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Ogham

O Ogham é um alfabeto de origem celta que, tal qual as Runas para os nórdicos, também tem seu valor
como oráculo, sendo uma ferramenta espiritual tanto de bardos como de druidas.

Sua origem mitológica é atribuída ao deus irlandês Ogma (Ogmios, para os gauleses), campeão dos
Tuatha De Danann, uma raça de deuses gerados pela deusa Danu. Todos os Tuatha De Danann, de modo
geral, eram reconhecidos pela sua eloqüência e interesse pelas artes, em especial, a poesia. Ogma tem
destaque entre eles em função de seu talento e de histórias paralelas de grandes feitos, embora muitos
acreditem, hoje, que parte (ou grande parte) deles tenham sido realizadas por heróis anônimos.

Na iconografia celta Ogma é comparado ao Hércules grego ao invés de Hermes – divindade grega da
comunicação. Isso se justifica porque os celtas acreditavam que a força de Hércules não estava
verdadeiramente nos seus atributos físicos, mas no seu intelecto e no seu poder de persuasão. O resultado
desta associação é que Ogma é representado por um homem relativamente velho e forte carregando uma
pesada clave sobre o ombro – uma imagem tipicamente atribuída a Hércules.

A obra conhecida como The Book of Ballymote, escrita no século 14 e principal fonte de informação
sobre o Ogham, não conta como Ogma criou este alfabeto, mas afirma que o seu objetivo foi o de
transmitir certos conhecimentos de forma codificada para que não caíssem em domínio público.

A palavra galesa oghum, por exemplo, é uma derivação de ogham e significa “conhecimento oculto”, o
que parece reforçar esta idéia de manter algo em segredo.

Do ponto de vista histórico, o surgimento do ogham possui diversas correntes, algumas defendendo
origens célticas e outras defendendo origens pré-célticas. você tem à sua disposição uma relação enorme
de sites a respeito do assunto, alguns com centenas de fotos de monumentos espalhados em diferentes
pontos da Europa com este tipo de inscrição entalhada.

Os celtas
A palavra “celta” deriva do grego keltoi, uma expressão usada – assim como o grego galatai e o romano
galli – para identificar os povos considerados “bárbaros” – mais especificamente qualquer um que não

fosse grego ou romano…

Segundo consta, o povo celta teria se instalado inicialmente (por volta de 400 a.C.) na região que hoje
equivale ao norte da Itália, chegando a dominar boa parte da Europa central e Ilhas Britânicas até o final
do século 3 a.C..

Os celtas eram exímios guerreiros, metalúrgicos, agricultores, criadores de animais, construtores de


estradas e de carroças, mas, apesar do grande avanço cultural e tecnológico, apresentavam uma estrutura
política extremamente frágil, não chegando a constituir em momento algum um império, de modo que, no
século 1 a.C., exceto pela Irlanda, Escócia e País de Gales, todos os outros domínios foram tomados pela
expansão romana e sucessivos ataques de tribos germânicas.

Nos dias atuais, entende-se por “Mundo Celta” dois grupos distintos: os “Celtas Britânicos” (formado
pelo País de Gales, Bretanha e Cornualha) e os “Celtas Galeses” (formado pela Irlanda, Escócia e Ilha de
Man).

O Ogham como escrita


As letras do Ogham são conhecidas por fedha (fedha – plural; fid – singular) e formadas por traços
simples ao longo de uma linha guia chamada flesc. Uma fid por ter traços acima ou abaixo da flesc; pode
ainda atravessá-la de forma perpendicular ou obliqua.

As frases, de modo geral, aparecem na vertical, escritas de cima para baixo. Quando colocadas na
horizontal, o sentido é da direita para a esquerda.

B – L – F – S – N / H – D – T – C – Q / M – G – Ng – St – R / A – O – U – E – I

Na ilustração acima identificamos 4 grupos distintos, denominados aicme: 5 caracteres apontam para
cima (ou direita, quando na vertical), 5 apontam para baixo (ou esquerda), 5 atravessam a flesc na
diagonal e 5 atravessam a flesc na perpendicular. Estes 20 caracteres fazem parte do que denominamos
Ogham original, constituído de vogais e consoantes.

Ea – Oi – Ui – Io – Ae

Em função do domínio romano e a natural fusão cultural, um último aicme, denominado forfedha (“letras
ou árvores adicionais”) foi criado para representar os sons (especificamente ditongos) que não estavam
“cobertos” pela grafia anterior. Muitos estudiosos não consideram este grupo como parte do Ogham,
embora haja interpretações divinatórias para cada fid “extra”.

Além do The Book of Ballymote, dois outros livros servem de fundamento para muito do que se prega
hoje a respeito do Ogham: o primeiro chama-se Ogygia, de O’Flaherty, publicado na Irlanda em 1793; o
segundo, de Robert Graves, publicado em 1948, tem como título The White Goddess.

É o trabalho de Graves que, de certa forma, fez renascer o interesse de muitos grupos europeus pelo
Ogham. Ele também é o responsável pelo controvertido “calendário das árvores”, que será visto mais
adiante.

Conjunto Ogham:
Aicme Beithe: B, Beith

A Bétula está relacionada a novos começos, nascimentos e clareza. É associada a limpeza, purificação e
renovação. Conhecida também como Vidoeiro-branco.

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1. Bétula (Beith/Birch = B)

Bétula - A Árvore Branca da Pureza

Como se diz: bé
Tradução: bétula
Nome científico: Betula pendula
Irlandês antigo: beithe
Galês: bedwen
Inglês: birch
Significados básicos: começos, beleza
Classe: camponês
Cor: bán, "branco"

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Beithe: maise malach, "beleza da sobrancelha"

Bríatharogam Con Culainn


Beithe: glaisem cnis, "a da pele mais cinzenta"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Beithe: féochos foltchain, "pé mirrado e cabelo fino"

Comentários:

Beithe, a bétula, com seu tronco esbelto, suas folhas verdes claras e sua casca prateada, representa um
tipo peculiar de beleza, pálida, delicada, tremulante, rara como o cervo branco. Como o luar, permanece
fora de alcance, sempre perseguida, nunca possuída.
Como primeira letra do alfabeto ogâmico, Beithe também representa novos começos, novas
oportunidades e todas as coisas inocentes e jovens. Maleável e flexível, ela se curva ao vento, mas não se
quebra. Sua arte é a da subsistência, ou, como se poderia dizer, a da sobrevivência.

Viajar tranquilamente, com poucos desejos e abertura para aquilo que a jornada pode trazer: essa é a arte
de Beithe.

O Auraicept na n-Éces conta assim a origem do Ogham:

"Quais são o lugar, a época, a pessoa e a causa da invenção do Ogham? Não é difícil. Seu lugar é a ilha da
Irlanda, onde vivemos nós, os irlandeses. Na época de Bres, filho de Elatha, rei da Irlanda, foi ele
inventado. Sua pessoa (isto é, quem o inventou) foi Ogma, filho de Delbaeth, irmão de Bres, pois Bres,
Ogma e Delbaeth são ali os três filhos de Elatha, filho de Delbaeth. Eis que Ogma, um homem bem
versado no discurso e na poesia, inventou o Ogham.

A causa de sua invenção, como uma prova de sua engenhosidade e [para] que esse discurso pertencesse
ao instruído separadamente, excluindo-se os rústicos e pastores. De onde o Ogham obteve seu nome, de
acordo com o som e a matéria, quem são o pai e a mãe do Ogham, qual é a primeira letra que foi escrita
pelo (isto é, com o) Ogham e por quê o "b" precede toda letra?

"O Ogham, de Ogma, foi inicialmente criado com relação a seu som de acordo com a matéria. Entretanto,
ogum é og-uaim, aliteração perfeita, que os poetas aplicam à poesia por meio dele, pois pelas letras o
gaélico é medido pelos poetas. O pai do Ogham é Ogma, a mãe do Ogham é a mão ou a faca de Ogma.

"Isto, além do mais, é a primeira coisa que foi escrita pelo Ogham, >-,,,,-,,,-, isto é, (a bétula) "b" foi
escrito e para ocultar um aviso a Lug, filho de Ethliu, foi ele escrito a respeito de sua esposa, não fosse ela
arrebatada para o País das Fadas, a saber, sete bês num ramo de bétula: tua esposa será sete vezes levada
de ti para o País das Fadas ou para um outro país, a menos que a bétula proteja-a. Por essa razão, além do
mais, "b", bétula, toma a precedência, pois é na bétula que o Ogham foi escrito primeiramente."

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se à bétula:

A Bétula, apesar de sua mente elevada,


Atrasou-se antes que ele (o tojo) fosse enfileirado.
Não por causa de sua covardia,
Mas por causa de sua grandeza.

Os cimos da Bétula cobriram-nos com folhas


E transformaram-nos e mudaram nosso estado enfraquecido.

Sagragnos: o Nascimento. Beithe é a bétula, é o começo, o princípio, o nascimento, aurora de um novo


dia. É o vasto potencial que se projeta para diante. É a primavera com todo o trabalho que deve ser feito a
fim de plantar as sementes que irão crescer no verão e garantirão a colheita.

É a primeira letra na página que a inspiração e o esforço levarão à frente até que a história, o ensaio, o
livro estejam terminados. É o primeiro instante em que a passagem do tempo e tudo que nele se fez irão
transformar-se em história.

É o toque da alvorada no despontar do dia, o chamado para acordar e aprontar-se para os afazeres diários.
É o desafio para levantar-se e lutar para cumprir a promessa daquilo que pode ser. É a energia potencial
esperando o direcionamento e a força de vontade que permitirão realizar tudo o que for decidido.

É vida, vitalidade, vigor, saúde, frescor. É iniciação. Em certo sentido, é um aspecto da ordem cíclica das
coisas. Depois do fim, ou no ponto em que tudo termina e o novo ciclo começa. O foco está no começo,
mas, como em toda a natureza cíclica, o começo e o fim são, muitas vezes, o mesmo ponto.
Coslogenos: nascimento, a liberação daquilo cujo tempo chegou, produção, criação. Invertida: expulsão,
banimento, desembaraçar-se de algo.

Coiri Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você deve eliminar a negatividade de si mesmo, as
influências inúteis e os maus pensamentos para ter um novo começo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: concentre-se em seu desejo, a imagem do


resultado buscado deve ser mantida na mente com firmeza.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: para um novo começo, visualize o branco da bétula, que
se destaca limpo de distrações e obstruções.

É a primeira árvore a mostrar suas folhas depois do inverno e, quando isso acontece, os agricultores
sabem que já podem começar a preparar o campo para o plantio. É a rainha das árvores, só perdendo para
o carvalho que é a árvore das arvores e o rei do bosque. A bétula funciona como pequenas lanternas
indicando novos caminhos. É considerada uma árvore que afasta as más influências. Além de ser muito
utilizada na gravação do Ogham, também poder ser usada para aspergir água consagrada ou para
“espanar” as vibrações negativas de pessoas e ambientes.

2. Sorveira (Luis/Rowan = L)

A Sorveira simboliza sucesso, riqueza material, equilíbrio emocional e proteção. Na grande teia, nos faz
perceber aquilo que realmente importa em nossas vidas.
L, Luis

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Sorveira - A Árvore da Vida

Como se diz: luish


Tradução: chama, labareda
Nome científico: Sorbus aucuparia
Irlandês antigo: cáerthann
Galês: cerdinen
Inglês: rowan
Significados básicos: riqueza, proteção
Classe: camponês
Cor: liath, "cinza"

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Luis: carae cethrae, "amiga do gado"

Bríatharogam Con Culainn


Luis: lúth cethrae, "sustento do gado"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Luis: lí súla, "brilho do olhar"

Comentários:

Luis, a sorveira, também chamada "freixo-da-montanha", cresce nas encostas das montanhas, florescendo
em solos pobres e de pouca espessura, enraizando-se em fendas estreitas no meio das rochas. É o
emblema da ambição, determinação e sucesso, para alcançar o seu objetivo, mesmo que este seja muito
elevado e a luta se mostre dura.

No Bríatharogam de Mac ind Oic, Luis chama-se "amiga do gado". Entre os irlandeses antigos, o roubo
de gado era um meio de vida e a riqueza de alguém era medida pelo tamanho de seu rebanho. Quando
saqueadores eram esperados, a sorveira era o local de reunião dos defensores.

Luis está ligada à arte da navegação, é a protetora dos marinheiros. Se você estiver embarcando numa
viagem de descoberta, partindo em busca de sua fortuna ou começando uma aventura em mares
tempestuosos, faria bem em tomar Luis como sua guia. É o sinal do sucesso material, da acumulação de
riquezas, da proteção do lar e da defesa contra influências perniciosas de todos os tipos.

