados avisos de advertência para que não seja realizado
trabalho a quente nas imediações.

• As lixeiras devem estar localizadas a uma distância segura das atividades


de trabalho a quente.

• Os vazamentos de gás devem ser isolados e relatados imediatamente


à supervisão e a equipe de Segurança e Saúde Ocupacional, para que
sejam realizados os procedimentos adequados.

• Quando os manifolds de serviço forem posicionados em áreas onde está


sendo executado um trabalho a quente, eles devem ser protegidos com
material adequado.

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• Empilhadeiras e guindastes móveis devem ser dotados de extintores de


incêndio.

• Ainda sobre extintores, todos eles devem ser mantidos em seus locais
corretos, com acesso livre e identificação clara. Eles só devem ser usados ​​
para os fins previstos e de acordo com as instruções do fabricante,
cabendo ação disciplinar em caso contrário.

• Qualquer extintor de incêndio que for levado para um local de incêndio


ou emergência, mesmo que não seja utilizado, deve ser inspecionado por
uma pessoa competente antes de retornar ao seu local original.

• Caso um extintor seja considerado inadequado, os responsáveis devem


ser comunicados imediatamente. Haverá então a substituição por um
extintor do mesmo tipo.

• Os extintores de incêndio devem ser testados quanto à pressão


de acordo com as recomendações do fabricante e os requisitos
regulamentares locais.

• As mangueiras de incêndio devem ser armazenadas e mantidas


adequadamente em seus locais atribuídos e não devem ser usadas para
qualquer outro propósito.

• Todos os alarmes de incêndio devem ser acionados de acordo com os


procedimentos locais de resposta a emergências. E o pessoal a bordo
deve estar familiarizado com o procedimento de resposta a um alarme.

• Todas as mangueiras de combustível e oxigênio devem ser verificadas


quanto a vazamentos. E apenas mangueiras e conexões aprovadas
devem ser utilizadas.

• No trabalho a quente, onde for necessário o uso de manta antifogo,


elas devem ser confeccionadas em fibra de aramida com material de
tratamento antichama. Essas mantas devem estar em bom estado, sem
marcas, sujeira, rasgos ou fiapos. Devem ser usadas com o lado de
aramida para serviço quente.

• Ao usar duas ou mais mantas nas áreas extensas de confinamento,


observe a sobreposição nas bordas de pelo menos 20cm.

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• Nas obras de oxicorte, utilizar uma bandeja ou chapa para fazer uma
contenção física, juntamente com a manta de aramida. Seja no oxicorte
ou soldagem, as mantas devem ser mantidas umedecidas com água
limpa.

• Leve em consideração a ação do vento e o próprio peso da manta para


proporcionar uma fixação adequada e segura durante a execução do
serviço. Após o uso, seque a manta à sombra, nunca sob o sol. Em
seguida, elas devem ser dobradas e armazenadas em local adequado,
protegido do sol, água oleosa ou vapores contaminantes.

Sobre as áreas para fumantes, seguem alguns pontos importantes:

• Primeiro, é proibido fumar fora das áreas designadas. Por outro lado,
as áreas designadas para fumantes devem ter cinzeiros adequados. Ou
seja, nunca use as lixeiras para descartar as guimbas de cigarro.

• É proibido o uso de isqueiros e fósforos a bordo das unidades marítimas,


inclusive na área de fumantes. Nesses locais, isqueiros elétricos estão
disponíveis para uso.

Há instruções de segurança especiais para a cozinha das plataformas. É


obrigatório manter um alto padrão de limpeza e arrumação, inclusive nos dutos de
exaustão e nos fornos.

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• Se disponível, é proibido deixar a fritadeira em funcionamento sem que


alguém controle o seu funcionamento.

• Todos os defeitos devem ser comunicados imediatamente à equipe de


manutenção.

• É proibido usar o forno para guardar utensílios ou alimentos.

• É proibido transportar panelas com óleo quente.

• É proibido ignorar instrumentos de segurança, especialmente aqueles


voltados para controle de temperatura, como termostatos e termostatos
de segurança.

Por fim, as regras gerais no uso da lavanderia:

• Primeiro, assim como nas demais áreas, é obrigatório manter um alto padrão
de limpeza e arrumação, inclusive nos dutos de ventilação e exaustão.

• Assim como em outras áreas, os detectores de incêndio e fumaça devem


ser mantidos em operação.

• É proibido armazenar materiais e roupas acima ou atrás de lavadoras e secadoras.

