Você está na página 1de 5

3. FIM DO MINISTÉRIO. Cap.

12

O capítulo doze de João põe-nos a par dos últimos dias do ministério público de nosso
Senhor. Nos cinco capítulos que se seguem, ou seja, até a narrativa de sua paixão, Jesus está só
com os discípulos, revelando-se a eles em secreto.

As três verdades dominantes deste Evangelho permeiam o capítulo que entramos a


considerar, a saber, o testemunho de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, a fé e a
incredulidade que daí resultam, e finalmente a vida que procede da fé. Aqui, todavia, dá-se
ênfase especial à segunda destas verdades. Esboçam-se três incidentes que, tendo a
incredulidade como fundo sobre o qual se projetam, fazem esplender a fé em Cristo,
desenvolvida por seu ministério público. O capítulo finaliza som sentenças proferidas por João
e Jesus sobre a fé e a incredulidade. Os três incidentes são: (1) Jesus é ungido em Betânia,
onde se vê quanto era amado com devoção pelos que o seguiam; (2) sua entrada triunfal em
Jerusalém onde Ele aparece como ídolo do povo judaico; (3) sua última atuação no Templo,
onde se torna objeto de curiosidade de uns gregos, típicos representantes do mundo gentílico.
Entretanto, o descontentamento de Judas, manifesto no primeiro episódio, a ira das
autoridades, que aparece no segundo, e a réplica de Jesus, no terceiro, preparam-nos para a
tragédia da incredulidade que se aproxima. De sorte que este capítulo apresenta-nos o
encerramento do ministério do Senhor, bem como dá início à narração de sua morte. Suas
palavras finais, no próprio punho do autor, tanto quanto as que Jesus mesmo proferiu,
sumariam os resultado do ministério de Cristo e a substância de seus ensinos.

a. Manifestação da Fé. Cap. 12:1-36

(1) Jesus é ungido em Betânia. Cap. 12:1-11

A vida de Maria é nos apresentada em três quadros memoráveis; em cada um dos


quais é vista aos pés de Jesus. No primeiro deles está sentada aos pés do Mestre, ouvindo seu
ensino; no segundo, está lançada aos seus pés, procurando que Ele sinta a sua angustia e a
ajude; no terceiro, unge os pés do Senhor, com o que lhe manifesta o devotamento do seu
amor. Alguns tem-na tratado cruelmente por identificá-la aqui, neste terceiro quadro, com
Maria Madalena, ou com a pecadora que ungiu os pés de Jesus com as suas lágrimas. A que
temos aqui é aquela amiga mesma do Senhor, pura, delicada, sentimental e amorosa, de cujo
caráter tivemos uma ideia quando nos foi apresentada como hospedeira de Cristo, no seu lar
em Betânia. Ali se contrapôs a irmã, Marta, e seria mesmo interessante ver como o contraste
perdura ainda aqui, comparando-se aquele serviço de Marta com o presente obséquio de
Maria. Atta expressou sua consideração e afeição a Jesus mediante os pratos que lhe preparou
e colocou à mesa; Maria derrama um precioso vaso de perfume sobre a cabeça e os pés do seu
Senhor. Jesus declarou ser uma desnecessidade o acervo de coisas que Marta procurou fazer,
enquanto que a prodigalidade da despesa de Maria recebe a sua aprovação. Marta serviu
mostrando-se agitada, ansiosa e ainda invejando e queixando-se, gratidão e amor arrebatado,
que faz a pessoa esquecer-se de si, tais são os motivos de Maria.

Entretanto o contraste aí não é entre Maria e Marta, e sim entre aquela e Judas. Aos
motivos dela contrapõe-se a falácia e avareza do ladrão e traidor.

