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MATERIAL DE APOIO

DE
EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

8ª CLASSE

PROFESSOR MARTINHO FILIPE

FICHA TÉCNICA

COPYRIGHT
O Professor: Armando Yambi Wassata
REPARTIÇÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIACOLÉ GIO BG Nº 2019
MISSIONÁRIA SÃO PAULO – LOBITO

LUANDA, 2022/2023
CLASSE: 8ª

Origem da E.M.C

ETMOLOGIA DAS PALAVRAS

• Educação: é uma palavra de origem latina “Educar” que tem como


significado fazer crescer, sair, ou puxar de dentro ou ainda desenvolver
algo que está a crescer na pessoa. Por tanto, a educação é acto de
educar, instruir e ensinar uma pessoa que tem como fundamento o
desenvolvimento integral da pessoa desde o aspecto físico e sanitário,
moral, intelectual, religioso, afectivo sexual, cívico, vocacional e
profissional, etc.
• Moral: vem do latim “mos ou moris” que significa, conjunto de costumes
e hábitos que um indivíduo ou um grupo de indivíduos possuem
relativamente a um comportamento.
• Cívica: é a uma palavra de origem latina “civitas” significando multidão
de cidadãos que habitam a uma determinada comunidade linguística,
sendo que, a educação cívica pretende que o homem compartilhe as suas
qualidades com os de mais membros da sociedade.

Conceito de E.M.C
A educação moral e cívica – é a disciplina que visa a formação do carácter e
civismo. Preparar o indivíduo para que tenha um bom desempenho das suas
tarefas ou obrigações, fomentando nele as virtudes básicas para o bem comum
do meio onde vive.

Objecto de estudo

O objecto de estudo da educação moral e cívica é a formação do caráter do


indivíduo; e prepara-lo para as suas tarefas, criando nele valores necessários
para o bem comum da sociedade, ou seja, estuda o comportamento do próprio
homem. Ou o objecto de estudo desta disciplina é o homem na dimensão
material e formal.

Dimensão Material. Consiste no desenvolvimento sociomoral, estético, cívico e


harmonioso.

Dimensão Formal: Consiste no desenvolvimento, cognitivo, afectivo e espiritual.

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

A educação moral e cívica, é muito importante porque, visa formar no homem,


qualidades e valores éticos, morais cívicos, estéticos etc. Que actuarão
positivamente na formação da personalidade e do carácter do indivíduo, assim
como vai prepara-lo para a vida.

Objectivo gerais no domínio cognitivo e Sócio afectivo


OBJECTIVOS

Oferecer ao homem uma educação firme e constante, virada a prática do bem,


(que baseia-se nos princípios morais como: a justiça, a solidariedade, a
coragem, a honestidade, etc).

1- Formar no aluno princípios de cidadania democrática e patriotismo;


2- Ensinar o aluno a conhecer-se e a conhecer os outros a aceitar-se e aceitar
os outros;
3- Identificar os aspectos positivos e negativos do cidadão para o bem da
sociedade;
4- Adquirir valores para uma conduta social.

Deveres morais

✓ Amor na família.
✓ Respeito pelos mas velhos
✓ Auxílios aos cegos
✓ Socorro aos acidentados
✓ Socorro aos necessitados
✓ Solidariedade entre os seus discípulos (membros).
Deveres cívicos

➢ Exercer o direito de voto


➢ Cumprir ao seu superior hierárquico
➢ Respeito pela lei do país (A constituição)
➢ Ingresso a um grupo juvenil

Funções da moral
Função reguladora – Controla a conduta do homem a partir dos padrões
estabelecidos e das exigências da sociedade.
Função cognitiva – A liberdade moral só alcança conhecimentos morais que
lhe ajudam a alcançar o desenvolvimento.
Função educativa – Consiste na individualidade, apontando o porquê e para
quê? Se vive.
Função orientadora e valorativa – O homem elabora a escala de valores
partindo dos conhecimentos que tem sobre o mundo.
Função imperativa – O indivíduo reconhece e emociona uma conduta
obrigatória para si.

