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1º Quadrimestre de 2016
ISSN 2447-3294
Boletim de Conjuntura Econômica de Minas Gerais Belo Horizonte Ano 9 n. 2 p. 1-104 jul. 2016
© 2005 FJP
É permitida a reprodução dos dados publicados desde que citada a fonte.
SINAIS CONVENCIONAIS
... Dado numérico não disponível.
.. Não se aplica dado numérico.
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
CAPA
Bárbara Andrade Corrêa da Silva
Wagner Bottaro
CONTATOS E INFORMAÇÕES
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
CENTRO DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES (CEI)
Alameda das Acácias, 70 – Bairro São Luís / Pampulha
Caixa Postal 1200 - CEP: 31275-150 - Belo Horizonte - Minas Gerais
Telefones: (31) 3448-9719 e 3448-9580
www.fjp.mg.gov.br
e-mail: comunicacao@fjp.mg.gov.br
ISSN 2447-3294
CDU: 33(815.1)
Resumo:
Este artigo descreve, com os padrões observados nos dados mais recentes disponíveis, a evolução
dos principais indicadores macroeconômicos da economia mundial, com particular atenção à
situação da economia brasileira. São discutidos os últimos resultados dos indicadores relativos à
variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos países, dos componentes da demanda agregada, das
taxas de desemprego e dos índices de preços. A observação dos dados é consistente com a hipótese
de que está em curso um terceira onda de desaceleração econômica global, comandada pelo impacto
da redução e recomposição setorial do crescimento na China, à qual se sobrepuseram no caso
brasileiro os efeitos da paralisia decisória, no governo e no setor privado, associados ao
aprofundamento da crise política ao longo de 2015.
Abstract:
This paper describes, with observed patterns in most recent available data, the evolution of main
macroeconomic indexes for the world economy, with particular focus at Brazilian circumstances.
Last results with respect to countries' Gross Domestic Product (GDP) variations are discussed, as
well as aggregate demand components, unemployment rates and prices indexes. Data observation is
consistent with the following hypothesis: the world economy is now facing a third wave of global
economic deceleration, commanded by the impacts from slowdown and sectoral rearrangement of
growth in China. In the Brazilian case, these impacts were compounded with decisive paralysis,
both in government and in the private sector, related to the deepening of its political crisis during
2015.
1
Pesquisador da Fundação João Pinheiro. Email: raimundo.sousa@fjp.mg.gov.br.
Este artigo apresenta os dados mais recentes relativos ao crescimento econômico dos
países e grupos de países com maior peso na economia mundial, tanto na periodicidade anual
quanto trimestral, e no que diz respeito tanto ao nível de atividade mensurado quanto às projeções
para do desempenho produtivo ao longo do ano em curso.2 O objetivo deste breve panorama acerca
da evolução recente destes indicadores é extrair inferências que ajudem a compreender a influência
dos atuais condicionantes externos sobre os resultados econômicos observados na economia
brasileira e, por implicação, na própria economia de Minas Gerais.
2
No caso de alguns dos países para os quais a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE
nas línguas portuguesa e francesa, OECD na língua inglesa) publica indicadores econômicos desagregados por
componentes da demanda agregada, a evolução dos índices de volume do consumo das famílias, da formação bruta de
capital fixo, do consumo do governo e das exportações e importações de bens e serviços também é detalhada.
3
Com respeito à taxa de desemprego no Brasil, foi necessário efetuar o procedimento de ajuste sazonal sobre os dados
primários extraídos Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), publicada pelo IBGE, para
viabilizar a comparação internacional, embora subsistam diferenças metodológicas entre a operacionalização
conceitual de desemprego utilizada na PNADC e a metodologia harmonizada utilizada pela OCDE.
4
Cf. dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), as taxas de crescimento da economia mundial no período recente
foram: 5,4% (2010), 4,2% (2011), 3,5% (2012), 3,3% (2013), 3,4% (2014), e 3,1% (2015). Para 2016 é projetada uma
taxa de crescimento de 3,1% (WEO Data, edição de abril de 2016).
Tabela 1: Taxas de variação do Produto Interno Bruto e projeções – países e grupos de países
selecionados – 2011–2016
(Em %)
2016
Países ou Grupos de Países 2013 2014 2015
Jan. 16 Abr. 16
África do Sul 2,2 1,5 1,3 0,7 0,6
Alemanha 0,4 1,6 1,5 1,7 1,5
América Latina e Caribe 3,0 1,3 -0,1 -0,3 -0,5
ASEAN-5 (1) 5,1 4,6 4,8 4,8 4,8
Brasil 3,0 0,1 -3,8 -3,5 -3,8
Canadá 2,2 2,5 1,2 1,7 1,5
China 7,7 7,3 6,9 6,3 6,5
Espanha -1,7 1,4 3,2 2,7 2,6
EUA 1,5 2,4 2,4 2,6 2,4
França 0,7 0,2 1,1 1,3 1,1
Índia (2) 6,6 7,2 7,3 7,5 7,5
Itália -1,7 -0,3 0,8 1,3 1,0
Japão 1,4 0,0 0,5 1,0 0,5
México 1,3 2,3 2,5 2,6 2,4
Reino Unido 1,7 2,9 2,2 2,2 1,9
Rússia 1,3 0,7 -3,7 -1,0 -1,8
Outras Economias Avançadas (3) 2,3 2,8 2,0 2,4 2,1
Zona do Euro (4) -0,3 0,9 1,6 1,7 1,5
Fonte: Fundo Monetário Internacional (FMI) - World Economic Outlook: Too Slow for Too Long, Abr. 2016.
(1) Associação das Nações do Sudeste Asiático (The Association of Southeast Asian Nations), formada por Indonésia, Filipinas, Malásia, Tailândia e
Vietnam. (2) Projeções para Índia com base no ano fiscal e não no ano calendário (3) Austrália, Cingapura, Coréia do Sul, Dinamarca, Hong Kong,
Islândia, Israel, Nova Zelândia, Noruega, Republica Tcheca, San Marino, Suécia, Suíça, e Taiwan. (4) A Zona do Euro foi criada em 01/01/1999,
reunindo Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal. Posteriormente, ingressaram
Grécia (2001), Eslovênia (2007), Chipre (2008), Malta (2008), Eslováquia (2009) e Estônia (2011), sempre no primeiro dia de cada ano. Bulgária,
Dinamarca, Letônia, Lituânia, Hungria, Polônia, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia fazem parte da União Europeia, mas não utilizam
a moeda comum.
Embora suficiente para consolidar a melhoria do seu mercado de trabalho, com forte
expansão do nível de emprego e, mais recentemente, reativação da participação da população em
idade ativa na força de trabalho, a fraqueza da recuperação econômica nos Estados Unidos foi um
dos determinantes da recente redução do ritmo de crescimento na economia global. Uma particular
fonte de preocupação se relaciona com o declínio do investimento corporativo, que transbordou
para além do setor de energia no último trimestre de 2015 e no primeiro trimestre de 2016.
5
US Department of Commerce, Bureau of Economic Analysis. News Release, 28/06/2016, Tabela 1, p. 5.
6
Cálculo próprio, a partir dos dados primários das NIPA Tables (Revisão de 28 de Junho de 2016) do Bureau of
Economic Analysis, agência vinculada ao Departamento de Comércio do Governo dos Estados Unidos. Cf.:
http://bea.gov/iTable/iTable.cfm?ReqID=9&step=1#reqid=9&step=3&isuri=1&904=1995&903=3&906=a&905=201
5&910=x&911=0, Acesso em 30 Jun, 2016.
7
A queda da produtividade no período pós-crise tem sido documentada de forma generalizada na economia global, e
não é específica da economia estadunidense. Veja-se, a respeito, Einchengreen, Park & Shin (2015).
8
Estima-se que as importações chinesas respondiam por 40% da demanda global por commodities metálicas em 2014
(Fundo Monetário Internacional, 2016), e que a absorção chinesa de bens e serviços produzidos no resto do mundo
tenha correspondido em 2015 a somente um terço da registrada em 2012 devido ao colapso da parcela importada
referente a minerais, aço e cimento (Machado, 2016).
Tabela 3: Componentes do Produto Interno Bruto: taxa de variação – países selecionados – 4º trim.
