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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Disciplina: Fundamentos de Geologia e Paleontologia


Professor: Ronaldo Pimentel Ribeiro

Aluno(a):Leticia Gonçalves Vasconcelos


DATA:26 /10 /2021

ATIVIDADE 03 – MINERAIS E ROCHAS

Sistemas Cristalinos -
Todos os minerais têm uma estrutura cristalina, isto é, formam cristais. Há
alguns, é verdade, que são amorfos, ou seja, não possuem esse arranjo ordenado
de átomos que caracteriza os cristais. Mas são pouquíssimos, apenas 0,3% das
espécies conhecidas.

Alguns minerais habitualmente exibem cristais bem formados, com todas as


suas faces, chamados de cristais euédricos. Servem como exemplo as granadas,
as zeólitas e diversas variedades de quartzo, como o citrino, a ametista, o quartzo
enfumaçado e o quartzo incolor. Outros minerais, ao contrário, raramente são
vistos em cristais euédricos. É o caso da rodonita, da rodocrosita e do quartzo
róseo.

De qualquer modo, raros ou comuns, todos os cristais são classificados, de


acordo com suas características geométricas, em um dos sete sistemas
cristalinos. Entende-se por sistema cristalino o conjunto de cristais cujos eixos
cristalográficos são iguais nas suas dimensões relativas, apresentando relações
angulares gerais constantes.

Eixo cristalográfico - é qualquer das linhas imaginárias que atravessam


um cristal, encontrando-se em seu centro (linhas vermelhas nas figuras a seguir).
Há um eixo frontal ao observador, chamado de a; um eixo vertical, chamado de c;
e um eixo perpendicular a esses dois, chamado de b. O ângulo entre c e b é
chamado de alfa (α); o ângulo entre a e c é chamado de beta (β); e o ângulo
entre a e b, de gama (γ).
Os eixos cristalográficos servem como referência na descrição da estrutura
e simetria dos cristais. Medindo suas dimensões relativas e os valores dos
ângulos pode-se determinar a qual sistema cristalino pertence o cristal.

Por convenção, o eixo é considerado positivo na porção anterior ao ponto


de encontro com os outros eixos e negativo na porção posterior; o eixo b é
positivo na porção à direita desse ponto e negativo à esquerda; o eixo c é positivo
acima do mesmo ponto e negativo abaixo dele.
Há sete sistemas cristalinos, chamados de: cúbico, tetragonal, ortorrômbico,
hexagonal, trigonal, monoclínico e triclínico. Eles se subdividem em um total de 32
classes cristalinas.

Sistema Cúbico - Sistema cristalino em que há três eixos cristalográficos de


mesmo tamanho e mutuamente perpendiculares. Como os três eixos têm o mesmo
tamanho, os cristais desse sistema são unidimensionais, ou seja, não são nem
alongados, nem achatados. O fato de o sistema chamar-se cúbico não significa
que os cristais todos têm a forma de um cubo. Eles podem ser, por exemplo, um
cubo com todos os vértices cortados por faces inclinadas; octaedros (duas
pirâmides de base quadrada unidas por essa base); dodecaedros (cristais com
doze faces) etc.

Os cristais do sistema cúbico têm uma característica que nenhum outro têm:
isotropia térmica e óptica. Isso significa que a luz e o calor neles se propagam com
a mesma velocidade, seja qual for a direção.

Pertencem ao sistema cúbico os cristais de 7,8 % das espécies minerais


conhecidas, entre elas diamante, ouro, granadas, prata, espinélio, pirita e sodalita.

O sistema cúbico (e o cristal a ele pertencente) é também conhecido pelos


nomes isométrico e monométrico.

Sistema Tetragonal - Neste sistema, os três eixos cristalográficos são


mutuamente perpendiculares, como no sistema cúbico. Mas, enquanto os
eixos a e b têm mesmo comprimento, o eixo c é diferente, sendo maior ou menor.

Pertencem a este sistema 6,4% dos minerais conhecidos, entre eles zircão,
apofilita, rutilo, idocrásio e cassiterita. Ele e seus cristais recebem também o nome
de quadrático.
Sistema Ortorrômbico - Sistema cristalino em que os três eixos
cristalográficos são mutuamente perpendiculares, como nos sistemas anteriores,
mas cada um com um comprimento. Compreende 28,6% das espécies minerais
conhecidas, sendo exemplos topázio, crisoberilo e zoisita.

Sistema Hexagonal - No sistema hexagonal, em vez de dois eixos


horizontais existem três, separados entre si por ângulos de 120º e todos com o
mesmo comprimento.

Além deles, há o eixo vertical (c), perpendicular aos demais, diferente deles
no comprimento e com simetria senária. Simetria senária significa que, num giro
completo do cristal, a mesma imagem repete-se seis vezes.

