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Luta com Deus

Olhando para o homem e toda as causas que ele pode abraçar ou rejeitar, todas as metas que
ele pode traçar ou descartar, para todas as lutas e guerras que ele pode se envolver, se comprometer,
e todas que ele deve fugir e ser contra: Há alguém que nos olha em todo esse conflito e dor and your
love still.
Os desertos e terremotos humanos que atravessamos, as lutas pessoais e coletivas contra
quem somos, os conflitos internos de vozes paralelas e múltiplas de todas as origens, muitas vezes
não mostram uma esquizofrenia física mas principalmente uma espiritual. As coisas grandes pelas
quais lutamos a vida toda pra construir são essas mesmas que nos esmagam. Não entendemos os
espinhos no caminho e não conseguimos ver graça na dor, na perda, no aparente abandono.
Eu e você somos o Israel que luta com Deus, somos seu povo liberto do Egito no deserto do
Sinai, somos Jesus na cruz gritando “Eloí, Eloí, lamá sabactâni”. Para chegarmos nessa consciência
devemos tentar entender toda a profundidade histórica espiritual por trás dos desertos, dos
terremotos, das guerras, dessa luta com Deus e com os homens. Não contra Deus e contra os
homens. Se quisermos nos tornar como príncipes que prevalecem temos que se curvar a autoridade
do Rei, Daquele que na sua Palavra jurou e não se arrependerá, dizendo: Tu és Sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Ao que chamou Saulo de Tarso, mesmo depois de subir para o Pai e lhe soprou as palavras:
a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Um principado é um território dominado por um príncipe. O príncipe de Paulo é espiritual.
O nosso domínio é a nossa vida? O príncipe seria somente satanás, ammut, o inimigo? Seria por
acaso que Deus disse a Jacó: Como príncipe lutaste e prevaleceste?
O próprio apostolo Paulo em Romanos 7 – falando não somente aos que viviam sob o
domínio de Roma mas de todo o Sistema sobre os humanos em toda a terra - trata dessa dimensão
sombria que habita a todo coração humano que desejou e deseja o conhecimento do bem e do mal.
Todo humano deseja ser como Deus e isso lhe traz morte – se não quer ser Deus sobre outras
pessoas ao menos o deseja ser sobre si. Não me entenda mal. Ser como Deus é uma tentação a todo
humano, religioso ou não, de “boa moral” ou imoral. Todos são tentados a ser como Deus pela força
do seu próprio braço, intelecto, ou qualquer que for o fator julgado como a sua maior força. Eu sou
tentado na minha carência, na minha busca, na minha força, no que eu sou fraco e no que julgo ser
forte. A história da luta de Jacó deve ser entendida como a sua própria luta. Ele lutava contra a sua
própria história de enganação, contra a sua própria natureza. Enganou o pai e o irmão. Ele temia o
que o seu passado podia fazer com ele.
A humanidade tenta se enganar como Jacó, mas o seu passado lhe alcança sempre. O
passado do Egito, da Grécia, de Roma. Será somente esse passado que nos alcança ou o passado de
quem lutou contra Deus e os homens e prevaleceu? Seria somente o passado dos Judeus que nos
alcança ou o passado da voz que disse: No dia em que dela comeres certamente morreras...
Existe um passado que é maior que a própria existência humana. Existe um passado que
disse, e essas palavras continuam ecoando através da história: Haja Luz!
Essa Luz, não é de neon como qualquer movimento humano possa arrogar criar luz, mesmo
que relativamente também iluminando. Essa é a Luz que sustenta a humanidade mesmo para vê-la
lutando, não contra a “ideia Deus”, mas contra o próprio Deus. Não com os que querem inventar um
Deus pra oprimir e dominar o homem. Não com os que demandam autoridade - seja ela cientifica,
política ou religiosa - dos próprios homens, do Sistema, para subjugar aos próprios homens. Não
somente o sol Hórus que ilumina a matéria, mas o Sol que ilumina a alma, o espírito e a matéria. O
Sol que derruba do cavalo quem lutava contra Ele para lhe revelar o amor, a verdadeira Luz.
Dito isto, toda a morte, a treva humana pode ter seu fim junto a esse verbo, esse Logos.
Então a nossa ignorância - nós como Dons Quixotes e como idiotas, nosso amor às causas, às lutas,
às guerras perdidas - acaba entendendo que os nossos dragões, nossos poderes, são moinhos de
vento. Vaidade, puro vazio. A Luz que brilha nos faz entender que toda luta só é válida se ela for
com Deus, com nós mesmos. Nosso deserto só é útil quando, no caminho, vai morrendo a nossa
murmuração, nossa idolatria, esse nosso dragão da auto comiseração, da culpa, da dependência dos
vícios do passado no Egito. Nosso desejos são nosso dragão... e a nossa Luz quando enraizados no
amor.
O que é uma causa perdida:
A vida?
A Igreja?
O Estado?
Certamente a vida não o é. Vejo todo dia seu fim e início maravilhosos e Eternos.
Certamente a Igreja não o é. Vejo todo dia pessoas se unindo em amor para melhor lutar com Deus
até quando isso não for mais necessário.
Certamente o Estado não o é. Vejo todo dia o seu fim quando o homem não precisar mais dominar e
oprimir sobre o homem com a desculpa de o organizar. Permitido por Deus sim, mas com dias
contados como o Leviatã, como a Besta que emerge do mar e da terra trazendo algo mais opressor
que o próprio Estado? Quem viver verá.

Porem, Deus nos dá a Luz de cantar com Israel, com Stênio Marcius, estar com Deus e lutar
com Ele face à face.

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