Aconteceu isso apenas seis dias antes da morte de Jesus. Aconteceu isso apenas seis
dias antes da morte de Jesus. Realizava-se uma festa em Betânia em sua honra e em
reconhecimento pela ressurreição de Lázaro. Este, é um dos comensais. Marta está servindo e
de certo sentido a paz da gratidão e do culto ao Senhor. Maria toma uma libra de bálsamo, e
além da praxe que havia de ungir com óleo a cabeça de um hóspede a quem se queria
homenagear, ela derrama prodigamente o perfume também sobre os pés de Jesus e, na mais
profunda humildade, enxuga-os com seus próprios cabelos. É quando Judas toma a palavra
para emitir a grosseria do seu protesto: “porque não se vendeu este perfume por trezentos
denários, e não se deu aos pobres? Isso disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas
porque era ladrão e, tendo a bolsa (isto é, servia de tesoureiro do pequeno grupo dos
discípulos), tirava (isto é, furtava) o que nela se lançava”. Como contraste sua hipocrisia e
ganância com o devotamento puro e arrebatado de Maria!. É cruel desconfiar as vezes dos
motivos daqueles que se reusam a sustentar a obra evangelística e missionária, sob a alegação
de que será melhor empregar o dinheiro em benefício dos pobres? Por certo que nunca
devemos esquecer nossas obrigações parta com os necessitados; mas, repreendendo Judas,
Jesus defende as dádivas mais fora do comum que em qualquer tempo lhe façamos por
devoção, e condena a filantropia espúria que não é animada de amor por Ele. “Deixai-a! que
ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem; porque os pobres sempre os tendes
convosco, mas a mim nem sempre me tendes”. Legítimas dádivas aos pobres são as que fazem
no nome de Cristo, por amor a Cristo, e com o fim de ganhar pessoas para Cristo. Assistência
social divorciada do cristianismo leva ao dispêndio do tesouro de Maria segundo à orientação
de Judas.

Jesus parece ter visto, no ato de devoção de Maria, haver ela prestado
inconscientemente maior serviço do que podia supor. Tamanha oferenda não podia
representar um gasto sem finalidade. Foi, de fato, o embalsamamento do corpo de Jesus para
sepultura. As palavras de Cristo sugerem previsão divina e, ditas a Judas, dão a entender que a
malvada avareza do traidor está prestes a causar a morte do Mestre; enquanto que o ato de
Maria é uma amostra da homenagem que de coração lhe prestam seus discípulos, bem como
representa uma profecia da devoção ao Senhor, devoção que encherá o mundo com o odor
suave do amor que se dá em sacrifício.

Maria foi criticada por Judas, Mas seu irmão Lázaro, tornou-se objeto de ódio mais
encarniçado. Era ele uma testemunha viva do poder de Cristo e levou muitos à fé, donde a
descrição da festa acompanhar-se da seguinte declaração: “Os principais sacerdotes
resolveram matar também Lázaro”. É por acaso estranhar que as testemunhas de cristo, ainda
hoje, sejam alvo do ódio dos inimigos dEle?

(2) A entrada em Jerusalém. Cap. 12.12-19

João tem apresentado muitas testemunhas de ser Jesus o Messias, porém nenhuma de
tal modo brilhante como a multidão que lhe presta homenagem, por ocasião de sua entrada
na cidade santa, no dia seguinte àquele em que fou ungido em Betânia. Muitos aspectos desse
episódio, registrado aliás pelos outros evangelistas, são aqui omitidos, mas em nenhuma outra
narrativa há um testemunho mais explicito, dado por uma multidão em festa, de que na
pessoa de Jesus apareceu o Messias profetizado. Neste sentido a turba atesta sua fé por meio
de símbolo e em cântico, agitando ramos de palmeiras, emblemas que eram de beleza, triunfo
e alegria, e clamando: “Hosana! Bendito seja o que vem em nome do Senhor”. Assim dizendo,
citavam um salmo que todos os judeus consideravam conter uma predição do Messias que
havia de vir. Salmo 118.26.
Jesus corresponde a essa confissão de fé da parte do povo com um ato que vale por
uma declaração bem clara de ser o Messias, e assim é que cumpre nos mínimos pormenores a
profecia atinente ao Messias venturo, entrando na cidade montado num jumentinho. Zacarias
9.9. Foi este o último e mais franco oferecimento que Jesus fez de si à nação como seu Rei.
Chegara enfim a “hora” que sua mãe e seus irmãos haviam desejado impacientemente, “hora”
de sua manifestação como rei de Israel; mas haveria de ser seguida pela “hora” que Ele tão
bem conhecia, a de sua rejeição e morte, e, igualmente a “hora” de sua ressurreição e
exaltação.

