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DIREITO SINDICAL
Professora Universitária.
Direito pela Universidade de São Paulo. Sócio da Mascaro Nascimento Advocacia Trabalhista,
1ª edição — 1982
2ª edição — 2000
3ª edição — 2003
4ª edição — 2005
5ª edição — 2008
6ª edição — 2009
7ª edição — 2012
8ª edição — 2015
In memoriam
COMPÊNDIO DE
DIREITO SINDICAL
8ª edição
EDITORA LTDA.
CEP 01224-001
www.ltr.com.br
Junho, 2015
Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUX
Impressão: ORGRAFIC
Bibliografia.
15-03780
CDU-34:331.88(81)
SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................................... 17
PRIMEIRA PARTE
CONCEITO E HISTÓRIA
Legal ........................................................................................................... 99
Capítulo 12. A Ruptura da Ordem Legal nos Governos Militares ................. 116
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
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3. Redução salarial por acordo coletivo (CF, art. 7º, inciso VI) ....................... 360
QUARTA PARTE
11
SEXTA PARTE
DIREITO DE GREVE
12
SÉTIMA PARTE
A REFORMA SINDICAL DO
13
14
Capítulo 59. Ações de Anulação, Declaração e Revisão de Norma Coletiva ... 633
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APRESENTAÇÃO
dados e das opiniões básicas para o domínio dos aspectos jurídicos das
relações coletivas.
merece ter.
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PRIMEIRA PARTE
CONCEITO E HISTÓRIA
CAPÍTULO 1
DIREITO SINDICAL:
1. SIGNIFICADO JURÍDICO DA
esse âmbito, mas, também, jurídico, como ficará mostrado ao longo desta
também, pelo jurista, atento que sempre deve estar aos fenômenos que
direito do trabalho.
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Dão relevo a ambos, aos sujeitos e objeto. Preferem conceituar o nosso ramo
ser assim, uma vez que o estudo do direito não pode prescindir da relevância
direito sindical. É o ramo do direito do trabalho que tem por objeto o estudo
das normas e das relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical.
realidade instituída na vida social, pode mostrar como deve ser um sistema
que a fundamentam.
Não há dúvida de que a expressão não é aceita de modo pacífico entre
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relações coletivas de trabalho nas quais o sindicato pode não estar envolvido.
é preciso convir que as relações coletivas, das quais o sindicato participa, não
a que muitos dão o nome direito coletivo do trabalho, o que leva à mesma
coletivas de trabalho.
Optaram por ela, entre outros, na Itália, Gino Giugni, que deu ao seu
com Direito sindical: princípios gerais, Romita, com Direito sindical brasileiro,
Mumford); “consciência III” (C. Reich); “século casual” (M. Harrington); “estado
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los. Esses conflitos, sem uma regra jurídica, seriam resolvidos pela força. Não é
essa a visão do Estado de Direito. O aspecto que deve ser enfrentado é outro:
(1) A importância do Direito Sindical foi mostrada na obra coletiva Direito sindical brasileiro,
em homenagem a Arion Sayão Romita, coordenada por Ney Prado, São Paulo, LTr, 1998,
sindical, Antônio Álvares da Silva; Os direitos sindicais nos tratados internacionais, Arnaldo
Outorga judicial do consentimento negado pelo sindicato, Estêvão Mallet; Liberdade sindical
Sousa Franco Filho; Níveis da negociação coletiva, Hugo Gueiros Bernardes; A representação
dos trabalhadores na Constituição de 1988, Irany Ferrari; Dissídio coletivo, Ives Gandra da
Silva Martins Filho; O sistema confederativo, João de Lima Teixeira Filho; O representante
Rodrigues Pinto; Autonomia sindical, José Francisco Siqueira Neto; O conceito moderno de
negociação coletiva, Luiz Carlos Amorim Robortella; A negociação coletiva no setor público,
Luiz de Pinho Pedreira da Silva; O fenômeno sindical, Ney Prado; Modelo político e atividade
sindical, Octavio Bueno Magano; O sindicato e o Estado, Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena; O
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jurídicas há uma estrutura normativa que as define como tal. Se essa estrutura
específicos.
direito de greve: evolução histórica, Pedro Vidal Neto; O sindicato como grupo de pressão
política: o caso dos trabalhadores, Roberto Santos; Centrais sindicais e sindicalização por
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A lei é fonte formal do direito sindical, mas não sempre de modo exclusivo,
casos, ao das leis. Nos modelos autônomos ou, segundo linguagem mais
jurídicos.
jurídicas.
Do exposto, vê-se, portanto, que a expressão “organização sindical”
os princípios nele adotados. Leva ao estudo dos sistemas existentes, que, sob
nos quais o Estado interfere e impõe o modelo que quer que seja observado,
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não previsto pelo legislador, uma estrutura escolhida pelos interessados, e por
como um direito coletivo. Mas há outros meios de ações sindicais que geram
28
serviços por trabalhadores, e não por qualquer pessoa; quarto, tem por
ou no contrato de trabalho.
Nos países que a proíbem, a greve é um delito, uma infração penal, um crime
contra a economia.
29
Essa questão é resolvida de modo diferente nos sistemas jurídicos. Há vários
o que é indesejável.
movimento sindical.
sindicatos têm maior liberdade, são associações de direito privado, não ficam
submetidos aos mecanismos de controle dos entes de direito público, nem são
dos seus atos aos Tribunais de Conta como se fossem uma autarquia federal.
direito civil. O sindicalismo está tão conexo com a defesa dos direitos dos
trabalhadores que seria muito difícil restringir o seu estudo ao direito civil. É
representação sindical, que não pode limitar-se aos padrões do direito comum.
30
pessoa trabalhadora”.
entre si, porque as relações individuais são diferentes das relações coletivas
capaz de desligá-los”.
direito sindical, pelo direito convencional, pelo direito judiciário e pelo direito
processual do trabalho.
função de cada sistema jurídico. E, “no caso particular do Brasil, não existem,
e direito sindical”.
uma autonomia que virá, se é que realmente já não está aí, mas que não deve
31
Brasil, o direito sindical não tem autonomia legislativa, porque não existe uma
de direito sindical.
Concluindo:
“direito sindical” pela qual optam, entre outros, Gino Giugni, Ghezzi,
32
trabalhadores na empresa;
33
interior da empresa;
do direito sindical;
administrativo;
privado;
trabalhadores que seria muito difícil confinar o seu estudo ao direito civil.
34
CAPÍTULO 2
devem ser estabelecidas para que, sem limitações que resultem em sua
tema inicial.
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2. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
sindicais.
e leis ordinárias.
díspares.
seus representados.
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3. LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO
comum.
relevância:
econômica.
meios de união.
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praticar atos que possam ferir o direito público subjetivo de liberdade e atua
como uma garantia constitucional conferida aos grupos, não admitindo, por
sindical.
Inclui, ainda, outro problema: a escolha dos critérios para que se efetive
há sindicatos por empresas, figura entre nós não prevista pela lei. A liberdade
questão, uma vez que há países nos quais a escolha depende dos próprios
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legal, sendo fácil ver que nos sistemas jurídicos em que o sindicato depende
4. LIBERDADE DE ADMINISTRAÇÃO
princípio que deve inspirar a prática dos principais atos que envolverão a sua
atividade interior.
sindicatos com pequeno número e outros com número tão elevado de filiados
bem como o correlato direito de livre propaganda das metas que a oposição
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Pressupõe:
da liberdade sindical.
4º) A fixação das contribuições sindicais, quer quanto aos tipos, quer
quanto ao valor, pelas assembleias sindicais.
sistemas jurídicos e por outros não. Sabido, também, que fase houve em que
funções sejam cumpridas, com o que dois problemas surgem desde logo: 1º)
ao sindicato.
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sendo essa a sua natural atribuição. Assim, quer perante o Estado, quer
as lacunas da lei, detalhando onde a lei não desce, criando figuras novas e
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como aponta Ojeda Avilés, três posições que o sindicato pode assumir:
3ª) A participação política, que, por sua vez, tem mais de uma forma. O
Reunião, expediu Resolução, aprovada por cento e doze votos, com trinta
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provocando reações que muitas vezes são fatais e acabam por comprometer
Sua formulação envolve uma diretriz genérica de amplitude tal que possa
valer como regra fundamental de liberdade individual dos trabalhadores sem
respeitado, ainda que a lei venha a fazer algumas limitações não interferentes
positivo para aquele e negativo para este. Numa dimensão maior, porém,
pode ter como destinatário não apenas o sindicato, mas o Estado, quando
faz discriminações.
subordinação.
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De acordo com o primeiro princípio, o grupo não pode usar o seu poder
senão para atender aos seus fins, isto é, a defesa dos interesses profissionais;
ordem sindical, não pode ferir os direitos individuais dos seus membros.
Nota-se, desde logo, que nas relações com o sindicato as pessoas não
dispõe que todo homem tem direito a ingressar num sindicato. No mesmo
liberdade do trabalhador.
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pessoal estatutário;
ao direito de greve;
conflitos trabalhistas.
que aos funcionários é garantido o direito de associação, mas não sob a forma
trabalhador.
de não filiação sindical que o empregado assume para ser admitido pelo
45
§ 1.0) e o Statuto dei Lavoratori (1970) consideram nulo pacto que subordine
direitos sindicais.
inovação do direito italiano, uma vez que, sob outra roupagem, já existiam
do interesse coletivo que representa o sindicato; o que, por sua vez, encontra-
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Outra figura de igual fim é o fuero sindical, nome não apropriado e que
não dá uma ideia precisa sobre o seu significado, uma vez que fuero origina-
São naturais os atritos que eventualmente surgem; assim, caso não contem
com uma proteção especial que lhes garanta segurança no desempenho das
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filiação sindical ou de sua participação em atividades sindicais fora das horas de trabalho
reafirmado em 1958: tout homme peut défendre ses droits et ses intérêts par
48
CAPÍTULO 3
trabalho.
dos seus participantes. O grupo não tem personalidade jurídica. O ente que
regida pelo direito sindical, quando parte de uma relação perante o grupo. A
empresa é tanto sujeito numa relação individual como numa relação coletiva.
contrato de trabalho.
público, e, com isso, permitiu que o Estado fosse autoritário com os grupos
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direito privado.
51
ver a ação civil pública para defesa de direitos coletivos (art. 129, III) por meio
da ação civil pública, função à qual vem se dedicando com a maior eficiência,
ou coletivos da categoria inclusive em ações judiciais (CF, art. 8º, III), atribuição
genuinamente sindical por sua natureza e finalidade, há, ou não, uma ordem
disjuntiva, o que equivaleria a dizer que quanto mais ações no Judiciário melhor
seria para a ordem lógica processual e para os interesses da sociedade.
legitimação ativa.
pelo sindicato e pelo Ministério Público do Trabalho, para defesa dos direitos
Miguel Reale, ao tratar do tema, lembra que infelizmente tem sido comum
de órgãos públicos em matéria que não comporta tal ampliação (v. “Questões
E conclui a jurista: “... Uma sentença genérica que não seja idônea
deve ser utilizada, então, para evitar e corrigir eventuais desvios de caminho
Na esfera trabalhista, deve comportar adaptações sob pena de, pela sua
Trabalho e, se não for assim, a ação civil pública poderia ser utilizada para a
sindical.
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capaz de externar-se para toda a categoria porque o seu âmbito foi o restrito
positivo de cada país determinar os entes aos quais atribui essa qualidade,
jurídicos.
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são mais obrigatórias. Pode ser fundado um sindicato sem ter antes sido
coletivo, para fins jurídicos, com validade para representar, atuar e negociar,
Em resumo:
de trabalho;
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massa, a tal ponto que o direito processual civil foi forçado a acrescentar,
dimensão é metaindividual;
ele estar em desacordo, mas pode, diversamente, com ele coincidir por
coletivo trabalhista;
— liberdade sindical, no sentido estrito, é a defesa de interesses
confederações sindicais.
56
CAPÍTULO 4
OS PRECEDENTES DO SINDICALISMO
1. CARACTERÍSTICAS DO SINDICALISMO E
longa evolução das ideias e das estruturas sociais e políticas, cujas origens
entanto, nem sempre foi assim. A conquista desse direito atravessou uma
importância, tão bem analisada por Miguel Reale(1), contribuiu para a história
modos.
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Estado, dos quais as corporações foram uma forma. Para ser livre, era o ideário
das corporações de ofício, como, também, mais tarde, para a repressão das
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lizar o seu setor econômico, impedir o exercício da profissão fora dos seus
países.
de la misère, de son existence, de ses effets, de ses causes et de l’insuffisance des moyens
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ideias que levaram à extinção das corporações de ofício. Mais forte foi, no
desse tempo, não só na Lei Le Chapelier (1791), que declarou ilícito todo
crime toda forma de coalizão dos empregadores, para reduzir salários, e dos
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uma conspiração.
é o meio de conseguir esse fim. Com Napoleão III, na França, foi votada lei
Em síntese:
antecedeu;
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das pessoas, o que explica por que em seu início o sindicalismo foi
no tempo.
62
CAPÍTULO 5
A FASE DE TOLERÂNCIA
Londres, 1920, e Lord Wedderburn, I diritti del lavoro, trad., Giuffrè, 1998. Edouard Dolléans
( Histoire du mouvement ouvrier 1830-1871, Paris, Armand Colin, 1936) afirma que nos jornais
de 1830 apareceu pela primeira vez a expressão Trade Unions, associações de todos os
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políticas desde, pelo menos, 1892, quando seis trabalhadores foram eleitos
3. O CÓDIGO PRUSSIANO
central.
4. AS ORIGENS NA FRANÇA
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ramos da indústria.
que seja a sua posição ideológica, mas não exclui tomadas de posição do
Trabalho.
“todo homem pode defender seus direitos e interesses pela ação sindical e
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sindical ampla.
Finalizando:
ção dos trabalhadores e, numa segunda etapa, decidiu aprovar leis que
de coalização;
em associações patronais.
66
CAPÍTULO 6
LIBERALIZAÇÃO E CONTROLE
-se por meio de leis, o Shermann Act (1890), revogado pelo Clayton Act
país. Roosevelt sentiu que tinha de fazer alguma coisa para que o movimento
entre as partes interessadas, sendo correto, até certo ponto, dizer que os
das negociações.
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podia criar, por si mesmo, mais do que um tipo de trade-unionismo inglês, uma
males de sua situação e por aquilo que interessava realmente aos operários,
poder estatal, cuja direção, em todo o seu trabalho político e econômico, está
revelaria impossível”.
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contra algo, mas por algo, e, com isso, dizer que não haveria condições para
Sintetizando:
69
CAPÍTULO 7
O CORPORATIVISMO DE ESTADO
1. A CONCEPÇÃO DO TIPO
CORPORATIVISTA ESTATAL
corporativista que foi por nós adotado da mesma forma que o foi em alguns
vismo societário, não estatal, dos países nos quais a vida associativa atingiu
para não permitir a luta de classes em uma estrutura sem espaço para a
liberdade.
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antissocialismo.
2. OS MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO
os membros da categoria.
Financeiras.
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luta de classes.
Anotam os mesmos autores que o regime que surgiu com a Guerra Civil
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arts. 14 e 15, declarou que “ao Estado incumbe autorizar, por intermédio
a proibição da greve.
uma linha de direito coletivo do trabalho, que, em função das proibições que
Concluindo:
(3) CORDEIRO, Antonio Menezes. Manual de direito do trabalho. Coimbra: Almedina, 1991.
p. 56.
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base territorial.
74
CAPÍTULO 8
O SINDICALISMO APÓS A
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favorável para o trabalhador, esta mais aplicada nas relações entre contrato
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Da reação anticorporativista nasceu a necessidade de dar nova
direito privado e não de direito público com efeito erga omnes, enfim, novas
que levou a Itália a ter dois tipos de contratos coletivos, os antigos com efeito
aos sócios e não a toda a categoria, como acontece com uma associação
civil.
nou-se à vontade das partes da negociação coletiva e não por efeito natural
direito num sistema privado e não mais público, como foi o corporativismo.
Essas observações valem para os estudos que ora são feitos no Brasil
modelo, porque certamente o que teríamos pela frente não seria diferente
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e não nas cúpulas e acabou com o poder das cúpulas de indicar a matéria
que não pode ser negociada em níveis sindicais menores, contrárias, que
mais com referência às cúpulas, mas aos sindicatos que haviam estipulado
produtiva.
cúpula que a representatividade passou a ser medida. A lei italiana, que antes
evidenciar a sua vontade. Não basta, para esse fim, a mera adesão formal
em ambiente restrito e menos por uma lógica sindical conflitual, o que leva
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estas não têm mais sentido. Todo modelo organizativo deve ser horizontal e
tividade de um sindicato de base não pode ser aferida pela sua inscrição em
é difusa sobre as bases, sendo premissa falsa concluir que há uma relação
Franco. Houve uma fase conturbada por greves em tal número que, em 1973,
à frente a Itália. Mais importante que os novos textos legais promulgados foi
representativas.
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seus filhos que nascerão sob o seu manto e pátrio poder. Pode, também, a
legitimação das entidades abaixo da maior nascer pelo ato de filiação a uma
sociedade maior, por sua iniciativa, e não por ato criativo da entidade de maior
E continua:
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por uma via indireta, um modelo sindical a meu juízo aberrante. Urge mudar
sindicatos”.
de Estado.
(art. 451) para a defesa dos interesses e direitos coletivos podem os traba-
trabalhista.
sociais (art. 456, 2), prevê uma medida cautelar para suspensão do dirigente
sindical antes da sua dispensa, e esta só é permitida por justa causa sob
81
(AOG), de 1934.
Estado e os sindicatos.
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empresa.
para o problema. Não sendo possível o acordo, o caso poderá ser inter-
por setor de atividade ou setores afins, por ofício, profissão ou categoria, ainda
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caráter político, como o controle dos sindicatos pelo Estado e a própria fragi-
lidade do sindicalismo.
laissez-faire. A Inglaterra não tinha, como não tem, uma Constituição escrita.
(1) Intervención y autonomía en las relaciones colectivas de trabajo, que reuniu autores
de diversos países, como Goldin (Argentina), Lima Teixeira e Carvalho (Brasil), Guerrero
(Chile), Palomeque López (Espanha), Pessi (Itália), Carlos de Buen (México), Ríos (Peru),
Rosenbaum, Ameglio e Jun Raso (Uruguai), Iturruaspe (Venezuela) e Oscar Ermida Uriarte
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lei, e a sua primeira bandeira foi lutar contra a legislação penal repressiva
relacionadas com greves e um mecanismo que daí surgiu foi a injunction, uma
tese de que os sindicatos não tinham direito s, mas apenas imunidade. Outra
o contrato de trabalho.
controvérsias trabalhistas.
de cavalheiros.
(1980 e 1982), o Trade Unions Act (1984), o Public Order Act (1986), o
Employement Acts (1988, 1989 e 1990), o Trade Unions and Labour Relations
Act (1992) e o Trade Union Reform and Employment Rights Act (1993).
Finalizando:
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antissindicais;
assim na Itália, indaga-se por que não seria também possível no Brasil?
especial para o Brasil não só pela vinculação histórica que sempre nos
mostrar que há caminhos para uma reforma sindical que nos afaste
abandonou.
86
CAPÍTULO 9
OS NOVOS PARADIGMAS
1. GLOBALIZAÇÃO E DESEMPREGO
de que se fala hoje representa, apenas, o êxito mais elaborado de uma eterna
existe, até fazer dele um único local sob controle; globalização como descoberta
multinacionais que se instalam em toda parte onde possa haver lucro e que
mundial, mas vem distanciando economias, dos países ricos e dos pobres.
Relatório do Banco Mundial (1999) mostra alguns dados. Vivem com menos
Regiões
Populações Percentuais
446
26%
Sudeste Asiático
515
43%
África Tropical
219
39%
110
23%
15
3,5%
O. Médio e N. da África
11
4,1%
87
social.
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eram alvo, de modo restrito, unicamente das atenções dos governos, quando
como Finlândia (1995), Portugal (1996), Itália (1993 e 1996), Irlanda (1994 e
(1) SERVAIS, Jean-Michel. O acordo social para o emprego. Anais do Seminário Internacional
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continentes, põe-se em rota de colisão com a internacionalização do mercado
em seu país.
afirma que a globalização não muda, de forma direta, o marco legal das
são somente políticas, mas também sociais e culturais. Nasce uma nova ética
(3) BARROS JÚNIOR, Cássio Mesquita. Categorias econômicas e profissionais. In: PRADO,
Ney (Coord.). Direito sindical brasileiro. São Paulo: LTr, 1998. p. 97.
90
e Noruega(4).
91
prêmios.
empregador.
razão, que a autonomia coletiva foi chamada a gerir as crises das empresas.
3. AS PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS
entre migração da mão de obra nas uniões regionais, proteção dos interesses
92
de Tony Blair, mas continuam a influir, de modo muito forte, nos rumos do
93
a corrente majoritária apoiada pelo Estado, mas com graves perdas de le-
Estado e empresas”.
e do futuro. Numa palavra, deve manter a política reivindicatória que lhe deu
outros. Numa palavra, sua política deve procurar coordenar os interesses dos
Gilberto Dupas(5) sustenta que “nesse quadro — que está longe do que
se sonhava, sendo apenas o que aí está — talvez haja algumas saídas para
(5) DUPAS, Gilberto. Economia global e exclusão social, pobreza, emprego, Estado e o futuro
94
suas melhores condições de atuação, abdicando dos ideais que lhe deram
muitos países, mas que não tem a mesma gravidade em um país no qual o
95
uma forte concorrência vem de fora, das ONGs, que crescem e defendem
carteira assinada;
96
como uma lógica de adequação dos pleitos à situação real de cada empresa,
Concluindo:
e também positiva;
nacionalista sindical ainda presente na lei brasileira, das demais leis foi
97
de mentalidade sindical;
98
CAPÍTULO 10
esse o seu melhor caminho. Algumas das questões com que os sindicatos
99
capital podia ser uma central para diversos sindicatos de cidades do interior.
