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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

QUÍMICA INORGÂNICA I - EXPERIMENTAL

São Luís

2019
BOAS VINDAS...

Sejam bem-vindos ao laboratório de Química Inorgânica. Aqui vocês terão


oportunidade de viver um pouco a prática do modelo científico e poderão exercitar
habilidades, ora objetivas (como pesagem, síntese, manuseio de amostras, etc.), ora
subjetivas (como a observação, discussão em equipe, elaboração de estratégias
experimentais, suposição de modelos, etc). Desenvolverão a habilidade de fazer as devidas
anotações dos fatos experimentais; de reproduzir e interpretar experimentos; de propor novas
metodologias; de criticar resultados e redigir relatórios, fundamentando suas observações e
apresentando, sempre que possível, seus resultados em forma de gráficos e tabelas.

Aqui, acreditamos que às atividades experimentais não cabem apenas o título de


coadjuvante das aulas discursivas, ou simples estratégias para a fixação de conhecimento,
mas, antes, como meios de produção destes conhecimentos. É com este espírito que vocês
devem vestir seu jaleco. Devem ter sempre em mente que não vão apenas cumprir as
instruções contidas em um roteiro ou protocolo experimental, mas realizar um experimento.
E realizar um experimento significa: conhecer um problema (escolha do assunto), propor
soluções para este problema (discutindo em equipe e pesquisando a literatura), propor uma
estratégia experimental para a verificação das sugestões (planejamento), realizar esta
atividade experimental (executando o experimento) e criticar os resultados obtidos
(trabalhando os resultados, analisando os erros e escrevendo o relatório).

Vocês devem exigir do professor a problematização do assunto, da mesma forma que


este deve cobrar de vocês alternativas para a resolução do problema proposto. Durante a
realização das práticas procurem deixar bastante claro para vocês qual o objetivo do
experimento, qual metodologia deve ser empregada para atingir o objetivo proposto, quais as
variáveis que podem interferir mais significativamente nesta metodologia, quais habilidades
e competências estão, de fato, adquirindo, etc.

O professor deve orientar as equipes sobre o problema a ser investigado. De


preferência, deve ressaltar a importância do assunto, contextualizando-o ao máximo. É a
melhor oportunidade para vocês esclareceram possíveis dúvidas quanto ao roteiro, técnica a

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ser utilizada ou manuseio de algum produto tóxico. Devem permear também as discussões
das equipes procedimentos em caso de acidentes e o descarte do material.

Outro cuidado que vocês devem ter durante a realização das atividades é quanto ao uso
correto do caderno de laboratório. O caderno de laboratório hoje, poderá ser o caderno de
pesquisa ou de análise, amanhã. Portanto, o aluno deve cultivar o bom hábito de anotar tudo
no seu caderno. Não esquecer que a atividade a ser realizada e discutida é um trabalho de
equipe. Tudo dever ser discutido entre os membros, mas a anotação deve ser individual.
Todos devem ter o seu caderno e anotar suas impressões sobre cada etapa do experimento,
resultados e discussões (se possível, depois, colocar observações da literatura). Nada de
anotar depois ou escrever no roteiro de prática ou em uma folha avulsa. Ao final do
experimento o professor deve fazer um comentário de caráter geral, enfatizando os pontos
positivos e analisando de forma global os dados obtidos, seus desvios e convergências.

O Laboratório deve ser encarado por vocês como um espaço para constatação (ou
refutação) de idéias. Portanto, não é simplesmente por estar dentro dele, realizando tarefas,
que alcançarão aprimoramento na sua formação. Procurem também propor novas atividades
experimentais ou modificações nas atuais que satisfaçam a curiosidade de vocês e que
primem pela formação de todos.

Bom trabalho a todos.

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1. RELAÇÃO DOS EXPERIMENTOS

1.1 Reações Inorgânicas

Este experimento foi elaborado para ser realizada em 2 aulas

1.2 Hidrogênio

Este experimento foi elaborado para ser realizado em 3 aulas, sendo distribuído do
seguinte modo:

1.1.1 Preparação, propriedades e identificação


1.1.2 Obtenção eletroquímica do hidrogênio
1.1.3 Reatividade de metais com HCl

1.3. Folheando com cobre

Este experimento será desenvolvido em uma única aula

1.4. Metais Alcalinos

Este experimento será desenvolvido em duas aulas, sendo distribuído do seguinte modo:

1.4.1. Teste de solubilidade dos compostos alcalinos

1.4.2. Reatividade e reações de precipitação entre bases alcalinas e sais

1.5. Metais Alcalino-terrosos

Este experimento será desenvolvido em duas aulas, sendo distribuído do seguinte modo:

1.5.1. Reatividade dos metais alcalinos terrosos

1.5.2. Solubilidade dos metais alcalinos terrosos

1.5.3. Testes de precipitação

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1.6 Halogênios

Este experimento foi elaborado para ser desenvolvido em 5 aulas, subdividido do


seguinte modo:

1.6.1 Propriedades dos halogênios


1.6.2 Obtenção dos halogênios por eletrólise e Identificação das espécies produzidas
1.6.3 Preparação da água clorada e Propriedades da água clorada
1.6.4 Preparação e Propriedades da água de bromo
1.6.5 Preparação e Propriedades do Iodo

1.7. Obtenção de NO e NO2

Este experimento será desenvolvido em uma única aula, sendo que o tema é sugerido e
a metodologia é livre (cada grupo trará sua proposta).

1.8. Obtenção de O2 pela decomposição do H2O2 – caráter comburente do O2

Este experimento será desenvolvido em uma única aula e o roteiro é proposto.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Os experimentos selecionados para esta disciplina visam reforçar conceitos


fundamentais de Química Inorgânica, complementando o conteúdo da disciplina teórica do
curso. Espera-se que o aluno desenvolva e amplie sua capacidade de compreensão de
fenômenos, da aplicação da metodologia científica e de modelos teóricos, bem como de
apresentação de dados e de análise crítica dos conteúdos e resultados experimentais.

3. PRESENÇA NAS AULAS

É obrigatória a presença de todos os alunos durante toda a extensão da aula. Os alunos


que faltarem ou se ausentarem do experimento receberão nota zero neste experimento.

OBSERVAÇÃO: SERÁ TOLERADO ATRASO DE, NO MÁXIMO, 10 MINUTOS.

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4. GRUPOS

Os alunos deverão se dividir em grupos de três ou quatro (no máximo) conforme suas
afinidades pessoais. Esses grupos permanecerão os mesmos durante todo o semestre.

5. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO

Os alunos poderão ser avaliados por um ou mais dos seguintes critérios:

A) Pré-relatório: cada aluno deverá entregar um pré-relatório no início da aula de cada


experimento. Este pré-relatório deverá conter uma descrição do procedimento experimental a
ser realizado, de forma resumida, preferencialmente na forma de um esquema ou fluxograma,
e as respostas às questões formuladas junto ao material de apoio da disciplina.

B) Relatórios: cada aluno deverá elaborar um relatório de cada experimento que será
entregue ao final do assunto. O relatório será avaliado, com notas de 0 a 10. Se o aluno faltar
em um experimento, sua nota neste relatório será zero. No caso de experimentos realizados
em duas semanas, se o aluno faltar em uma das semanas, sua nota neste relatório será
dividida por dois.

Os relatórios deverão ser entregues diretamente ao professor no início da aula seguinte. Os


relatórios não serão recebidos após este prazo, salvo em ocasiões específicas.

