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Direito
Sistêmico
abordagens | percepções
ORGANIZAÇÃO
Sami Storch
Roberta Rotta Messias de Andrade
Amilton Plácido da Rosa
Karla Ramos da Cunha
Estudos de
Direito
Sistêmico
abordagens | percepções
ORGANIZAÇÃO
Sami Storch
Roberta Rotta Messias de Andrade
Amilton Plácido da Rosa
Karla Ramos da Cunha
© by Faculdade Innovare – 2022
ficha técnica
Diagramação:
Atelier Tagore Editora
Revisão
Os autores
Supervisão editorial
Rafaela Nascentes
Conselho editorial
Sami Storch
Roberta Rotta Messias de Andrade
Karla Ramos da Cunha
Lizandra Cericato
Inácio Junqueira Moraes Júnior
ISBN: 978-85-5325-104-9
CDU 616.89156
Ta g o r e E d i t o r a
SIG Q. 8 lote 2345, sala 100 | CEP: 70.610-480, Brasília, DF.
www.tagoreeditora.com.br
Sumário
PREFÁCIO .....................................................................................................................................................15
Sami Storch
Este livro traz uma coletânea com os trabalhos dos primeiros pós-gra-
duados em Direito Sistêmico no mundo, que ousaram cursar – e lograram
concluir - o primeiro curso do gênero, promovido pela Hellinger®schule (da
Alemanha para o mundo), em parceria com a Faculdade Innovare. Depois
dessa turma, outras vieram, assim como muitos outros cursos passaram a
surgir pelo Brasil afora. Mas a história dos cursos de pós-graduação em Direito
Sistêmico começou com a turma da qual fizeram parte os autores deste livro.
Trata-se, portanto, de uma obra que representa um avanço importante
na história do Direito Sistêmico e de sua expansão e influência nos destinos de
milhares de pessoas e da própria ciência jurídica.
Tive a grata satisfação e a honra de participar dessa parceria épica, bem
como de acompanhar, na condição de coordenador e professor, a origem e
o desenvolvimento desse curso dirigido diretamente por Sophie Hellinger.
Dos tantos incomensuráveis ganhos que pude obter durante esse
trabalho, um que eu reconheço foi o de ter contato e desenvolver boa ami-
zade com os valorosos alunos do curso, autores destes artigos que agora são
publicados para o mundo. De modo geral, todos já chegaram com currículos
admiráveis, próprios de quem sempre busca ir além de si mesmo e alcançar
o horizonte, que cada vez mais se amplia.
Guardadas as características, talentos e interesses de cada um, in-
dividualmente, há um campo coletivo que os une e destaca: o da coragem
de se lançar, de forma pioneira, na aventura de uma vivência aprofundada,
emocionante e transformadora, onde ninguém jamais havia pisado.
Não se tratava de um curso pronto, testado e avalizado, mas sim de algo
incipiente, que nem mesmo nós que o idealizamos poderíamos saber como
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PRINCÍPIOS QUE IMPULSIONAM AO INFINITO
1. “Caminante, son tus huellas /el camino y nada más; /Caminante, no hay camino, /se hace camino al
andar. /Al andar se hace el camino, / y al volver la vista atrás /se ve la senda que nunca / se ha de volver
a pisar. / Caminante no hay camino / sino estelas en la mar”. (Caminante - Antonio Machado)
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PRINCÍPIOS DO DIREITO SISTÊMICO
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NORMAS DO DIREITO DE FAMÍLIA
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forma tenha lhe cedido lugar, e que graças a isso essa pessoa pode existir
ou ter lugar.
Assim, alguém que tenha tido um relacionamento amoroso anterior,
desfeito de uma forma desequilibrada ou “mal resolvida”, com o indivíduo
ou com um de seus pais ou avós antes de um segundo relacionamento que
gerou a família atual, também pertence ao sistema, pois foi somente graças
ao término daquele primeiro relacionamento que o segundo pôde se realizar
e resultar na procriação e formação da família em questão. Exemplo disso é
o caso da filha do segundo casamento do seu pai que comumente se vincula,
inconscientemente, à primeira mulher dele (HELLINGER, 2001, p. 287-288).
A partir da observação fenomenológica, realizada por meio das cons-
telações familiares, Hellinger percebeu que diversos transtornos e dificul-
dades que as pessoas enfrentam podem ter origem nos fatos traumáticos já
mencionados, que causam os tais “emaranhamentos sistêmicos” e tendem a
se repetir, geração após geração, por força de uma identificação inconsciente
do indivíduo com outros membros de seu sistema familiar3 4.
Esse vínculo profundo existente entre os membros de uma mesma
família foi explicado por Hellinger pelo que ele denominou de uma “alma
familiar” que abrange todo esse sistema, de modo que o destino trágico de
um membro pode afetar os outros, inclusive com a tendência inconsciente
de incorrer no mesmo destino, fazendo com que se repita a tragédia. Pessoas
que tenham sido excluídas da família têm um peso ainda maior nesse siste-
ma, cuja alma procura uma forma de honrar a pessoa excluída, fazendo-o
3. Nas palavras de Sophie Hellinger: “Por anos, Bert havia oferecido cursos sobre análise de script de
vida, desenvolvida por Eric Berne, o criador da análise transacional. [...] Esse autor descobriu que con-
duzimos nossa vida de acordo com um plano secreto, um roteiro, que representamos quase literalmente
no ‘palco da vida’. Com suas experiências, Bert compreendeu que esse roteiro já foi representado por
outra pessoa da nossa família, e que dela assumimos em grande parte esse roteiro e, basicamente, o
repetimos. Demorou muito até que ele conseguisse ‘compor um quadro’ a partir das peças do quebra-
-cabeças que ele ia reconhecendo. Esse ‘quadro’ somente viria a público bem mais tarde. Subitamente,
Bert percebeu que nossa vida poderia estar ligada ao destino de outro membro da família. Trata-se aqui
de pessoas que desapareceram da família, seja porque foram esquecidas ou porque foram excluídas por
seu comportamento. Mais tarde, Bert chamaria essa ligação de ‘emaranhamento’” (HELLINGER, S.,
2019, p. 18).
4. Essa tendência à repetição de sintomas comportamentais, de fatos trágicos e até mesmo de doenças
não genéticas em uma mesma família, a despeito de qualquer traço físico ou genético que evidenciasse
tais tendências, depois de ter sido constatada e explicada por Hellinger através das constelações familia-
res desde os anos 80, passou a constituir um novo ramo da biologia, denominado “epigenética”, que teve
suas primeiras publicações científicas a partir de 2006 - cf. US National Library of Medicine – http://
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed).
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que estes digam aos filhos: “Isso não diz respeito a vocês. Nós nos separamos,
mas continuamos sendo seus pais” (idem, ibidem).
Portanto, o melhor interesse do menor, nesse caso, é não lhe ser per-
guntado com qual dos pais prefere ficar, mas sim ter o direito de ficar com
ambos os pais no coração, independente do que eles decidam – ou das dis-
cussões entre eles que levarem o Juiz a decidir.
Sugere-se, em relação a isso, a alteração na lei para resguardar os
filhos menores de idade de serem submetidos a depoimentos judiciais em
ações que versem sobre conflitos entre seus pais, mesmo que em relação
à guarda. A oitiva dos filhos nessas ações deve ser evitada ao máximo e,
quando não houver outro meio de prova suficiente, as partes e advogados
devem ser esclarecidas quanto aos danos a que os filhos estão sujeitos caso
insistam no depoimento.
Quando necessário, o procedimento da oitiva deve se dar por meios
que minimizem os danos, nos moldes dos depoimentos especiais já utilizados
com vítimas de violência sexual.
Temos obtido bons resultados com a utilização de bonecos para que
a criança possa constelar sua família na própria audiência de instrução, ao
invés de prestar depoimento oral. É uma forma de ela expressar sua verdade
livre de pressões e influências, tornando visíveis seus sentimentos em relação
a cada uma das partes, sem que precise contrariar qualquer uma delas.
Contudo, a participação dos pais nas vivências de constelação tem se
mostrado suficiente, na maioria dos casos, para que eles se “coloquem em
seu devido lugar”, isto é, o lugar de pais, com a responsabilidade e autoridade
que isso traz, de modo a vencerem os obstáculos e poderem resolver, eles
mesmos, a questão, poupando os filhos de tal sacrifício.
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Assim, um filho que assume tal postura perante o pai é bastante preju-
dicado, e geralmente não obtém o que realmente deseja (mas, por lealdade à
mãe, não pode assumir), que é uma maior presença do pai em sua vida. Para
que o pai se aproxime é preciso, ao contrário do que normalmente ocorre,
respeito e reverência à sua precedência. Uma atitude de cobrança, que inclui
uma reclamação (e, portanto, uma rejeição) em relação ao tanto que o pai está
dando ou a como ele é, só tem o condão de afastar as partes uma da outra, ainda
que enseje uma condenação e o respectivo pagamento. Isso pode satisfazer
algumas necessidades, mas não aquela carência mais profunda, que o filho às
vezes sequer se permite expressar, para não desagradar a própria mãe.
Em geral, o filho é levado a assumir essa postura de cobrança não
por vontade própria, mas por influência da mãe, e independentemente
do ajuizamento da ação e de quem seja legitimado a ajuizá-la. Contudo,
sendo sua a legitimidade, é também seu o crédito dos valores acumulados,
de modo que o filho pode, mesmo depois de adulto, continuar cobrando
eventuais créditos antigos decorrentes de prestações alimentícias atra-
sadas. Muitas vezes o faz.
Na iniciativa da ação, entretanto, observa-se uma grave falácia:
diz-se que o filho menor ingressa com a ação representado (ou assistido)
por sua mãe. Porém, na verdade, ele é quem está representando ou assis-
tindo sua mãe. O desejo de processar o ex-marido ou ex-companheiro é
da mãe, e o filho, sem perceber (ou mesmo sem o saber) é usado para tal
intento. Se, num primeiro momento, ele é colocado involuntariamente
nesse lugar de parte adversária do próprio pai, depois permanece nessa
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09. REFERÊNCIAS
COHEN, Dan B. I carry your heart in my heart. Alemanha, Carl-Auer Verlag, 2009.
FANTAPPIÉ, Marcelo. Epigenética e Memória Celular. In Revista Carbono #03 [Sono,
Sonho e Memória], inverno 2013. Disponível em: <http://http://revistacarbono.com/artigos/
03-epigenetica-e-memoria-celular-marcelofantappie/> Acesso em: <04 de junho de 2015>
FRANKE, Ursula. Quando fecho os olhos vejo você: as constelações familiares no atendi-
mento individual e aconselhamento: um guia para prática. Patos de Minas: Atman, 2006
FRANKE-BRYSON, Ursula. O rio nunca olha para trás. São Paulo: Editora Conexão Sis-
têmica, 2013.
FRANKE-GRICKSCH, Marianne. Você é um de nós: percepções e soluções sistêmicas para
professores, pais e alunos. Patos de Minas: Atman, 2005.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito Civil: di-
reito de família – As famílias em perspectiva constitucional. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Entrevista publicada no site Consultor Jurídico em 23/12/2014.
6. Voto nos autos do REsp nº 222.445 (STJ – Relator Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, julgado em
7/3/2002, publicado em 29/4/2002).
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01. INTRODUÇÃO
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-la tem sido um imensurável desafio para aqueles que praticam, refletem e
produzem conhecimento sobre tal temática.
De plano, ressalte-se que o conceito “Justiça Restaurativa” se trata de
um “conceito aberto”. Tal característica se constitui em um “ponto forte”
e ao mesmo tempo “um calcanhar de Aquiles” ao seu claro entendimento.