(2) SIMÃO, Azis. Sindicato e Estado. São Paulo: Dominus, 1966. p. 203.
(3) Idem.
100
2. LEGISLAÇÃO PRECURSORA
mantido pela Consolidação das Leis do Trabalho — CLT até o ano 2000, e com
(4) Instituições de direito do trabalho, em coautoria com Arnaldo Süssekind e Délio Maranhão,
101
do campo não existia uma base intelectual que lhes assegurasse capacidade
3. A INFLUÊNCIA DO ANARCOSSINDICALISMO
desaparecendo por volta de 1920. Para Sheldon Leslie Maram(5), foi a força
e à autoridade, a ação direta como meio de luta, enfim, uma radical crítica a
tudo quanto exista na ordem jurídica, política e social. Suas primeiras fontes
seguidores(6).
senão por período pouco superior a um mês. Seu declínio foi vertiginoso,
conflitos étnicos.
(5) MARAM, Sheldon Leslie. Anarquistas, imigrantes e o movimento operário brasileiro. Trad.
(6) COSTA, Caio Túlio. O que é o anarquismo. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.
102
4. A AÇÃO SINDICAL
contribuindo para que ocorressem diversos fatores. Não havia leis que a
logo descartada.
líderes, que eram os imigrantes europeus, cuja influência foi marcante nas
São Paulo, em 1890; duas em 1891; quatro em 1893; e, até 1896, uma
(7) Sheldon Leslie Maram ( op. cit. , p. 30) afirma que o fato diferencial entre trabalhadores
cargos qualificados e semiqualificados; cargos esses de muito mais peso para a continuidade
que já haviam participado de lutas operárias na Europa antes de virem para o Brasil. Esses
103
paralisados.
um acordo foi aceito para aumento de 20% dos salários e garantia de que
nenhum empregado seria despedido em razão da greve, e o governo pôs
trabalhador.
Terminando:
104
105
CAPÍTULO 11
1. AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
sindical.
de algumas profissões.
Ainda em 1930, foi promulgada a Lei dos Dois Terços, voltada para
106
duplamente: para efeitos jurídicos e para efeitos políticos. Mais que isto:
territoriais municipais.
(1) Problemas de direito sindical. Rio de Janeiro: Max Limonad, s. d. Sobre os reflexos
organização sindical brasileira , Revista LTr, 42:17, jan. 1978; e Sindicato — organização e
funcionamento. LTr, 44(9):1065, set. 1980. Edgard Carone, em A República nova (1930-1937).
2. ed. São Paulo-Rio de Janeiro: Difel, s. d., analisa a ação governamental de 1930, a política
107
uma confederação, regra até o ano 2000 existente em nossa legislação. Aos
Diz Joaquim Pimenta(2) sobre o Decreto de 1931: “Se bem que tivesse
se defeitos tinha, não eram estes de molde a justificar a crítica com que
comunista. Nem uma coisa nem outra. Fora, ao contrário, elaborado tendo-
expressão de interesses que teriam de ser ritmados por um regime legal que
pela CLT.
concluir que não havia espaço maior para a negociação coletiva. Diversos
(2) Sociologia jurídica do trabalho. Rio de Janeiro: Max Limonad, 1944. p. 199.
108
lado dos que o substituíram. Deu aos sindicatos legitimidade para negociar; e,
que mais tarde viria a ser acolhida pela Itália e Espanha pós-corporativas,
pluralista.
não foi nem de unidade nem de pluralidade sindical. Não foi respeitada a
(3) Política sindical brasileira. Rio de Janeiro: Eugênio Braga da Silva, s. d. p. 26.
109
políticos.
democrático.
funções dos sindicatos. Fixou os requisitos exigidos para a criação dos sindi-
(5) Instituições de direito do trabalho em coautoria com Arnaldo Süssekind e Délio Maranhão.
110
3. A CONSTRUÇÃO E A CONSOLIDAÇÃO
DO CORPORATIVISMO SINDICAL
vitória da Aliança Liberal (1930), movimento político que levou Getúlio Vargas
influência maior exercida sobre o nosso sistema foi a da Carta del Lavoro
(1927), da Itália.
111
Para esse fim julgou imprescindível evitar a luta de classes; daí a integração
estruturais conflitivas.
vezes, mas nem sempre, com o interesse de uma categoria, uma vez que
sindicatos.
do País.
112
de grau superior.
na legislação social.
essenciais(6).
(6) Oliveira Viana, em Problemas de direito sindical, nega o caráter fascista dessa legislação,
mas reconhece que “essa inclinação para o fascismo não seria, aliás, coisa muito difícil
de Direito Corporativo nos eram todos conhecidos; suas obras entravam aqui em copiosa
abundância; rumas e rumas delas se acumulavam nas vitrinas dos livreiros. Havia mesmo
casas especializadas na matéria, como a Livraria Boffoni. Esta passou a ser a Meca de todos
corporativismo mussoliniano ali chegavam e para logo lhe desapareciam das estantes,
absorvidos pela sede de saber dos estudiosos da nova doutrina. Nas palestras dos técnicos e
lombadas, a língua italiana era quase tão falada quanto a portuguesa. Era esse o clima
espiritual dominante na época em que o Presidente da República ordenara fosse elaborada
uma nova lei que regulasse, no espírito do novo regime, a sindicalização profissional”.
113
assunto. Por isso mesmo é que puderam ser julgados como constitucionais
1937, mas que os tribunais acabaram por aplicar. Foi minuciosa e detalhista,
completou, dispondo sobre greve nas atividades essenciais, que era proibida
Resumindo:
foi profunda e deixou raízes que o marcam até os nossos dias bem
(7) O problema do sindicato único no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 1952. p. 274.
114
conquista sindical;
nacional;
115
CAPÍTULO 12
pelo regime político vigente, relatado, com detalhes, por Betina Schürmann
confederações.
as empresas.
do Ministério do Trabalho.
sindicais internas.
116
muitos dos seus aspectos. Essa nova postura oficial foi decorrência do
conflitos trabalhistas.
Sintetizando:
117
118
CAPÍTULO 13
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
dos livres debates na Assembleia Nacional Constituinte; daí ser possível dizer
qualquer objetivo não contrário às leis, tanto para os patrões como para os
119
2. OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
categoria.
sem exclusão de outras vias pelas quais são ajustadas condições de trabalho
sócios do sindicato.
120
E O DIREITO SINDICAL
direito individual como de direito coletivo, quando antes muitas destas eram
sabem desde logo o órgão perante o qual a sua lide será apreciada.
judicial desta, que já conhece melhor do que o Juiz Comum o direito coletivo do
trabalho e as questões de representatividade sindical, que eram apreciadas
de 1988.
ações judiciais.
121
no seu exercício.
pelos grevistas sob pena de justa causa para a rescisão contratual, além de
por impulso unilateral só admitido desde que ajuizado de comum acordo entre
visado para atingi-lo. Pode haver pleitos coletivos sem greve, resolvidos
sem as vias judiciais por negociação coletiva, como também pode haver
acompanhados de greve.
122
respectivas;
trabalhadores;
as partes;
a aderirem à greve;
greve;
— o direito dos grevistas de impedir a contratação de substitutos, salvo
nos casos em que é permitida, ações que são admissíveis tanto na greve em
a greve e pacificar o conflito, razão pela qual preferimos sustentar que, nos
123
fábrica fechados com correntes pelos grevistas para impedir o ingresso dos
registro sindical.
registro.
da OIT.
124
que a CLT, e uma tarefa importante não foi ainda feita: a harmonização da
entendimento do sistema.
Não se deve começar a entendê-lo pela CLT, porque diversos dos seus
tal amplitude que não avança o difícil trabalho de depuração dos dispositivos
querem manter a situação atual sem perda dos espaços em que atuam e das
sofismática, porque o que mais se ouve falar — a meu ver sem total razão — é
fábrica que reunia num mesmo local todos os trabalhadores, o que permitia
parte:
125
há liberdade sindical?
— caso a lei dispusesse nesse sentido — pode até ser melhor do que fazê-lo
com o sindicato.
que ocorreram insuflados pela Comissão, o que deixou uma imagem negativa
no empresariado.
retaliadas pelos próprios sindicatos que nelas viam uma concorrente que na
126
um representante do Sindicato.
de base.
As Centrais devem ter funções que não impliquem a redução dos espaços
autônomos dos sindicatos, porque, se assim for, estes ficarão tolhidos na sua
liberdade de ação, tema da maior importância num país como o nosso, que
agora está voltando a sua atenção para o desenho jurídico das Centrais.
supracategoriais.
127
respectiva pirâmide tem sido sentida em toda a história sindical do nosso país.
7. DISSOCIAÇÃO DE SINDICATOS
e que responde pelo alto número de sindicatos que existem no Brasil e assim
128
sindicalismo.
que esse tipo de desdobramento deve ser deliberado em assembleia que reúna
apenas aqueles que pretendam separar-se e não em assembleia dos que que-
rem autonomia e dos demais da categoria preexistente.
o que até hoje impediu durante tantos anos a reforma sindical, imposta por
sistema legal, mas pela união espontânea decorrente da ação dos próprios
perdeu significado, porque parece ser vista pelos próprios interessados como
suas atividades.
129
posteriori, que são as criadas pelos entes sindicais novos que não tinham
sindicalismo.
Concluindo:
130
1988 é uma tarefa que não deve ser adiada, porque os Sindicatos a
determinada matéria;
131
CAPÍTULO 14
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
DO TRABALHO
diversos países.
não são ratificáveis. Valem como mera orientação que cada governo adotará
132
quais Argentina (1960), Bolívia (1965), Colômbia (1976), Costa Rica (1960),
desfiliação sindical.
133
de ação, e das funções que serão exercidas pelo sindicato, tudo de acordo
com a vontade dos próprios interlocutores sociais; é uma garantia para que
entidades sindicais pelo Estado, por via administrativa; tem por finalidade
134
(em 2000, cinco) e milhares de sindicatos (no mesmo ano, cerca de 16.500).
154, de 1981, igualmente ratificada pelo Brasil, que altera a Convenção n. 98,
(1) Os direitos sindicais nos tratados internacionais. In: PRADO, Ney (Coord.). Direito sindical
135
136
mínimos que devem ser observados por estes, espécie de negócio jurídico
Terminando:
dificultar a sua adoção por nosso país partem dos próprios sindicatos;
modelo;
querem manter a situação atual sem perda dos espaços em que atuam
e das categorias de trabalhadores e empregadores que representam.
137
CAPÍTULO 15
1. A UNIÃO EUROPEIA
Livro Verde — Política Social Europeia (1993), do Livro Branco (1994), sobre
Amsterdam (1997).
138
três temas: o direito de associação, o direito de greve e o locaute (art. 2º, 6).
com pelo menos 1.000 trabalhadores e que tenham pelo menos duas filiais
(1) BARROS JÚNIOR, Cássio Mesquita. Perspectivas do direito do trabalho no Mercosul. São
139
Nacional do Transporte.
seguridade social.
140
São os seguintes:
“Direitos Coletivos
Direito de associação
Liberdade sindical
Deverá garantir-se:
Negociação coletiva
nacionais.
Greve
prevenção ou solução de conflitos ou a regulação deste direito não poderão impedir seu
conflitos
solução de controvérsias.
Diálogo social
sustentável e com justiça social da região e a melhoria das condições de vida de seus
povos.”
141
Tem efeitos programáticos. Vale dizer que não tem validade jurídica no
sentido de incorporar-se aos ordenamentos jurídicos internos de cada país.
de sindical da Declaração.
profissional.
com relação a seu emprego. A lei brasileira atende a essa exigência, com a
prejuízos por causa de sua filiação sindical, a lei brasileira não regulamentou,
142
Concluindo:
143
SEGUNDA PARTE
CONSTITUCIONALISMO,
PRINCÍPIOS E SISTEMAS
CAPÍTULO 16
CARACTERÍSTICAS DO
CONSTITUCIONALISMO SINDICAL
constitucionais.
de ações concretas que devem ser respeitadas e dos atos que não são
Suíça (1874), México (1917), Japão (1946), França (1958), Venezuela (1961)
147
reconhecido”.
(art. 34).
Brasil, que é a correção dos seus rumos, até agora voltados para o direito
148
considera lícita a greve quando tiver por finalidade conseguir o equilíbrio entre
com os do capital; e declara que a greve será ilícita quando a maioria dos
se situou.
149
leis, dentre as quais o Código Civil (art. 36), que dispõe sobre associações
não reconhecidas.
Aos sindicatos não pode ser imposta outra obrigação senão o seu registro
dos têm personalidade jurídica. Em função dos seus filiados, podem estipular
para dirigente sindical (art. 23); os casos em que essa retribuição é vedada
subscrito pela CGIL, CISL, UIL, Confindustria e Assicredito, por meio do qual
150
tanto por sindicatos por profissão como por setores de indústria, e com total
transição do regime sindical. Iniciou a prática dos pactos sociais com o Pacto
(arts. 37.1 e 37.2) e o direito de greve (art. 28.2), desenvolvidos pelo Estatuto
dos Trabalhadores (1980), bem como a Lei Orgânica de Liberdade Sindical
(1985).
econômicos e sociais que lhes são próprios. Sua criação e o exercício da sua
151
a filiar-se a um sindicato”.
da espontaneidade.
sindicais.
152
associações sindicais”.
direito de tendência dentro dos sindicatos, nos casos e nas formas em que
celebração das convenções coletivas de trabalho, bem como a eficácia das respectivas
normas.”
153
perca o equilíbrio necessário, correto para os seus fins, dentre os quais dar
Em síntese:
cujo fim foi demonstrar que a União não tinha objetivos meramente
154
CAPÍTULO 17
AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
1934, mitigado, mas não evitado, com a Constituição de 1988. Desde 1931,
sendo reguladas por lei a forma de sua constituição, a sua representação legal
pelo poder público” (art. 159). Reconheceu o direito de greve (art. 158, XXI),
155
sindical da CLT:
assembleia geral por ele convocada e presidida, à eleição dos novos diretores
Constituição de 1988.
2. AVANÇOS, CONTINUÍSMO E CONCEITOS
156
1943 se justificava, mas que hoje deve ser atenuada. Não obstante sermos
agravamento”.
permite totalmente.
(2) Evolução histórica do sindicalismo brasileiro. In: PRADO, Ney (Coord.). Direito sindical
157
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei”. Transfere
os empregadores.
não o indica. Limita-se a dizer que a lei não poderá exigir autorização do
Trabalho e Emprego.
o estudo do tema.
158
categoria pelo sindicato na esfera judicial: basta dizer que trouxe a polêmica
em torno da substituição processual, para alguns fundamentada nesse
processual.
organização sindical?
(art. 522) dispõe: “A administração do Sindicato será exercida por uma di-
alude o art. 543, § 3º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de
suplentes.” (Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011)
sem uma solução unânime uma conclusão sobre os que foram atingidos e os
159
“... O Pleno da Corte já teve a oportunidade de assentar a recepção, pela atual Carta, das
normas de índole ordinária em tudo que não contrariem a proibição constitucional alusiva
da jurisprudência da Corte que não mais existe campo propício a atos administrativos
em conta norma da Consolidação das Leis do Trabalho que define tal entidade como
a constituída por três ou mais federações e, com isto, vem rechaçando a possibilidade
de serem tidas como legitimadas aquelas que congregam entes diversos, tais como
sindicatos e associações, sejam de que natureza forem. Destarte, já aqui concluo que
as normas da Consolidação das Leis do Trabalho envolvidas neste caso — artigos 511
e 570 — estão em pleno vigor, especialmente no que definem o que se entende como
4) concessão e cassação de carta sindical pelo então Ministro do Trabalho (CLT, arts.
conselho fiscal para o então Ministro do Trabalho (CLT, arts. 526, 540 e 542);
11) a CES — Comissão de Enquadramento Sindical (CLT, arts. 570, 571, 572, 574, 575,
576 e 577);
160
16) a proibição de atividades exercidas pelas entidades sindicais (CLT, art. 564);
art. 565);
18) os sindicatos de empresas industriais do tipo artesanal (CLT, art. 574); sindicalização
que cede lugar somente quando a própria Carta Maior estabelece restrições.
Não é esse o caso das disposições da CLT acima relacionadas. Não é lícito
seus dirigentes. Mas a questão pode ser resolvida com a tese do abuso de
direito, à luz de cada caso concreto, como convém, e onde não foi pactuada,
dos dispositivos que estão e que não estão atingidos pela Constituição de
revogação expressa.
dade não tem nacionalidade, existe ou não existe, mas em legislação sindical
nosso sistema com a liberdade plena porque nele é proibido criar mais de
jurídicos e práticos.
sindical imposta pela lei, liberdade de escolha de sindicatos, porque o que lhe
mas o sindicato perante o qual ele terá essa liberdade é apenas um, o único
diversos sindicatos que não têm uma categoria para enquadramento no quadro
liberdade sindical.
162
de modo que, sendo esta a tarefa precípua sindical, nossa lei, ao ressaltá-la
entidades sindicais pelo Estado por via administrativa e que tem por finalidade
existência de outras.
não associados.
Sobre esse ponto nossa impressão é que o efeito erga omnes, apesar
não deve ser visto como um sistema corporativista que não refletiria a
163
efeito erga omnes e aplicação dos convênios coletivos apenas aos sócios do
Sintetizando:
ação sindical, uma vez que se limitam aos princípios, dentre eles o da
liberdade sindical;
164
165
CAPÍTULO 18
CONCEPÇÕES FUNDANTES DA
AUTONOMIA SINDICAL
1. O PLURALISMO JURÍDICO
e outros.
166
fundamental estudada por essa teoria. Construiu uma teoria geral do direito
estrutural-funcional.
das fontes do direito, e dos modelos jurídicos como conteúdo material das
suas obras clássicas Le temps présent et l’idée du droit social (1931), L’idée
(3) BOBBIO, Norberto. Teoria dell’ordinamento giuridico. Torino: Giappichelli, 1955 e 1960;
(4) REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Bushatsky, 1973; Saraiva, 1994.
(5) REALE, Miguel. Fontes e modelos jurídicos. São Paulo: Saraiva, 1994.
167
novo direito objetivo, pela legislação estatal, que veio confirmar a importância
do fenômeno assinalado.
até hoje, atuais, dentre as quais a eficácia erga omnes das suas cláusulas.
querendo precisar que dos fatos (os fatos das relações sociais) surgem os
(6) SORIANO, Ramón. Sociología del derecho. Barcelona: Ariel, 1997. p. 137.
168
de liberdade sindical.
tempo, uma vez que nos Estados se sucederam diversos sistemas sindicais”.
legal.
169
sem proteção por parte desse ordenamento e corre inclusive o risco de ser
si, mais ou menos autônomo, que se faz valer com os meios internos de
leis estatais sobre a matéria são inadequadas, isso não tem outro significado
170
interior das empresas industriais ou dos grupos profissionais etc. podem ser
natural, que tem como origem a sociabilidade do ser humano, daí propor a
para o conhecimento dos fenômenos das relações sindicais, e que não pode
do direito estatal.
pode ser ilícito para outra; aquilo que para uma é comportamento
(9) SANTORO-PASSARELLI, Francesco. Nozioni di diritto del lavoro. Napoli: Casa Editrice
171
obrigatório, pode ser indiferente para a outra. Isso explica como boa
ação sindical.
(10) PERSIANI, Mattia. Saggio sull’autonomia privata collettiva. Padova: Cedam, 1972.
(11) ESCARTÍN, Ignacio Garcia-Perrot. Ley y autonomía colectiva, un estudio sobre las
172
devem ser protegidos pela lei e aqueles que podem ser negociados pelos
sindicatos.
Recapitulando:
1995.
173
do sistema jurídico;
174
CAPÍTULO 19
DECORRÊNCIAS DOS
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
1. ASSOCIAÇÃO
deu-lhe projeção mundial, permitindo uma base no plano das ideias para
parâmetros.
(1) Na doutrina nacional, entre outros, há os seguintes estudos: MORAES FILHO, Evaristo
de. O problema do sindicato único no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978; SÜSSEKIND,
Janeiro: Freitas Bastos, 1981; CATHARINO, José Martins. Tratado elementar de direito
sindical. São Paulo: LTr, 1977; GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do
trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 1978; MAGANO, Octavio Bueno. Manual de direito
do trabalho. São Paulo: LTr, 1981, e Organização sindical brasileira. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1981; RUSSOMANO, Mozart Victor. Direito sindical: princípios gerais. Rio
de Janeiro: Konfino, 1976; ROMITA, Arion. Direito sindical brasileiro. Rio de Janeiro: Ed.
Brasília, 1976; BARROS JÚNIOR, Cássio Mesquita. Liberdade sindical e a opção italiana.
São Paulo: LTr, n. 45, 1, e 15, jan. 1981; PAULON, C. A. As cláusulas sindicais e a liberdade
sindical. São Paulo: LTr, n. 45, out. 1981; ROMITA, Arion (Coord.). Sindicalismo. São Paulo: LTr,
1986; PRADO, Ney (Coord.). Direito sindical brasileiro, estudos em homenagem ao
Prof. Arion Sayão Romita. São Paulo, 1998; PINTO, José Augusto Rodrigues. Direito
sindical e coletivo do trabalho. São Paulo: LTr, 1998. Na doutrina estrangeira, v. as obras
SPYROPOULOS, Georges. La liberté sindical. Paris: LGDJ, 1956; TREU, Tiziano. Condolta
In: Traité de droit du travail (dir. Camerlynck). Paris: Dalloz, 1966; TARELLO, Giovanni.
Teorie e ideologie nel diritto sindacale. Milano: Comunità, 1972; PERSIANI, Mattia. Saggio
sull’autonomia privata collettiva. Padova: Cedam, 1972; GIUGNI, Gino. Diritto sindacale.
