Terapia Cognitivo Comportamental em grupos online diante do enfrentamento da
COVID-19: revisão sistemática
A presente resenha visa apontar as principais contribuições do artigo intitulado
Terapia Cognitivo Comportamental em grupos online diante do enfrentamento da covid-19: revisão sistemática (2021), de autoria de Lívia Garcez, Christianne Leduc Bastos Antunes, e Silvana Alba Scortegagna. Não trataremos aqui de esgotar por completo as discussões presentes no referido texto, mas sim tecer breves considerações acerca dos principais aspectos abordados pelos autores. O estudo empreendido pelas autoras buscou reunir evidências científicas sobre a aplicação da Terapia Cognitivo Comportamental em Grupos (TCCG) online, durante o período da pandemia de COVID-19. Para tanto, as pesquisadoras valeram-se de 34 artigos, dos quais foram incluídos oito artigos que atenderam os objetivos deste estudo e os critérios de inclusão, quais sejam: revisão por pares, publicados entre 2020 a 2021 e aplicação TCCG online. O estudo se inicia com uma síntese do que se trata a COVID-19, tomando como base informações do Ministério da Saúde do Brasil de 2021, que afirma que a COVID-19 é uma enfermidade causada pelo coronavírus conhecido como SARS-CoV-2, e ela pode manifestar uma ampla gama de sintomas, variando de infecções assintomáticas a casos graves. Aproximadamente 80% dos indivíduos que contraem a COVID-19 podem não apresentar sintomas ou ter sintomas leves, enquanto cerca de 20% dos casos confirmados requerem cuidados hospitalares devido a problemas respiratórios. Além disso, aproximadamente 5% dos pacientes podem necessitar de suporte ventilatório, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021. De acordo com as autoras, a pandemia decorrente da COVID-19 pode ser considerada a maior crise de saúde enfrentada em décadas em todo o mundo. Como resposta a essa situação, muitos países implementaram medidas de quarentena, que passou a envolver o isolamento e a restrição de movimentação de pessoas que possam ter estado em contato com essa doença contagiosa, com o objetivo de avaliar se elas contraíram a enfermidade, reduzindo assim o risco de contágio para outras pessoas. A incerteza em relação à COVID-19, abrangendo aspectos como sua transmissão, período de incubação, fatores desencadeadores de sintomas graves e a taxa real de mortalidade, geraram medo e insegurança na população. As autoras apontam para o fato de que o isolamento social pode tornar as pessoas mais suscetíveis a desenvolver problemas psicológicos devido à privação de contato social. Esses indivíduos podem manifestar sintomas relacionados a sofrimento psicológico, notadamente ansiedade, estresse e depressão. Em uma epidemia, o número de pessoas impactadas em sua saúde mental tende a exceder o número de pessoas efetivamente infectadas pelo vírus causador da situação. Além disso, quanto mais longa for a quarentena, maiores podem ser os efeitos psicológicos adversos. Isso aponta para a necessidade de disponibilizar serviços de intervenção em saúde mental. Entre as abordagens de intervenção mais amplamente utilizadas no campo da Psicologia, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) se destaca como uma opção promissora que pode ser aplicada durante ou após experiências relacionadas a pandemias, que envolvem isolamento e restrições sociais. A TCC, que foi desenvolvida na década de 1960, introduziu uma revolução significativa no campo da saúde mental. Ela se baseia no modelo cognitivo, que sugere que pensamentos disfuncionais desempenham um papel no desencadear de emoções e comportamentos em seres humanos, sendo aplicável a uma ampla variedade de transtornos psicológicos. Um dos objetivos da TCC é focalizar os problemas atuais do paciente, compreendendo cada caso individualmente para modificar pensamentos automáticos e crenças distorcidas, afetando assim o humor e o comportamento. Inicialmente voltada para atendimento individual de adultos, a TCC expandiu suas aplicações na década de 1970 para incluir terapia cognitivo-comportamental em grupos (TCCG). A TCCG demonstrou eficácia em diversas demandas e transtornos psiquiátricos, sendo particularmente eficaz para grupos homogêneos, estruturados e de curto prazo. Além disso, oferece oportunidades de aprendizado adicionais devido às trocas de experiências entre os membros do grupo e pode ser mais econômica do que a TCC individual. Devido à necessidade de distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus, muitos psicólogos adotaram a terapia online como uma maneira de fornecer apoio em saúde mental a pacientes com várias necessidades. Embora nem todos os pacientes prefiram a terapia online, já que muitos preferem sessões presenciais, essa abordagem desempenhou um papel importante na manutenção da saúde mental durante a pandemia. Com base nas informações apresentadas, acredita-se que a TCCG online possa ser uma alternativa eficaz e de custo mais baixo para preservar a saúde mental das pessoas durante e após a pandemia da COVID-19. Portanto, o objetivo deste estudo é reunir evidências científicas sobre a aplicação da TCCG online durante a pandemia da COVID-19. Referências
GARCEZ, L.; ANTUNES, C. L. B.; SCORTEGAGNA, S. A. Terapia cognitivo
comportamental em grupos online diante do enfrentamento da covid-19: revisão sistemática. International Journal of Development Research, v. 11, 2021.
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