Sagragnos: a Visão. Luis é a sorveira, o abrir dos olhos, olhando atentamente o que está ao redor,
percebendo as possibilidades de toda a realidade próxima. É a percepção do que está ali. É a guardiã
vigilante em posição na entrada da mente, do coração. É o vigia iluminando a noite com luz de tochas. É
o estado alerta que ajuda a garantir a segurança da cidade ou de si mesmo, um castelo de bem-estar para o
indivíduo e para o grupo. Isso inclui não somente ficarmos atentos as nossas necessidades individuais em
todos os níveis (físico, mental, emocional, espiritual), mas também às necessidades e circunstâncias da
família, do grupo, da organização a que pertencemos e de outros a nossa volta que nos influenciam, que já
interagem conosco ou irão fazê-lo em breve. Luis ilumina os quebra-cabeças, as perplexidades e enigmas,
lançando luz sobre as páginas do pergaminho do conhecimento da vida. É o meio que nos permite
caminhar com segurança pela estrada da compreensão. É o modo de reconhecermos onde estamos e o que
estava logo adiante oculto pelas sombras que ela dissipa.
Coslogenos: devoção à chama sagrada, serviço a uma causa mais alta, abnegação, disciplina, dedicação.
Invertida: dogma, obediência sem questionamento, ação sem reflexão.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você aplicará seus sentidos a si mesmo para distinguir
o bom do mau, o dano do auxílio.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você não será influenciado, enganado ou
persuadido por ninguém. Mantenha sua inteligência atenta.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: sua força irá afastar qualquer coisa que ameace seu
propósito e sua serenidade. Não se assuste.

3. Amieiro (Fearn/Alder = F)
O Amieiro simboliza proteção oracular, a árvore encantada. O guerreiro que nos inspira em momentos de
batalha e prevê o melhor caminho a seguir.

F, V - Fearn

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O Amieiro

Como se diz: fiarn


Tradução: amieiro
Nome científico: Alnus glutinosa
Irlandês antigo: fearn
Galês: gwernen
Inglês: alder
Significado básico: orientação
Classe: chefe
Cor: flann, “vermelho-sangue”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Fern: comét lachta, "vasilha do leite"

Bríatharogam Con Culainn


Fern: dín cridi, "proteção do coração"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Fern: airenach fían, "vanguarda de guerreiros"

Comentários:

Ao ser cortada, a madeira do amieiro apresenta uma forte cor vermelha e uma tintura vermelha pode ser
feita com as suas folhas e casca. A sugestão de sangue, combinada à dureza da madeira, tornou-a uma
escolha natural para os escudos que protegiam os antigos guerreiros irlandeses em batalha.

Fearn é um emblema da proteção em todos os agitados e perigosos acontecimentos da vida. Você pode
invocar seu espírito sempre que o perigo o ameaçar no corpo, na mente ou no espírito. O poder de Fern
defende poetas e contadores de histórias dos demônios que habitam na imaginação, assim como o duro
escudo de madeira protege o coração vulnerável do guerreiro.

Fearn mostra uma ligação também com Bran, o Abençoado. Na introdução de A Batalha das Árvores, o
bardo Taliesin diz:

Estas são as estrofes que foram cantadas na Batalha das Árvores, ou, como outros a chamam, a Batalha de
Achren, que foi por causa de uma corça branca e de um cachorro; e eles vieram do Inferno e Amaethon ap
Don os trouxe.

E, portanto, Amaethon ap Don e Arawn, Rei de Annwn, lutaram. E havia um homem nessa batalha, a
menos que seu nome fosse conhecido, ele não poderia ser vencido; e havia uma mulher chamada Achren
no outro lado e, a menos que seu nome fosse descoberto, sua hoste não poderia ser vencida. E Gwydion
adivinhou o nome do homem e cantou as duas estrofes seguintes:

De cascos firmes é meu corcel impelido pelas esporas;


Os altos galhos do amieiro estão em teu escudo;
Bran és chamado, dos ramos brilhantes.

E, assim:

De cascos firmes é meu corcel no dia da batalha,


Os altos ramos do amieiro estão em tua mão:
Bran, pelo ramo que carregas,
Amaethon, o bom, prevaleceu.

No Segundo Ramo do Mabinogion, encontramos a seguinte referência:

Bendigeid Fran chegou a terra e a frota com ele pela margem do rio.
- Senhor - disseram os capitães -, conheceis a natureza deste rio, que nada pode atravessá-lo e que não há
ponte sobre ele?

- Não há nenhuma - replicou o rei -, exceto que aquele que será o chefe, deixai-o ser uma ponte. Eu o
serei.

Então, foi essa declaração proferida pela primeira vez e é ainda usada como provérbio. Quando ele se
deitou atravessando o rio, tábuas foram colocadas sobre ele e o exército passou por cima.

Sagragnos: o Avanço. Fearn é o amieiro, determinação, o passo corajoso para diante, o avanço audaz
sobre quaisquer obstáculos que possam estar à frente. No meio da batalha, do conflito, da disputa, da
competição. Este é o escudo da proteção que permite a marcha progressiva seguindo os estandartes da
eqüidade, do dever, da responsabilidade em direção à vitória.

Deixando o porto e enfrentando o mar desconhecido, este é o navio destemido a singrar o oceano, mesmo
sob as mais ferozes tempestades, apesar de qualquer coisa que possa jazer nas profundezas, não
importando qual seja a duração da viagem. O marinheiro ousado no mar da vida regozija-se com o firme
amieiro apoiando a embarcação.

Outros aspectos deste caractere incluem a possibilidade de que haja perigo. Podem-se considerar
circunstâncias que determinem de onde pode surgir o perigo e de que forma este pode ser afastado antes
do surgimento de sérias contendas.

Coslogenos: proteção, amparo, olho vigilante, necessidade de precaução. Invertida: sacrifícios pessoais
em benefício de outros, pontes, ligações entre mundos ou grupos.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coir Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: fique consciente de que você e os outros são criaturas
únicas. Se houver a menor possibilidade, mantenha seus olhos abertos para ver o incomum e reconhecer o
que se encontra nos outros

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você usará algo que previamente não notou.
Habilidades oraculares não são fáceis de reconhecer. A mente às vezes está relutante para lidar com a
parte intuitiva

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: você oferece auxílio espiritual e proteção numa disputa.
Deixe sua intuição guiá-lo.
4. Salgueiro (Sail/Willow = S)
O Salgueiro relaciona-se à visão noturna, ritmos lunares e os aspectos femininos. Ligado a sabedoria das
Deusas da morte, como Morrighan, nos dá força para superar as fraquezas provocadas pelo medo.

S, Sail

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O Salgueiro - A Lua

Como se diz: sále (engula o e para não dizer sáli)


Tradução: salgueiro
Nome científico: gênero Salix, família Salicaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: sail
Galês: helygen
Significados básicos: a Lua, feminilidade, morte
Inglês: willow
Classe: camponês
Cor: sodath, “uma cor delicada” (como amarelo claro ou marfim, por exemplo)

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Sail: lúth bech, "sustento de abelhas"

Bríatharogam Con Culainn


Sail: tosach mela, "princípio da doçura"
Bríatharogam Morainn mac Moín
Sail: lí ambi, "palidez do morto"

Comentários:

A ligação do salgueiro ("chorão") com a morte é antiga. Talvez o motivo seja a aparência desconsolada
dos ramos abatidos e das folhas finas do salgueiro, ou porque ele cresce em lugares úmidos e sombrios,
ou porque suas folhas de um verde pálido sugerem a lividez da morte.

Em contraste a essas associações lúgubres, o salgueiro é também o emblema do artesanato. Seus ramos
longos e flexíveis fornecem o material para muitos itens úteis e práticos: cestos, assentos, cercados,
cabanas e, até mesmo, botes. O tradicional bote irlandês chamado curragh é feito pelo estiramento de uma
pele impermeável sobre uma armação de ramos de salgueiro entrelaçados.

Unindo as imagens da morte e do trabalho manual, Sail torna-se um emblema de magia e mistério. É o
salgueiro na margem do rio, com suas folhas no ensolarado mundo quotidiano e suas raízes no escuro e
úmido mundo inferior. A misteriosa serpente marinha que vive além dos limites do mundo conhecido e o
trabalho em que o adepto parte em uma viagem para o desconhecido.

O salgueiro esteve presente em A Batalha das Árvores, pois Taliesin diz:

Os Salgueiros e Sorveiras chegaram tarde para o exército.

Sagragnos: a Intuição. Sail é o salgueiro, a jovem esbelta, graciosa. É a visão e a imaginação intuitivas,
soltas. É o sonho e a compreensão súbita do que ele significa. É a Lua que se movimenta em seus ciclos.
É a cheia e a vazante das marés. É a mulher. É a vida. É a roda. É o nascimento de um ciclo psíquico, a
abertura das páginas do livro do mistério. É o crescimento da vegetação. É o desenvolvimento dos
aspectos meditativo e psíquico do ser. É a harmonização conjunta. É o progresso no trabalho mágico,
solitário ou com outros. É obtenção supra-racional da percepção, qualquer que seja a realidade revelada.
Um aspecto deste caractere pode ser a sugestão de que é agora o tempo de dar mais atenção à intuição,
incluindo-se os sonhos. Também pode ser o desejo de aprontar-se, abrangendo tomar medidas práticas,
estar pronto a responder à inspiração, permitindo-se um período de criatividade artística. Como em todas
as fontes de conhecimento, o equilíbrio é o melhor e é possível empregar a análise racional de quaisquer
sugestões que sejam transmitidas.

Coslogenos: tristeza, mágoa, liberação da dor, torpor, deixar partir, ir embora. Invertida: afundar-se em
miséria, estagnação.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: uma relação confortável com o mundo material está
cheia de lições e ciclos de valores mutáveis. A mudança é necessária para o crescimento e os valores não
são exceção à regra.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: para ganhar compreensão de um conceito


particular, uma firme acumulação de fatos é o fundamento que traz a compreensão. Não se pode aprender
tudo em uma só lição. Repetição é a chave.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: este é um período mais de calma que de ir adiante com
toda a velocidade. Aprenda a brincar com a natureza cíclica das coisas.
5. Freixo (Nion/Ash = N)
O Freixo está ligado aos mundos internos e outros mundos, a relação do microcosmo e do macrocosmo,
conexão e sintonia com a criação, a Árvore do Mundo. É também a lança do guerreiro.

N, Nion

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O Freixo

As Chaves para o Futuro


Como se diz: nían (não níã)
Tradução: forquilha, sótão
Nome científico: Fraxinus excelsior
Irlandês antigo: uinnius
Galês: onnen
Inglês: ash
Significados básicos: ligação, a Árvore do Mundo, guerra & paz
Classe: chefe
Cor: necht, “uma cor clara”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Nion: bág ban, "orgulho de mulheres"

Bríatharogam Con Culainn


Nion: bág maise, "orgulho da beleza"
Bríatharogam Morainn mac Moín
Nion: costud síde, "fundação da paz"

Comentários:

Os ramos compridos e retos do freixo produzem uma madeira forte e maleável. Era usada pelos antigos
irlandeses para o fabrico de remos, cabos de machados, teares e outras ferramentas, mas era
especialmente apreciada para a confecção de lanças.

Na poesia irlandesa, a lança e o fuso da tecelã são frequentemente ligados, como os dois lados da mesma
moeda: assim como o girar da roda da fortuna traz a guerra e a paz, luta e repouso, lágrimas e risos, cada
um em sua estação. O fuso das tecelãs é associado ao princípio feminino, assim como a lança o é ao
masculino. Na lenda irlandesa A Batalha de Magh Tuireadh, o fuso da tecelã é chamado "a lança do lado
materno".

No Ogham das artes e habilidades, Nion representa a lei - como a guerra, uma disputa entre lados opostos,
com o seu próprio conjunto de armas ofensivas e defensivas. Escolha-o como emblema quando tomar
parte de uma luta acirrada com qualquer oponente - no campo de batalha, no tribunal, ou nos lugares
secretos do seu coração.

Sagragnos: a Ponte. Nion é o freixo, a Ponte do Arco-Íris, o meio pelo qual a mente consciente sobe ao
reino dos Deuses. É a chave que abre os tesouros do conhecimento oculto, a chave que dá a ignição do
veículo para o que é superior, a chave que abre os portais para o castelo dos senhores da Terra da
Juventude. É a escadaria que nos permite ascender a chegar às maçãs no topo da Árvore da Vida. É como
despertamos, conscientes, e nos aproximamos alertas das regiões do Outro Mundo. É a corda do alpinista
que nos permite subir cada vez mais alto rumo ao pico. É o corcel alado em que montamos para voar ao
brilhante céu. Pode ser o aspecto do ser que nos proporciona uma compreensão diferente.