Bari: Cacucci, 1980; AVILÉS, Ojeda. Derecho sindical. Madrid: Tecnos, 1980; VALLEBONA,
Antonio. Istituzioni di diritto del lavoro, il diritto sindacale. Torino: Giappichelli, 1998;
GALANTINO, Luisa. Diritto sindacale. Torino: Giappichelli, 1992; URIARTE, Oscar Ermida
FCU, 1993.
175
a dimensão que foi dada à liberdade sindical. Liberdade sindical tem uma
ou de desfiliar-se de um sindicato.
associados.
âmbito trabalhista.
176
Compreender, no entanto, a liberdade sindical meramente como
tanto haveria liberdade sindical nos Estados totalitários, que não permitem a
foi, ainda, pela Constituição de 1988. Mas nem sempre houve liberdade sindical.
como o sindicato, em dada ordem jurídica, é concebido, nas suas relações com
2. ORGANIZAÇÃO
organizar.
177
só grupo.
3. ADMINISTRAÇÃO
indiretas, por escrutínio secreto ou por aclamação, mas desde que o meio
deliberação.
Há sindicatos pequenos e outros com grande número de filiados.
As eleições não podem ter a mesma forma nos dois diferentes portes de
178
eleição indireta torna-se cada vez mais utilizada; é, inclusive, meio de evitar o
situação.
4. GARANTIAS
repressão ou antissindicais.
atividade sindical ou que limita a mesma além do que surge do jogo normal
179
de diversas fontes.
privilégio quando o direito ao trabalho não deve ser assim. Todos devem ter o
180
sindicato sem uma ideologia política. Alguns são braços de um partido político.
todos os funcionários públicos têm esse direito. É negado aos militares por
algumas legislações.
excessivo de diretores.
Sua formulação envolve uma diretriz genérica, de amplitude tal que possa
valer como regra fundamental de liberdade individual dos trabalhadores, sem
é o status trabalhista, que deve sempre ser respeitado, ainda que a lei venha
positivo, para aquele, e negativo, para este. Numa dimensão maior, porém,
pode ter como destinatário não apenas o sindicato, mas o Estado, quando
faz discriminações.
princípio, o grupo não pode usar o seu poder senão para atender aos seus
181
não têm um direito absoluto. Abrem mão de uma parcela da sua liberdade.
Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), art. 1º, XXI 11, 4,
dispõe que todo homem tem direito a ingressar num sindicato e no mesmo
ser respeitado.
filiar. Nossas leis defendem essa garantia, mas proíbem mais de um sindicato
do Trabalho, argumento que não pode ser aceito quanto aos servidores
182
na mesma base territorial, uma vez que a autonomia sindical tem como
desde que não exista nas relações entre sindicato e representados, impositiva
sempre que a lei fizer essa proibição. Haverá, no entanto, liberdade sindical,
sob esse prisma, quando a união dos representados for espontânea, não
obrigatória por lei. O ordenamento jurídico que não faculta às pessoas decidir
183
CAPÍTULO 20
DE REGULAMENTAÇÃO LEGAL
quais a organização sindical não é regida por lei, tem existência sociológica,
da vida social.
juristas, desregulamentados.
Alemanha e o Uruguai.
sindicais são disciplinadas por lei. No Brasil, as Centrais Sindicais não são
de que não estão submetidos a uma legislação, mas são parte integrante não
interno, uma norma sindical. Com isso, esse país, embora não tendo leis
leis, e poucas, sobre boa-fé nas relações coletivas. A principal é o Wagner Act.
coletivos, em número variável de até mais de 50. Os salários pagos nas di-
184
setor. O nome do sindicato não tem maior importância, mesmo sem relação
julgamento.
185
uma arbitragem. Parte pequena dos casos, em relação ao seu número total,
chega à arbitragem.
após a admissão (90% dos contratos têm essa cláusula); o check-off, que
um deles, mas nada impede que numa empresa alguns empregados, como
186
central, a pactuação de contratos coletivos de trabalho, sendo os sindicatos
de limites razoáveis. Sua posição deve ser equidistante, mas não indiferente.
leis, alertado pela repressão que sofreu, pelo controle a que foi submetido
públicas.
dam a liberdade sindical, e um exemplo está na Itália, com a Lei n. 300, o Es-
187
trabalho, mas perde, também, a sua função tutelar no plano das relações
garantidas pela lei. É esta, também, que enumera infrações pela prática de
188
sindicatos.
ultima ratio.
189
Concluindo:
de um sistema intervencionista;
190
CAPÍTULO 21
UNIDADE E PLURALIDADE
1. UNICIDADE LEGAL
escolher o tipo de associação que querem constituir, sem entraves legais que
diversos graus.
191
deve resultar da lei, como no Brasil, ou a lei deve se abster dessa proibição
uma análise mais detida, a começar pelo significado com que são aqui
empregadas as expressões pluralidade, unicidade e unidade sindical.
cional do trabalho (1999), ensina que “na maioria dos países há pluralidade
outros, o monopólio de representação sindical é imposto por lei (p. ex.: Brasil,
e até estabelecimento”.
2. UNIDADE SINDICAL
Suécia.
192
Essas correntes encontram adeptos em nosso país, onde foi muito forte
matizes filosóficos, criaram uma realidade, que não pode ser desprezada,
3. PLURALIDADE SINDICAL
voluntária e rejeitam a imposta por lei, e são eles Roberto Barretto Prado,
Romita, Cássio Mesquita Barros Jr., José Augusto Rodrigues Pinto, Ney
(2) SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito constitucional do trabalho. São Paulo: LTr, p. 336.
(3) Syndicats. In: CAMERLYNCK (Coord.). Traité de droit du travail’. de Paris: Dalloz, 1968.
193
ação.
casos de ação conjunta. A lei fixa requisitos para escolha do sindicato mais
194
4. O SISTEMA BRASILEIRO
também, como membros da categoria que são, ainda nos casos de interesses
respectiva profissão.
O Brasil segue uma tradição legal de unicidade sindical. Não foi assim
195
podem, ser livremente fundadas e em qualquer número (art. 515). Não têm
prerrogativas de sindicatos (art. 513). Antes da Constituição de 1988, eram
associação. Um sindicato pode ser fundado sem nunca ter sido associação.
196
para negociar nos dois casos. O mesmo sindicato que tem legitimidade para
próprio, se existente.
sindicato único, não podem dele se afastar, nem encontrarão meios para fazer
valer os seus objetivos. Essa situação é fonte de alguns atritos entre diretorias
diretorias sindicais não se põem de acordo com o que pretendem os seus re-
197
Estado de São Paulo, 2.365 entidades sindicais, e o menor de Roraima,
entidades sindicais.
tegorias e sindicatos.
ções. Quando uma empresa repassa para outras os serviços que antes
não são diferentes daqueles que existem nos sistemas de pluralidade sindi-
dical, essa escolha é proibida, porque a lei impede opções dos membros de
é argumento que pesa. Mas que é sindicato fraco? É o com número pequeno
com poucos associados, poderá criar um problema grave para toda uma
número de representados.
198
Por outro lado, as centrais sindicais são órgãos que cumprem uma
pessoal da empresa.
sindicato mais representativo. Mas isso não tem sido dificuldade nos países
França e Itália. Nesses países, as leis adotam diversos critérios para definir,
nas disputas entre dois ou mais sindicatos, o mais representativo, que atuará
sindicatos, cai por terra diante dos números. De acordo com os dados da
199
Enfatize-se:
é esse o nosso modelo, uma vez que a imposição legal é defeito advindo
partes e já fica cada vez mais distante a ideia de luta de classes numa
sindicato.
200
CAPÍTULO 22
OS SISTEMAS QUANTO
AO GRUPO REPRESENTADO
1. O SINDICALISMO DE CATEGORIAS
é, também, a profissão.
(1) CARNELUTTI, Francesco. Teoria del regolamento collettivo dei rapporti di lavoro. Padova:
Cedam, 1936.
201
participar o empresário.”
202
administrativas”.
Vê-se, logo, que esses conceitos são insuficientes para uma exata
(2) A CLT (1943) declara (art. 511, § 1º) que “a solidariedade de interesses econômicos dos
que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico
que se denomina categoria econômica” e que (art. 511, § 2º) “a similitude de condições de vida
oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade
elementar compreendida como categoria profissional”. Acrescenta (art. 511, § 3º): “Categoria
associação é natural.”
203
econômica correspondente.
cato não é mais uma associação sempre vinculada a uma categoria. Mul-
na defesa dos seus interesses: coalizões, ofícios, profissões, comissões, seções, delegados, comitês,
unidades, empresas, diversas categorias em
pelo então Ministério do Trabalho, o mapa geral das categorias. A época foi
de reorganização, de mudança de um sistema para o corporativismo estatal
básico da organização sindical. Foi mantido pela CLT (art. 577). As atividades
parecido com “selar os sindicatos”, passar uma estampilha sobre eles para que
205
registro sindical.
206
unicidade sindical ao dispor (art. 8º, II) que “é vedada a criação de mais
A Constituição dispõe (art. 8º, I) que “a lei não poderá exigir autorização
organização sindical”.
sindical.
(3) Direito do trabalho na Constituição de 1988. São Paulo: Saraiva, 1989. p. 231.
207
Trabalho e Emprego.
brasileiro, que era, nesse ponto, fechado, tornou-se aberto. A única exigência
controle, no caso judicial por meio das ações de impugnação. Estar ou não
documento que indica a categoria por ele representada e a sua base territorial.
2. O SINDICALISMO DE PROFISSÕES
foi mais comum nos primeiros estágios do movimento sindical, pelo papel
208
contrário, é usada para dar a ideia de uma linha que se ergue de cima para
209
normas dos instrumentos coletivos dos sindicatos dos profissionais que têm
profissão municipais.
210
3. O SINDICALISMO DE EMPRESA
do sindicato.
nacionais.
a Constituição de 1988 (art. 8º, II) declara que a base territorial mínima de
211
são representados não por essa condição, mas porque integram a categoria
coletividade na empresa.
212
que têm os acordos que valem para toda a categoria. A situação das empresas
representados.
comunidades difusas.
213
semântica para indicar um sujeito cuja ação de tutela coletiva dos interesses
sentação sindical?
Inicialmente, merece referência a concepção publicística, afastada pela
dos representados; não é igual à representação legal, uma vez que esta
214
acordos coletivos são restritos aos filiados ao sindicato, e a sua aplicação
divergentes.
representam categorias.
público?
215
privado; b) no art. 37, VI, garantiu ao servidor público civil o direito à livre
público civil o direito de greve nos termos de lei específica na qual os limites
há proibição.
216
públicos.
6. O PROBLEMA DA CONTRIBUIÇÃO
217
as centrais sindicais:
“Art. 7º Os 578 a 610 da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, vigorarão até que a lei venha a disciplinar
tributária.
indireta, deverão recolher a contribuição sindical prevista no art. 578, da CLT, de todos
Ora, esse ato normativo tem plena validade. Do ponto de vista formal,
o art. 510 da CLT legitima a competência do órgão emanador. A diretriz está
Superiores.
art. 578 ss.), recebida pela Constituição (art. 8º, IV, in fine), condicionado, porém, a
218
1. A Constituição de 1988, à vista do art. 8º, IV, in fine, recebeu o instituto da contribuição
sindical compulsória, exigível, nos termos dos arts. 578 ss. CLT, de todos os integrantes
2. Facultada a formação de sindicatos de servidores públicos (CF, art. 37, VI), não
da categoria (...) (ADIn 962, 11.11.93, Galvão).” (STF, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda
11.02.1994).
seu desconto dos salários dos servidores estatutários, dos diversos níveis da
“1. Não se configura a decadência se o writ foi impetrado antes de escoado o prazo
arrecadação, como previsto no art. 589 da CLT.” (STJ, 2ª Turma, REsp n. 612.842 —
219
porque se assim fosse, equivaleria a dar com uma mão e retirar com a outra.
ou de outra espécie, que tenha por fim prejudicar esses direitos no que
jurídicas que tiveram por escopo fazer que nelas ganhasse corpo uma
Rural foi revogado pela Lei n. 5.889 (1973), que manteve as normas sobre
para o custeio das atividades dos sindicatos rurais, até ulterior disposição
legal, como a do imposto territorial rural, pelo mesmo órgão arrecadador (art.
10, § 2º).
empregadores.
221
autores que sequer fazem alusão ao sindicalismo patronal. Não falta quem
entenda que os órgãos patronais não são sindicatos, tanto assim que recebem
fazem coletivamente.
Empresariales — CEOE.
e bilateral.
Encerrando:
cada vez mais pelo sistema de categoria a posteriori, para com isso
designar-se a criação dos grupos não pelo Estado, mas pelos próprios
222
profissão;
independentemente da profissão;
trabalhe;
liberdade sindical;
Administração Pública.
223
TERCEIRA PARTE
CAPÍTULO 23
1. CENTRAIS SINDICAIS
227
países.
o Partido Trabalhista.
entre elas, à qual foi dado o nome de “Federação CGIL, CISL, UIL”.
Trabalhadores.
de sindicatos.
228
autônoma.
229
para realizar, com êxito, a concertação são difíceis de reunir e são poucas
e empresas.
4. AS CENTRAIS SINDICAIS E
(2) COMIN, Álvaro Augusto. A experiência de organização das centrais sindicais no Brasil. In:
O mundo do trabalho, crise e mudança no final do século, Ministério do Trabalho ( sic), Centro
231
proibição.
232
como fica patente com a existência da Conclap formada por estes últimos”.
que a legislação não prevê confederações gerais, mas tem ponto de vista
Observa, no entanto, que não viu êxito nessa experiência em alguns países,
Constituição (art. 8º, II) declara: “é vedada a criação de mais de uma orga-
233
e não têm natureza sindical, mas de associações civis, não sujeitas, desse
234
não sindicais, nada impede a sua existência e nem sua pluralidade, porque
de registro ministerial, tão somente com o registro cartorial dos seus atos
federações.
suporte jurídico para uma associação civil não sindical fazer essas indicações,
refere a Constituição Federal de 1988, art. 8º, IV, pode comportar mais de
235
uma etapa nova que começam a percorrer, uma vez que até agora a sua
existência vinha sendo apenas institucional, já que não havia uma legislação
236
Poderão praticar o diálogo social sob outras formas, não pela pactuação
possibilite uma experiência igual a que tivemos e que nos deixou clara a
Basta essa relação de entidades que se intitulam Centrais para ficar cla-
237
Estado de Minas Gerais, União Sindical Brasileira (USB) Brasil, União Sindi-
modo como vinham fazendo até aqui, com recursos próprios. A duplicidade
mais representativas e que por esse fato podem representar todo o setor,
unicidade, uma vez que nosso modelo legal admite tantas Centrais quantas
A lei é inconstitucional?
de Centrais, que se situam acima das Confederações. E onde a lei não proíbe,
não é dado ao intérprete proibir. Some-se a isso o princípio da liberdade
sindical previsto na Constituição de 1988 (CF, art. 8º) e que limita a criação
Sindicatos, mas não é válido para as Centrais porque não representam uma
categoria.
238
dizer que os recursos financeiros previstos pela Lei Maior é que são voltados
das categorias e bases territoriais dos sindicatos que àquelas são filiadas,
Confederações ou Uniões. Com o tempo será possível sentir até que ponto as
d) O problema do financiamento
239
a Confederação 5% (cinco por cento); para a Central Sindical 10% (dez por
cento); para a Federação 15% (quinze por cento); para o Sindicato 60%
(sessenta por cento); para a Conta Especial Emprego e Salário 10% (dez
por cento). Não havendo sindicato nem entidade sindical de grau superior ou
conta.
confusão de conceitos.
Para custeio das suas despesas o sindicato conta com uma principal
sindical tem natureza pública porque é criada como imposto por lei e devida
por todos os que exercem uma atividade descrita pelo seu fato gerador.
240
mais certo do que a fiscalização, pelo Tribunal, da sua utilização. Por outro
de prestar contas dos seus gastos. Não vejo nisso nenhuma interferência do
que pode existir quer quanto a entidades públicas quer quanto a entidades
coletiva. Esta, sim, terá natureza privada porque sua origem será a autonomia
e) A verificação da representatividade
que dados?
enquadra neles.
filiados à Central.
241
judicial.
f) Atribuições
quando um dos pratos da balança pende muito para um lado, o outro lado
estes são denominados pela lei de outro modo: Tribunais, Juízes, Varas
242
g) As opções de filiação
O que se quer dizer com isso é que na prática poderá um sindicato de uma
por inscrever-se em outra. Nada haverá de ilegal nisso. A lei não proíbe que
uma situação assim aconteça. Onde a lei não proíbe, não pode o intérprete
impedir.
6. CONFEDERAÇÕES E FEDERAÇÕES
determinada categoria. Diferem das centrais. Estas estão acima das categorias;
federações da categoria, pelo menos três federações (CLT, art. 535) do setor.
243
Portaria Ministerial.
Pessoas Jurídicas, embora não exista exigência legal nesse sentido; mas é
natural que uma pessoa jurídica deva registrar-se no órgão próprio para ter
personalidade jurídica.
O Secretário de Relações do Trabalho dispõe de prazo, a contar da data
244
esclarecimentos, o requerente será notificado e terá trinta dias para tal fim.
239.943/96, Ac. 809, j. 16.6.1997, Rel. Min. Moacyr Roberto Tesch Auersvald,
DJ 8.8.1997.)
peculiaridades.
Supremo Tribunal Federal (STF, Pleno, MS n. 20.829S, Rel. Min. Célio Borja,
245
base territorial. Depois, deve-se ter presente que caberá aos trabalhadores
ou empregadores definir tal base territorial, que não pode ser menor do que a
sindicais”.
Judiciário.
Desse modo, sabendo-se que, por sua vez, as federações vão encontrar
sindical.
da base para a cúpula, e não desta para aquela. Essa perspectiva mostra
246
das categorias, sendo esse o sentido em que se deve colocar a sua função
Isso quer dizer que, quando não há sindicato de uma atividade ou profissão, a
territorial.
247
Novo.
territoriais, mas não terá validade na base territorial do sindicato que não o
assinar.
Concluindo:
— as centrais sindicais no Brasil tinham de ser legalizadas como são nos
como o nosso, que agora está voltando a sua atenção para o desenho
entidades supracategoriais;
mais ativa.
248
CAPÍTULO 24
pessoas jurídicas de direito privado porque não são criados pelo Estado, a
sua criação não decorre de lei e o seu ato constitutivo é a assembleia que
Em apreciação final:
— os sindicatos são os entes sindicais mais próximos dos trabalhadores
249
finalidade de dar poder aos seus diretores, e não para sentir a vontade
ordenamento jurídico;
discussões judiciais;
atividade preponderante;
desmembrado;
250
Registro Civil;
da gestão;
representatividade.
2. SINDICATOS: CONCEITO
251
continuará sendo desde que tenha a percepção das alterações que o novo
empresários, que foi, para Paul Pic, uma federação patronal. A certos grupos
1867, foi criado o Comité Central des Chambres Syndicales. Outras entidades
252
moral.
condições de trabalho.
253
(1971), vem a ser “a associação que tem por objeto a defesa de interesses
profissionais”.
que a integram”.
sobrevivência”.
seu objetivo principal. Os sindicatos não são entes com finalidade lucrativa.
solidariedade de classe.
dos dois tipos de entidades são diferentes. Uma ordem profissional, como
254
implica a liberdade das atividades dos sindicatos, o que supõe, por sua vez,
a personalidade jurídica.
vida fisiológica”.
sindicato. Porém, essa posição doutrinária foi superada pelo princípio da li-
255
mesma tese foi defendida por Cesarino Júnior, para quem o sindicato é um
ente jurídico que não se pode classificar exatamente nem entre as pessoas
3. ESTRUTURA INTERNA
(1) MORAES FILHO, Evaristo de. O problema do sindicato único no Brasil. São Paulo:
Alfa-Ômega, 1978, e “Sindicato, organização e funcionamento”, artigo, São Paulo: LTr, n.
256
mente (art. 371) sobre condições de admissão dos seus membros, direitos,
do Trabalho.
para dissolução.
Itália: os sindicatos não registrados são regidos pelo Código Civil, art.
plena capacidade de ação, deverão depositar, por meio dos seus fundadores
257
O escritório dará publicidade aos estatutos para que sejam sanados defeitos,
4. CATEGORIAS
258
categoria profissional”. Acrescenta, ainda, a CLT que (art. 511, § 3º) “categoria
Acertou a CLT?
É difícil responder que sim porque raramente, por todos esses anos,essas
não pelo tipo de empresas para as quais trabalham, mas que exercem uma
quadros:
até o gerente;
259
art. 8º, III, dispõe que cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses
administrativas.
poderá em nosso sistema falar em filiação, a não ser de sócios dos sindicatos.
260
E é nesse sentido que é usado o termo unicidade sindical. Não faculta aos
sindicato começava pela criação de uma associação não sindical que depois
transformação em sindicato.
não sindicais. Não têm prerrogativas de sindicato. O art. 513 da CLT enumera
as prerrogativas do sindicato: “a) representar, perante as autoridades
261
pois apenas os sindicatos é que têm essa faculdade —, não elege nem
designa representantes para a categoria, uma vez que não é sua função
pois esta é do sindicato, e não tem poderes para impor contribuição sindical,
8º, I) também que “a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
sindical, porque, como a lei não pode exigir autorização do Estado para
sindical.