Era deficiente a fé manifesta pelo povo, que mal compreendia a verdadeira natureza
de Jesus e sua missão. Até os discípulos, mas íntimos não atinaram com a verdadeira
significação do ato, no qual tomaram parte saliente: “Seus discípulos a princípio não
compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi glorificado, então eles se lembraram de que
estas coisas estavam escritas a respeito dele e também de que lhas fizeram.” Estranho misto
de tristezas e alegria deveria trazer para eles essa lembrança! Reconheceram como haviam
visto as coisas tão imperfeitamente, quão pouco haviam percebido, “compreenderam” agora o
que haviam deixado de compreender antes. Lembravam-se, entretanto, que tinham cumprido
rigorosamente a divina profecia e que tinham estado em tão íntima relação com a pessoa do
Rei. De modo que a memória pode remorder-nos, se nos faz ver quão cegos fomos para ver
belezas tão esplêndidas, para compreender o verdadeiro sentido de experiências
preciosíssimas, para considerar o valor de amigos que já se foram; mas pode trazer-nos
felicidade, se nos leva a ver o caminho por onde já andamos e reconhecer que tudo tem sido
planejado por um Senhor divino; ou se, reconsiderando as experiências de longos anos
passados, verificamos nelas o cumprimento dos eternos propósitos de Deus, reveladores de
seu amor por nós.

João finaliza a narrativa salientando um ponto que não é apresentado nos outros
Evangelhos, mas que está perfeitamente subordinado ao escopo de seu livro, a saber, mostra
que a crença do povo é devida em larga escala ao “sinal” da ressurreição de Lázaro, e que a
popularidade sem precedente de Jesus só faz incitar os inimigos, as autoridades, e adotar o
mais depressa possível a sugestão extrema de Caifás, e levar a cabo a morte de Cristo.
Continuamente João contrapõe as manifestações da fé às da incredulidade.

(3) Última Atuação no Templo. Cap. 12:20-36

Dentre todos os incidentes da Semana da Paixão apenas um é selecionado por João,


aliás não registrado por outro evangelista, o qual combina evidentemente com a finalidade
deste Evangelho. Alguns gregos pedem uma entrevista com Jesus. Respondendo-lhes, nosso
Senhor testifica sua Natureza divina pelo conhecimento que revela possuir do futuro, dá a
entender que a fé envolve sacrifício próprio, e dá testemunho do fulgor da vida pela qual a fé
se manifesta. Esses gregos eram provavelmente prosélitos do judaísmo. É possível que
tivessem procedido das cidades gregas da Galileia, mas à mente de Cristo e, por conseguinte,
ao espírito de João, eles se apresentaram como representantes de todo o mundo gentílico. O
pedido que fizeram, logo em seguimento ao ato de devoção de Maria e aos hosanas do povo,
constitui-se a prova suprema do amor, da fé e do interesse despertados pelo ministério
público de Cristo. Além disso, deu ocasião a uma profecia de bênçãos universais que advirão
da missão de Cristo, a qual, segundo o ponto de vista de João, sempre interessa ao mundo
inteiro. Tal missão, entretanto, só se cumprirá pela morte e ressurreição do Senhor. Daí,
respondendo à solicitação dos gregos, Ele dar ênfase ao caráter supremo da “hora” que havia
soado.
Não sabemos se esses gregos chegaram ou não até à presença de Jesus; contudo, as
palavras deste são uma verdadeira resposta à solicitação deles: “Vós desejais ver-me”, parece
querer dizer, “pois chegastes na hora exata, no tempo oportuno, porque a ocasião é esta de o
Filho do homem ser glorificado”. Em sua morte e ressurreição revelar-se-á seu verdadeiro
caráter, como Salvador do mundo. Os gregos não necessitavam ouvi-lo nem presenciar-lhe os
milagres; sua morte é o que precisavam testemunhar. A cruz seria a força de atração que
chamaria a Jesus todas aquelas turbas do mundo gentílico, representadas por esses gregos
curiosos.

