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10/8/2014 Álfheim – Wikipédia, a enciclopédia livre

Álfheim
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na mitologia nórdica, Álfheim (Álfheimr em nórdico arcaico, lar


Álfheim
dos elfos) é um dos nove mundos, e o domicílio dos Álfar (elfos).
O nome aparece, também, em baladas escocesas sob a forma de
Elfhame e Elphame. É também um nome antigo para o território
que existe entre o que, atualmente, é o rio Glomma na Noruega e
o rio do Göta älv na Suécia.

Índice
Meadow Elves, de Nils Blommér, 1850
1 A Morada Élfica Reino dos elfos
1.1 Em Textos Nórdicos Portal da M itologia nórdica
1.2 Em Textos Ingleses
1.3 Usado por J. R. R. Tolkien
2 A Região na Escandinávia
2.1 Sobre a Região e seus Povos
2.2 As tradições de Álf, o Velho
2.3 Os Reis Antigos de Alfheim
2.3.1 Sobre as Lendas
2.3.2 História
3 Variações

A Morada Élfica
Em Textos Nórdicos

Alfheim como a morada do elfos é mencionado somente duas vezes nos velhos textos nórdicos.

O poema édico Grímnismál descreve doze moradias divinas, iniciando a estrofe 5 com:

Ydalir chama eles do lugar de Ull

Um salão construído para si mesmo

E Alfheim, os deuses para Frey uma vez deram

Como um presente de dente em tempos antigos

Um presente de dente era um presente dado a uma criança na queda do seu primeiro dente. Veja fada dos
dentes.

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Snorri Sturluson no Gylfaginning relaciona Alfheim como o primeiro de uma série de mundos do céu:

O que é chamado de Alfheim, o lugar onde residem o povo chamado elfos luminosos (ljósalfar);
mas os elfos escuros (Svartálfar) habitam em baixo, na terra, e eles são diferentes na aparência,
mas muito mais diferentes na natureza. Os elfos luminosos são justos como o sol, mas os elfos
escursos são piores do que o piche.

No mesmo poema, enquanto o autor discursa sobre um salão chamado Gimlé e sobre a zona mais ao sul do
céu, que sobreviverá mesmo quando a terra e o céu forem destruídos, há uma nova explicação sobre o lugar:

É dito que existe um outro céu, em direção ao sul e ascendente a este, e é chamado Andlang
(Andlangr ou Endlong), mas o terceiro céu ainda está acima deste, e é chamado Vídbláin
(Vídbláinn ou Largo-azul) e é neste céu que nós pensamos estar a moradia. Mas nós
acreditamos que ninguém além dos elfos luminosos habitam estas mansões agora.

Não há indicação se estes céus são idênticos a Alfheim ou distintos. Em alguns textos aparecem Vindbláin
(Vindbláinn ou Vento-azul) no lugar de Vídbláin.

Os estudiosos modernos especulam (às vezes estabelecendo como fato) que Alfheim era um dos nove mundos
(heima) mencionados na segunda estrofe do poema édico Völuspá.

Em Textos Ingleses

Nas diversas baladas inglesas e escocesas sobre as fadas e suas doutrinas, o reino destes povos são chamados
Elphame ou Elfhame, às vezes também traduzidos como Elfland ou Elfenland. A rainha das fadas é
chamada, freqüentemente, de "Rainha de Elphame" nas baladas, tais como a de Thomas the Rhymer:

'Eu não sou a Rainha do Céu, Thomas,

Este o nome não me pertence;

Eu sou apenas a Rainha de Elphame

Saindo a caçar em minha montaria.'

Elfhame, ou Elfland, são descritas em uma grande variedade de formas nestes baladas e histórias. Geralmente
são místicas e benevolentes, mas também, às vezes, sinistras e malignas. O misteriosismo da terra, e seus
poderes do além são a fonte do ceticismo e desconfiança em muitos contos. Os exemplos das viagens ao reino
dos elfos/fadas incluem "Thomas the Rhymer" e o conto de fadas "Childe Rowland", sendo que o último tem um
ponto de vista particularmente negativo sobre o mundo dos elfos.

Usado por J. R. R. Tolkien

O escritor inglês J. R. R. Tolkien transformou em inglês, Elvenhome, o nome em nórdico arcaico, Alfheim. Em
seus contos, Elvenhome é imaginado como uma região litorânea das Terras Eternas, no oeste distante. O
Grande Rei dos elfos do oeste era Ingwë, derivado do nome Yngvi, encontrado freqüentemente como um
sinônimo para Frey, que habitava Alfheim de acordo com o Grímnismál.