Finalidade
A educação moral e cívica, tem como finalidade a formação do carácter da
pessoa humana e da cidadania concernente de tudo o processo de ensino
aprendizagem.

1ª COMPONENTE: AUTO E MÚTUO CONHECIMENTO


TEMA I: EU, UMA PESSOA ÚNICA E COM GRANDES
POSSIBILIDADES

A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controlo sobre
as suas emoções, independente de ser positivas ou negativas.

Na adolescência em cada um de nós há um jardim secreto que só nós


conhecemos; sentimo-nos felizes e às vezes estranhos. É como se fôssemos
uma outra pessoa. Mais, ao mesmo tempo e com os adultos (família, professores
e amigos) que nos rodeiam, de certeza que consegues conhecer e descobrir um
pouco melhor a cada dia a pessoa que está a surguir dentro de ti. Estás a
descobrir-te e a descobrir a sua personalidade.
Vaz a aceitar as alterações que experimentas durante a adolescência e perceber
a nova e interessante pessoa em que te vais tornando, valorizando os teus
aspectos positivos e alternando aqueles de que gostas menos, e compreender
o conceito de personalidade jurídica e reconhecer a importância da valorização
da tua história pessoal.

A ADOLESCÊNCIA

Durante a 7ªClasse aprendeste que a adolescência é fase de transição entre


dois estados: a infância e a idade adulta. É o período de vida de um ser humano
mais rico em transformações e interrogações.

Tiveste também a oportunidade de compreender que esta é uma etapa muito


importante na construção da tua identidade.

AS FASES DA ADOLESCÊNCIA

Esta fase de transição entre a infância e a fase adulta tem uma duração variável,
podendo prolongar-se dos 10 as 22 anos. Consoante as característica pessoais
e o ambiente social, escolar e familiar de cada indivíduo.

AS PRINCIPAIS FASES DA ADOLESCÊNCIA

o Puberdade ou a fase inicial (dos 10 aos 14 anos);


o A fase intermédia (dos 14 aos 17 anos);
o A fase final (dos 18 aos 22 anos).

Na fase inicial da adolescência, ocorrem as grandes transformações a nível físico


e psicológico, sem que tenhas grande consciência do que está a acontecer.
Nesta fase as características eu o adolescente apresenta são: Aparecimento da
menstruação e da ejaculação, seios, mudança da voz, tonificação das ancas e
do tórax…

Na fase intermédia da adolescência, começas a descobrir-te de forma


consciente e tentas isolar-te, por sentir uma grande insegurança e, por vezes, a
ser agressivo em relação os outros. Nesta fase as características frequentes são,
aproximação ou afastamento das demais pessoas, para analisar certas
diferenças e semelhanças, torna-se egocêntrico, activo nas suas participações
mesmo sem certeza.

Na fase final da adolescência, compreendes-te e integras-te melhor no mundo


onde vives (fase de formação da identidade e do carácter). As características
presentes são os posicionamentos certos e decisórios quantos as situações que
aparecerem no seu dia-a-dia, fazendo um enquadramento para o seu propósito
e construção da identidade pessoal.

COMO ME VEJO?

O mundo que te rodeia está cheio de mudanças. Tu próprio estás em mudança:


ora estás alegre, ora estás triste; por vezes, queres estar com os teus amigos,
outras vezes preferes estar sozinho; o teu corpo está muito diferente…O ser
diferente não implica ser inferior a outrem, mais sim saber aceitar que as
diferentes vão variar devido a sua composição corporal em função da genética
familiar.

MUDANÇA

Estou numa época de mudança e por isso quero ter esperança para poder
mudar. E agora fico aqui a pensar se será bom ou não amar. Mas quero mudar
bem devagar, quero esperar pelo momento certo para entrar num mundo incerto
para aproveitar tudo que o amor tem para me dar.

Fonte de riqueza e de energias, a adolescência é uma fase de intensas


transformações a nível físico, psicológico e social, sendo vivida, por vezes, com
alguma inquietude e mal-estar.

As mudanças consistem numa passagem de uma situ ação a outra, havendo por
isso, uma roptura com a situação anterior. É natural que esta roptura provoque
alguma confusão e insegurança, pois fica saber em que te apoiares. Porém,
deves perceber que, sem mudança, não há crescimento: é necessário que
passes pela adolescência de forma a descobrires a tua identidade.