262
pelo art. 5º, XVII, da Constituição Federal. O erro a ser evitado é não observar
das demais associações, e essas prerrogativas são as indicadas pela CLT, art.
das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 433; DELGADO, Mauricio
A Consolidação das Leis do Trabalho, art. 517, § 2º, autoriza a sua criação:
delegacia e seus delegados, mas, também, pelo sindicato, por seu presidente
263
CAPÍTULO 25
FUNDAÇÃO DE SINDICATOS
1. OBSERVAÇÕES INICIAIS
passado houvesse —, e dele devem constar dados, sendo, para esse fim, o art.
vedada pela lei, caso em que um novo sindicato surgirá no lugar dos dois
264
procedimento de registro.
tenha validade, como ocorre com todo ato jurídico, com a observância da
forma prescrita no ordenamento jurídico (CC, art. 104, III), e que se divide
autorizado pela CLT, art. 571, segundo o qual qualquer das atividades
ação sindical eficiente. Desse modo, nada impede que de uma categoria
profissionais (art. 8º, CF). 2. O princípio da unicidade não significa exigir apenas um
SP; Recurso Especial n. 1997/0078040-6, Fonte DJ: 11.6.2001, pág. 00102 — JBCC
vol.: 00192, pág. 00260, Relator Min. Milton Luiz Pereira — 1ª Turma — decisão por
unanimidade de 15.2.2001.)
265
Constituição Federal, havendo afirmado o acórdão recorrido que, ‘em tese, é sempre
caso, envolveu interpretação de provas e que não pode ser revista por esta Corte,
organização sindical (CF, art. 8º, I), o legislador constituinte outorgou aos trabalhadores
que não poderá ser inferior à área de um Município, afastando a competência do Minis-
disposições contidas nas Instruções Normativas ns. 5/90 e 9/90, que lhes facultam, no
prazo nelas fixado, a impugnação do registro de fundação da entidade, competindo à
Administração Pública anular o ato se julgada procedente a alegação. 3. Art. 571 c/c
desde que observados os requisitos impostos pela norma trabalhista. 3.1. Em face
279/STF. Agravo regimental não provido.” (STF — Ag. Reg. em Recurso Extraordinário
266
da profissão ou da atividade econômica, na maioria das vezes regida por lei especial,
do Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil não subsiste, em face da ilicitude do
2. ATOS PRÉ-CONSTITUTIVOS
O art. 530, IV, da CLT dispõe que “não podem ser eleitos para cargos
ou profissional desde dois anos antes, com maiores razões para fundar um
sindicato a mesma exigência deve ser feita e pelos mesmos motivos que
de sindicato quando os fundadores não cumpram esse requisito, que tem por
uma categoria.
267
na mesma base territorial. A Constituição Federal, art. 8º, II, veda a criação
a iniciativa estará fadada ao fracasso, não fosse por outro motivo diante
de profissão liberal”.
268
que aceita essa premissa, os percentuais previstos no art. 515 da CLT devem
prática, são chamados sindicatos de boleto, isto é, criados antes para indicar
texto legal, ou, ainda, na esfera dos trabalhadores, se o grupo será integrado
Município (CF, art. 8º, II), o que veda a fundação de sindicato representativo
269
3. ESTATUTO
os diretores, em desacordo com a lei, uma vez que o art. 521 da CLT exige
gratuidade dos mandatos e o art. 515, b, duração máxima de três anos para
o mandato da diretoria.
tante da categoria e dos seus membros por força de lei, sendo desnecessária
inscrever-se nele.
270
nele para a realização da assembleia deve ser suficiente para permitir que
da assembleia, sendo, desde logo, fácil ver que, se a sua publicação se faz
na segunda-feira imediata pela manhã, é quase certo que o edital não tem
uma reunião.
expressiva circulação.
5. ASSEMBLEIA DE FUNDAÇÃO
271
com muito maior razão as mesmas exigências devem ser feitas para o mais, que
O art. 524, § 1º, da CLT exige o escrutínio secreto para eleição de diretoria
e conselho.
de desdobrar será difícil, porque nenhum sindicato quer perder parte da sua
integrada numa categoria mais ampla e na qual não veem mais possibilidade
meio da defesa pelo sindicato dos interesses mais amplos, o que justifica o
272
6. ATA DA ASSEMBLEIA
qual não será admitido registro exigido pela Portaria n. 326, de 2013, do MTE.
7. NÚMERO DE DIRIGENTES
273
de reintegração com pedido de liminar. Esta pode ser reapreciada, pela via
393.224/ 97, Ac. de 1º.6.1998, Rel. ad hoc Min. Armando de Brito; TST, SDC,
“Abrindo o debate, anoto que o Supremo Tribunal Federal tem já enfrentado a questão
da recepção de normas da CLT, art. 558, que dizem respeito às organizações sindicais.
147/868).
Também quanto aos arts. 511 e 570 da CLT, o Supremo Tribunal Federal proclamou a
recepção, pela CF/88, das disposições deles constantes: RMS 21.305-DF, Relator o
O Supremo Tribunal Federal, quanto ao art. 535 da CLT, afirmou a sua recepção: ‘Por
outro lado, foi recebido pela Carta Magna vigente o art. 535 da CLT, que dispõe sobre a
mínimo de três federais.’ (ADIn 505, Relator o Ministro Moreira Alves, RTJ 139/468.)
O Supremo Tribunal Federal decidiu, interpretando o art. 8º, II, da CF, que aos trabalha-
dores de um certo município, que integram sindicato que tem sede em outro município,
mas cuja base territorial abrange aquele município, é assegurado o direito de, em as-
sembleia, criar sindicato de sua categoria, com base territorial no seu município, assim
274
No caso, penso que não há incompatibilidade entre o que dispõe o art. 522 da CLT, e o
O que deve ser entendido é que a Constituição, que assegura a liberdade sindical,
no sentido de que ‘a lei não poderá exigir autorização do Estado para a formação de
no mesmo art. 8º, inc. VIII, que ‘é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
Penso que sim. Caso contrário, podendo o sindicato estabelecer o número de dirigentes,
durante o mandato sindical, com ou sem retribuição, o Statuto (art. 23, inc.
2º) determina o número de dirigentes que podem ser beneficiados pelo direito
de 250 a 750 trabalhadores: um; de 751 a 2.000: dois; de 2.001 a 5.000: três;
de 5.001 em diante: quatro. As seções sindicais que não tiverem obtido 10%
fins visados pelo princípio em questão não seriam atingidos quando o Estado
275
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF, 13.4.1999, Rel. Min. Marco
organizações sindicais.
SINDICAL E INAMOVIBILIDADE
276
A estabilidade sindical (CF, art. 8º, VIII; e CLT, art. 543, § 3º) efetiva-se
serviço para responder a inquérito judicial para apuração da falta grave, caso
emprego?
277
direito exclusivo do representante, uma vez que a sua condição como tal
representante.
sindical.
fundamento nos arts. 543, § 3º, 659, X, 522 e 543, § 4º, da CLT, e outras
dos trabalhadores está diretamente relacionada com os atos que contra ele,
fins semelhantes, e que dispõe (art. I, 1): “Os trabalhadores deverão gozar de
de trabalho.
279
serviços. Tem por escopo, portanto, evitar que este último, contrariado em
Nem se diga que o texto constitucional não faz distinção. No caso, não se
serviços, na empresa”.
direito do trabalho. 10. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. p. 613) põem
como empregado, contra atos do seu empregador, que lhe possam impedir
inciso VIII, da Constituição Federal não alcançam hipótese em que o obreiro é dirigente
Recurso de Revista, Órgão Julgador — Terceira Turma, DJ Data: 18.2.2000, p.: 226,
280
a empresa cujos funcionários pertençam, em sua maioria, a esse sindicato que elegeu o
trabalhador. O intuito do art. 543 da CLT é possibilitar a ação sindical dentro da empresa
da qual saiu o dirigente eleito. Esse preceito não está em conflito com o art. 8º, VII da
Constituição.” (TRT/15ª Região, 2ªTurma, RO n. 1080/90, Rel. Juiz José Pedro Camargo
que é o porta-voz, não o sendo em emprego que nada tem que ver com a
sua categoria, porque nele não poderia falar ou agir em nome de ninguém.
Faltar-lhe-ia legitimidade para tanto.
gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT). Foi nessa diretriz o
281
II — O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado
sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ n. 145 — Inserida em 27.11.1998)
período de aviso-prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto
que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.” (ex-
OJ n. 35 — Inserida, em 14.3.1994)
282
CAPÍTULO 26
REGISTRO DE SINDICATOS
Emprego.
Brasil. Não há, ao contrário de outros países, sindicatos de fato sem registro.
proclama no art. 23, n. 4, que “toda pessoa tem direito de fundar, com outras,
personalidade jurídica.
norma básica constitutiva é o seu estatuto, pelo qual é definida a sua esfera
de representação.
283
apenas para o fim cadastral. A lei, em alguns casos, exige, para o depósito
declara que “os sindicatos constituídos sob o amparo desta lei, para adquirir
284
existência legal. Essas regras foram recolhidas pela Consolidação das Leis
do Trabalho. Desse modo, foi revogado o art. 520 da Consolidação das Leis
sindical, princípio constitucional do art. 8º, I, segundo o qual “a lei não poderá
285
que é o órgão perante o qual o registro vinha sendo feito, e, como nenhuma
lei indicou outro, deve continuar perante o mesmo Ministério, tese que foi
Sepúlveda Pertence).
preservado desde que o pleito de registro se faça perante o órgão que dispõe
de dados cadastrais dos sindicatos e, com base neles, saber se o pleito fere
porque a Lei Maior não aponta o órgão perante o qual o registro deve ser
a) Aspectos introdutórios
286
internacional (coord. Enoque Ribeiro dos Santos e Otávio Pinto e Silva, LTr,
aspectos políticos, sociais e jurídicos, e tema que Romita expõe como exame
que Efrén Córdova adverte que devem ser requisitos adequados no sentido
defesa dos interesses dos trabalhadores e que devem ser razoáveis e não
(STF 677).
b) O procedimento administrativo
287
seguintes:
dos presentes;
territorial;
referência 38091800001-3947;
sem especificações sobre quais são essas categorias. É claro que a vaga
necessário indicá-las.
288
ou incorporação, o novo estatuto resultante desses atos, uma vez que tanto
pessoa jurídica antes existente, surgindo, em seu lugar, uma nova pessoa
necessário.
d) Análise do pedido
289
— insuficiência ou irregularidade dos documentos apresentados;
Sindicais;
e) Publicação do pedido
f) Oportunidade de impugnações
Publicado o pedido de registro sindical ou de alteração estatutária, a
n. 9.784, de 1999).
290
de Registro Sindical.
para esse fim. Assim, uma Federação não poderá impugnar um Sindicato e
seja menor que a do impugnante, desde que não englobe o município da sede
um sindicato municipal.
n. 10.192/01, art. 11, caput, § 4º, Lei n. 4.330/64, arts. 11 e 17, Decreto n.
291
908/93, art. 2º, II, Decreto n. 1.572/95, Portaria n. 1/06 e Portaria n. 817/95),
Não quer isso dizer que foi afastado o controle judicial nem poderia
subjetivo.
— notificação das partes por via postal com aviso de recebimento, por
reunião.
Sindicais.
292
h) O ato do registro
respectiva entidade.
nações, quando elas tiverem sido arquivadas, quando houver acordo entre
Trabalho e Emprego.
i) Cancelamento do registro
de uma entidade de grau superior não poderá ser considerada para fins de
293
o conselho de representantes.
grau superior, o processo de registro sindical ficará suspenso, até que conste
existência junto a esse mesmo Estado”. Nessa época, marcada pelo signo
fácil vigiá-las”.
sua atividade, as relações de seus membros com terceiros, enfim, tudo o que
entidade sindical não deve pressupor controle por parte da autoridade do País
para a sua existência ...”, conclui que o registro, como mera formalidade, por
exigência da legislação em vigor, não importa no controle acima mencionado.
295
constituição de um sindicato”.
de um texto legal tão impreciso que favoreça o uso excessivo de uma ampla
da OIT
do Estado.
ser este o caso quando o registro dos sindicatos consiste unicamente numa
formalidade cujas condições não são de tal natureza que exponham a perigo
296
O Verbete n. 298 declara que uma disposição por meio da qual se possa
públicas poderia dar lugar a abusos e sua aplicação exige a maior prudência
judicial competente.
desse registro.
sindicato que havia sido reconhecido legalmente não deve ter efeito antes de
as condições para ser registrado — ainda que sua decisão possa ser objeto
recurso judicial de apelação não parece ser uma garantia suficiente; com
297
profissionais.
sindicatos deveria ser efetuado a posteriori pelo juiz; o fato de que uma
n. 87.
pode-se exigir que uma organização cumpra algumas formalidades que não
autorização prévia.
m) Conclusão
298
Entidades Sindicais.
às confederações nacionais”.
Sindicais.
a análise das mesmas), a solução dos conflitos que podem surgir, o deferi-
são e sobrestamento dos processos. Por fim, tal Portaria trata do registro
299
cartório civil?
questão disciplinada pelo Código Civil, art. 44, segundo o qual são pessoas
pretenso sindicato não será considerado como tal e não terá as prerrogativas
5. CERTIDÃO DE REGISTRO
300
sindical do mesmo grau conhecida pelo Ministério. Nesse caso, não será
do Poder Judiciário.
impugnação judicial, caso em que deixará claro que o pretenso sindicato ainda
as entidades sindicais que obtiveram registro após essa data devem requerer
6. IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA
301
prazo de trinta dias, contado da data da publicação de que trata art. 16, nos
termos da Lei n. 9.784, de 1999, diretamente no Protocolo Geral da Sede do
III — estatuto social que comprove a existência do conflito identificado, nos termos do
§ 1º A entidade impugnante que estiver com suas informações atualizadas no CNES fica
dispensada da apresentação dos documentos previstos nos incisos III, IV e V deste artigo.
III — não coincidência de base territorial e categoria entre as entidades indicadas como
conflitantes;
VII — se apresentada por diretoria de sindicato com mandato vencido, exceto quando,
de publicação; ou
302
conflito de sede.
ratificar ou não o pedido, cumprindo os requisitos previstos nos incisos II, III
7. IMPUGNAÇÃO JUDICIAL
quem o gerou, uma vez que de acordo com esses aspectos altera-se a
com mais de um tipo de ação: 1) ação declaratória perante uma das Varas
303
CAPÍTULO 27
REPRESENTATIVIDADE SINDICAL
1. SIGNIFICADOS DA EXPRESSÃO
doutrinária e que somente com a Lei das Centrais ganhou o plano legal.
Com efeito, dispõe a Lei, atual redação do art. 589 da CLT, que a central
preenchimento por uma central, dos requisitos exigidos pela lei para que
304
desses parâmetros.
diritto del lavoro, diritto sindacale, 1998, p. 89) que é na atuação em nível
trabalhadores.
2. REPRESENTATIVIDADE QUANTO À
força, deve ser aferida com base em requisitos que podem ser considerados
os mesmos exigidos pela das Centrais e que são três, reportando-nos aqui
305
a sua representação.
torial é lícito. Um sindicato estadual pode perder parte da sua base territorial.
cional pode perder parte da base territorial para um sindicato estadual. Logo,
306
superior também não estão investidas de poder legal para esse fim. Segue-
sindicato, o que está sendo fundado nos mesmos trâmites previstos para a
sindicato não a terá para agir em nome dos anteriores representados. Esses
e conexas. O que hoje é uma atividade similar, amanhã poderá ser uma
307
CAPITULO 28
ENQUADRAMENTO SINDICAL
1. OBSERVAÇÕES INICIAIS
art. 577, que faz menção ao quadro de atividades e profissões, que fixa o
trabalhador, por seu lado, integra, grupo esse que terá um sindicato para
representá-lo.
mento Sindical e, com isso, a sua função de definir qual o grupo coletivo que
um sindicato representa, o enquadramento sindical tem outro significado.
Não designa um ato do Poder Público, uma vez que a Constituição Federal
dade de respeitar o princípio do sindicato único mantido pelo art. 8º, II, da
308
formal do Ministério.
art. 576, § 6º, da CLT, in verbis: “Além das atribuições fixadas no presente
309
categoria preponderante.
prego pode ser consultado, mas sua utilidade não passará de mero conjunto
de dados para informação. Esse quadro não foi mais atualizado pelo Ministé-
-se melhor, deve fazer uma consulta a cada filial para que na localidade seja
renciada com base territorial que alcance a área geográfica onde se localiza
a unidade da empresa.
indagando:
base territorial?
310
firmados pelo sindicato patronal da sua categoria, mas não de outra categoria.
de direito sindical. Desse modo, processos que antes eram julgados pela
que exigirá do prejudicado um meio impugnativo judicial. Não nos parece que
311
art. 8º, I). Ora, se o Estado não pode interferir na organização sindical e
numa perspectiva de liberdade, embora com limitação. Mas essa não seria
uma limitação e sim uma direta e indevida intervenção, com o que outras
devam ser julgadas pela Justiça Federal, porque o Ministro do Trabalho tem
foro privilegiado; outra que o Secretário das Relações de Trabalho não tem
esse foro e, desse modo, contra esta autoridade não há como contestar
3. INVESTIDURA SINDICAL
312
de mérito, após o que lhe é concedida uma Certidão Sindical, provando seu
representações.
dos sistemas de pluralidade sindical, com o que, pela via dos desmembra-
dicatos que não apresentam condições de vida própria, mas que são muito
313
afastar.
Essa herança, para que seja preservada como é pelos sindicatos, tem
as normas para o sindicalismo rural, e 1907, para o urbano. Hoje elas têm
Governo evitou o seu alastramento. Não deixou sinais nem se manteve como
a árvore sindical que temos. Esse é o real começo do processo das nossas
nossos dias.
gar os sindicatos. E assim se fez com toda a munição coerente com o lema
da época: tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado.
— o sistema confederativo;
— o estatuto-padrão;
— o imposto sindical;
— a proibição da greve;
314
— a unicidade sindical;
Novo.
315
de coerência com essa premissa, mas dela não foram extraídas as ilações
necessárias.
Mundial, que marca uma etapa não só da história política do mundo, mas,
comissões de empresa;
mais estatal;
316
personalidade jurídica;
e públicas;
não for atendido, inicia sanções que em alguns casos podem chegar à multa
sobre trabalhadores;
Brasil não só pela vinculação histórica que sempre nos prendeu à legislação
trabalhista italiana, mas, principalmente, para nos mostrar que há caminhos
para uma reforma sindical que nos afaste de alguns resquícios corporativistas
construções jurídicas.
Essas observações valem para os estudos que ora são feitos no Brasil
modelo, porque certamente o que teríamos pela frente não seria diferente
O sistema atual italiano não é perfeito. Mas coerente ele é, o que não
317
Tamanha foi a rejeição das bases sindicais que a Itália teve de fazer, em
da contratação articulada.
caminhou no Congresso.
Tão logo divulgado, foi condenado pelas bases sindicais. Estas não
movimento sindical.
pauta para aprovação, da qual foi retirada por pressão sobre os congressistas
Impõe-se dosar com muito equilíbrio até que ponto o fortalecimento das
sindicais de base.
318
As centrais devem ter funções que não impliquem a redução dos espaços
autônomos dos sindicatos, porque, se assim for, estes ficarão tolhidos na sua
liberdade de ação.
jurídico próprio para esse fim são os estatutos sindicais aprovados pela
categorias.
representação.
ficaria acomodado. O edifício passava por uma reforma a cada dois anos.
O quadro oficial das categorias não deixou de existir, mas não foi mais
sindical.
319
O edifício das categorias não é mais obra construída pelo Estado, mas
sindical.
320
CAPÍTULO 29
FUNÇÕES DO SINDICATO
As funções dos sindicatos são indicadas pela CF. art. 8º, III: “ao sindicato
sua ação destinada a atingir os fins para os quais foi constituído. De nada
grupos, nas suas relações com outros órgãos e grupos, sendo essa a
principal. É ampla nos sistemas em que a lei ocupa espaço menor. É o que
321
negociação coletiva, a solução dos seus conflitos, age como uma fonte de
onde a lei não desce, criando figuras novas, construindo um direito paralegal
indispensável para a melhor ordenação das relações trabalhistas.
Nesse sentido, declara a Constituição Federal do Brasil (art. 8º, III) que
principal e que devem ser exercidas pelo Estado, e não pelo sindicato.
lei ao sindicato, para impor contribuições, mesmo a pessoas que não são
três posições que o sindicato pode assumir. Primeira, a apolítica, por oposição
322
por mais de uma forma. O sindicato cria partidos políticos, como na Inglaterra.
declara: “as relações ou atividades políticas dos sindicatos não devem ser
do movimento sindical e, por outro lado, não devem ser para os governos um
é incontestável.
Há leis que proíbem a função política dos sindicatos. Na Colômbia, a
ticipou dele e com ele se integrou. Diferem, no entanto, duas situações: o exercí-
cio da política como meio para atingir fins sindicais, o que é válido, do exercício
seus fins naturais, embora não únicos, a defesa dos trabalhadores e a prática
da negociação coletiva.
diretriz, que vigorou até a Constituição de 1946, que atribuiu aos sindicatos o
corporativistas.
323
Faz do sindicato o titular de um poder normativo de exercício bilateral com
sociais.
324
CAPÍTULO 30
FINANCIAMENTO DO SINDICATO
1. OBSERVAÇÕES GERAIS
Para custeio das despesas, o sindicato conta com uma principal fonte
2. CONTRIBUIÇÕES COMPULSÓRIAS
do tipo tributário, com o qual o Estado pretendeu dar uma fonte de recursos
para os sindicatos com nome atribuído pela CLT art. 548, contribuições.
buição sindical. Essas regras foram recolhidas pela Consolidação das Leis
325
federativa.
sindicato, com o que tem um caráter autoritário que nem por todos é aceito.
1988 (art. 8º, IV) como uma alternativa da contribuição sindical, com fisionomia
326
descontados”.
sindicatos que não exorbitaram de contar, de modo mais amplo, com esses
membros da categoria.
Minha opinião é que a jurisprudência restringiu a incidência das
não apenas os sócios. É interpretação que a lei permite ao declarar: “... será
sindical respectiva...”.