Um “ponto forte”, pois, desta forma, a Justiça Restaurativa não se apresenta
como um “modelo fechado” (“uma receita de bolo”) que padroniza uma
visão de mundo, uma metodologia e uma gestão de implementação única.
Na Justiça Restaurativa é de suma importância considerar a natureza da
relação esgarçada, bem como do conflito ou da situação de violência a
ser trabalhada. Há ainda a peculiaridade de enxergar o contexto social,
institucional e cultural onde tal prática se realiza. Por outro lado, ao se ter
esta “abertura”, tem-se o risco de que “qualquer” prática “humanizante”
seja considerada como restaurativa.
O desafio é tão grande que alguns autores, como Myléne Jaccoud (2005,
p. 163) chegaram a declarar que a “justiça restaurativa recupera orientações,
elementos e objetivos tão diversificados que é provavelmente mais pertinente
considerar a justiça restaurativa como um modelo eclodido”.
Embora seja compreensível entender a razão de tal crítica, não se
compactua com a mesma, acompanhando-se o entendimento de inúmeros
outros autores, que tanto têm trabalhado para que a Justiça se torne uma
realidade e tanto têm contribuído para o entendimento claro do que seja
uma prática restaurativa ou não restaurativa, ainda que, em alguns momen-
tos, uma zona cinzenta possa se fazer presente7. Como bem pontuado pela
professora Alisson Moris (2005, p. 440):
Parece-me que a maior parte das críticas que vêm surgindo são
baseadas em equívocos fundamentais sobre o que a justiça restaurativa
busca obter, em aplicações diluídas e distorcidas de seus princípios
ou em interpretações errôneas das pesquisas empíricas feitas sobre o
assunto”, ressaltando, inclusive, distinguir críticas de cunho filosófico,
que não se confundem com as críticas de ordem empírica.
7. Nesse sentido, Howard Zehr, Kay Pranis, Elizabeth M. Elliot, Dorothy Vaandering, entre outros.
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8. “A influência cultural sobre o nosso entendimento sobre o que Justiça é referida com muita sensi-
bilidade por Robert Solomon: “Nosso conhecimento de Justiça começa com a experiência do nosso
lugar no mundo. Nosso senso de justiça é antes de tudo a nossa resposta emocional para o mundo que
nem sempre correspondente às nossas necessidades e expectativas. Nosso senso de justiça, em outras
palavras, tem suas origens em emoções tais como ressentimento, inveja, indignação, vingança, como
também com o que você se importa e, sobretudo com a compaixão.” Não por outro motivo, um dos
principais livros sobre a Justiça Restaurativa tem o sugestivo título: “Trocando as lentes”. Seu magistral
autor (Howard Zehr) nos aponta o caminho: trocar as lentes através dais quais nossos olhos “enxergam”
a realidade; perceber outras perspectivas; formular novas perguntas; reconhecer novas respostas e agir
de acordo com elas, de modo transformado e sempre refletindo. Se assim for, para além da técnica
de resolução e transformação de conflito que venha a ser adotada, devemos nos debruçar com mais
vagar sobre o contexto cultural dentro do qual aquilo que entendemos como “Justiça” é definida e
materializada no dia-a-dia, olhando para nós mesmo e para a ambiência onde estamos inseridos, para
que as ações que visam a sua implementação tenham uma probabilidade maior de se tornarem efetivas
e não serem cooptadas por sistemas institucionais que não estejam em sintonia com seus princípios”
(PENIDO, 2016, p. 71/72).
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Sistemas; no campo da Biologia: Teoria dos Campos Morfogenéticos; no campo da Psicologia: Teoria
da Sincronicidade, o inconsciente coletivo e a existência de arquétipos – elementos dinâmicos e trans-
pessoais da psique -, Psicologia Transpessoal; no campo da Parapsicologia: “psicocineses”, experiência
extra sensorial etc). Junto com estas novas visões das ciências, acrescente-se, também, a nova perspecti-
va que aflora com a desconstrução do ser humano pela psicanálise (Freud), pela linguística (Saussure),
e pela etnologia (Darwin).”(PENIDO, 2006. p. 571/572)
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p. 47). Dessa forma, esses conflitos também estão a serviço de nossa evolução
enquanto seres humanos.
Além disso, Bert Hellinger crê que existe uma alma coletiva da qual
todas as pessoas fazem parte. É uma alma onisciente e onipresente, ou seja,
sabe de tudo e compreende tudo o que está presente e tudo o que já passou.
A esse respeito, Hellinger (2005, p. 51) afirma:
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O aspecto mais importante foi reconhecer que o amor atua por trás
de todos os comportamentos, por mais estranhos que nos pareçam,
e também de todos os sintomas de uma pessoa. Por esse motivo, é
fundamental na terapia que encontremos o ponto onde se concentra
o amor. Então, chegamos à raiz, onde se encontra também o caminho
para a solução, que sempre passa também pelo amor (HELLINGER,
2007a, p. 407)
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São também essas leis que atuam de maneira oculta por trás dos conflitos
que geram as demandas judiciais.
De maneira fenomenológica, Bert Hellinger compreendeu que a
consciência é um conceito muito volátil, sendo equivocada a crença de
que a consciência é a voz de Deus na alma. Hellinger então descobriu a
existência de três consciências: a consciência individual, a consciência
de grupo (coletiva) e a consciência espiritual.
Também é o amor que está por trás dessas consciências, mas
é o alcance do amor que as diferencia. A consciência pessoal serve a
um grupo limitado e representa o que a pessoa faz para pertencer a
esse grupo, excluindo os julgados diferentes. A consciência coletiva
pressiona para incluir aqueles que foram rejeitados pela consciência
pessoal. Já a consciência espiritual transcende qualquer diferenciação
e dedica-se de forma igual a todos (HELLINGER, 2009, p. 55-56).
A consciência pessoal então protege o direito de pertencer, assegurando
a sobrevivência da pessoa naquele grupo específico, desde que a pessoa aja
de acordo com as exigências do grupo. Dessa forma, a consciência pessoal
permite que a pessoa se julgue melhor do que os outros, legitimando conflitos.
Por isso, Bert Hellinger compreendeu que os maiores conflitos retiram
da boa consciência a sua força, observando que muitos autores de crimes
legitimam suas ações de “consciência tranquila” e sentem-se no direito de
cometer crimes contra os outros (2006b, p. 65-66). Nessa consciência há
apenas o amor cego, a fidelidade estreita ao pertencimento (HELLINGER,
2006a, p. 17).
A consciência coletiva tenciona para a inclusão de todos e assim,
aquele que é considerado diferente volta a pertencer ao grupo, pois todos
têm o mesmo direito de participação. Ela obriga, portanto, outra pessoa do
grupo a representar o excluído (desta ou de outra geração), honrando seu
direito de pertinência.
Logo, é na consciência coletiva que surgem inicialmente os conflitos.
Ela preserva o sistema familiar, fazendo com que os excluídos voltem a
pertencer. Assim, os que foram excluídos voltam a ser inseridos no sistema
por meio de “representação” dos membros mais novos, o que é sentido
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Esse modelo está a serviço da troca entre o dar e o tomar. Pois doadores
e tomadores não descansam até que se chegue a uma compensação,
com a inversão dos papéis (HELLINGER, 2004, p. 17).
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04. 1. CONVERGÊNCIAS
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04. 2. DISTINÇÕES
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04. 4. DESAFIOS
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05. CONCLUSÃO
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06. REFERÊNCIAS
CNJ – CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Constelação Familiar: juízes federais e servi-
dores concluem curso. Disponível em http://www.cnj.jus.br/noticias/judiciario/88080-cons-
telacao-familiar-servidores-e-juizes-da-justica-federal-tem-curso Acesso em 10 fev. 2019.
___. Constelação Familiar: no firmamento da Justiça em 16 Estados e no DF. Disponível
em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/86434-constelacao-familiar-no-firmamento-da-jus-
tica-em-16-estados-e-no-df. Acesso em 10 fev. 2019.
___. Juiz consegue 100% de acordos usando técnica alemã antes das sessões de conciliação.
Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/62242-juiz-consegue-100-de-acordos-u-
sando-tecnica-alema-antes-das-sessoes-de-conciliacao Acesso em: 10 fev. 2019.
___. Resolução nº 125/2010. Disponível em http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?docu-
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A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E
DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS
DE JUSTIÇA E LEI À LUZ DO DIREITO
SISTÊMICO E DAS CONSTELAÇÕES
FAMILIARES
01. INTRODUÇÃO
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16. HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: um guia para o trabalho com constelações familiares. São
Paulo: Cultrix, 2007, p. 9.
17. TEN HOVEL, Gabriele. Um lugar para os excluídos. 4.ª Edição, Divinópolis/MG: Atman, 2016, p. 15.
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21. HELLINGER, Sophie. A própria felicidade – Fundamentos para a Constelação Familiar – Volume 1.
1ª edição, Brasília/DF: Tagore Editora , 2019, p. 26.
22. HELLINGER, Bert. Ordnungen der Liebe. 11ª edição em alemão. Heidelberg: Carl-Auer Verlag
GmbH, 2015, p. 34.
23. HELLINGER, Bert. Worte die Wirken, Band. 2. Berchtergaden: Hellinger Publications, 2012, p. 363.
24. HELLINGER, Bert. A fonte não precisa perguntar pelo caminho. 3ª edição, Goiânia: Editora Atman,
2012, p. 89.
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31. HELLINGER, Bert. Leis Sistêmicas na Assessoria Empresarial. Belo Horizonte: Atman, 2014, p. 7.
32. Disponível em: <https://direitosistemico.wordpress.com>. Acessado em: 27.02.2019.
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A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
Na prática, o Direito Sistêmico pode ser utilizado não apenas por meio
da aplicação das Constelações Familiares aos casos jurídicos, como também
por meio de exercícios teóricos e práticos mais simplificados. Além disso, de
forma mais sutil, os profissionais do Direito podem adotar a abordagem e a
postura sistêmicas para olhar para o caso de forma mais ampla. Interessa-nos
neste estudo, especialmente a atuação das advogadas e advogados.
No que tange a este tema, a advogada e consteladora Bianca Piazzatto
Carvalho, autora da Obra “Constelações Familiares na Advocacia Sistêmica
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34. CARVALHO, Bianca Pizzatto. Constelações Familiares na Advocacia Sistêmica – Uma Prática Hu-
manizada. 1ª edição, Joinville/SC: Manuscritos Editora, 2018.
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35. CARVALHO, Bianca Pizzatto. Constelações Familiares na Advocacia Sistêmica – Uma Prática Hu-
manizada. 1ª edição, Joinville/SC: Manuscritos Editora, 2018, p. 81.
36. HELLINGER, Bert. Worte die Wirken, Band 1. Berchtergaden: Hellinger Publications, 2012, p. 218.
37. Segundo Bert Hellinger, “sintonia é a percepção que vem de dentro”. Sobre essa sintonia e o papel
do ajudante: HELLINGER, Bert. Ordens da Ajuda. Goiânia: Atman, 2013, p. 21.
38. HELLINGER, Bert. Ordens da Ajuda. Goiânia: Atman, 2013, pp. 14 a 19.
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03. 1. HERANÇA
39. BRASIL, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm>. Acessado em 12 de junho de 2018.
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Parte 1:
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Parte 2:
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(iii) Percepções
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A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
Representantes:
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
A Constelação
96
A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
o tio “A”. De acordo com “R”, haveria uma rivalidade velada entre ambos.
Ainda, segundo “R”, “D” aprecia “A” como irmão, mas não como sócio.