Nesta etapa do ciclo da vida há avanços e recuos, sonhos e fantasia, distanciam


e proximidade e uma turbulência por vezes intensa.
Mas convém desde já dizer que a «crise da adolescência» é uma expressão
que por aí circula cheia de pressuposto e convicção absurda, porque na
realidade a maioria dos jovens ultrapassa esta fase sem sobressaltos graves.

COMO SOU, COMO QUERO SER


A nossa imagem pessoal é a visão do nosso aspecto físico e de forma como nos
relacionamentos, uma espécie de fotografia «animada» a partir da qual os outros
nos vêem e nos vamos a nós próprios.

Para melhoramos a nossa imagem pessoal, é muito importante:

➢ Conhecermos as nossas qualidades de forma a tirarmos maior partido


delas;
➢ Reconhecermos os nossos aspectos negativos para que possamos
modificá-los.

Se melhoras a tua imagem pessoal, poderás vencer mais facilmente os


obstáculos que surgem durante a adolescência.

Os obstáculos são tudo o que impede ou faz parar o crescimento e, quando estes
ocorrem, é importante que tenhas uma atitude de confiança, procurando
descobrir a melhor forma de ultrapassá-los.

São três as principais etapas deste processo:

1. A consciência da dificuldade na realização de um projecto;


2. Deixar-se vencer pelas dificuldades ou vence-las;
3. A tomada de uma decisão.

Para não te deixares vencer nem desanimar, é importante que estejas atento
ao que vai acontecendo e que adoptes atitudes positivas. O comportamento
que tiveres face aos obstáculos ajuda-te a construir o teu futuro.

DESCUBRO UMA PESSOA ÚNICA: A MINHA AUTO – ESTIMA

Conhecendo-te as tuas qualidades, os teus erros e fraqueza formarão uma


opinião sobre ti. Uma avaliação da tua pessoa, que é o que chamamos auto –
estima. Quando melhor te conheceres, mais preparado estarás para enfrentares
desafios e conflitos com que irás te deparar ao longo da vida. E quando melhor
te conheceres, mais serás capaz de modificar as tuas características pessoais.

Uma pessoa com boa auto – estima é alguém que se conhece bem e se avalia
correctamente, estabelece relações mais gratificantes com os que a rodeiam e
se sente mais solidária e responsável na sua relação com os outros e consigo
mesma.

A auto – estima não surge da noite para o dia, vai-se adquirindo desde a
infância, lentamente, sendo fruto de uma aprendizagem. A tua opinião positiva
sobre ti próprio aumenta a tua auto – estima e, ao mesmo tempo, leva as
outras pessoas a avalia-te positivamente.

Ter auto – estima é dares valor a ti próprio, é gostares do teu corpo, das tuas
características físicas, do teu nome da tua cultura; é apreciares as modificações
que ocorrem contigo e aceitares-te a ti próprio. Quando por dentro te sentes bem
contigo próprio, ou seja, tens a tua paz interior, se sabes do que gostas em ti, se
te valorizares independentemente da tua condição de vida, se te reconheces
como pessoa capaz de fazer e for amável para as outras pessoas que te
rodeiam, tens forte o auto – estima.

Se pelo contrário, te desvalorizas se gostas pouco da tua identidade pessoal,


que faz de ti uma pessoa singular, se te encarares negativamente, se te
reconheces incompletamente, se pensas que a tua cultura é a melhor de todas,
então tens fraca auto – estima.

Tenta descobrir o que gostas mais em ti. Por exemplos, uns pensam que são
bons ouvintes; outros acham que têm sentido de humor; outros têm uma boa
imaginação; outros ainda têm hábitos diferentes, etc.
SENTIR-ME BEM COMIGO PRÓPRIO

Todos nós passamos por etapas características e tensões desafios que


temos de vencer, especialmente na fase da construção da nossa identidade.