2014–1º trim. 2016
Em % (base: trimestre anterior na série com ajuste sazonal)
Países e componentes do PIB 2014:4 2015:1 2015:2 2015:3 2015:4 2016:1
Alemanha 0,6 0,4 0,4 0,3 0,3 0,7
Consumo 1,0 0,3 0,1 0,8 0,4 0,4
Governo 0,3 0,7 0,7 0,7 0,9 0,5
Investimento 1,3 1,4 -0,5 0,1 1,4 1,8
Exportação 1,4 1,5 1,8 0,3 -0,6 1,0
Importação 2,1 2,2 0,6 1,1 0,5 1,4
Brasil 0,2 -1,2 -2,0 -1,6 -1,3 -0,3
Consumo 1,7 -2,6 -2,1 -1,6 -0,9 -1,7
Governo -0,6 -0,5 0,3 0,3 -2,9 1,1
Investimento -0,7 -3,9 -7,2 -3,9 -4,8 -2,7
Exportação -11,0 12,6 3,4 -2,3 0,1 6,5
Importação -5,8 -1,2 -7,8 -6,9 -5,5 -5,6
EUA 0,5 0,2 1,0 0,5 0,3 0,3
Consumo 1,1 0,4 0,9 0,7 0,6 0,4
Governo -0,6 0,4 -0,1 0,3 0,2 0,3
Investimento 0,6 0,4 1,7 0,9 -0,0 -0,4
Exportação 1,3 -1,5 1,2 0,2 -0,5 0,1
Importação 2,5 1,7 0,7 0,6 -0,2 -0,1
França 0,2 0,6 -0,1 0,4 0,4 0,6
Consumo 0,4 0,5 0,1 0,5 0,1 1,1
Governo 0,5 0,2 0,4 0,3 0,5 0,5
Investimento -0,1 0,5 0,2 0,1 1,0 1,4
Exportação 2,9 1,8 1,6 -0,3 0,8 -0,0
Importação 1,7 2,1 0,2 1,8 2,8 0,8
Japão 0,5 1,3 -0,4 0,4 -0,4 0,5
Consumo 0,6 0,2 -0,8 0,5 -0,8 0,6
Governo 0,3 0,3 0,4 0,2 0,7 0,7
Investimento 0,1 1,8 0,1 0,2 -0,1 -0,7
Exportação 3,4 2,2 -4,8 2,6 -0,8 0,6
Importação 1,1 1,5 -2,5 1,7 -1,1 -0,4
Reino Unido 0,7 0,5 0,6 0,4 0,6 0,4
Consumo 0,5 0,8 0,8 0,5 0,6 0,7
Governo -0,3 0,4 0,7 0,7 0,3 0,4
Investimento 0,1 1,5 1,3 0,4 -1,1 0,5
Exportação 3,8 -0,1 2,8 -0,5 0,1 -0,3
Importação 2,8 3,5 -2,5 2,9 0,9 0,8
Fonte: The OECD quarterly national accounts (QNA) online dataset. Disponível em: http://stats.oecd.org. Acesso em 30 Jun. 2016.
30 Jun. 2016.
9
Os principais canais de transmissão da crise política para a economia foram: exacerbação da incerteza nas expectativas
empresariais e dos consumidores; efeitos diretos e indiretos da paralisação das compras para formação de capital na
cadeia produtiva da extração e do refino do gás e petróleo; cortes nos investimentos de infraestrutura e paralisia
decisória no governo central.
Nos sete países em que mais de 10% da força de trabalho estava desempregada no
quarto trimestre do ano passado, houve redução da taxa de desemprego em cinco dos que
dispunham de estatísticas divulgadas: Eslováquia, Espanha, França, Portugal e Turquia; na Itália a
taxa de desemprego permaneceu inalterada, e até o fechamento da edição deste artigo, os dados
mais recentes relativos à Grécia ainda não haviam sido publicados.
Nos treze países com taxa de desemprego inferior a 6%, houve decréscimo da taxa de
desemprego em sete países (Alemanha, Estados Unidos, Islândia, Japão, México, Reino Unido e
República Tcheca) e acréscimo em quatro (Áustria, Coréia do Sul, Noruega e Nova Zelândia); na
Austrália e em Israel a taxa de desemprego permaneceu inalterada.
10
Considerando a média móvel dos três meses completados no último mês de cada trimestre.
11
Treze países da base de dados da OCDE mais o Brasil, cujo indicador com ajuste sazonal produzido pela FJP não
utilizou a metodologia harmonizada da OCDE.
Nos dezoito países que, no último trimestre de 2015, apresentaram taxa de inflação
trimestral acumulada não negativa, embora igual ou inferior a 1,5%, houve aceleração desta em
apenas cinco países (África do Sul, China, Coréia do Sul, Indonésia e Noruega); em três países a
variação do nível de preços desacelerou enquanto permaneceu não negativa (Chile, México e
Suécia), e em nove países houve transição para uma situação de deflação (Austrália, Áustria,
Nos demais dezoito países da amostra, que estavam em deflação no último trimestre
de 2015, os preços apresentaram variação nula ou ligeiramente positiva no primeiro trimestre de
2016 em sete países (Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Estônia, Islândia, Nova Zelândia e
República Tcheca); continuaram em deflação onze países: Alemanha, Eslováquia, França, Holanda,
Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Polônia e Suíça.
Num balanço geral, pode-se então concluir que o mercado de trabalho na maioria dos
países da OCDE continua apresentando, consistentemente, pequenas melhorias em relação ao
quadro mais grave que prevaleceu no início da atual crise financeira e na sua segunda fase;
insuficientes, porém, para ativar pressões inflacionárias significativas contra a tendência
deflacionária predominante.
Em alguns países mais afetados pela recente queda nos preços internacionais de
commodities, como Brasil, Canadá, Chile e Rússia, há deterioração na situação do mercado de
trabalho em simultâneo à convivência com taxas de inflação elevadas ou com pressões
inflacionárias latentes pelo lado da oferta.
14 4,20
12 3,60
10 3,00
6 1,80
4 1,20
2 0,60
0 0,00
Além da “inflação corretiva” dos preços administrados internos (gráf. 2), o ajuste da
taxa de câmbio foi retomado após setembro de 2014, quando a cotação do dólar estadunidense
estava próxima de R$ 2,30. Daí evoluiu rapidamente para cerca de R$ 2,60 em janeiro de 2015 e
R$.3,00 em março. No restante do primeiro semestre, manteve-se, com maior volatilidade, em torno
de R$ 3,10. A partir de julho retomou forte tendência ascendente e rompeu a barreira de R$ 4,00 no
final de setembro, quando teve início a fase atual de grande volatilidade sem uma tendência
claramente definida (embora nos últimos meses tenha ocorrido uma significativa apreciação).
Gráfico 2: Grupos de produtos do IPCA (variação acumulada em 12 meses) – Brasil – 01 jan. 2013–
31 mai. 2016
20
18
16
14
12
% a.a. 10
12
O que poderia cristalizar um componente de inflação inercial superior a 10%, tornando ainda mais intratável o
esforço necessário de desinflação da economia brasileira.
Gráfico 3: Série encadeada dos componentes da absorção interna de bens e serviços: índices de
volume com ajuste sazonal – Brasil – 4º trim. 2013–1º trim. 2016
Base: 4º trim. 2013 = 100
105
101,7
100,6
100,4 99,9 99,6 100,2
100,0 100,0
99,399,1 99,1 99,1 99,699,4 99,0 99,1 99,3 99,6
100 98,2 97,7
97,0 96,6
96,0 96,3
95,5
94,7 94,6
93,8 93,5
95 93,1 93,293,0
89,5
90
85 83,0
79,8
80
76,0
73,9
75
70
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Contas Nacionais (CONAC).
Por outro lado, os primeiros sinais de falência do sistema político, a indefinição sobre
qual seria o resultado do pleito presidencial, e a constatação de que a inflação vinha sendo mantida
“artificialmente” controlada provocaram a suspensão dos projetos de investimento no setor privado,
e já no terceiro trimestre de 2014 – antes das eleições, da liberação do câmbio e da retomada do
ciclo de alta da taxa de juros – o volume de formação bruta de capital fixo se encontrava 6,1%
abaixo do observado no final do ano anterior.
Na série com ajuste sazonal, o PIB real da economia brasileira atingiu o seu último
pico no primeiro trimestre de 2014 e já acumula oito trimestres de recessão, pois o resultado anual
de 2014 somente não foi negativo devido ao efeito de carregamento estatístico herdado do ano
anterior. Com a derrota da oposição em outubro deste ano, entretanto, a crise política se acirrou e
Gráfico 4: Série encadeada dos componentes do comércio internacional de bens e serviços: índices
de volume com ajuste sazonal – Brasil – 4º trim. 2013–1º trim. 2016
Base: 4º trim. 2013 = 100
120
108,6
110
104,1
101,8 101,8 101,9
100,0 100,4
100,2 100,5 100,7
99,1
98,4 99,1 99,4
98,0 98,2
100 97,0 96,3
95,9
94,7 94,7
93,5 93,2
89,4
90 87,3
81,3
80 76,9
72,6
70
60
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Contas Nacionais (CONAC).
ALICHI, Ali. Rising income polarization in the United States (iMFdirect – The IMF Blog).
Disponível em: https://blog-imfdirect.imf.org/bloggers/ali-alichi. Acesso em 30 Jun. 2016.
BONELLI, Regis; Fernando VELOSO (org.). A crise do crescimento no Brasil. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2016.
EINCHENGREEN, Barry; Donghyun PARK; Kwanho SHIN. “The Global Productivity Slump:
common and country-specific factors”, National Bureau of Economic Research Working Paper
21556, September 2015. Disponível em: http://www.nber.org/papers/ w21556. Acesso em 30 Jun.
2016.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL. World Economic Outlook: Too Slow for Too Long,
Abr. 2016. Disponível em: http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2016/01. Acesso em 30 Jun.
2016.
MACHADO, Tainara. “Mesmo sem colapso, mudança na China afeta Brasil, diz Gavekal”, Valor
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colapso-mudanca-na-china-afeta-brasil-diz-gavekal. Acesso em 30 Jun. 2016.
OECD. The OECD key economic indicators (KEI) online dataset. Disponível em:
http://stats.oecd.org. Acesso em 30 Jun. 2016.
______. The OECD quarterly national accounts (QNA) online dataset. Disponível em:
http://stats.oecd.org. Acesso em 30 Jun. 2016.