Jesus ilustra a necessidade absoluta de sua morte com um fato da natureza, v. 24; um
grão de trigo primeiro precisa ser enterrado, seu invólucro corromper-se e ele deixar de ser
grão para que possa produzir uma quantidade de grãos iguais. E aplica a sí próprio, v. 25, esta
importante lei da vida por meio da morte, lei de serviço e influência mediante o sacrifício de si
mesmo, declarando que, se procurar egoisticamente evitar a cruz, verá perder-se tudo quanto
é digno do nome “vida”; mas, entregando a vida, assegurará e concederá bênçãos eternas. A
mesma lei aplica a seus discípulos. V. 26. Contrapondo-se ao ideal que os gregos alimentavam
de satisfação própria, os que o servem, devem segui-lo pela estrada da abnegação, não apenas
com vistas ao êxito pessoal e nem primeiro que tudo por amor aos outros, senão por amor a
Cristo. O resultado será uma expansão da vida, um alargamento da influência e também uma
permanência ao lado de Cristo, como seu companheiro, e a divina aprovação de seu Pai: “E eu,
se for levantado...atrairei todos a mim mesmo”. O que não significa salvação universal, nem
quer dizer, antes de tudo, a vitória final de Cristo. “Todos” aí, refere-se aos gregos e a quantos,
de todas as nações, eles representam. O sentido é que não só judeus serão atraídos a Jesus,
mas gentios também; “todos”, isto é, sem distinção, e não no sentido de sem exceção.

A força da atração seria sua cruz. O levantamento de Cristo não quer dizer sua
apresentação na prédica. Seria “levantado” não pelo testemunho e nem pela imitação de sua
vida, mas na sua morte. “Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer”.
A cruz ainda hoje é o supremo magnete moral do mundo. Não são os ensinamentos de Cristo,
nem o exemplo de sua vida, dissociados de sua morte; mas é sua cruz que atrai multidões,
dispondo-as como seguidoras devotadas do Senhor, a tomar a cruz e segui-lo.

O povo ficou confuso ouvindo Jesus predizer claramente sua morte. Esperavam que o
Messias assumisse as rédeas do governo e se mantivesse no poder para sempre. Não
compreendiam que previamente era-lhe necessário morrer. O escândalo da cruz ainda hoje
existe. Os homens continuam a perturbar-se com esta verdade, a de um salvador crucificado.
Todavia é natural o recuo em face do sofrimento implícito na entrega completa de si mesmo.
Não é agradável sofrer; nem é delicioso morrer. A respeito de tudo quanto sabe estar
garantido por sua morte, Jesus estremece à vista da cruz. Vê que esta é necessária, mas não
fica indiferente à angústia que ela lhe há de causar. “Agora está angustiada a minha alma, e
que direi eu? Pai, salva-me desta hora?” Na amargura desta exclamação está compreendida a
inteira agonia do Getsêmani, e, nas palavras seguintes, a sua vitória também: “Mas
precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome”.

“Então veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei”, isto é, no ministério de Jesus; “e ainda
o glorificarei”, a saber, na sua morte, ressurreição e nos seus resultados. v.28. O povo não
pode entender essa voz, mas Jesus declarou que por amor dos circunstantes é que ela havia
soado. Tinha por escopo fazê-los ver a suprema importância de sua morte. Vs. 29, 30. Tal
morte seria o julgamento deste mundo, cujo caráter moral seria nela revelado, e cujo pecado
seria por ele condenado. O príncipe deste mundo seria “expulso”; por ela Satanás seria
derrotado e derrubado por fim. V.31.