Para conseguimos estes desafios, é muito importante sentimo-nos bem


na nossa pele. Este bem – estar relacionada com a satisfação de necessidades
básicas, tais como:

➢ O bem – estar físico;


➢ A identidade pessoal;
➢ O auto – estima;
➢ Estima dos outros;
➢ A confiança em nós,
➢ A confiança nos outros.

A IMPORTÂNCIA DO DIREITO AO RECONHECIMETO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA

Direitos humanos, são os direitos básicos de todos os cidadãos ou seres,


podendo ser político, sociais, culturais, económicos, civis, colectivos…

Assim, a caminhada que tens vindo a realizar significa, a construção e


desenvolvimento da tua identidade pessoal, que inclui as tuas características
físicas e sociais.

É esta identidade, pois que, a forma da tua personalidade jurídica, é um direito


reconhecido pela lei constitucional e por outras leis constitucionais que
contribuem para que possas afirmar o teu lugar no mundo. Se não valorizares
esse direito, será difícil conseguires o respeito pelos outros direitos que tens
enquanto pessoa singular.
Tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos (art 6 º) como no Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos ( art. 16 º) “ Todos os individuos, em
qualquer parte, têm direito ao reconhecimento da sua personalidade jurídica.”

E a Lei Constitucional de Angola (art, 20 º) afirma ainda que: “ Todo o cidadão


tem direito ao livre desenvolvimento da sua personalidade.”
A personalidade jurídica: é a aptidão genérica para adquirir e contrair obrigações.

A importância do reconhecimento da personalidade jurídica consiste em que,


desde o nascimento, cada pessoa é reconhecida e protegida pela lei, a lei
defende-a, determinando os seus direitos e deveres. Assim, o reconhecimento
da personalidade de cada ser humano a si próprio, os outros e a sociedade. Por
isso o reconhecimento da personalidade jurídica torna-se um direito que o
indivíduo toma desde o nascimento e este é reforçado com o registo civil.

OS JOVENS E O DESEJO DE DESCOBRIREM A SUA


IDENTIDADE PESSOAL

Os jovens querem descobrir quem eles são e de onde vêm. Uma preocupação
valida, porque é através deste questionamento que descobrem a sua auto –
estima e a sua identidade. Ao valorizarmos a nossa história pessoal,
consolidamos o direito de mantermos a nossa identidade e a nossa cultura e,
sobretudo, afirmamos a nossa auto – estima.

Na realidade, ao longo do nosso crescimento, todos nós, nos confrontamos com


muitos «porquês». Por que razão?…, Tenho este nome e não outro?…, Os meus
olhos são pretos e não castanhos?... As respostas encontram-se a nossa volta,
pois herdamos factores biológicos e culturais da família e da sociedade em que
vivemos factores que fazem de cada um de nós um ser humano único. Por
exemplo, optar por um nome de origem diferente e sem afinidades com a cultura
do grupo a que se pertence, que pode, assim, as suas características
particulares.

De facto, não há nenhum motivo que te possa levar a mudar a tua identidade ou
a tua singularidade, pois o reconhecimento da tua personalidade jurídica
determina que tenha direitos, independentemente das tuas características
particulares.

Esta diversidade não pode ser motivo de discriminação. Com efeito, a


Declaração Universal dos Direitos Humanos válida e defende a singularidade de
cada ser humano, onde quer que ele se encontre, e reconhece a sua
personalidade.

Não importa se és negro ou branco… o importante é apreciares a tua história


pessoal e descobrires junto da tua família aquilo que diz respeito à tua existência,
para que a pessoa se afirmar onde quer que esteja. Defende sempre o teu lugar,
no teu país e no mundo, sem atitudes preconceituosas, assim, serás um cidadão
livre e responsável.

2ª COMPONENTE: EDUCAÇÃO CÍVICA E A DEMOCRACIA

TEMA II: A IMPORTÂNCIA DO REGULAMENTO ESCOLAR

Devemos reconhecer a escola como uma instituição cuja estrutura e o


funcionamento se assumem como garantia dos direitos, deveres e liberdades
fundamentais dos seus elementos: assumir de forma consciente e solidária o
regulamento interno da escola, de acordo com o espírito participativo que
presidiu a sua elaboração; compreender a importância da construção de um
código de convivência para a comunidade.

