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50Mt
DIRECTOR: Serôdio Towo | Segunda-Feira, 09 de Outubro de 2023| Edição nº: 532 | Ano: 10 | Distribuição: Online
Hora do
julgamento Parruque Muchanga
FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE DA
S.T. PROJECTOS E REDACÇÃO, MAQUETIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Tchumene 1 | Rua Carlos tembe, Parcela Nº 696, Matola | Telf: 869744238 | Celular: 82 4753360 |
COMUNICAÇÃO, LDA
Email: dossiereletronico@gmail.com| DIRECTOR: Serôdio Towo, serodiotouo@gmail.com, Cell: 82 4753360
DIRECÇÃO: |COORDENADOR EDITORIAL: Amad Canda, candaamad@gmail.com, 846526459 | REDACÇÃO:
Serôdio Towo (Director-Geral) Serôdio Towo, Amad Canda, Quelto Janeiro, Hélio de Carlos| FOTOGRAFIA: Albino Mahumana|
ADMINISTRAÇÃO: Gabriel Muchanga , sebmuchanga@gmail.com, 84 228 5835|GRAFISMO: Herbigno Lote |
ADMINISTRAÇÃO :
CORRESPONDENTES: Eng. Aspirina (Xai-Xai) - 84 5140506) | Henriques Jimisse (Pretória)| PUBLICIDADE
Gabriel Muchanga
e MARKETING : Gabriel Muchanga , sebmuchanga@gmail.com, 84 228 583| COLUNISTAS: Rui Maquene
Registo N° 19/GABINFO-DEC/2012
SEGUNDA-FEIRA 09 de Outubro de 2023 DOSSIERS & FACTOS DESTAQUE 3
A hora do julgamento
D
epois de 13 dias de festa para a embora com a Frelimo, como sem-
exibição daquilo que são os ma- pre, a mostrar vantagem, sobretu-
nifestos eleitorais dos partidos do no aspecto logístico, comparati-
vamente ao seu adversário directo
políticos, organizações da socie-
– Renamo.
dade civil e grupos de cidadãos, aproxima- Foi neste prisma que, em am-
-se a data e hora do julgamento no qual se- biente de festa e de notável paci-
rão decididas as sentenças pelos eleitores. fismo, os cabeças de lista de ambos
Reina muita espectativa no seio das orga- os partidos foram apresentando os
nizações, seus cabeças de listas e, porque seus manifestos, com Razak Ma-
não, entre os eleitores e público em geral nhique a ser cauteloso e sem acu-
sações ao seu adversário, quer em
em torno de quem será o vencedor no es-
termos individuais assim como co-
crutínio do próximo dia 11 de Outubro. Na lectivos. As promessas feitas por
maioria das autarquias não há vencedores Manhique e seu partido granjearam
antecipados. muita simpatia, apesar de este fazer
parte dos que podem ser julgados
D&F Texto: Dossiers & Factos pelos prováveis anteriores erros da
sua família – a Frelimo.
É verdade que, em alguns círculos, como na ci- Individualmente, não se fala mui-
dade da Matola, vários eleitores apontam para a to de pecados pessoais deste cabe-
provável vitória do partido dominante, que tem ça de lista. Pelo contrário, granjeia Júlio Parrque
como cabeça de lista Júlio Parruque, sem tirar apoio de muitos jovens que se mostram descon-
mérito também a um dos seus adversários direc- tentes na sociedade, há que olhar para aquilo
tos, António Muchanga. No entender das fontes que é o movimento associativo, a entrega e dedi-
ouvidas em jeito de comentário e avaliação pelo cação, aliados ao elevadíssimo número dos mem-
Dossiers & Factos, no final da campanha, Júlio bros da Frelimo, que apoiam, diga-se, de forma
Parruque e o seu partido, a Frelimo, são os que consensual, a Razak Manihque, o que pode de-
terão mostrado mais empenho no processo de notar uma margem de vantagem para o cabeça
venda do seu manifesto, que inclui até promes- de lista da Frelimo, mas o melhor é esperar pelo
sas que representam continuidade aos projectos dia da votação.
anteriores da Frelimo. É verdade, no entanto, que
os resultados reais serão trazidos através da vo- Nova Democracia vencedora pela coragem
tação nas urnas.
O partido Nova Democracia, liderado por Salo-
Razak Manhique cauteloso mão Muchanga, e que tem como seu cabeça de
lista na cidade de Maputo a conhecida apresen-
Na cidade de Maputo, tal como era de se espe- tadora de televisão Eunice Andrade, aparece pela
rar, a campanha terá sido a mais renhida a nível segunda nas autárquicas, apostando numa cara
da zona sul do País, com dois grandes políticos e feminina e bastante popular.
partidos a mostrarem o que podem de verdade, Os eleitores pouco falam daquilo que são as
Venâncio Mondlane
simpatia bem forte dos membros do seu partido,
o que faz com que comentários dos eleitores e
não só apontem para a vitória deste.