Ao trazer a questão para o campo, “R” diz que gostaria que a empresa
acabasse. De toda forma, três possíveis caminhos são sugeridos, quais sejam:
Dissolução (6); Cisão (7), com a saída do tio; e Continuidade (10), com uma
nova divisão interna;
Parte da questão consiste na sensação de “R” e “D” de que ”A” não
contribuiu nem com trabalho, nem com ideias para o crescimento da em-
presa. Mas, ainda assim, recebe a mesma porcentagem que seu irmão mais
velho “D”. Diante deste cenário, “R” gostaria de ver, através da Constelação,
qual o melhor destino para essa empresa familiar.
“R” posiciona os representantes, que não sabiam quem estavam repre-
sentando (constelação silenciosa). Foram utilizados números como crachás,
para identificação de cada representante.
”D” foi posicionado no centro, ”A” acima e “L” ao lado de “D”. Ele
coloca-se abaixo do avô “L”, e a Empresa próxima a ele.
Foi decidido incluir os três novos elementos em algum momento:
Dissolução da empresa (6); Cisão da empresa (7), com a saída do tio “A”; e
“O que a alma pede” (8).
No primeiro momento, apenas o 8 entrou no campo com os demais
e eram estes os posicionamentos:
97
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Foi feito o primeiro movimento, então o pai “D” fica acima, “R” no
meio, e a Empresa abaixo dele. O tio “A” fica excluído, e “o que a alma pede”
fica ao lado.
Num próximo movimento a Empresa busca “R” pela mão, mas o
representante “R” não lhe dá a mão. A representante de “E” posiciona-se
frente a “R” e diz: “Sinto vontade de ficar perto de você, R”.
Com um movimento, dizendo sentir-se puxado, “R” diz ainda que
sente também vontade de ficar perto de “I”, para ser “escudo” de “D”.
“O que a alma pede” está angustiada, dizendo que queria ficar perto
de “E” (Imobiliária) e do tio “A”, mas que eles não estão perto.
O avô “L” diz estar tenso, e que a Empresa e “R” o deixam confortável,
e que não entende “A”. Neste momento, coloca-se a avó “M”, que também
ajudou no início da empresa familiar.
E então, um novo movimento se faz. O Pai “D” e o avô “L” ficam
próximos. A Empresa faz um par com “R”, e mais recuados está o tio “A”
com a Avó “M”.
E “o que a alma pede” fica no meio das duplas: “I” + “R”, “A” + “M” e
“D” + “L”. Neste momento, percebe-se que alianças são formadas.
A avó “M” diz querer ficar perto do tio “A”, e olha para “R”. O tio “A”
diz que não gosta da avó “M” ao lado, mas que ela iria ajudar.
Aqui percebemos uma exclusão do tio “A” no sistema, e pede-se para
a avó dizer para o tio: - “Você faz parte”!
O tio diz que não sente que faz parte.
“O que a alma pede” diz que tem vontade de ir até “A” e até a Empresa.
O avô “L” vai para frente de “o que a alma pede”. A avó “M” sente-se
incomodada ao olhar para o avô “L”.
Vale ressaltar que os avós se divorciaram quando o pai “D” ia se casar. E
o avô “L” teve outras relações afetivas enquanto estava casado com a avó “M”.
“D” diz que “M” está se intrometendo em algo que não lhe diz respeito.
A Empresa diz querer ir até o “A” e “M” (os excluídos) e que ficou feliz
de ouvir que “A” pertence.
Já “R” diz que “A” não pertence, mas que se sente mais próximo após
a fala. “A” diz que, com “M” ao lado, ele não se aproxima dos demais.
98
A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
6– Dissolução da Empresa;
7– Cisão da Empresa, com a saída do tio “A”.
99
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
(iii) Percepções
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A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
1.º) Sistêmico - diz respeito aos sistemas. Assim como uma família,
uma empresa também é um sistema e, portanto, funciona por meio
de elementos que estão de alguma maneira conectados;
2.º) Fenomenológica - diz respeito à observação do que está pre-
sente no sistema, do que acontece de fato, e não das opiniões ou
julgamentos de comportamentos. O sistema, seja ele familiar ou em-
presarial, está sempre em busca de equilíbrio, em benefício de todos.
Outro elemento que foi revelado por meio da Constelação foi a ex-
clusão de um dos sócios e do não-reconhecimento da avó como alguém
que fazia parte indiretamente da empresa, o que, evidentemente, gerou um
desequilíbrio no sistema.
Também foi desrespeitada a lei do Dar e Tomar (Receber), quando o
pai igualou as partes entre os dois filhos, não reconhecendo que o filho mais
velho havia contribuído em maior proporção para a construção da empresa.
Ademais, por ser uma empresa familiar cabe falar em heranças. A
organização, em termos sistêmicos, pertence à sociedade. Além disso, os
cargos não devem ser, meramente, herdados, mas sim, assumidos por quem
tiver maior capacidade e perfil para tanto. Mas, para que um processo de
transmissão de cargo seja bem-sucedido, ele deve ser oficializado. O novo
“diretor” deve ser empossado e reconhecido por todos da empresa.
101
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Após um curto período de tempo, “R” nos informou que foi contrata-
da uma consultoria, a qual, depois de diversos estudos, chegou à conclusão
de que a melhor solução, neste momento, seria a nomeação de “R” como
Diretor Geral, ou seja, é ele quem deverá passar a tomar todas as decisões.
O pai “D”, foi nomeado presidente e o tio “A” vice-presidente. Ambos
atuando como conselheiros – significando que todas as decisões terão que
ser analisadas por eles.
Este retorno fornecido pelo cliente, acerca da solução encontrada
para sua Empresa, logo após a realização da Constelação Organizacional,
veio corroborar o quanto o procedimento não apenas evidenciou um novo
caminho possível, como também desatou os emaranhamentos que impos-
sibilitavam a resolução do conflito.
04. CONCLUSÃO
102
A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
103
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
05. REFERÊNCIAS
BERTATE, Renato. Aula ministrada para a Turma 1 de Direito Sistêmico da Faculdade Innovare.
São Paulo, 19 e 20 de maio de 2018.
BRASIL, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm>. Acessado em 12 de junho de 2018.
CARVALHO, Bianca Pizzatto. Constelações Familiares na Advocacia Sistêmica – Uma Prática
Humanizada. 1ª edição, Joinville/SC: Manuscritos Editora, 2018.
HELLINGER, Bert. Leis Sistêmicas na Assessoria Empresarial. Belo Horizonte: Atman, 2014
HELLINGER, Bert. Ordens da Ajuda. Goiânia: Atman, 2013.
HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: um guia para o trabalho com constelações familiares.
São Paulo: Cultrix, 2007.
HELLINGER, Bert. Ordnungen der Liebe – Ein Kursbuch. 11ª edição em alemão, Heidelberg:
Carl-Auer Verlag GmbH, 2015.
HELLINGER, Bert. A fonte não precisa perguntar pelo caminho. 3ª edição, Goiânia/GO:
Atman, 2012.
HELLINGER, Bert. Worte die Wirken, Band 1 und 2. Berchtergaden: Hellinger Publications, 2012.
104
A RELAÇÃO DE CONVERGÊNCIAS E DIVER‑GÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS DE JUSTIÇA E
105
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
01. INTRODUÇÃO
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
108
O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
DATA HISTÓRICO
27/11/2017 “PALESTRA” NO TRIBUNAL DO JÚRI
DO FÓRUM DE MOGI DAS CRUZES. NESTE
ENCONTRO TIVEMOS A PARTICIPAÇÃO DE
SERVIDORES, JUÍZES E ADVOGADOS.
119
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
29/01/2018 2 2 2 0 1
30/01/2018 4 0 5 0 0
31/01/2018 1 3 3 0 1
05/02/2018 1 1 1 1 1
16/04/2018 3 0 3 0 2
04/06/2018 2 0 5 1 0
TOTAL 13 6 19 2 5
120
O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
Data Histórico
09/04/2018 “Roda de Conversas” para os mediadores e conciliadores do
CEJUSC de Mogi das Cruzes. Foram abordados os seguintes
pontos: início do Direito Sistêmico, quem é Bert Hellinger e o
que são as Constelações Familiares.
25/04/2018 “Roda de Conversas” para os mediadores e conciliadores do
CEJUSC de Mogi das Cruzes, onde foi abordado o tema: Me-
diação e Direito Sistêmico.
25/04/2018 “Roda de Conversas” para os servidores da 1ª. Vara da Família,
onde foi abordado tema sobre: As Constelações Familiares e o
Projeto Olhar Consciente.
121
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
DATA HISTÓRICO
06/08/2018 “Palestra” no Tribunal do Júri do Fórum de Mogi
das Cruzes.
20/08/2018 11 Sessões de Mediação
10/09/2018 “Palestra” no Tribunal do Júri do Fórum de Mogi
das Cruzes.
24/09/2018 09 Sessões de Mediação
17/10/2018 “Palestra” no Tribunal do Júri do Fórum de Mogi
das Cruzes.
29/10/2018 10 Sessões de Mediação
05/11/2018 “Palestra” no Tribunal do Júri do Fórum de Mogi
das Cruzes.
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
40
20
0
Apresentação Material Instutores Espaço Duração
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
Gráfico 6: Opinião dos Participantes quanto a indicação da Mediação à terceiros - Fonte: elaborada
pelas autoras
08. RESULTADOS
▶ Ressignificar;
▶ Internalizar;
▶ Comando Interno;
▶ Postura Sistêmica;
▶ Presença;
▶ Olhar ampliado;
▶ Filosofia Hellingeriana (Hermenêutica).
127
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
129
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
sistêmico, onde as Leis Sistêmicas são aplicadas aos conflitos, seja em vivên-
cias coletivas ou em audiências de mediação.
Através da Fenomenologia observada nos campos sistêmicos e apli-
cando as Ordens estabelecidas por Bert Hellinger, há a possibilidade de
identificar as dinâmicas ocultas que se apresentam em diversas situações.
Trata-se de uma identificação aprofundada de questões que interferem na
harmonia pessoal.
O Direito Sistêmico tem uma atuação muito mais profunda que a
mera celeridade nos processos com os acordos firmados. Trata-se de uma
mudança de paradigma quanto à cultura do litígio. Alcança não apenas as
partes que necessitam de uma solução para suas questões, mas também os
advogados que as atendem, bem como também auxilia aos Juízes trazendo
possibilidades de solução sempre pautadas nas regras e determinações à luz
do Direito em sua concepção e grandeza.
O Direito Sistêmico traz um ganho imensurável para a sociedade,
quando percebido que as partes envolvidas em um conflito conseguem ter
contato com a sua dor e assim, conseguem enxergar e incluir a dor do outro
e chegar a uma solução olhando também para essa dor.
Muitos ensinamentos foram tirados da experiência de realizar este
projeto, de modo a trazer um crescimento pessoal e profissional para todas
as integrantes da equipe. Perceber o alívio que um pai tem ao reconhecer
sua antiga parceira como mãe certa para seus filhos, o reconhecimento de
uma mãe de que necessita de apoio psicológico para poder seguir na vida e
que isso é possível a partir do momento que ela olhe para a dor da perda do
filho primogênito sem que isso pese ao filho que veio depois, perceber casais
que se reconciliaram por entender que o amor consegue superar algumas
dificuldades que perdem a força diante de algo muito mais grandioso.