Outra consideração é aceitarmos a compreensão humilde de nossas limitações finitas sem o sentimento de
que um grau superior de capacidade foi alcançado, etc. Todos somos humanos e uma consciência modesta
desse fato é um traje muito adequado para vestir.

Coslogenos: evolução, mudança, adaptação, seguir o fluxo do Dán (destino). Invertida: lutar contra o
destino, remar contra a maré.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: suas ações ecoam no Cosmo como as ondulações
provocadas pela pedra que foi atirada no lago. Saiba que você e o mundo estão interligados. Fique
consciente do efeito de suas ações.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: seus problemas ou dúvidas não são apenas
seus, outros têm as mesmas indagações. Examine a questão num contexto mais amplo e peça opiniões.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: empenhe-se para adquirir a consciência de que todas as
coisas estão conectadas. Equilibre suas necessidades com as da Terra.
6. Espinheiro-Branco (hÚath/Hawthorn = H)
O Espinheiro-Branco simboliza clarividência, pausa e purificação. Dedicado à sátira, essa árvore também
é conhecida pelo nome de Pilriteiro, associada à energia feérica e fertilidade.

Aicme hÚatha: H, hÚath

>-'-<

O Espinheiro-Branco

A Cailleach
Como se diz: húa
Tradução: horror, medo
Nome científico: Crataegus monogyna
Irlandês antigo: úath
Galês: draenen wen
Inglês: hawthorn (whitethorn)
Significados básicos: purificação, tormento, zombaria
Classe: camponês
Cor: úath, “terrível” (possivelmente, cinza esverdeado como a carne apodrecendo, ou a cor de ferimentos
profundos).

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


hÚath: bánad gnúise, “empalidecer de faces”

Bríatharogam Con Culainn


hÚath: ansam aidche, “mais difícil à noite”

Bríatharogam Morainn mac Moín


hÚath: condál cúan, “assembleia de matilhas”

Comentários:

O espinheiro forma um denso cercado de ramos retorcidos, cobertos por espinhos duros e afiados.
Atravessar uma moita de espinheiros não seria uma experiência agradável. A lenda diz que um monte ou
colina encimada por uma emaranhada moita de espinheiros é um lugar de encontro das Fadas, perturbe-o
por sua própria conta e risco!

Os perigos de hÚath não são os grandes e terríveis trovões enviados pelos Deuses – são os pequenos e
enlouquecedores dardos infligidos pelas Fadas. Eles não matam como o corte de uma espada, mas
espetam como mil espinhos. Eles o distraem, mordem-no como uma matilha de cães e o mantêm
acordado à noite. Eles o levam ao limite, tentam sua paciência e envolvem-no em disputas sem sentidos
com seus amigos.

Na antiga sociedade irlandesa, hÚath era associada a um tipo particular de poesia: a sátira, ou verso
devotado a zombar de indivíduos ou de características individuais. Numa sociedade guerreira, em que o
orgulho era uma posse preciosa e a honra mais valorizada do que a vida, a sátira era uma arma temível.

Você pode escolher hÚath como sua protetora se encontrar-se numa situação ridícula: sem dignidade,
envergonhado, ou apenas parecendo um idiota. Ela o lembrará de que o senso de humor pode ser um
poderoso recurso defensivo. A sátira ganha sua força do orgulho de sua vítima. Se você sorrir e não der
importância, lembrando-se de que tudo vai passar, emergirá ileso de seu encontro com hÚath.

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se ao espinheiro:

O Espinheiro, cercado de ferrões,


Com a dor em sua mão.

Sagragnos: o Refúgio. H-Úath é o espinheiro-branco, é repouso, descanso, um abrigo. É a pausa para


tomar fôlego depois de um esforço. É respirar enquanto se olha da sacada para o que está embaixo. Atrás
das muralhas do castelo, talvez seja possível perceber o que levou alguém para dentro. Agora é o tempo
para reunir forças antes de aventurar-se outra vez no exterior. É o momento para o treinamento e a
disciplina, para praticar as artes e habilidades de que precisaremos ao emergirmos novamente para nossa
jornada, apesar de todas as forças que possam surgir como obstáculos no caminho. É o tempo de relaxar.
Esta é a casa de descanso, o caramanchão ao fim de um dia de dura jornada. É o consolo que conforta. É o
alívio dos perigos e dificuldades que foram superados. Mesmo que você se sinta profundamente ferido,
pode sentir-se agradecido por sua vida e pela oportunidade de repousar, recuperar-se e restaurar sua
saúde, adquirindo o que será preciso para o restante da viagem pela vida. hÚath é o calor do fogo da
lareira ao final de um dia de trabalho, de um dia de luta. Talvez os Deuses estejam conosco pela manhã.

Coslogenos: fertilidade, sexualidade feminina, território, refreamento, contenção, inclusão, envolvimento.


Invertida: defesa da propriedade ou da pessoa, medo, afugentar outras pessoas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você precisa trabalhar sua própria condição física.
Para melhorar, deve alimentar-se adequadamente, não fumar e evitar o consumo excessivo de bebidas
alcoólicas, além do uso de drogas. Um corpo saudável pode ser obtido com dieta e exercício. Um corpo
saudável significa uma mente saudável.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: afaste de sua mente as vendas auto-impostas
da ignorância e dos fatos falsos. Liberte seus pensamentos e limpe sua mente.
Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: por mais quente que seja o problema, a forja se aquecerá
para superá-lo, criando em seu espírito forças novas e inesperadas.

7. Carvalho (Duir/Oak = D)
O Carvalho é o Rei das Árvores, ele representa o espírito de todas as outras e os Druidas, no Druidismo.
Proteção sólida, concretização e força. Como Mestre, nos ensina a equilibrar força com flexibilidade.

D, Duir

>-''-

O Carvalho - O Rei do Carvalho

Como se diz: dúr


Tradução: carvalho
Nome científico: gênero Quercus, família Fagaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: dair
Galês: derwen
Inglês: oak
Significados básicos: perícia, força
Classe: chefe
Cor: dubh, “preto”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Duir: grés soír, “habilidade manual de um artífice”

Bríatharogam Con Culainn


Duir: slechtam soíre, “o artesanato melhor lavrado

Bríatharogam Morainn mac Moín


Duir: ardam dosae, “árvore mais exaltada”

Comentários:

O poderoso carvalho, com sua elevada altura e madeira dura, é proverbial por sua força e poder. Na
tradição céltica, o carvalho é o Rei das árvores.

Na poesia e no folclore, os carvalhos são comparados a homens fortes e homens fortes, a carvalhos. Diz-
se que a Távola Redonda do Rei Arthur foi feita com a madeira do carvalho. Um poema no Livro dos
Direitos irlandês refere-se a um campeão como “meu forte e corajoso refúgio de bom carvalho”. David
Garrick, ator e autor teatral do séc. XVIII estava usando fontes antigas e proverbiais ao escrever: De
coração de carvalho são nossos navios, de coração de carvalho são nossos homens... Lutaremos e
conquistaremos muitas vezes.

O carvalho é uma das árvores de vida mais longa, levando setenta anos ou mais para ficar maduro o
bastante para produzir bolotas. Por essa razão, está associada à força sólida e bem desenvolvida de uma
pessoa em seus anos mais vigorosos. Duir é o símbolo do artesanato mais que da arte, da habilidade mais
que do gênio. Sua força é o produto de uma longa prática e do trabalho duro.

Pode parecer estranho que essa forte e firme árvore seja fortemente associada à magia. Já se disse muito
que a palavra Duir é a fonte da palavra druida. Isso faz sentido quando compreendemos a magia como o
domínio sobre o mundo natural, desenvolvida ao longo de um extenso e árduo aprendizado. Duir lembra-
nos que qualquer habilidade difícil de obter contém um elemento de magia. Como o Caldeirão da
Abundância da lenda, que aparece vazio para o covarde e o mentiroso, Duir concede suas riquezas
generosamente àqueles que são dignos de recebê-las.

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se ao carvalho:

O carvalho, movendo-se rapidamente,


Diante dele estremecem céu e terra.
Um valente porteiro contra um inimigo
Seu nome é considerado.

Sagragnos: o Campeão. Duir é o carvalho, o campeão, o Vassalo de um grande senhor. É força, o


guerreiro treinado, o membro veterano da legião de um Grande Rei. É alguém que está pronto a liderar os
cavaleiros de seu senhor à batalha e capaz de demonstrar as qualidades essenciais de um cavaleiro. É
alguém adornado com cortesia e com valores corteses. É generosidade, magnanimidade e hospitalidade. É
coragem e liderança e as habilidades físicas, mentais e espirituais do líder dos guerreiros. É não apenas o
aguçado conhecimento da tática e da estratégia, mas também a habilidade de determinar quando é
necessário alcançar os objetivos do Grande Rei através de outros meios, incluindo-se a diplomacia. É o
discurso cortesão, a conversação diplomática, a audição atenta de quaisquer palavras que possam ser ditas
na presença de alguém, uma intenção nobre de resolver qualquer disputa, compreensivamente e
pacificamente, se possível, embora nunca abandonando as obrigações essenciais que nos foram confiadas,
sempre prontos a lutar, se a isso formos chamados.

Coslogenos: autoridade, liderança da frente de batalha, ouvir as necessidades da tribo, sexualidade


masculina. Invertida: rigidez, força inflexível, fragilidade, indiferença aos demais.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:


Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: uma abordagem sem preconceitos alimentará as
habilidades que você quer ter. Passe pela porta, somente aprenderá fazendo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você acumulou os frutos da sabedoria, o


tempo de espalhar e dividir o que aprendeu chegou.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: você, como professor ou estudante, deve ser duro e
resistente apesar da imprevisibilidade da vida, assim como o carvalho é para o relâmpago. Forte e sábio.

8. Azevinho (Tinne/Holly = T)
O Azevinho simboliza vitória, justiça, transformação, discernimento e conquistas; ensinando-nos a vencer
sabiamente com clareza e determinação. Está associado à energia guerreira.

T, Tinne

>-'''-

O Azevinho - O Rei Sagrado

Como se diz: tchínia


Tradução: barra de metal, lingote
Nome científico: Ilex aquifolium
Raiz: irlandês antigo tind, “luminoso”, tend, “forte”
Irlandês antigo: cuillen
Galês: celynnen
Inglês: holly
Significados básicos: vitória, justiça, transformação
Classe: camponês
Cor: temen, “cinza escuro”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Tinne: smuir gúaile, “fogos de carvão” (ferro), “tutano de carvão” (um lingote derretido)

Bríatharogam Con Culainn


Tinne: trian n-airm, “a terça parte de uma arma” (uma das três partes de uma arma, isto é, uma barra de
metal ou lâmina de ferro)

Bríatharogam Morainn mac Moín


Tinne: trian roith, “a terça parte de uma roda” (o eixo da roda)
Palavra adicional: hoje

Comentários:

Tinne, o azevinho, está estreitamente relacionado na tradição céltica ao número três. Sua cor é o cinza,
nem branco, nem preto, mas uma terceira posição, a meio caminho entre os dois extremos. É um entre
três: um no meio, a ligação na corrente, a união dos opostos, o lugar da formação. .

Sempre verde, o azevinho permanece sem sofrer mudanças no curso das estações. Fica no centro da roda
da carruagem, o “ponto imóvel” do mundo que gira, ao redor do qual tudo o mais orbita. Ele próprio
imóvel, é o coração do movimento.

F. Scott Fitzgerald certa vez disse que o teste para uma inteligência privilegiada seria a capacidade de
manter duas idéias opostas na mente, ao mesmo tempo, e ainda ser capaz de fazê-la funcionar. Talvez
Fitzgerald não o soubesse, mas era sobre Tinne que estava falando.

Tome-a como insígnia quando precisar manter os opostos em equilíbrio ou percorrer uma escura floresta
cinzenta onde toda claridade parece sumir. Com Tinne como sua guia, poderá deixar o mundo do “ou isto,
ou aquilo”, onde alternativas opostas se excluem, para o reino do “ambos”, em que o meio termo
prevalece. Em A Batalha das Árvores, Taliesin refere-se ao azevinho: Azevinho, ele estava matizado de
verde, ele era o heroi.

Sagragnos: o Equilíbrio. Tinne é o azevinho, é equilíbrio, justiça, o Caminho do Meio, harmonia,


arbitragem, retribuição, ação e reação, a luta justa, coragem, a homenagem. É o que equilibra os pratos da
balança. É o Meio-Termo, o trilhar do caminho entre os extremos, mas, especialmente, é o que corrige os
desequilíbrios, o que resolve os problemas satisfatoriamente. É a avaliação clara e perspicaz de todos os
fatores em um problema, legal, financeiro ou científico. Em todo aspecto da vida, o cálculo refletido, bem
resolvido. Um aspecto disso é realçar uma possível exigência para estar consciente de que as decisões
estão chegando ao plano de frente da vida e chegou o momento de ponderar os problemas e fazer escolhas
informadas.