327
folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente
3. CONTRIBUIÇÕES FACULTATIVAS
pagamento, uma vez que a lei (CLT, art. 545) dispõe que os empregadores
Jurisprudencial n. 17 da SDC).
incorporada pela Consolidação das Leis do Trabalho (art. 548), que definiu
328
arts. 5º, XX, e 8º, V, da CF, cláusula constante de convenção, acordo coletivo
diversas informações.
situação que não foi do agrado das entidades sindicais por ser limitativa da
329
CAPÍTULO 31
ELEIÇÕES SINDICAIS
1. PRINCÍPIO BÁSICO
2. DIRETRIZES
Para que isso seja possível, a redação dos dispositivos escritos que
devem regê-la é tarefa dos advogados e não dos dirigentes sindicais, que,
por maior experiência que possam ter, nunca será suficiente a ponto de
modo que, quando estas surjam, possam ser resolvidas no próprio sindicato
e com imparcialidade.
Como fazê-lo?
escolhida para que seja integrada por pessoas com capacidade de conduzir
eram presididas por um Fiscal do Trabalho, o que hoje não é mais possível
330
internos de um sindicato.
votado.
datos que integram as chapas que concorrerão à eleição e que fizeram a sua
para que alguém possa inscrever-se numa chapa ou como as chapas devem
A condição de ser votado deve ser a mais ampla possível, sem meios
no pleito.
Um problema pode surgir quanto aos requisitos mínimos para que alguém
possa integrar uma chapa: a sua condição de não nacional. Já foi motivo de
331
discriminação.
trabalhar.
4. O VOTO
5. COMISSÃO ELEITORAL
332
Reeleição pode ser prevista, mas apenas uma para evitar a monopo-
leições de diretoria.
Se o sindicato, pelo seu porte, puder, melhor será eleição eletrônica como
Da eleição deve ser lavrada uma ata pela Comissão Eleitoral relatando
todas as ocorrências.
faltar ao serviço para votar, as horas destinadas a esse fim, e desde que
sindical, devendo ser evitada, embora possa simplificar as coisas para aqueles
que querem que suas propostas sejam aprovadas. A aclamação tem muitos
que da mesma forma que uma eleição política segue determinados padrões,
333
com o processo judicial. Será, como já foi dito, perante a Justiça do Trabalho.
serviço eleitoral;
de eleitores;
— mandar organizar relação dos eleitores;
mesas receptoras;
por meio do devido processo legal. Mas nada impede que, para solucionar
uma eleição conturbada, assuma a direção dela para que possa transcorrer
334
à Polícia Militar para vigiar urnas até a apuração, contribuindo, assim, para a
pacificação do conflito. Nada impede que o Juiz do Trabalho tome por termo a
nulidades eleitorais.
335
CAPÍTULO 32
autorização destes.
art. 513). Nesse caso, não se trata de substituição. A diferença entre as duas
336
poderes de que o sindicato está investido para esse fim são decorrentes
Junta ou Juízo competente...”. O texto não tem sido avaliado em toda a sua
CAPÍTULO 33
NO LOCAL DE TRABALHO
Industrial (1922).
relações com a direção, caso exista um fluxo das múltiplas questões que a
rotina diária suscita. Como nas médias e grandes empresas seria difícil uma
comunicação diária com cada empregado, pelo número deles, o meio pelo
338
orgânica na empresa. Pode ser até uma presença conflitiva. O seu objetivo é
integração.
grupo que exerce atividade lícita deve ter o direito de associação, inerente a
339
eleição para a escolha, pelo voto, daqueles que serão os seus representantes.
340
empregador. A Convenção n. 135 da Organização Internacional do Trabalho
2. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
e deliberação”.
341
pode ter questões específicas. Seria, por outro lado, difícil para um só
342
CAPÍTULO 34
OS SINDICATOS E A CRISE
ECONÔMICA DE 2009
1. CRISE ECONÔMICA
Evidentemente, não. Suas causas são outras, como ficou a todos evidente
com a crise de 2008 que começou nos Estados Unidos da América, país no
perdidos.
outubro de 1991. Foi ratificada pelo Brasil, pelo Decreto Legislativo n. 89, de
econômica por muitos anunciada e que atingiu diversos países nos quais
343
A pergunta não tem sido frequente entre nós, o que é um sinal de que
economia.
fazer ou não fazer nos casos de crise econômica que tenha reflexos em sua
atividade.
alguns países cujas leis tratam de dispensa por motivos econômicos, como
344
e dispensas sem justa causa, porque aquela não é prevista, com o que a
mas não a garantia dos empregos. Toda empresa pode despedir os seus
empregados sem justa causa desde que lhes pague as verbas rescisórias. E
pré-aposentadoria.
dirigente sindical (CF, art. 8º, VIII), da gestante e do “cipeiro” (CF, art. 10 do
Não está na relação das hipóteses típicas de justa causa da lei (CLT, art.
justa causa sine lege. Em outras palavras, só é justa causa o fato típico que
justa causa com os ônus, para a empresa, desse tipo de ruptura contratual,
345
estável, nos termos dos arts. 477 e 478; II — não tendo direito às estabilidade,
metade da que seria devida em caso de rescisão sem justa causa; III —
havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479,
não poderia deixar de ser, extintos. Segue-se que a empresa não está
rescisórias integrais.
concorreu para o resultado, com o que a situação não será tipificada como
força maior.
346
Convenção entrou em vigor em nosso país. Até 1995, ela havia sido ratificada
as dispensas ocorrerão.
só por motivos subjetivos destes como a indisciplina, mas amplia âmbito das
347
4. A SOLUÇÃO NA EUROPA
da Diretiva).
5. A SOLUÇÃO NA ITÁLIA
348
de produção.
6. A SOLUÇÃO NA ESPANHA
dos trabalhadores;
349
trabalho;
na empresa;
vinte dias de salários por ano de serviço até o máximo de doze mensalidades,
reduzida para 40% do valor nas empresas com menos de vinte e cinco
trabalhadores.
7. A SOLUÇÃO NA FRANÇA
da empresa.
350
que pode ir de quatro a dez meses e com pagamento de 65% dos salários
suprimida em 1986, de modo que o sentido que na atual legislação está pre-
estruturais da empresa.
8. A SOLUÇÃO EM PORTUGAL
351
pedido de qualquer das partes ou das entidades acima referidas, dos serviços
dos trabalhadores.
uma justificação.
modo que as diretrizes que as inspiram podem ser identificadas sem muito
esforço.
352
são amplos, uma vez que sendo nula a dispensa o contrato foi preservado,
353
dos salários, ainda que sem trabalho prestado, ou uma diversidade de in-
denizações que se combinam para uma reparação ampla, não só pela perda
fixado uma diretriz criando uma tese que não é prevista em lei por ausência
interpretação válida.
justa causa far-se-á mediante pagamento de uma indenização que deve ser
FGTS, isto é, a multa por dispensa sem justa causa. Não se pode deixar de
354
flexibilizadas.
A reação dos Sindicatos foi imediata com as greves e protestos que não
surtiram efeito.
foi reduzida do valor correspondente a 45 dias por ano de serviço para 33 dias;
-se à lei.
355
CAPÍTULO 35
de cada empregado, e que pode chegar a cinco meses com prorrogação para
reparações para o caso de dispensas, critério que deve ser também adotado
vier a ser dispensado sem justa causa. A dispensa por justa causa poderá
356
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”, e que,
357
de 1994, prevista pela lei da Espanha, pelo Estatuto dos Trabalhadores (art.
Itália (Lei n. 5.55, 1968, art. 2), que regulamenta a redução dos horários
Contrato de Trabalho, art. 238, e Lei Nacional de Emprego, de 1992, art. 98),
e do Brasil (CLT, art. 476-A), para evitar dispensas coletivas, desde que
são, por exemplo, a suspensão coletiva por acordo com o sindicato para
suspenso por motivo do empregado (ex.: doença, licença para fins particulares
trabalhista.
determinou.
dans le droit des pays membres de la C. E., Paris, LGDJ, 1963), Guillermo
358
-lo, mediante prévio acordo com a entidade sindical representativa dos seus
se ainda indispensável.
Esta lei dispõe que a redução do salário mensal resultante não será
normas estatutárias.
de trabalho.
359
não é absoluta, tanto que na doutrina (v. Cotrim Neto. Contrato e Relação
privato, 1952).
Ao autorizar a redução salarial por acordo ou convenção coletiva, a
do Trabalho, por prazo certo, não excedente de três meses, prorrogável, nas
do salário mensal resultante não seja superior a 25% (vinte e cinco por
entre ambos e lei posterior revoga lei anterior, em especial lei constitucional.
360
redução salarial.
Não há mais limite de 25% com o que a redução poderá ser maior ou
para uma grande empresa suficiente será a diminuição de 25%, para uma
considerar válida toda redução qualquer que seja a sua causa, desde que
com ela o sindicato concordar. Basta, para isso, a pactuação coletiva com o
sindicato.
n. 4.923, mas o art. 7º, VI da Constituição e nos seus termos. A razão pela
qual a jornada, sempre por negociação coletiva, pode ser reduzida é porque,
deria ser aprovada porque seria inconstitucional. Logo, a Lei n. 4.923 não foi
361
outras concessões.
A implementação do programa se faz por um prazo determinado,
sindicato. Não há forma definida em lei. Aliás, a lei não prevê essa forma de
extinção do contrato, que não é ilegal sempre que não forem reduzidos, mas,
362
os melhores empregados, porque são estes que estão mais à vontade para
conseguir novos empregos, com o que lhes será favorável obter ganhos de
primeiro recurso de que se utiliza, como tem ocorrido no setor das montadoras
desde a menor que é a crise que afeta a uma empresa ou a um dos seus
se ocupa de dois tipos de dispensas, com justa causa e sem justa causa,
também diferentes.
montadoras de automóveis.
363
CAPÍTULO 36
O SINDICATO BRASILEIRO E A
LIBERDADE SINDICAL
São diversos.
com atenuações.
364
por tal motivo o seu modelo é declarado incompatível com a liberdade sindical.
são livremente elaborados por elas e servem de diretriz para a solução dos
cal, agora, o Arquivo Nacional das entidades sindicais, ato meramente ca-
365
regiões do País.
filiados à Central.
tividade.
atuar em Juízo.
Com efeito, concluiu que “sendo que a autora constituída por pessoas
— Por outro lado, não é a autora — e nem ela própria se enquadra nesta
grau superior devidamente previsto em lei (CLT, arts. 533 e 535), o qual ocupa
o cimo da hierarquia de nossa estrutura sindical e ao qual inequivocamente
como as Centrais não têm entre as atribuições que lhes foram conferidas pela
natureza econômica.
366
ativa para agir em juízo não estará resolvido na medida em que as Centrais
atuam por intermédio das entidades sindicais que representa. Se assim for, a
CPC segundo o qual toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
Representam sindicatos.
uma categoria.
Centrais.
367
CAPÍTULO 37
OS SINDICATOS E A FLEXIBILIZAÇÃO
DO DIREITO DO TRABALHO
1. LEIS FLEXIBILIZADORAS
ideia clara das suas dimensões e efeitos nas relações de trabalho, os debates
empresas, sem que se chegue a uma conclusão embora todos possam supor
É importante um juízo de valor sobre essa questão, mas isso não pode
ser feito ao sabor dos impulsos sentimentais. Pressuposto de uma conclusão
368
também, da jurisprudência.
369
rejeitado, de certo modo, mas não de todo, pelos dois outros tipos de Governo.
uma só vez.
a sua absorção sem conflitos sociais, embora seja penoso para alguns
por absurdo que possa parecer, tenha também mostrado o seu lado positivo
coletivas.
os Governos militares.
370
diversas ideologias.
É parte integrante do direito do trabalho a ser estudada principalmente
tipos de direitos, alguns marcados pelo seu significado e efeitos, outros nem
o empregado.
base nos planos econômicos do Governo, para a esfera privada e a livre ne-
gociação coletiva entre sindicatos e empresas, mudança essa que teve forte
resistência na época pelos sindicatos mas que mais tarde veio se mostrar
um meio eficaz de combater a inflação que daí por diante desde o governo
Outro efeito que trouxe foi a ampliação dos contratos a prazo iniciada
em 1967, por iniciativa do Ministro Arnaldo Süssekind, quando foi criado um
do nível mais amplo dos ajustes por categorias sindicais que já existia, feliz
horas e outros.
371
alterou dois institutos: o privilégio dos créditos trabalhistas, que foi reduzido,
falida era, e depois da lei não é mais, responsável pelo passivo trabalhista.
Da gradatividade da sua inserção em nosso ordenamento jurídico
36 horas e que se renova há muito tempo nesse setor, com outros setores
372
30.000 empregos.
373
e o interesse de quem trabalha e para esse fim a pessoa deve ser livre (v. A
riqueza das Nações), e mais keynesiana (v. A treatise on money, 1930, The
economic consequences of the peace, 1919 e 1936), quando se propõe a
salários dos trabalhadores não qualificados, mas afirma que não se pode
garantismo e flexibilização.
publicação do Livro Branco (2001) do qual resultou uma Lei Delegada (n. 30/03).
374
diritto del lavoro, 2004) é o resultado de uma série de estudos que abrangem
reforma legislativa.
contributiva deste.
375
de trabalho inflado por diversos fatores, como a mais intensa participação dos
jovens, das mulheres, dos idosos, uma difusão maior do trabalho autônomo e
regulation.
Entre nós, com efeito, como vimos, a flexibilização começou em 1965 com
revezamento (1988).
376
e outras não tiveram aceitação das empresas, como a jornada a tempo parcial.
empregado.
377
para duração de meia hora apesar do limite mínimo de uma hora fixado pela
nesses países, ocupa um espaço bem menor, com o que a esfera natural dos
convênios coletivos é maior. Entre nós, dá-se o contrário. O espaço da lei,
mas que não cobre a realidade atual das relações de trabalho, uma lei geral
378
necessária uma lei não para todo trabalho, mas apenas para o trabalho
dor em seu meio ambiente de trabalho, valores que a lei deve prestigiar e que
não podem ser entregues à lei do mercado, sendo indispensável a atuação
das discussões sobre as ideias que o presidem e os fins que deve cumprir na
sociedade não se completaria sem uma verificação, ainda que rápida, sobre
pode ser aceita. Já a garantia no sentido aqui empregado está muito mais
379
próxima de tutela, conquanto com ela também não se confunda, já que esta é
leis do Estado que dificultem o exercício dessa liberdade, o que permite maior
para que, por meio de ações coletivas, possam pleitear novas normas e
para que tenha outro sentido, menos corporativista e mais coerente com os
um espaço vazio, mas uma esfera preenchida por normas que redirecionem
380
liberdade sindical, dos contratos coletivos e do direito de greve. As formas de composição dos
conflitos são, basicamente, privadas, por meio da mediação
mais um dos empregados da empresa votem por um sindicato, será este que
os representará.
381
particular escolhido pelas partes de uma lista de nomes inscritos numa asso-
ciação. A arbitragem é feita no local indicado pelas partes. A estas cabe o pa-
poucos casos. O juiz pode expedir ordem de paralisação de uma greve que
referência especial.
382
QUARTA PARTE
CONFLITOS COLETIVOS E
FORMAS DE SOLUÇÃO
CAPÍTULO 38
CONFLITOS COLETIVOS
1. CONCEITO E FUNÇÃO
outro lado, sempre que se origine do trabalho e uma parte pretenda solução
sociais, não obstante a sua oposição, sendo possível uma ordem social sem
conflitos.
que atuam neles e nas relações com outros grupos, como a solidariedade
os grupos.
interesses, também.
385
não seja a única forma pela qual essa situação possa ser reformulada. Em
da que for eleita. Esse ato decisório pode, também, resultar não de uma es-
as pessoas e os grupos.
386
exata diferença entre ambos e das suas motivações de ordem prática. Pode-
objetivo. Há, para que seja um grupo, um vínculo intersubjetivo entre essas
sindical. Mas pode, também, o ser por uma comissão ou um representante não
ou jurídicos.
finalidade de um e de outro.
387
CAPÍTULO 39
FORMAS DE COMPOSIÇÃO
1. INTRODUÇÃO
afastar, apesar de, nas épocas em que eram comuns, terem aceitação social.
pelas partes, não pela imposição do forte ao fraco, e sim pelo entendimento
ou a negociação.
2. AUTOCOMPOSIÇÃO E HETEROCOMPOSIÇÃO
mediação.
greve e o locaute.
388
não coincidir com as do setor público; a dos conflitos jurídicos, com a dos
A greve pode ser, para alguns, forma de solução dos conflitos e para
outros não, apenas meio de pressão que pode conduzir a uma forma de
solução do conflito.
3. ARBITRAGEM
perante a jurisdição.
389
investido por elas de poderes para esse fim, sendo esse o seu aspecto
heterônomo.
4. JURISDIÇÃO
deve ter força sobre as demais para que seja a última, sem o que poderia
internos, que podem existir nas empresas e nos sindicatos, para permitir
390
os seus dispositivos.
envolvidas nos dissídios desde que atue no vazio deixado pelo legislador
formal”.
atividades essenciais, com base na tese segundo a qual o meio próprio para
coletiva, como nos demais países, ficando para o Judiciário a decisão dos
jurídicos ou de direito.
Assim, dissídio coletivo é um processo judicial de solução dos conflitos
acionam a jurisdição.
391
que movido por uma das partes por entender que não poderia ser impedido
orientação.
pode ser individual e coletivo, nesse último caso quando a greve contraria
civilmente pelos prejuízos ilícitos que causar e essa questão é oriunda das
daí entendermos que, nos casos de greve, o suscitante pode ingressar com
5. MEDIAÇÃO
392
elas ou instituído oficialmente, o qual propõe uma solução, que pode ou não
a proposta for aceita por uma, mas recusada pela outra parte, não haverá
se dispuseram.
Pode ser combinada, como se viu, com a arbitragem. Nesse caso, não será
menos do que arbitragem, porque não autoriza atos decisórios nem investe
por uma equipe e aquelas por uma pessoa; c) públicas ou privadas, aquelas
da convenção.
393
por via postal para que a parte contrária compareça à reunião designada;
ação civil pública, para um entendimento que, sendo positivo, será formalizado
6. CONCILIAÇÃO
regras para a sua atuação, como no Brasil (CLT, art. 625-C). A conciliação tem
não é bem delineada pela doutrina. A diferença entre as duas figuras está
outro caráter. Pode ser uma fase anterior ao processo judicial ou uma fase
394
essa prática.
trabalhista perante o Judiciário não pode impedir aquele que quiser diretamente
previstas pelo Código de Processo Civil, entendimento que nos parece mais
conciliação, porque, nesse caso, sua validade seria relativa, não impedindo
395
metade dos seus membros será indicada pelo empregador e a outra metade
Por outro lado, a CLT (art. 613, V) dispõe sobre o conteúdo das
396
QUINTA PARTE
A AUTONOMIA NEGOCIAL
DAS PARTES
CAPÍTULO 40
Por tal razão, sendo o poder de escolher elemento essencial ao seu processo,
jogo das iniciativas dos particulares é uma espécie. O contrato tem força de
399
os países que a integram; das empresas que têm regulamentos internos; dos
é um dos procedimentos que fazem parte desse amplo quadro. É uma fonte
do empregador.
trabalho.
as Constituições da Espanha (1978), que dispõe (art. 37, 1): “A lei garantirá
Portugal (1976), que declara (art. 57, 3): “Compete às associações sindicais
lei”; e do Brasil (1988), que dispõe (art. 7º, XXVI): “reconhecimento das con-
análoga à da lei, desta diferindo pelo modo de sua elaboração, mas não
quanto à sua concepção e aos seus efeitos gerais, como lei da categoria,
parte de um ordenamento jurídico público, no qual o interesse coletivo foi
401
é mais rápida. A elaboração da lei pode demorar, passa por debates entre
ordem geral, para toda a sociedade, não pode nem deve reger.
nem sempre pode assegurar. Existem direitos trabalhistas que não podem
ciadas, porque podem ter o mesmo salário: tanto podem ser disciplinados
402
particulares.
comum; pela supremacia das leis de ordem pública, porque, nesse caso,
a convenção não poderá derrogar a lei, apesar de poder, normalmente,
consentida.
Social, 1987), são descritas nos seguintes termos. O primeiro tipo de relação
403
que exige uma análise mais ampla diante da verificação de que há conven-
convenção coletiva)”.
dependendo da lei. A convenção não pode fazer a mesma reserva, uma vez
Pode até mesmo ser simplificado, desde que se afirme que a convenção é
liberada para atuar sempre que a lei não o proibir. A dificuldade maior está
diferença entre leis dispositivas e proibitivas. Dispositivas são as leis que não
nulidade o ajuste contrário à sua letra, como as leis de política salarial. Assim,
individual. Ainda quando a lei não contém uma literal proibição, pode, mesmo
sobre a mesma matéria. Basta que se trate de uma lei de ordem pública,
Pode também haver, como já foi observado por Otto Kahn Freund, maior
convenções para o âmbito das leis. É possível dizer que essa transposição de
direitos entre os dois instrumentos jurídicos ocorre até com maior frequência
leva a lei a recolher das convenções coletivas alguns dos seus dispositivos,
delegação da lei ou para que possa cumprir o dever de julgar quando não
405
406
pactos sociais não têm eficácia jurídica, mas, apenas, programática, como
ao prejudicado ingressar com ação judicial para obter sentença judicial que
empregador.
407
individuais diante dos contratos coletivos, não obstante, para a sua validade,
408
— os contratos-lei.
409
7. SUJEITOS
sindicais podem ser partes de um contrato coletivo regulado por lei, mesmo
se, de fato, venha a ser concluído por outros sujeitos — como comissões
direito comum, para os quais estão legitimados mesmo grupos não sindicais.