Pertencem a este sistema 7% dos minerais conhecidos, entre eles apatita,


berilo e covellita.

Sistema Trigonal - Sistema cristalino caracterizado, como o anterior, por três


eixos cristalográficos de igual comprimento e horizontais, formando ângulos de
120° entre si, e um eixo vertical perpendicular aos demais, diferente deles no
comprimento e com simetria ternária.

Como se vê, a única diferença entre esse sistema e o hexagonal é a


simetria do eixo vertical, que aqui é ternária, ou seja, num giro completo do cristal
a mesma imagem repete-se três vezes (e não seis como no sistema hexagonal).
Devido a essa semelhança entre os dois sistemas, alguns autores consideram o
sistema trigonal uma subdivisão (classe) do sistema hexagonal.

Pertencem ao sistema trigonal 10,1% das espécies minerais conhecidas,


entre elas o quartzo, o coríndon e as turmalinas, esse sistema e o cristal a ele
pertencente são também chamados de romboédrico.

Sistema Monoclínico - No sistema monoclínico existem três eixos


cristalográficos de comprimentos diferentes. Os ângulos α e γ têm 90º e o
ângulo β, um valor diferente deste.

São monoclínicas 30,8% das espécies minerais, sendo este o sistema com
maior número de minerais. Ex.: jadeíta, espodumênio, ortoclásio e euclásio.
Sistema Triclínico - Este último sistema é o que exibe cristais de simetria
mais pobre. Ele possui três eixos cristalográficos, todos diferentes entre si, o
mesmo acontecendo com os ângulos entre eles.
Compreende 9% das espécies minerais conhecidas, como rodonita, turquesa
e microclínio,

FONTE : SERVIÇO GEOLOGICO DO BRASIL- CPRM

Classificação dos Minerais


Propriedades Físicas Dos Minerais

São muitas as propriedades físicas usadas na identificação dos minerais.


Cada espécie, porém, tem aquelas que lhe são mais típicas. Para alguns, é
fundamental a cor (ex.: malaquita, azurita); para outras, densidade, cor e brilho
(galena, por exemplo); algumas têm como propriedade diagnóstica o magnetismo
(ex.: magnetita, pirrotita) ou a clivagem (calcita, micas etc.). A prática ensina o que
cada espécie tem de mais característico.

Cor

Alguns minerais têm cor variável (minerais alocromáticos), mas outros têm
sempre a mesma cor (minerais idiocromáticos) e isso ajuda muito na sua
identificação.

Por exemplo, a pirita é sempre amarela e a malaquita, sempre verde. Já o


quartzo pode ser incolor (cristal de rocha), amarelo, laranja, vermelho (citrino),
preto (mórion), roxo (ametista), rosa, cinza, branco etc.

A cor deve ser observada numa superfície fresca, como a de uma fratura
recente. A cor de alguns minerais altera-se facilmente. A bornita é rosada, mas
após poucos minutos em contato com o ar adquire belas cores azul-escura e
púrpura. A calcopirita é amarela, mas também adquire facilmente cores vermelha,
azul e púrpura misturadas. Nos dois casos, as cores surgem por oxidação e
aparecem apenas na superfície. Quebrando o mineral, vê-se a cor verdadeira.

Talco - Dureza 1.0 Ortoclásio - Dureza 6,0

Gipsita - Dureza 2,0 Quartzo - Dureza 7,0

Calcita - Dureza 3,0 Topázio - Dureza 8,0

Fluorita - Dureza 4.0 Coríndon - Dureza 9,0

Apatita - Dureza 5,0 Diamante - Dureza 10,0

Não estranhe a presença do talco nessa lista. Ele também é um mineral. A


apatita é a substância que forma o esmalte dos nossos dentes e nada é mais duro
que ela no nosso organismo. Ortoclásio é um dos vários tipos de feldspato.
Coríndon é uma espécie mineral que tem duas variedades famosas, o rubi e a
safira.

O mineral que risca outro tem dureza maior (ou igual) que a do que foi
riscado. Assim, o quartzo risca os feldspatos, a apatita, a fluorita etc. e é riscado
pelo topázio, pelo coríndon e pelo diamante. Aliás, o diamante risca não só todos
os outros minerais da Escala de Mohs, mas todos os minerais conhecidos. E sua
dureza (10,0) é muito maior que a do coríndon (9,0).

É importante lembrar que a dureza 4,0 não é o dobro da dureza 2,0, assim a
apatita não tem metade da dureza do diamante. Nessa escala, a dureza não tem
um crescimento uniforme e entre aos valores 9,0 e 10,0 a diferença é muito maior
que entre 7,0 e 8,0 ou entre 3,0 e 4,0, por exemplo. A Escala de Mohs é, pois, uma
escala de dureza relativa. Existem escalas de dureza absoluta, mas para usá-las
são necessários equipamentos sofisticados.