Coslogenos: conflito, defesa, batalha, coragem, agressão, vitória sobre inimigos. Invertida: derramamento
de sangue, fúria, explosão.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: desejos serão conquistados com unidade e esforço
coordenado. Assegure-se de que a causa seja justa.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: assim como guerreiros treinam e tornam a
treinar até que se torne instintivo o que fazem com as lanças, você também deve treinar e aprender
diariamente.
Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: cultive uma intuição instintiva e dinâmica para responder
a situações que se movem com rapidez e aceite a realidade do aqui e agora. Certifique-se de possuir a
habilidade de entrar e sair de uma grande variedade de estilos de comportamento para ser capaz de
responder ao meio-ambiente.

9. Aveleira (Coll/Hazel = C)

A Aveleira representa intuição, inspiração, suavidade, sabedoria direto da fonte (origem) e ligação
ancestral. É o símbolo do salmão e da essência profunda que revela toda a verdade.

C, Coll

>-''''-<

A Aveleira

O Três vezes Três


Como se diz: câll (não câu ou cáu)
Tradução: aveleira
Nome científico: Corylus avellana
Irlandês antigo: coll
Galês: collen
Inglês: hazel
Significados básicos: inspiração, intuição, suavidade
Classe: chefe
Cor: cron, “castanho”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Coll: carae blóesc, “amiga das cascas de noz”

Bríatharogam Con Culainn


Coll: milsem fedo, “mais doce árvore”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Coll: cáiniu fedaib, “mais bela árvore”

Comentários:

Nos tempos antigos, um bastão de aveleira era a insígnia de um arauto. Nos contos de Cúchulainn, um
arauto é descrito como usando um broche castanho num esplêndido manto marrom e carregando um
bastão polido de aveleira. Ramos de aveleira eram usados por rabdomantes para a localização de água ou
tesouros enterrados. Como o arauto, Coll explica, revela e torna conhecido.

Ao mesmo tempo, Coll é humilde, simples e despretensiosa. O arauto aponta para algo maior do que ele
mesmo; Coll surge vestida não em cores brilhantes, mas em modesto castanho. A madeira da aveleira era
usada para objetos de uso quotidiano, como cestos, estacas para plantas e grades de secagem. Coll lembra
a imagem da coleta de nozes em bosques outonais, de partir e comer as nozes doces ao redor do fogo em
longos entardeceres de inverno, os sons suaves da harpa e as palavras familiares de um conto bem
conhecido. Sem dúvida, algumas tradições ligam Coll a Brighid, guardiã da lareira.

Recorra a Coll para guiá-lo rumo às doçuras da vida: doces nozes, água doce, música suave, os prazeres
do conhecimento e o conforto do seu próprio lar.

Sagragnos: a Inspiração. Coll é a aveleira, é inspiração, é a cintilação da idéia que salta para dentro da
mente, é a fonte de que fluem a poesia e todas as artes. É a voz das Musas ressoando na mente, a qual irá
traduzir-se em matéria, forma física, substância sólida, em música, canção, drama, arte, estruturas,
edifícios, instrumentos científicos, deduções filosóficas, ritos e rituais religiosas, crenças e religiões,
qualquer coisa surgida da inspirada mão da humanidade. É a meditação, embora não primordialmente as
premeditadas técnicas para silenciar as muitas vozes da mente, ou para aprender a concentrar-se num item
em particular, simples ou complexo, como fruto da meditação, não importando quais métodos e técnicas
sejam empregadas como sementes desse fruto. Coll é o aspecto da divinação que é a aurora da percepção
sobre a realidade, para que possamos trilhar nossos próprios caminhos produtivamente, saltando,
correndo, andando à toa, dançando com criatividade, buscando com qualidade uma realidade inspirada.
Como toda fonte de conhecimento e percepção, a inspiração pede avaliação equilibrada e consciência
consciente.

Coslogenos: refexão, contemplação, auto-avaliação, paz, meditação. Invertida: retorno às raízes, olhar
para o passado, ir às origens.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: sua habilidade em poesia, divinação e meditação
permite que você inspire outros a aumentarem suas capacidades nessas artes. O exemplo é o melhor
professor.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: permita às reações da sua intuição trazerem
idéias à superfície. Torne-se um catalisador para essas idéias.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: siga sua intuição para a fonte, você será premiado com
sabedoria e sua alma ressoará com poesia.
10. Macieira (Quert/Apple = Q)
A Macieira é uma árvore muito cultuada nos tempos antigos, está ligada ao Outro Mundo, o Ramo de
Prata, Manannán e Avalon, a Ilha das Maçãs. Representa a inspiração, o amor, a paixão e arrebatamento.

Q, Quert (Cert, Ceirt)

>-'''''-<

A Macieira - A Árvore da Eternidade

Como se diz: qüért (quert), kyert (ceirt), kert (cert)


Tradução: trapo, farrapo (ceirt), arbusto (cert)
Nome científico: gênero Malus, família Rosaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: uball, “maçã”
Galês: afal, “macieira”, perth, “arbusto”
Inglês: apple
Significados básicos: escolha, inspiração
Classe: arbusto
Cor: quiar, “cor de rato” (marrom acinzentado claro)

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Quert: bríg anduini, “substância da pessoa sem valor”

Bríatharogam Con Culainn


Quert: dígu fethail, “andrajos”
Bríatharogam Morainn mac Moín
Quert: cliathar baiscill, “abrigo de um lunático”

Comentários:

A macieira silvestre original era uma árvore pequena com uma casca de tonalidade castanha clara. Sua
fruta, amarga se comparada à maçã híbrida cultivada, era usada, sobretudo para o fabrico de cidra
alcoólica – uma possível fonte para a associação com a demência.

É necessário compreender que a loucura de Quert não é uma desventurada incapacidade, mas a “divina
loucura” que muitas vezes revela aos místicos ou profetas divinamente inspirados certas verdades
geralmente ocultas a nossa visão. A macieira é a Árvore do Conhecimento que cresce na Ilha dos
Abençoados. É a árvore da loucura, mas também da sanidade, o momento em que um lunático recobra
seu juízo. Ramos de macieira, às vezes adornados com pequenos sinos, eram usados como encantamentos
para induzir estados alterados de consciência em que o vidente poderia viajar ao outro Mundo e retornar
em segurança. Para aquele que viaja entre os mundos, quem poderia dizer o quê é loucura e o quê é
sanidade?

Quert também está associada ao amor sexual – talvez uma outra forma de loucura divina. Não é raro que
a macieira sustente o visco, simbolizando assim o entrelaçamento dos princípios feminino e masculino.

Escolha Quert se estiver procurando êxtase, inspiração, os tormentos e delícias do amor ou uma busca – o
arrebatamento da paixão em todas as suas formas.

Em O Caldeirão da Poesia, texto atribuído ao druida Amhairghin Glúingeal, lê-se o seguinte:

Existem então duas divisões da alegria que viram o Caldeirão da Sabedoria (para cima, pois se diz que
sua posição inicial é com a boca para baixo), isto é, a alegria divina e a alegria humana.

Na alegria humana, existem quatro divisões entre os sábios. Intimidade sexual; a alegria da saúde e da
prosperidade depois dos anos difíceis do estudo do ofício bárdico; a alegria da sabedoria depois da
criação harmoniosa dos poemas e a alegria do adequado frenesi poético da trituração das claras nozes das
nove aveleiras na Fonte de Segais no reino dos Sídhe.

Sagragnos: a Beleza - Quert é a macieira, juventude e beleza, é amor, é vida eterna, é o encanto do mundo
das Fadas, é o som delicioso da harpa tocada em Tara, é o feito nobre que os bardos cantarão para você, é
a virtude não maculada, é o pulo do coração com o sorriso da amada e o brilho dos olhos de quem você
ama fazendo tudo o mais fugir da mente, é o verde esplêndido da Ilha dos Abençoados, é felicidade que
ocupa todo o espaço, é o coração andando com passos largos em botas de sete léguas, é a floresta
verdejante sorrindo sob os tépidos raios do Sol depois da benção da chuva que dá a vida. Embora seja um
momento de grande alegria, é preciso lembrar que o ciclo de vida continuará e a roda poderá girar. É
preciso estar mentalmente (e de outras formas) preparado para viver com dignidade em outras fases da
vida.

Coslogenos: amor, romance, ternura. Invertida: um chamado ou anseio, uma convocação, uma tendência,
um convite.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: a escolha, ainda que não seja fácil, é necessária. Pare
de protelar, você vai terminar sem nada ou ficando com um resultado insatisfatório de cada escolha.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: muitos caminhos para o aprendizado estão
abertos para você, escolha um. Melhor ser o mestre em um do que um especialista em nenhum.
Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: em sua jornada, escolha um dos Oito Caminhos para
completar. Os outros virão depois.

11. Videira (Muin/Vine = M)


A Videira ou Trepadeira é uma Fid de profecia, desejo e força. A intuição como guia, a alegria como
inspiração. O seu ensinamento é profundo.

Aicme Muine: M, Muin

>-/-<

A Videira - O Primeiro Encontro

Como se diz: mun


Tradução: pescoço, a região superior das costas, ardil, astúcia, amor, estima
Nome científico: planta do gênero Vitis (como a videira, Vitis vinifera) e, por extensão, qualquer planta
semelhante, trepadeira ou rastejante
Irlandês antigo: finemhain
Galês: gwinwyden
Inglês: vine (refere-se à videira e a várias outras plantas semelhantes)
Significados básicos: profecia
Classe: chefe
Cor: mbracht, “variegado” (multicolorido)
Observação: a videira não é nativa da Irlanda.

Bríatharogaim:
Bríatharogam Maic ind Óc
Muin: árusc n-airlig, “próverbio de matança”

Bríatharogam Con Culainn


Muin: conar gotha, “caminho da voz”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Muin: tressam fedmae, “mais forte no esforço”

Comentários:

Na tradição céltica, as trepadeiras são honradas como as mais fortes das plantas, pois podem enlaçar
outras plantas e submetê-las a sua vontade. A videira e a amoreira são muito semelhantes e ambas são
utilizadas para fazer vinho e cozinhar.

Para aqueles porventura familiarizados com a expressão (encontradiça em língua inglesa) clinging vine,
“trepadeira pegajosa”, significando brandura e dependência femininas, uma trepadeira pode ser uma
escolha estranha como planta que simboliza a força viril. Para os antigos celtas, no entanto, sua
capacidade para capturar e possuir assemelhava-se à própria essência da masculinidade. No par macieira-
azevinho, simbolizando a união sexual, a fecunda macieira de raízes firmes representa o princípio
feminino, enquanto a envolvente trepadeira do azevinho representa o masculino.

Escolha Muin quando necessitar de força, especialmente quando quiser conquistar, sobrepujar ou
submeter alguma coisa. Como um boi, um exército ou a ameaçadora imagem de uma matilha de lobos
armados com lanças, Muin é uma poderosa força para o bem ou para o mal. Se a escolher, use-a
sabiamente.

Sagragnos: a Tecedura. Muin é a videira, é a tecelagem, a paciente transformação daquilo que o passado
nos deu numa vestimenta adequada para o presente e para o futuro. As idéias que pensamos, os
sentimentos de nossos corações mesclam-se em padrões que enfeitam brilhantemente nosso ser.
Crescendo do chão daquilo que no passado conhecemos, regados por todas as lágrimas que derramamos e
aquecidos por todas as alegrias dos dias passados e pelos sorrisos de nossas conquistas anteriores, cresce a
vinha do nosso ser. Nossa atenção cuidadosa ajudará seu crescimento vigoroso e firme e o
amadurecimento dos cachos que nela brotarem, a colheita de nossas realizações, um rico presente a todos
os que recebermos como convidados para saborearem a delícia da hospitalidade de nosso espírito.

Coslogenos: embriaguez, in uino ueritas (“no vinho a verdade”), um segredo escapa. Invertida: caos,
escuridão, discórdia, confusão.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: relaxe. Se, num nível profundo, você sentir que deve
agir de determinada maneira, a fim de lidar com um assunto, deixe que a intuição o guie.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: permita que seus sentidos se abram para
acelerar o desenvolvimento interior. Aprenda a confiar neles quando estão atuando com força, ao invés de
usar constantemente a razão.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: abra os aspectos superiores de sua consciência para que
possam colher e reunir todos os sinais e presságios que você for capaz de compreender.
12. Hera (Gort/Ivy = G)
A Hera é conhecida como a espiral do "self" ou a busca de si mesmo. Portanto, sugere uma viagem
interior e a conexão interna que possibilita o autoconhecimento e a intensidade.