Não obstante, importante também ressaltar o comportamento das
partes ao final das sessões. Nas mediações realizadas através da abordagem
e integração sistêmica, em muitas sessões ficou evidente que, muito embora
não tenha havido uma composição naquela ocasião, a mediação se mostrou
altamente frutífera e eficaz para um novo olhar e daí, inclusive, a essência
do nome do projeto: olhar consciente, cujo intuito é o restabelecimento das
130
O DIREITO SISTÊMICO COMO FERRAMENTA DA CULTURA DE PAZ PARA A RESOLUÇÃO
10. REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado, 1988.
BRASIL. Código Civil. In: palácio do Planalto, 2002. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 28 nov. 2018.
______. Lei n.º13.105 de 16 de março de 2015a. Código de Processo Civil. In: palácio do
Planalto, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm. Acesso em: 28 nov. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010.
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília. Congresso Nacional, 2015.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Azevedo, André Gomma de (Org.). Manual
de Mediação Judicial, 6ª Edição (Brasília/DF: CNJ), 2016.
BRASIL, Ordem dos Advogados do. Código de Ética e Disciplina da OAB. Brasília, DF:
OAB. 2005.
FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Ceará: Universidade
Estadual do Ceará, 2002.
HELLINGER, Bert. Ordens da ajuda. Patos de Minas: Ed. Atman, 2005.
HELLINGER, Bert. Ordens do amor, um guia para o trabalho com constelações familiares.
São Paulo, Cultrix, 2003.
HELLINGER, Sophie. A própria felicidade: Fundamentos para a Constelação Familiar.
Vol. 1. Brasilia: Ed. Tagore. 2019.
INGO, E.; SARLET, A.; WOLFGANG, J. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais,
na constituição federal de 1988. São Paulo: Saraiva, 2007.
PENA JÚNIOR, Moacir César. Direito das pessoas e das famílias: doutrina e jurisprudência.
São Paulo: Saraiva, 2008.
SCHNEIDER, Jakob Robert. A Prática das Constelações Familiares. Pato de Minas, Atman,
2007.
SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e meto-
dológicos. In: REIS, Jorge Renato. LEAL, Rogério Gesta (org.). Direitos Sociais e Políticas
Públicas: desafios contemporâneos. Tomo 8. Santa Cruz: EDUNISC, 2008.
STORCH, Sami. O que é direito sistêmico. 2010. Disponível em: https://direitosistemico.
wordpress.com/2010/11/29/o-que-e-direito-sistemico/. Acesso em: 28 nov. 2018.
______. Direito Sistêmico: Primeiras experiências com constelações no judiciário. 2015.
131
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
01. INTRODUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
02. A CO N S T E L AÇ ÃO FA M I L I A R E S E U A L I C E R C E
FENOMENOLÓGICO
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PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
135
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
136
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
03. 1. PERTENCIMENTO
137
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
para o sistema familiar. Aquele que foi excluído será honrado por um outro
membro do sistema, que poderá repetir sua história ou seu comportamento,
de forma a incluir o antepassado.
E por qual razão essa repetição ocorre? A resposta é simples: repetir
o comportamento do excluído é um ato de amor e lealdade sistêmica.
Esse amor por uma pessoa excluída da família é uma lealdade invisível
ao sistema de origem, que não caminha para a solução. Ao contrário, acaba
por perpetuar a dor. Quando repete o comportamento, a pessoa está dizendo
internamente: “Por te amar e porque você também faz parte, eu faço exatamente
como você. Eu vejo o quanto foi difícil e faço o mesmo, assim você permanece
com um lugar de honra em meu coração. Você estará sempre entre nós”.
Existe uma consciência maior que envolve a todos e que, como dito,
não admite qualquer tipo de exclusão. Através das constelações familiares é
possível transformar esse amor cego, que repete uma história de sofrimento,
em uma nova postura, que permite trazer conciliação e cura para o sistema,
incluindo novamente aquele que foi excluído, sem a repetição da sua história.
Aqueles que permanecem precisam “olhar” para todos do sistema e dizer:
“Eu vejo vocês e dou um lugar a todos em meu coração. O que vocês fizeram,
ao preço que custou para vocês, não foi em vão. Todos vocês, assim como
eu, fazemos parte dessa família. Obrigado!”
Essa consciência que nos vincula à família ou a determinados grupos
no decorrer da vida está ligada à própria ideia de sobrevivência. Sentimo-nos
pertencentes quando agimos exatamente de acordo com as regras do grupo.
E estamos ameaçados quanto ao vínculo quando nos desviamos das condi-
ções estabelecidas pelo grupo. É um grande desafio desbordar das normas
do grupo e, ao mesmo tempo, continuar pertencendo. Mas essa postura de
buscar novos horizontes também é responsável pelo crescimento e evolução.
Logo, é possível ter êxito em fazer algo diferente, desde que permaneça o
respeito entre todos. Com humildade e em honra a todos os que pertencem,
recebo a permissão para fazer algo diferente. E todo o sistema cresce!
138
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
03. 2. HIERARQUIA
03. 3. EQUILÍBRIO
139
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
Direito, denominado por ele Direito Sistêmico, que visa aplicar o Direito à
luz dos ensinamentos trazidos pelo alemão Bert Hellinger com a Constelação
Familiar. Para Sami Storch,
141
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
142
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
por Bert Hellinger, é possível garantir a paz entre todos os envolvidos e, desse
modo, evitar que novas demandas sejam propostas.
Através do estudo das Constelações Familiares, percebe-se o pano de
fundo (interesse oculto) dos conflitos previdenciários. Devido aos problemas
relativos ao pai ou à mãe, os segurados ficam desprovidos da força que viria
deles para realizar seu trabalho e conquistar, desse modo, sua dignidade e
independência financeira. Depositam, então, no Estado as expectativas para
solucionar suas necessidades através de benefícios por incapacidade laboral.
Ao introduzir esta ciência é possível chegar à origem do problema e,
desse modo, permitir que as pessoas encontrem, por exemplo, o caminho
de volta para os seus pais, quando poderão resgatar sua força de vida e de
trabalho, alcançando sua liberdade e os êxitos pessoal e profissional.
Observamos que quando as Leis Sistêmicas são transgredidas surgem
as compensações. E estas compensações se apresentam de forma bastante
variada: desmotivação, depressão, doenças sem causa aparente, fracasso
na vida profissional, problemas nos relacionamentos, sentimento de culpa,
vingança, rancor, dentre tantos outros sintomas.
A consequência é que as doenças e os sintomas apresentados por uma
pessoa acarretam a necessidade do trabalhador se afastar de suas atividades
laborais e buscar o amparo do Estado, no recebimento de benefício previ-
denciário, junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia
federal que tem a atribuição de pagar tais benefícios aos segurados que
cumprirem os requisitos legais.
O intuito desse olhar sistêmico é oferecer uma nova visão em que as
partes possam compreender, por si mesmas, as dinâmicas que as levaram
ao Judiciário ou, se necessário, submeter-se ao auxílio do Estado somente
por um breve período, até encontrar aquilo que falta para que alcancem
a própria paz ou, por assim dizer, se reconciliem primeiramente consigo
mesma e com o seu próprio sistema.
143
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
144
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
145
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
146
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
com o argumento de que não têm condições de trabalhar por estarem com
depressão ou algum outro transtorno de ordem intelectual, o que merece
nossa especial atenção.
A Advocacia-Geral da União-AGU, através da Procuradoria-Geral
Federal, atua na defesa judicial do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
e constatou em suas estatísticas que 60% (sessenta por cento) das ações pre-
videnciárias têm por objeto o recebimento de benefícios por incapacidade
de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Em alguns locais, esse
percentual se revela ainda maior. No Juizado Especial Federal de Botuca-
tu/SP, por exemplo, as ações propostas em desfavor do INSS representam
quase 80% (oitenta por cento) do acervo. O grande percentual desse tipo de
ação revela o quanto a visão sistêmica das Constelações Familiares poderá
contribuir para a redução de demandas judiciais do INSS em todo o país.
147
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
148
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
149
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
150
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
momento refletiu instabilidade. Hoje, mais de sete meses nesse novo modelo,
percebemos que o trabalho está sendo bem executado e que ainda existem
relações pessoais que necessitam de um olhar bastante respeitoso, inclusivo.
Veja que não trabalhamos com uma filosofia estanque, imutável. Ao
contrário, a Constelação Familiar mostra que é preciso estar atento a cada
instante, dada sua base fenomenológica. Afinal, existe uma só ordem correta?
Ao que parece, o caminho a ser seguido é experimentar e após verificar qual
a ordem que nos leva à paz.
151
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
CASO 2 – Diz respeito a uma senhora que veio até o Juizado em estado
de completo desespero. Ela compareceu para se manifestar a respeito de uma
perícia médica que havia concluído pela capacidade laborativa.
Essa senhora chegou ao setor de atendimento e veio até a minha mesa.
Ela chorava muito. Inicialmente disse: “Todos riem de mim”, pressupondo
que eu seria mais um a rir dela também. Internamente me perguntei: O que
eu posso oferecer neste momento a esta senhora? E a resposta foi: Ofereça
a sua presença!
Esse “estado de presença” é bastante transformador. Nele, renuncio
aos meus julgamentos, intenções, medos e até mesmo o mínimo propó-
sito de ajudar e me exponho totalmente à verdade que se apresenta. Essa
é a postura fenomenológica que se requer no campo das Constelações
Familiares. E assim permaneci, presente.
Ela estava exaltada e foi relatando suas dificuldades. Disse que já ti-
nha tentado suicídio por três vezes e completou: “Agora eu sei pegar a veia
corretamente, agora eu vou conseguir. Vocês não veem? Existe um grito
dentro de mim”! Nesse instante, ela parou de falar e me olhou atentamente.
Então, respondi: “Sim, eu vejo a sua dor e vejo também o grande grito que
existe em você! E sabe qual é o grito que a levará para sua grande força? ‘Por
favor, mamãe’”, ao que ela completou: “me ajude”. Exatamente, o grito é: “Por
favor, querida mamãe, me ajude!” Ela foi se acalmando e eu lhe propus um
exercício sistêmico: “Todos os dias, quando a senhora acordar, deverá dizer:
‘Por favor, querida mamãe, me ajude’. Todas as vezes que não sentir vontade
152
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
de levantar da cama, vai dizer: ‘Por favor, querida mamãe, me ajude’; todas
as vezes que se sentir cansada, estiver indisposta, desaminada, vai repetir
essa frase. Repita até que essa frase transborde em seu coração”.
Ainda perguntei com quem ela morava e obtive a informação de que
era com seu marido, e que ela não tinha contato com a mãe nem com o ir-
mão, apesar de morarem na mesma cidade. Terminamos a conversa com a
proposta desse exercício. Se esse episódio se encerrasse desta maneira, já seria
algo animador, pois uma pessoa que chegou desacreditada à Justiça, ao final
saiu agradecida. Contudo, o resultado alcançou uma expressão ainda maior.
Cerca de quinze dias depois, ela retornou ao Juizado e novamente eu
estava no setor de atendimento. Ela veio até minha mesa, estendeu a mão
para mim e disse: “Eu fiz o exercício que você recomendou. E sabe o que
aconteceu? Foi mágico! Depois de tanto tempo meu irmão me ligou e disse
que gostaria de comer o pão que eu faço. Eu até falei que ele sabe fazer melhor
que eu, mas ele insistiu e eu falei que iria fazer”. E prosseguiu: “Nem sei dizer
como aconteceu, mas na Sexta-feira Santa eu estava com minha mãe e meu
irmão na minha casa, depois de tanto tempo sem ter contato”. E agradeceu!
Esse é o Direito da Reconciliação, que respeita o lugar de cada um
e olha para o “bem da vida” em sua plenitude. Talvez essa senhora ainda
necessite do auxílio do Estado, mas só por um período. É notório que ela
reencontrou o caminho em direção à vida, à sua força, e que, se lhe for per-
mitido permanecer nesse lugar, não haverá espaço para o suicídio.