(Lei Federal do Trabalho, art. 386), Cuba (Código do Trabalho, art. 235),
art. 54) e República Dominicana (Código do Trabalho, art. 92). No Peru, não
de Trabalho, 1992, art. 41). Do lado dos patrões, podem negociar tanto a
411
suas características.
diversos que nela atuam, para negociar no interesse geral dos trabalhadores
da referida empresa.
nistas.
das partes: quer quanto à definição dos níveis de contratação; quer quanto
aos procedimentos utilizados no diálogo entre elas; quer quanto aos prazos
de vigência dos instrumentos coletivos; quer quanto aos seus efeitos gerais
e modelos estatais, sobre a qual Perone afirma: “A escolha, porém, entre lei
recusa) dos sindicatos com relação a uma hipoteca legislativa que tire seu
412
nas relações de força entre as partes sociais e no seu interior. São dessa
fruto do livre debate, sem interferência do Estado. Não adotou uma posição
nível menor são mais simples: “os trabalhadores podem reunir-se sem
dos porta-vozes dos trabalhadores não tem ou não deveria ter problemas; as
413
emprego.
previsão dos mecanismos que serão adotados pelas partes para a solução
arbitragem privada.
da qual os sindicatos podem lutar pela melhoria das condições de vida dos
medida capaz de restringir esse direito; que não apenas sindicatos, mas,
e que essa legitimação deve ser admitida nos casos de entidades sindicais
414
sociais devem ter autonomia para decidir qual o nível de negociação apto à
familiares.
trabalhadores.
415
del lavoro (1997), na União Europeia “os contratos coletivos podem surgir
informações úteis sobre os motivos das dispensas, número dos que serão
416
das partes”.
Arturo Hoyos, assim afirmou: “O caminho para essa meta é, sem dúvida,
longo, mas se exige que seja percorrido desde agora, a fim de assegurar
DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA
competências.
418
mas sem voto. Nos convênios empresariais, nenhuma das partes superará o
419
mínimo” (Estatuto, art. 85.2) formal quanto à determinação das partes, âmbito
representação das partes para conhecer questões que lhes sejam atribuídas.
(Estatuto dos Trabalhadores, art. 83), com o que o Estado se exime de fixar
do, à totalidade do convênio em vigor, sempre que não estiverem afetadas por
420
por mútuo consenso e por prazo determinado, via de regra, por três anos; na
de direito comum as cláusulas são aplicáveis apenas aos sócios dos sindica-
tos e inaplicáveis aos não sócios, na prática são aplicáveis a todos, sócios ou
não, por iniciativa do empregador, que, se não agisse assim, teria pela frente
gador não há de querer em sua empresa, com o que ele generaliza a todos
sindicato.
autonomia negocial nem sempre coincidirão, como pode suceder num regime
421
que fixam diretrizes gerais a serem cumpridas nos demais níveis inferiores de
e a eficácia vinculante dos contratos coletivos, com o que foi preciso que
aplicados por coerência apenas aos filiados, acabam tendo eficácia geral
rígida e estranha no ambiente em que deve atuar, uma vez que o sindicato
422
pelo direito comum, de eficácia jurídica igual à dos contratos de direito civil,
423
empregador, por sua vez, não poderá negociar com outro sindicato, nem se
recusar a negociar.
de três anos, mas pode ter duração menor. Há acordos com centenas de
empregado não poderá ser dispensado sem justa causa. Há uma espécie de
common law para servir de base para o conceito de justa causa. Por exemplo,
decidem.
com a lei e de acordo com a eleição dos trabalhadores, com o que o sindicato
424
contrato, sobre os percentuais de aumento de salário em cada ano etc. O
maior parte dos Estados tem um estatuto de arbitragem que indica os casos
em que a decisão arbitral pode ser levada à discussão judicial. Por exemplo,
dições são os por ela concedidos. Dificilmente serão mais amplos do que os
-se os direitos básicos previstos nas leis federais para funcionários públicos e
judicial.
estipulação dos contratos coletivos, embora marcado por fases que ocorrem
425
esgota todos os atos praticados pelas partes numa negociação. Desse modo,
Há países nos quais a lei não prevê obrigação alguma de negociar nem
aproxima-se do inglês.
del Trabajo (art. 387); da Costa Rica, nos termos do Código de Trabajo (art.
Chile, a lei prevê multas ao patrão que não negociar. Na Argentina, a recusa
Perone, avaliando o modelo europeu, concluiu que, “na maior parte dos
à força dos sindicatos pode ser limitado pela previsão de procedimentos para
primeiro supõe uma clara ruptura com o ordinário no direito privado”, citando,
A Ley Federal del Trabajo, do México (art. 387), dispõe: “O patrão que
(2) PERONE, Giancarlo. A ação sindical nos Estados-membros da União Europeia. São
(3) AVILÉS, Antonio Ojeda. Los deberes de negociar y de contratar. In: AVILÉS, Uriarte
426
margens de êxito que depois podem influir nas negociações com outras
dos agentes que negociarão e dos pleitos que serão ou não admitidos para
são reuniões para tratar de detalhes, como agendar dias, locais e horários de
427
ricana, cuja política era anunciar sua posição final no início da negociação,
no entanto, não foi condenada pelos tribunais, que não a identificaram com a
a redação preliminar final, que será reexaminada pelas partes. Quase sempre
importância. O sentido jurídico das expressões deve ser seguido, para evitar
normativo.
428
caracterização do impasse.
Em alguns países, o procedimento da negociação coletiva é acertado entre
Ministérios do Trabalho.
exista para a conciliação na greve (Lei Federal do Trabalho, art. 926). No Peru
existem algumas disposições da lei sobre prazos para início das negociações.
troca mais ajustada nas práticas laborais; são acordos visando a incrementar
a produtividade; para esse objetivo ser alcançado pelo processo produtivo são
diverso.
429
representados.
obrigacionais e normativas.
coletiva.
projetarão.
430
relações de trabalho.
individuais de trabalho.
contratos individuais; III — normas solidárias, que são aquelas que bene-
licenças, faltas justificadas etc.; outras são cláusulas sociais, que dispõem
superação dos conflitos entre as partes, ao lado das demais previstas pela
ordem jurídica.
432
de fundos de greve.
433
da empresa.
aspirada entre os interessados e por certo prazo: é o que ocorre nos países
entram em conflito:
sociais (por meio das leis ou de outras vias) lhes assegurem que
434
com o tipo de sociedade que temos, com todas as suas condicionantes, polí-
tempo, uma vez que nos Estados se sucederam diversos sistemas sindicais”.
coletiva foi criar normas e condições de trabalho com efeito erga omnes
sobre toda a categoria, expressão de um direito coletivo corporativista no
435
outras palavras, as 35 horas normais são a média anual, desde que haja
justifique, para duração de meia hora, apesar do limite mínimo de uma hora
436
ocupa um espaço bem menor, com o que a esfera natural dos convênios
ambiente de trabalho, valores que a lei deve prestigiar e que não podem ser
efeitos recaem somente sobre sócios dos sindicatos convenentes ou aos não
437
pelos trabalhadores.
sindicato deve para tal fim representar a maioria absoluta dos trabalhadores
sindicato.
coletividade.
438
da convenção coletiva.
Portugal: o princípio é o da filiação (art. 7º da Lei de Relações Coletivas
coletivas estatutárias têm efeito erga omnes; assim são consideradas as que
eficácia ilimitada.
o faz.
439
ter sido ou não renovada. A expiração do prazo avençado não terá, segundo
e gira, por força própria, ao redor da Terra, enquanto o foguete cai e perde a
sua função.
contrato individual.
Segunda corrente: a não incorporação. A expiração do prazo da
440
coletivos, de modo que o prazo faz lei entre as partes, como os demais
modo que, não sendo um efeito previsto ou autorizado pela lei, dependerá, e
interesses dos trabalhadores, que perderão, assim, uma via adequada para
e que não se incorporam aos contratos individuais, uma vez que não são
441
não produzindo efeitos além do período em que vigoraram, daí porque, não
renovado o acordo, a empresa não tem mais obrigação de cumpri-las.
442
Baixos, no final da Segunda Guerra Mundial, com o controle, pelo Colégio dos
das escalas mais altas dos salários. Na Itália, em 1977, a lei proibiu a escala
veis por meio da autonomia coletiva, vetadas, como regra, pela autonomia
de direitos assegurados por lei, quando autorizadas por lei, são admitidas,
443
trabalhadores pela negociação coletiva, não garantidas pela lei, mas apenas
nos contratos coletivos, não são gerais, são específicas, não resultam de um
pelo qual podem ser reduzidos ou suprimidos pela mesma via. O fundamento
vantajosa, a autonomia coletiva dos particulares, que não é via de uma só mão,
coletivo.
20. HIERARQUIA
Dois princípios são aplicáveis quando, sobre a mesma matéria, estiver
No México, a Lei Federal do Trabalho, art. 18, está assim redigida: “Na
ao trabalhador”.
444
no direito francês, o que vale dizer que é legalmente aplicável tanto nas
445
ou empresarial.
níveis, não há dúvida de que essa será a regra que deve ser observada,
446
conclui: “E, assim, o princípio do favor, vigente nas relações entre contrato
coletivos, pois a autonomia coletiva deve ser liberada para modificar também
ser tão livres como os grupos maiores, justificação plena para a validade das
447
CAPÍTULO 41
1937, art. 137, a, que estende os efeitos dos contratos coletivos a sócios e
para eles; Decreto-lei n. 1.237, de 2.5.1939, art. 28, d, que organiza a Justiça
sindicato único; Constituição Federal de 1946, art. 157, XIII, que mantém o
448
por profissões expedidos pelo Poder Executivo, as leis que atribuíram aos
exigindo a forma escrita, em três vias, assinadas por duas testemunhas, uma
dias após a assinatura pelas partes, se outro modo não tiver sido ajustado
pelo sindicato que não a tivesse ratificado, que tivesse votado contra ela ou
se, por escrito, em dez dias, a contar da assembleia (art. 5º, § 2º); 6) o
449
regulamentação.
setembro de 1946.
Ministério.
associados”.
451
representam”.
A Consolidação das Leis do Trabalho (1943) reproduziu, em parte,
de trabalho (art. 611) como: “o convênio de caráter normativo pelo qual dois
relações de trabalho”.
452
dos conflitos coletivos (art. 120, § 1º); 4) proibiu a redução pelos Tribunais
à livre negociação.
grau, de 1937, tornou-se uma regra, recolhida pelo art. 611 da CLT, segundo a
453
2. A DOUTRINA
incipiente e a sindicalização recente. Aqui não há, pois, clima mui propício
fato”.
cada vez mais larga do seu campo de ação, partilhando dos atributos da lei
formal”.
454
não mais por um único trabalhador, como no contrato individual, mas por uma
de trigo, este grupo faz um contrato coletivo de trabalho, pois que o trabalho
outro, não intervindo a firma nessa substituição — pois é o grupo e não cada
455
nosso direito social não foi alimentado pelos contratos coletivos, pelos usos
Outro fator é o processo burocrático a que está sujeito o contrato. Para a sua
conclusão do contrato pelo menos por dois meses, sem contar o tempo gasto
integrantes do contrato”.
456
vinculante (1998).
disposto em acordo ou convenção coletiva (art. 7º, VI); jornada de seis horas
negociação coletiva (art. 7º, XIV); duração do trabalho normal não superior
a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação
nas negociações coletivas (art. 8º, VI); negociação coletiva como condição
para propor dissídio coletivo (art. 114, § 2º); e poder normativo da Justiça
Prevalece o entendimento segundo o qual por salário, para esse fim, deve
plano individual e pode ser reduzido a coletivo por empresa (acordo coletivo)
457
acordo coletivo.
princípio teria uma aplicação ampliada, uma vez que tem por objeto apenas
de forma diferente da prevista na CLT, uma vez que se lhe impôs, como
e empregador (art. 7º, XIII, da CF). Conclusivo, pois em face da redação tão
enfática do referido dispositivo não há, data venia, como admitir-se que o
CLT, tenha sido recepcionado pela nova ordem jurídica constitucional, como
458
Celso Ribeiro Bastos, sustenta que a legitimidade para negociar passa, por
acordo coletivo, cumpre concluir que as entidades sindicais das duas classes
3. A JURISPRUDÊNCIA
459
460
Trabalho (art. 614 da CLT e art. 7º, inciso XXXV, da Constituição Federal).”
4. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a não ser quando, por iniciativa das partes, como mediador do conflito
estabelecidas pela legislação. Por outro lado, a mesma Portaria declara que
de infração, o que quer dizer que não só são tipificadas como infrações
5. AS CONVENÇÕES COLETIVAS
de aplicação menor.
461
respectivos sindicatos.
o que significa que as suas cláusulas aplicam-se a sócios e não sócios dos
países, são alcançados por outras formas, como a extensão dos contratos
pessoas ou entes que dela não participaram mas que, por motivos isonômicos,
vez, por novos sindicatos, e estes terão legitimidade para negociar pelos
o grupo em questão.
para negociar convenções coletivas para o seu pessoal. O fato de existir uma
diferenciadas, pelo lado dos trabalhadores, poderá ter o seu sindicato. Assim,
462
desde a mais baixa até a mais alta hierarquia nas empresas e o pessoal de
que exercem como empregados essa profissão, qualquer que seja o setor
de profissão.
convenções coletivas são as categorias, uma vez que é sobre estas que
A CLT (art. 611, § 2º) declara que “as Federações e, na falta destas, as
suas representações”.
lugar dos sindicatos. Estes sempre terão a prioridade para fazê-lo. A atuação
463
indica o seu objeto que, como se vê, é, por um lado, amplo. As condições
trabalho, uma vez que têm natureza diversa, instituindo obrigações diretas
entre os sujeitos pactuantes. Embora não previstas pelo art. 611, por
coletivas, mesmo porque não foram proibidas pela lei. Mas está claro que a
6. OS ACORDOS COLETIVOS
A negociação coletiva por empresa é adequada sempre que for
em nível de categoria.
de trabalho.
convenção coletiva porque esta é instrumento jurídico por lei normativo sobre
toda a categoria, enquanto aquele não tem essa amplitude, uma vez que sua
ou as empresas convenentes.
mais sindicatos, uma vez que, além do sindicato que representa a categoria
diferenciadas, porque o acordo de um setor não tem efeito sobre setor diverso
465
coletivo do seu sindicato e não o de outro. Esse direito tem por fundamento uma
afetados, porque apenas a este a lei confere esse poder (CF, art. 7º, VI).
empresa contratante, como autoriza o art. 611, § 1º, da CLT. Por força do
ção subsidiária. É prevista pelo art. 617, § 1º, da CLT: “Expirado o prazo de 8
zê-lo. Para que não fique bloqueada a via negocial, a lei permite que as entida-
des sindicais de grau superior assumam a negociação e assinem a convenção
coletiva, que terá total validade. Vai mais além, prevendo a possibilidade de
para o ato, fechar o acordo, caso em que, igualmente, o acordo coletivo será
466
seu objeto, que, como se vê, é comum e, por um lado, amplo, abrangendo
trabalho, uma vez que têm natureza diversa, instituindo obrigações diretas
entre os sujeitos pactuantes. Embora não previstas pelo art. 611, nada impede
a sua estipulação nos acordos coletivos, porque não foram proibidas pela lei.
que recusa do pleito. O diálogo é obrigatório, ainda que para em nada resultar.
Assim, havendo uma resposta da empresa, mesmo que por ofício, telegrama
recusa da negociação.
467
pela Lei n. 8.542, de 1992. Essa lei dispõe que as normas e condições de
trabalho serão fixadas, entre outros meios, por contratos coletivos. A Lei n.
8.630, de 1993, Lei dos Portuários, prevê, para estes, o contrato coletivo de
trabalho.
Já a utilizou em outros casos (CLT, arts. 59 e 611, e CF, 1937, art. 137).
e art. 611 da CLT). Mas não a modificou no art. 59 da CLT. E, agora, uma
nova lei a ela se refere (Lei n. 8.542/92), mas não a definiu. O sentido não é o
inicialmente impugnada, sob pena de a ação ser considerada prejudicada, uma vez que
seu objeto fica restrito à norma que não está mais em vigor.”
468
motivadas com a criação, por lei, do contrato coletivo, por ele entendem uma
maior espaço para a atuação direta dos interlocutores sociais, inclusive quanto
469
coletivos, e não, como em nossa lei, com as restrições que impõe, quer em
razão dos sujeitos como dos níveis de contratação.
8. TIPOS DE CLÁUSULAS
470
jurídico.
prorrogação, revisão, denúncia ou revogação (art. 615). Por outro lado, o art.
621 declara que “as convenções e os acordos poderão incluir, entre suas
exigíveis entre si, aspecto suficiente para que assim sejam consideradas.
471
a matéria.
472
da empresa.
9. O PROCEDIMENTO
modo visível, nas sedes dos sindicatos e empresas, dentro de cinco dias da
cláusulas.
473
ao sindicato patronal, uma vez que esses acordos são feitos em âmbito de
constitucional.
(CLT, art. 617, § 1º) dispõe que a assembleia será dos interessados, que são
os trabalhadores da empresa.
474
ou não (art. 617, § 2º). Expirado o prazo sem que o sindicato se tenha
sucessos alcançados.
O instrumento negociado será escrito (CLT, art. 613, parágrafo único), sem
dias após a data da entrega nos órgãos (CLT, art. 614). Cópias autênticas
da data do depósito (CLT, art. 614, § 2º); o prazo máximo de estipulação será
475
convenção coletiva (art. 615, § 2º) e fixa prazos para o início da vigência das
convenção coletiva é estendido. A CLT (art. 614, § 3º) dispõe que “não será
que pode regularmente, e limitar a dois anos não é prorrogar, é usar o prazo
normal; a situação que se forma quando, findo o prazo, novo acordo é ajustado
princípio, pode parecer contrária à lei que veda a duração aos limites que
a sua vigência. Nesse caso, novo instrumento será redigido, com o nome de
476
dias após.
depositado e arquivado.
somente aos sócios dos sindicatos convenentes ou, também, aos não sócios,
mentos coletivos efeito normativo. Suas cláusulas têm efeito erga omnes.
477
projeção dos efeitos da convenção coletiva não renovada após o prazo final
(art. 613, II) o prazo de vigência, o limite máximo deste (art. 614, § 3º), que
Como mostramos, a Lei n. 8.542, de 1992, art. 1º, § 1º, dispõe que
eficácia do art. 19 da referida Medida Provisória, que revogara, por sua vez,
que não há mais suporte, nessa lei, para a incorporação das cláusulas, dos
razão objetiva existe para que critério diferente venha a prevalecer quanto às
(1998), após citar o Enunciado n. 277, afirma: “Essa orientação, obviamente, foi
478
se choca visivelmente com o adotado pela mesma Corte no Enunciado n.
“As convenções coletivas de trabalho vigoram enquanto não alteradas por outra norma
de igual nível, uma vez que as condições de trabalho nelas estabelecidas se incorporam
surja uma nova norma de igual nível que a modifique” (TST, Ac. 5.505, 2ª Turma, DJ.
“Cláusula de convenção coletiva não pode viger por período superior ao da convenção
se não foi renovada.” (TST, 1ª Turma, RR 3554/82, Rel. Min. Fernando Franco, in
479
individual.
A CLT não tem uma regra específica para solucionar o problema, embora
480
à economia de mercado.
expressada.
art. 444, que declara: “as relações contratuais de trabalho podem ser objeto
in pejus.
outros com base intermunicipal, estadual, interestadual ou, por exceção, até
até mesmo, nacional, tudo na razão direta da base territorial dos sindicatos
convenentes.
481
dois sindicatos.
ocupava passam a ser cobertos pelas convenções dos sindicatos que daí por
482
o termo final da sua duração. A CLT não tem uma regra específica para a
concreto.
convenção coletiva não pode ser atendido se, mudando o local de trabalho,
483
base territorial. Todavia, não apenas esse aspecto deve ser considerado. No
coletivo do qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua
categoria”.
palavras, o efeito das cláusulas é erga omnes, geral, abrangente, não restrito
484
instrumento coletivo.
de nulidade formal, mas não de conteúdo. Assim, ainda que uma cláusula
485
SEXTA PARTE
DIREITO DE GREVE
CAPÍTULO 42
A CONCEPÇÃO DEMOCRÁTICA
Itália.
e empregadores.
das leis que o regulam” (art. 40). A da Espanha (1978) dispõe: “reconhecido
dispõe: “declara-se que a greve é um direito gremial. Sobre essa base se regu-
489
o Estado.
melhor forma para que essas diretrizes se refletissem sobre o sistema jurídico,
encontrada fora dos seus quadros e deve florescer do exercício concreto das
relações sociais.
permitida, no Estado liberal, não mais como delito, mas como liberdade,
mais que isso, como direito protegido pelo Estado. A fórmula adotada foi o
legislação ordinária.
40, dispõe:
Estado não intervém, diretamente, mas cria garantias para que os traba-
(1) La costituzione e il sistema del diritto del lavoro. Milano: Feltrinellii, 1958. p. 207.
490
deveria reger o âmbito de exercício do direito, com o que, como explica Gino
demonstrado até aqui, de modo a não restar dúvidas sobre o modelo jurídico
491
pela lei, o exercício da greve nem por isso deixou de apresentar problemas
de outros conflitos.
interesses garantidos pela própria Carta Magna; limites que o referido autor
À falta de lei, não pode haver limitação à greve nos serviços e atividades
greves não contratuais, portanto, aquelas que, como a greve política, não
492
liberdade de comunicação”.
(6) Il diritto di sciopero e i suoi limite. Foro Pad., 1948. IV, col. 145.
contribuições sindicais.
suspensão do cargo por período não inferior a quinze dias e não superior
foram tomadas.
494
mais democrático.
“É reconhecido o direito dos trabalhadores à greve para a defesa dos seus interesses. A
lei que regular o exercício desse direito estabelecerá garantias destinadas a assegurar
495
“A greve é ilegal:
a) quando se inicie ou sustente por motivos políticos ou outro fim alheio ao interesse
greves de funcionários públicos. O art. 11 da Lei veda greves de fins alheios aos
jurisdição do trabalho.