G. Gort

>-//-<

A Hera - A Segunda Colheita

Como se diz: górt


Tradução: campo, jardim
Nome científico: Hedera helix
Irlandês antigo: edind
Galês: eiddew, “hera”, garth, “jardim”
Inglês: ivy
Significados básicos: trajeto, labirinto
Classe: chefe
Cor: gorm, “azul”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Gort: inded erc, “bom lugar para vacas”

Bríatharogam Con Culainn


Gort: sásad ile, “sustento de multidões”
Bríatharogam Morainn mac Moín
Gort: milsiu féraib, “mais doce erva”

Palavras ogâmicas adicionais:


Glaisem gelta, “a pastagem mais verde”, med n-ercc, “duplicata do céu”

Comentários:

A palavra gort significa “campo verde, jardim, uma plantação de cereais ereta”, bem como “hera” ou
“madressilva”. Por isso, é associada a imagens de fecundidade e abundância: um viçoso jardim
verdejante, uma abundante colheita de grãos. Imaginamos uma quente tarde de verão, as lavouras
amadurecendo sob a luz do Sol, enquanto borboletas sugam o néctar e o aroma da madressilva preenche o
ar.

Escolha Gort como seu emblema quando desejar ligar-se aos poderes naturais de crescimento e
reprodução, quer esteja cultivando um jardim, uma fazenda, uma família, ou seu próprio espírito.

Mesmo que você trabalhe com o poder criador e procriativo de Gort, deve ficar consciente do lado mais
escuro desse crescimento exuberante. Quando descontrolada, a fertilidade de Gort pode criar uma selva
impenetrável ao invés de um luxuriante jardim, assim como a hera pode asfixiar e matar as árvores onde
cresce e até mesmo abalar prédios de tijolo e pedra. Gort deve ser um lembrete de que tudo que você traz
ao mundo é sua responsabilidade. Cultive com atenção e cuidadosamente.

Sagragnos: o Tambor. Gort é a hera, o tambor. Ouça atentamente seu chamado. Reflita, se houver tempo,
sobre o caminho à frente. Assegure-se de que a ponte sob seus pés leva em segurança à outra margem.
Esteja certo de que os demais o compreendem e de que você entende corretamente o alcance dos
sentimentos deles a seu respeito e de como estes podem flutuar e mudar dependendo das circunstâncias.
Batendo está o tambor, batendo talvez estejam os cascos dos cavalos que correm atrás de você. Esteja
pronto para correr na frente, se necessário, para alcançar a fortaleza, abandonando obstáculos passados,
ou, por outro lado, para voltar-se para trás, rapidamente sacando a espada da bainha, para enfrentar o
atacante, ou, sem dúvida, até mesmo para erguer a mão em sinal de paz e dialogar abertamente para
vencer a hostilidade. Soa o tambor do aviso. O guerreiro treinado e alerta, o viajante atento, responderão
apropriadamente de acordo com a situação.

Coslogenos: perda de inibições, derrubar artifícios ou falsidades, turbulência, abandono. Invertida:


dependência, adesão, contar com outras pessoas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: este não é o momento de ficar sozinho. Ligue-se a
outras pessoas, apresente-se.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: reconheça que o inconsciente coletivo tem
uma influência sobre você e assimile-a. Interiorize-se para aprender mais sobre o Eu.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: ingresse na mente grupal com alegria, auxilie os demais
em sua jornada espiritual, assim como também eles o auxiliam. Estamos todos entrelaçados como os
ramos da hera, o sucesso deles é o seu e vice-versa.
13. Junco (nGétal/Reed = nG)
O Junco aconselha uma ação imediata e ir direto ao ponto em relação ao assunto consultado. Assemelha-
se à força do Bambu. Simboliza: ordem, limpeza e harmonia.

nG, nGétal

>-///-<

O Junco - A Árvore dos Escribas

Como se diz: niétal (nGétal), kétal (cétal)


Tradução: matança, corte, lesão (nGétal), canto, encantamento cantado ou falado (cétal)
Nome científico: Cytisus striatus (Giesta) ou Juncus effusus (Junco)
Irlandês antigo: gilcach
Galês: eithin, “junco”, gwanu, “perfurar, apunhalar”
Inglês: reed
Classe: arbusto
Significados básicos: propósito, direção, cura

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


nGétal: étiud midach, “roupagem de médicos”

Bríatharogam Con Culainn


nGétal: tosach n-échto, “início da matança”

Bríatharogam Morainn mac Moín


nGétal: lúth lego, “sustento de um médico”

Comentários:

nGédal está associada a duas plantas, a giesta (ou vassoureira, broom em inglês) e o junco (ou caniço,
reed em inglês), que são conhecidas por suas hastes compridas e flexíveis. Ambas são usadas para tarefas
domésticas e humildes: os juncos podem ser entrelaçados em cercados, cestos e móveis, enquanto a
vassoureira, como esclarece o próprio nome, é usada para varrer.

O bríatharogam associa nGédal fortemente ao tratamento de doenças. É sobretudo o símbolo do triunfo da


ordem sobre a confusão. nGédal é a vassoura que varre para longe a sujeira e a desordem, os cestos e
potes que garantem que tudo tenha um lugar, o cercado que marca os limites com clareza, o remédio que
restaura o funcionamento apropriado do corpo.

A meticulosidade pode ser vista como uma virtude pouco romântica, mas o bríatharogam de Cúchulainn
insiste que nGédal é o começo dos feitos heróicos (a matança ou batalha). Quando refletimos sobre o
poder da desordem e do caos no mundo, vemos que afastar ou conter essas forças pode ser considerado
uma ação heróica.

nGédal fala de reparação aos danos, recuperação da saúde, colocar em ordem a casa, os negócios, toda a
vida. Escolha-a como seu escudo quando estiver empenhado em qualquer trabalho de cura, restauração ou
recuperação.

Sagragnos: a Cura. nGédal é a giesta, saúde e cura. É banhar-se nas águas da vida, lavar o pó e a sujeira,
limpar as feridas. É purificar o templo, pôr em ordem o quarto, arrumar a casa, física, mental, emocional e
espiritualmente. É deixar-se afundar na relaxante água quente e esfregar-se vigorosamente. É a
contemplação calma, a diligente tentativa de aprender coisas novas, o decidido esforço para
compreendermos verdadeiramente tudo que foi aprendido. Colocar em ordem, arrumar, significam que
podemos descobrir uma nova organização de nossas refeições, de nossos exercícios, de nossos períodos e
padrões de trabalho e descanso, da mobília em nossas casas e dos conteúdos que preenchem nossas
mentes e corações, com algum material mais velho e, talvez, menos saudável sendo descartado. Um
aspecto deste caractere é a presteza para avaliar quais de nossas posses anteriormente valiosas (incluindo-
se idéias e crenças) permanecem benéficas e sãs no presente e para o futuro.

Coslogenos: investigação, viagem, férias, aventuras, cura (desbloqueio de energias estagnadas). Invertida:
acumulação de forças ou recursos, movimentação de bens ou pessoas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você é capaz de encontrar ordem onde os outros
encontram e criam apenas o caos. Ponha a trabalhar essa valiosa habilidade.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: seus resultados são tão seguros quanto as
intenções com que você começou. Mantenha em vista seu objetivo. Não seja distraído.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: sua jornada começou, encontros inesperados e transtornos
devem ser aguardados. As habilidades com que você sobrepuja esses problemas são tão valiosas quanto a
própria viagem.
14. Espinheiro-Negro (Straiph/Blackthorn = Z)
O Espinheiro Negro representa mudança de percepção, provações e proteção. Simboliza a força e o poder
que está em você. Aceite o inevitável e prossiga!

Z (St, Ts, Ss), Straiph

>-////-<

O Espinheiro-Negro - A Árvore da Punição

Como se diz: stráf


Tradução: enxofre
Nome científico: Prunus spinosa
Irlandês antigo: draighin
Galês: draenen ddu
Inglês: blackthorn
Significados básicos: luta, negação, sacrifício
Classe: chefe
Cor: sorcha, “uma cor brilhante”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Straiph: mórad rún, “aumento de segredos”

Bríatharogam Con Culainn


Straiph: saigid nél, “busca de nuvens”
Bríatharogam Morainn mac Moín
Straiph: tressam rúamnai, “vermelhão mais forte”

Comentários:

O espinheiro-negro é um grande arbusto que cresce em densas moitas eriçadas de afiados espinhos. Os
retorcidos ramos não são uma madeira muito apropriada como combustível ou para a marcenaria, embora
possam ser usados como inconfundíveis cajados ou clavas (é a madeira tradicional para o shilelagh
irlandês). As bagas purpúreas podem ser usadas no fabrico de uma forte tinta vermelha.

Algumas das imagens associadas a Straiph nos bríatharogaim claramente se referem às propriedades
físicas da própria planta: sua habilidade para formar uma densa cerca e o forte corante obtido de suas
bagas. Essas mesmas imagens apontam para um significado simbólico ligado à morte, especialmente à
morte em batalha. A tinta vermelha, é claro, representa o sangue e o metal manchado de vermelho é a
espada ou lança tingida de sangue.

Há um bom elemento de sacrifício nas imagens sugeridas por Straiph. Não se trata de morte por
infortúnio, ou numa briga particular, mas de uma morte sacrificial pelo bem do clã. Numa cultura
guerreira, não haveria maior honra que um fim como esse.

Você poderia escolher Straiph como seu emblema se estiver procurando coragem para assumir riscos e
fazer sacrifícios em favor de uma pessoa, grupo, crença ou causa que considere importante. O risco que
você assumir não tem de envolver o perigo de literal morte física. Você pode invocar Straiph sempre que
quiser dar algo sem reservas, nada esperando em troca, sem se importar com as conseqüências.

Sagragnos: o Destino. Straiph é o espinheiro-negro, o destino que somos incapazes de evitar, que não
temos o poder de impedir. O que permanece sob nosso controle é a compreensão da natureza inflexível
desse destino e nossa resposta a ele. Pode ser nosso o conhecimento do bem e do mal, a consciência de
quando não é bom insistir num determinado curso de ação, de quando seria melhor deixarmos o barco em
segurança no porto enquanto o ciclone atravessa o mar e de quando a honra e o dever nos chamam para
fazer face a um inimigo invencível. Usualmente, nossa escolha é aceitar a mudança inevitável e
continuarmos, de alguma forma, com saúde, com criatividade, com imaginação, a viver, ter sucesso,
embelezar a existência dentro do novo ambiente. Entre os aspectos inevitáveis da vida podem estar a
doença, o envelhecimento e a morte.

Mesmo aqui, você pode escolher viver tão bem quanto seja possível dentro das circunstâncias em que se
encontrar. Muitas pessoas que envelhecem estão realizando muitas coisas que, em sua juventude, podem
não ter sido possíveis. O mesmo se dá em outras circunstâncias, tais como a perda de um amor ou de um
emprego. Muitas vezes, é possível conquistar um grande êxito dentro de condições que pareciam, à
primeira vista, devastadoras.

Coslogenos: dor, amargura, ódio, ressentimento, ciúme, uma ferida que desfigura e envenena a alma.
Invertida: ferocidade na defesa de pessoas queridas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: mudança inesperada, planos alterados ou arruinados.
Ainda que desagradável, não há escolha. Os eventos assumem o controle, levando você a um caminho
que não poderá evitar. Tome coragem, os problemas devem ser enfrentados, as decisões são inevitáveis.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: sua visão negativa, agarrada a velhos
caminhos e encarando os desafios com raiva e teimosia, irá apenas tornar tudo pior e machucá-lo mais.
Aceite as mudanças e prossiga.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: compreenda que você e sua vida mudaram radicalmente.
Entre renascido nesse novo período.
15. Sabugueiro (Ruis/Elder = R)
O Sabugueiro representa o final de um ciclo, ele nos ensina a deixar o velho partir para trazer o novo.
Suas flores facilitam o contato com as fadas, e as frutas na feitura do vinho que promove a clarividência.