Resumo:
Este artigo tem o propósito de contextualizar o desempenho da agropecuária mineira no curto prazo
(1° Trimestre de 2016) e antecipar, em alguma medida, o que se deve esperar para o
comportamento do setor para o restante do ano de 2016. Para alcançar o objetivo foram utilizados
os dados do IBGE do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) e da Pesquisa
Agrícola Municipal (PAM), os dados do CEPEA do último relatório do PIB do Agronegócio de
Minas Gerais e os próprios dados do Sistema de Contas Trimestrais produzidos pela Fundação João
Pinheiro (FJP). Como resultado, ficou evidenciado que a safra de soja e a primeira safra da batata-
inglesa e do feijão foram determinantes para o resultado favorável da agropecuária mineira no 1°
Trimestre de 2016, e que a expectativa é positiva para o restante do ano em função da projeção de
safra do café.
Palavras-chaves:
Agropecuária, agricultura, desempenho, Economia de Minas Gerais.
Abstract:
This paper is intended to contextualize the performance of Minas Gerais agriculture and ranching in
the short term (1st Quarter 2016) and anticipate, to some extent, what to expect regarding the
sector's behavior for the remaining of the year 2016. To achieve our goal we used data from the
IBGE surveys LSPA and PAM, and as well as CEPEA’s data in the latest report of Minas Gerais
Agribusiness GDP and the Quarterly Accounts System data produced by FJP. As a result, it was
evident that the soybean crop and the first crop of potato and bean were central to the favorable
outcome of Minas Gerais agriculture and ranching in the 1st Quarter of 2016. Expectations are
positive for the remaining of the year mainly due to the coffee crop estimates.
Keywords:
13
Bacharel em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (FJP), pós-graduado lato sensu em Estatística com ênfase em
indústria e mercado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental (EPPGG). Trabalha na Fundação João Pinheiro no Centro de Estatística e Informações (CEI) integrando a equipe
de contas regionais (responsável pelo indicador do PIB trimestral de Minas Gerais e estudos setoriais de conjuntura econômica).
Para alcançar o propósito do trabalho, além dos dados divulgados pela Fundação
João Pinheiro (FJP) relativos ao PIB do 1° Trimestre de 2016, utilizou-se também informações do
IBGE referentes ao setor agropecuário obtidas por meio do Levantamento Sistemático de Produção
Agrícola (LSPA) e da última Pesquisa Agrícola Municipal (PAM); dados do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) publicados no último relatório do PIB do
Agronegócio da instituição (relatório de fevereiro de 2016) e informações obtidas através de
reportagens jornalísticas para subsidiar a análise.
2. DESENVOLVIMENTO
14
Ver reportagem: “Perspectivas positivas para clima devem favorecer safra em 2016, diz IBGE”, Estadão, edição de 12/01/2016.
30,0 24,5
20,0
7,7 4,9 8,6 7,2
10,0 6,1 2,9 2,8
1,1 -1,7 1,0 2,9
0,1
0,0
2,2 3,6 0,8
-10,0 -1,1 -0,4 -1,8 0,5 -3,7 -3,2 -0,3
-3,7
-20,0 -14,2
-30,0 -22,0
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
15
Ver publicação: Contas Nacionais Trimestrais, Indicadores de Volume e Valores Correntes, Janeiro/Março 2016. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-
val_201601caderno.pdf>. Acesso em: 15/06/2016.
Em relação a essas culturas, pode-se dizer que possuem peso significativo no valor
de produção agrícola do estado a soja (aproximadamente 12%), o milho (em torno de 11%), a batata
(por volta de 5%), o feijão (próximo de 4%) e, por último, a banana e o tomate (em torno de 3%
cada) (IBGE, 2015).
16
Coordenado pelo Escritório Regional do IBGE em Minas Gerais, participam do Grupo as seguintes instituições: CEASA-MG,
CONAB, EMATER, EPAMIG, FAEMG, FJP, IMA, Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, SEAPA, Banco do
Brasil e Banco Central. Percentual de safra colhido até o encerramento do primeiro trimestre de 2016 (Levantamento Sistemático
de Produção Agrícola – LSPA – Março de 2016).
De fato, para a maior parte dessas culturas, a previsão de safra para o ano de 2016
projeta (em relação à safra de 2015) expansão desses tratos culturais em Minas Gerais e retração em
âmbito nacional. Enquanto no estado espera-se uma variação positiva na quantidade produzida de
soja, de feijão (primeira safra), de banana e de tomate de, respectivamente, 33,8%, 17,6%, 5,4% e
2,5%; no Brasil é previsto recuo de, respectivamente, -0,4%, -2,2%, -1,6% e -15,7%. Apenas no
O efeito direto das variações nas projeções de safra sobre o resultado do valor
adicionado agropecuário de Minas Gerais no primeiro trimestre de 2016 fica mais evidente quando
a base de comparação escolhida deixa de ser o quarto trimestre do ano passado (cuja composição de
produtos colhidos foi muito distinta) e passa a ser o primeiro trimestre de 2015 (cesta de produtos
colhidos semelhante) (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016). Neste caso, a variação positiva
ocorrida na agropecuária mineira nos três meses iniciais de 2016 fica ainda mais clara, uma vez que
foi estimada uma expansão de 13,6% no volume de valor agregado pelo setor nesta ótica de
comparação (gráf. 3).
Gráfico 3: Valor adicionado na agropecuária: Taxas de variação no trimestre (em relação ao mesmo
trimestre do ano anterior) na série sem ajuste sazonal – Minas Gerais e Brasil – 1º trim.
2013–1º trim. 2016 – (%)
25,0 21,7
18,5
20,0 12,7 13,6
15,0 10,3 6,2
10,0 7,2 3,8 5,4 6,2
5,8 5,1
5,0 -0,6 0,3 0,6
0,0
2,2 2,2
-5,0
-10,0 -3,9 -2,7 -2,0
-3,7
-15,0
-20,0 -6,6 -14,5
-13,1 -14,2
-25,0 -18,8
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
15
13,6
12,0
10
0
-0,3
-5 -3,7
-6,5
-8,1
-10
Brasil Minas Gerais Goiás São Paulo Bahia Rio Grande do Sul
Brasil Minas Gerais Goiás São Paulo Bahia Rio Grande do Sul
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP, 2016), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2016a), Contas Nacionais Trimestrais. Fundação Sistema Estadual de Análise de dados (SEADE, 2016); Instituto
Mauro Borges (IMB, 2016); Fundação de Economia e Estatística (FEE, 2016); Superintendência de Estudos Econômicos e
Sociais da Bahia (SEI, 2016).
17
Em Minas Gerais ainda prevalece a preferência do agricultor pelo plantio da soja em detrimento do milho primeira safra nas
principais regiões produtoras de grãos no estado (Levantamento Sistemático de Produção Agrícola – Maio de 2016).
18
Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) do IBGE.
Milho 37,9
Banana 36,3
Feijão 34,5
Tomate 22,1
Laranja 16,2
Mandioca 11,8
Soja 8,4
Cana-de-açúcar 3,2
Arroz -1,2
Café -5,2
Batata-inglesa -8,7
-40,0 -30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-USP). Elaborado com base no relatório do PIB do
Agronegócio de fevereiro de 2016.
Com relação ao comportamento dos preços, pode-se dizer que a abrupta elevação nos
preços de milho (37,9% no acumulado de janeiro a fevereiro de 2016 vis-à-vis ao mesmo período
do ano passado) pode estar relacionada à oferta menor do produto no mercado até em função da
preferência pelo plantio de soja. Com a elevação dos preços do grão, o mercado de suínos e de aves
relataram problemas com as margens de lucro em virtude da elevação dos valores do milho e do
farelo de soja, insumos fundamentais para estes segmentos da pecuária19. O mesmo raciocínio é
válido para a variação positiva das cotações da banana (36,3% nos dois primeiros meses de 2016
em relação aos mesmos meses do ano passado), já que houve falta de banana em quase todo o
país20. A previsão de variação na safra de banana em 2016 em âmbito nacional é de -1,6%. Já o
aumento nos preços de feijão (34,5%) está atrelado à safra ruim ocorrida no ano passado em quase
todas as regiões do país e a inflexão na previsão da quantidade produzida da primeira safra da
cultura no principal estado produtor em 2016, o Paraná (-23,4%) (gráf. 5).
19
Ver reportagem: “Oferta menor de milho no mercado valoriza o preço do produto”, g1.globo.com, edição de 26/06/2016.
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2016/06/oferta-menor-de-milho-no-mercado-valoriza-o-
preco-do-produto.html>.
20
Ver reportagem de: ARAÚJO, Lucas Conceição; NASTARO, Marina; JULIÃO, Letícia. “Cotações da banana em alta”,
Hortifruti/CEPEA, edição de 19/02/2016. Disponível em: <http://www.hfbrasil.org.br/cotacoes-da-banana-em-alta.aspx>.