Jesus não se detém em explicações. Dá ao mundo um aviso final e lhe faz uma
derradeira promessa: ”Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz”.
Ele próprio é “a luz do mundo”. Sejam quais forem os problemas ou os mistérios que cerquem
a Pessoa de Cristo e sua obra, devemos crer nÊle, segui-lo, a Ele entregar-nos. Doutra sorte
seremos como aqueles que tropeçam dentro da noite, sem enxergar o caminho. A fé em Cristo
nos transformará cada vez mais na sua semelhança. “Jesus disse estas coisas e, retirando-se
ocultou-se deles”. Findara seu ministério público.

b. Condenação da Incredulidade. Cap. 12:37-50

O autor agora suspende a narração para apresentar um retrospecto do ministério de


Jesus, com o intuito de salientar as causas e as consequências da incredulidade dos judeus, o
que ele faz em dois breves parágrafos. Em um deles emprega largamente palavras de Isaías; no
outro palavras de Jesus. Contudo, como faz nas outras secções do seu Evangelho, apresenta
testemunho em favor da Pessoa de nosso Senhor. Citando Isaías, realmente identifica Jesus
com o mesmo Ser divino que o profeta contemplou em sua visão, isto é, com o Jeová do
Antigo Testamento. Vers.41. Jesus arroga-se essa mesma identidade com Deus, nas palavras
que adiante são citadas. Outrossim, lembra que a fé se manifesta numa vida que tem visão
espiritual e que goza de felicidade intérmina. Vers. 46,50. O que, porém, mais se salienta nos
dois parágrafos é a condenação da incredulidade.

No primeiro deles, vers. 37-43, João alude aos milagres como suficientes para produzir
fé em Cristo. À luz desses sinais a incredulidade era um pecado; mas, como podia ser
explicada? Do mesmo modo como a incredulidade pode ser sempre explicada, a saber, como
cegueira espiritual e covardia moral. Aquela assume a natureza de uma cegueira judicial; os
judeus não quiseram crer, de modo que chegou o tempo, como aliás sempre acontece, quando
acabaram ficando impossibilitados de crer. Fora assim no tempo de Isaías e o mesmo acontece
nos dias de Jesus.

Ademais, seus corações não eram retos: “Amaram mais a glória dos homens, do que a
glória de Deus”. Até mesmo quando houve certo despertamento e uma fé parcial, esta não
pode ser confessada nem pode desenvolver-se por causa de medo da oposição humana, ou da
perda do prestígio social. Ninguém jamais pode esperar perceber a verdade, se não se dispõe a
aceitar as consequências de sua aceitação; e uma continua falta de vontade de crer resulta na
atrofia da própria faculdade da fé.

As calamitosas consequências da incredulidade vêm declaradas no segundo parágrafo.


Vers. 44-50. Não se trata de um discurso de nosso Senhor, proferido em alguma ocasião
desconhecida; mas, como no parágrafo anterior, o autor se baseou nas obras de Jesus, assim
agora alude as palavras dEle, dando um sumário do seu ensino, a fim de por em relevo as
sérias consequências da incredulidade. Jesus declarou ser Ele mesmo uma manifestação
pessoal de Deus e haver anunciado a própria vontade de Deus. Por conseguinte, rejeitar Jesus
era rejeitar Deus. Durante seu ministério terreno, Jesus evitou proferir a condenação do povo,
mas recusando crer nEle, o povo se condenava, e “no último dia” seria julgado pelas próprias
palavras que Ele proferiu. Como pode aquele que deliberadamente rejeita a Jesus, esperar ser
aceito por Deus? Com esta sentença condenatória da incredulidade, pronunciada por João e
Jesus, encerra-se a primeira metade do Evangelho. Agora o leitor vai ter o privilégio de
contemplar o brilhante contraste da vitória da fé, principal assunto da outra parte do livro.

Você também pode gostar