153
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
de grande ternura, que propiciou a reconciliação entre mãe e filha. Por fim,
essa senhora se despediu, dizendo: “Vou fazer um bolo e trazer para vocês”.
154
PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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PAI E MÃE: QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS
12. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Elizângela. TJGO é premiado por mediação baseada na técnica de constelação
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MANNÉ, Joy. As constelações familiares em sua vida diária. Trad. Rosane Albert. São Paulo:
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159
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
160
GUARDA COMPARTILHADA, ASPECTOS LEGAIS E VISÃO FENOMENOLÓGICA ‑ RELATO DE EXPERIÊNCIA
01. INTRODUÇÃO
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deve ser descrito, não construído ou constituído. Isso quer dizer que
não posso assimilar a percepção com as sínteses que são da ordem
do juízo, dos atos e da predicação. (MERLEAU-PONTY ,2006, p. 24)
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GUARDA COMPARTILHADA, ASPECTOS LEGAIS E VISÃO FENOMENOLÓGICA ‑ RELATO DE EXPERIÊNCIA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Bert (2016, p. 29) elucida sobre as ordens do amor entre iguais, re-
fletindo que o amor “existe apenas dentro de uma certa ordem. Se o amor
se render a essa ordem, alcança seu objetivo.” O autor sobreleva o fato de
que uma das ordens do amor é reconhecer o outro como igual. Se ocorrer
um “amor cego’, conceituado por Bert (2016) como aquele que não enxerga
como o outro ama, o equilíbrio não será alcançado. O cientista postula que a
ordem precede o amor e que este somente será aprendido à medida em que
for tomado. Assim também será superada a dor de uma criança, ao poder
aceitar e reconhecer o amor que ambos os pais lhe deram.
Existe, pois, uma evidente quebra de paradigmas do modus operandi
da Justiça, uma atuação multidimensional e não cartesiana. Embora ainda
se trate, relativamente, de um procedimento novo, existe uma forte tendên-
cia à padronização do processo e do modelo de convite enviado àqueles
que participarão das oficinas. Outro ponto que organiza as atividades é o
registro documental das oficinas, munido de um termo de comparecimen-
to das partes, uma ficha de cadastro com a posterior juntada nos autos do
processo, assegurando a transparência da atuação judicial, mas guardando
a confidencialidade do que ali é experienciado.
Sobre a multidisciplinaridade, Hellinger utiliza em seu método
elementos de Psicanálise com uma abordagem Junguiana, elementos de
Psicodrama e agrega ainda elementos da Teoria dos Sistemas, da Feno-
menologia e da Teoria dos Campos Mórficos. O autor desconstrói os
conhecimentos já ditos sobre como deveriam ocorrer os procedimentos
em casos concretos da categoria ora trabalhada:
49. Nota da Revisão Técnica: Quanto à classificação da Constelação Familiar como sendo uma Psicoterapia, olhar anota de
rodapé número 1, encontrada na p. 220 deste artigo.
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181
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
05. REFERÊNCIAS
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182
GUARDA COMPARTILHADA, ASPECTOS LEGAIS E VISÃO FENOMENOLÓGICA ‑ RELATO DE EXPERIÊNCIA
183
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
01. INTRODUÇÃO
50. Bacharel em Direito pela UFMA – 1997. Extensão Universitária em Direito Sistêmico pela HELLIN-
GER SCHULE - Faculdade INNOVARE, SP – 2016. Pós-graduada em Processo Civil – UDF Centro
Universitário -1999. Pós-graduada lato sensu em Direito Sistêmico pela HELLINGER SCHULE - Facul-
dade INNOVARE, SP - 2018. Promotora de Justiça do Ministério Público do Maranhão.
184
UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
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UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
vinculadas a outros sistemas dos quais façam parte, sofrendo seus efeitos e
influências (STORCH, 2018). Dessa forma, convém destacar que:
190
UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
05. 1. RESPEITO
191
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
05. 3. A EQUIVALÊNCIA
192
UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Logo, vê-se que a abordagem com casais exige uma amplitude no olhar
para além do homem e da mulher. É preciso sair da superfície, devendo ser
investigado aquilo que aconteceu nas famílias de origem, com atenção aos
emaranhamentos que poderão existir e as leis que foram transgredidas, a
fim de se alcançar uma solução.
193
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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UM OLHAR SISTÊMICO NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Em uma das suas obras, Hellinger (2011) traz uma visão interessante,
surgida em um dos seus seminários, quando um dos participantes afirmou ser
um homem muito violento e que gostaria de trabalhar o assunto, naquela ocasião.
Bert, para o grupo, questionou ‘quem era violento e como um homem se tornava
violento?’. Ao responder, afirmou que esse homem se tornava violento quando
lutava para sua mãe.
Na sequência, indagou ao participante se havia procedência em sua fala,
tendo aquele respondido, que sim. Ao iniciar a constelação daquele homem,
apresentado como Pablo, Bert o colocou na frente da representante de sua mãe
(p. 85). Depois, foi escolhido um representante para o pai de Pablo, sendo este
posicionado em frente à mãe. A mãe olha para o filho, e, logo após, para o marido.
Pablo então olha para o pai, momento em que Hellinger o posiciona entre sua mãe
e o seu pai (p. 86). Após isto, conduz Pablo para próximo do pai, ficando diante
deste. Pablo fica intranquilo e se coloca ao lado de seu pai (p. 87). Na sequência,
Bert orienta Pablo a dizer para a mãe, referindo-se ao pai: “Ele é maior”. Pablo
diz e coloca o braço em torno do pai, buscando protegê-lo. Hellinger diz: “Nada
disso” e comenta para o grupo: “agora ele fez o papel de quem é grande” e diz
para Pablo se sentar de costas diante de seu pai (p. 88). Em seguida, Hellinger fala
ao grupo que agora ele é um filho. Pablo argumenta que se sente bem e alegre,
por sua vez, a sua mãe também demonstra bem-estar. Na sequência Hellinger,
orienta a mãe a dizer ao filho: “Você é o pequeno”. Após, Bert olha para Pablo e
195
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
diz que ali estava a cura da violência. Depois, Bert, chamou a esposa de Pablo e
propôs uma abordagem ao casal, orientando Pablo a dizer: “eu a respeito como
a minha mulher, eu respeito a sua dignidade”. (HELLINGER, 2011)
Nesse caso, o filho se coloca entre mãe e pai como protetor daquela, as-
sumindo uma posição maior que o pai, colocando-se como grande em relação a
este. Aqui houve uma clara quebra da lei da hierarquia em que o filho interferiu
nos assuntos que pertenciam ao casal, desrespeitando o lugar e função daqueles
que vieram antes.
É importante que na família os pais sejam e permaneçam grandes e os
filhos pequenos. “Somente assim eles se tornam grandes. Os filhos que se dão
ares de importância permanecem pequenos a vida inteira. Inflados, porém
pequenos”. (HELLINGER, 2011, p. 52)
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199
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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FRANKE, URSULA. Quando fecho os olhos vejo você. 2ª edição. Goiânia. Atman. 2012.
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STORCH, Sami. Direito sistêmico é uma luz no campo dos meios adequados de solução de
conflitos. Disponível em www.conjur.com.br. Acesso em 14.01.2019.
200
APLICABILIDADE DAS LEIS SISTÊMICAS NOS PROCESSOS DE ADOÇÃO
01. INTRODUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
trinta anos de trabalho e pesquisa no mundo das relações humanas que Bert
Hellinger percebeu uma série de leis ocultas que atuam sobre as pessoas,
grupos, famílias e nações. Tais leis foram ignoradas por toda história da
humanidade, ocasionando grandes conflitos numa escala individual e até
mesmo coletiva.
Como mencionado anteriormente, as “Ordens do amor” são consti-
tuídas por três princípios: Pertencimento, Hierarquia e Equilíbrio entre o
dar e receber, a saber:
O Pertencimento significa que todos têm igual direito de perten-
cimento, ou seja, pertencer é uma necessidade vital de toda pessoa, um
direito subjetivo do ser humano. Para Hellinger (2012, p. 121), no sistema
familiar reina, em sua essência, uma lei fundamental de que todos aqueles
que pertencem têm o mesmo direito de pertencer, inclusive os mortos, ou
seja, os mortos não ficam à margem do sistema. Estão presentes de uma
forma especial. Ao serem reinseridos na família, os demais vivenciam isso
como completude.
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06. ADOÇÃO
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APLICABILIDADE DAS LEIS SISTÊMICAS NOS PROCESSOS DE ADOÇÃO
[…] temos que saber que uma criança possui uma profunda leal-
dade para com sua família e deseja permanecer nela, quer permanecer
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
junto com maus pais, a criança quer ficar com eles. Se a tomamos dos
pais e acreditamos que estará melhor em outro lugar a criança se pune,
devemos ser extremamente cuidadosos e ir com a alma de criança.
“Devemos respeitar sua lealdade e seu amor, quando fazemos isso,
ela pode se desenvolver” […].
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APLICABILIDADE DAS LEIS SISTÊMICAS NOS PROCESSOS DE ADOÇÃO
51. Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil
mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. (BRASIL, 1990)
52. Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder
público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
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APLICABILIDADE DAS LEIS SISTÊMICAS NOS PROCESSOS DE ADOÇÃO
1. Foco no olhar dos pais biológicos. Para onde olham esses pais;
2. O olhar para os pais adotivos;
3. O olhar para a criança adotada; e
4. Não menos importante, o olhar para a pessoa que intermediou a adoção.
Uma pessoa, associação; se foi por vias lícitas ou ilícitas.
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PERCEPÇÕES SISTÊMICAS: O
DESPERTAR DE UMA NOVA
CONSCIÊNCIA JURÍDICA
01. INTRODUÇÃO
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PERCEPÇÕES SISTÊMICAS: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA JURÍDICA
54. Augusto Cury discorre sobre os efeitos dos conflitos familiares ao bem-estar pessoal: “Se
você passar por uma guerra no trabalho, mas tiver paz quando chegar em casa, será um ser
humano feliz. Mas, se você tiver alegria fora de casa e viver uma guerra na sua família, a infelicidade
será sua amiga.” (CURY, 2013, pg. 26).
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PERCEPÇÕES SISTÊMICAS: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA JURÍDICA
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Ainda dentro desta linha, Bert Hellinger trouxe à luz a teoria da boa
consciência:
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
56. Groeninga bem explicita tal influência: “O tratamento que as famílias recebem daqueles
que ocupam simbolicamente o lugar de representante paterno – o Estado e o Judiciário – em
muito influenciará sua autoestima e seu destino.” (Groeninga, 2011, p. 39).
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PERCEPÇÕES SISTÊMICAS: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA JURÍDICA
Após o curso, foi enviado aos participantes um pedido para que res-
pondessem por e-mail “O que o curso “Percepções Sistêmicas: o despertar
de uma nova consciência jurídica” representou para você?
Foram recebidas 30 respostas, as quais foram analisadas com o intuito
de perceber o impacto do conhecimento e da vivência da filosofia hellinge-
riana nas vidas dos participantes.
A contribuição do curso para os participantes do curso “Percepções
Sistêmicas: o despertar de uma nova consciência jurídica”
235
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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PERCEPÇÕES SISTÊMICAS: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA JURÍDICA
lugar onde cada elemento tem a sua função, a sua importância e a consciência
que deve estar dentro de cada um...”.