INSURGENTES "DESNORTEADOS"
Debandada e medo
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SEGUNDA-FEIRA 09 de Outubro de 2023 DOSSIERS & FACTOS OPINIÃO 7
ACTIVISIONISMO
Definir a essência de um ser humano é muito Nos últimos tempos a guerra que mais me ame- país que tem óptimas condições de ser uma “Nova
mais que analisá-lo pelo sorrir, andar ou pelo que dronta não são as guerras armas contra armas, mas Iorque” de África. Mas para isso precisamos de criar
diz (as vezes) – o que me remete a repensar na sua sim guerras ideológicas, guerras psicológicas. É in- mecanismos para cessar mentalidades belicistas
própria criação. Não me vou alongar na discussão questionável que o que vai parar as guerras não são que põem em causa o rumo do desenvolvimento.
de que “o homem vem das mãos de Deus” ou mes- as armas, mas sim mentes produtivas, capazes de Por exemplo, a guerra do Save, Gorongza são
mo que “o nada nunca existiu”. O ponto importante criar pensamentos sustentáveis e inovadores, pers- provas, primeiro de que há fraqueza como estado
no meio de tanta discussão é que o Homem existe pectivando sempre um futuro mais cómodo. e como governo em resolver problemas que nos
e ele vai se metamorfoseando cada dia que passa. Coloco-me a falar da guerra psicológica porque apoquentam internamente (conflitos intra-estado).
Vai se tornando cada vez mais camaleão (difícil de é dessa forma que facilmente se abatem batalhões, Segundo, se houvesse uma nova colonização, os
distinguir a sua “cor” verdadeira) e ao mesmo tempo exércitos ou legionários, assim como a crença de partidos nacionais (ou países africanos) dificilmente
mostrando que é, por natureza, um ser insaciável ou uma sociedade que facilmente crê no que ouve e se uniriam para lutar contra o inimigo. Mas é impor-
insatisfeito. vê. A estratégia de batalha é muito fácil de entender tante perceber que a questão de ódios partidários,
Acredito que, particularmente para nós os países quando lemos Sun Tzu (In “A arte da guerra”) quan- às vezes, é como uma cara cheia de maquiagem,
em vias de desenvolvimento, precisamos remodelar do nos diz que precisamos transformar o medo em basta um calor e sol forte para fazer derreter tudo
a nossa perspectiva de vida, seja ela política, econó- coragem para derrotar o inimigo, mas no contexto e mostrar a verdadeira identidade, ou seja, pode
mica ou social, por forma a perceber o impacto das actual vivemos num outro cenário. haver muita falsidade no ódio que se tem revelado
atitudes que vamos tomando e as consequências A ideologia de uma guerra deixou de ser frontal, entre os partidos.
das decisões que tomamos num futuro próximo. O corpo a corpo. Estamos numa era em que a guerra É essencialmente um cenário em que a progra-
nosso erro, neste caso, é pensarmos, previamente, é projectada virtualmente, naquilo que baixamos, mação dos factos consolidou o modo de vida das
no presente e nos limitarmos em viver o hoje sem que fazemos upload nas nossas redes sociais, e na- sociedades. Não só falo de Moçambique, como po-
pensar que o amanhã precisa ser preparado. quilo que fazemos os likes: é sem dúvidas um mo- deria falar de Angola, o controlo de Jose Eduardo
Lutar por uma causa, seja ela humanitária, polí- mento de incertezas perante tudo o quanto existe. dos Santos sobre o “ouro” angolano, assim como po-
tico-social, etc, significa muito mais que lutar por Mas não se pode deixar de acreditar na mudança deria mencionar Jammeh. É questão de pararmos
nossos direitos, porque é ao mesmo tempo, uma de mentalidades. Se isso acontecer então o mundo para repensar África, numa perspectiva mais inter-
demonstração de interesse em fazer com que os estará mesmo entregue e vamos fazer com que Lú- na, realista e individualizada. Porque os conflitos,
próximos não sofram tantas represálias ou injusti- cifer (se ele for de verdade o diabo - o mau da fita) alguns, são provas concretas de atitudes de infiltra-
ças por fazerem parte de uma sociedade. Tais “re- mais orgulhoso de nós. dos exteriores que são programados para destruir
presálias” que podem ser vistam no contexto guer- Como viver neste cenário? Não há formulas secre- estados.
ras raciais, xenofobias, guerras étnicas, religiosas e tas. Não há uma luz tão encantadora do que aquela Há um olho em cada estado programado para
preconceitos. que aparece na escuridão em momentos de medo. destruir o desenvolvimento dos países. Aí é que está
Este pensamento faz-me remontar na ideia de Mas precisamos perceber que certas luzes somente o cerne da questão: África precisa libertar-se, pensar
que o ser humano limitou-se de viver a sua plena servem para nos iluminar e tornar-nos alvos fáceis com próprios pés e visualizar o seu próprio mapa de
liberdade quando ele decide viver em sociedade. de abater. Esta é a nova ordem mundial: Destrua o desenvolvimento.