Tabela 2: Distribuição regional da previsão (1) dos dados de Café Arábica – Minas Gerais – 2016
Rendimento Variação (%) em relação a 2015
Região Agrícola Área (ha) Produção (t)
(Kg/ha) área produção rendimento
Central 6.062 9.652 1.592 4,07 6,12 1,98
Rio Doce 54.107 65.652 1.213 -6,85 2,03 9,54
Zona da Mata 201.353 255.296 1.268 -1,50 -5,80 -4,37
Sul de Minas 460.575 760.716 1.652 7,02 31,95 23,30
Triângulo 17.709 41.164 2.324 24,05 70,99 37,84
Alto Paranaíba 147.366 303.202 2.057 5,46 44,66 37,18
Centro Oeste 81.626 118.851 1.456 5,51 28,51 21,80
Noroeste 16.710 40.392 2.417 6,18 15,78 9,05
Norte de Minas 9.660 21.483 2.224 0,18 7,64 7,45
Jequitinhonha/Mucuri 24.886 25.405 1.021 0,19 8,07 7,87
Total 1.020.054 1.641.813 1.610 4,06 23,87 19,04
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
(1) Previsão de safra em maio/2016.
Por fim, com relação ao comportamento da pecuária pode-se dizer que até o
fechamento dessa compilação de dados do setor agropecuário, vários setores do segmento básico da
pecuária não tiveram seus dados de produção divulgados – inclusive no relatório do CEPEA do PIB
do Agronegócio de fevereiro de 2016. Mesmo assim, é possível projetar um resultado positivo para
o segmento como um todo dado o peso que a bovinocultura exerce na totalidade do valor
adicionado pela pecuária. De fato, com as temperaturas favoráveis e com o bom volume de chuva
em quase todas as regiões impactando positivamente a qualidade das pastagens espera-se uma
recuperação do segmento de bovinos em Minas Gerais, apesar da suinocultura e avicultura ainda
estarem pressionadas pela elevação dos custos de produção.
3. CONCLUSÃO
Mesmo assim, pode-se concluir que o setor agropecuário de Minas Gerais em 2016
deverá ser o setor responsável por evitar uma queda ainda mais acentuada do PIB mineiro,
contrabalanceando em partes as retrações esperadas para o nível de atividade econômica nos setores
industriais e de serviços. Para os próximos trimestres, sobretudo o segundo e o terceiro trimestre do
ano, este movimento favorável da agropecuária deverá ficar ainda mais nítido em virtude da
expectativa otimista com a colheita da safra de café na economia mineira.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Lucas Conceição; NASTARO, Marina; JULIÃO, Letícia. Cotações de banana em alta.
Hortifruti/CEPEA, edição de 19/02/2016. Disponível em: <http://www.hfbrasil.org.br/cotacoes-da-
banana-em-alta.aspx>.
CEPEA. Relatório PIB Agro Minas Gerais – Fevereiro 2016/ GDP Agribusiness – Outlook.
Esalq/USP: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, 2016.
FEE. PIB do RS no primeiro trimestre tem queda, mas menor que a brasileira. Rio Grande do
Sul: Fundação de Economia e Estatística, 2016.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Monitor FJP Produto Interno Bruto de Minas Gerais – 1°
Trimestre 2016. Belo Horizonte: Centro de Estatística e Informações (CEI), 2016.
IBGE. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) dos estados e do Brasil, safra-
2016, Maio, 2016b.
PERSPECTIVAS positivas para clima devem favorecer safra em 2016, diz IBGE. Estadão,
edição de 12/01/2016. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/campo-e-
lavoura/noticia/2016/01/perspectivas-positivas-para-clima-devem-favorecer-safra-em-2016-diz-
ibge-4949928.html>.
SEADE. PIB Trimestral – Análise do 1° Trimestre de 2016. São Paulo: Portal de Estatísticas do
Estado de São Paulo, 2016.
Resumo
O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais recuou -5,6% na comparação do primeiro trimestre
de 2016 com igual trimestre do ano anterior. A redução do nível de atividade se deve, em boa
medida, ao comportamento do setor industrial – na mesma ótica de comparação o Valor Adicionado
da indústria apresenta uma contração de -13,1%. Posto isso, o foco deste trabalho é avaliar os
fatores chaves para o fraco desempenho da indústria no estado nestes primeiros meses do ano. Os
resultados indicam que o subsetor de extrativa mineral foi o que mais contribuiu para esse
desempenho, apesar de não ser o único. O conhecimento desses fatores poderia subsidiar políticas
que visem a reversão da atual crise na indústria mineira.
Abstract
The Gross Domestic Product (GDP ) of Minas Gerais decreased by -5.6 % over the first quarter
2016 with the same quarter last year. The reduction in activity level is due, largely , to the behavior
of the industrial sector - in the same optical comparison the value added of the industry is a
contraction of -13.1 % . That said, the focus of this study is to evaluate the key factors for the poor
performance of industry in the state in the first months of the year. The results indicate that the
mining sub-sector was the largest contributor to this performance , though not the only one.
Knowledge of these factors could support policies aimed at reversing the current crisis in the
mining industry.
Pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) e professor no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e na Escola de
Governo Professor Paulo Neves de Carvalho (EG). Mestre em Economia Aplicada (UFV) e Especialista em Economia
Empresarial (IEC-PUC-MG). E-mail: glauber.economia@hotmail.com.
Pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP), Doutorando em Economia (CEDEPLAR/UFMG) e Mestre em Engenharia
Aeronáutica e Mecânica (ITA/SP). E-mail: marco.franco@fjp.mg.gov.br.
O setor industrial tem apresentado desempenho cada vez mais desfavorável nos
últimos quadrimestres, tanto em Minas Gerais quanto no Brasil. O presente trabalho tem como
objetivo apresentar algumas estatísticas que confirmam a tendência de forte desaceleração nos
subsetores industriais.
2. DESENVOLVIMENTO
-10,0 -10,7
-11,8
-15,0
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF).
Gráfico 2: Preços mensais do minério de ferro no mercado internacional – jan. 2002–abr. 2016
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF).
A análise do resultado operacional de uma das principais empresas do setor que atua
no estado ajuda a entender esse resultado. A tabela 1 destaca a produção de minério de ferro da
Vale, incluindo o minério de ferro adquirido de terceiros e excluindo a produção atribuível à
Samarco, percebe-se que na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior houve uma leve
ampliação da produção (0,2%) e em relação ao trimestre imediatamente anterior uma queda
considerável, de -12,3%.
21
Segundo a Pesquisa Industrial Anual (IBGE, 2013) as participações da extração de petróleo e gás natural e da extração de minério
de ferro no total da indústria extrativa nacional em 2013 foram, respectivamente, 37,6% e 46,3%. Em Minas Gerais, a extração de
minério de ferro predomina na atividade, com participação de 94,8% em 2013.
22
Considerando a classificação NCM 8 dígitos: 26011100 - Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro
ustuladas (cinzas de piritas), não aglomerados.
23
Free on board.
24
A CFEM é calculada sobre o valor do faturamento líquido, obtido na comercialização do produto mineral e devida
pelas mineradoras aos estados e municípios em decorrência da exploração de recursos minerais, para fins de
aproveitamento econômico.
-29,3
Fabricação de veículos automotores
-26,1
-44,6
Fabricação de máquinas e equipamentos
-20,8
-13,0
Fabricação de produtos de metal, exceto máq. e equip.
-16,6
-10,2
Metalurgia
-14,2
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos -10,8
-12,5
-1,7
Fabricação de outros produtos químicos
-3,9
-2,6
Fabricação de coque, de prod. derivados do petróleo
-1,5
4,3
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
2,7
Fabricação de produtos têxteis -16,8
-14,6
37,4
Fabricação de produtos do fumo
12,6
Fabricação de bebidas 6,1
-3,4
Fabricação de produtos alimentícios 8,3
2,2
TOTAL -7,6
-9,8
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF).
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF).