R, Ruis

>-/////-<

O Sabugueiro - A Deusa Tripla

Como se diz: rúch


Tradução: vermelho, vermelhidão
Nome científico: Sambucus nigra
Irlandês antigo: trom
Galês: ysgawen
Inglês: elder
Significados básicos: términos, renovação, penitência
Classe: arbusto
Cor: ruadh, “ruivo, de cabelo vermelho”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Ruis: rúamnae drech, envermelhecer das faces

Bríatharogam Con Culainn


Ruis: bruth fergae, brilho de raiva
Bríatharogam Morainn mac Moín
Ruis: tindem rucci, o rubor mais intenso

Comentários:

Numa cultura guerreira como a dos antigos celtas, a honra era o mais precioso bem de uma pessoa.
Vivendo em uma terra rude, pobre em bens materiais, a reputação pela coragem, lealdade e honestidade
poderia ser a única propriedade valiosa. Ser desonrado, envergonhado, era a mais temível catástrofe que
poderia recair sobre alguém. Em tal cultura, Ruis, o rubor da vergonha, era um símbolo extremamente
poderoso.

Há um episódio nos contos de Fionn mac Cumhaill em que este passa a noite diante de uma fogueira de
galhos de sabugueiro, atormentado pela visão de fantasmas troçadores. Como Fionn, somos a todo
momento assombrados por lembranças que nos fazem corar de vergonha. Como Fionn, devemos enfrentar
esses fantasmas se desejarmos libertar-nos e recuperar a honra. Isso pode implicar em defrontar-se com
raiva e punição severa às mãos de alguém que prejudicamos ou ante o rigoroso julgamento de nosso
próprio acusador interior.

Você pode escolher Ruis como talismã se estiver lutando com os demônios da vergonha, ou como um
aviso para não cometer atos pelos quais tenha de se envergonhar. Mas fique atento! Ruis é o emblema da
penitência, não da vergonha. Aceitação, reconciliação, sabedoria e inteireza aguardam-no depois de
passar pelos fogos do arrependimento. No Quarto Ramo do Mabinogion, Math, depois de punir Gwydion
e seu irmão pela violação de Goewin, diz:

- Ó homens - disse o rei -, vós obtivestes paz e tereis igualmente amizade.

Sagragnos: Ruis é o sabugueiro, Vida. A neve do inverno derrete e a vida salta do solo. A roda do destino
gira e torna a girar. A criança pequena caminha com uma bengala rumo ao nascimento outra vez. A
vibração da descoberta, a útil invenção nova, a abençoada contribuição ao bem-estar humano adquirem
outros atributos, cessam para fortificar-se e, novamente, chega a revelação. A casa em que vivemos, nossa
cidade, este mesmo envelope de carne se desvanece atrás de nós ao avançarmos e a vida continua. O que
é eterno é o ciclo da vida, o girar da roda, a queda das folhas do ano que passou para que, com a nova
primavera, a floresta vibrante receba a vida vestida de verde e cada colheita esteja fresca e nutritiva.

Coslogenos: maturidade por meio da experiência, satisfação, consumação, auxílio discreto. Invertida:
passado problemático, morte sem sossego, contendas, vingança antiga.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: embora um aspecto de sua vida tenha chegado ao fim,
outro ciclo inicia-se agora.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: mudar o velho trará criatividade, introduzirá
novas idéias e pensamentos.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: conexões formam-se continuamente enquanto fases de
vida e experiências repetem-se sob modos diferentes que conduzem à renovação.
16. Abeto (Ailm/Silver Fir = A)
O Abeto ou Pinheiro é uma árvore muito alta e pode ser vista a longa distância. Associado também ao
Olmo. Representa clareza, visão e amplitude. É a voz do vento que sussurra por entre os Pinheiros.

Aicme Ailme: A, Ailm

>-+-<

Abeto - Árvore da Regeneração

Como se diz: ahl-m


Tradução: grito
Nome científico: Abies alba
Irlandês: ghiúis
Galês: ffynidwydd
Inglês: silver fir
Significados básicos: sabedoria e visão.
Classe: arbusto
Cor: alad, “malhado” (geralmente de preto e branco)

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Ailm: tosach frecrai, início de uma resposta

Bríatharogam Con Culainn


Ailm: tosach garmae, o início da chamada
Bríatharogam Morainn mac Moín
Ailm: ardam íachta, o gemido mais alto

Comentários:

Caine ailmi ardom-peitet


Formosos são os pinheiros que fazem música para mim.

Ailm é o pinheiro. Os pinheiros estão entre as árvores mais altas. Do alto de um pinheiro, a vista é
espetacular, estendendo-se de horizonte a horizonte. Ao avistar de uma altura mais elevada, é possível
obter uma maior compreensão do caminho que se está viajando. Este Ogham representa a sabedoria, o
sentimento de admiração e a inspiração, o vigor da amplitude. Ser capaz de ver o horizonte também pode
ter seus inconvenientes, quando se há um vislumbre de um caminho acidentado pela frente ou a
consciência de quão pequeno é o ser humano na escala cósmica. Ele pode ser avassalador e solitário.
Simboliza o solstício de inverno.

Mensagem: euforia, entusiasmo, admiração, respeito, consciência, perspectiva, visão.


Invertida: medo, dominado, oprimido, desanimado, paralisia.

Coslogenos: inocência, frescor, iniciação, entrada em algo novo, altas aspirações, entusiasmo. Invertida:
ingenuidade, credulidade.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: nesta questão você pode ver o que está além e o que
está chegando. Você tem a percepção para ver e compreender do ponto em que se encontra. Use uma
visão ampla e preveja o futuro.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: receba do passado e do presente força e cura
dos quais pode extrair percepção e sabedoria para o seu futuro.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: esteja consciente do progresso em sua jornada espiritual.
17. Tojo (Onn/Furze = O)
O Tojo simboliza fertilidade, escolha do caminho e direções. Talvez, por sua suavidade, essa árvore nos
transmita paz e tranquilidade, que conspirando ao nosso favor.

O, Onn

>-++-<

Tojo - Árvore da Fertilidade

Como se diz: uhn


Tradução: freixo
Nome científico: Ulex europaeus
Irlandês: aiteann
Galês: eithin
Inglês: gorse/furze
Significados básicos: movimento, rapidez e fertilidade.
Classe: chefe
Cor: odhar, “pardo”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Onn: féthem soíre “o mais suave dos artesanatos”

Bríatharogam Con Culainn


Onn: lúth fían “equipamento do bando de guerreiros”
Bríatharogam Morainn mac Moín
Onn: congnaid ech “o auxiliar dos cavalos”

Comentários:

Eloquência, a sabedoria ou a tolice. O conhecimento da poesia.

Onn é o tojo. As suas flores amarelas estão ligadas à energia solar e ao solo fecundo. O amanhecer de um
novo dia e a cura. As flores atraem as abelhas, a sua polinização é a união do masculino e feminino, a
conexão com a fertilização e a sexualidade. Como todas as plantas espinhosas, também era associado à
proteção. Simboliza o equinócio de primavera.

Mensagem: sexualidade, energia masculina e feminina, paixão e atração.


Invertida: perigo, complicação e situações embaraçosas.

Coslogenos: luxúria, paixão, puberdade, despertar do desejo, manter a esperança mesmo na adversidade.
Invertida: repressão, torpor, inércia.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: sua busca terminou. Aquilo que você procura será
encontrado. Prossiga rumo ao seu objetivo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: divida o conhecimento que você reuniu,
assim como as abelhas dividem o pólen e o néctar coletados do tojo.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: há uma abundância de bênçãos em sua viagem espiritual,
não fique acumulando e estocando. Divida com os outros, você será recompensado.
18. Urze (Úr / Heather = U)
A Urze representa a ligação com o nosso eu interior, o amor e a cura, tanto física como espiritual. É a
intensidade da terra, a umidade do solo e os seus ciclos de crescimento.

U, Úr

>+++<

Urze - O Orvalho Matinal

Como se diz: oor


Tradução: Terra, solo, argila
Nome científico: Calluna vulgaris
Irlandês: fraoch
Galês: grug
Inglês: heather
Significados básicos: morte, cura física e espiritual
Classe: camponês
Cor: usgdha, “cor de resina”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Úr: sílad cland "propagação das plantas"

Bríatharogam Con Culainn


Úr: forbbaid ambí "mortalha de um morto"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Úr: úaraib adbaib "em habitações frias"

Comentários:

Conhecimento da Filosofia. Reflexão sobre Germinação e Decomposição, os ciclos do solo.

Úr é a Urze. O rico néctar da urze é muito apreciado pelas abelhas, dizem que o mel desta planta também
era estimado pelos celtas por causa das suas propriedades curativas. Por sua vez, eles consideravam as
abelhas como mensageiras dos Antigos, as quais podiam percorrer o caminho da luz do Sol para o mundo
dos espíritos, de onde retornavam com sabedoria, beneficiando assim os que saboreassem do seu mel.
Considerado o alimento dos Deuses. Simboliza o solstício de verão.

Mensagem: frescor, união, consumação e aceitação.


Invertida: ilusão, desejo, conflito e manipulação.

Coslogenos: união, casamento, fusão de forças, transformação, boa sorte. Invertido: amor opressivo,
perda de identidade, falta de limites.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: escute a mensagem do seu corpo. O tempo da cura é
agora. Atente aos sinais.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: não se permita ficar mais tenso. Volte-se para
dentro a fim de obter cura e alívio. Outras questões podem esperar.
Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: ligue o interior com o aspecto superior de sua consciência
para curar-se e ficar inteiro, construir a base para o que virá depois.

19. Choupo (Eadhadh / Aspen = E)


O Choupo é a árvore que representa determinação, prevenção de doenças e força interior. Promove a boa
comunicação e quando suas folhas se agitam, facilitam a inspiração.

E, Eadhadh

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Choupo - A Prevenidora da Morte

Como se diz: eh-wah


Tradução: Álamo
Nome científico: Populus tremula
Irlandês: crann creathach
Galês: aethnen
Inglês: aspen/ white poplar
Significados básicos: agitação, orientação e prevenção
Classe: arbusto
Cor: erc, "vermelho ferrugem"

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Eadhadh: commaín carat, "troca de amigos"

Bríatharogam Con Culainn


Eadhadh: bráthair bethi (?), "irmão da bétula" (?)

Bríatharogam Morainn mac Moín


Eadhadh: érgnaid fid, "árvore que discerne"

Comentários:

Conhecimento da Divinação. Orientação, depressão e julgamento.

Eadhadh é o Choupo. A árvore do Choupo tem uma relação muito estreita com o vento. Suas folhas
crescem de tal maneira que mesmo uma pequena brisa fará com que tremam, produzindo assim um
farfalhar assustador. O som do vento, ao passar por entre as folhas, assemelha-se a um sussurro. O vento é
considerado como o mensageiro ou a voz dos Deuses. Conta-se que os bardos e os xamãs celtas faziam
adivinhações ao ouvir o ruído das folhas. A madeira da árvore do Choupo foi muitas vezes usada para se
fazer escudos, pois diziam que protegia a pessoa da morte e da doença. Este Ogham está ligado à coragem
e à defesa em batalhas. Simboliza o equinócio de outono.

Mensagem: batalha espiritual, coragem e proteção.


Invertida: medo, dúvida e agitação interior.

Coslogenos: intuição, consciência, reflexão sobre a própria vida, filosofia, descanso, repouso,
sensibilidade, empatia. Invertida: medo, timidez, arrependimento.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: qualquer que seja o desafio do momento enfrente.
Você pode resistir e vencer com determinação. Você pode curvar-se e não quebrar.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: fortifique seus pensamentos contra as dúvidas
a respeito dos imprevistos que você deve superar. Uma atitude positiva prevalecerá.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: não ceda a pressões mundanas, o maior auxílio é seu em
sua jornada ao renascimento.
20. Teixo (Iodhadh / Yew = I)
O Teixo representa o conhecimento, a voz espiritual dos nossos ancestrais, a morte e o renascimento. É
considerada a árvore da imortalidade, associada a Samhain. O fim e o começo de um novo ciclo.

I, Iodhadh

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Teixo - Árvore da Vida e da Morte

Como se diz: ee-yoh


Tradução: desconhecido, talvez Teixo
Nome científico: Taxus braccata
Irlandês: iúir
Galês: ywen
Inglês: yew
Significados básicos: resistência, conhecimento ancestral, tradição e renascimento.
Classe: chefe
Cor: irfind, "muito branco"

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Iodhadh: caínem sen, "o mais justo dos antigos"

Bríatharogam Con Culainn


Iodhadh: lúth lobair (?), "energia do doente" (?)
Bríatharogam Morainn mac Moín
Iodhadh: sinem fedo, "árvore mais antiga"

Comentários:

O domínio da morte e do renascimento. O Conhecimento do Druidismo

Iodhadh é o Teixo, aquela que tem vida longa e é associada à imortalidade. Quando o tronco se torna
velho e oco representa a porta de entrada para o submundo ou para o Outro Mundo. Árvore forte e de
grande durabilidade, era usada para fazer arcos longos, flechas e oghans pela facilidade de ser esculpida,
além de ser considerada uma das mais sábias e mágicas da floresta. Os irlandeses chamavam o Teixo de
caixão da vinha, pois os barris eram feitos da sua madeira e acreditava-se que suas propriedades
aumentavam os dons visionários do vinho.