Porém, a sociedade é ao mesmo tempo num sen- que te impede de progredir...assim eles pensam. É sem dúvidas que não é a bala que escolhe a
tido (contraditório) um “elemento” que fortifica a Soluções? Não as prevejo tão cedo senão persis- vítima, mas sim o atirador. Este pensamento surge
essência de um ser. Poderia dizer que a sociedade é tirmos. Soluções para que o cenário se modifique na ideia de que os alvos são metas planificadas que
um mal necessário? Não sei. Na verdade, não posso é esperarmos que surja uma nova geração, mas muitas vezes até a bala “perdida” já tinha sido pro-
me colocar a pensar nisso agora. É preciso sim pers- enquanto isso não acontece deve-se ir criando me- gramada para atingir.
pectivar um futuro, olhando para aquilo que se faz, canismos para que o que existe não seja destruído Mas a ferocidade humana vai além disso, as guer-
que se reporta e que vivemos a cada dia: Essa sim é enquanto assistimos. É sim preciso perceber que o ras raciais são provas concretas. A perseguição con-
a fórmula para perceber o que vem pelos próximos papel de fazer mudança não é só político, pois, cada tra os gays, lésbicas (LGBT) é um crime que ainda
tempos. um precisa engrenar na derradeira aventura que é não se levou como preocupação mundial, mas é
O ponto, essencial, de debate é exactamente o de fazer algo que justifique a sua crença na mudan- um sinal do fim dos tempos. A Xenofobia, prova da
surto contínuo e frequente de diversos atropelos de ça dos cenários. fraqueza dos povos em resolver problemas, é um
liberdades individuais ou ainda contenciosos que Mas e os media, onde eles ficam nessa histó- sinal de que os negros continuam aceitando ser os
põem em causa o desenvolvimento dos estados. ria? O jornalismo e os media ficam onde sempre Homens da selva, que brincam de salta-salta nas ár-
É possível falarmos agora da guerra intra-estados estiveram. Há bom e mau jornalismo. O mau seria vores das florestas.
(dentro dos estados) como forma de retrocesso do obviamente o que é transformado para cumprir A xenofobia (luta de negro contra negros) mostra
desenvolvimento sustentável? Obvio que sim, vive- ordens, agradar elites, ocultar verdades, ainda que o lado mais selvagem quando se queima gente em
mos num cenário em que o diálogo é um pacote isso ofusque a realidade das coisas. O “bom” jorna- pneus...facadas, etc. será isto sinal de sinal de apo-
comprado em tempos de limpar os lábios já aver- lismo? Vou preferir acreditar que é aquele que traz à calipse? Não. O apocalipse é para os deuses...divi-
melhados de tanto comer carnes. O diálogo deixou tona as verdades que precisam ser do conhecimen- nos. A xenofobia é sim uma chacina, demonstração
de ser um elemento fulcral para a essência de defi- to das sociedades. Mas há um porém, como medir da ferocidade do ser humano.
nição de um estado e suas prioridades. ou identificar o bom do mau jornalismo? Fica difícil, É preciso mudar-se de perspectiva e encarar o
É preciso perceber que quando falo de “Do huma- porque até reportagens feitas sobre direitos huma- mundo como um desafio que surge para marcar
nismo ao reptilismo feroz” pretendo problematizar nos, algumas são programadas, forjadas e totalmen- rumo das coisas. Quando falo do rumo das coisas,
(problematizando) a questão de guerras inventadas te maquiadas (sobre o jornalismo falo mais no meu refiro-me a necessidade de perceber que a necessi-
para justificar determinadas atitudes “programa- artigo “O jornalismo de maquiagem”, a publicar nos dade de lutar por um desenvolvimento das socieda-
das”, com “soluções” para tais atitudes previstas. Ou próximos tempos). des é uma realidade que deve ser agarrada de bra-
seja, vivemos um cenário em que a guerra não se Olhando para o contexto moçambicano, temos é ços firmes, por forma a implementar mecanismos
pode olhar simplesmente no contexto arma contra sim que acreditar que estamos num país com boas para minimizar as disparidades, sejam elas a nível
arma. Precisamos sim perceber a guerra no conflito e óptimas promessas de crescimento, caso se de- das oportunidades, direitos ou deveres, assim como
psicológico. sista dos conflitos. Moçambique é sem dúvidas um nas liberdades individuais.
