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IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR - IEQ RIO BRANCO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÍBLICA QUADRANGULAR - DEBQ

CURSO: ESCOLHIDOS - 12 HOMENS & UMA MISSÃO

1. UNIDADE DE APRENDIZAGEM:

Capítulo 4: Judas Iscariotes

2. OBJETIVO DE APRENDIZAGEM: Analisar aspectos da vida conturbada de Judas Iscariotes.

3. NESTA AULA OS SEGUINTES ASPECTOS SERÃO ABORDADOS:

- Judas, um tesoureiro pouco confiável

- O breve apostolado de Judas

- A traição

- O suicídio de Judas

- Uma vaga a ser preenchida

- Matias, o incógnito substituto de Judas

4. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Jo 12.4-6, Jo 6.70, Mt 27:3 a 5, At 1:18 a 26

5. SÍNTESE DO CONTEÚDO:

Dentre os numerosos personagens bíblicos, talvez nenhum tenha deixado para a posteridade uma
memória tão trágica quanto Judas Iscariotes. Seu nome tornou-se, ao longo dos séculos, sinônimo de
desprezo e escárnio, transformando-se no próprio símbolo da traição. Diante da tragetória vitoriosa de
homens ungidos pelo Espírito Santo, audaciosos peregrinos que percorreram longas distâncias do
mundo antigo testemunhando da graça de Deus e operando sinais e prodígios conforme o Senhor lhes
concedia, e padecendo humilhações e torturas (At 2.43) há um triste declínio com respeito ao caminho
seguido por Judas Iscariotes. Tomado por objetivos estranhos à causa do evangelho, o jovem discípulo
perdeu-se no labirinto de suas paixões, abortando uma gloriosa carreira de fé.

Judas, um tesoureiro pouco confiável

João em seu relato da unção de Jesus por Maria em Betânia dá indícios da torpe ganância que germinava
no coração avarento de Judas (Jo 12.4-6), murmurando desperdício, visto que o bálsamo era extraído de
flores indianas, uma das especiarias mais caras da Antiguidade.

Mas, por que Jesus e seus seguidores mais íntimos precisariam de um tesoureiro? E como o futuro
traidor pode preencher o perfil necessário para ocupar este posto? Vemos os apóstolos abandonando
seus ofícios e priorizando o discipulado aos pés de Cristo (Mt 19.27, Mc 1.16-18 e Lc 5.11). Assim, os
doze e seu Mestre passaram a sobreviver basicamente de ofertas que recebiam (Lc 8.3). Com o
crescimento desses donativos, surgiu também a necessidade de se escolher alguém dentre os doze que
assumisse a responsabilidade por sua administração. Essa honrosa tarefa, por mais paradoxal que a
princípio nos pareça, recaiu sobre Judas, conforme Jo 12.6.

A escolha de Judas para a tesouraria do grupo nos leva a deduzir que o traidor não era alvo de qualquer
desconfiança de seus companheiros; muito ao contrário, é bem provável que tenha conquistado a
simpatia de todos. Mesmo com a disponibilidade de um hábil contador como Mateus integrando o
grupo, presume-se que Judas também fosse dotado de preparo intelectual e alguma experiência
administrativa que justificasse sua eleição para aquela função. Mas o Mestre, desde cedo, conhecia os
intentos de seu coração. Em Jo 6.70 vemos Jesus, mais de um ano antes da crucificação, profetizando um
futuro sombrio acerca do apóstolo.Embora conhecesse as motivações de Judas, Jesus todavia nunca o
desmascarou diante de seus companheiros. Se o fizesse, podemos imaginar que Pedro e os demais
tomariam suas próprias providências para que a traição nunca se concretizasse. Os discípulos nem
imaginavam quem seria o traidor (Mt 26.22-23). Nem mesmo o cinismo de Judas ao perguntar se seria
ele, despertou desconfiança dos demais (Mt 26:25):

O breve apostolado de Judas

Ao contrário dos demais apóstolos, Judas experimentou, em função de seu suicídio, um ministério
limitado ao tempo em que esteve na companhia do Mestre, ou seja, cerca de três anos apenas. Mas,
nesse tempo, teria o futuro traidor conhecido o sucesso ministerial ao lado de seus companheiros? Em
algum momento, através de sua intercessão, teriam sido saradas as enfermidades ou expulsos os
demônios? Se tomarmos como referência o episódio do envio dos apóstolos por Jesus, descrito em Mt
10, é possível que sim (Mt 10.5-8 e At 1.17).

A traição

Os dias que antecederam o momento da traição foram certamente de grande conflito para Judas. Afinal,
como um discípulo próximo de Jesus, por três longos anos ele testemunhara tanto a riqueza dos
ensinamentos quanto a sublimidade dos prodígios realizados por seu Mestre, ele sabia que Jesus não era
um impostor. Entretanto, à medida que o dia se aproximava, sua ganância encontrava na covardia e no
medo seus piores inimigos. Até momentos antes da última ceia, Judas encontra nas palavras do Mestre
(Jo 13.27b) o ímpeto que lhe faltava para a consolidação de seu intento: "(...) O que pretendes fazer,
faze-o depressa."