É fundamental também saber que alta dureza é alta resistência ao risco,


mas não alta resistência à fratura, torção ou deformação. O mineral difícil de
quebrar, torcer ou amassar tem alta tenacidade, não alta dureza. O diamante tem
dureza altíssima, mas baixa tenacidade. O jade, ao contrário, tem alta tenacidade,
mas dureza apenas média (entre 6,0 e 7,0).
O aço, como o de um canivete ou tesoura, tem dureza em torno de 5,0. O
vidro também tem dureza em torno de 5,0. Minerais que são riscados pela unha
humana têm dureza inferior a 2,0. A maioria das pedras preciosas tem dureza 7,0
ou maior.

Para fazer o teste de dureza, escolha uma superfície do mineral a ser


testado que não esteja alterada (superfície fresca). Não é necessário um risco
grande, 2 ou 3 mm são o suficiente. Após friccionar o material de dureza conhecida
contra o mineral, remova as partículas que ficaram soltas para ver se ele realmente
foi riscado. As partículas podem ser não do mineral que está sendo testado, mas
do mineral de dureza já conhecida.

Transparência

Minerais de brilho metálico são opacos (cromita, calcopirita, pirolusita) e a


maioria das gemas são transparentes (ametista, citrino, turmalina, topázio,
granada) ou pelo menos translúcidas (quartzo rosa, ágata). O mineral é translúcido
quando permite passar a luz, mas não se pode ver através dele com nitidez.

Cristal de rocha (transparente)

Ágata (translúcida)
Pirita (opaca)

Hábito

Alguns minerais costumam ser encontrados como cristais bem formados.


Ex.: pirita (cubos e outras formas), quartzo, berilo (prismas com seis faces
verticais), granadas (grãos de 12, 24 ou 36 faces). Outros raramente formam belos
cristais (rodonita, rodocrosita, ouro etc.).

A morfologia dos cristais é descrita em todos os manuais de mineralogia,


que chamam essa propriedade de hábito. Minerais como o crisotilo têm sempre
hábito fibroso, mas a calcita pode formar cristais com hábitos (e cores) bem
variados.

Hábito fibroso (alunogênio)


Maciço (opala de fogo)

Granular (vanadinita)

Clivagem

É a tendência que têm alguns minerais de quebrar sempre em determinadas


direções. Ex.: mica, topázio (uma direção), calcita (três direções). Conforme essa
tendência seja mais ou menos acentuada, a clivagem é perfeita, boa, regular, má
etc.

Observando os cristais que têm clivagem, pode-se ver fissuras em uma ou


mais direções, indicativas de planos onde há tendência a quebrar. A foto ao lado
mostra um cristal de calcita. As faces em degraus são consequência das três
direções de clivagem muito boa. Minerais como o quartzo não possuem nenhuma
direção de clivagem, ou seja, a tendência de quebrar é a mesma em todas as
direções.
Calcita

Densidade

Há minerais muito leves, como a epsomita (densidade 1,70), e outros muito


pesados, como o ouro (19,30). Os escuros e de brilho metálico costumam ser
pesados. Os claros e transparentes costumam ser leves (o diamante e a barita,
porém, são claros, mas relativamente pesados). Qualquer pessoa dirá que a
galena (densidade 7,5) é pesada. Mas a densidade de espécies como a fluorita
(3,18) e o topázio (3,55) chama a atenção de pessoas com experiência no
manuseio de minerais.

Fluorescência e Fosforescência

Fluorescência é a luminosidade emitida por uma substância quando está


sob a ação de uma radiação invisível, como raios X ou luz ultravioleta. Um cristal
de calcita colocado num ambiente escuro e sob a ação de luz ultravioleta deveria
permanecer escuro, uma vez que essa luz é invisível aos olhos humanos.
Entretanto, ele fica alaranjado, pois é fluorescente. Uma opala cinza-azulada sob a
ação da mesma luz fica verde-clara (conforme as fotos abaixo).
Se ao cessar o efeito da radiação invisível a luminosidade persistir, ainda que por
poucos segundos, diz-se que a substância é fosforescente. Outros minerais
fluorescentes são, por exemplo, a fluorita (daí vem a palavra fluorescência), a
willemita, a franklinita e muitos diamantes.

Magnetismo

Alguns minerais são atraídos por um ímã de mão, o que ajuda na sua
identificação. Dois exemplos são a magnetita (daí vem a palavra magnetismo) e a
pirrotita. Para ver melhor se o mineral é magnético, amarre o ímã num fio fino e
flexível e aproxime-o, assim pendurado, do mineral.