8 OPINIÃO DOSSIERS & FACTOS 09 de Outubro de 2023 SEGUNDA-FEIRA
PRIMEIRO PONTO
Nobre Rassul
A mentira continua sendo a melhor ferra- beu em seu espaço urbano um cônsul japonês Seria de loucos, considerar a possibilida-
menta para destruir uma nação. Afirmo ca- e decidiu convidá-lo a almoçar em um esta- de de um teste para o emprego legítimo da
tegoricamente, com licitudes de um eloquen- belecimento hoteleiro junto à praia, do qual mentira no nosso dia-dia. Todavia, seria mais
te analfabeto rural, que a magia de uma boa já foi sócio. No local, encontra a proprietá- estúpido acreditar que a mentira não está em-
mentira cega até os mais inteligentes e ludibria ria, sua ex-sócia, que não imaginava que este pregue como o nosso modo de vida. Há que
uma nação inteira por anos, até a descoberta edil havia mentido ao cônsul sobre ainda ser introduzir distinções entre a ciência na men-
da verdade, embora algumas se constroem por parte do consórcio daquele estabelecimento. tira e propagada falsa, compreendendo a for-
séculos. O edil afirmou ao alto comissário do Japão mulação de políticas públicas e económicas
O que é a que a mentira não faz? Que me que o complexo ainda era dele e que detinha tendenciosas, a manipulação de uma certa
diga o Adão o que a cobra fez com a Eva e, por títulos na sociedade, porém, chegados lá, em classe ou sociedade que deforma o sentido de
sua vez, a Eva com o Adão, tendo este presu- uma conversa informal, a actual proprietária justiça social e igualdade de gênero.
mível acto mudado o destino do ser humano! do complexo hoteleiro abre-se ao cônsul para Porque é através de mentiras que nações
A verdade é que para construir ou obter ri- explicar que não havia sociedade nenhuma, vendem ou semeiam degraças a outras nações,
quezas ilícitas a "mentira" é um motor colossal depois do cônsul ter questionado que tipo de vendem guerras e semeiam mortes, corrom-
que guia os princípios de "má-fé, desonestida- sociedades tinha sido estabelecida. Este “en- pem os mais frágeis e aliciam os mais fortes.
de e maldade". Assim, cada indivíduo constrói torno do caldo" trouxe os motivos e razões Em um jogo de quem mente melhor, vive me-
sobre si a capa da sua mentira, daí que dela que ditaram a reestruturação da sociedade. O lhor e finalmente prospera melhor. A mentira
provem os actos de manipulação e controle ou edil, com vergonha, não sabia o que fazer. foi usada para justificar uma crueldade e fazer
obtenção de proveitos de forma desonesta ou Poderíamos estar aqui em um caso de um prevalecer o desejo de vários tiranos em pleno
indevida. Esta desconstrução do social cultu- o mentiroso compulsivo? Ou alguém que não século XXI. Depois da história nos mostrar
ral africano tem marginalizado as classes mais aceita seus fracassos e pretendia construir vezes sem conta que os líderes usam a mentira
baixas em países pobres como Moçambique, uma determinada aparência e criar uma po- para justificar massacres.
Angola, Malawi, Nigéria, entre outros. sição forçada e enganadora? Seria este acto do A nação tem vindo a usar a mentira como
Parto do princípio que a falta de moral e edil falta de carácter? Deveríamos julgar o edil modelo manipulatório geracional, que serve
ética na perspectiva dos direitos sociais de ci- pelo comportamento? de técnica de chamariz eleitoral para acalmar
dadania e de bem-estar e a perda dos valores Sendo assim, alguns destes pontos devem o povo, para resolver problemas ou para criar
culturais conservadores possa contribuir para ser analisados com base no nosso modo de revoltas. Fazendo com que na sociedade em
este desiderato. Todavia, na cadeia do confor- vida e no princípio paradoxal da mentira, seja que a mentira é inserida, o povo possa crer em
mismo da construção da mentira para a sal- ela na governação ou no nosso modo de vida. promessas de melhorias de vida como forma
vaguarda do bem-estar de uma determinada Ao apresentar aqui argumentos que levem de o colonizar na base de miséria salarial /
classe no nosso quotidiano africano encon- uma pessoa a reflectir sobre determinado as- educativa e de um plano de saúde em que o
tramos as oito narrativas sectoriais, politicas, sunto e tomar sua decisão de modo consciente povo acaba morrendo em bichas ou frustrado
individuais, culturais, escolares, económicas, e alinhado com suas crenças, valores e objeti- pela ausência de medicamentos adequados,
científicas e religiosas (a religiosa é um dos vos chamo atenção para a necessidade de dei- que terminam em consultas frustradas/maus
piores modelos de mentira). De que forma xar que a pessoa faça uma análise liberal sobre diagnósticos.