A participante possivelmente compreendeu desta forma porque, ao
longo do curso, foram realizados exercícios sistêmicos, além das aulas expo-
sitivas, possibilitando a percepção por meio da sua própria experiência de
vida e pelos casos em que ela trabalha no seu dia a dia, como tais leis regem
os relacionamentos humanos. Da teoria de Hellinger, sabemos que aqueles
membros do clã que conhecem as ordens existentes na família podem se
desenvolver em sua família de origem, podendo se separar dela no tempo
certo e criar a sua própria família e assumir responsabilidades. Podem, ainda,
lançar-se nas dificuldades com serenidade.
Ainda com respeito a hierarquia, Bert Hellinger pode verificar nas
suas observações que cada indivíduo de um grupo deve e precisa assumir o
lugar que lhe pertence, de acordo com a sua idade. Isso significa que aqueles
que vieram antes têm precedência em relação aos que vieram depois o que
significa que cada membro do grupo tem um lugar próprio e particular, que
pertence somente a ele. (HELLINGER, 2015, p. 57)
237
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SUCESSÃO SISTÊMICA
01. INTRODUÇÃO
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SUCESSÃO SISTÊMICA
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SUCESSÃO SISTÊMICA
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SUCESSÃO SISTÊMICA
mais novo ou mais velho. Isso porque nem sempre os mais velhos são os
mais indicados a gerir, e sob a lente da filosofia de Hellinger, uma empresa
nasce para servir.
Assim, tendo por base a consciência de que a empresa serve a sociedade,
torna-se muito importante que em um processo de sucessão seja escolhido
o sucessor com base nas competências necessárias para exercer a função, e
não pelo o simples querer do sucessor e do sucedido para que determinado
herdeiro cumpra com cargo, pois esse critério não é o essencial para que dê
certo o processo sucessório.
Contudo, há que lembrar de que ambas as hierarquias devem caminhar
juntas, desta maneira, quando um membro mais novo ocupa na empresa um
lugar de maior gerência e direção, só terá sucesso se reconhecer na família
a hierarquia e a importância dos mais velhos. Isto é, ouvir e considerar a
opinião dos irmãos e dos pais, ainda que a decisão final seja a dele. De outro
modo, observa-se que se um membro mais novo exercer o poder sem ouvir
os demais, muito provavelmente será boicotado.
Por outro lado, é comum acontecer quando o fundador de uma em-
presa está em idade avançada e teme transmitir a direção empresarial, mes-
mo que essa situação cause prejuízos. Essa situação acontece muitas vezes
porque o fundador não sente que a ordem hierárquica é respeitada, ou seja,
que suas decisões não são consideradas nem no âmbito familiar, nem no
âmbito empresarial.
Quando o fundador sente o respeito hierárquico, certamente que
consegue ver as vantagens em transmitir a direção e quando o faz, além do
respeito, é necessário que o momento seja marcado e formalizado como
um dia em a empresa tem um novo líder. Dessa forma, o novo é respeitado
também e empossado com as bênçãos do antigo.
Neste contexto, quando o sucessor que é sócio toma posse da direção,
é preciso que se conscientize também de que seu lugar nunca será o mesmo
que o do fundador, porque aquele veio primeiro, trabalhou antes e se dedi-
cou para construção da organização desde o início até aquele ponto. Então,
ainda que mereça respeito por seu lugar, este lugar sempre será diferente do
primeiro. Quando o herdeiro sabe este lugar, o processo sucessório flui e a
organização caminha em harmonia.
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nores. As terras não tinham titulação, apenas concessão de uso por tempo
determinado. Com o falecimento do marido, a família de origem dele tomou
posse das fazendas, com a alegação de negócio familiar, e que o falecido era
apenas empregado dos pais. A advogada foi contratada pela viúva. Depois
de seis meses do início da tratativa para desocupação da terra, foi realizada
a primeira Constelação de processo da advogada facilitadora, para tentar
visualizar alguma solução que pacificasse a família. Com a dinâmica da
constelação, foi possível visualizar o vínculo das fazendas com a família de
origem do falecido, e ali começou a se desenhar um novo modelo de acor-
do. Após três meses, chegou-se ao a uma proposta de solução, com um viés
sistêmico, onde foram respeitados os direitos da viúva e dos filhos menores
e reconhecido a participação dos pais e irmãos na sucessão rural.
O segundo caso envolve a descoberta de um outro filho do falecido
originário de um relacionamento anterior:
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SUCESSÃO SISTÊMICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
herdeiros muitas vezes também se dividem, ou seja, fica um para cada lado,
ainda que recebedores de um patrimônio, e não raro, o dissipam facilmente.
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SUCESSÃO SISTÊMICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
01. INTRODUÇÃO
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
Assim, vê-se que, a cada conflito vivido, a pessoa fica mais forte,
melhor capacitada e confiante para lidar com conflitos futuros, bem como
amplia suas fronteiras e consciência, de modo que, de conflito em conflito,
ela vai evoluindo e se superando. Esse processo é tão duro quanto curativo
e benfazejo que cabe aqui, parafraseando Nietzsche (2001, p. 7), dizer que
aquilo que não destrói o ser humano, torna-o mais forte.
O professor Morton Deustch, da Columbia University – NY, a respeito
dos pontos positivos e construtivos do conflito assevera:
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
Desde que o juiz de direito Sami Storch mostrou que era possível
aplicar, com grandes vantagens e eficiência, a Constelação Familiar e seus
princípios, percepções, leis e metodologia no Judiciário para facilitar a so-
lução de conflitos, percebeu-se que isso era possível de se fazer também em
relação às outras variadas formas, técnicas e métodos destinados à resolução
de conflitos, dentre elas a Mediação, o que, como já dito, enriqueceu, em
muito, a Mediação Sistêmica.
Mediação Sistêmica é uma nova forma de mediar conflitos, por meio
da utilização da postura sistêmico-fenomenológica e com a aplicação das
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
das consciências pessoal e grupal, quando estas leis são respeitadas tem-se
a boa consciência. Já com a violação delas vai-se para a má consciência, a
consciência condutora para a consciência espiritual que dá origem ao amor
adulto, o amor que vê.
Hellinger chamou as leis sistêmicas de Ordens do Amor, porque ele
percebeu que o amor precisa de uma ordem sem a qual ele é insuficiente.
É bom observar que essas Ordens são também conhecidas como leis
sistêmicas pois elas regem não só os relacionamentos humanos, mas tam-
bém todos os sistemas vivos (mineral, vegetal, animal e humano), os quais
garantem sua completude, se autorregulam e interagem entre si e com outros
sistemas abertos por meio destas leis.
Refletindo sobre amor e conflito, temos as percepções de Marisa Sandra
Luccas, uma das autoras deste trabalho:
Estas Ordens são tão importantes que se pode afirmar que depois que
se as conhece não tem mais como ver e de viver a vida do mesmo jeito, de
forma rasa e ilusória. Hellinger (2008, p. 189) manifesta a importância delas
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
dizendo que suas “compreensões [....] sobre estas leis da vida constituem as
compreensões fundamentais, imprescindíveis para as Constelações familiares.
As Ordens do Amor são: Pertencimento, Hierarquia/Ordem e Equi-
líbrio entre o dar e o tomar, sendo que dessas leis emanam os vários tipos
de consciência que Hellinger, na mesma obra e página citadas no parágrafo
anterior, diz que são tão fundamentais e imprescindíveis para as Constelações
familiares quanto as Ordens do Amor, sendo que ele as compreendeu por
meio do caminho fenomenológico do conhecimento.
03.2.3.1 Pertencimento
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
na zona de conforto da boa consciência, não cresce. Assim age porque tem
medo de arriscar o próprio pertencimento, posto que o não-pertencimento
leva ao desconforto da má-consciência. Entretanto, é necessário arriscar o
pertencimento, para se fazer diferente, para crescer e, para isso, tem-se que
ter força.
Esta lei sistêmica, bem como todas as demais, deve ser considerada
no momento da Mediação pelo mediador que deve saber que há postura,
frases e intervenções sistêmicas que ajudam na inclusão e outras que levam
à exclusão. Deve ele olhar as partes como pertencentes a um sistema familiar
do qual elas seguem, inconscientemente, os mandados.
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
Em relação a esta lei, o mediador deve estar atento para o fato de que,
de acordo com Hellinger (2006, p. 142), “um dos motivos principais de uma
briga é a falta de igualdade ou de equilíbrio entre o dar e o aceitar”, de modo
que ele vele para que a solução seja alcançada pelas partes com base nesta
lei sistêmica do equilíbrio. Às vezes, uma das partes não precisa senão de
um reconhecimento para que ocorra a compensação e a harmonia volte a
reinar entre elas.
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
pode se desvencilhar com facilidade. Mudar para essa pessoa significa ficar
de má consciência, o que lhe é difícil. E se muda, logo sente a necessidade
de pertencer novamente, voltando a ser exatamente como era antes.
Bert Hellinger nos expõe isso da seguinte maneira:
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
03.2.4 A Fenomenologia
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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62. Segundo Sami Storch, este foi o primeiro artigo sobre Direito Sistêmico publicado em
revista no Brasil.
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Para Bert, a ajuda é uma arte e, como toda arte, pode ser ensinada
e apreendida e, para isso, ele nos dá cinco ordens que serão em seguida
enumeradas.
1ª Ordem: o ajudante só pode dar o que ele tem e esperar que o cliente
tome apenas o que necessita. Aqui, a ordem é só ajudar a quem pede auxílio
e dar exatamente o que o outro precisa, não o que ele quer, e na proporção
da disponibilidade do ajudante.
2ª Ordem: o ajudante se submete às circunstâncias e somente interfere
e apoia à medida que essas circunstâncias permitam. Assim, se o ajudado
deve morrer, o ajudante não pode interferir no destino dessa pessoa.
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
A Mediação Sistêmica pode ser aplicada de, pelo menos, três formas
distintas: a) tendo uma postura sistêmico-fenomenológica; b) realizando
intervenções sistêmico-fenomenológicas; e c) integrando com as constela-
ções familiares.
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MEDIAÇÃO SISTÊMICA: UM OLHAR HUMANIZADO PARA AS RESOLUÇÕES DE CONFLITOS
Aqui, exercícios simples como visualizar os pais atrás de cada uma das
partes e fazer com que elas façam a mesma coisa ou deixar uma cadeira vazia
representando alguém que um dos mediandos joga a culpa pela ocorrência
do conflito, como, por exemplo, representando a atual mulher do marido que
cuida dos filhos do casal separado e agora em litígio na justiça, ajuda muito
a inclusão da esposa anterior por parte dos mediandos e eles olhem de outra
forma a realidade e a situação em que estão envolvidos.
Pode-se também promover rodas de conversa, fazer palestras, refle-
xões-meditações sobre as abordagens sistêmicas hellingerianas, exercícios de
283
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
imaginação, bem como se pode contar histórias adequadas para cada situação
e fazer uso de frases de solução e curativas.
Sami Storch tem usado em relação aos processos que lhe são dis-
tribuídos mensalmente essas técnicas com muito proveito. Ele expõe sua
experiência exitosa da seguinte forma:
Os eventos têm início com uma palestra, proferida por mim, sobre
os vínculos sistêmicos familiares, as causas das crises nos relaciona-
mentos e a melhor forma de lidar com isso, principalmente de modo
a preservar o desenvolvimento sadio dos filhos. Em seguida é feita
uma meditação, onde as pessoas entram em contato com o verdadeiro
sentimento de amor e perda decorrente da crise familiar.
Peço-lhes silêncio e explico que, apesar desse sentimento que
estão expressando [mágoa e raiva], elas estão ali por causa de uma
história de amor.