Reação ao Ácido Clorídrico

Há substâncias que sob a ação de uma gota de ácido clorídrico diluído a


10% e a frio dão uma efervescência, liberando dióxido de carbono. Exemplos disso
são a calcita, o coral, as pérolas e a maioria das conchas. Como a calcita é um
mineral muito comum, vale a pena ter esse ácido sempre à mão. (Cuidado: uma
gota de ácido clorídrico diluído não afeta sua pele, mas pode furar sua roupa.)

FONTE: Serviço geológico do BRASIL – CPRM

Classificação Química dos Minerais

A categorização de minerais é um dos métodos que facilitam seus estudos e


identificação. Observou-se que os minerais relacionados pelo mesmo ânion tendem
a ocorrer no mesmo ambiente geológico ou em ambientes geológicos semelhantes.
Desta forma, a composição química foi a base para uma das classificações minerais
mais utilizadas atualmente. Eles são divididos em 12 classes, as quais dependem
do ânion ou grupo aniônico dominante, sendo elas: elementos nativos, sulfetos,
sulfossais, óxidos, hidróxidos, haletos, carbonatos, nitratos, boratos, fosfatos,
tungstatos e silicatos.

Contudo, não é possível caracterizar uma substância apenas pela química. A


combinação entre a composição química e a estrutura interna de um mineral
determina suas propriedades físicas. Em razão disso, as classes minerais são
subdivididas em famílias, baseadas nos tipos químicos, que podem ser separadas
em supergrupos, grupos, espécies e variedades, com base na semelhança
estrutural. As espécies minerais possuem a mesma estrutura mas são constituídas
por elementos químicos diferentes, estas podem variar de acordo com algumas
propriedades como cor, transparência ou fenômeno óptico, podendo ser divididas
em subcategorias conhecidas por variedades. O grupo deve incluir pelo menos duas
espécies isoestruturais, ou seja, são similares em estrutura; alguns grupos variam
amplamente em composição química podendo ser agrupados em supergrupos.

ELEMENTOS NATIVOS

Alguns minerais ocorrem naturalmente como elementos puros não-ionizados,


conhecidos como elementos nativos. São encontrados aproximadamente 20
elementos no estado nativo (como exceção dos gases livres da atmosfera) que
podem ser divididos em metais, semimetais e não metais.

Os metais nativos exibem estrutura muito simples e são compostos por três
grupos: grupo do ouro, organizado pelo ouro, cobre, prata e chumbo; grupo da
platina, constituído pela platina, paládio, irídio e ósmio; e grupo do ferro, que contém
o ferro e o ferro-níquel. Caracterizam-se também como metais o mercúrio, o tântalo,
o estanho e o zinco. Já os semimetais nativos são separados em dois grupos os
quais apresentam a mesma estrutura. Os membros desse grupo possuem
propriedades físicas similares sendo bastante frágeis e não são bons condutores de
calor e eletricidade. O arsênio, antimônio, bismuto. selênio e o telúrio são
semimetais nativos.
Por último, o enxofre e os polimorfos do carbono (diamante, grafita e
lonsdaleíta) representam os metais não nativos. Diferente dos outros elementos
nativos, suas estruturas se divergem e, eles possuem propriedades físicas distintas.

SULFETOS E SULFOSSAIS

Forma-se pelos sulfetos uma importante classe de minerais, pois nela


incluem-se a maioria dos minerais-minérios. Sua fórmula geral é XmZn, na qual X
representa o mineral metálico e Z não metálico. Normalmente, Z é preenchido pelo
íon sulfeto (S-2) que são ligados com cátions (X). A grande maioria desses minerais
são opacos com cores distintas e traços caracteristicamente coloridos. É difícil fazer
generalizações sobre seus grupos estruturais semelhantes, portanto sua divisão em
conjuntos isoestruturais é pequena.

Os sulfetos mais comuns são: pirita (FeS2); bornita


(Cu5FeS4),calcopirita (CuFeS2) e calcocita (Cu2S), fontes de cobre; estibinita (Sb2S3),
fonte de antimônio; esfarelita (ZnS), fonte de zinco; arsenopirita (FeAsS), fonte de
arsênio; e galena (PbS) fonte de chumbo.

Os sulfossais são um tipo de mineral de enxofre que não foi oxidado e é


estruturalmente distinto de um sulfeto. Este é um grupo diversificado e grande de
minerais. Eles geralmente ocorrem como minoria de minerais combinados com
sulfetos mais comuns. Como exemplo, cita-se a bournonita (PbCuSbS3).