os tipos de mentira se resumem? Baseado a construção da moral. Embora a mentira seja usada há séculos
na minha análise e pesquisa, prefiro formá- Hayek, na sua teoria, argumenta que as pes- pela "nobreza e burguesia como modelo escra-
-las segundo a sua natureza: Mentira liberal, soas não podem escolher a sua moral porque vizador dos supostos homens livres, ela conti-
mentira democrática, mentira motivadora, a realidade nua e crua é que é a evolução que nua sendo um mal maior.
mentira paternalista, mentira técnica, mentira selecciona a moral. Irei argumentar longamente na próxima
carismática, mentira académica e, por fim, a Teríamos aqui margem para algum juízo edição sobre o sentido negativo e básico e a
mentira especializada! A última é a mais em- moral? construção da moral na mentira. Por mais que
blemática de todas. Por outras palavras, a mentira, embora seja possa formular características, há que reflectir
O poder da mentira é a faculdade de forçar usada como algo eficiente, é traduzida na di- na abordagem do problema, o neoliberalismo,
ou coagir alguém a fazer a vontade do menti- nâmica de hoje em dia como eficaz. "O que é as opiniões e reflexões sobre a base da moral
roso sem se aperceber que foi absurdamente eficiente é bom e o que é eficaz é melhor”, per- construída para que a mentira seja o motor
enganado. O outro lado metafórico é levar as mitindo que certas classes prevaleçam. das futuras gerações.
pessoas a acreditarem sem pestanejar na his- A propagada usada na guerra entre a Rússia Dedico este texto ao meu grande amigo
tória criada para tornar a mentira contada um e a Ucrânia é uma das narrativas do modelo de EDIGAR, leitor assíduo dos meus artigos, que
facto real, através de um jogo de manipula- construção de várias mentiras para esconder perdeu a vida em um fatídico acidente na ci-
ções, programas. os devaneios de uma guerra que mata e des- dade de Nacala, no dia 18 de Julho. os seus co-
Bem, recordo-me de um episódio de um trói dos dois lados. Não existe nobreza sobre a mentários e contributos farão falta. Até breve,
edil da zona centro de Moçambique, que rece- mentira, Independente do propósito! companheiro!
SEGUNDA-FEIRA 09 de Outubro de 2023 DOSSIERS & FACTOS OPINIÃO 9
MAYITABASSA!
Estão de parabéns os actores políticos, nizados e com um padrão de vida que tividades de campanhas à boca da urna.
desde os partidos políticos, a Comissão deixe o munícipe satisfeito. Precisamos Não queremos interferência da polícia
Nacional de Eleições, titulares dos órgãos que problemas de saúde, saneamento, nem delegados de partidos políticos a
de justiça e a comunidade, no geral. Es- educação, transporte, energia, habitação, indicar a tendência do voto.
tamos de parabéns porque, mais uma empregabilidade, formação profissional, Queremos que toda a máquina ineren-
vez, foi possível usar a compreensão, o acesso aos mercados fiquem para o pas- te à observação eleitoral tenha acesso
civismo e, acima de tudo, a cultura de ur- sado. Precisamos que a nossa polícia pare a informação e que possa ser parte de
banidade nesta campanha eleitoral que com a corrupção na via pública. todo o descortinar. Queremos, sim, que
terminou. Quando começou, chamamos Nós sabemos o que queremos e, nesta as mesas de voto fechem a mesma hora
atenção para que os partidos e outros ac- lista, está incluso o respeito, a considera- e que o processo de contagem não seja
tores não usassem o jovem como vector ção e o diálogo permanente ao muníci- feito às “escuras”.
da violência. Chamamos atenção para pe. Precisamos, sim, de uma governação Enfim, se conseguirmos, tenha certeza,
que usássemos da campanha como o participativa, em que nossas preocupa- senhor comandante, que “todos” iremos
momento da exaltação da nossa moçam- ções são constantemente auscultadas. realmente à casa, e aqui vale à pena re-
bicanidade. É isto que os moçambicanos Os vossos manifestos, se tiverem a chan- ferir que, se estivéssemos em plena acti-
conseguiram fazer no decurso da campa- ce de serem implementados, será por- vidade estudantil, diríamos que estamos
nha política que culmina com as eleições que nós, como munícipes, os deixamos à uma disciplina de passarmos de classe.
de 11 de Outubro. passar, ou seja, concordamos e, por isso, Esta disciplina chama-se eleger, contar e
Foi bonito ver o fair-play vivenciado na votamos, pelo que precisamos que esta divulgar resultados na base duma trans-
cidade da Beira, Maputo, Quelimane e relação seja fortificada e exista sempre. parência sólida e aceitável.