Tabela 2: Taxas de variação acumulada no ano (compara o resultado acumulado no ano até o
quadrimestre de referência com igual período imediatamente anterior) na série sem ajuste
sazonal – Minas Gerais e Brasil – 1º quadrim. 2014–1º quadrim. 2016
2014 2015 2016
Especificação
I II III I II III I
MINAS GERAIS
TOTAL -0,3 -3,1 -3,9 -6,6 -7,4 -10,0 -9,5
Fabricação de produtos alimentícios 5,6 5,5 2,3 0,5 0,4 3,1 5,1
Fabricação de bebidas -2,6 0,6 2,2 -1,5 -6,3 -2,6 1,8
Fabricação de produtos do fumo 0,3 1,8 -0,1 0,8 5,9 12,2 22,8
Fabricação de produtos têxteis 2,1 -6,7 -8,0 -10,5 -18,0 -28,5 -29,9
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 2,7 1,9 0,0 -4,0 -3,8 -8,5 -4,3
Fabricação de coque, de prod. derivados do petróleo 5,7 5,1 6,2 4,5 0,3 -3,9 -4,1
Fabricação de outros produtos químicos -4,0 0,0 -0,3 1,1 -4,0 -8,7 -8,9
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1,3 0,7 -0,4 -6,0 -10,4 -16,0 -15,4
Metalurgia 0,0 -1,0 -1,2 -2,9 -1,7 -4,6 -7,6
Fabricação de produtos de metal, exceto máq. e equip. -10,6 -11,4 -14,4 -11,8 -11,2 -10,4 -12,1
Fabricação de máquinas e equipamentos 14,2 6,5 -7,7 -20,0 -33,1 -38,0 -42,1
Fabricação de veículos automotores -9,0 -20,7 -18,5 -24,2 -23,2 -33,1 -33,4
BRASIL
TOTAL 1,0 -2,2 -4,2 -6,2 -7,2 -9,9 -10,3
Fabricação de produtos alimentícios 0,2 0,3 -1,0 -1,5 -3,9 -2,1 -1,2
Fabricação de bebidas -1,6 -1,0 1,3 -1,8 -4,1 -4,7 -3,6
Fabricação de produtos do fumo -5,2 -1,1 -1,5 -1,4 -8,4 -9,3 -3,3
Fabricação de produtos têxteis -2,6 -4,7 -6,6 -6,4 -9,7 -14,6 -17,4
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel -1,2 -1,4 -1,1 -1,2 -0,2 -0,7 0,8
Fabricação de coque, de prod. derivados do petróleo 3,9 2,4 2,3 -0,1 -2,8 -6,0 -4,4
Fabricação de outros produtos químicos 2,4 -1,4 -3,9 -3,8 -3,9 -5,0 -5,3
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1,4 -0,4 -2,5 -3,9 -4,7 -7,8 -10,1
Metalurgia -0,4 -4,4 -7,4 -9,2 -8,1 -8,8 -11,1
Fabricação de produtos de metal, exceto máq. e equip. -4,3 -7,8 -10,1 -9,8 -9,4 -11,6 -14,7
Fabricação de máquinas e equipamentos 3,2 -0,6 -5,7 -7,6 -10,0 -14,6 -18,8
Fabricação de veículos automotores 0,3 -12,6 -16,7 -20,3 -18,5 -25,9 -27,7
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações
(CEI).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Para completar o conjunto dos seis indicadores acompanhados pela FIEMG e CNI
em relação à indústria de transformação tem-se o “Rendimento médio real”. Neste quadrimestre
houve recuo de -3,9% no estado e de -0,7% no país. Na taxa anualizada comportamento similar se
verifica, o estado apresenta queda de -0,7% e o país -0,3% (gráf. 08).
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG); Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Gráfico 09: Índice de confiança do empresário industrial (ICEI) – Brasil e Minas Gerais – jan.
2015–abr. 2016
50,0
44,4
45,0
40,2
38,5 38,6 38,9
40,0 37,5 37,2 37,1 36,4 36,5 37,1 37,4
35,7 36,0 36,2
40,7 35,0
35,0 37,5
35,5 35,7 34,9 34,7 34,6
30,0 33,4 34,3 33,7 34,0 34,1
32,9 32,8 32,5
31,4
25,0
20,0
ICEI/BR ICEI/MG
Fontes: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Pesquisa
Sondagem Industrial.
Nota: O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) tem o objetivo de sinalizar aos diversos atores da sociedade a visão dos
industriais em relação à economia. O indicador é construído a partir dos resultados da pesquisa Sondagem Industrial realizada
pelo Sistema FIEMG em conjunto com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Os indicadores variam de 0 a 100,
sendo que valores próximos do limite superior indicam posicionamento de confiança por parte dos empresários.
Nos primeiros meses de 2016, de forma geral, houve recuperação parcial dos níveis
dos reservatórios da maioria das usinas hidroelétricas do Estado em comparação com o mesmo
período em 2015. Reservatórios como os associados às usinas de Furnas, Mascarenhas de Morais e
Marimbondo apresentaram as maiores variações positivas, cada um contando, em maio de 2016,
com mais de 75% do seu volume útil (gráf. 1). Usinas como as de Emborcação, Nova Ponte,
Itumbiara e Três Marias apresentaram recuperação menos pronunciada, com volumes úteis entre
35% e 55% também em maio de 2016. Apesar da boa recuperação em relação ao cenário dramático
observado em 2015, ainda há muitos reservatórios atualmente com volumes reduzidos em relação a
sua capacidade e, portanto, há incertezas quanto à geração elétrica em Minas ao longo de 2016. É
necessário aguardar com cautela como as usinas hidroelétricas mineiras serão despachadas ao longo
da estação seca, mas em todo caso o setor encontrará menos dificuldades em 2016 do que em 2015.
Gráfico 1: Volume útil dos reservatórios de Furnas e Marimbondo – 2016 e 2015 – (%).
Uma análise de longo prazo da geração das usinas mineiras das concessionárias de
energia Furnas Centrais Elétricas S.A. e CEMIG Geração e Transmissão S.A (as usinas da CEMIG
de Jaguara e São Simão foram excluídas do cálculo uma vez que o valor adicionado produzido por
elas é contabilizado nas contas de outros Estados) permite compreender que a recuperação obtida
Gráfico 2: Geração mensal das usinas hidrelétricas da Furnas Centrais Elétricas S.A. em Minas
Gerais – jan. 1999–mai. 2016 – (MWh)
3.500.000
3.000.000
2.500.000
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
0
Geração Furnas - MG
Geração CEMIG - MG
25
Mais informações sobre a revisão tarifária periódica da COPASA estão disponíveis em:
http://www.arsae.mg.gov.br/component/gmg/story/237-arsae-mg-autoriza-reajuste-de-13-9-nas-contas-de-agua-e-esgoto-da-
copasa. Acesso em 24/06/2016.
Gráfico 5: Consumo de gás natural em Minas Gerais de janeiro de 2015 a abril de 2016: demanda
total, do segmento industrial e do setor elétrico (103 m3/dia)
5.000,0
4.500,0
4.000,0
3.500,0
3.000,0
2.500,0
2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI), com base em dados da Associação Brasileira das
Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado. Disponível em http://www.abegas.org.br/Site/. Acessado em 24 de junho de
2016.
-20,0
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Contas Nacionais Trimestrais.
3. CONCLUSÃO
A extrativa mineral foi o subsetor que apresentou maior queda. Isso se deve, em
partes, pela redução da atividade mineradora no município de Mariana – a Samarco, uma das
principais empresas da região, após o desastre ambiental verificado em novembro de 2015 com a
barragem de Fundão a produção, ainda não retomou a atividade e isso tem impactado fortemente a
produção de minério. Além disso, o setor segue sofrendo com um faturamento menor e com o
redirecionamento da produção para plantas mais produtivas e menos onerosas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO (FJP). Monitor FJP - Produto Interno Bruto de Minas Gerais:
1° Trimestre 2016. Belo Horizonte: Centro de Estatística e Informações (CEI), 2016.
Resumo:
Com o objetivo de estimar de Valor Adicionado (VA) do turismo do Estado de Minas Gerais, este
artigo utiliza a nova base de dados das Contas Regionais 2010–2013 e emprega coeficientes de
atendimento turístico para maior aproximação conceitual. Esse refinamento na distinção das
atividades econômicas turísticas e não turísticas, permitiu identificar a obtenção da participação
econômica do turismo no total da economia de Minas Gerais, em média, de 1,6%, uma trajetória de
queda real de crescimento no período analisado e a relevância dos serviços de alimentação e
transporte terrestre para o resultado final do setor.
Abstract:
In order to estimate the value added (VA) of the State of Minas Gerais tourism, this article uses the
new database Regional Accounts 2010–2013 and employs tourist attendance coefficients for greater
conceptual approach. This refinement in distinction of tourist and non-tourist activities, identified
the achievement of economic tourism share in the total economy of Minas Gerais, on average,
1.6%, a path of real fall of growth in the period analyzed and the relevance of the food service and
ground transportation to the final result of the sector.
26
Pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP). Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). E-mail: caio.goncalves@fjp.mg.gov.br.
Este artigo tem como objetivo estimar o Valor Adicionado (VA) do turismo do
Estado de Minas Gerais por meio da nova base de dados das Contas Regionais 2010-2013 e através
do coeficiente de atendimento turístico que distingue as atividades econômicas turísticas e não
turísticas.
Dessa forma, esse artigo contribui para a literatura de mensuração das atividades
turísticas, especificamente para o Estado de Minas Gerais que possui atrativos na área de turismo
devido a sua riqueza histórica, cultural, gastronômica e polo de negócios.
Coeficientes de
atendimento turístico
• Valor adicionado
(VA) por atividades • VA do turismo por
econômicas • Atividades grupo de ACT
Caraterísticas do
Turismo (ACT)
Pesquisa Anual de
2010-2013
Serviços (PAS)
6.000 5.494
4.803
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2010 2011 2012 2013
Fonte: Elaborado pelo autor.
2,0
1,66 1,63
1,57 1,57
1,5
1,0
0,5
0,0
2010 2011 2012 2013
Fonte: Elaborado pelo autor.
Gráfico 3: Participação das atividades econômicas do valor adicionado total de Minas Gerais –
2010–2013
Nesse mesmo período, a taxa de crescimento real do setor de Serviços como um todo
de Minas Gerais se elevou 2,3% em 2011, 3,2% em 2012 e 1,1% em 2013, revelando que nos anos
de 2011 e 2012, o turismo cresceu acima do setor de serviços. Isso também foi verificado quando
comparado com a economia de Minas Gerais que cresceu 2,4% em 2011 e 3,3% em 2012.
Gráfico 5: Índices de volume das atividades turísticas de Minas Gerais – 2012–2015 – (2011=100)
(%)
%
5,0
4,1
4,0
3,0
2,0
1,1
1,0
0,0
2012 2013 2014 2015
-1,0
-0,3
-2,0
-3,0
-4,0
-4,0
-5,0
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
Elaborado pelo autor.