Uma vez consumada a traição, a tentativa implícita de Judas compartilhar a responsabilidade de sua
iniqüidade com os sacerdotes e anciãos judeus (Mt 27:3,4), demonstrou-se infrutífera em amenizar os
tormentos de sua consciência e fê-lo precipitar-se num sentimento de autodestruição irrefreável (Mt
27.5).

"Quando esse discípulo finalmente percebeu que Jesus não tencionava lutar contra seus inimigos nem
liderar qualquer movimento que o estabelecesse no poder, ficou profundamente decepcionado. Se o
Senhor não ia assumir o domínio político, para quê todo aquele sacrifício e perigo? Justificou a traição
com base na atitude generalizada: um movimento que não tem condições de prosperar não merece suor
nem sangue. Pelo contrário, 'é justo' tirar alguma vantagem enquanto há tempo." Russell Shedd

Qualquer que tenha sido a motivação inicial, o certo é que, ao cabo de sua breve jornada como discípulo
e diante da irreversibilidade de sua traição, Judas mostrou-se tomado por um sentimento de remorso
que o precipitou na autodestruição. Pendendo desfigurado sob aquela árvore, o discípulo transformou-
se na mórbida imagem da amargura e do desespero, fruto dos extravios de seu próprio coração. No
redemoinho que atormentava a alma de Judas, podia-se encontrar muitos sentimentos, exceto o
arrependimento sincero que teria, em si mesmo, o potencial de salvá-lo do destino ao qual se entregara,
como nos lembra o apóstolo Paulo em 2 Co 7.10,11.

O suicídio de Judas

Uma perturbação se apoderou de Judas diante de sua infidelidade, assim como a vã tentativa de
compartilhar seu desespero com os que estimularam a traição (Mt 27.3-10). Ali, vemos o discípulo
intentando devolver a paga de seu crime — trinta moedas de prata — aos sacerdotes e oficiais do
templo, que, por sua vez, se recusaram a recebê-la, por se tratar de "preço de sangue", ou seja, uma
soma inconcebível de ser ofertada a Deus. Diante disso Judas, atirando a sacola com as moedas no pátio
do templo, retirou-se com o propósito de atender ao último sussurro que o Maligno soprara em seus
ouvidos: dar cabo a sua própria vida (At 1.15-20).

Judas apertou um nó ao redor de seu pescoço e saltou de um galho de árvore ao qual estava atado.
Supõe-se que o galho no qual o traidor se pendurou projetava-se sobre um precipício relativamente alto
e, talvez por um forte vento, rompeu-se, lançando ribanceira abaixo corpo de Judas. O verbo "romper"
(gr. lakeo) empregado por Pedro, significa também "estourar", sugerindo que o despencar do corpo de
Judas resultou numa violenta queda com conseqüente mutilação, devido ao forte impacto. Suas
entranhas se derramaram.

Uma vaga a ser preenchida

(At 1.15-26) Os discípulos decidem completar o lugar vago. Pedro foi quem suscitou a questão e a
maneira como o fez é digna de nota, evidenciando uma carreira apostólica. A única e óbvia qualificação
que podiam encontrar para tal era o fato de que todos eles seguiram a Jesus desde os dias da pregação
de João Batista até o momento de Sua ascensão aos Céus. Assim, apenas dois homens satisfaziam as
exigências determinadas: José Barsabás e Matias. Consagraram a Deus, em oração, todo o procedimento
para a escolha.

O que sabemos, segundo a tradição eclesiástica, sobre a carreira de Simão Zelote, Tiago Maior e,
especialmente, Tiago Menor não supera significativamente o que se conhece sobre Matias.

Matias, o incógnito substituto de Judas

São escassas as informações bíblicas acerca desse a quem os discípulos escolheram como suplente de
Judas. Mas, se o Novo Testamento se cala a respeito dele, a tradição eclesiástica deixou registrados
alguns vestígios que nos permitem algumas conjecturas sobre os passos de Matias no ministério
apostólico.

A exigência de que o substituto devia ser um dos que acompanharam os doze todo o tempo em que o
Senhor Jesus andou entre eles (At 1.21), deixa claro que Matias sempre se manteve perto dos apóstolos.
Essa proximidade, por suposto, conferiu a Matias uma experiência que enriqueceu seu ministério nos
lugares por onde apregoou o nome de Cristo.

A história da milenar Igreja da Armênia aponta Matias como sendo um dos evangelistas pioneiros
naquela região, ao lado de André, Bartolomeu, Judas Tadeu e Simão Zelote. Alguns sugerem que seu
martírio deu-se em 64 A.D. em Sebastopol, na Ucrânia, ao sul da península da Criméia.

6. ATIVIDADE:

Responda com total sinceridade:

a. Alguns aspectos do ministério de Jesus te deixam desapontado (a)?

b. Pensando nas profecias a respeito de um traidor, você crê que se Judas tivesse se arrependido, haveria
perdão para ele?

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