Mensagem: vida longa, sabedoria que vem com a idade, transição, portal para o Outro Mundo.
Invertida: morte, dor e estagnação.

Coslogenos: morte e términos, os ancestrais, comungar com os mortos, aprender com o passado,
renascimento, vida longa, sabedoria que vem com a idade, transição, portal para o Outro Mundo.
Invertida: veneno, cólera, destruição extraordinária.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: algo que foi mantido por muitos anos e deve ser
passado adiante. Deixe que se vá. Não serve mais para você.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: o conhecimento de que nada dura para
sempre vai trazer a tranquilidade para você neste momento.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: mudanças estão chegando para você. Você tem uma
tendência de experimentar as coisas e agarrar-se. Deixe que passem e experimente apenas a mudança
como uma aliada, não como uma inimiga.

Forfeda - O Quinto Aicme


Apesar dessas letras adicionais não serem encontradas em nenhuma das inscrições em pedra, o Auraicept
na n-Éces os inclui em algumas das listas do Ogham, mas as ignora em outras. E conforme descreve a
reconstrucionista Eryn Rowan Laurie, usar o Forfeda enriquece a nossa experiência oracular.

Forfeda (“letras adicionais”, forfid no singular) – são o grupo de feda que formam o Quinto Aicme do
alfabeto ogâmico. Surgiram no período do irlandês antigo (entre 600-900 d. C.), séculos depois do ápice
do uso do Ogham. Acredita-se que representassem sons ausentes do alfabeto original, talvez, as seguintes
letras: é(o), ó(i), ú(i), p e ch. (Bellouesus Isarnos)

Aicme na Forfed:
1. Ebad/Éabhadh,
2. Ór/Oir,
3. Uilenn/Uillean,
4. Pín/Iphín,
5. Emancholl/Eamhamcholl

A seguir, o significado do Forfeda realizado por Dartagnan Ávillys d’Avalon em parceria com o grupo de
estudos Fidnemed an Síd : Ogham. Apresentamos um resumo prático dos significados místicos
encontrados a partir deste estudo e o aprofundamento meditativo de cada fid. (Rowena A. Seneween)

Forfeda: o trato mágico a ser desenvolvido


1. Ebad/Éabhadh:

Mergulho na profundidade, um caminho novo, mais intenso, primordial. Bosque


sagrado. Renascimento. Flexibilidade. Caminhos. Direcionamento. Começo. Nutrição
espiritual. Jornada mágica e/ou espiritual. Reconhecimento. Completude. Profecia.
Mensagem Divina. Centro do Mundo. Inspiração. Sabedoria bem aplicada. Força
interior.

O Álamo Branco é a mudança interior e o despertar da sabedoria. É o domínio e a soberania sobre si


mesmo. Indica uma nova jornada e novos caminhos que se abrem de forma segura. É o começo de uma
jornada mais profunda. O álamo farfalha trazendo mensagens e sabedorias divinas, trazendo magia e
inspiração. Requer busca, discernimento, espiritualização e um olhar para a essência das coisas. Está
vinculado a Awen / Imbas e ao festival de Imbolc. O Álamo Branco é a condução ao centro de tudo, de
onde novas revelações e caminhos surgem. *Tradução: Salmão.

2. Ór/Oir:

Ouro. Fogo. Energia. Força interior. Movimento. Inteligência repentina. Ação.


“Insight”. Aplicação apenas do necessário. Prosperidade no equilíbrio.
Balanceamento. Inspiração posta em prática. É a árvore que se nutre da água e recebe
o fogo do céu (raio). É a prosperidade realizada ao ser buscada.

O Evômino é a árvore do movimento. É a roda a girar, a atuação a partir da (do


escutar da) sabedoria, a confiança interior. É o moinho. Indica prosperidade, vitória nos projetos, atuação,
movimento. Requer desapego, trabalho, autoconfiança e por-se em movimento. Mas pode indicar o caos
na estagnação quando a balança é desrespeitada. A prosperidade só se atinge na busca e na vitória das
provações, em constante equilíbrio (interno e externo). Está vinculado a Beltane e aos Sídhe. O Evômino
é o movimento e a tomada de decisões para prosperar.

3. Uilenn/Uillean:

Aparência. Colocar a tona. Questionamentos. Inquietude. Invasão. Rapidez.


Espontaneidade. Trabalho. Mudança. Olhar para si. Regeneração. Encanto e sedução.
Ramificação. São os laços sentimentais: a amizade, família e amor.

A Madressilva é o agir no mundo, ramificar-se e prosperar, vencer as perturbações e


os desafios. Requer mudanças, agilidade e espontaneidade. Ela coloca os "termos" na
mesa e requer que você os enfrente com coerência. Requer alinhamento e autoconhecimento
(autodomínio). É preciso seguir em frente e deixar o passado no passado. Indica cura, purificação,
renovação, mudanças, rompimento das ilusões, quebra com o passado. Mas pode também indicar
desespero, destruição, solidão quando não bem observada. Representa o alinhamento dos Três Caldeirões
e o Destino. Está ligada ao Festival de Lughnasadh. A Madressilva é a regeneração e a vida nova. É o
segredo e o mistério que deve ser vivido e não explicado.

4. Pín/Iphín:

Lidar com o passado: aprender a resolvê-lo. Intensificação. Doçura. Leveza. Paz


(pacificidade). Resolução. Digestão. Revelação do que está escondido. Ser visionário.
Cuidar de si. Melhorar a imunidade. Flexibilidade. Desafio. Proteção. Compreender o
passado para entender o presente e prever o futuro. Passado. Antepassados. Sucesso.
Conforto espiritual. Liderança. Serenidade.

A Groselha é digerir, conhecer e compreender sobre o passado e sobre si mesmo; e assim, agir com
serenidade e doçura. Indica resolução, sucesso, aprendizado, conforto espiritual e doçura. Pode também
indicar o azedo e estagnação. É a cura que vai de dentro para fora e de fora para dentro. Requer
conhecimento sobre o passado, aprendendo com ele; dedicação e serenidade, flexibilidade, resolução,
atitude e mudança. Está relacionada com a história, os Ancestrais, o Festim de Tara, a bolsa mágica de
Mananánn e a Lança de Lugh. A Groselha é o desafio da doçura.

5. Emancholl/Eamhamcholl:

Vassoura de Bruxa. Aveleira de Bruxa. Sincronia. Resoluções. Confirmação.


Reestabelecimento. Esclarecimento. Resposta. Cuidado. Confiança. Fluidez. Calma.
Completude. Conexão com o sagrado. Mar. Viagem. Proteção. Coragem. Intensidade.
Magia. Deuses. Renascimento / Recomeço. Vida nova. Compreensão. Profundidade.
Amadurecimento. Decisões. Revelações. Cura. Esperança.

O Hammamélis é o conectar com o sagrado a partir de dentro, nos processos de cura interior (para) e
exterior. Nesse processo as verdades são reveladas e a autonomia é reestabelecida. Para acessar os Deuses
é preciso que eles habitem internamente. É a viagem que se faz para renovação, transcendência e cura. Ao
entrarmos profundamente em nós mesmos, nos tornamos aptos a viajar para fora. Indica sucesso,
revelações, intensificação, interiorização e externalização, completude, cura espiritual e física, proteção,
magia e transcendência. Requer compreensão, fluidez, cuidado, abnegação, profundidade,
amadurecimento, coragem, confiança e tomada de decisões. É preciso ser o sagrado e deixá-lo agir
estando conectado a ele, em simbiose. Entretanto, pode ser letal quando essa busca é despreparada e
errônea. Está vinculado à Árvore do Mundo e aos Deuses. Representa Samhain. O Hammamélis é a
transcendência do ser.

Calendário:

O calendário dos povos pagãos era de natureza lunar, iniciando sempre no primeiro dia da Lua Nova. Não
se tem certeza se os druídas, de fato, faziam qualquer associação entre estes períodos e as árvores do
Ogham. O primeiro a levantar esta questão foi Robert Graves, no livro White Goddess, coincidindo o
primeiro dia do ano celta com o primeiro dia do ano romano da época (24 de dezembro). Liz
Murray e Colin Murray, por outro lado, respeitam a tradição pagã e iniciam o seu calendário na Lua
Nova próxima ao dia 31 de outubro, data em que se celebra o Samhaim. Cabe a você escolher a opção
que lhe parece mais adequada.

Para os que gostam de correr risco, as fedha de um jogo poderiam indicar um período específico de
previsão ao longo do ano (estação ou mês), do mês (fase da Lua) ou do dia. A direção, fase da Lua e
estação são informações dadas com base numa mandala chamada Roda de Fionn – parte central da
ilustração acima – presente na obra The Book of Ballymote.
1º Aicme: Beith, Luis, Fearn, Saille e Nuin

• Estação: Inverno
• Direção: Norte
• Fase da Lua: Nova
• Período do Dia: Meia-Noite
2º Aicme: Huathe, Duir, Tinne, Coll e Quert

• Estação: Primavera
• Direção: Leste
• Fase da Lua: Crescente
• Período do Dia: Alvorada
3º Aicme: Muin, Gort, Ngetal, Straif e Ruis

• Estação: Verão
• Direção: Sul
• Fase da Lua: Cheia
• Período do Dia: Meio-Dia
4º Aicme: Ailim, Ohn, Ur, Eadha e Ioho

• Estação: Outono
• Direção: Oeste
• Fase da Lua: Minguante
• Período do Dia: Poente

Nome Mês Lunar

Graves Murray

Beith 24/12 a 20/01 Nov

Luis 21/01 a 17/02 Dez

Fearn 18/02 a 17/03 Jan

Saille 18/03 a 14/04 Fev

Nuin 15/04 a 12/05 Mar

Huathe 13/05 a 09/06 Abr

Duir 10/06 a 07/07 Mai

Tinne 08/07 a 04/08 Jun


Coll 05/08 a 01/09 Jul

Quert 02/09 a 29/09 –

Muin 30/09 a 27/10 Ago

Gort 28/10 a 24/11 Set

Ngetal 25/11 a 22/12 Out

Straif – –

Ruis – Out [1]

Ailim – –

Ohn – –

Ur – –

Eadha – –

Ioho – –

Resumo Ogham significado oracular:


Beith-Birch (Bétula) : nascimento de um bebê ou uma ideia, a liberação daquilo cujo tempo
chegou, produção, criação, Necessidade de iniciação espiritual, aparecimento de um guia, Proteção,
limpeza, parto. Invertida: expulsão, banimento, caminhos fechados, desembaraçar-se de algo. É a rainha
das árvores, só perdendo para o carvalho que é a árvore das arvores e o rei do bosque. A bétula funciona
como pequenas lanternas indicando novos caminhos e a primeira a florir após o inverno. É considerada
uma árvore que afasta as más influências. Além de ser muito utilizada na gravação do Ogham, também
poder ser usada para aspergir água consagrada ou para “espanar” as vibrações negativas de pessoas e
ambientes.

Luis-Rowan (Tramazeira ou Sorveira) : devoção à chama sagrada, serviço a uma causa mais
alta, prosperidade, felicidade(brilho nos olhos), sustento, abundância, riqueza, abnegação, disciplina,
dedicação. Invertida: dogma, obediência sem questionamento, ação sem reflexão, desperdício,
estagnação financeira, cegueira psíquica.

Fearn-Alder (Amieiro) : proteção, amparo, guarda, olho vigilante, necessidade de precaução,


discernimento. Invertida: sacrifícios pessoais em benefício de outros, pontes, ligações entre mundos ou
grupos, isolamento, possessão. Dependendo da pergunta/posição, pode denotar proteção
espiritual/emocional ou a falta delas, teimosia, solidão, depressão, paralização.

Saille-Willow (Salgueiro) : magia, mistério, fases da lua, feminilidade, passado. tristeza, mágoa,
liberação da dor, emoção, torpor, deixar partir, ir embora. Invertida: afundar-se em miséria, estagnação.
Perdas e furtos, sendo que a tradição celta acredita(va) que, por vezes, o que se perde neste mundo se
ganha no outro. O consulente não está sabendo de todos os aspectos de uma questão ou está escondendo
algo. Na maioria das vezes denota algum tipo decepção. Perigos que não estão sendo percebidos. Há a
influência do passado, depressão, nostalgia. Desafio: estar atento aos alertas sutis enviados pelo
inconsciente.