ÓXIDOS

Os óxidos formam uma classe muito importante economicamente pois,


através deles, é possível extrair muitos minérios usados na indústria e na aplicação
tecnológica. Eles são minerais relativamente duros e densos. Em sua composição, o
oxigênio está combinado com um ou mais metais, sendo divididos em óxidos
simples e óxidos múltiplos.

Os óxidos simples são aqueles compostos por apenas um metal e oxigênio.


Eles possuem diferentes relações do tipo X:O, por exemplo XO, X2O, X3O. Já os
óxidos múltiplos possuem dois átomos metálicos não equivalentes e são
representados como XY2O4. Além disso, é possível dividir a classe dos óxidos em 3
grupos com base nas suas estruturas. Esses grupos são: grupo da hematita (X2O3),
grupo do espinélio (XY2O4) e o grupo do rutilo (XO2, exceto SiO2).

Exemplos de óxidos em que é possível a extração de minérios: hematita


(Fe2O3) e magnetita (Fe3O4), ferro; cromita ( FeCr2O4), cromo; pirolusita (MnO2),
manganês; e cassiterita (SnO2) estanho.

HIDRÓXIDOS

Os minerais pertencentes à classe dos hidróxidos tendem a ter dureza e


densidade inferiores que a dos óxidos. Os minerais desse grupo são caracterizados
pela presença da hidroxila (OH)- ou de moléculas de H2O em sua estrutura. A
gibbsita (Al(OH)3), goethita ( α-Fe3+O(OH)) e a romanechita (BaMn8O16(OH)4) estão
presentes nessa classe mineral.

SULFATOS

A classe dos sulfatos é composta pelos minerais os quais a unidade básica é


o íon sulfato (SO4)-2. A gipsita (CaSO4.2H2O), sulfato hidratado, é o mineral mais
abundante dessa classe, sendo o componente primário do gesso. Outros exemplos
incluem a anidrita (CaSO4), também um sulfato de cálcio porém não hidratado, e a
barita (BaSO4).

HALETOS

Os minerais que constituem esta classe mineral são caracterizados pelo


domínio dos íons Cl-, Br-, F-, I-. Suas durezas são relativamente baixas e possuem
elevados pontos de fusão. Eles são também maus condutores de calor e eletricidade
em estado sólido. Essa classe mineral pode ser subdivida em: cloretos, brometos,
fluoretos e iodetos. A halita (NaCl), sal de cozinha, silvinita (KCl), cloreto de
potássio, e a fluorita (CaF2) são exemplos comuns de haletos.

CARBONATOS

A classe dos carbonatos engloba os minerais cujo complexo aniônico principal


é (CO3)-2. Na presença do íon hidrogênio, os carbonatos se tornam instáveis e se
decompõe em gás carbônico e água. Este fator é responsável pela efervescência
conhecida em sua identificação. Além disso essa classe pode ser dividida em três
grupos estruturais diferentes:

Grupo da calcita, possui estrutura hexagonal e inclui a calcita (CaCO3),


magnesita (MgCO3), siderita (FeCO3), rodocrosita (MnCO3) e smithsonita
(ZnCO3).

Grupo da aragonita, possui estrutura ortorrômbica e inclui a aragonita


(polimorfo da calcita), witherita (BaCO3), estroncianita (SrCO3) e Cerussita
(PbCO3)

Grupo da dolomita, possui estrutura hexagonal com camadas


alternadas de Ca e outro íon. Inclui a dolomita (CaMg(CO3)2) e ankerita
(CaFe(CO3)2)

Além dos minerais presentes nesses grupos, destacam-se os carbonatos


hidratados, como a malaquita (Cu2(CO3)(OH)2) e a azurita (Cu3(CO3)2(OH)2).

NITRATOS

Os nitratos são estruturalmente semelhantes aos carbonatos, porém são


menos decompostos por ácidos. O ânion dominante em seus minerais é o (NO3)-.
Com exceção da nitratina (NaNO3) e do nitro (KNO3), os minerais desta classe são
muito raros.

BORATOS

Os boratos possuem como ânion principal o grupo iônico (BO3)3- e algumas


derivações - como BO4, BO5, B2O4, B2O5 - ligado a metais, a outros ânions e água.
Eles têm tendência de formar redes desordenadas de triângulos, desta forma os
boratos são utilizados na preparação de vidros leves e de alta transparência à
radiação energética. A boracita (Mg3B7O13Cl), colemanita (Ca2B6O11.5H2O) e o bórax
(Na2B4O5(OH)4.8H2O) são exemplos dessa classe mineral.