NÓS E PALAVRA REGULAMENTOS

Já sabes que a tua aprendizagem enquanto aluno não se limita a demostrar um


bom desempenho na aquisição de conteúdos de várias disciplinas. Ou seja, a
escola não visa o teu desenvolvimento apenas a nível intelectual, mas também
a nível psicológico, social e moral.

Este desenvolvimento relaciona-se, com o teu convívio com os outros e a tua


participação em grupos.

Para facilitar a convivência entre vários elementos do grupo, é necessário


estabelecer um conjunto de regras e normas a seguir: regulamento. Ao conjunto
de normas que visam o bom funcionamento da escola dá-se o nome de
«regulamento interno da escola»
CONCEITOS

Normas: lei, regra de procedimento ou fórmula porque se deve reger os


elementos de um grupo.

Regulamento: conjunto de normas.

Regulamento interno da escola: documento que tem como objectivo definir o


funcionamento da escola, de cada um dos seus órgãos de administração e
gestão, das estruturas de orientação e dos serviços de apoio educativo, bem
como os direitos e os deveres dos membros da comunidade educativa.

A TURMA LEGISLA: SITUAÇÕES PROBLEMÁTICAS NA


ESCOLA

Por exemplo, se um aluno durante a aula está continuamente a mascar patinha,


a fazer balões e conversar com os colegas, perturbando o exercício do direito à
educação e ao ensino dos outros alunos. Chega-se atrasado às aulas e nunca
faz trabalhos de casa, não respeita as instruções do professor. Em qualquer
dessas situações, está a desrespeitar o regulamento interno da escoa.

Porém, nem sempre é fácil cumprir as regras, sobretudo quando são impostas
por outros, pois queremos libertar-nos afirmar a nossa personalidade, manifestar
as nossas convicções. Assim, é preciso que saibas, se não cumpres as normas,
isolas-te do grupo a que pertences, podendo até colocar a tua vida em perigo.

As normas são necessárias porque formam e orientam os teus comportamentos.


Existem para te ajudar a crescer. Porém, se cumprires as normas sem teres
compreendido de facto a sua função, estás a contribuir para uma falsa h armonia.

AS REGRAS DA COMUNIDADE ESCOLAR E A DEMOCRACIA

Os direitos próprios da vida em comunidade, por exemplo, são todos aqueles


que se baseiam no respeito mútuo: à noite, os condutores não podem buzinar
para não incomodar os outros; não se pode obrigar alguém a pertencer a uma
organização ou partido político que não seja do seu agrado… são direitos que
dizem respeito a necessidades naturais dos seres humanos.
Como cidadão, deves ainda relembrar que, para além da constituição, há
documentos universais, a convenção dos direitos da criança e declaração
universal dos direitos humanos, que estabelecem direitos e deveres para vida
em sociedade.

Participar na vida e gestão da escola para que as intenções da constituição e as


necessidades de uma sociedade democrática seja um facto e não fiquem apenas
em documentos escrito, é um dever e um direito do cidadão.

As regras de conduta na comunidade escolar têm a finalidade de assegurar que


a vida escolar decorre com o sucesso e promover o bem – estar de todos. Não
são imposições com fim de retirar direito aos alunos, mas uma condição
indispensável para se manter o respeito mútuo e a justiça como por exemplo:
esperar pela sua vez de falar, não interromper as explicações dos outros
colegas, colocar o lixo nos lugares apropriados, cuidar dos bens escolar… são
regras que regulam o nosso espírito individualista e nos obrigam a pensar nos
outros, procurando não ofender ninguém, nem destruir ou danificar aquilo que é
dos outros.

As sanções escolares deverão ser justas, punindo os que transgridem as regras.


Mais nenhuma sanção pode ir contra a integridade física e moral da pessoa em
causa, assim como não é justo, por exemplo, punir toda a turma quando não se
conhece o autor de determinada infracção.

As sanções consideradas justas são aquelas que estão relacionadas com a


acção repreensível do aluno. Como punir um aluno que pinta e risca paredes ou
cadeiras na escola? Expulsa-los por alguns dias? Nesse período, nada de útil
fará; porém se a sanção consistir em reparar os danos causados, o aluno toma
consciência das dimensões e das consequências dos seus actos.