• É proibido secar roupas contaminadas com substâncias inflamáveis,


como solventes, graxas ou óleos.

• Os filtros dos secadores devem ser limpos de acordo com o procedimento


ou recomendação do fabricante. Assim como o ciclo de resfriamento, que
deve ser realizado de acordo com as recomendações do fabricante.

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• Evite secar roupas por mais de um ciclo.

• Evite também secar materiais emborrachados. Mas, se for necessário,


use temperaturas baixas.

• Os termostatos das lavadoras / secadoras devem ter seus set-points


ajustados a uma temperatura recomendada pelos fabricantes de roupas
e qualquer ajuste do set-point deve ser previamente autorizado pela
supervisão / coordenação de manutenção.

• Todas as queimaduras de fusíveis ou desarme do disjuntor devem ser


analisados para a identificação do problema. A sua substituição ou
religamento somente deve ser realizado com autorização da supervisão
ou da coordenação de manutenção.

• É proibido deixar a roupa sem vigilância enquanto a máquina de secar


estiver a funcionar.

• As instalações elétricas devem ser inspecionadas, para verificar a


necessidade de instalação de disjuntores DR, quando necessário.

• Por exemplo: circuitos que incluem tomadas em áreas externas, circuitos


que possuem tomadas internas, mas que podem fornecer dispositivos na
área externa, circuitos com tomadas em áreas normalmente molhadas,
ou onde houver possibilidade de vazamentos de água.

• Por fim, as instalações elétricas devem ser inspecionadas, verificando se


os plugues e tomadas utilizados são para uso industrial.

As recomendações de prevenção de incêndio em motores são as seguintes:

• Para começar, é obrigatório testar os dispositivos de segurança do motor.

• Produtos inflamáveis ​​/ combustíveis devem ser armazenados somente


nos locais definidos em projeto

• Recomenda-se que os flanges do tubo para motores a diesel sejam


cobertos com fita anti-spray.

• É essencial que as equipes compreendam com clareza o acionamento e


o funcionamento do sistema de combate a incêndio.

CURSO BÁSICO
NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO 19
MÓDULO 4
NOÇÕES DOS SISTEMAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DA PLATAFORMA

Por fim, segue uma lista com as práticas de prevenção de incêndio nos
alojamentos:

• É proibido bloquear a saída do sistema de ventilação das cabines usando


meias, toalhas, roupas, entre outros.

• É proibido secar roupas atrás da televisão ou sob lâmpadas.

• É proibido o transporte de isqueiros, fósforos, velas ou qualquer


instrumento que seja fonte de ignição ou calor, por toda a unidade,
inclusive nas cabines.

• Sempre verifique a tensão do equipamento antes de utilizá-lo.

• Verifique as condições dos cabos dos seus dispositivos.

• Equipamentos eletrônicos, como laptops, tablets ou celulares, não


devem ser deixados na cama enquanto estiverem conectados a uma
fonte de energia.

• E mais: não deixe esses equipamentos carregando sem supervisão. É


preciso permanecer no local durante o carregamento.

• Use apenas um dispositivo por tomada.

• E, por fim, não use extensões ou adaptadores.

Como você pode observar neste tópico, práticas simples, do nosso dia a dia,
são grandes aliadas na prevenção de incêndios. Portanto, preste sempre bastante
atenção aos seus hábitos. Combinado?

CURSO BÁSICO
NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO 20
MÓDULO 4
NOÇÕES DOS SISTEMAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DA PLATAFORMA

RESUMO

Parabéns, você acabou de concluir o último módulo do nosso curso básico de


Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo. Este módulo foi totalmente dedicado
às medidas de prevenção e combate a incêndio nas plataformas de petróleo.

• Para começar, você viu um panorama das diretrizes previstas pelas


nossas normas, principalmente pela NR 37, que, como você já sabe, se
refere especificamente ao trabalho em plataformas de petróleo.

• Em seguida, você aprendeu as classes de fogo e os tipos de extintores


que devem ser usados para cada caso.

• Você aprendeu ainda sobre os diferentes tipos de mangueiras de incêndio


e conheceu alguns alarmes e fonoclamas que vão soar na plataforma, em
caso de emergência.

• Por fim, uma lista de procedimentos de segurança adotados nas


plataformas de petróleo da Modec.

Esperamos que você tenha compreendido a importância deste curso, para


garantir uma jornada de trabalho segura para todos os profissionais a bordo.

CURSO BÁSICO
NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO 21

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