FOSFATOS

A classe dos fosfatos é a segunda com maior número de minerais, perdendo


apenas para os silicatos. Eles são subdivididos de acordo com os três possíveis
grupos aniônicos dominantes (PO4)3-, (AsO4)3- e (VO4)3-, formando os grupos dos
fosfatos, arsenatos e vanadatos respectivamente. A apatita (Ca5(F,Cl,OH)(PO4)3),
brazilianita (NaAl3(PO4)2(OH)4) e monazita ((Ce, La, Y, Th)PO4) são exemplos
dessa classe mineral.

TUNGSTATOS

A classe dos tungstatos abrange minerais pouco abundantes e relativamente


raros. Sua estrutura é composta pelo grupo aniônico (WO4)2+, o qual combina com
os metais. Os tungstatos mais comuns são a scheelita (CaWO4) e a wolframita ((Fe,
Mn)WO4).

SILICATOS

Os silicatos é uma importante classe mineral a ser estudada, nela está


incluído os minerais mais dominantes da crosta terrestre, sendo os principais
formadores de rochas. Outro fator que implica a importância de seu estudo é que o
solo (a partir do qual nosso alimento é extraído) e os materiais de construção, como
tijolos, pedras, concretos e vidros, são constituídos principalmente de silicatos. O
ânion principal desses minerais é o (SiO4)-4, que se organiza em forma de tetraedro.
A capacidade de ligação entre os tetraedros formando diferentes combinações entre
si, se isolados na estrutura ou agrupados em diferentes maneiras, é chamada de
polimerização, a qual é a responsável pela variedade das estruturas dos silicatos,
demonstradas a seguir.

Nesossilicatos, formados a partir de ligações independentes de SiO4,


ou seja, os tetraedros não fazem ligações entre si.

Exemplos: Cianita (Al2O(SiO4)), minerais do grupo da granada (fórmula geral


A3B2(SiO4)), topázio (Al2(SiO4)(OH,F)2), olivina ((Mg,Fe)2SiO4), zircão (ZrSiO4).

Sorossilicatos, formados a partir da ligação de dois grupos


SiO4 originando grupos Si2O7.

Exemplo: hemimorfita (Si2O7(OH)2Zn4.H2O)

Ciclossilicatos, formados quando três ou mais tetraedros são ligados


originando estruturas do tipo anéis de composição geral SixO3x.

Exemplos: berilo (Be3Al2(Si6O18)) e minerais do grupo da turmalina (fórmula


geral XY3Al6(BO3)(Si6O18)(OH)4)
Inossilicatos, formados a partir da combinação dos tetraedros em forma
de cadeias. Estas podem ocorrer isoladas com apenas dois oxigênios
compartilhados ou em duplas, com o compartilhamento de dois e três
oxigênios. As cadeias simples possuem composição básica Si:O =
1:3,enquanto as cadeias duplas possuem a razão de Si:O = 4:11.

Exemplo: rodonita (MnSiO3), tremolita (Ca2Mg5(Si8O22)(OH)2) e actinolita


(NaCa2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2)

Filossilicatos, formados quando três oxigênios de um tetraedro são


compartilhados entre tetraedros adjacentes, com composição Si2O5. Desta
forma resultam em uma estrutura parecida com uma folha.

Exemplos de filossilicatos: minerais do grupo das micas como a biotita


(K(Mg,Fe)₃Si₃Al O₁₀(OH)₂) e a muscovita (KAl₂(AlSi₃O₁₀)(OH)), talco (Mg₃(Si₄O₁₀)(OH)₂)
e a caolinita (Al₂(Si₂O₅)(OH)₄).

Tectossilicatos, formados quando todos os quatro oxigênios dos tetraedros


são compartilhados com outros adjacentes, resultando em uma composição unitária
SinO2n.

Exemplos de tectossilicatos: feldspatos como plagioclásio ((Na,Ca)(AlSi3O8)) e


ortoclásio (K(AlSi3O8)), quartzo (SiO2) e feldspatóides como a sodalita
(Na4(AlSiO4)Cl). Fonte: Museu de ciência e técnica da escola de
Minas UFOP