C) Participação na Aula Prática: os alunos serão avaliados individualmente quanto a sua


conduta no laboratório e envolvimento com o conteúdo da aula prática. Sua nota final da
parte experimental poderá ser acrescentada ou diminuída de acordo com o item em questão.

D) Caderno de laboratório: Os experimentos deverão ser registrados rotineiramente no


caderno de laboratório, que a qualquer tempo poderá ser requisitado pelo professor.

E) Avaliação oral ou escrita: Poderão ser aplicadas provas orais ou escritas sobre os
experimentos realizados, sendo necessário o aluno ter realizado o experimento para
participar.

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6. PREPARAÇÃO DO RELATÓRIO

Os relatórios não devem ser digitados. Figuras e tabelas também não precisam ser
impressas em impressoras. Cada relatório deve conter os seguintes itens:

a) Título do experimento:

 Data em que ele foi realizado


 Nome e código dos alunos do grupo.

b) Uma breve introdução:

O objetivo da introdução é o de situar o tema do experimento. Esta introdução deve ser


de no máximo uma página. A introdução não pode ser uma cópia dos textos de apoio. Para
escrevê-la use as referências bibliográficas sugeridas ou outras que você encontre na
biblioteca.

c) Parte experimental:

Deve conter uma descrição simplificada do procedimento seguido (incluindo-se


modificações que tenham sido feitas), uma lista dos materiais, instrumentos e reagentes
utilizados, sempre na forma de texto.

d) Resultados e discussão:

Esta é a parte mais importante do relatório. Nela você vai apresentar da forma mais
clara e completa possível os resultados obtidos no experimento, acompanhados de uma
análise crítica dos mesmos com base nos conceitos envolvidos.

Deve-se incluir todo o tipo de resultado obtido: observações visuais, dados numéricos
(como volumes medidos, massas pesadas, tempos decorridos, temperaturas, rendimentos,
etc.) e dados instrumentais. Deve-se incluir também todos os cálculos efetuados. Sempre que
possível seus dados devem ser organizados na forma de tabelas e gráficos.

e) Conclusão

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f) Referências.

Numere e relacione todas as referências bibliográficas que você usou para elaborar o
relatório. Estas referências podem ser livros-texto ou periódicos (revistas e jornais
científicos) e devem ser citadas no texto do relatório.

Obs. Não serão aceitos relatórios digitados.

Os critérios acima deverão ser utilizados no caderno de laboratório.

7. REGRAS GERAIS DO LABORATÓRIO

 Não é permitido comer ou fumar no laboratório.


 É obrigatório o uso de jaleco, calça comprida e sapato fechado. Óculos de
segurança serão exigidos em situações especiais no laboratório, de acordo com
instruções do professor.
 No caso de se necessitar de material ou equipamento extra, o mesmo deverá ser
solicitado ao professor e devolvido limpo logo após sua utilização.
 Após o experimento, o material deve ser cuidadosamente limpo e reposto no respectivo
armário.
 Os reagentes e equipamentos devem ser utilizados com cuidado e devolvidos ao local
apropriado, imediatamente após o uso. Qualquer reagente/equipamento extra só pode
ser utilizado com a aprovação do professor.
 Tenha muito cuidado no uso das balanças e limpe imediatamente qualquer
derramamento de reagentes. Em caso de dúvida sobre algum reagente ou equipamento,
consulte antes o professor responsável.
 Nas capelas existem frascos para o descarte de solventes e outros resíduos líquidos.
Nunca descarte nada na pia.

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Aula Prática No 01 – Reações Inorgânicas

1 – OBJETIVOS

 Proporcionar um contato com um grande número de reações químicas;


 Aperfeiçoar a percepção do que acontece quando determinados “elementos” são
postos para reagir;
 Desenvolver habilidade em determinar o resultado de certas reações.

2 – PROBLEMATIZAÇÃO

Existem tantas reações singulares na química que memorizar todas elas seria uma tarefa
tola. É muito mais proveitoso tentar usar um padrão de reconhecimento para determinar a
categoria geral de uma reação, como metátese ou reação de oxirredução. Portanto, quando
você se deparar com o desafio de prever o resultado de uma reação química, faça a você
mesmo as seguintes questões apropriadas:
 Quais são os reagentes na reação?
 São eletrólitos ou não eletrólitos?
 São ácidos ou bases?
 Se os reagentes são eletrólitos, a metátese produzirá um precipitado? Água?
Gás?
Fazendo perguntas como estas, vocês estarão aptos a determinar o que poderá acontecer
durante a reação. Infelizmente não existem regras baseadas em propriedades físicas, tais
como cargas iônicas, para nos guiar na determinação de um composto iônico particular ser
solúvel ou não. Entretanto, observações experimentais têm nos levado a regras para previsão
da solubilidade de compostos iônicos. Por exemplo, os experimentos mostram que todos os
compostos iônicos comuns que contêm o ânion nitrato, NO3-, são solúveis em água.
Para determinar se um precipitado é formado quando misturamos soluções aquosas de
dois eletrólitos fortes, devemos observar alguns critérios: 1) observar os íons presentes nos
reagentes, 2) considerar as possíveis combinações de cátions e ânions e 3) usar as regras de

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solubilidade para determinar se alguma dessas combinações é insolúvel (ver tabela de
solubilidade)
Muitos metais sofrem reações de deslocamento com ácidos, produzindo sais e gás
hidrogênio. Os metais podem também ser oxidados por soluções aquosas de vários sais.
Nestas reações, podemos determinar se um metal será ou não oxidado por um ácido ou por
um sal específico? Essa é uma pergunta de suma importância na prática e de grande interesse
químico.
Diferentes metais variam na facilidade com que são oxidados. O Zn é oxidado por
soluções aquosas de Cu2+, por exemplo; Ag não é. Portanto, Zn perde elétrons mais
facilmente do que Ag, isto é, Zn é mais fácil oxidar do que Ag.
Uma lista de metais dispostos em ordem decrescente de facilidade de oxidação é
chamada série eletroquímica. A série eletroquímica pode ser usada para ajudar a prever o
resultados de reações entre metais e sais metálicos ou ácidos.

3 – MATERIAIS E REAGENTES

a) Metais:
Alumínio
Cobre (lâminas)
Ferro (fio ou prego)
Zinco (em pó)
Zinco (grânulos)

b) Soluções e Reagentes:

Ácido clorídrico 3M
Ácido sulfúrico 3M
Cloreto de sódio 0,1 M
Cloreto férrico 0,1 M
Fosfato de potássio 0,1 M
Hidróxido de sódio 5 M

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Iodeto de potássio 0,1 M
Nitrato de chumbo 0,1 M
Nitrato de prata 0,1 M
Sulfato de cobre 0,1M
Sulfato de zinco 0,1M

c) Vidrarias e outros

Tubos de ensaio
Rolhas de borracha
Bico de bunsen
Pinça de madeira
Espátula
Pipetador de borracha (pêra)
Pipetas
Balões volumétricos
Etiquetas

4 – PROCEDIMENTO

Em cada uma das seguintes experiências, logo após a adição dos reagentes, anotar
tudo que observar. Em seguida escrever as equações químicas correspondentes. Naquelas em
que não se observa reação, explicar o porquê.

4.1. Reações de Dupla Troca

4.1.1. Colocar 1 mL de solução aquosa de nitrato de prata 0,1M num tubo de ensaio e
adicionar 1 mL de solução de cloreto de sódio 0,1M.

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4.1.2. Colocar 1 mL de solução aquosa de sulfato de zinco 0,1M num tubo de ensaio e
adicionar 1 mL solução de nitrato de prata 0,1M.

4.1.3. Colocar 1 mL de solução aquosa de Pb(NO3)2 0,1M num tubo de ensaio e adicionar 1
mL de solução de KI 0,1M.

4.1.4. Colocar 1 mL de solução aquosa de AgNO3 0,1M num tubo de ensaio e adicionar 1
mL de solução de K3PO4 0,1M.

4.1.5. Colocar 1 mL de solução aquosa de FeCl3 0,1M num tubo de ensaio e adicionar 1 mL
de solução de NaOH 5M.

4.6. Colocar 1 mL de solução aquosa de CuSO4 0,1M num tubo de ensaio e adicionar 1 mL
de solução de NaOH 5M.

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5.2. REAÇÕES DE DESLOCAMENTO

5.2.1. Colocar 2 mL de solução de sulfato de cobre(II) 0,1M num tubo de ensaio contendo
uma lâmina de zinco.

5.2.2. Colocar 2 mL de solução de nitrato de prata 0,1M num tubo de ensaio contendo uma
lâmina de cobre.

5.2.3. Colocar 2 mL de solução de nitrato de prata 0,1M num tubo de ensaio contendo zinco
em pó.

5.3. REAÇÕES DE METAIS COM ÁCIDOS DILUÍDOS NÃO OXIDANTES

5.3.1. Colocar 2 mL de solução de ácido clorídrico 3M num tubo de ensaio e introduzir uma
pitada de zinco em pó.

5.3.2 Colocar 2 mL de solução de ácido sulfúrico 3M num tubo de ensaio e introduzir uma
lâmina de alumínio.

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5.3.3 Colocar 2 mL de solução de ácido clorídrico 3M num tubo de ensaio e introduzir um
fio de ferro.

5.4. REAÇÃO DE ZINCO E ALUMÍNIO COM SOLUÇÃO AQUOSA DE BASES


FORTES

5.4.1 Colocar 2 mL de solução de hidróxido de sódio 5M num tubo de ensaio e introduzir


uma lâmina de alumínio.

5.4.2 Colocar 2 mL de solução de hidróxido de sódio 5M num tubo de ensaio e introduzir


uma lâmina de zinco.

Aula Prática No 02 – Hidrogênio

PARTE 1- PREPARAÇÃO, PROPRIEDADES E IDENTIFICAÇÃO.

OBJETIVOS
 Preparar o hidrogênio a partir da ação de metais sobre ácidos
 Verificar algumas propriedades deste gás e sua combustão

PROBLEMATIZAÇÃO

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O hidrogênio, H2(g), pode ser convenientemente preparado no laboratório pela ação de
ácidos sobre metais. Entretanto, será que qualquer metal ou qualquer ácido pode ser utilizado
para esta finalidade?
Consulte as tabelas abaixo e sugira um procedimento para responder esta questão.

Tabela 01 - Potencial padrão de eletrodo, a 25oC.


SEMI-REAÇÃO Eo (V) SEMI-REAÇÃO Eo (V)
Na+ + e-  Na0 -2,71 Fe2+ + 2e- → Fe0 -0,44
Mg2+ + 2e-  Mg0 -2,37 Sn2+ + 2e- → Sn0 -0,14
Al3+ + 3e-  Al0 -1,66 Cu2+ + 2e- → Cu0 +0,34
Zn2+ + 2e-  Zn0 -0,76 Hg22+ + 2e- → 2Hg0 +0,79

Tabela 02 – Ácidos usuais


Fórmula Força Oxidante
HCl Forte Não
HNO3 Forte Sim
CH3COOH Fraco Não
H2SO4 Forte Sim

PRÉ-LABORATÓRIO

1 – Relacione os reagentes, soluções e vidrarias a serem utilizadas.


2 – Quais os cuidados que devem ser observados para a produção de hidrogênio?
3 – O que é gás detonante?
4 – Quais as equações da reação de formação do hidrogênio e da sua combustão? Sugira um
procedimento para verificar a combustão do hidrogênio.
5 – O que é o equipamento de Kipp, como ele funciona e quais as suas vantagens?

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PARTE 02 – OBTENÇÃO ELETROQUÍMICA DO HIDROGÊNIO

OBJETIVOS
 Preparar o hidrogênio eletroquimicamente
 Identificar o eletrodo onde ocorre a evolução deste gás
 Identificar os sub-produtos da reação

PROBLEMATIZAÇÃO

Da atividade anterior deve ter sido evidenciado que a combinação Zn com HCl em
virtude do valor do potencial e da força do ácido, é a mais indicada para a produção do gás
hidrogênio em laboratório. Entretanto, o Zn comercial contém impurezas (As, Sb, P, S, etc.),
as quais formarão hidretos e contaminarão o hidrogênio assim produzido, limitando o
emprego subseqüente deste gás. Para a purificação é comum o emprego de frascos lavadores
contendo soluções que oxidarão e reterão as impurezas. Entretanto, o H2 com maior pureza
pode ser obtido eletroliticamente.

PRÉ- LABORATÓRIO

Discuta em equipe e sugira um procedimento para a preparação deste gás via redução
eletrolítica. Pontos como: matéria prima a ser eletrolisada, eletrodos, potencial a ser utilizado,
coleta e identificação do H2 devem ser abordados. Proponha uma aplicação para este gás.

PARTE 03 – REATIVIDADE DE METAIS COM HCl

OBJETIVOS

 Descrever uma série de reatividade de metais com ácido clorídrico


 Enumerar alguns metais mais ou menos reativos que o hidrogênio
 Reconhecer que a velocidade de reação com o ácido é um indício da reatividade do
metal.

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 Prever se um metal reagirá com o ácido clorídrico consultando a série de potencial
padrão de redução.

PROBLEMATIZAÇÃO

Já sabemos que o gás hidrogênio pode ser obtido a partir da ação de determinados
metais, como por exemplo, o zinco, com o HCl, conforme a reação abaixo:
Zn(s) + 2H+(aq) → H2(g) + Zn2+
A pergunta que tentaremos responder com esta atividade é se esta propriedade redutora
dos metais pode ser empregada para o estabelecimento de uma série, a qual meça a
reatividade de diferentes metais.
Para tal, verificaremos a tendência crescente em reduzir o íon hidrogênio de uma
solução de HCl, a partir dos metais abaixo relacionados:
 Alumínio em pó;
 Cobre em pó;
 Magnésio em pó
 Ferro em pó
 Zinco em pó

PRÉ-LABORATÓRIO

1 – Consulte a série eletroquímica (tabela dos potenciais padrão de redução) e verifique se a


seqüência em que os metais foram dispostos está em concordância com ela.
2 – Se os metais reativos supracitados estivessem não na forma de pó, mas em placas, o
resultado poderia ser outro?
2 – Como determinar, sem fazer experiência, se um metal qualquer reagirá com HCl?

PROCEDIMENTO

1 – Coloque 2 mL de HCl 3,0 M em cada tubo.

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2 – Acrescente um pouco de cada metal em pó nos respectivos tubos de ensaio, previamente
identificados.
O que ocorre em cada tubo? Toque-o com a mão: houve alguma mudança perceptível na
temperatura?
3 – Suas observações indicam que ocorreu alguma transformação química entre os metais e o
ácido clorídrico? Em caso positivo, escreva as respectivas equações químicas.
4 – Há produção de hidrogênio em todos os tubos? Em caso negativo, quais os metais que
não provocam reação?
5 – Observe atentamente a velocidade de desprendimento de hidrogênio nos tubos onde
ocorre a reação. Nota diferença entre eles? Ordene os metais segundo a velocidade de
desprendimento de hidrogênio: o que se pode concluir sobre a reatividade desses metais?

Aula Prática No 03 – Folheando com Cobre

OBJETIVO
 Estudar o revestimento de materiais através da eletrólise

PROBLEMATIZAÇÃO

Os revestimentos metálicos são usados pra fins decorativos (ouro, prata), elétricos
(estanho, prata, ouro, etc), endurecimento superficial (cromo), resistência à corrosão (cromo,
níquel, cádmio, alumínio, zinco, estanho, etc), entre outros. Umas das técnicas
freqüentemente utilizadas para aplicação de revestimentos metálicos é a eletrodeposição, pois
proporciona um revestimento fino e relativamente livre de poros. Utiliza-se geralmente este
processo para revestimento com ouro, prata, cobre, estanho, níquel, cádmio, cromo e zinco.
Neste processo, o material a ser protegido é colocado como catodo de uma cuba
eletrolítica, onde o eletrólito contém sal do metal a ser usado no revestimento, podendo o
anodo ser também do metal a ser depositado. A espessura da película e suas propriedades
dependem de fatores tais como a densidade de corrente aplicada, concentração de sais,
temperatura do banho, etc.

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MATERIAIS E REAGENTES
 Proveta
 Pisseta
 Bastão de vidro
 Eletrodo de cobre,
 moeda,
 palha de aço
 Terminais de bateria
 CuSO4 0,5 mol/L
 HCl
 H2SO4

PROCEDIMENTO
 No béquer, coloque certa quantidade da solução de CuSO4, 1 gota de HCl e 3 gotas de
H2SO4
 Agite a solução com o bastão de vidro, misturando os ácidos à solução de CuSO4
 Lixe as moedas com palha de aço, lave-as com água e sabão, até ficarem limpas, lisas
e brilhantes, secando-as com papel absorvente.
 Usando as garras, ligue o pólo positivo da bateria (vermelho) na placa de cobre, e o
pólo negativo na moeda a ser revestida.
 Mergulhe a moeda e o eletrodo de cobre (placa) na solução durante 30 segundos e
observe. Se necessário, mergulhe novamente para um melhor folheamento.
 Observe o explique:
1) Qual a função dos ácidos adicionados?
2) Por que usamos a placa de cobre como eletrodo positivo?
3) Que transformação pode ter ocorrido na lâmina de cobre?

4) Essa transformação poderia ocorrer sem que fosse usada energia elétrica?

Para responder esta questão coloque uma moeda numa solução de sulfato de cobre e
observe o que ocorre.

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5) Ao se ligar as duas placas de cobre, mergulhadas numa solução de sulfato de cobre
aos pólos da pilha, observa-se que uma das placas se desgasta e a outra fica recoberta
de cobre metálico. Em qual dos pólos ocorre o desgaste? E o recobrimento? Como se
explica esse processo?

6) Observando o que ocorreu com a, responda:


a. Que substância se formou sobre a moeda?
b. Como você representa a equação química dessa transformação?

Aula Prática No 04 – Metais Alcalinos

OBJETIVOS
 Estudar a solubilidade de compostos dos metais alcalinos
 Estudar a reatividade de compostos dos metais alcalinos
 Estudar as reações de precipitação entre base alcalina e sais

PROBLEMATIZAÇÃO
Os metais alcalinos são os metais mais reativos que existem. Reagem facilmente com
oxigênio, com a umidade e com o gás carbônico do ar (por isso são guardados imersos em
querosene ou outro líquido não oxigenado). Reagem também facilmente com álcool etílico.
No homem, como nos animais superiores, o potássio e o sódio atuam sobre as
membranas celulares transmitindo impulsos eletroquímicos para as fibras musculares e para
os nervos. Esses dois elementos equilibram a atividade dos alimentos ingeridos e a
eliminação de resíduos celulares. A carência ou o excesso de potássio no organismo são
altamente prejudiciais. A presença do potássio no solo garante as quantidades necessárias nos
alimentos de origem vegetal.

MATERIAIS
a) Soluções e Reagentes
cloreto, hidróxido e carbonato de lítio(s)
cloreto, hidróxido e carbonato de potássio(s)
cloreto, hidróxido e carbonato de sódio(s)

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cloreto, hidróxido e carbonato de rubídio(s)
cloreto, hidróxido e carbonato de césio(s)
Álcool etílico P.A
Dissulfeto de carbono
Tetracloreto de carbono
Benzina
Gasolina
Carbonato de potássio 0,1 M
Bicarbonato de potássio 0,1 M
Acetato de sódio 0,1 M
Nitrato de potássio 0,2 M
Iodeto de potássio 0,2 M
Sulfeto de potássio 0,1 M
Brometo de sódio 0,2 M
Cloreto de sódio 0,2 M
Tetraborato de sódio 0,1 M
Sulfato de sódio 0,2 M
Cálcio metálico (s)
Lítio metálico(s)
Potássio metálico(s)
Sódio metálico (s)
Ácido clorídrico 0,1 M
Cloreto de magnésio, cálcio, zinco, manganês(II), cobalto(II), cobre(II) 1 M
Hidróxido de sódio 0,1 N
Fenolftaleína
Papel indicador universal pH 0-14

b) Vidrarias e outros
Tubos de ensaio bureta
Erlenmeyer
Suporte universal com garras

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Pipetas graduadas
Pipetas volumétricas de 2 mL e 5 mL
Espátulas

PROCEDIMENTO

1) Testes de solubilidade de compostos alcalinos


(sugere-se que sejam usados tubos de ensaio pequenos, do tipo 10x100mm)
1.1) Dissolver, em tubos de ensaio diferentes, 0,1 g de LiCl, NaCl, KCl, RbCl e CsCl em 1
mL de água. Agitá-los. Adicionar, eventualmente, mais algumas gotas de água.
1.2) Dissolver, em tubos de ensaio diferentes, 0,1 g de LiOH, NaOH, KOH, RbOH e CsOH
em 1 mL de água. Agitá-los. Adicionar, eventualmente, mais algumas gotas de água. São
todos solúveis?
1.3) Dissolver, em tubos de ensaio diferentes, 0,1 g de Li2CO3, Na2CO3, K2CO3, Rb2CO3 e
Cs2CO3 em 1 mL de água. Agitá-los. Adicionar, eventualmente, mais algumas gotas de água.
São todos solúveis?
1.4) Repetir os três itens anteriores, utilizando como solvente 1 mL de álcool etílico P.A. O
quê você observou?
1.5) Os sais dos metais alcalinos, com poucas exceções, são solúveis em água, e pertencem
ao grupo dos eletrólitos fortes. Retire 2 mL de cada uma das soluções abaixo, transferindo-os
respectivamente para tubos de ensaio:

K2CO3 KHCO3 CH3COONa K2S Na2B4O7 KNO3 KI NaBr NaCl Na2SO4


Questionário:
a) Testar o pH de cada solução, e anotá-la ao lado de cada tubo. O que observou?
b) Escrever as equações de sua reação com água.
c) Explicar porque motivos apresentam valores de pH diferentes.

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2) Reatividade

2.1) Cortar três pedacinhos de sódio e colocar um deles sobre o vidro de relógio e deixá-lo
exposto à ação do ar durante 15 minutos. O segundo deve ser colocado em um béquer
contendo 50 mL de água destilada. O terceiro, em um tubo de ensaio contendo 5 mL de
álcool etílico P.A.

Questionário:
a) Descreva os fenômenos que observou em cada um deles.
b) Determinar a molaridade da solução contida no béquer com solução 0,1 M de ácido
clorídrico.
c) Determinar a massa de sódio que reagiu.
d) Qual é a reação química ocorrida no sódio metálico exposto ao ar?

3) Reações de precipitação entre base alcalina e sais


3.1) Preparar soluções 1M de FeCl3, MgCl2, CaCl2, ZnCl2, MnCl2, CoCl2, CuCl2 e solução
3M de NaOH.
3.2) Transferir 1 mL de cada uma das soluções de cloretos para os sete tubos de ensaio,
respectivamente. Em seguida adicionar GOTAS de NaOH 3M a cada tubo de ensaio.
Questionário:
a) Notou formação de precipitados?
b) Equacione as sete reações químicas.

Aula Prática No 05 – Metais Alcalinos Terrosos

OBJETIVOS

 Estudar a reatividade dos Metais alcalino-terrosos


 Estudar a solubilidade dos compostos alcalino-terrosos
 Estudar as reações de precipitação de compostos alcalino-terrosos.

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PROBLEMATIZAÇÃO

São bastante reativos, mas bem menos do que os alcalinos. Devem ser guardados em
recipientes fechados, pois se oxidam, hidratam-se e carbonatam-se facilmente. Como
aplicação biológica, podemos citar os íons Mg+2, que se concentram nas células animais, e os
íons Ca2+, que se concentram nos fluídos corpóreos fora da célula, de modo semelhante à
concentração do K+ no interior da célula e do Na+ no seu exterior. Os íons Mg2+ formam um
complexo com o ATP, e são constituintes dos fosfoidrolases e das fosfotransferases, que são
enzimas para reações envolvendo o ATP e liberando energia. São também essenciais para a
transmissão de impulsos ao longo de fibras nervosas. O Mg2+ é importante na clorofila, nas
partes verdes das plantas. O Ca2+ é importante em ossos e dentes como a apatita, Ca3(PO4)2, e
no esmalte dos dentes, como fluorapatita, 3(Ca3(PO4)2).CaF2. Os íons Ca2+ são importantes
na coagulação do sangue, e são necessários para dar início à contração dos músculos e para
manter o batimento regular do coração.

MATERIAIS

a) Soluções e Reagentes
Magnésio (em raspas)
Cálcio metálico
Fenolftaleína
Papel indicador universal, pH 0-14
Ácido clorídrico 0,1 M
Álcool etílico P.A
Cloreto de berílio, magnésio, cálcio, estrôncio e bário(s)
Hidróxido de berílio, magnésio, cálcio, estrôncio e bário(s)
Nitrato de berílio, magnésio, cálcio, estrôncio e bário(s)
Sulfato de berílio, magnésio, cálcio, estrôncio e bário(s)
Carbonato de berílio, magnésio, cálcio, estrôncio e bário(s)
Nitrato de berílio 1M
Cloreto de magnésio 1M

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Cloreto de estrôncio 1M
Cloreto de bário 1M
Cloreto de cálcio 1M
Carbonato de amônio 3M
Carbonato de sódio 3M
Ácido sulfúrico 3M
Fosfato trissódico 0,1M
Sulfato de sódio 1M
Oxalato de sódio 0,1M
Cromato de potássio 3M

b) Vidraria e outros
Becker de 250 mL
Suporte universal
Bureta
Erlenmeyer
Bico de Bunsen
Espátulas
Tubos de ensaio
Pipetas volumétricas de 1 mL
Pipetas graduadas
Provetas

PROCEDIMENTO

1) Reatividade dos Metais alcalino-terrosos

1.1) Cortar um pedacinho de Mg, transformá-lo parcialmente em raspas e colocá-lo em um


béquer contendo 150 mL de água destilada. Você não observará reação química.

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1.2) Aquecer até a ebulição, deixando ferver durante 5 minutos. Testar o pH da solução. Caso
não se evidencia pH alcalino, deixar ferver mais algum tempo. Gotejar 5 gotas de
fenolftaleína.
Questionário:
a) Que observou ao gotejar o indicador?
b) Qual foi a reação química? Equacione-a.
1.3) Cortar um pedacinho de Ca e colocá-lo em um béquer contendo 150 mL de água
destilada. Aguardar o término da reação e testar o pH da solução.
Questão:
a) Qual foi a reação química?
b) Determine a molaridade da solução com HCl 0,1 M. Determinar a massa de hidróxido
de cálcio que existe na água.
1.4) Colocar um pedacinho de Ca em um tubo de ensaio contendo 5 mL de álcool
etílico. Houve reação química?

2) Solubilidade dos compostos alcalino-terrosos

2.1) Solubilidade das bases

Colocar 0,1 g de cada uma das bases alcalino-terrosas em tubos de ensaio diferentes e
adicionar 1 mL de água destilada. Agitar bem. Adicionar eventualmente mais um pouco de
água.
Observou diferença de comportamento quanto à solubilidade?

2.2) Solubilidade dos cloretos


Colocar 0,1 g de cada um dos cloretos dos metais alcalino-terrosos em tubos de ensaio
diferentes e adicionar 1 mL de água destilada. Agitar. São todos solúveis?
2.3) Solubilidade dos nitratos
Colocar 0,1 g de cada um dos nitratos dos metais alcalino-terrosos em tubos de ensaio
diferentes e adicionar 1 mL de água destilada. Agitar. São todos solúveis?

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2.4) Solubilidade dos sulfatos
Colocar 0,1 g de cada um dos sulfatos dos metais alcalino-terrosos em tubos de ensaio
diferentes e adicionar 1 mL de água destilada. Agitar. São todos solúveis?

2.5) Solubilidade dos carbonatos


Colocar 0,1 g de cada um dos carbonatos de metais alcalino-terrosos em tubos de ensaio
diferentes e adicionar 1 mL de água destilada. Agitar. São todos solúveis?

3) Testes de precipitação

3.1) Colocar em 5 tubos de ensaio diferentes, 1 mL de solução, conforme indicado:

Be(NO3)2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2


Adicionar a cada um deles 1 mL de solução de H2SO4 3M. Equacionar as reações
químicas.

3.2) Colocar em 5 tubos de ensaio diferentes 1 mL de solução conforme indicado:

Be(NO3)2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2

Adicionar a cada um deles 1 mL de solução de Na3PO4 0,1 M. Equacionar as reações


químicas.

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3.3) Colocar em 5 tubos de ensaio diferentes 1 mL de solução conforme indicado:

Be(NO3)2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2

Adicionar a cada um deles 1 mL de solução de Na2SO4 1 M. Equacionar as reações


químicas.

3.4) Colocar em 5 tubos de ensaio diferentes 1 mL de solução conforme indicado:

Be(NO3)2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2

Adicionar a cada um deles 1 mL de solução de Na2C2O4 0,1 M. Equacionar as reações


químicas.
3.5) Colocar em 5 tubos de ensaio diferentes 1 mL de solução conforme indicado:

Be(NO3)2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2

Adicionar a cada um deles 1 mL de solução de K2CrO4 3 M. Equacionar as reações


químicas.

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Aula Prática No 06 – Halogênios

PARTE 01 - PROPRIEDADES DOS HALOGÊNIOS

OBJETIVOS

 Identificar compostos de elementos da família dos halogênios por sua reação


característica com os íons prata e cálcio.
 Observar diferenças nas propriedades dos compostos de flúor em relação aos haletos
semelhantes

PROBLEMATIZAÇÃO

Os halogênios não ocorrem na natureza em seus estados elementares, sendo suas


moléculas diatômicas e homonucleares. Interessantemente, o aumento do volume das
moléculas relaciona-se com a intensidade de absorção de luz visível, aumentando a coloração
do elemento: o flúor é um gás verde pálido, o cloro um gás verde amarelo, o bromo um
líquido marrom castanho e o iodo um sólido violeta. Assim como o mercúrio é o único metal
líquido nas condições normais, o bromo é o único não metal líquido.

Eficientes na contenção do fogo e também promotores de melhor resistência química,


os halogênios, como o cloro e o bromo, constituem uma das quatro principais bases
tecnológicas para conferir características antichama aos plásticos (fosfatos, aluminas,
halogenados e aminas modificadas). Em casos de incêndios, porém, provocam efeitos
deletérios, como a liberação de fumaça contendo gases tóxicos muitas vezes corrosivos,
como os ácidos clorídrico e bromídrico. As pessoas não se queimam, mas podem sufocar-se.
Por isso, os fabricantes se empenharam em desenvolver alternativas para substituir os
halogênios sem prejudicar a eficiência no combate à propagação da chama.

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MATERIAIS E REAGENTES

 Solução de nitrato de prata 0,1 M


 Solução de fluoreto de sódio 0,1 M
 Solução de cloreto de sódio 0,1 M
 Solução de brometo de potássio 0,1 M
 Solução de iodeto de potássio 0,1 M
 Proveta de 5 ou 10 mL
 Tubos de ensaio
 Conta-gotas
 Bastão de vidro

PROCEDIMENTO

1 – Acomode os quatro tubos de ensaio na estante e coloque 5 mL das soluções dos haletos
nos respectivos tubos;

2 – Adicione algumas gotas da solução de nitrato de prata a cada tubo de ensaio e observe
atentamente.

 O que ocorre?
 Qual o aspecto do conteúdo do tubo após alguns minutos?
 Há evidência da formação de novas substâncias?
 Há diferenças no comportamento do fluoreto em relação aos outros haletos?
 Descreva os sistemas, ordene os resultados em tabelas e justifique suas observações.
 As regras de Fajans justificam os resultados observados?

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PARTE 02 - OBTENÇÃO DOS HALOGÊNIOS POR ELETRÓLISE –
IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES PRODUZIDAS

OBJETIVOS

 Obter as espécies Cl2, Br2 e I2 por eletrólise a partir dos respectivos sais;
 Descrever e realizar experimentos eletrolíticos a partir de materiais simples;
 Propor uma metodologia para identificação das espécies produzidas no catodo e anodo.

PROBLEMATIZAÇÃO

O cloro ocorre na natureza basicamente como cloreto de sódio, dissolvido nas águas
dos mares, ou em minas, imensos depósitos de NaCl oriundo provavelmente do soterramento
ou evaporação de mares ancestrais. Ele pode ser obtido por eletrólise (ver Eq. 1),

Eq. 1 NaCl (aq) + 1,3V → H2 (g) (catodo) + Cl2 (g) (anodo) + NaOH (aq)

Nessa reação todos os produtos são importantes, o cloro sendo de fato o subproduto da
produção industrial de soda cáustica. O hidrogênio formado é muito importante, sendo
utilizado na indústria petroquímica e alimentícia para hidrogenação catalítica de olefinas e
gorduras insaturadas, como na produção de margarinas vegetais. Infelizmente um dos
eletrodos, o catodo, é uma camada de mercúrio, e é difícil manter as cubas eletrolíticas
completamente a prova de vazamentos, o que torna toda a operação um perigo ambiental
enorme devido a grande toxicidade do mercúrio.

MATERIAIS E REAGENTES

 Sais solúveis de cloro, bromo e iodo.


 Solução hidroalcoólica de fenolftaleína
 Eliminador de pilha
 Fios de cobre com garras e bocal
 Grafites

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 Tubos de ensaio
 Erlenmeyers

PROCEDIMENTO

1. Preencha dois tubos de ensaio e um béquer com a solução a ser eletrolisada (inicialmente
cloreto e, em seguida, soluções de brometo e iodeto) contendo gotas de fenolftaleína.
2. Prender as minas de grafite nos fios de cobre e os conectar ao eliminador de pilha.
Colocar cada eletrodo em um tubo de ensaio e emborcar os tubos no béquer, conforme o
desenho a seguir:
3. Iniciar a eletrólise e anotar todos os fatos observados
4. Explicar o processo através das respectivas semi-reações
5. Discutir o que aconteceria caso a solução fosse de um fluoreto solúvel.
6. Proponha uma metodologia para a identificação das espécies produzidas no catodo e
anodo durante a eletrólise das soluções dos haletos.
7. Demonstre o procedimento e descreva todas as reações químicas envolvidas.

PARTE 03 - PREPARAÇÃO DA ÁGUA CLORADA - PROPRIEDADES DA ÁGUA


CLORADA

OBJETIVOS

 Discutir metodologias para a obtenção da água clorada


 Fazer o reconhecimento do cloro e verificar a reatividade da água clorada
 Verificar a solubilidade do cloro em água
 Verificar o desproporcionamento do íon hipoclorito (ClO-)
 Verificar propriedades da água clorada como agente oxidante

PROBLEMATIZAÇÃO

O gás cloro (Cl2(g)) pode ser obtido, sob aquecimento, através do seguinte
procedimento:

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MnO2(s) + 4HCl(conc) → MnCl2(aq) + Cl2(g) + 2H2O(g)

Trata-se de uma reação de oxi-redução com os seguintes potenciais envolvidos:

Pode-se observar que dentro de condições normais a reação não é espontânea, pois o
potencial de redução do cloro é maior do que do óxido de manganês IV.
Com um oxidante mais forte, tipo permanganato de potássio (KMnO4), a oxidação Cl-
/Cl2 pode ocorrer sem necessidade de aquecimento:

2KMnO4(s) + 16HCl(conc) → 2MnCl2(aq) + 2KCl(aq) + 5Cl2(g) + 8H2O(l),

Em contato com a água, o Cl2(g) sofre a seguinte reação de desproporcionamento,


formando:

Cl2(g) + H2O(l) → HClO(aq) + HCl

A água clorada, assim gerada, pode evitar doenças comuns, como diarréia, hepatite,
tifo e salmonelose. O consumo de água clorada na proporção correta não é prejudicial e
combate à contaminação por fezes humanas e de animais. Entretanto, atualmente se discute a
ação do cloro como desinfetante e a presença de trihalometanos na água tratada, pelos riscos
que estes podem representar a saúde humana.
Os THMs constituem um grupo de compostos orgânicos que se consideram derivados
do metano (CH4) em cuja molécula três de seus quatro átomos de hidrogênio foram
substituídos por um igual número de átomos dos elementos halógenos (cloro, bromo e iodo).
O aumento da poluição dos mananciais, principalmente por compostos orgânicos,
provocou uma grande preocupação em se verificar os efeitos causados pela presença destas
substâncias na água destinada ao abastecimento público.

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PRÉ-LABORATÓRIO
Com base nas reações acima:
1. Proponha um esquema para produção e coleta do gás Cl2. VERIFIQUE A
NECESSIDADE DE SE TRABALHAR EM CAPELA!
2. Pesquise o potencial de redução (e as semi-reações) para o dióxido de manganês e
permanganato de potássio em meio ácido.
3. Outro método conveniente para a produção do gás cloro é através da adição de ácidos a
hipoclorito de cálcio. Verifique esse processo e escreva sua equação.
4. A molécula do gás cloro (Cl2) é apolar. Desta maneira esperaríamos que esta molécula
fosse totalmente insolúvel em água, o que não é verdade. Proponha uma explicação.

MATERIAIS E REAGENTES

 Permanganato de potássio (KMnO4)  12 g


 Ácido clorídrico concentrado (HCl)  50 mL
 Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,5M
 Solução de brometo de potássio (KBr) 0,5%
 Solução de iodeto de potássio (KI) 0,5%
 Solução de azul de metileno
 Clorofórmio
 Kitassato
 Tubos de ensaio
 Erlenmeyers
 Lã de aço
 Tecido de algodão colorido
 Tiocianato de potássio
 Papel de tornassol

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PROCEDIMENTO
1) Obtenção

Monte o sistema para produção e coleta do gás Cl2 na capela. Coletar o gás em tubo
de ensaio (contendo um pouco de areia no fundo) e fechá-lo rapidamente. Em seguida coletar
o gás em água e em solução aquosa de NaOH (0,5M). Com auxílio de papel de tornassol
comentar os valores de pH dos experimentos.
1.1. Identificação do hipoclorito – Aqueça em chama até ebulição 2 mL da solução recém
preparada de hipoclorito. Adicione 1 mL de Pb(NO3)2 0,1M. Observe a cor do precipitado
formado e escreva a reação.

2. Oxidação de I-

Em um tubo de ensaio, adicione 1,5 mL da água clorada e junte a este volume 1,5 mL
de uma solução 0,5% de KI. Agite bem e anote suas observações. Escreva a reação para este
processo. Divida o volume com outro tudo de ensaio e adicione, em um tubo, um pouco de
clorofórmio e, ao outro, um pouco de amido. Anote e comente suas observações.

3. Oxidação de Br-
A 1,5 mL de solução 0,5% de KBr, adicione igual volume de água clorada. Agite bem e
anote suas observações. Escreva a reação para este processo. Adicione um pouco de
clorofórmio, anote e comente suas observações.

4. Oxidação do Ferro
Aquecer até o início de incandescência, um pouco de lã de aço, e introduzi-la, sem
soltar, no tubo de ensaio contendo cloro (com uma pequena camada de areia no fundo),
vedando-o rapidamente. A reação é altamente exotérmica. Isto pode ser verificado através da
formação de pequenos grânulos de ferro fundido. Adicionar um pouco de água no frasco para
solubilizar o cloreto formado e identificar a presença de Fe3+ com SCN- (tiocianato). Escrever
a reação.

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5. Oxidação do cobre metálico
Repetir a experiência, porém usando um fio de cobre de aproximadamente 2 cm,
também previamente aquecido. Adicionar um pouco de água no frasco e verificar a formação
do Amin-complexo de cobre (II) pela adição de 1 mL de NH4OH. Escreva a reação.
6. Adicione um pouco da água clorada a uma solução de azul de metileno e, em outro tubo de
ensaio, sobre uma amostra de tecido de algodão colorido. Anote e discuta suas observações.
7. Em um pequeno volume de água clorada, adicione um pouco de zinco em pó. Repita o
procedimento com magnésio em pó e cobre em pó. Descreva os sistemas e faça seus
comentários com base nos potenciais de redução dos reagentes.

PARTE 04 - PREPARAÇÃO E PROPRIEDADES DA ÁGUA DE BROMO

OBJETIVOS

 Obter água de bromo


 Verificar a reatividade da água bromada
 Verificar a solubilidade do bromo em água e em solvente orgânico
 Verificar propriedades da água bromada como agente oxidante

PROBLEMATIZAÇÃO
O bromo (cuidado!) é um líquido denso, vermelho-escuro, que emite fortes vapores
com coloração marrom-avermelhada. É uma substância de acentuado caráter tóxico, tanto
sob a forma de vapor, quanto a forma líquida. Como é fortemente oxidante, EM CONTATO
COM A PELE produz queimaduras gravíssimas. Seus vapores são irritantes para os olhos e
garganta. É obtido a partir de águas salinas de fontes naturais. Uma parte é extraída da água
do mar, que contém cerca de 85 ppm de bromo. Da água do mar, pode ser obtido pela
redução dos íons de bromo com cloro gasoso:

2Br- + Cl2  Br2 + 2Cl-.


Muitos compostos de bromo têm uma ação fisiológica importante. Daí que seja
utilizado como sedativos, anestésicos ou anti-sépticos.

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É volátil na temperatura ambiente, produzindo um vapor de odor bastante
desagradável. Facilmente solúvel em água e em dissulfeto de carbono, é quimicamente
menos ativo que o cloro e mais que o iodo. Combina-se facilmente com muitos elementos e
tem uma ação branqueadora. A maior aplicação do bromo é a produção de brometo de
etileno, utilizado em combustíveis para motores, com o intuito de evitar a acumulação de
chumbo no interior dos cilindros. Embora em menores quantidades, o elemento é utilizado
como corante, ou ainda como agente branqueador e sanitário na purificação de águas. De um
modo geral, todos os brometos de terras raras alcalinas encontram aplicação na indústria
farmacêutica, devido à sua ação sedativa, e na indústria fotográfica, na preparação de
emulsões de brometo de prata.

MATERIAIS E REAGENTES
 Dióxido de manganês (MnO2)
 Ácido Sulfúrico 6M (H2SO4)
 Brometo de potássio (KBr)
 Iodeto de potássio 1M(KI)
 Éter etílico
 Éter de petróleo
 Zinco em pó
 Papel indicador de pH
 Kitazato
 Tubos de ensaio
 Pipetas
 Pipetadores de borracha (pêras)

PROCEDIMENTO
1) Obtenção (TRABALHAR NA CAPELA!)

Coloque em um kitassato, uma mistura de 12 g de KBr e 3 g de MnO2. Adicione 15


mL de H2SO4 6M e aqueça ligeiramente, controlando o andamento da reação, para que a
mesma não se torne violenta. Borbulhe o gás bromo em um Becker contendo 40 mL de água

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destilada. Observe a cor avermelhada da água de bromo, verifique o pH da solução obtida e
guarde-a para as experiências seguintes.
Questões:
1) O que se pode dizer a respeito da solubilidade desse gás em água?
2) Escreva a reação de produção do gás bromo a partir do procedimento descrito acima.

2) Solubilidade em solvente orgânico

Agite em um tubo de ensaio 2 mL de água de bromo recém-preparada com 2 mL de


éter etílico. Observe a coloração da camada etérea e explique.

3) Propriedades químicas

3.1) Oxidação de I-
Coloque em um tubo de ensaio 1 mL de KI 1M e, em seguida, 1 mL de água de
bromo recém preparada. Observe o ocorrido. Adicione 2 mL de éter de petróleo e agite.
Observe a coloração na fase etérea.
Br2(aq) + 2I- (aq)  Br-(aq) + I2(aq)
3.2) Reação com metais
A 2 mL de água de bromo adicione uma pitada de zinco em pó. Observe a cor da
solução.

Br2(aq) + M(s)  M+2 + Br-(aq) (M = Zn)

PARTE 05 - PREPARAÇÃO E PROPRIEDADES DO IODO

OBJETIVOS
 Obter iodo
 Verificar a reatividade do iodo
 Verificar a solubilidade do iodo em água e em solventes orgânicos
 Verificar propriedades do iodo como agente oxidante

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PROBLEMATIZAÇÃO
O iodo está largamente distribuído pela Natureza, embora nunca se encontre livre,
ocorrendo principalmente na forma de iodetos e iodatos. É comum encontrar vestígios de
iodo em rochas, nos solos e em depósitos de salmoura. A água do mar contém cerca de 0,05
ppm de iodo. Existem muito poucos minerais em que este elemento seja o constituinte
principal. Contudo, os mais importantes são a lautarite e o iodato de cálcio, que se encontram
nos depósitos de nitratos do Chile. Também se encontra iodo como constituinte de alguns
seres vivos, de plantas e de algas marinhas, embora em pequenas percentagens.
A mais importante da aplicação do iodo é como desinfetante em medicina, de que é
exemplo bastante conhecido a tintura de iodo. O iodo e alguns iodetos revelam-se úteis na
catálise de certas reações como a desidrogenação do butano e buteno a butadieno, oxidações
com o ácido sulfúrico e produção de polímeros. Outras utilizações do iodo e derivados são
como meio de contraste em raios X e em fotografia. O estudo da influência do iodo no
metabolismo animal tornou-se bastante importante a partir de 1895, quando se descobriu que
o elemento é um constituinte normal da tiróide. Cedo se verificou que uma dieta deficiente
em iodo era a causa principal do bócio. Em zonas onde o bócio é muito freqüente, é costume
adicionar uma pequena fração de NaI ou KI a 100 000 partes de sal das cozinhas para
combater esta deficiência.

MATERIAIS E REAGENTES
 Dióxido de manganês (MnO2)
 Ácido Sulfúrico 6M (H2SO4)
 Iodeto de potássio (KI)
 Éter etílico
 Éter de petróleo
 Álcool etílico
 Tiossulfato de sódio 0,1M(Na2S2O3)
 Tubos de ensaio
 Pipetas
 Béquer
 Balão de fundo redondo

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 Vidro de relógio
 Pipetadores de borracha(pêras)

PROCEDIMENTO

1) Obtenção (Trabalhar na capela!)


Em um becher (A), coloque 3 g de KI, 4 g de MnO2 e 15 mL de H2SO4 9M. Misture
bem os reagentes e aqueça com chama baixa, colocando antes, sobre o becher, um balão
redondo (B), contendo água fria. O iodo sublimará e depositar-se-á no fundo do balão. Passe
o iodo do fundo do balão para um vidro de relógio e guarde-o para as experiências seguintes.

Escreva a reação de obtenção do iodo a partir do procedimento descrito acima.

2) Solubilidade
2.1) Em água

Agite, num tubo de ensaio, um pequeno cristal de iodo em 2 mL de água. Observe a


solubilidade desse halogênio em água. Adicione, então, alguns cristais de KI sólido e observe
o ocorrido. Reserve a solução de iodo formada para uso posterior.

I2(g) + I-(aq)  I3- (aq)

2.2) Em solventes orgânicos


Em 3 tubos de ensaio (A,B,C), coloque 2 mL dos seguintes solventes:
A – éter de petróleo B – éter etílico C – álcool etílico

Adicione, a cada um deles, um pequeno cristal de iodo. Observe as diferentes


colorações e explique o ocorrido. Reserve as soluções para uso posterior.

3) Propriedades químicas

3.1) Oxidação de S2O32-

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Às soluções de iodo obtidas nos itens 2.1 e 2.2, adicione gotas de solução de
tiossulfato de sódio 0,1 M, até descoramento total da solução.

I2(aq) + 2 S2O32-(aq)  2I-(aq) + S4O62-(aq)

Aula prática No 07 - Obtenção de NO e NO2

OBJETIVO

 Propor uma metodologia para a obtenção do NO e do NO2, em laboratório.

PROBLEMATIZAÇÃO

O Nitrogênio forma uma série extensa de óxidos, sendo os três mais comuns o N2O
(óxido nitroso), NO (óxido nítrico) e NO2(dióxido de nitrogênio).
O óxido nitroso foi o primeiro a ser utilizado como anestésico e muito conhecido
como “gás hilariante”.
O óxido nítrico é um gás incolor, mas diferentemente do N2O, levemente tóxico. Tem
sido mostrado que a molécula de NO controla várias funções importantes no organismo,
funcionando como um importante neurotransmissor no corpo humano. Ela faz com que os
músculos que revestem os vasos sanguíneos relaxem, permitindo assim um fluxo maior de
sangue [Brown; LeMay; Bursten. Química: A ciência Central].
Do ponto de vista da química da atmosfera, os óxidos de nitrogênio constituem um
dos materiais mais indesejáveis, emitidos pelos canos de escapamento dos veículos. O óxido
nítrico no ar é gradualmente oxidado para formar NO2, em um período de minutos ou horas,
dependendo da concentração dos gases poluentes (reação I). A cor amarela na atmosfera de
uma cidade envolvida pelo Smong deve-se à presença do dióxido de nitrogênio, pois esse gás
absorve um pouco de luz visível próximo ao limite do violeta e, conseqüentemente, a luz
solar transmitida através da névoa parece amarela (reação II).

2NO + O2 → 2NO2 reação I

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NO2 + h → NO + O reação II

PRÉ-LABORATÓRIO

Discuta com sua equipe e sugira um procedimento para a preparação destes gases.
Pontos como: matéria prima, vidraria necessária e procedimentos de segurança devem ser
abordados.
MATERIAIS E REAGENTES

 Solicitar o material ao professor

PROCEDIMENTO

 Metodologia livre

Aula prática No 08 - OBTENÇÃO DE O2 PELA DECOMPOSIÇÃO DO


H2O2 – CARÁTER COMBURENTE DO O2

OBJETIVOS
• Observar a formação de O2 a partir da decomposição catalítica do H2O2
• Testar o caráter comburente do O2

PROBLEMATIZAÇÃO
O oxigênio (O2) é um gás incolor e inodoro que pode ser preparado na maioria das
vezes, por decomposição térmica de certos óxidos como HgO, ou oxossais, como KClO com
MnO2 como catalisador. Também pode ser obtido por eletrólise da água contendo pequenas
quantidades de H2SO4, ou pela decomposição catalítica de hipocloritos e peróxido de
hidrogênio ou de metais alcalinos, como exemplificado nas equações abaixo:

Co2+
2HOCl 2HCl + O2

42
2H2O2 2H2O + O2

O oxigênio é essencial na respiração (para liberação de energia no organismo) tanto


de animais como de plantas. A produção mundial de oxigênio líquido e gasoso é de cerca de
100 milhões de toneladas por ano. Dentre outras importantes aplicações químicas do
oxigênio, estão as seguintes: oxidar NH3 no processo de obtenção de HNO3; na preparação
de oxirano (óxido de etileno) a partir de eteno, e como comburente. Por ser um gás
comburente, várias substâncias podem ser queimadas em atmosfera de O2 produzindo os
respectivos óxidos. As reações são bastante exotérmicas e uma vez iniciadas prosseguem
espontaneamente.

MATERIAIS
• H2O2 3%
• Iodeto de Potássio
• Espátula
• Proveta
• Tubo em U
• Rolha
• Lasca de madeira em brasa

PROCEDIMENTO

1) Em tubo em forma de U, adicionar cerca de 20 mL de peróxido de hidrogênio 3% v/v, em


seguida 1 g de KI e fechar uma de suas extremidades com uma rolha. Anote suas
observações e equacione as reações envolvidas.
2) O O2 formado pode ser identificado por sua propriedade comburente, ou seja, como
alimentador de uma combustão. Para isso, aproxime à extremidade aberta do tubo uma lasca
de madeira em brasa. Anote suas observações.

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Bibliografia Consultada

Russel, Química Geral, vol.1;


RUSSEL, J. B. Química Geral, vol.2
Mahan e Myers, Química - Um Curso Universitário
J.D.LEE, Química Inorgânica não tão concisa
Brown; LeMay; Bursten. Química: A ciência Central

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