Essas explicações têm se mostrado bastante eficazes na mediação
de conflitos familiares e, na grande maioria dos casos, depois disso as
partes reduzem suas resistências e conseguem chegar a um acordo.
(STORCH, 2015)
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A ATITUDE SISTÊMICA NA PRÁTICA DA ADVOCACIA
01. INTRODUÇÃO
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A ATITUDE SISTÊMICA NA PRÁTICA DA ADVOCACIA
02. METODOLOGIA
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A ATITUDE SISTÊMICA NA PRÁTICA DA ADVOCACIA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Cada país tem suas próprias regras para disciplinar os cursos e auto-
rizações para atuação, e a atividade ética do advogado.
Mas o certo é que em todo o mundo, é claro que o advogado exerce sim
função social, no sentido de propiciar com a sua atividade, o equilíbrio e a
paz nas relações entres as pessoas, o que leva à estabilidade social das nações.
Por definição, o advogado é contratado por um cliente para defendê-
-lo perante um conflito. Então, por definição, o advogado deve ser parcial,
tomar o partido de seu cliente, defendendo seus interesses da melhor forma,
observando sempre a ética.
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A ATITUDE SISTÊMICA NA PRÁTICA DA ADVOCACIA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
exatamente por isso, posso perceber precisamente o que posso e devo fazer
quando o ajudo.
Desde o princípio, o objetivo era olhar para a filosofia hellingeriana, as
Constelações Familiares e o Direito Sistêmico buscando responder às dúvidas
de como tal filosofia se aplicaria à postura dos advogados, considerando a
natureza da função social da advocacia na defesa dos direitos de uma parte
em detrimento de outra.
Os obstáculos mais visíveis eram justamente aqueles inerentes não
apenas à função da advocacia mais à cultura advocatícia sempre belicosa
e em busca da vitória de uma parte sobre a outra, o que se contrapunha às
soluções sistêmicas que buscam a melhor solução para todos os envolvidos,
em especial o equilíbrio entre os sistemas.
Ao observar a vivência das autoras a partir do início da pesquisa diante
de seus clientes, e o levantamento atento da bibliografia sobre o tema, foi
possível, pouco a pouco e vivenciando na atuação profissional os elementos
propostos por Hellinger em sua filosofia das Constelações Familiares.
Tais experiências levaram às respostas a cada uma das dúvidas surgidas
nos objetivos específicos deste trabalho.
Foi possível perceber que é possível atuar como advogado ultrapassan-
do o próprio ego, a intenção de ajudar no sentido de impor uma solução ao
cliente, abrir-se verdadeiramente ao fenômeno e deixar que ele se manifeste,
acolher e incluir a todos os que compõem o sistema do cliente, e, portanto,
estar em uma atitude acolhedora para de fato acompanhar o cliente, ambos
na condição de adultos, assumindo escolhas e tomando suas próprias res-
ponsabilidades.
Ficou claro que para isso, é fundamental estar completamente centrado
e consciente do que se passa dentro de si para que possa evitar os próprios
emaranhamentos com o sistema do cliente, da outra parte e de seu advogado
e até mesmo do juiz.
Tudo isso nos indica que a prática sistêmica da advocacia requer que
o profissional da carreira esteja disposto mudar seu olhar sobre si e sobre a
lide. Centrar-se e sintonizar-se com seus sistema, olhar e ver que é parte de
algo maior, que vem de uma grande linhagem que está à serviço da vida, pre-
parando-se assim para o exercício pleno da empatia em relação ao sistema de
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A ATITUDE SISTÊMICA NA PRÁTICA DA ADVOCACIA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A POSTURA SISTÊMICA‑
FENOMENOLÓGICA NO ATUAR
JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
DEFENSORAS PÚBLICAS
Tatiane Colombo
Larissa Leite Gazzaneo
Gabriela Souza Cotrim
01. INTRODUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
01. 2. JUSTIFICATIVA
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A POSTURA SISTÊMICA‑FENOMENOLÓGICA NO ATUAR JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
Percebeu-se com isso que a vivência dessa postura tem trazido mu-
danças e efeitos na forma de solução dos conflitos e na vida dos profissionais
que assim trabalham.
O Direito Sistêmico está intrinsecamente relacionado com a com-
preensão e com a vivência das Ordens do Amor e das Ordens da Ajuda.
Em resumo, quando se fala em Ordens do Amor, na perspectiva
ensinada por Bert Hellinger, deve-se ter em mente três leis universais que
regem todas as relações: o pertencimento, a hierarquia e o equilíbrio entre
dar e receber. A primeira Ordem do Amor é o pertencimento. Todos têm
o mesmo direito de pertencer. E a eventual exclusão de um membro do
grupo traz consequências ao sistema, refletindo em conflitos. A hierarquia,
segunda Ordem, pressupõe que quem chega primeiro tem a precedência em
relação aos que chegam depois. Perceba-se que aqui se tem uma perspectiva
cronológica, ou seja, um pai sempre virá antes do filho. A terceira ordem é o
equilíbrio entre o dar e receber. Para que uma relação seja bem-sucedida é
preciso que exista equilíbrio em rodadas de trocas. (HELLINGER, 2015, p. 48)
Neste trabalho, a experiência do dia-a-dia chamou a atenção para a
primeira e terceira ordens da ajuda trazidas por Bert Hellinger.
Segundo o autor, ajudar é uma faculdade que pode ser aprendida e
praticada (HELLINGER, 2013, p. 13). A primeira ordem da ajuda consiste
em dar apenas o que se tem e somente esperar e tomar o que se necessita.
E a terceira ordem da ajuda consiste em que o ajudante se coloque como
adulto perante outro adulto que procura ajuda. (HELLINGER, 2013, p. 17)
Sabe-se que a área jurídica é uma área permeada de conflitos, porém
não deixa de ser um caminho de busca das partes por ajuda, por solução e, a
antes de ajudar alguém, é preciso entender o que realmente a pessoa busca.
Essa ordem ao ser vivenciada fez com que as orientações jurídicas na
Defensoria não ultrapassassem aquilo que aquela Instituição pode oferecer.
Se uma pessoa busca a orientação jurídica na Defensoria Pública, não se
pode crer que o profissional da instituição se sinta no direito de oferecer
ajuda não pedida, ou apelar para a “boa consciência” e tentar fazer com que
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A POSTURA SISTÊMICA‑FENOMENOLÓGICA NO ATUAR JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A POSTURA SISTÊMICA‑FENOMENOLÓGICA NO ATUAR JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A POSTURA SISTÊMICA‑FENOMENOLÓGICA NO ATUAR JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
de discussões de pontos cegos, pontos que enquanto não vistos pelas partes,
continuam atuando de forma inconsciente nos debates superficiais.
Assim para que se atinja a justiça com a devida aplicação da lei, com
a questão essencial trazida, deve-se se aprender a olhar respeitando as di-
nâmicas individualizadas. Não é incomum surgir a figura do indignado em
um processo judicial, buscando com violência pelo que denomina de justiça,
assumindo, a um só tempo, a figura de vítima, e de agressor, querendo a sua
justiça a qualquer custo, sem conseguir enxergar o essencial, o amor, muitas
vezes ferido numa relação familiar.
Só quem olha com amor deixa fluir a vida e suas consequências,
entendendo na esfera judicial, que a pessoa é responsável pelos atos que
ela pratica, devendo responder na medida em que o praticou.
Para o juiz, o Direito Sistêmico não é sinônimo de constelações fami-
liares aplicadas à justiça, significa, na verdade, uma mudança de paradigmas
através de um olhar amplo, sem julgar as partes ou seus advogados, mas
aplicando a lei ao conflito a ser solucionado.
A aplicação das ordens do amor e das ordens da ajuda tornam o tra-
balho mais leve e ensinam como assumir uma postura para realmente ajudar
na solução das contendas apresentadas, sem assumir a postura do salvador,
que muitas vezes se assume, pela relevância de decidir questões apresentadas,
entendendo que a visão sistêmica engloba a todos os envolvidos.
Não pode ser esquecido que não é da competência do julgador olhar
as questões trazidas fora dos estritos termos pleiteados, devendo ater-se de
forma humilde e discreta, sem assumir o papel de buscar resolver a vida
das pessoas, limitando-se a resolver o que lhe foi pontualmente entregue
para análise.
Note-se, por oportuno, que resolver pontualmente não significa aban-
donar o olhar amplo, mas sim inclui-lo para tão somente decidir a questão
posta tal como ela é.
Por fim, quanto aos servidores, as ordens da vida que traduzem o
pertencimento, a hierarquia e o equilíbrio entre o dar e o receber, trazem a
oportunidade para se trabalhar com um gabinete e secretarias mais coesos,
entendendo que esta visão guarda correlação com nossa postura ante a nos-
327
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
sos sistemas individuais, onde fica claro que este olhar amoroso traduz em
ganho, em aproveitamento e em harmonia para convivência entre as partes.
A apresentação da temática do Direito Sistêmico tanto nas dinâmicas
do dia a dia, quanto para os servidores, através de reuniões e exercícios torna
possível a sedimentação de um vínculo de respeitabilidade e confiança, pas-
sando a visualizar o Sistema Judiciário como um todo em que cada pessoa tem
direito ao seu lugar, dentro de uma ordem e com uma relação de equilíbrio,
somente assim a organização é saudável e todos são considerados, e estão a
serviço de algo maior que é a justiça.
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A POSTURA SISTÊMICA‑FENOMENOLÓGICA NO ATUAR JURÍDICO DE UMA JUÍZA E DE DUAS
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA
NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
73. Daan Van Kampenhout aporta uma importante visão sobre as origens dos sen-
timentos de culpa e inocência e a mente coletiva arcaica. Segundo este constelador,
os sentimentos de culpa e inocência derivam da mente tribal arcaica, no sentido
antropológico do termo. Kampenhout (2007), por seu turno, pontua que qualquer
coletivo que se defina como algo diferente dos outros possui uma alma tribal. Esta
alma tribal está ligada ao sentimento coletivo de união necessário à manutenção
da vida, da qual depende a existência de um código de sobrevivência que privilegia
o bem da tribo em detrimento do bem individual. Desta forma, a manutenção da
vida do grupo é mais importante do que a manutenção da vida do indivíduo. E
tudo o que é feito para manter a fidelidade à tribo é visto como boa consciência.
Por outro lado, toda vez que um ser humano age contra a lei tribal, age contra o
campo da alma coletiva e está respeitando sua má consciência. (op.cit. p.37)
334
A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
74. Expiar significa agir de forma inconscientemente guiada pela consciência cole-
tiva, para liberar antepassados de seus equívocos cometidos em relação ao próprio
sistema, ou em relação a outros sistemas numa atitude de compensação. A cons-
ciência coletiva não tolera que dentro do sistema alguém reclame vantagem sobre
os demais. Nas gerações posteriores, alguém irá compensar esta vantagem com
uma perda. Da mesma forma, a exclusão de um (o que fere a ordem do pertenci-
mento) fará com que outro repita seu destino, e se um dos membros do sistema
não assume as consequências de seus atos, outro membro tomará sua culpa e seus
desdobramentos (Hellinger, 2014, p. 64).
335
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
mas familiares estão sujeitos a leis sistêmicas mais claramente explicadas pela
biologia e física, através da compreensão das descobertas sobre os campos
coletivos de consciência realizadas, primeiramente, por Rupert Sheldrake,
mais precisamente sobre os Campos Morfogenéticos.