A mesma lei ordinária que disciplina a greve dispõe (art. 17) sobre
chegarem a acordo nem designarem árbitros (art. 25). Declara também que,
pio, ilícita, salvo se, por seu objeto e por suas modalidades, lesiona outros
dentro ou fora do mesmo país (hipótese esta cada vez mais significativa, le-
vando-se em conta a intensificação das relações econômicas internacionais
ção coletiva.
497
nunca nas greves de protesto, limitadas, por natureza, no tempo; e não pode
ser apreciada tampouco nas greves de protesto ou luta que pretendam influir
afirmando:
a soberania popular.”
dos seus interesses, ao puro marco contratual, entendendo que ele pode
(9) Las relaciones laborales en la Constitución. In: El derecho del trabajo en España. IES,
1981, t. 1, p. 93.
498
das greves cujo objetivo principal seja a defesa dos interesses econômicos
objetivos metaprofissionais”.
diminuir desigualdades.
dos trabalhadores para a defesa dos seus interesses”, não constitui uma
ainda que fazendo alusão a uma futura regulamentação, pela lei ordinária,
(10) Huelga y cierre patronal en la Constitución española. In: El derecho del trabajo en España, op.
cit. , p. 583.
499
interesses dos trabalhadores. Desse modo, a lei ordinária deve fixar limites
é inconstitucional qualquer lei penal sobre a matéria, porque não teria sentido
assuntos públicos, a greve política não aparece, então, como uma disfuncio-
liberdade, parece uma conclusão criticável, por não ser consequente com
diferença está não nos fins pretendidos, mas nos meios de ação de que se
500
de limitação da greve.
dos trabalhadores” (art. 2º), declarou ilícitas greves deflagradas por motivos
direitos sociais, inclusive a greve, que, no art. 57, da Carta Magna, é assim
disciplinada:
exercício do direito, que foi, assim, apresentado, com tal dimensão que pode
tivos. Mas, por outro lado, permaneceu aberto o espaço para que o legislador
formas que tal exercício pode assumir (isto é, dos tipos de comportamento
em que a própria greve se traduz: paralisação parcial, ocupação dos locais
(11) Cf. LOPES, Victor Silva. Constituição da República portuguesa anotada, 1976.
501
novembro de 1974, que dispõe sobre requisição civil. A Lei n. 30/92 aprovou
não tiver sindicato, por voto secreto, a pedido de, pelo menos, 20% ou 200
502
assegurar, durante a greve, a prestação dos serviços mínimos indispensáveis para
a) correios e telecomunicações;
c) funerários;
e) abastecimento de água;
f) bombeiros;
de faltas injustificadas” (art. 11). Esse regime, pelo art. 27 da Lei de Férias,
(art. 1º, 1). A requisição civil “tem um caráter excepcional, podendo ter por
503
radiotelefônicas e radiotelegráficas;
isentos do serviço militar” (art. 7º, 1), e não concede direito a outro pagamento
sição civil apenas pode ser aplicada, sem prejuízo do exercício do direito à
504
raros.
uma vez que a legislação não os indica; portanto não os limita, embora a
interesses a definir na greve. Com isso, são lícitas todas as greves, ainda
que imprime um caráter que procura dizer que a liberdade ampla, atribuída
empresas, por setores, local, regional, nacional etc.) e menos para os fins da
greve.
505
radoria-Geral da República.
sustentando que “a greve com fins políticos é ilícita quando se propõe a atacar
é legítima a greve que tenha por objeto a lesão de interesses que não seja
ao Ministério do Trabalho.
506
como liberdade ou simples fato social, mas como ato jurídico passível de
2. CONCEITO
grupo social, do seu número e motivos, dos setores de atividade onde é mais
estudo dos atos coletivos que não se configuram como greve, a sua causa
A greve é uma ação conflitiva, mas não é a única. Existem outras, que
(21) Cf. CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimológico. Nova Fronteira.
507
Com o tempo, essa palavra passou a ter outras acepções, todas, porém,
omissiva, posição essa adotada, entre outros, por Brioschi e Setti, Stendardi,
empregador.
Outra figura que não está no conceito de greve, embora aqui haja diver-
legislação penal.
ligada ao interesse que se pretende tutelar por via sindical. O direito peninsular
it. , 1954, col. 1.648) concluindo que, “se é verdadeiro que a Constituição
(22) L
’occupation
des
lieux
des
de
lieux
travail
de
et
travail la
et séquestration
la
de
séquestration
personnes.
de
p. 359, 1975.
508
não pode ser considerada forma de greve lícita porque ultrapassa os limites
palavras, a ideia que se quer emitir é a de que não cabe inferir a ilicitude da
como instrumento auxiliar de uma greve, através da qual se pode, por outra
A greve tem uma causa material, final e formal, como passa a ser
mostrado.
(23) Serrata e occupazione d’azienda. Foro Pad., 1955. I, v. 337.
(24) Límites al derecho de huelga; apuntes críticos. In: El derecho del trabajo en España, op.
cit., p. 631.
509
Num sentido amplo, significa todo e qualquer juízo que se possa fazer
serem alcançados com a greve e não com os meios adotados para o seu
desenvolvimento.
Num sentido restrito, o interesse deve ser interpretado não como a causa
final da greve, mas como a amplitude dela em função do grupo que estará
510
parcial ou total, ou seja, do pessoal que dela participaria, sentido esse que é
perfeitamente defensável, como já o foi por doutrinadores portugueses.
caso em que seria lícita até mesmo a greve na vigência de uma convenção
Essa ação coletiva que é a greve não tem a finalidade de romper o contrato
que se verifica. Com isso, fica totalmente afastada a hipótese da greve como
511
5. NATUREZA JURÍDICA
dimensão.
A greve é estudada nos vários ramos das ciências sociais, como a
no grupo social quanto aos tipos, ao número, aos motivos, aos setores de
dá, e não como a descrevem as leis; ângulo que amplia bastante o universo
sociologia.
produtividade etc.
diversas dimensões, a greve como fato, a greve como valor e a greve como
512
Para uma teoria, a greve é um fato social. Apenas isso, mero fato
a sua total incompatibilidade como meio de direta coação com o direito, que
1977, declara que, “da mesma forma que o processo coletivo do trabalho é
compatível com a greve, esta deve ceder diante da sentença nos países que
admitem a solução jurisdicional dos conflitos coletivos de trabalho”(25).
soberania do Estado.
Hoje, todavia, não é mais aceita essa colocação, como afirmam corre-
ao dizer que “em verdade, porém, o direito de greve é compatível com os sis-
513
social, não porque seja antijurídica, mas porque pela sua natureza não
pode ser objeto do direito, embora não o contrarie. A greve seria, assim,
ajurídica fora do direito, mas não contra o direito. Seria um fenômeno social
ver a greve solta, sem freios, como fato inerente à vida dos grupos em
sociedade.
dos homens e dos grupos, sendo que a diferença entre a relação social
social.
Não obstante, seria insustentável ver a greve como mero fato social
diante das inúmeras normas jurídicas que sobre ela dispõem diversos
países, como seria difícil conceber que um fenômeno social coletivo de tal
a que se refere Miguel Reale(27), de modo que, “onde quer que haja um
um fato social, mas não apenas isso, é um fato jurídico em sua dimensão
viver apenas como fato, a menos que não se queira atribuir-lhe a natureza
514
Saber se a greve é ou não uma liberdade é questão que não foi ainda
perante a qual nenhuma relação teria ideia que leva à greve como faculdade
todos, sem distinção, de tal modo que, exercendo-a, o titular não fira o
propriedade”.
mas por este garantida, haveria dificuldades para ver na greve uma liberdade
pública. Essa garantia só se faria por meio de normas jurídicas. Logo, a greve
liberdade sindical.
a possibilidade da greve como liberdade sem leis, pois são estas que regem
516
1978, que a reconhece como direito dos trabalhadores para a defesa dos
greve e que proíbe a lei de limitar esse âmbito, como a do Brasil, de 1988,
daqueles para os quais a greve é mais que um fato social ou uma liberdade,
essa arma não pode ser posta a serviço, a não ser desses interesses, sob
que, para Pera, apenas aponta as razões do exercício da greve, mas não o
tipo de direito que é.
empregador; tese que recebe uma crítica, a autotutela é a reação contra uma
ofensa e a greve seria não uma defesa, mas uma iniciativa dos trabalhadores.
É difícil tomar partido nesse debate, porque cada tese tem as suas
517
e esse fator está presente na greve. É uma reação e não uma iniciativa. O
a da greve como defesa e não como ataque, diante das condições de trabalho
parte contrária, o que não ocorre no caso. Se é certo que o empregador não
pode evitar a paralisação do trabalho, não é possível dizer que a ele não são
dados meios de reação. Há esses meios, conferidos pelas leis, que admitem
jurídica para que alguém empreenda uma reação diante de uma atitude
veis das suas normais atribuições, sustentando que seria, mesmo inviável,
o que o sindicato não deixa de ser um ente destinado a influir nas decisões
518
de ordem política e social. Traça uma diferença entre os dois modelos a partir
positivo; vida, liberdade etc.”. A greve tem uma função criativa, e seus únicos
de autodisciplina sindical”.
(30) Límites al derecho de huelga; apuntes críticos. In: El derecho del trabajo en España.
519
exercida contra o poder político. Hélene Sinay(31) define greve política como
cidadão”.
sua dispensa.
(31) La grève. In: Traité de droit du travail. Paris: Dalloz, 1966. p. 184.
520
etc., estarão praticando um ato no qual é difícil uma clara separação entre
e ele não terá meios para impedir o protesto, o que leva Segadas Vianna(32) a
dizer que lhes falta “a finalidade de reivindicação que possa ser atendida pelo
ação sindical cuja esfera não transcende a das relações entre os trabalhadores
trabalhista.
(32) Instituições de direito do trabalho (coautoria Arnaldo Süssekind e Délio Maranhão). Rio de
521
cabendo a luta política aos partidos políticos e o protesto popular por meio
522
deva ser regulada em lei, ordinária. Mas a greve somente pode ser entendida
como uma espécie de insurreição dos fatos contra a imobilidade da lei, que
e lugar.
e um deles é a greve.”
que caiam sob a lei penal; se encontraria no terreno do Direito Civil uma
dos interesses profissionais. Esta arma não poderia ser posta além do serviço
passivo, tenha meios de impedir — tese que Auletta considera um inútil luxo
(33) V. Anais, p. 3.
523
desigualdade real entre ambos existente. Tese que, no dizer de Simi, não
proclamação da greve.
forma de solução do conflito, mas como meio utilizável para solucioná-lo por
um direito.
A greve não é mero fato social porque, na medida em que esse fato é
não ocorre nesse caso. Se é certo que o empregador não pode evitar
a suspensão do trabalho, não é possível dizer que a ele não são dados
jurídico para que alguém empreenda uma reação diante de uma ação
524
alguma controvérsia.
paralisação de trabalho.
Tanto as greves típicas como as atípicas podem, por sua vez, subdividir-
o seu termo final, como, por exemplo, na greve de vinte e quatro horas,
descontentamento ou de lesão.
uma luta, sem fim previsto, a ser mantida enquanto não forem atendidas as
525
práticas que geralmente não são condenadas pela lei, ao contrário, são
trabalho porque, apesar de o interesse ser de todos, cada grupo faz a greve
comuns entre nós: a greve trombose ou greve nevrálgica ou, ainda, greve
aqueles que atuam num setor vital ou estratégico da empresa e que, uma vez
526
licitude como um dos diversos modos pelos quais a greve pode manifestar-
se, tese que está em consonância com o princípio segundo o qual, onde a lei
país, quase sempre com forte motivação política, com o que se suscita o
sem uma pretensão que influa sobre a sua relação de trabalho, mas para se
grupo de trabalhadores.
527
seu fácil cumprimento pelos trabalhadores mais refratários a uma greve com
que se notar também que os empregados que ganham salário por produção
podem ficar prejudicados em relação àqueles que ganham por mês ou hora,
transportes coletivos, como nos casos de falta de cobrança dos bilhetes dos
clientes etc.
528
529
CAPÍTULO 43
ATIVIDADES ESSENCIAIS
setor público como nos serviços essenciais, é possível dizer que o principal
argumento daqueles que são favoráveis à sua proibição é o da natureza
da igualdade.
Estado não pode negociar com o dinheiro público e, sendo assim, não seria
530
vez que estas são lucrativas. Greve contra o Estado ou os seus órgãos
pressão.
salientou que “não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade
531
que, se não são estabelecidas pela lei, devem ser, com base nos princípios
(1) O direito de greve; experiências internacionais e doutrina da OIT. São Paulo: LTr, 1986.
p. 58.
532
doutrinadores, com base em argumentos que são resumidos por Giugni nos
nenhum ponto de referência formal para que possa ser considerada relevante
hospitalar necessária.
3. RESPONSABILIDADE CIVIL
todos os atos das pessoas, físicas ou jurídicas, que vivem na sociedade, não
533
responsabilizado.
danos.
mesmas regras que atingem toda pessoa física segundo as leis civis e penais,
essenciais.
e inclusive de proibições.”
arbitragem como alternativas para os setores nos quais a greve pode ser
534
proibida e sustenta que a greve, nesses setores, não deve ser penalizada
que a proíbem.
Quanto aos serviços essenciais, o Comitê de Liberdade Sindical
supressão do direito.
535
CAPÍTULO 44
1. EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Desde logo é possível dizer que, no período liberal que se iniciou com
greve agiu como uma faca de dois gumes, permitindo o seu exercício, sem
geral, a greve foi valorizada como uma necessária forma de pressão que não
era disciplinada por leis trabalhistas, mas foi proibida pelo Código Penal, de
praticada no seu exercício, mas não a greve em si, solução que coincide com
nas figuras típicas das leis criminais como a lesão corporal, o crime de dano,
o sequestro etc.
(2) Movimentos operários no Brasil, 1877-1944. São Paulo-Rio de Janeiro: Difel, 1979. p. 197.
536
corporativistas.
classes, voltada para a paz social, integrativa das forças produtivas da Nação
“Art. 139. Para dirimir os conflitos oriundos das relações entre empregadores e
Esse último texto (CP de 1940, art. 202) pune com reclusão, de um a
537
O certo é que, nesse quadro, não houve ambiente propício para a greve,
que não foi um direito dos trabalhadores. Ampliou-se, consideravelmente, a
a greve passou a ser direito dos trabalhadores, protegido pela ordem jurídica.
Tudo indica que uma das principais razões dessa mudança foi de ordem
greve.
do Trabalho.
exercita no âmbito da lei que o regule” (art. 40), e a da França (1946), que —
538
A relação dessas atividades pela lei foi a seguinte (art. 3º): serviços de
públicos.
Esse foi o sistema jurídico vigente até 1964 e que se tornou ineficaz
governo de João Goulart, de tal modo que terminou essa fase com uma
que foram iniciados estudos para a elaboração de nova lei de greve, capaz
da lei.
539
O terceiro aspecto que sobre a lei foi levantado é quanto à sua avaliação
sindical?” Para Orlando Gomes e Elson Gottschalk(6), “a atual lei de greve cria,
(5) A greve e o direito constitucional. São Paulo: LTr, 49 (9):1051, set. 1985.
540
essenciais (CF, art. 162) enumeradas pela lei (Decreto-lei n. 1.632, de 1978):
Min. Arnaldo Süssekind, in Acórdãos no TST. São Paulo, LTr, 1968, p. 73.).
541
6.229182, Ac. 680/84, 3ª Turma, Rel. Min. Orlando Teixeira da Costa, DO,
4.5.84, p. 6.742.).
Turma, 6.8.82, Rel. Min. Luiz Roberto de Rezende Puech, LTr, 47(3):326.).
durante o mesmo incorrer em uma das hipóteses previstas na CLT, art. 482.
insuflar greve ou lockout com desrespeito à lei” —, não foi adequada à ideia
deixando de aprovar um texto legal, não por falta de projetos, já que diversos
542
Executivo.
essenciais, nas quais a greve só pode ser exercida sob a condição da garantia
excessivos ou abusivos.
técnicos do texto.
pelo sindicato dos trabalhadores e não por coalizões informais. Duas ordens
1/3 (um terço) dos associados da entidade sindical constitui uma importante
a sua rejeição pelo Congresso Nacional, que em seu lugar editaria uma lei de
Para esse fim, o Legislativo dispunha do prazo de trinta dias, findo o qual
a matéria.
de 1988.
2. DEFINIÇÃO
544
que ao sindicato compete declarar a greve, mas não fazer a greve, uma vez
declará-la. Com efeito, a greve decidida e não desconvocada pode afinal não
A Lei n. 7.783, de 1989, art. 2º, declara que, “para os fins desta Lei,
na sua execução para provocar propositado atraso, o que não deixa de ser
545
caracterizado.
forma que a greve poderá atingir parte de uma seção da empresa, toda a seção,
de exercê-lo e sobre os interesses que devem por meio dele defender”, texto
constitucional.
com o que é preciso saber qual o sentido do texto constitucional que confere
são suficientes para mostrar que seria ilógico interpretar que a greve
à Constituição haverá, uma vez que a greve não pode contrariar a sua
Decreto-lei n. 5.452 (CLT), ao dispor, no art. 725, § 1º, hoje revogado, que
547
(AI n. 19.758, DJ, 27 jun. 1960, pág. 918); e o Tribunal Superior do Trabalho
traçou diretriz segundo a qual, até que lei ordinária regulamentasse o direito
seria permitida após a conclusão da viagem, nos pontos terminais (art. 13).
e duas horas nos casos de greve por falta de pagamento de salários (art. 16).
(art. 1º, § 2º). A Lei n. 6.185, de 1974, proíbe a greve do pessoal do setor
548
autoaplicável (arts. 37, VI, e 42, § 5º). Foi editado, para reger os procedimentos
dos critérios que vinham sendo seguidos até agora pela nossa legislação.
greve, aspecto que põe em discussão, primeiro, quais são essas atividades
549
esclarecedora.
catalogar esse elenco por categorias, porque numa categoria há setores que
Razões dessa ordem levam à conclusão de que será melhor uma nova
bom critério nos é dado pelos estudos segundo os quais essas atividades
base para a ação sindical de manutenção das atividades, mas será muito
Essa definição está na Lei n. 7.783, de 1989, art. 10, que dispõe: “São
550
Público (art. 12), mas a lei não indica por intermédio de que meio, se com
relacionadas pela lei (art. 10). Assim, a assistência médica e hospitalar, desde
segurança da população.
551
modo que estas não se enquadram nos parâmetros daquela; não obstante,
a seguir enumeradas:
com a produção. A palavra vem de James Boycott, que foi, numa região da
infração penal.
552
No Brasil, o aliciamento pacífico foi garantido aos grevistas pela Lei n. 7.783,
Lei n. 7.783, de 1989, art. 6º, § 1º, ao declarar que, “em nenhuma hipótese,
nível, dentre os quais o primeiro (CF, art. 4º, VII) é o direito constitucional de
que são contrários à greve (CF, art. 5º, IV), o direito de indenização por
553
dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5º, V), o respeito às convicções
da intimidade e da vida privada das pessoas (CF, art. 5º, X), o livre exercício
de qualquer trabalho, ofício ou profissão (CF, art. 5º, XIII) e o direito de livre
locomoção (CF, art. 5º, XV), garantias que merecem proteção diante do
com a Constituição Federal (art. 9º), que preserva a decisão dos trabalhadores
deve ser examinado. Não é viável entender que terceiros não têm interesses,
seguida pela lei ordinária que a regulamenta, com o que há, em tese, duas
ordens de interpretações que podem ser feitas, uma restritiva e outra não.
554
difícil dizer que não é trabalhista uma greve contra a política econômica do
governo.
A Constituição (art. 9º, § 2º) dispõe que “os abusos cometidos sujeitam os
greve.
(8) Direito do trabalho na Constituição de 1988. São Paulo: Saraiva, 1989. p. 301.
555
civil a que se sujeitam todas as pessoas jurídicas. O Código Civil, art. 927,
declara que “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem,
O art. 186 do CC, ao dispor que “aquele que, por ação ou omissão
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, deve ser interpretado
judicial, seria possível objetar que a via própria para esse fim é o processo judi-
exceptio non adimpleti contractus, segundo o qual uma das partes do contrato
não é obrigada a cumpri-lo se a outra parte, por sua vez, não cumpriu a sua
556
deslocada, uma vez que, pelos critérios que vinham sendo considerados,
cumprir.
(arts. 11 e 12).
Evita a conceituação de abuso de direito (art. 14), limitando-se a
59, optando pela aplicação das sanções que já são previstas na esfera penal,
557
lização da greve.
praticado.
ela. O seu exercício, como decorrência do art. 15, prevê ilícitos em geral da
predispôs, a lei incursionou em outros, dentre os quais três deles devem ser
pelo empregador, ao declarar a lei (art. 17) que “fica vedada a paralisação
empregados ( lockout)”.
558
5. PROCEDIMENTO
A greve não é submetida pela lei a um ritual, como ocorria com a Lei
categoria.
horas, nas atividades não essenciais, e de setenta e duas horas, nas ativida-
des e serviços essenciais (arts. 3º, parágrafo único, e 13); neste último caso,
Desse modo, não é ilegal greve aprovada por aclamação, desde que
os estatutos sindicais não a proíbam, como, também, poderá haver greve
mais fixado por lei, será variável, segundo os dispositivos estatutários internos
de cada sindicato, com o que o quorum tanto será lícito quanto ilícito, na
categoria.
trabalhadores.
559
certamente serão menores do que aqueles que a lei estabeleceria, uma vez
Se é certo que assim é, por outro lado, por maiores que sejam esses
inconvenientes, é preciso convir que as experiências anteriores mostram
da greve, com o que surge um dilema. O que é melhor, fazer uma lei para
ser descumprida ou uma lei que abra mão de algumas questões que vinha
sociais, é acertada.
tese, se faz por escrutínio secreto, por voto nominal ou por aclamação.