1%
4%
11%
14% Alojamento
Alimentação
Transporte terrestre
8% Transporte aquaviário
0% Transporte aéreo
35% Aluguel de transporte
Agências de viagem
Cultura e lazer
27%
4. CONCLUSÕES
Além disso, foi realizada uma aproximação para obter a taxa de crescimento real do
setor, sendo verificada uma trajetória descendente nos dados nos anos de 2011 a 2013. No entanto,
em 2011 e 2012, o turismo de Minas Gerais apresentou crescimento superior ao total da economia
do Estado e também dos serviços como um todo.
Especificação
Valor (US$ Variação (2) Valor (US$ Part. (1) Variação (2) Valor (US$
Part. (1) (%)
milhão FOB) (%) milhão FOB) (%) (%) milhão FOB)
Terceiro principal estado exportador do país, Mato Grosso foi responsável por 9,5%
das vendas externas do país no primeiro quadrimestre de 2016 (US$ 5,3 bilhões nos primeiros
quatro meses de 2016 e US$ 3,6 bilhões no mesmo período de 2015, aumento de 49,4%). Vale
destacar que o estado apresentou o mais elevado saldo da balança comercial, dentre todos os estados
brasileiros, US$ 4,9 bilhões no primeiro quadrimestre de 2016.
Com exportações de US$ 4,9 bilhões de janeiro a abril de 2016 (aumento de 10,9%
em relação ao primeiro quadrimestre de 2015), o Paraná se posicionou como quarto principal estado
exportador do país, seguido pelos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, cujas
participações relativas foram de 7,4% nos primeiros quatro meses de 2016.
Por fim, também foi observado que Pernambuco, dentre o conjunto dos estados
brasileiros, foi aquele que apresentou taxa de crescimento das exportações mais elevada, 56,8%,
alcançando 0,5% do total das receitas externas brasileiras no primeiro quadrimestre de 2016. Esse
resultado pode ser atribuído, principalmente, ao aumento das exportações de Combustíveis,
Plásticos e Veículos-tratores-ciclos.
27
Informações e análises mais detalhadas disponíveis no Monitor Fundação João Pinheiro: Comércio Internacional.
Por sua vez, o volume total exportado pelo Estado, de janeiro a abril de 2016,
registrou expansão de 7,6%, quando comparado com o mesmo período de 2015 (62,8 milhões de
toneladas em 2016 e 58,3 milhões de toneladas em 2015). Dentre os segmentos que apresentaram as
taxas de crescimento do volume físico exportado mais elevadas destacam-se: Madeira, Carvão
Vegetal e Outros (316,2%), Bebidas (195,2%), Pedras e Metais Preciosos (158,5%), Cerâmicos
(70,1%), Confecções (68,2%), Alimentar (52,4%), Instrumentos Científicos (45,1%), além de
Minérios, responsável por 92,5% do volume físico exportado pelo Estado e cuja elevação alcançou
6,1%.
Tendo em vista a retração de 15,8% registrada para o valor das exportações de Minas
Gerais e de 3,4% nas exportações brasileiras de janeiro a abril de 2016, em comparação com o
mesmo período de 2015, o coeficiente de participação relativa das vendas externas mineiras, no
valor total exportado pelo Brasil, passou de 12,7% em 2015 para 11,1% em 2016.
8.000,0
7.000,0
US$ milhões FOB
6.000,0
5.000,0
4.000,0
3.000,0
2.000,0
1.000,0
0,0
Exportações Importações Saldo Comercial
2015 7.342,5 2.974,0 4.368,5
2016 6.183,0 2.243,9 3.939,1
2015 2016
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estatística e
Informações (CEI).
Nota: FOB = Free on Board.
No que diz respeito ao conjunto dos quatro principais blocos e regiões compradores
de produtos mineiros, o comportamento no período janeiro a abril de 2016, em comparação com o
mesmo período do ano anterior, foi: retração das exportações para a União Europeia
(-24,0%), de 22,8% para Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) e de 14,7% para a
Ásia. Esses blocos responderam por, respectivamente, 23,9%, 13,5% e 38,0% do valor total das
exportações de Minas Gerais no período sob consideração Por outro lado, observou-se recuperação
11,8% das receitas oriundas do Mercado Comum do Sul (Mercosul), responsável por 8,7% das
vendas no primeiro quadrimestre de 2016 (gráf. 2).
Gráfico 2: Comportamento das exportações de Minas Gerais segundo principais blocos e países –
jan.–abr. 2016 – (%)
50,0
38,0
40,0
30,0
23,9 23,1
20,0
13,5 11,8 12,5
8,7 9,3 7,8
10,0 5,8 5,7
(%)
0,0
-10,0
-10,8
-20,0 -14,7
-18,5
-24,0 -22,8
-30,0 -25,0
-34,5
-40,0
Ásia
União Estados Países
(excl.Or. Nafta Mercosul China Argentina Japão
Européia Unidos Baixos
Médio)
Var % (1) -14,7 -24,0 -22,8 11,8 -10,8 -34,5 12,5 -25,0 -18,5
Part % (2) 38,0 23,9 13,5 8,7 23,1 9,3 7,8 5,8 5,7
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e
Informações (CEI).
Notas: Nafta = North American Free Trade Agreement. Mercosul = Mercado Comum do Sul.
(1) Variação do valor das exportações no período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior. (2) Participação no
valor total das exportações de Minas Gerais no período de referência.
(1) Participação no valor total das exportações de Minas Gerais no período de referência. (2) Variação do valor das exportações no
período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior.
Gráfico 3: Comportamento das importações de Minas Gerais segundo principais países de origem –
jan.–abr. 2016
40,0
29,7
30,0
18,7
20,0 13,2
10,4
10,0 6,6 4,6 3,2
0,0
(%)
-10,0
-20,0 -17,9
-30,0
-30,2
-40,0 -39,7 -34,0
-42,2
-50,0
China Estados Unidos Argentina Itália Alemanha França
Var % (1) -30,2 -42,2 -39,7 -34,0 -17,9 29,7
Part % (2) 18,7 13,2 10,4 6,6 4,6 3,2
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e
Informações (CEI).
(1) Variação do valor das exportações no período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior. (2) Participação no
valor total das exportações de Minas Gerais no período de referência.
Tabela 4: Ranking dos vinte maiores municípios exportadores – Minas Gerais – jan.–abr. 2016
Exportação
Município
Valor (US$ mil FOB) Participação (1) (%) Variação (2) (%)
Nova Lima 475.514 7,7 -27,4
Araxá 421.298 6,8 -27,1
Betim 419.386 6,8 15,5
Varginha 357.542 5,8 -19,7
Guaxupé 206.465 3,3 -38,2
Ouro Preto 205.396 3,3 -51,5
Belo Oriente 195.793 3,2 1,1
Paracatu 182.338 2,9 -8,0
Conceição do Mato Dentro 171.473 2,8 211,4
Araguari 168.176 2,7 67,2
Congonhas 159.947 2,6 -19,1
Ouro Branco 157.575 2,5 -23,8
Mariana 130.569 2,1 1,9
Belo Horizonte 127.235 2,1 -63,5
São Gonçalo do Rio Abaixo 125.416 2,0 -38,5
Contagem 118.638 1,9 -15,6
Itabira 118.381 1,9 -41,6
Uberlândia 100.340 1,6 46,1
Patrocínio 99.457 1,6 16,3
Itabirito 97.961 1,6 -56,7
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e
Informações (CEI).
Nota: FOB = Free on Board.
(1) Participação no valor total das exportações de Minas Gerais no período de referência. (2) Variação do valor das exportações no
período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior.
28
Reinaldo Carvalho de Morais
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo analisar algumas das principais estatísticas de finanças
públicas do governo de Minas Gerais. O texto conta com tabelas e gráficos onde são apresentados
dados de receita, despesa e dívida pública. Foram levantados diversos indicadores de outros estados,
tendo por objetivo traçar comparações com o desempenho de Minas Gerais. Há indícios de que os
efeitos da crise econômica atual têm contribuído de forma significativa para o desequilíbrio fiscal
do estado, bem como de outras unidades da federação, com variações reais negativas nas principais
fontes de receita e com trajetórias desfavoráveis para os indicadores de endividamento.
Palavras-chaves:
Receita, equilíbrio fiscal, despesa realizada, dívida pública, Lei de Responsabilidade Fiscal.
Abstract:
This study aims to analyze some of the key public finance statistics of the government of Minas
Gerais. The text includes tables and graphs which are presented revenue data, expenditure and
public debt. Various indicators of other states, with the objective of making comparisons with the
performance of Minas Gerais were raised. There is evidence that the effects of the current economic
crisis have contributed significantly to the fiscal imbalance of the state, as well as other units of the
federation, with negative real variations of the main sources of revenue and unfavorable trajectories
for debt indicators.
Keywords:
Revenue, fiscal balance, expenditure made, public debt, the Fiscal Responsibility Law.
28
Mestre em Administração Pública com área de concentração em Gestão Econômica pela Fundação João Pinheiro (FJP). Bacharel
em Estatística e em Administração Pública. Pós-graduado em Gestão Financeira. Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental (EPPGG). Professor de Estatística. Desenvolve pesquisas no Centro de Estatística e Informações (CEI) da
Fundação João Pinheiro integrando a equipe de contas regionais (responsável pelo indicador do PIB trimestral de Minas Gerais e
estudos setoriais de conjuntura econômica).