Segundo Bert (2009), Sheldrake fala de um campo espiritual, ou de um
espírito ampliado, que chamou de extended mind, e que existe uma comuni-
cação entre seres vivos que somente podemos entender quando admitimos
a presença de um campo superior, em cujos limites esses seres se mantêm e
se movem. Ainda conforme Hellinger (2009, p. 184):
336
A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
por uma ordem externa, gerida pelos governantes, que se baseia em parte
no consenso, e também no medo da punição. Esta ordem é simultaneamente
conflito e luta, embora sirva à sobrevivência do grupo e de seus membros.
(HELLINGER, 2009, p. 182)
Bert esclarece:
337
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
81. “Paz significa: que aquilo que estava em oposição se reencontra; que aquilo que
antes se excluía, se reconhece mutuamente; que aquilo que antes se combatia, se fe-
ria e até mesmo queria se destruir, faz luto em conjunto pelas vítimas de ambos os
lados e pelos sofrimentos que causaram um ao outro.” (HELLINGER, 2014, p. 11)
343
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
344
A EXPERIÊNCIA DA VISÃO SISTÊMICA NA ÁREA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA
LITIGIOSA COMO VÍNCULO
Lairton da Silva
01. INTRODUÇÃO
346
SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA LITIGIOSA COMO VÍNCULO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA LITIGIOSA COMO VÍNCULO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA LITIGIOSA COMO VÍNCULO
351
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
uma vez que o processo modifica os papéis parentais exercidos pelos pais. E,
além disso, a criança assim como o adulto, também convive com os paradigmas
do divórcio, principalmente porque ela está inserida em uma situação, muitas
vezes, conflituosa, que é desconhecida e muito nova para ela.
352
SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA LITIGIOSA COMO VÍNCULO
353
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
354
SEPARAÇÃO DE CASAL DE FORMA LITIGIOSA COMO VÍNCULO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
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A ADOÇÃO E OS PROCEDIMENTOS
SISTÊMICOS SOB A VISÃO FILOSÓFICA
DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES DA
HELLINGER® SCIENCIA
01. INTRODUÇÃO
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
358
A ADOÇÃO E OS PROCEDIMENTOS SISTÊMICOS SOB A VISÃO FILOSÓFICA DAS CONSTELAÇÕES
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
360
A ADOÇÃO E OS PROCEDIMENTOS SISTÊMICOS SOB A VISÃO FILOSÓFICA DAS CONSTELAÇÕES
02. 3. ALMA
02. 4. ESPÍRITO
361
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
362
A ADOÇÃO E OS PROCEDIMENTOS SISTÊMICOS SOB A VISÃO FILOSÓFICA DAS CONSTELAÇÕES
363
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
um com o seu movimento de dedicação e amor por tudo e por todos, assim
como são. (HELLINGER, 2015b)
02. 7. ADOÇÃO
364
A ADOÇÃO E OS PROCEDIMENTOS SISTÊMICOS SOB A VISÃO FILOSÓFICA DAS CONSTELAÇÕES
outros motivos por trás, eles subtraem a força que possibilita o sucesso dessa
relação. (BERTATE, 2016, p. 32)
No Brasil, adotar é medida excepcional à qual se deve recorrer
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou ado-
lescente na família (Art. 39, § 1º do ECA: Lei 8.069/90). Nesse sentido, a
legislação brasileira vai ao encontro com a filosofia de Bert Hellinger que,
por intermédio de suas experiências, observou que uma adoção deve ser
considerada quando a criança/adolescente necessita dela, por não ter mais
ninguém da família biológica. No livro “Ordens do Amor” salienta que, ao
nascer, uma criança não tem somente um pai e uma mãe. Ela também se
vincula a avós, tios e tias, que devem ser considerados em primeiro lugar,
na falta dos pais. Só quando realmente não há mais ninguém da família
disponível é que outras pessoas deveriam ser levadas em consideração para
uma adoção. Reflete que só assim a adoção, diferente de criação, é correta
e tem grandeza. (HELLINGER, 2007c)
A legislação brasileira tem avançado cada vez mais para que o foco seja
o interesse da criança/adolescente. O art. 43 do ECA - Estatuto da Criança e
do Adolescente prevê que a adoção é deferida quando apresentar vantagens
reais para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. O diploma legal
foi todo desenvolvido sob o olhar que melhor atenda às necessidades do
adotando, com medidas como: privilegiar a família original e as relações
afetivas preestabelecidas; dar precedência ao acolhimento familiar em de-
trimento ao institucional; exigir aos postulantes um período de preparação
psicossocial e jurídica; obrigar o consentimento prévio do adolescente em
relação à sua própria adoção; garantir ao adotado o direito de conhecer sua
origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo.
A presente pesquisa tem o objetivo de dar maior clareza e enten-
dimento quanto à postura que melhor contribui para o êxito da adoção,
segundo o olhar sistêmico da Hellinger® Sciencia. Os pesquisadores bus-
caram evidenciar essa ampliação de consciência quanto à postura mais
adequada a propiciar o sucesso da adoção por meio de oficina realizada
com famílias que estão em reavaliação nos processos de adoção conduzidos
pela SEFAM/VIJ/DF - Seção de Colocação em Família Substituta da Vara
da Infância e da Juventude do Distrito Federal.
365
ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO
03. METODOLOGIA
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E) IDEM D. E) IDEM D.
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SISTÊMICAS
A) NO INÍCIO, PARTICIPANTE AFIRMA QUE “SERIA A) A OFICINA FEZ NASCEREM SENTIMENTOS DE RES‑
BOM CONHECER A HISTÓRIA DE VIDA DOS ANCES‑ PEITO E DE GRATIDÃO À FAMÍLIA BIOLÓGICA DOS
TRAIS DESSAS CRIANÇAS PARA PODER ENTENDER FUTUROS ADOTADOS.
SUA HERANÇA GENÉTICA E SOCIAL PARA EDUCAR B) EMBORA O PARTICIPANTE JÁ RELATASSE, DESDE O
MELHOR”. A OFICINA FEZ SURGIREM SENTIMEN‑ INÍCIO, UMA POSTURA DE INCLUSÃO DO VÍNCULO
TOS DE RESPEITO E GRATIDÃO COM RELAÇÃO À MATERNO, APÓS A OFICINA RELATA CLARAMENTE A
FAMÍLIA BIOLÓGICA. POSTURA “SEM JULGAMENTO”, POSTURA CONDIZENTE
COM O OLHAR SISTÊMICO DA HELLINGER® SCIENCIA.
B) JÁ NO INÍCIO, PARTICIPANTE RELATA ACRE‑
C) A OFICINA CLARAMENTE ATINGIU O SEU OBJETIVO
DITAR QUE, DENTRO DO VENTRE DA MÃE BIO‑
DE POSSIBILITAR CLAREZA E ENTENDIMENTO QUAN‑
LÓGICA, “JÁ SE ESTABELECE UM VÍNCULO, UMA TO À POSTURA QUE MELHOR CONTRIBUI PARA O
LIGAÇÃO” E QUE “AQUELES PAIS BIOLÓGICOS ÊXITO DA ADOÇÃO SEGUNDO O OLHAR SISTÊMICO DA
PASSARAM POR UMA SITUAÇÃO EM QUE NÃO HELLINGER® SCIENCIA®. OS SENTIMENTOS DE GRATI‑
SOUBERAM LIDAR, TALVEZ POR FALTAR UMA DÃO PROPICIADOS PELA DINÂMICA NÃO SÓ REVELAM
ORIENTAÇÃO ADEQUADA, OU SITUAÇÕES FI‑ A INCLUSÃO DA FAMÍLIA BIOLÓGICA NO CORAÇÃO DO
NANCEIRAS, EMOCIONAIS; NÃO OS CRITICO DE PARTICIPANTE, MAS TAMBÉM PROPORCIONAM QUE
FORMA ALGUMA QUANDO COLOCAM OS FILHOS ESSA INCLUSÃO SE AMPLIE CADA VEZ MAIS.
PARA ADOÇÃO”. D) CONFORME DESCRITO NO ITEM C), ACIMA, A OFI‑
C) INICIALMENTE, PARTICIPANTE RELATA SEN‑ CINA CLARAMENTE ATINGIU O SEU OBJETIVO DE
TIMENTOS DE “FALTA DE AMOR AO PRÓXIMO” AO POSSIBILITAR CLAREZA E ENTENDIMENTO QUANTO
PENSAR NOS PAIS BIOLÓGICOS. APÓS A DINÂMICA, À POSTURA QUE MELHOR CONTRIBUI PARA O ÊXI‑
TO DA ADOÇÃO SEGUNDO O OLHAR SISTÊMICO DA
RELATA SENTIMENTOS “DE GRATIDÃO POR TER GE-
HELLINGER® SCIENCIA. OS SENTIMENTOS DE GRATI‑
RADO VIDA” EM RELAÇÃO À FAMÍLIA BIOLÓGICA. DÃO PROPICIADOS PELA DINÂMICA NÃO SÓ REVELAM
D) INICIALMENTE, PARTICIPANTE RELATA SE A INCLUSÃO DA FAMÍLIA BIOLÓGICA NO CORAÇÃO
SENTIR INDIFERENTE COM RELAÇÃO AOS PAIS DO PARTICIPANTE, MAS TAMBÉM PROPORCIONAM
BIOLÓGICOS E QUE NÃO TERIA A INTENÇÃO DE QUE ESSA INCLUSÃO SE AMPLIE CADA VEZ MAIS.
PERMITIR QUE O ADOTADO BUSCASSE SUA FAMÍ‑ ALÉM DISSO, APÓS A OFICINA, O PARTICIPANTE SE
LIA. APÓS A DINÂMICA, RELATA SENTIMENTOS DE MOSTROU MAIS ABERTO A PERMITIR A BUSCA PELA
AGRADECIMENTO EM RELAÇÃO À FAMÍLIA BIO‑ FAMÍLIA BIOLÓGICA.
LÓGICA E AFIRMA QUE PERMITIRÁ A BUSCA PELA E) A OFICINA ATINGIU O SEU OBJETIVO AO REFORÇAR
FAMÍLIA BIOLÓGICA SE O ADOTADO NECESSITAR. A POSTURA INCLUSIVA DO “NÃO JULGAMENTO” NO
PARTICIPANTE.
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possível explicar o fato de que o processo dele estava há quase nove anos pa-
rado, enquanto outros processos “passavam na frente”. Ao final, todos ficaram
visivelmente tocados quando ele abertamente expressou que agora entendia
por que o processo dele havia ficado parado por tanto tempo, declarando
que antes ele não estava preparado para ser pai e precisava olhar para o pró-
prio genitor. À luz da filosofia das Constelações Familiares, esse despreparo
anterior inconsciente do participante poderia estar gerando bloqueios no
ambiente externo, verdadeiramente impedindo que seu processo caminhasse.
Ao se jogar luz nessa força que atuava de forma oculta, o participante teve a
oportunidade de se reposicionar, mudar a sua postura interna e reformular
suas imagens mentais, o que provocou mudanças externas.
Portanto, as respostas escritas, os sinais corporais e as narrações finais
permitem concluir que a aplicação das dinâmicas desenhadas pelo grupo
surtiu os efeitos pretendidos de ampliar consciência e propiciar maior cla-
reza e entendimento quanto à postura que melhor contribui para o êxito da
adoção segundo o olhar sistêmico da Hellinger® Sciencia ou da filosofia da
Constelação Familiar.
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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Cap. 3, 4 e 5.
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ESTUDOS DE DIREITO SISTÊMICO FOI IMPRESSO
SOBRE PAPEL PÓLEN SOFT 80G FSC NAS
OFICINAS DA THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA
PARA A TAGORE EDITORA. ACABAMOS DE
IMPRIMIR NO FIM DO INVERNO DE 2021.
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