Nuin-Ash (Freixo) : união, paz, evolução, guerra justa, estratégia, interação, reflexão, mudança,
adaptação, seguir o fluxo do Dán (destino). Invertida: lutar contra o destino, remar contra a maré,
fofocas, dúvidas, indecisão. O assunto em pauta é parte de algo muito maior e talvez o consulente esteja
muito limitado na sua percepção do assunto. Para resolver um problema é preciso dar dois passos para
trás e observar como todos os aspectos interagem no processo. É um símbolo de integração, indicando
que qualquer (re)ação terá efeitos neste mundo e nos planos paralelos. Aconselha-se observar os detalhes
e o todo.

Aicme 2- raça do Huathe-Hawthorn

Huathe-Hawthorn (Piriteiro ou espinheiro branco) : fertilidade, sexualidade feminina,


território, refreamento, contenção, inclusão, detalhismo, envolvimento, purificação. Invertida: obstáculo,
bloqueio, defesa da propriedade ou da pessoa, medo, afugentar outras pessoas, sátira, tormento, zombaria,
autocritica, inveja, fofoca, se perde em detalhes. é considerada uma árvore de má sorte mas cortá-la pode
trazer mais problemas que mantê-la no ambiente. De modo geral indica a necessidade de purificação, de
remoção daquilo que enfraquece o indivíduo, o que, por vezes, só poderá ser alcançado através do
isolamento e/ou do auto sacrifício. Momento de frustração e/ou de pressão para a escolha entre opções
conflitantes. Pode sinalizar um processo inconsciente de auto sabotagem, fruto da falta de autoconfiança
ou da baixa estima. Quando associado à sexualidade pode representar tanto a castidade como a luxúria.
Desafio: por vezes os problemas nos levam a atos impulsivos em busca de uma solução. O momento,
contudo, não é favorável para qualquer atitude. Aguarde.

Duir-Oak (Carvalho) : É a Ogham mais forte, autoridade, estabilidade, força, liderança, ouvir
as necessidades da tribo, sabedoria, Os deuses estão do lado do consulente, Sorte, justiça, longevidade,
grandiosidade, vitória, sexualidade masculina. Invertida: rigidez, força inflexível, opressão, indiferença
aos demais. O carvalho é o rei das arvores os druidas diziam que o carvalho com seus galhos retorcidos
faziam justiça e flexibilidade ao mesmo tempo. Essa Ogham prevalece sobre as demais. Indica o
aparecimento de mestres, professores, pessoas com ensino superior ou um próprio Druida. Influência de
Dagda, favorece a filosofia e a magia.

Tinne-Holly (Azevinho) : Criação de uma terceira via, mescla, tecnologia, conflito, defesa,
batalha, coragem, agressão, vitória sobre inimigos. Invertida: derramamento de sangue, fúria, explosão,
oposição, inabilidade. Essa Ogham é o rei do inverno, sugere vitória mas com percas. Oposição feroz,
Ogham venenosa, sugere morte por venenos. Quando as coisas ficam difíceis a boa notícia é que a força
do indivíduo é proporcional ao grau de dificuldade que ele vive. Desafio: estar consciente de sua própria
força e das condições que possui para enfrentar os desafios. Compensação.

Coll-Hazel (Avelãzeira) : reflexão, contemplação, autoavaliação, paz, meditação, inspiração,


simplicidade, suavidade, artes, amor e verdade. Capacidade de motivar outras pessoas, de fazer com que o
melhor delas venha à tona, talento, as vezes indica sabedoria. Invertida: levianidade, ignorância,
preguiça, futilidade, ceticismo, retorno às raízes, olhar para o passado, ir às origens, desistência,
insegurança.

Quert-Apple (Macieira) : é a ogham do amor e da loucura, juventude, sabedoria, escolhas,


relacionamentos, romance, ternura, juventude, beleza. Invertida: percas, ansiedade, loucura,
incompreensão, desonra, promiscuidade com maus fins, ilusão. Para os celtas o louco era alguém usado
pelos deuses porém incompreendido pelos mortais. Também a necessidade de se fazer escolhas ciente de
que optar por uma coisa é abrir mão de outra. Simboliza, beleza vida eterna.

3 aicme raça do Muin-Vine

Muin-Vine (Videira) : embriaguez, “in uino ueritas”, (“no vinho a verdade”), um segredo escapa,
celebração, dons espirituais legítimos. Invertida: caos, escuridão, discórdia, confusão. Festejo e também
excessos, inconsciente. No lado espiritual é bom, diz a verdade, profecia, poderes ocultos. pode significar
a libertação das inibições sem, contudo, indicar/aconselhar o abandono da razão. Drogas.

Gort-Ivy (Hera) : fidelidade, casamento, relacionamentos formais e até iniciações espirituais,


união, perda de inibições, estratégia, articulação, sociedade, derrubar artifícios ou falsidades, turbulência,
abandono. Invertida: manipulação, dependência, submissão, adesão, contar com outras pessoas,
burocracia.

Ngetal-Reed (Junco) : boa saúde física e psíquica, harmonia, solução, viagem, flexibilidade,
férias, aventuras, cura (desbloqueio de energias estagnadas), favorece a medicina, Indica capacidade de
adaptar e/ou mudar a realidade através da vontade. De modo geral o consulente está ciente de seu
momento e dos recursos disponíveis, por isso é capaz de chegar onde deseja, crescimento. Invertida:
acumulação de forças ou recursos, falta de saúde, desordem, doença, ferimento, drogas.

Straif-Blackthorn (Ameixeira Brava) : Outra árvore de má sorte, representa o inevitável,


destino, sacrifício, queda, morte, dor, amargura, ódio, ressentimento, ciúme, uma ferida que desfigura e
envenena a alma. Invertida: ferocidade na defesa de pessoas queridas, revelação, solução,
energia. Geralmente denota uma circunstância fora do controle do consulente, mudança inesperada e
radical. Quando numa posição favorável ao consulente, não significa que estas forças estão ao seu lado,
mas que ele pode resistir a elas. Briga, punição, karma, Na dúvida a melhor opção é seguir a regra do
jogo.

Ruis-Elder (Sabugueiro) : vergonha, raiva impulsividade! Sexo, maturidade por meio da


experiência, satisfação, consumação, auxílio discreto. passado problemático, morte sem sossego, guerra,
briga, contendas, vingança antiga. Essa Ogham está mais sob o controle do consulente diferente da
anterior, ele causa os efeitos. Invertida: serenidade, calma esmoecimento, energia bem direcionada.

4 aicme raça do abeto:

Ailim-Silver Fir (Abeto) : futuro, progresso, euforia, entusiasmo, admiração, respeito,


consciência, perspectiva, crescimento, esperança, visão, inocência, frescor, iniciação, entrada em algo
novo, altas aspirações, entusiasmo, favorece a clarividência. Invertida: medo, dominado, oprimido,
desanimado, paralisia, isolamento, término.

Ohn-Furze (Tojo) : mudanças, rápidas, é a ogham mais rápida, favorece viagens, fertilidade,
sexualidade, energia masculina e feminina, paixão e atração. Invertida: perigo, atrasos,
tédiocomplicação e situações embaraçosas, superficialidade, confusão.

Ur-Heather (Urze) : frescor, união, consumação e aceitação, união, casamento, fusão de forças,
transformação. Invertida: ilusão, desejo, conflito e manipulação, amor opressivo, perda de identidade,
falta de limites. É a Ogham da decomposição, não muda uma situação só a continua, ogham lenta,
necessário ver as demais. Passividade, simboliza argila.
Eadha-Aspen (Choupo) : Coletivo, ação em grupo, visão ampla, amizade, comunicação, algo
maior, intuição, consciência, reflexão sobre a própria vida, filosofia, descanso, repouso, sensibilidade,
empatia. Invertida: medo, timidez, arrependimento, influenciável, traição, se leva pelos outros.

Ioho-Yew (Teixo) : morte e términos, tradição e resistência, fim, conclusão, destino, os


ancestrais, comungar com os mortos, aprender com o passado, renascimento, vida longa, sabedoria que
vem com a idade, transição, portal para o Outro Mundo. Invertida: desrespeito, esquecimento, veneno,
cólera, destruição extraordinária, estagnação. Em algumas situações pode indicar um contato com o
passado ou com ancestrais. Se isso é bom ou ruim vai depender da posição no jogo e/ou das fedha que
complementam a leitura. Desafio: não deixar que a tristeza ou o sentimento de perda enfraqueça a
vontade.

Forfeda – o quinto aicme – raça do álamo branco(Eu as associo aos 5 elementos)

Ebad/Éabhadh(alámo branco) : Nutrição espiritual. Jornada mágica e/ou espiritual.


Reconhecimento. Completude. Profecia. Mensagem Divina. Centro do Mundo. Inspiração. Sabedoria
bem aplicada. Força interior.(espírito)

Ór/Oir(evômito) : “Insight”. Aplicação apenas do necessário. Prosperidade no equilíbrio.


Balanceamento. Inspiração posta em prática. É a árvore que se nutre da água e recebe o fogo do céu
(raio). É a prosperidade realizada ao ser buscada. (fogo)

Uilenn/Uillean(madressilva) : Questionamentos. Inquietude. Invasão. Rapidez.


Espontaneidade. Trabalho. Mudança. Olhar para si. Regeneração. Encanto e sedução. Ramificação. São
os laços sentimentais: a amizade, família e amor.(ar)

Pín/Iphín(groselha) : Lidar com o passado: aprender a resolvê-lo. Intensificação. Doçura.


Leveza. Paz (pacificidade). Resolução. Digestão. Revelação do que está escondido. Ser visionário. Cuidar
de si. Melhorar a imunidade. Flexibilidade. Desafio. Proteção. Compreender o passado para entender o
presente e prever o futuro. Passado. Antepassados. Sucesso. Conforto espiritual. Liderança.
Serenidade.(água)

Emancholl/Eamhamcholl(hammamelis) : Resoluções. Confirmação. Reestabelecimento.


Esclarecimento. Resposta. Cuidado. Confiança. Fluidez. Calma. Completude. Conexão com o sagrado.
Mar. Viagem. Proteção. Coragem. Intensidade. Magia. Deuses. Renascimento / Recomeço. Vida nova.
Compreensão. Profundidade. Amadurecimento. Decisões. Revelações. Cura. Esperança.(terra).
Associação aos planetas:

• Vênus – Beith, Huathe, Muin e Ailim


• Júpiter – Luis, Duir, Gort e Ohm
• Saturno – Fearn, Tinne, Ngetal e Ur
• Sol – Saille, Coll, Straif, Eadha
• Mercúrio – Nuin, Quert, Ruis e Ioho

Associação á pessoas:

• Carvalho: reis, homens marido, irmão, amigo;


• Bétula: Mulheres, esposas, irmã, amiga;
• Sabugueiro: amantes
• Junco: auxiliares, funcionários, médicos
• Espinheiro-branco: crianças

Associação á deuses: (não há um consenso):

• Beith: Danu/Boan
• Luis: Lugh
• Fearn:Bran
• Sail: Morigan/Badb e Cailleach
• Nion: Brigith
• Úath: Aine, Nicnevin, Eostre ou Fand
• Dair: Dagda
• Tinne: Gwyn ap nudd ou Cernunos
• Coll: Manannan, Mabon ou Angun mac Og
• Ceirt: Blodeuweed e Math Mathonwy
• Muin: Goibniu
• Gort: Cliodhna
• Géadal: Sullis/Airmind/Diab Cecht
• Straif: Taranis ou Arawn
• Ruis: Bellenus/Ballar
• Ailm: Aislin e Gwydion
• Onn: Eponna/Esus
• Úr: Maeve/Teutates
• Eadhadh: o próorio Ogma, Sucellus
• Iodhadh: Ceridwen
• Éabhadh: Midir ou Bilé
• Ór: Luchtaine
• Uilleann: Cermait ou Dylan
• Ifín: Nuada
• Eamhancholl: Elcmar ou Endovélico

Técnicas de tiragem:
Poucos sabem mas os oráculos compartilham os métodos de tiragem entre si. Pode se usar os métodos de
tiragem dos baralhos oraculares e do Tarot no Ogham, desde que o números de peças a ser tirada seja
menos que o existente no oráculo é claro. O método de 3 tiragem por exemplo pode ser usado em todos,
podendo significar presente passado e futuro, ou opção 1, opção 2 e síntese, etc... desde que o oraculista
determine. Ao lançar Ogham se usa uma tolalha com a roda Ogham, mas pode-se jogar em outros
símbolos também. O círculo com um xis nele também é utilizado, sendo oque cai na esquerda um
bloqueio, direita auxílios, perto do consulente o motivo da consulta, á frente o futuro e o meio se tiver
divisória um conselho ou síntese.

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