A Região na Escandinávia
Sobre a Região e seus Povos

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Na saga de Ynglinga, quando é relacionado os eventos do reino do Rei Gudröd (Guðröðr) o Caçador relata:

Álfheim, nesse tempo, era o nome da terra entre o Raumelfr (Rio do elfo Raum, o Rio Glomma,
atualmente) e Gautelfr (Rio do elfo Gaut, o Rio Göta Älv, atualmente).

As palavras "nesse tempo" indicam que o nome para a região era arcaico ou obsoleto pelo século XIII. A sílaba
elfr é uma palavra comum para "rio" e aparece em outros nomes de rios. Ela é cognata com a palavra elve, do
baixo-alemão médio ("rio") que deu origem ao nome do Rio Elba. O Raum Elf marcou a beira da região de
Raumaríki e o Gaut Elf marcou a beira de Gautland (Götaland moderno). Corresponde, aproximadamente, à
província histórica sueca de Bohuslän.

O nome Alfheim provavelmente não tem nenhuma relação com com Álfar Elves, mas pode se derivar de um
palavra que signifique 'camada de cascalhos'.

Entretanto, em A Saga de Thorsteins, filho de Viking, há referências que indicam que os dois rios e o país
foram nomeados pelo Rei Álf, o Velho (Álfr hinn gamli) que governou uma vez o país. Todos seus
descendentes eram relacionados aos elfos e sua aparência era considerada a mais formosa entre todas as
pessoas. O Sögubrot af Nokkrum menciona também os maravilhosos olhares especiais dos parentes do Rei
Álf, o Velho.

As tradições de Álf, o Velho

De acordo com o A Saga de Thorsteins, filho de Viking, o Rei Álf, o Velho, foi casado com Bryngerd
(Bryngerðr), a filha do Rei Raum de Raumaríki. Mas de acordo com o Hversu Noregr byggdist ("Como a
Noruega foi habitada"), Álf, chamado de Finnálf, era um filho do Rei Raum, e herdou de seu pai a terra a partir
do norte do Rio Gaut Elf (Rio Göta Älv) até o Rio Raum Elf (Rio Glomma), e aquela terra foi chamada, então,
Alfheim.

Finnálf se casou com Svanhild (Svanhildr), que foi chamada "Pena de Ouro" (Gullfjoðr) e era a filha de Day
(Dagr), filho de Dayspring (Dellingr), e Sol (Sól), filha de Mundilfari. O Dag, como personificação do dia e a
deusa do sol, Sól, são mencionados em outros textos, mas somente em Hversu Noregr byggdist é mencionada
a filha dos dois. Svandhild deu à luz um filho de Finnálf, que foi chamado Svan, o Vermelho (Svanr inn
Rauðr), que foi pai de Sæfari, pai de Úlf(Úlfr), pai de Álf, pai de Ingimund (Ingimundr) e de Eystein
(Eysteinn).

De acordo com o poema édico Hyndluljód (estrofe 12), Óttar, cuja genealogia é o assunto principal deste
poema, era filho de Innstein (Innsteinn), filho de Álf, o Velho, filho de Úlf, filho de Sæfari, filho de Svan, o
Vermelho. Assim, o Innstein do Hyndluljód e o Eystein do Hversu Noregr byggdist são, presumidamente, a
mesma pessoa.

Os Reis Antigos de Alfheim

Sobre as Lendas

Diversos reis antigos são mencionados em algumas sagas.

De acordo com Saxo Grammaticus (historiador dinamarquês que viveu entre 1150 a 1220), em seu oitavo livro
(Gesta Danorum), os filhos do Rei Gandalfo, o Velho se reuniram com o Rei Harald para a batalha de
Bråvalla. O Sögubrot nomeia os filhos de Gandálf como Álfar (Álfarr) e Álfarin (Álfarinn) e os coloca como
membros da guarda do Rei Harald. Se presume que ambos morreram na batalha. Mas o reino de Gandálf não
é identificado nestes textos.

