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DIOCESE DE CABINDA

AFIR - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS DO REINO


CONSELHO DA PASTORAL

TEMA: BAPTISMO DO SENHOR


Textos: São Lucas 3, 21-22

Introdução
“A festa do Baptismo do Senhor, que hoje celebramos, nos recorda que todos
somos filhos e filhas amados de Deus. O Pai do céu hoje nos chama a ouvir a sua
voz e participar da missã o de Jesus de anunciar ao mundo o amor, a fraternidade, a
paz e a alegria da salvaçã o”
Pelo baptismo nos tornamos todos irmã os e irmã s na fé, chamados a viver no amor
a Deus e ao pró ximo. Revestido do Espírito Santo e confirmado como Filho de
Deus, Jesus inicia, de modo solene, a missã o para a qual o Pai o enviou. No seu
baptismo, sentimos fortemente a presença da Santíssima Trindade: o Pai apresenta
o Filho Jesus, e o Espírito Santo o consagra para a implantaçã o do reino de Deus no
mundo.
Ao juntar-se à multidã o que Joã o baptizava, Jesus se mostra como aquele que
assume os pecados da humanidade. Coloca-se no mesmo nível dos pecadores, os
quais ele veio redimir e salvar. A esse respeito, o apó stolo Paulo escrevia aos
coríntios: “Aquele que nã o conheceu pecado, por nó s Deus o tratou como pecador,
para que nó s, por seu intermédio, fô ssemos justos diante de Deus” (2Cor 5,21).
O baptismo de Jesus é, na verdade, o grande momento da manifestaçã o solidá ria da
Santíssima Trindade. A voz do Pai celeste ecoa e esclarece: “Tu és o meu Filho
amado, em ti ponho o meu bem querer”. Esse amor do Pai sustenta toda a vida de
Jesus, incluindo a hora de sua morte na cruz: “Pai, em tuas mã os entrego meu
espírito” (Lc 23,46). Quanto ao Espírito Santo, ele paira sobre Jesus, em forma
corpó rea de pomba, símbolo da criaçã o (cf. Gn 1,2) e da nova criaçã o (cf. Gn 8,8-
12). Movido pelo Espírito de Deus, Jesus realiza nova criaçã o. Sã o Paulo afirma: “Se
alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram…” (2Cor 5,17).
Pois bem, toda a realidade que envolve o baptismo de Jesus é o que acontece
quando uma pessoa é baptizada em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Existe, porém, um perigo: que a catequese oferecida hoje a pais e padrinhos de
baptismo acentue aspectos secundá rios (roupa, horá rio, fotografia, certidã o) e
trate de modo superficial os aspectos fundamentais (implicaçõ es do batismo,
compromissos com a Igreja).
O fato é que, a partir do baptismo, passamos a pertencer à comunidade de Jesus
Cristo. Nosso distintivo é a prá tica do amor a Deus e ao pró ximo. Assumimos
responsabilidades com a Igreja e adquirimos o direito de participar da sua vida
litú rgica e sacramental. Na qualidade de discípulos e discípulas de Jesus, decidimos
caminhar no ritmo dele, observar o que ele nos ordena, certos de que ele é o ú nico
Caminho que nos leva ao Pai.
A Festa do Baptismo do Senhor, celebrada no Domingo depois da Epifania encerra
o ciclo das Festas da Manifestaçã o do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o
Baptismo de Jesus por Sã o Joã o Batista nas á guas do rio Jordã o. Sem ter mancha
alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito tal como se submetera à s
demais observâ ncias legais que também nã o o obrigavam.
O Senhor desejou ser baptizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua
humildade o que para nó s era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou
preparado o Baptismo cristã o, directamente instituído por Jesus Cristo e imposto
por Ele como lei universal no dia da sua Ascensã o: Todo poder me foi dado no céu
e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, baptizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).
O dia em que fomos baptizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele
recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o baptismo, todos nó s nos
encontrá vamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o
menor fruto sobrenatural.
Com estas consideraçõ es é fá cil compreender porque é de desejar que as crianças
recebam logo o baptismo. Desde cedo a Igreja pediu aos pais que baptizassem os
seus filhos quanto antes. É uma demonstraçã o prá tica de fé. Nã o é um atentado
contra a liberdade da criança, da mesma forma que nã o foi uma ofensa dar-lhe a
vida natural, nem alimentá -la, limpá -la, curá -la, quando ela pró pria nã o podia pedir
esses bens. Pelo contrá rio, a criança tem direito a receber essa graça. No Baptismo
está em jogo um bem infinitamente maior do que qualquer outro: a graça e a fé;
talvez a salvaçã o eterna. Só por ignorâ ncia e por uma fé adormecida se pode
explicar que muitas crianças sejam privadas pelos seus pró prios pais, já cristã os,
do maior dom da sua vida.
Também nó s fomos marcados pelo Espírito Santo. No baptismo ele, derramou-se
sobre nó s. Fomos chamados a viver seguindo o Espírito. Isto significa um ato de fé
na presença actuante do Espírito Santo em nó s. Implica uma disponibilidade para
deixar-se conduzir por ele a fim de realizar uma missã o como a de Cristo.
Em virtude do baptismo somos chamados a ser discípulos e missioná rios de Jesus
Cristo. Como diz o Doc. de Aparecida nº 209: “Os fiéis leigos sã o os cristã os que
estã o incorporados a Cristo pelo baptismo que formam o povo de Deus e
participam das funçõ es de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo a sua
condiçã o, a missã o de todo o povo cristã o na Igreja e no mundo. Sã o homens da
Igreja no coraçã o do mundo e homens do mundo no coraçã o da Igreja.”
CONSELHO DA PASTORAL

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