em outras áreas onde se usou do civismo Não podemos festejar o civismo e a ur- PS: Secretariado Técnico de Adminis-
para demonstrar a possibilidade de se banidade verificada durante a campanha tração Eleitoral, apelamos para que co-
conduzir um processo eleitoral, sem san- eleitoral sem que chamemos atenção loquem em prática o processo de voto
gue nem mortes. Para nós, como povo, para a derradeira festa. Chegou o dia da inclusivo. Nossos centros de votação, por
vale à pena dizer que ouvimos e vimos o votação e este espírito de sermos dife- conta desta acção massiva de educação,
que vocês dizem ser a solução para resol- rentes e honestos deve permanecer. Vo- as pessoas com deficiência visual preci-
ver os gritantes problemas que as nossas cês que continuarão com o processo de sarão de acompanhantes até à mesa, as
cidades apresentam. Ouvimos discursos eleição são aqui chamados a serem ver- pessoas com deficiência auditiva neces-
coerentes e outros que…nem tanto. Para dadeiros homens da transparência e con- sitarão de intérpretes de língua de sinais,
quem esteve atento, foi possível ver que cordância. Não queremos comentar de as pessoas com deficiência intelectual
alguns dos candidatos ainda continuam maneira nenhuma situações de fraude. precisarão de maior colaboração e apoio
num sono profundo, isto é, pelo menos Ainda bem que o comandante-geral da técnico para que compreendam os con-
a avaliar pela forma como estes se dirigi- Polícia da República de Moçambique foi teúdos do boletim, as pessoas com defi-
ram os munícipes. Ao enumerar uma lista peremptório em afirmar: “votou e saiu”. ciência física necessitarão de acesso físi-
de promessas e, com algum desconexo De facto, para permitir um trabalho co, ou seja, precisamos de ter certeza que
em relação à realidade, caminha-se rumo tranquilo de toda a máquina eleitoral, in- a localização das cabines de voto permi-
a um sonho frustrado. cluindo elementos das Forças de Defesa te a entrada, circulação e manipulação
Os partidos políticos, através dos seus e Segurança, é importante que votemos da cadeira de roda ou doutro dispositi-
representantes, tiveram oportunidade e esperemos pelos resultados em casa, vo de mobilidade. As pessoas idosas e
de ser mais proactivos e realísticos, o que mas isto tem uma forte dependência de mulheres grávidas são outra parte deste
não aconteceu na plenitude. Agora, sim, outro conjunto de factores. Precisamos atendimento humanizado e, ao conse-
chegou a nossa vez. Chegou a vez de pro- de ter certeza de que a transparência guirmos isto, podem crer que em 2024
cedermos à análise do que foi dito e, no será presente em todo o processo eleito- precisaremos apenas de consolidar prá-
meio disto, extrairmos o que realmente ral. Não queremos que as pessoas fiquem ticas sustentáveis de processos eleitorais
pode concorrer para que cidades e vilas filas horas a fio à procura de chegar à sua inclusivos.
mudem de rosto. Precisamos de lembrar mesa de votação. Não queremos que Em nome da democracia, que vença o
que queremos vilas e municípios orga- partidos políticos se empenhem em ac- melhor!
10 OPINIÃO DOSSIERS & FACTOS 09 de Outubro de 2023 SEGUNDA-FEIRA
OLHAR INTERNACIONAL
No início de 1947, o governo britânico per- mento da capital de Israel como Jerusalém, dos grupos radicais islâmicos que actuam
cebeu o enorme encargo político e econômi- realizando uma provocação e reivindicação directa ou indirectamente na região, origem
co que era o conflito na Palestina. A decisão quanto a uma das causas iniciais do confli- histórica dos povos hebreus e árabes; a ideia
britânica foi a de acabar com seu o seu man- to: a religião. Ao tentar agradar os judeus e de criação do Estado de Israel: uma promessa
dato na região, declarando-se incapaz de evangélicos norte-americanos, Trump expôs de Deus; o movimento sionista; o mandato
conduzir uma solução amigável entre árabes apoio às questões israelenses, com objectivo britânico na Palestina; Palestina e Israel: dois
e judeus. de garantir o voto dessa população. povos, uma terra e um interminável conflito.