A manutenção do equilíbrio das contas públicas tem sido um grande desafio, tanto
para o governo de Minas Gerais, quanto para os governos dos principais estados brasileiros. A
desaceleração da atividade econômica e a trajetória crescente das despesas públicas surgem como
os principais fatores responsáveis pelos resultados financeiros negativos. Esta situação tem como
uma das principais consequências o aumento do endividamento dos estados.
Este trabalho foi organizado da seguinte maneira: após a presente introdução, a seção
dois apresenta dados do resultado fiscal do governo de Minas Gerais nos últimos 10 anos. A seção
seguinte conta com estatísticas de receita com ênfase nos principais itens de arrecadação do estado,
como o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e as transferências correntes.
A quarta seção traz informações sobre o comportamento da despesa realizada pelo governo mineiro,
com ênfase nos gastos com pessoal, principalmente no que se refere aos parâmetros da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Na quinta seção são apresentados dados relativos à dívida pública
com destaque para a evolução da relação entre Dívida Consolidada Líquida (DCL) e Receita
Corrente Líquida (RCL). A última seção apresenta comentários finais sobre o cenário das contas
públicas mineiras e perspectivas para os próximos quadrimestres.
2. RESULTADO FISCAL
Em relação ao resultado fiscal em Minas Gerais, governo fechou o ano de 2015 com
Déficit de R$ 8,96 bilhões (tab. 1).
Tabela 1: Receita orçamentária e despesa realizada (valores correntes) – Minas Gerais – 2015
(R$ milhões)
RECEITA DESPESA
Corrente 72.766 Corrente 66.536
Capital 641 Capital 7.074
Dedução do FUNDEB (7.056)
Demais Deduções (168)
Total da Receita Orçamentária 66.184 Total da Despesa Orçamentária 73.610
Foi a terceira vez consecutiva em que o Resultado Orçamentário foi negativo. Nos
últimos 10 anos, houve déficit em 2013, 2014 e 2015. Entre 2006 e 2012 o governo fechou as
contas no “azul” (tab. 2).
29
Disponível em:
http://pedrojucamaciel.com/contas-publicas-estaduais-em-2015-melhora-do-resultado-primario-mas-piora-do-perfil-fiscal/. Acesso
em julho de 2016.
3. RECEITA ARRECADADA
30
Disponível em:
http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20160701.pdf
Acesso em julho de 2016.
31
Disponível em:
http://www.planejamento.mg.gov.br/images/documentos/loa_lei_orcamentaria_anual/LOA_2016/01._Volume_I.pdf
Acesso em julho de 2016.
32
Através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA.
O gráfico 1 apresenta a evolução das taxas de variação real nos últimos bimestres
para as “Transferências Correntes” em Minas Gerais e no grupo dos 10 estados de maior PIB (G10).
34
Em valores constantes, apesar do resultado negativo, os números foram melhores no estado nos
últimos dois bimestres (-7,5% e -5,9%, respectivamente) do que no agregado G10 (-10,7% e -
10,2%, respectivamente) (gráf. 1).
33
“São despesas realizadas para as entidades da Administração Indireta ou da iniciativa priva cujos recursos devem ser aplicados,
pelo beneficiário, em despesas correntes. Em razão da natureza da despesa, não haverá, em nenhuma hipótese, por parte do
beneficiário, contraprestação em bens e serviços” (SILVA, 2007)
34
Em vários indicadores de Finanças Públicas foram comparados os resultados de Minas Gerais com agregado dos 10 estados com
maiores economias medidas através do Produto Interno Bruto (PIB) – G9 (na ordem: SP, RJ, MG, RS, PR, SC, DF, BA, GO, PE).
2013-B2
2013-B3
2013-B4
2013-B5
2013-B6
2014-B1
2014-B2
2014-B3
2014-B4
2014-B5
2014-B6
2015-B1
2015-B2
2015-B3
2015-B4
2015-B5
2015-B6
2016-B1
2016-B2
G-10 Minas Gerais Ano: Bimestre
Fonte: Relatório resumido da execução orçamentária (RREO) dos estados; Secretaria do Tesouro Nacional (STN/MF), Anexo 3
(LRF, Art. 53, inciso I).
Gráfico 2: Receita tributária: Taxa de variação real 35 no bimestre (em relação ao mesmo bimestre
do ano anterior) – Minas Gerais e G-10 (SP, RJ, MG, RS, PR, SC, DF, BA, GO e PE) –
1º bim. 2013–2º bim. 2016
15
9,8
8,7
10 6,7
5,7
4,4 3,4 3,9
5 1,7
0,3 0,7 1,4 1,3
4,8 5,3 -0,3 -0,6
4,3
0 4,2 -2,8
3,6 1,3 2,0 -2,2
-4,6 -4,7
-0,6
-1,9 -1,8 -7,8
-5 -3,0 -2,8
-3,1 -4,2 -10,4 -4,4
-5,0
-10 -8,0 -6,1
-10,1 -11,4
-15
2013-B1
2013-B2
2013-B3
2013-B4
2013-B5
2013-B6
2014-B1
2014-B2
2014-B3
2014-B4
2014-B5
2014-B6
2015-B1
2015-B2
2015-B3
2015-B4
2015-B5
2015-B6
2016-B1
2016-B2
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) dos estados; Secretaria do Tesouro Nacional (STN/MF), Anexo 3
(LRF, Art. 53, inciso I).
35
Os valores foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE).
Gráfico 3: Arrecadação de ICMS: Taxa de variação real no bimestre (em relação ao mesmo
bimestre do ano anterior) – Minas Gerais e G10 (SP, RJ, MG, RS, PR, SC, DF, BA, GO
e PE) – 1º bim. 2013–2º bim. 2016
15
10,8
10 7,7 8,5
5,1
4,7 4,5
3,6
5
6,4 6,2 5,8
4,6 1,7
-1,8 3,5 3,1 0,6
-1,7 -1,3
0 2,4 -1,5
-2,8 -2,6
-1,0 -5,2 -4,4
-5,2
-5 -3,1 -3,5 -2,3 -7,1
-4,9 -4,2
-6,5 -6,7 -10,8
-10 -7,7 -7,7
-9,5
-11,7 -12,2
-15
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) dos estados; Secretaria do Tesouro Nacional (STN/MF), Anexo 3
(LRF, Art. 53, inciso I).
36
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços.
37
Entre o sexto bimestre de 2014 e o primeiro bimestre de 2016
3. DESPESA REALIZADA
38
Lei Estadual número 21.781/2015.
39
Conforme classificação funcional definida na Lei 4.320/64.
40
Disponível no sítio:
http://www.planejamento.mg.gov.br/images/documentos/loa_lei_orcamentaria_anual/LOA_2016/volume5.pdf
Dentre os estados que compõem o agregado G10, Minas Gerais apresentou o terceiro
maior incremento nominal nos gastos com pessoal no primeiro quadrimestre de 2016. Apenas
estados do Paraná e da Bahia alocaram maior volume de recursos do que Minas Gerais, com
acréscimos nominais de 19,3% e 18,4%, respectivamente (tab. 5).
Tabela 5: Despesa com “Pessoal e Encargos Sociais” – Minas Gerais e estados selecionados – jan–abr.
2015/jan–abr. 2016
(R$)
ACUMULADO ACUMULADO
UF VARIAÇÃO
JAN-ABR/2015 JAN-ABR/2016
PR 6.848.875.771 8.169.789.253 19,3%
BA 4.970.361.689 5.886.764.060 18,4%
MG 11.333.458.737 12.336.945.925 8,9%
SC 4.032.925.207 4.332.934.419 7,4%
RS 7.733.336.456 8.169.682.045 5,6%
GO 3.454.557.606 3.617.028.129 4,7%
SP 25.055.094.216 25.927.135.933 3,5%
PE 3.694.507.391 3.810.311.390 3,1%
RJ 6.361.131.779 6.135.513.175 -3,5%
DF 5.800.817.588 5.445.899.292 -6,1%
Fonte: Relatório resumido da execução orçamentária (estados).
Acesso em Junho/2016.
41
Lei de Responsabilidade Fiscal.
42
Disponível em no sítio:
http://www.fazenda.mg.gov.br/governo/contadoria_geral/gestaofiscal/ano2016/1quadrimestre2016.pdf
Acesso em junho/2016.
48,71
49
47,91 47,71
47 45,82
45 42,94 43,49
43 41,94 42,05
41,17 41,49
40,73
41
38,98 39,11
39
37
35
2012-Q1
2012-Q2
2012-Q3
2013-Q1
2013-Q2
2013-Q3
2014-Q1
2014-Q2
2014-Q3
2015-Q1
2015-Q2
2015-Q3
2016-Q1
MG LIMITE DE ALERTA LIMITE PRUDENCIAL LIMITE MÁXIMO
5. DÍVIDA PÚBLICA
43
Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
44
DCL: Dívida pública consolidada, deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres
financeiros.