Qualquer dessas três formas de votação que vierem a ser adotadas pelos
casos concretos. Como a lei deixa a critério dos sindicatos dispor sobre a
com a realidade da sua categoria. Diante dessa diretriz, que agora vem a
560
6. CADUCIDADE DO AVISO-PRÉVIO
ção não se inicia, no futuro não poderá aproveitar esse mesmo aviso-prévio
de uma greve programada para o passado, mas não começada, exige novo
aviso-prévio com as mesmas finalidades, diante das quais essa medida foi
EVENTUAIS E TEMPORÁRIOS
reporta a lei não é a de todo trabalhador, mas apenas do trabalhador que pres-
Nesse caso, a lei rege apenas a greve dos assalariados que são empregados
Federal, art. 9º, não contém essa restrição da lei ordinária. Com efeito, a Lei
direito é dos trabalhadores, segue-se que não apenas aos empregados mas
admitida pela Consolidação das Leis do Trabalho (art. 8º), de modo que, no
8. SERVIDORES PÚBLICOS
servidor público civil, remetendo as regras sobre o seu exercício para a lei
Lei n. 7.783, de 1989, art. 16, declara que, “para os fins previstos no art.
em que o direito de greve poderá ser exercido”, com o que fica certo que a
Lei n. 7.783/89 é aplicável ao setor privado e não aos servidores públicos.
O direito destes é exercido nos termos de lei especial, dualidade que traz a
presta serviços para a administração pública, mas essa noção deve ser
562
específicas desta.
563
que é técnica não estatal de solução do conflito, razão pela qual o árbitro é
mínima de quarenta e oito horas, nas atividades acessórias (art. 3º, parágrafo
único), e de setenta e duas horas nas atividades essenciais (art. 13); após
564
não quiserem aderir à greve (art. 6º, § 3º); ver respeitados e não constrangi-
dos os seus direitos fundamentais (art. 6º, § 1º), dentre os quais o direito de
do movimento (art. 6º, § 2º); não despedir grevistas imotivadamente (art. 7º,
despedidos.
havendo nítida diferença entre aquele que resultava da Lei n. 4.330, de 1964,
565
acordo entre elas e nos termos que fixarem. Não havendo acordo, essas
dos salários dos dias de paralisação. A lógica é uma só: sem prestação de
serviços inexiste cogitar-se de pagamento do respectivo salário. Este é o
causa, nos termos preconizados pelos arts. 483, d, da CLT, em face da lei
coletivo resulta da Lei n. 7.783, de 1989, art. 5º, que autoriza a comissão
e sob esse aspecto é positiva. Contudo, não deixa de pecar pela violentação
566
empresa.
que o impasse fosse superado. Atendia, assim, aos interesses dos dois
retornavam ao trabalho.
Ficou difícil, agora, resolver uma greve por dissídio coletivo a continuar
requisito — que não havia — para que o dissídio pudesse ser iniciado: a
pendências e terminar a greve, não poderá fazê-lo por sua vontade exclusiva.
o acordo coletivo entre ambas encerrará a disputa. Mas isso é difícil. Com a
567
atuação para fazer cessar a greve. O bom-senso mostra que esse é o melhor
Tribunal do Trabalho.
exequível.
instrumento coletivo anterior (CF, art. 114). Não poderá julgar matéria que
na via judicial.
568
por exemplo, dos transportes públicos, dos hospitais etc. Nelas a greve não é
dentre as quais uma multa. O sindicato pode ser penalizado com multa
esta o dissídio coletivo, não será exigível, ao contrário do que acontece nas
do processo.
569
13. LOCAUTE
A Lei n. 7.783, de 1989, art. 17, dispõe que “fica vedada a paralisação
empregados”.
empresa, como forma de conflito trabalhista apenas, não vedado, pela lei, se
a sua finalidade não for essa. Os salários dos empregados são assegurados
14. PENALIDADES
Civil resulta a figura da indenização por perdas e danos, utilizável nos casos
dispensa por justa causa; nas hipóteses cabíveis do art. 482 da CLT, como
sua promoção, não configura justa causa, mas a iniciativa para a deflagração
570
SÉTIMA PARTE
CAPÍTULO 45
NECESSIDADE DE REFORMAR
O SISTEMA SINDICAL
Judiciário.
das categorias profissionais, que tinha por principal função fazer o quadro de
a carta sindical.
573
Trabalho, não ratificada pelo Brasil, mas acolhida em parte pela Constituição
de 1988.
Emprego.
00137-03, p. 01131).
profissionais.
574
sócios ou não do sindicato, têm de contribuir para a sua receita, como ocorre
tanto para a empresa como para os empregados, muitas exigindo uma regra
não resultem abusos como os que todos viram no Brasil, com a criação
575
criada discricionariamente?
não é uma garantia para eles, nem a certeza de que todos os sindicatos
sindicalismo orgânico no qual uma Central pode criar, em sua própria estrutura
biônicos que, ao contrário daqueles que não merecerem esse privilégio, não
poder no seu setor, inclusive o de criar, por mero ato de vontade e sem
nenhuma regra, entidades para concorrer com outras que não tenham a sua
simpatia política.
576
que de melhor e mais positivo possa cada concepção oferecer. É sabido que
tornarem mais abertos. Como ficará, por exemplo, a lei dos dois terços do
Brasil e o Mercosul?
577
CAPÍTULO 46
para a sua discussão, o que explica que dele se retiraram alguns dirigentes
cima para baixo quando mais democrático seria se partisse das bases para as
produtora da reforma.
Outra observação foi a de que sua composição não sendo eletiva, mas
composição.
Lima, João Domingos Gomes dos Santos, João C. Gonçalves (Juruna), João
Batista da Silva, José Calixto Ramos, José Gustavo de Oliveira Neto, José
Lopes Feijó, José Moacyr Malvino Pereira, Lourenço Ferreira do Prado, Luiz
578
Cláudio Marcolino, Luis Eduardo Gautério Galo, Nair Goulart, Nilson José
da Silva Cruz, Paulo César Rossi, Paulo Teixeira Sabóia, Pascoal Carneiro,
Rosane da Silva, Ricardo Patah, Rita Zanotto, Roberto Antonio Von der
Sérgio Butka, Sérgio Luiz Leite, Sidnei de Paula Corral, Ubiraci Dantas de
Monteiro Neto, Carlos José Kurtz, Clesio Andrade, Clóvis Veloso de Queiroz,
Jerônimo Tadeu, José Almeida de Queiroz, José Luiz Rodrigues Bueno, José
Pastore, José Ribamar Brasil Chehebe, José Tarcísio da Silva, Joseph Couri,
Josias Silva de Albuquerque, Leandro Teixeira Pinto, Lucimar Coutinho, Luis
Leite, Meton Soares Junior, Osmani Teixeira de Abreu, Paulo Afonso Ferreira,
Patrícia Duque Coimbra, Pio Guerra Junior, Renato Rodrigues, Renato Rossi,
Flávio Rainho, Mônica Valente, Nelson Santos, Nilton Freita, Paul Singer,
579
possa ser alterada por lei ou medida provisória, entendendo que alguns res-
da reforma do FNRT.
580
de 23.8.2004.
aprovadas com consenso pelo referido órgão, embora não se possa dizer o
(1) Fora do Fórum Nacional do Trabalho foram produzidos outros textos de reforma
121, de 2003, do Deputado Valdir Moura, a PEC 314 de 2004, do Deputado Ivan Valente,
a PEC 40, do Senado Federal, dos Senadores Pedro Simon, Jefferson Peres e outros, e o
581
CAPÍTULO 47
DIRETRIZES GERAIS
1. BASES DO SISTEMA
no setor privado.
Trabalho e Emprego.
A entidade sindical, para ser reconhecida como tal, terá de ser representativa.
582
estarão sob o agasalho da entidade maior que lhes deu vida e à cuja sombra
representatividade comprovada.
de representação;
Art. 12. Os índices de representatividade deverão ser confirmados sempre que houver
contestação por qualquer outra entidade com ou sem personalidade sindical no mesmo
âmbito de representação, desde que seja observado o intervalo mínimo de 3 (três) anos
representatividade.
§ 1º Os procedimentos e prazos relativos à contestação e à confirmação de
sindical.
583
584
585
CAPÍTULO 48
1. NÍVEIS
estrutura organizativa.
Município.
2. REQUISITOS
entidade sindical do setor e que, por sua vez, tenha preenchido os requisitos
586
bases de representação;
bases de representação.
representação da federação.
587
requisitos:
âmbito de representação;
II — ser maior de 16 anos para votar e maior de 18 anos para ser votado.
sindical;
II — houver comprovadamente lesado o patrimônio de qualquer entidade
sindical.
extinção de estabelecimento.
o seguinte limite:
II — 81 dirigentes na confederação;
588
IV — 81 dirigentes no sindicato.
sentido.
589
CAPÍTULO 49
1. NÍVEIS
intermunicipal e municipal.
organizativa.
estrutura organizativa.
2. REQUISITOS
590
de representação;
requisitos:
social seja igual ou superior a 20% da soma do capital social das empresas
591
de representação.
sindical;
sindical.
592
CAPÍTULO 50
EXCLUSIVIDADE DE REPRESENTAÇÃO
nesse âmbito.
direitos de minoria.
CNRT, para comprovação, pela entidade sindical, dos requisitos para obter
relativa.
593
entidades de cúpula.
594
CAPÍTULO 51
A PROPOSTA DE FINANCIAMENTO
1. CONTRIBUIÇÕES ATUAIS
2. NOVAS CONTRIBUIÇÕES
3. CONTRIBUIÇÃO ASSOCIATIVA
595
coletiva ou no efeito geral do seu resultado, ainda que por meio de sentença
arbitral.
negociações.
coletiva.
596
Imposto de Renda.
do mês de abril, o valor total dos salários, bruto e líquido, considerados para
II — 5% às confederações;
Rural — ITR.
indébita.
I — 10% às confederações;
II — 20% às federações;
IV — 5% ao FSPS.
598
I — contribuição associativa;
atividade econômica.
599
CAPÍTULO 52
ENTIDADES SINDICAIS
1. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
da entidade sindical.
600
CAPÍTULO 53
REPRESENTAÇÃO DE TRABALHADORES
1. ORIGENS DA PROPOSTA
empregadores”.
2. BASES DA REPRESENTAÇÃO
em assembleia.
601
3. OBJETIVOS
legais e contratuais;
qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, raça, cor, religião,
4. CONTROLE SINDICAL
por sua iniciativa ou por solicitação escrita de 20% dos trabalhadores com
602
5. PROPORCIONALIDADE
dores da empresa:
I — de 30 a 80 trabalhadores, um representante;
de representação.
603
representação.
eleitoral:
II — edital de convocação;
IV — lista de eleitores;
VI — ata de votação;
IX — ata de posse.
reeleição.
empresa.
para esse fim pelo sindicato ou por no mínimo 1/3 dos trabalhadores da
do mandato ao MTE.
representação.
do estabelecimento;
quadros de aviso.
605
poderá ser convocada pela representação ou por pelo menos 20% dos
trabalhadores da empresa.
coletivo.
sua direção.
expressamente discriminadas.
declaração de frustração.
607
CAPÍTULO 54
COLETIVO DE TRABALHO
1. PRINCÍPIOS BÁSICOS
interesses envolvidos.
coletivo.
608
caráter;
coletiva.
atores coletivos.
locais de trabalho.
2. NÍVEIS DE NEGOCIAÇÃO
sindicatos de trabalhadores.
3. PROCEDIMENTO
609
diretamente.
da personalidade sindical.
negociação coletiva.
razoável, da assembleia.
procedimento.
5. APLICAÇÃO
610
6. FORMA
do MTE.
7. VIGÊNCIA
A vigência dos contratos coletivos será de até três anos, salvo acordo
em sentido contrário.
Os contratos coletivos poderão estabelecer as regras para que os
8. COMPROMISSO ARBITRAL
611
CAPÍTULO 55
DIREITO DE GREVE
1. AS REGRAS ANTERIORES
sobre os interesses que devam por meio dele defender, remete para a lei
2. AS NOVAS REGRAS
612
4. SALÁRIOS
voluntária.
5. ESTABILIDADE
sentença arbitral.
613
antissindical.
IV — funerários;
V — transporte coletivo;
VI — captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII — telecomunicações;
e materiais nucleares;
XI — compensação bancária.
614
pessoas.
9. LOCAUTE
( lockout).
E ATUAÇÃO JURISDICIONAL
e penal.
ordem jurídica.
terceiros;
que for razoável para garantir a continuidade dos serviços mínimos destina-
ou de terceiros;
no FSPS.
616
solução do conflito.
da certidão.
deverá ser lavrado em até 48 horas e será publicado no órgão oficial para o
conhecimento geral.
617
CAPÍTULO 56
CONSELHO NACIONAL
DE RELAÇÕES DE TRABALHO
1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO
Sua composição será tripartite, mas não eletiva, e terá duas Câmaras
paritárias, a patronal e a dos trabalhadores, inseridas no âmbito do Ministério
Haverá renovação, a cada três anos, de pelo menos 1/3 dos represen-
do CNRT.
618
Trabalho e Emprego.
Câmara Tripartite.
do CNRT.
2. ATRIBUIÇÕES
619
até 1988 por força de dispositivo da CLT que o Supremo Tribunal Federal
rural ou portuária, além de outras que a seu critério forem consideradas como
padrão a ser seguido pelas entidades sindicais que quiserem ter exclusividade
CNRT:
atividades essenciais.
620
tação:
Tripartite;
FSPS;
621
622
CAPÍTULO 57
1. INTRODUÇÃO
proferida pelo Tribunal do Trabalho, por árbitro ou por órgão arbitral para a
for instaurado após o prazo legal; II — a partir do dia imediato ao termo final
prazo legal.
2. AÇÕES COLETIVAS
623
dos interessados, a criação de diversos tipos de ações para defesa coletiva
substituição processual.
sendo-lhe vedado conceder mais do que foi postulado, atribuir coisa diversa
Institui normas sobre a defesa dos direitos coletivos mediante três tipos
básicos de ações, embora de modo não taxativo, uma vez que estabelece
624
interestadual ou nacional.
Público do Trabalho atuará como fiscal da lei, desde que presente o interesse
público ou social.
de sentença.
4. MEDIDAS DE URGÊNCIA
625
coletiva.
Será extinto o processo, sem julgamento do mérito, quando se verificar
questões comuns.
individual.
626
5. LIQUIDAÇÃO-EXECUÇÃO
de seus representados.
Quando for necessário provar fato novo, a liquidação far-se-á por artigos,
prova oral.
de honorários advocatícios.
627
como:
I — subordinar a admissão ou a preservação do emprego à filiação ou
VII — contratar, fora dos limites desta Lei, mão de obra com o objetivo
ao que for razoável para garantir a continuidade dos serviços mínimos nas
628
III — violar o sigilo das informações que lhe forem prestadas com esse
629
CAPÍTULO 58
ARBITRAGEM
1. ANTECEDENTES
Não obstante essa faculdade assegurada pela lei desde 1988, são
mento do árbitro.
formulada por uma das partes, o que significa que será arbitragem por oferta
final que não permita ao árbitro fracionar cláusulas propostas, uma vez que
3. PROCEDIMENTO
quer pela via do contrato coletivo, quer pela via da arbitragem, a concessão
631
com o seu “visto” em até três dias, para inclusão em pauta de julgamento,
da certidão.
arbitral deverá ser lavrada em até 48 horas e será publicada no órgão oficial
Vigorará:
setembro de 1996.
632
CAPÍTULO 59
1. QUADRO ANTERIOR
2. NOVA DISCIPLINA
de 1993.
da Justiça do Trabalho.
633
lei;
equivalente, a título de multa, que reverterá para o réu caso a pretensão seja
Administração Pública.
cláusulas; todavia, quando o vício incidir somente sobre uma cláusula, que
norma coletiva.
de fato ou de direito.
634
CAPÍTULO 60
PERÍODO DE TRANSIÇÃO
exigências legais.
Será de:
sindical.
A personalidade sindical será cancelada se, até três meses após o término
635
âmbitos de representação.
representação da federação.
vigência da lei a:
636
negociação coletiva.
contas aos critérios fixados nesta lei, no prazo de um ano após entrarem em
vigor.
O setor público será regido por lei específica e enquanto não aprovada
4. PROPORCIONALIDADE PROVISÓRIA
proporção:
637
5. INSTALAÇÃO DO CNRT
Caberá ao MTE instalar o CNRT no prazo de 30 dias a contar da
a proporcionalidade da representação.
mente.
de julho de 2003.
E REGRAS PROCESSUAIS
logo, sem prejuízo da validade dos atos praticados antes da vigência delas.
Ficam revogados os arts. 511 a 625, 625-A a 625-H e 856 a 875 da CLT,
de julho de 1990.
638
Os arts. 511 a 625 dispõem sobre organização sindical, enquadramento
Prévia que são externas, passam a existir com outra roupagem, internamente,
nas empresas.
639
CAPÍTULO 61
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS
2. MODIFICAÇÕES
a de sócio.
de exclusividade sindical.
640
641
CONCLUSÕES
que, a partir de 1988, abriu-se para uma liberdade sindical de fato que o
por cerca de dois anos, mas com o objetivo de levantar aspectos que podem
ser rediscutidos.
O seu objetivo principal foi a correção dos seus defeitos, mas o que se
que passa novamente a ter ou se os seus defeitos podem ser corrigidos com
uma lei sindical esparsa, separada da CLT, pode ser equacionada com a
critério que agora passa a ser rediscutido, optando, alguns, pela alteração
dos dispositivos da CLT, outros pela elaboração de uma lei sindical esparsa.
643
o que basta para recomendar que todos os esforços sejam feitos no sentido
CLT, melhor seria não uma lei esparsa, mas a alteração dos seus dispositivos
sobre a matéria.
coletiva.
valorizada.
644
no qual foi buscar as suas origens, como a série não limitada de indivíduos
criativa de que goza na práxis da sua existência real, daí serem compatíveis
nem ramo nem setor de atividade econômica, tem-se que o atual sistema
profissão e que, uma vez não respaldados pela lei, levariam nosso sistema
anteriormente adquirida pode ser perdida, transferida, que será, para o novo
645
por lei (p. ex.: Brasil, Colômbia, Peru); na Argentina há pluralidade sindical,
até hoje, justificamos que Getúlio Vargas o tenha adotado visando a evitar
o fracionamento dos sindicatos e o consequente enfraquecimento das
aos mesmos. Afinal, esse espírito resulta das concentrações operárias, que
sindical”.
sua manutenção tem se expressado, uma vez que poderia afetar as categorias
dical de grau superior. Nesse caso, as Centrais podem criar a sua pirâmide
mesma árvore sindical do setor. É uma pirâmide que tem no seu topo a enti-
dicais menores.
os filhos que nascerão sob o seu manto e pátrio poder. Pode, também, a
transferidora.
647
exigidos para esse fim, e outras entidades que podem existir pelo simples fato
de, ainda que não preenchido nenhum desses requisitos, resolva inscrever-se
numa entidade de grau superior ou ser criada por essa entidade maior, é de
atingindo sindicatos que gostariam de ser autônomos, mas que terão, por
podem existir sindicatos e associações não sindicais pois estas não têm
sindicatos que não são sindicatos, fórmula que pode significar uma tentativa
da sua efetividade (CLT, art. 515), após o qual têm o direito de pleitear a
512), ficam habilitadas, daí por diante, a atuar como sindicato, e praticar
648
Entidades Sindicais.
modificações.
a exigência de estágio prévio para que uma associação não sindical possa
a liberdade sindical, o que não nos parece exato porque se trata de mera
649
efetiva pela prática dos atos que possam conduzir a essa conclusão durante
poderes e, não obstante, sua composição não é eletiva, mas por indicações
e designações.
zação Sindical, o que leva à discussão de uma questão que não é irrelevan-
650
sócios do sindicato.
651
conduta antissindical.
liberar diretamente.
Aumenta-se a vigência dos contratos coletivos para até três anos, salvo
regras para que os efeitos de suas cláusulas subsistam após o término de sua
arbitral.
20. A contribuição de negociação coletiva será devida não só quando o
contrato coletivo for pactuado, mas, ainda que não o seja, pelo simples fato
sabendo que não há, pela natureza do pleito, possibilidade maior de concluir
o contrato.
652
relações de trabalho como a redução geral dos empregos, mas, por outro
inafastavelmente, com os fatos, aspecto, que, por sua vez, leva à discussão
sobre o papel que devem desempenhar os sindicatos no relacionamento
os interesses que devam por meio dele defender, remete para a lei infra-
aqueles que cometerem abusos, princípio que se mostrou válido desde a sua
653
deflagração da greve.
voluntária.
654
três quintos dos votos dos respectivos membros. Se rejeitada, não poderá
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (CF, art. 60).
Dependem de Emenda Constitucional as propostas de agregação de
tanto que o Supremo Tribunal Federal (ADIn n. 505-7, Rel. Min. Moreira
contribuição confederativa, outra criada por lei, sem especificá-la, com o que
Lei Maior não limita, não é dado à lei infraconstitucional fazê-lo confrontando-
655
constitucional vigente.
verdadeira, mas ao lado destes haverá outros não representativos, que serão
aqueles que vierem a ser criados por entidades sindicais de grau superior
esta promovida pela entidade maior, aquela quando o sindicato não for criado
656
É sabido que o texto da atual Constituição (art. 8º, VI), ao dispor que
mas não justificam o afastamento, cada vez mais, dos valores que servem
menor do que aqueles que são rejeitados, o que indica que, sem profundas
657
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Capa
SUMÁRIO
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
QUINTA PARTE
SEXTA PARTE
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS