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Matemática - Aula 16 -

Geometria Espacial
A Geometria Espacial estuda figuras num plano tridimensional.

Espaço Tridimensional
O espaço tridimensional é aquele que possui três coordenadas quando as
colocamos num tipo de “plano cartesiano”, como o seguinte:

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Perceba que, na Geometria Plana, nós estudamos apenas duas dimensões, mas na
Espacial, há a adição da coordenada z e da percepção de profundidade.

Semelhantemente, aqui também haverá um tipo de notação que se adapte para


isso, e dessa vez ele terá três espaços: um ponto será representado por P =
(x, y, z).

Projeções Ortogonais
Projeções ortogonais se referem a ver uma figura 3d em dimensões 2d.

Conforme observamos a figura de certos ângulos, nós enxergamos diferentes


formas.

No desenho acima, se vermos de cima, temos o quadrado verde; se observarmos


da esquerda, teremos um retângulo azul; e se analisarmos da direita, teremos um L
amarelo.

Em outras palavras, podemos entender essas projeções como “esmagar e achatar”


as figuras, de forma que possamos encaixá-las num plano.

No site https://visualizingmath.tumblr.com/post/65961634562/cubes-fall-through-
flatland-on-the-left-is-a, podemos observar esse processo num GIF.

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Poliedros

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Um poliedro é uma figura composta de polígonos, e todos eles possuem faces,
arestas e vértices.

Faces são todos os polígonos que compõe os lados da forma.

Arestas são os lados que constroem as faces.

Vértices são o encontro das arestas

Teorema de Euler
O Teorema de Euler é uma relação entre as faces, arestas e vértices de qualquer
polígono.

F +V −A=2

Este teorema é verdade para qualquer polígono no espaço tridimensional

Tipos de Poliedros com seus volumes e superfícies


Existem diversos tipos de poliedros. Abordaremos eles, mas antes, vamos
esclarecer alguns conceitos:

Volume: é o espaço que uma forma ocupa. Podemos pensar nela como o tamanho
interior.
Superfície: também é chamada de área, pois é a soma das áreas das faces da
figura.

Dentro dos prismas e pirâmides, há outras três classificações: a de figuras retas,


figuras oblíquas, e figuras regulares. Há mais uma anomalia, que são as figuras
truncadas.

Prismas
Reto: laterais perpendiculares às bases. É semelhante a um prédio, ou uma
caixinha bonita, pois suas laterais serão retângulos.

Oblíquo: as laterais não são perpendiculares às bases. Isso faz com que as
laterais também sejam paralelogramos e fiquem meio tortas.

Regular: é um prisma reto, e sua base é um polígono regular. Isso significa que,
suas laterais são perpendiculares às bases, e que a medida de todos os lados
da base é igual.

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Pirâmides
Reta: o vértice está alinhado com o centro da base.

Oblíquo: o vértice não está alinhado com o centro da base, e faz com que a
pirâmide fique torta.

Regular: é uma pirâmide reta, e sua base é um polígono regular. A mesma


definição do prisma regular se aplica aqui, pois as laterais serão
perpendiculares a base, e a base terá todos os seus lados iguais.

NOTA: nem todo prisma ou pirâmide reto é regular.

Troncos e objetos truncados


Objetos truncados são aqueles que são seções cortadas de outros.

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Na foto acima, por exemplo, temos uma “pirâmide hexagonal” flutuando acima do
“tronco de pirâmide hexagonal”. Quando juntamos os dois, construimos uma
“pirâmide hexagonal” maior.

Com isso fora do caminho, vamos às classificações:

Cubo: tem todos as arestas medindo o mesmo tamanho

Volume: l 3
Superfície: 6l 2

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As fórmulas para área e superfície do cubo são fáceis de compreender.
Podemos dividí-lo em diversos cubinhos que tem volume 1 e lado 1, e depois só
somar quantos cubinhos temos. Fazendo isso, encontraremos a mesma
fórmula.

Para a superfície, só precisamos calcular a área total das faces. Como todas
elas são quadrados, sua área será l 2 , e por termos seis faces, o total é de 6l 2 .

Prisma: tem bases paralelas e idênticas

Volume: a
ˊrea da base × h
Superfície: 2 × a
ˊrea da base + aˊrea da lateral
Para os prismas, podemos entender seu volume da mesma forma que os
cubos. Dividimos sua base em outras figuras, de forma que tenham volume 1, e
multiplicamos pela altura. Como um prisma pode ter bases variadas, não
podemos definir uma fórmula para isso.

Para a área, teremos duas bases iguais, e por isso multiplicamos sua área por
dois. Já para as laterais, não é possível fazer o mesmo processo, pois podemos
ter várias figuras lateralmente, dependendo do número de lados da base.

Pirâmide: tem uma base poligonal e um vértice


1
Volume: aˊrea da base × h
3
Superfície: a
ˊrea da base + aˊrea da lateral
Não podemos definir uma fórmula geral para volume das pirâmides, pois a base
pode ser qualquer polígono, de 3 lados até n lados. Consequentemente,
poderemos ter de 3 até n lados.

Porém, na Grécia Antiga, foram feitos experimentos para saber esse número.
Eles então construíram um prisma, com a mesma base e altura da pirâmide cujo
volume queriam calcular, e o dividiram em três pirâmides. Esse processo pode
ser visto no vídeo https://youtu.be/2xwwsC5JMQo?t=427, retirado do Portal da
Matemática do IMPA. O link já está no momento em que isso é mostrado no
vídeo.

A área da pirâmide

Cilindo: tem bases circulares e paralelas

Volume: πr 2 h
Superfície: 2πr 2 + 2πrh ou 2πr(r + h)

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Para o volume, entendemos ele da mesma forma que os cubos e prismas, e o
extendemos h vezes.

Para a superfície, analisamos a planificação do cilindro. Teremos dois círculos,


ambos com área de πr 2 , para um total de 2πr 2 , e um retângulo de base 2πr e
altura h. Somando todos esses valores, encontramos 2πr 2 + 2πrh.

Cone: tem uma base circular e um vértice


1 2
Volume: πr h
3
Superfície: πr 2 + πrg ou πr(r + g)

Nos cones, é possível usar uma outra abordagem. Novamente, teremos a base
multiplicada pela altura, e sabemos que a área de um círculo é πr 2 . Referente a
1
parte de , podemos pensar que elas são pirâmides, mas com infinitos lados, e
3
já vimos antes o motivo de dividir por um terço.
Para a área, trabalharemos com a sua planificação. Nela, teremos um círculo,
que já sabemos que tem área de πr 2 , e um outro setor circular, que tem raio g
e um arco com um comprimento 2πr . Aqui, podemos usar um truque: se
dividirmos o setor em infinitos triângulos retângulos, saberemos que a sua área
1 1 1 1
será bg + bg + bg + …, onde colocaremos g em evidência para ter
2 2 2 2
1
g(b + b + b + … ). Sabemos que a soma de todas as bases dos triângulos
2
será 2πr , pois as bases somam para ser o tamanho do arco do setor circular, e
encontramos πrg para a área do setor.
Se por algum acaso, não soubermos o valor de g, mas soubermos o valor de h
e r , também podemos resolver para o valor de g considerando um triângulo reto
e aplicando o Teorema de Pitágoras através de h2 + r 2 = g2 .

Esfera: todos os seus pontos tem a mesma distância do centro


4 3
Volume: πr
3
2
Superfície: 4πr
Na esfera, não há uma forma fácil de explicar de onde vieram as fórmulas. Para
a superfície, a maneira como os gregos encontraram foi de construir uma esfera
de raio r , e provar que sua superfície é igual a área da parte lateral de um
cilindro de raio r e altura 2r . Há um vídeo em inglês que explica isso de uma

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maneira mais detalhada do canal 3Blue1Brown no link
https://youtu.be/GNcFjFmqEc8.

No entanto, sabendo da superfície, podemos resolver para o volume de outra


maneira: vamos dividir a esfera inteira em infinitas pirâmides quadrangulares de
1 2 1 1 1
altura r . Encontramos assim que b r + b2 r + b2 r + ⋯ = r(b2 +
3 3 3 3
b2 + b2 + … ). Sabemos que a soma da base de todas as pirâmides é igual a
1 4
superfície da esfera, que mede 4πr 2 , e então haverá r × 4πr 2 = πr 3
3 3
para o volume da esfera.

Paralelepípedo: uma figura que tem sua lateral composta apenas de retângulos,
que tem bases paralelas.

Fora essas, há outras figuras, como antiprismas, trapezoedros e os deltóides,


frustum, icosaedros, e algumas outras, mas não usaremos esses poliedros.

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