UF 2013/Q1 2013/Q2 2013/Q3 2014/Q1 2014/Q2 2014/Q3 2015/Q1 2015/Q2 2015/Q3 2016/Q1
RS 213 208 209 208 205 209 213 217 227 218
RJ 155 162 154 156 154 178 178 186 198 192
MG 166 169 183 171 167 179 182 195 199 188
SP 143 127 142 137 130 148 147 154 168 163
GO 94 94 92 91 91 90 91 90 99 76
PE 39 44 53 45 49 58 54 59 62 58
BA 19 33 47 32 37 40 40 50 59 54
SC 40 46 48 39 39 45 40 46 53 41
PR 42 58 60 55 51 58 55 ... 49 40
DF 8 7 16 14 12 21 17 19 25 25
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (STN/MF).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As perspectivas para as contas públicas dos estados e de Minas Gerais não são as
melhores. A forte retração da atividade econômica em 2015 e 2016 provocou significativa
desaceleração no ritmo de crescimento das receitas. Por outro lado, as despesas diminuíram de
forma tímida o ritmo de crescimento. Dessa forma, é inevitável que os estados apresentem resultado
financeiro negativo em 2016.
Dessa forma, depreende-se que o equilíbrio fiscal dos principais estados dependa
muito da retomada do crescimento econômico, uma vez que a principal fonte de receita, o ICMS,
tem sido fortemente afetada pela desaceleração da atividade. Além disso, parte considerável do
gasto público é composto pelas chamadas despesas obrigatórias, o que permite limitada margem de
ação para os governos promoverem o ajuste fiscal através do corte de dispêndios.
MACIEL, Pedro Jucá. Contas Públicas estaduais em 2015: melhora do resultado primário, mas
piora do perfil fiscal. 2016. Disponível em:
http://pedrojucamaciel.com/contas-publicas-estaduais-em-2015-melhora-do-resultado-primario-
mas-piora-do-perfil-fiscal/fin2015site/. Acesso em 04-07-16.
MENDONÇA, Marco Aurélio Alves de. Carta de Conjuntura - 2016 - Junho - nº 31. Brasília:
2016.
MINAS GERAIS. Lei n. 21.781 de 01 de outubro de 2015. Altera as Leis nºs 6.763, de 26 de
dezembro de 1975, 12.729, de 30 de dezembro de 1997, 14.937, de 23 de dezembro de 2003, e
19.976, de 27 de dezembro de 2011, e dá outra providência. Belo Horizonte: 2015.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Fazenda – SEF. Relatório Contábil 2015. Belo
Horizonte: 2016a.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Fazenda – SEF. Relatório de Gestão Fiscal – RGF.
Belo Horizonte: 2016d.
SILVA, Jair Cândido da. Lei 4320/64, comentada: uma contribuição para a elaboração da lei
complementar (parágrafo 9º do art. 165 da CF/88). Editora Thesaurus. Brasília, 2007.
Resumo
Este artigo pretende apresentar os indicadores mais recentes do mercado de trabalho em Minas
Gerais – emprego, desemprego e rendimentos-, comparando-os, em alguns pontos, aos dados
nacionais. As atividades produtivas correspondentes foram priorizadas na seleção dos dados.
Seguindo o formato desta publicação, o foco temporal é o primeiro quadrimestre de 2016.
PALAVRAS-CHAVE
Mercado de trabalho, emprego, desemprego, rendimentos.
ABSTRACT
This paper aims to present the latest indicators of the labor market in Minas Gerais - employment,
unemployment and income -, comparing them, in some points, to national data. The data was
focusing on the correlated economic activities and follows the format of this publication, the first
four months of 2016.
KEYWORDS
Labor market, employment, unemployment, income.
45
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, economista e mestre em Administração Pública. Email:
maria.aparecida.sales@fjp.mg.gov.br.
46
Caged: Registro Administrativo instituído pela Lei n° 4923 em dezembro de 1965, com o objetivo de acompanhar o processo de
admissão e demissão dos empregados regidos pelo regime CLT e dar assistência aos desempregados.
1.000
797,9 790,1 811,6 787,8
772,7 775,3 767,7 767,2
800 726,0 885,5 875,5 716,0 690,4
815,1 833,2 816,5 811,7 637,2
722,4 576,1
600 713,3 687,1 694,2
649,5
552,3
400 496,3
200
89,1 87,6 60,5 63,9 48,8 23,8 -23,8
0 -21,8
-67,7 -62,0 -40,8
-80,1
-140,9
-200
2012:1
2012:2
2012:3
2013:1
2013:2
2013:3
2014:1
2014:2
2014:3
2015:1
2015:2
2015:3
2016:1
admissões desligamentos saldo
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações.
-150
2012:1
2012:2
2012:3
2013:1
2013:2
2013:3
2014:1
2014:2
2014:3
2015:1
2015:2
2015:3
2016:1
Agrícola Não agrícola
Brasil
(Mil postos de trabalho)
2012:2
2012:3
2013:1
2013:2
2013:3
2014:1
2014:2
2014:3
2015:1
2015:2
2015:3
2016:1
Agrícola Não agrícola
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações.
O setor agropecuário foi o principal gerador de empregos para a maior parte desses
territórios. No Triângulo Sul, além dos empregos adicionais nos cultivos de cana-de-açúcar, soja,
café e de outros produtos da lavoura temporária, a indústria da transformação também aumentou
consideravelmente os postos de trabalho na região, sendo 0,7 mil do segmento de alimentos e
bebidas e 0,3 mil da indústria química. O cultivo de café dinamizou o emprego nos territórios Sul e
Sudoeste. No Noroeste, o aumento de contratações proveio essencialmente das atividades de apoio
à agricultura, da produção de sementes, de cereais e da horticultura. O acréscimo do saldo industrial
de vínculos formais observado no território Oeste deveu-se ao desempenho da indústria de calçados,
que gerou 3,7 mil vagas.
2012:2
2012:3
2012:4
2013:1
2013:2
2013:3
2013:4
2014:1
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2014:3
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2015:1
2015:2
2015:3
2015:4
2016:1
PEA Ocupados Taxa de desemprego
Brasil
Mil pessoas Em % (da População Economicamente Ativa)
10,9 12,0
100.000
8,9 9,0 10,0
7,9 8,0 7,9 8,3
7,5 7,1 7,4 7,2
95.000 6,9 6,9 6,8 6,8 6,5 8,0
6,2
6,0
90.000
4,0
85.000
2,0
80.000 0,0
2012:1
2012:2
2012:3
2012:4
2013:1
2013:2
2013:3
2013:4
2014:1
2014:2
2014:3
2014:4
2015:1
2015:2
2015:3
2015:4
2016:1
PEA Ocupados Taxa de desemprego
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua).
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações.
Por categoria de empregos, observou-se aumento dos trabalhadores por conta própria
e redução da ocupação nas demais categorias, que podem ser associados a um rearranjo face às
pressões do mercado de trabalho. Em Minas Gerais, 102 mil pessoas passaram a integrar o trabalho
por conta própria no primeiro trimestre de 2016, aumento de 4,7% comparativamente ao mesmo
trimestre de 2015. O grupo de empregadores, em contrapartida, diminuiu 5,1%. No Brasil, o
trabalho por conta própria absorveu mais 1,4 milhão de pessoas, variação de 6,5% na mesma base
comparativa. A categoria de empregadores diminuiu 8,6%.
1.600
2012:1
2012:2
2012:3
2012:4
2013:1
2013:2
2013:3
2013:4
2014:1
2014:2
2014:3
2014:4
2015:1
2015:2
2015:3
2015:4
2016:1
Minas Gerais Brasil
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua).
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações.
Segundo níveis de instrução, apenas o grupo com o menor nível (sem instrução e
com 1 ano ou menos de estudo) e também com o menor rendimento, apresentou ganho real. O
rendimento para esse agrupamento aumentou de R$818 para R$962 entre o primeiro trimestre de
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Este indicador permite aferir em contrapartida, os níveis de trabalho sem proteção social, ou seja, trabalhos que ocorrem muitas
vezes na informalidade, através de prestação de serviços por conta própria ou das relações de trabalho no contexto de pequenos
negócios informais.
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O acompanhamento da massa salarial proporciona conhecer um pouco sobre a qualidade e vigor do mercado de trabalho e do
mercado interno das regiões avaliadas, sendo um indicador da capacidade de consumo e do endividamento familiar.
Gráfico 5: Massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas
pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento
de trabalho – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2012–1º trim. 2016 – (bilhões de reais)
10,0
9,9 9,85 9,92 94,0 92,9
9,87 9,85 92,2 92,2
9,8 9,82 9,84 9,79 9,81 91,9 92,1
92,3
92,0 92,1
9,7 9,739,769,71 9,71
9,75
9,70 92,0 91,2 91,3
90,3 90,6 90,6
9,6 9,61 90,1
9,53 89,6 89,4
9,5 90,0
9,4 9,38 88,0
9,3 88,0
9,2
9,1 86,0
2012:1
2012:2
2012:3
2012:4
2013:1
2013:2
2013:3
2013:4
2014:1
2014:2
2014:3
2014:4
2015:1
2015:2
2015:3
2015:4
2016:1
2012:1
2012:2
2012:3
2012:4
2013:1
2013:2
2013:3
2013:4
2014:1
2014:2
2014:3
2014:4
2015:1
2015:2
2015:3
2015:4
2016:1
Massa de Rendimentos Minas Gerais Massa de Rendimentos Brasil
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua).
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Monitor FJP Produto Interno Bruto de Minas Gerais – 1°
trimestre 2016. Belo Horizonte: Centro de Estatística e Informações (CEI), 2016.