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Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...

A verdade é um tema filosófico, religioso, cientifico, político, etc, muito amplo. É uma busca
implacável que nunca se acaba. Olhando o lado espiritual o homem procura respostas para muitas
questões que lhe roubam a paz, minam as energias e lhe fazem duvidar de qual seja o caminho certo
pra se seguir em vida.

Quem citou essa frase (título) conversava com pessoas religiosas que ainda não conheciam a
verdade libertadora.
Mas seria só os religiosos que não conheciam a verdade?
Essa verdade é uma das mais profundas, capaz de mudar todos os paradigmas pessoais e toda a
existência de alguém sobre a face da terra. No entanto, saber essa verdade também pode ser só um
conhecimento que fica fora do seu ser, nas mediações onde a liberdade não é realmente
concretizada.

Que liberdade é essa? Que verdade é essa?

Que testemunho podemos dar a respeito de uma vida atingida por essa verdade e por essa liberdade?
Será que é possível apresentar uma história da qual digamos: a liberdade é isso ou a verdade é isso
aqui? Eu creio que sim, pois caso contrário não escreveria esse texto e nem faria você, leitor, perder
seu tempo.

Várias histórias podem ser contadas alegando ter atingido a liberdade ou a verdade, mas nem todas
elas dizem a verdade.

Não tenho a pretensão de dizer que a verdade é esse texto ou tudo que está na mente deste autor
limitado que vos fala, porque seria muita presunção e o pior de tudo: seria mentira!

Um testemunho precisa de mais de uma testemunha pra ser validado, portanto isso é tarefa para
outra pessoa que valide o que o autor está dizendo.

Eu poderia contar histórias que acredito serem mentiras contadas como verdades e poderia me
arriscar a contar uma história que seja verdade, mas recordo, outra vez, que isso só pode ser
confirmado por outra(s) testemunha(s). Assim como as histórias que são contadas como verdades, e
são mentiras, também precisam de testemunha para confirmar o charlatanismo. Mas essa não será
também a orientação desse texto.

Eu poderia traçar um perfil psicológico das pessoas que encontraram a liberdade e a verdade mas
também não adiantaria, porque no fim se descobriria que esses perfis são muito parecidos ao de
pessoas que não são livres ou vivem na mentira, em mentira e pela mentira. E no fundo, no fundo,
quem é mesmo livre? Ou quem não vive uma mentira que faz de tudo pra não enxergar? Se
especializa em criticar sistemas sem entender o seu papel e a sua culpa para que a mentira não seja
iluminada pela luz da verdade? Elabora suas autojustificativas transferindo-a para sistemas, para
próximos tão próximos que as vezes, cinicamente, podem ser a nossa própria humanidade? Quem,
tentando se enxergar, consegue se conhecer como realmente é?

Estamos sujeitos à cronologia que não permite saber quem realmente somos. Não saber o que
faremos no futuro. Mas existe uma iluminação maior do que a limitação do que o nosso Eu humano
é capaz de fazer.

Existe uma barreira que pode ser vencida se também houver uma chama inextinguível bombeada
por uma força maior e eterna. A barreira é o Eu, a chama é a Fé e a força é o Amor.
Enquanto não se enxerga o Eu, o Ser não tem liberdade em nós. Digo, enquanto não se enxerga e se
vence o si mesmo, o Ser não comanda nossa existência. O Ser é o que de morte do Eu “sobrou”. De
fato, o Ser é a nossa realidade que não pode ser somente uma sobra da morte do Eu, porque o Ser é
infinitamente maior que o Eu. Quem tem poder de tornar o Eu grande é o nosso olhar deturpado,
nosso grau de prisão, nossa ignorância e hipocrisia a respeito de nossa natureza que faz o Ser
parecer inexistente. Mas quando as máscaras caem, quando o véu de ignorância, de impotência, se
rompe, vemos o nosso Eu vencido se tornar cada vez menor e somos capazes de muitas realizações,
das mais singelas até as mais impensáveis.

Essas realizações não são nossas de fato e sempre vem acompanhadas dos nossos limites humanos
que só são superados pela gradual libertação do Ser em nós.
O Ser é quem é e não depende de nós. Nós é que dependemos do Ser tanto no desejar quanto no
efetuar. E assim acontece a verdadeira liberdade: a de caminhar para morte se sabendo eterno, pela
obediência ao Eterno. Vamos experimentando a libertação da existência mesquinha e saboreando a
alegria vendo o fruto da sua corrida, ou caminhada, pela vida verdadeira para o próximo.

Ser na Rocha é mais do que ser na matéria,


É ser transcendente, na imanência, de quem morreu como
homem mas ressuscitou e vive sendo Deus

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