IMPORTANCIA DA MINERALOGIA PARA A SOCIEDADE E ECONOMICA


Embora a mineralogia como ciência seja relativamente recente, a prática das
artes mineralógicas é tão antiga quanto à civilização humana. Desde a Pré-história,
o homem já conhecia, transformava e utilizava alguns minerais. Algumas épocas
foram marcadas ou denominadas conforme a substância mineral
predominantemente utilizada. Porém, somente no século XVI foi iniciado o estudo da
mineralogia sob o ponto de vista científico, com a publicação do primeiro manual de
mineralogia pelo alemão Geórgico Agrícola, considerado como o “Pai da
Mineralogia”. Os minerais e seus produtos sempre exerceram um papel muito
importante na evolução da civilização humana, desde o sílex utilizado na idade da
pedra até os minerais radioativos usados para obtenção de energia e minerais de
silício na fabricação de chips de computadores e fibras óticas. A Mineralogia é uma
ciência geológica que estuda as propriedades cristalográficas, químicas e físicas dos
minerais e seus processos de formação. Ela é uma ciência de grande importância
para a sociedade devido a dependência do homem moderno às substâncias e
produtos minerais, pois ela fornece subsídios para a pesquisa, a lavra e o
beneficiamento de recursos minerais utilizados pelas indústrias de extração e
transformação para obtenção das matérias primas usadas na fabricação de
inúmeros produtos. A importância dos bens minerais é amplamente visualizada em
nosso dia-a-dia, em coisas básicas como a fivela do cinto de nossas calças, no
relógio que usamos, na aliança, nos óculos escuros que utilizados. Na nossa casa,
por exemplo, os minerais estão por todo lugar: Na base da casa entram barro
(minerais de argila e quartzo), cimento (calcário, areia, gipso, argila e hematita), ferro
(hematita), etc. As paredes são formadas de tijolo, comento, areia e barro, todos
formados de minerais derivados destes. Nas janelas, temos molduras de alumínio
metálico. Na fiação elétrica temos cobre, alumínio, aço, etc. Ainda temos os
equipamentos como geladeira, TV, computadores, fogão, micro-ondas além de
pratos, talheres e o vaso sanitário, um mundo de cerâmico (Costa e Rodrigues,
2008). Abaixo, temos uma figura ilustrativa que detalha os minerais encontrados em
uma casa:
FONTE: UFPA: MATERIA CRISTALINA: MINERAIS, CRISTAIS E SISTEMAS
CRISTALINOS PROF:ROSEMERY NASCIMENTO E JEAN MACHADO

Figura 1: Rochas
Na continuidade do estudo sobre ciência da terra, é
fundamental compreender a importância das rochas no
nosso planeta, As rochas são importantes matérias-primas
utilizadas pelo homem há vários milênios. As rochas são agrupamentos de minerais
agregados que compõem a estrutura sólida da Terra. ( FIGURA 1)
Fonte: colegioweb.com.br

Uma rocha é uma pedra bastante dura e sólida, conforme a FIGURA 1. Para a
geologia, uma rocha é um sólido consolidado, formado por um ou vários minerais.
Os minerais mais abundantes numa rocha são os chamados minerais essenciais, ao
passo que aqueles que aparecem em proporções pequenas se denominam minerais
Acessórios.
A geologia reconhecer três principais grupos de rochas, sendo elas:

Figura 2: Rochas igneas


Rochas igneas - Que também chamadas de rochas
magmáticas – são aquelas originadas em altas temperaturas
a partir da solidificação do magma. Elas constituem
formações geológicas altamente resistentes e com elevado
nível de dureza, sendo importantes para a obtenção de
fonte: minérios e produção de materiais derivados de sua
composição. FIGURA 2

Formação das igneas -As rochas ígneas ou magmáticas representam cerca de


80% em volume da crosta da Terra, e são formadas pelo resfriamento e
consequente cristalização de magmas. Os magmas são uma mistura de rochas
fundidas, gases dissolvidos (H2O, CO2, SO4, entre outros) e alguns cristais. O
magma gerado em profundidade, na crosta e no manto, pode migrar do seu local de
formação devido a diferenças no gradiente de densidade entre sólido e líquido, e
ascender (subir), podendo ficar alojado em regiões denominadas de câmaras
magmáticas, ou então migrar por zonas de fraqueza na rocha até a superfície
terrestre. Assim, o magma pode se cristalizar em dois ambientes distintos: em
profundidade (crosta e manto) ou na superfície terrestre. Existem várias dezenas de
rochas ígneas distintas.

Figura 3: Rochas sedimentares


Rochas Sedimentares- são formações naturais
resultantes da consolidação de fragmentos de outras
rochas (chamados de sedimentos) ou da precipitação de
minerais salinos dissolvidos em ambientes aquáticos.
fonte:sobregeologia.com.br
. Em geral, esse tipo de rocha é menos duro do que as demais e de formação
geológica mais recente, embora a sua presença seja um indício de que o relevo
local é antigo.
Em virtude das ações do intemperismo, há um desgaste natural de rochas
preexistentes, o que faz com que elas transformem-se em incontáveis sedimentos.
Um exemplo é a água do mar que, de tanto se chocar com as rochas litorâneas,
lentamente as desgasta, dando origem à areia da praia. Assim, os sedimentos
oriundos dessas rochas erodidas são transportados pela água e pelo vento para
outras áreas, geralmente o fundo dos oceanos, onde são depositados.