A Organização das Nações Unidas, que A região da Palestina tem uma importância Israel buscou celebrar ainda um Tratado de
acabara de ser criada, recomendou a reali- histórica e religiosa para os povos cristãos, Paz com a Jordânia, o segundo país da região
zação do plano de Repartição da Palestina, judeus e muçulmanos, em especial a cidade com o qual Israel se entendeu pela via diplo-
aprovado pela Assembleia Geral, através da de Jerusalém. Essa região foi dominada pelo mática. O primeiro tinha sido firmado com
Resolução 181, de 29 de Novembro de 1947, império Romano por volta do século I d.C., o Egipto. O apoio popular aos Acordos de
que propunha a divisão da Palestina em dois e a tentativa judaica de derrotar os romanos Paz foi arranhado pelo Massacre do Túmulo
Estados, um árabe e um judeu. A repartição levou o povo judeu a uma de suas muitas dos Patriarcas, pela continuação dos assen-
proposta chegava a delimitar cinquenta e diásporas — ou seja, foram forçados a deixar tamentos judeus e até mesmo pela deterio-
seis por cento do território para os judeus. sua região de origem . Em razão da diáspora ração das condições socioeconómicas dos
A questão do território é discutida a par- judaica, muitos judeus buscaram refúgio na palestinos. Não tardaria para terem início os
tir do aspecto religioso, assim como político Europa, tendo um grande número se alocado ataques suicidas. Milhares de pessoas saíram
por se tratar de povos que não possuem suas na Espanha. Mas tal país, depois de alguns às ruas dos países do Médio Oriente em cele-
directrizes laicas, fazendo com que suas re- séculos, também deixou de ser um lar para bração dos ataques das milícias palestinianas
ligiões interfiram na política, cultura e eco- esse povo. contra Israel.
nomia de suas nações. E esta questão da re- Devido à inquisição católica do século XV Milhares de pessoas participaram em ma-
ligião é que a principal causa do conflito e a — que ocorreu principalmente em Portugal nifestações de solidariedade para com o
presença do apoio incondicional dos ameri- e na Espanha — e ao reinado dos reis católi- Hamas, em vários países do Médio Oriente.
canos nesta guerra Israel e Palestina. cos Fernando II de Aragão e Isabel I de Cas- Muitos Estados da região apoiam e incenti-
Os Estados Unidos se aproximaram de Is- tela, os judeus foram expulsos dessa região, vam, directa ou indirectamente, as acções
rael durante a Guerra Fria com o objectivo de dando início a mais uma diáspora. O mesmo do Hamas e/ou responsabilizam Israel pela
isolar a antiga União Soviética, além de que- ocorreu com os muçulmanos que ali viviam. escalada da violência. Em Istambul, cente-
rer fortalecer os israelenses de modo que o Porém, os últimos voltaram para as terras pa- nas de pessoas saíram às ruas. Oficialmente,
poder no mundo árabe fosse obrigado a se lestinas, que no momento se encontravam a Turquia expressou "preocupação com a
abrir para negociações no ocidente, benefi- sob domínio turco, enquanto os primeiros violência", mas não condenou as acções do
ciando os Estados Unidos, principalmente na se espalharam ainda mais pela Europa. Des- Hamas.
questão bélica e petrolífera. No ano de 1993, sa forma, com séculos de sofrimento em sua Na capital do Iémen, Saná, milhares de
com a assinatura e a mediação do país nor- história, houve no século XIX o florescimento apoiantes da Palestina celebraram o ataque
te-americano do Acordo de Oslo, que pre- do movimento sionista, que defendia a cria- surpresa a Israel. Hassan al Homran, líder
via a união de esforços para a realização de ção de um Estado para o povo judeu, tendo Houthi de Ansar Allah, afirmava que o povo
paz entre os dois países, objetivando o fim em vista todas as dominações e os desloca- iemenita "celebrou com grande alegria esta
do conflito e a abertura para as negociações mentos pelos quais esse povo passou. Esse vitória" e classificou-a como "sem preceden-
territoriais, os Estados Unidos procuraram Estado, segundo o movimento, deveria ser tes e há muito esperada". No Libano, foram
demonstrar uma posição neutra diante da situado na chamada Terra Santa, no territó- milhares os que se manifestaram na capital
disputa. rio palestino — ou seja, seria uma volta à sua Beirute e noutras cidades. Estes eventos fo-
Esse acordo foi mediado pelo então presi- terra natal -, ou “à terra prometida”. ram liderados pelo Hezbollah.
dente Bill Clinton, sendo essas regras reco- Isso, somado ao sentimento antissemita Na vizinha Síria elogiou-se, abertamente, a
nhecidas até hoje como “Parâmetro Clinton”, que se expandiu na Europa no início do sé- incursão das milícias palestinianas. A Arábia
que também contava com a retirada das culo XX, fez com que muitos judeus se diri- Saudita fez uma declaração relativamente
forças armadas israelenses da Faixa de Gaza gissem à região da palestina. Em resposta ao discreta, apelando ao fim da violência, mas
e da Cisjordânia, contudo compreende-se grande número de judeus em território pa- referindo que as acções do Hamas são "o re-
que a maioria das propostas realizadas nes- lestino, emergiu o nacionalismo árabe, ten- sultado da ocupação contínua e da privação
se acordo não foram colocadas em prática e do em vista o descontentamento que tal mi- dos direitos legítimos do povo palestiniano".