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O Sögubrot relaciona também que Sigurd Hring (Sigurðr Hringr), que era vice-rei de Harald no trono sueco,
se casou com Álfhild, filha do Rei Álf, o Velho, de Álfheim. Mas em uma passagem anterior ela aparece como
um descendente do rei Álf. O Hversu Novegr byggdist, ao contrário, fornece outra linhagem do Rei Álf, o
Velho, de Álfheim, que seria pai de Álfgeir, que seria pai de Gandálf, que seria pai de Álfhild, que seria mãe do
Ragnar Lodbrok (com Sigurd Hring). O pai de Álfhild seria o mesmo Gandálf cujos filhos participaram da
batalha de Bravalla, onde seu desempenho é considerado legendário. Mas esta genealogia pode ser resultado
de problemas na identificação de Gandálf, o Velho, da batalha de Bråvalla, com Gandálf, filho de Álfgeir, da
Saga Ynglinga, que é discutida mais tarde. Se o dois Gandálfs forem a mesma pessoa, a cronologia apresenta
diversas falhas de interpretação.

Em todos estes testemunhos escritos, o filho de Hring e Álfhild era, supostamente, o famoso Ragnar Lodbrok,
esposo de Áslaug (Áslaugr), que foi mãe de Sigurd Hart (Sigurðr Hjort), cuja filha Ragnhild (Ragnhildr) se
casou com Halfdan, o Negro e, com ele, deu à luz Harald Fairhair, o primeiro rei histórico de toda a Noruega.

História

A Saga de Ynglinga, Saga de Halfdan, o Negro, e a Saga de Harald Fairhair, todas incluídas no
Heimskringla, contam sobre o fim dos reis de Alfheim ao final do período legendário:

Álf: sua filha, Álfhild (Álfhildr) se casou com o Rei Gudröd, o Caçador de Raumaríki e de Westfold, e
levou como dote a metade do território de Vingulmork. Ela deu à luz um filho chamado Óláf (Óláfr), que
mais tarde ficou conhecido como Geirstada-Álf (Geirstaða-Álfr), o meio-irmão mais velho de Halfdan,
o Preto.
Álfgeir: Ele era filho de Álf. Reinou sobre Vingulmork e deixou seu filho, Gandálf (Gandálfr) como
sucessor.
Gandálf: Era filho de Álfgeir. Como este Gandálf era um comtemporâneo mais antigo de Harald Fairhair,
e considerando que os históricos líderes Vikings se identificavam como filhos de Ragnar Lodbrok, por
tradição; não é impossível que Álfhild, suposta mãe de Ragnar Lodbrok, seja filha deste Gandálf como
Hversu Noregr byggdist proclama. O Heimskringla nos indica que, após muitas batalhas inconclusivas
entre Gandálf e Halfdan, o Negro, Vingulmork foi dividida entre eles, e Halfdan manteve a parcela que
tinha recebido como dote da primeira esposa do seu avô, Álfhild. Dois filhos de Gandálf, Hýsing
(Hýsingr) e Helsing (Helsingr), mais tarde levantaram suas forças contra Halfdan, mas morreram na
batalha. Um terceiro filho, Haki, fugiu para Alfheim. Quando o filho de Halfdan, Harald Fairhair, sucedeu
seu pai, Gandálf e seu filho Haki refizeram a aliança para atacar o jovem Harald. Haki foi morto, mas
Gandálf escapou. Ainda houve mais uma guerra entre Gandálf e Harald. Nesta última, Gandálf morreu na
batalha e Harald tomou para si toda a terra de Gandálf até o Rio de Raum Elf sem, contudo, conquistar a
própria Alfheim.

No entanto, partes mais antigas da saga mostram Harald no controle de toda terra ao oeste do Rio de Gaut Elf,
o que indica que Alfheim se transformou parte de seu reino. A partir desse ponto, Alfheim não existia mais
como uma região independente. A Saga de Harald Fairhair relaciona que as terras foram conquistadas
primeiramente pelo Rei sueco Eirik Eymundsson (Erik Anundsson), que as perdeu mais tarde para Harald
Fairhair.

Variações
Variações possíveis dos nomes: Álf: Alf ; Álfar: Alfar ; Álfarin: Alfarin ; Álfgeir: Alfgeir ; Álfheim:
Alfheim ; Álfhild: Alfhild ; Áslaug: Aslaug ; Finnálf: Finnalf ; Frey: Freyr ; Gandálf: Gandalf ; Gimlé:
Gimle ; Grímnismál: Grimnismal ; Gudröd: Gudrod, Guthröth ; Haki: Hake ; Halfdan the Black:

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Hálfdan the Black ; Raumaríki: Raumarike, Raumarik, Raum's-ric ; Sæfari: Saefari ; Sigurd Hart: Sigurd
Hjort, Sigurth Hart ; Sigurd Hring: Sigurd Ring, Sigurth Hring ; Sól: Sol ; Úlf: Ulf ; Ull: Ullr ; Völuspá:
Voluspá.

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Categoria: Lugares da mitologia nórdica

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