Figura 4:Rochas metamórficas


Rochas Metamórficas- São um dos tipos de rochas
que surgem a partir da transformação das rochas
sedimentares ou magmáticas. Elas são formadas por
processos físico-químicos que ocorrem pela ação de
diversos fatores relacionados com a umidade, a
temperatura e a pressão no interior da Terra.
Fonte:todoestudo.com.br
Assim, para que as rochas magmáticas sejam desenvolvidas é necessário que
aconteça uma transformação nos outros tipos de rochas já existentes, seja na
estrutura, propriedades ou composição.
Em cada grupo de rochas, existe uma variedade de tipos individuas, diferentes uns
dos outros, seja na mineralógica ou na textura.

O ciclo das rochas - É um fenômeno natural cíclico,


continuo e infinito, que envolve os processos de
transformação das rochas através do tempo e que
ocorrem através da erosão ou do intemperismo. Esse
ciclo, que leva milhões de anos para acontecer, é
responsável pela renovação e transformação da
litosfera terrestre (parte sólida da Terra).
Fonte: https://www.todamateria.com.br/ciclo-das-rochas/

O ciclo das rochas é dividido em diversas etapas, a saber:


 Magma: o estágio inicial do ciclo das rochas começa no interior da terra,
quando o magma (rocha fundida ou lava), massa pastosa mineral, é expelido
através de uma atividade vulcânica. Com altas temperaturas, no momento em
que chega a superfície, o magma sofre um resfriamento.
 Cristalização: (congelamento das rochas): com o resfriamento do magma,
ocorre a cristalização dessa massa mineral, o que dá origem as rochas
chamadas de magmáticas (ou ígneas).
 Erosão: processo natural resultante do desgaste do relevo, a erosão pode
ocorrer pela força da água e do vento.
 Sedimentação: após o processo de erosão, diversas camadas de sedimentos
são depositadas nas camadas mais baixas (bacias sedimentares), levando ao
processo de formação das rochas sedimentares.
 Enterro Tectônico e Metamorfismo: Com o passar do tempo, as rochas
sedimentares vão sendo enterradas e sofrendo processos químicos e físicos
por meio da temperatura e pressão, o que transforma sua composição
originando as rochas metamórficas.
 Fusão: mesmo com essa transformação, a temperatura continua agindo em
sua superfície, e assim resulta na fusão do magma, que a transforma
novamente em rocha ígnea. Após milhões de anos, o ciclo se reinicia.

Classificação das Rochas -


Para compreender melhor como esse processo ocorre, devemos considerar os
diferentes tipos de rochas:
 Rochas Magmáticas (rochas ígneas): obtidas pelo processo de intemperismo
(condições atmosféricas) são as primeiras rochas do planeta que se
solidificaram com o resfriamento do magma pastoso da Terra, por exemplo, o
granito.
 Rochas Sedimentares (rochas estratificadas): obtidas pelos processos de
intemperismo e erosão de rochas primitivas, que resultaram no acúmulo de
diversos sedimentos (sedimentação). Um exemplo de rocha sedimentar é a
argila.
 Rochas Metamórficas: obtidas por processos associados aos agentes do
intemperismo (temperatura e pressão), esse tipo de rocha surge da
transformação de outras rochas apresentando nova composição e
características, por exemplo, o mármore. O processo de transformação de
outras rochas em metamórficas é chamado de metamorfismo.

A importância econômica e utilização para a sociedade -

As rochas são importantes por diversos motivos. Um deles é o fato de elas originarem
os solos que abrigam atividades econômicas como a construção civil, agricultura,
pecuária e muitas outras.
Além disso, as rochas são materiais de onde se extraem minérios importantes para a
sociedade como o de ferro, o alumínio e outros.
As rochas são fontes de nutrientes para as indústrias fabricantes de adubos como os
fosfatados e os adubos potássicos. A fabricação de adubos está estreitamente ligada
a produção de alimentos para a população mundial e, sem ela, seria impossível
alimentarmos todas as pessoas.
Seu uso e manuseio são extremamente importantes para o ser humano, que desde a
Pré-história desenvolveu técnicas para explorá-las em seu benefício.
Na Antiguidade, todas as civilizações fizeram o uso das rochas como meio para
desenvolver as suas estruturas sociais. As pirâmides do Egito, por exemplo, eram
basicamente construídas por rochas calcárias e os túmulos de alguns faraós foram
construídos com mármores, inexistente na região e, por isso, transportados de
grandes distâncias até o local.
Além disso, o homem não se utilizava apenas da rocha em seu estado bruto como
matéria-prima. Ao longo da história, até os dias atuais, o homem desenvolveu
técnicas para transformar física e quimicamente as rochas. Um exemplo disso é a
fabricação do concreto, utilizado pela primeira vez pelos romanos.
.

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