houve a continuação do conflito. gração causou. Ainda, com a Declaração de Declarações semelhantes foram feitas pelo
Com o avanço dos anos, os Estados Uni- Balfour, de 1917, que mostrava o apoio bri- Kuwait, Iraque, Qatar e Omã. Já o conselhei-
dos foram mais incisivos quanto ao seu po- tânico à criação de um Estado judeu, houve ro do Líder Supremo do Irão garantiu que
sicionamento sobre o conflito e o seu apoio um aumento ainda maior da migração desse estarão "ao lado dos combatentes palesti-
a Israel. Durante o governo de Donald Trump, povo para a Palestina, o que gerou uma ten- nianos até que a Palestina e Jerusalém sejam
por exemplo, foi executado o reconheci- são com o povo árabe bem como a actuação libertadas".
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NO DISTRITO DE MALEMA
USADA E DESCARTADA?
EM NAMAACHA
Anúncio publicitário pecuários e diversos serviços. turais, artistas locais como Salomão Uqueio,
O Festival teve lugar no Campo Poetas do Monte e outros artistas nacionais
Municipal, e foi abrilhantado com destacando Mabermuda, Antonio Marcos,
actuações de diferentes grupos cul- Tchacazi, Edu.
O administrador de
Namaacha, Carlos
Moutinho, fez saber que
o distrito reúne condições
para a produção de fran-
go convidando, por isso,
as grandes empresas a in-
vestirem neste ponto do
país.
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já vimos como acaba. É nada mais e nada menos que a ver o sol aos quadra-
dinhos, e aí começam os pedidos de desculpas e, claro, aos prantos. Vai com
Mano Zebito, assim não! calma, Mano Zebito. Bebe um pouco de água.
Mano Zebito viralizou nas redes so- está a falhar. Os jovens não devem se
ciais por entrar em bifes com alguns in- comportar deste forma, está errado.
fluenciadores, malta D Boy Jurus, Guyzell Mas Zebito começou a entrar no mato
e Joe Williams. Na verdade, até aí Gar- sem fim quando começou a falar de
ganta bem que simpatizou com algumas religião. Publicamente disse muita as-
abordagens de Mano Zebito. Defendia neira e esta semana aparece a sovar
ele que os jovens não deviam só se in- um menino porque alegadamente
fluenciar por coisas fúteis, como roupas não sabia ler. O puto levou bem com
e curtição, e que deviam também pensar cinto e aos gritos do seu agressor. Ao
no amanhã, deviam pensar em construir que se soube à posterior, nem de seu
casa, deixar um legado. Foi ovacionado familiar se tratava, era um menino a
em algum momento, até porque a situa- quem alegadamente ele assiste, mas
ção que aconteceu com o apresentador assistir dessa forma, sinceramente...
e músico do programa atracções, D Boy assim ninguém precisa de um padri-
Jurus, vem dar razão a Zebito. Foi notí- nho. Para agravar mais, Zebito afirma
cia que este rapper foi preso por ter uma que vai surpreender nas salas de aula
divida que supostamente ronda aos 5 em Maputo e fazer a cobra fumar.
milhões de meticais. Para quem assu- Com que autoridade? Ninguém sabe.
me que os jovens devem ostentar e os Garganta quer deixar um recadinho
outros devem seguir esse exemplo, algo ao jovem. Esse filme já vimos antes e
2 Segunda semana da ganta quer apelar a uma votação urbana e que o espírito continue sendo
esse de respeito e cordialidade. Foi bonito ver candidatos e caravanas se
Jornalismo e a agressão
do jogador em Angola 3
Foi notícia que o atleta moçambicano pancasse. Aliás, esquece este jornalista
Danito e outros seus colegas foram agre- que o jogo já havia acontecido. Estava o
didos e assaltados em Angola quando o atleta e os seus colegas proibidos de sair
UDS ia lá jogar no âmbito competições e relaxar após uma semana de trabalho,
africanas, uma partida na qual a equipa os moçambicanos não podem passear
moçambicana perdeu com a sua con- naquele país? No sentido contrário, a
génere angolana. Um jornal local, para polícia angolana fez um excelente tra-
disfarçar a violência que ocorre naquele balho, tendo prontamente recuperado
país, fez uma notícia muito mesquinha e os documentos e todos os bens rouba-
com um toque de desdém. O jornalista dos do atleta. Está de parabéns a polícia
destaca o facto de o atleta e os seus cole- angolana e um zero bem grande para
gas terem fugido do estágio, como se isso este jornal e o jornalista, que são bem
justificasse que alguém os assaltasse e es- tóxicos.
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50Mt
VÍTIMAS DO TERRAMOTO