Para que os alunos não se sintam injustiçados com as possíveis sanções


escolares, todos devem participar na colaboração das regras e sanções. Ao
indicarem e discutirem prováveis sanções estabelece-se na escola um ambiente
de co-responsabilidade e de maior confiança, estimulando a afirmação de
valores baseados na justiça e no diálogo.

3ªCOMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS


TEMA III: CONVIVÊNCIA, COESÃO SOCIAL E FRATERNIDADE.

A vida em sociedade é feita das relações de fraternidade e harmonia entre


as pessoas. O ser humano é feliz na companhia com os outros, e na comunhão
das ideias e pensamentos com os outros; no entanto devemos ter o espírito de
conviver com os outros e por de parte a desvalorização e a discriminação.
Devemos debater essas descriminações (de raça, sexo, origem, ética, religião
/crenças e deficiência, etc) e adquirir informação para defender as liberdades
individuais.
-Convivência é a acção de conviver (viver em companhia de outro ou outros).
No seu sentido lato, trata-se de um conceito relacionado com a coexistência
pacífica e harmoniosa de grupos humanos num mesmo espaço.

-Fraternidade é um termo oriundo do latim frater, que significa "irmão". Por esse
motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A fraternidade
universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem
sentimentos de afecto próprios dos irmãos de sangue.

-A fraternidade é um conceito filosófico profundamente ligado às ideias de


Liberdade e Igualdade e com as quais forma o tripé que caracterizou grande
parte do pensamento revolucionário francês. "Liberdade, Igualdade e
fraternidade".

Coesão social é um termo da Sociologia que representa política de cooperação


adotada pela União Europeia, por exemplo, que reúne e analisa ações nas áreas
social, econômica e territorial impostas sob regulamento comum para todos.
Coerção Social: é quando o indivíduo sofre pressão, se sentindo obrigado a agir
de determinada forma imposta pela sociedade. Exemplo: seguir um padrão de
beleza estabelecido pela mídia e sociedade. Exterioridade: é quando o indivíduo
age independente de sua vontade. Exemplo: obedecer às normas jurídicas.

UM MUNDO DE DIFERENÇAS

Como sabes a sociedade não é um corpo homogéneo, isto é, dela faz parte
indivíduo que apresentam entre si, diferenças a nível fisiológico, psicológico,
socioeconómico e cultural. Longe de prejudicar a sociedade em que vivemos
esta a pluralidade (diversidade de característica, valores, opinião, etc), é um
facto de enriquecimento cultural, permitindo-nos alargar o nosso conhecimento
sobre o mundo que nos rodeia.

Apesar das diferenças existem entre os vários grupos ou elementos de uma


sociedade, todos os indivíduos fazem parte dela, isto é, só os cidadãos; têm por
isso os mesmos direitos, deveres e privilégios. Se lutarmos pela coesão social,
ou seja, pela união entre todos, estamos a pôr em perigo o exercício de
cidadania.

Como tal, é muito importante pormos fim a comportamentos que revelam


racismo, preconceitos e discriminação relativamente a outros membros da
sociedade.

A TURMA LEGISLA: NÓS QUEREMOS MUDAR O MUNDO

O racismo consiste em crer que certas pessoas são superiores as outras por
pertencerem a uma raça específica, isto é, fazerem parte do grupo de indivíduos
da mesma ascendência e, portanto, com as mesmas características físicas,
como cor da pele e tipo de cabelo. Na realidade, a existências de várias raças
não têm qualquer fundamento biológico, pois só existe uma raça: a raça
humana.

A palavra racismo é igualmente usada para descrever um comportamento


agressivo para com os membros de um determinado grupo pelo simples facto de
serem diferentes.

Os comportamentos e as ideologias racistas provocam insegurança e medo,


degradando a convivência e a coesão na sociedade. Traduzem-se em vários
comportamentos discriminatórios relativamente a um grupo:

▪ Excluir: desprezar o grupo, recompensá-lo menos do que os outros grupos;


▪ Evitar: não falar ao grupo, não querer o encontrar;
▪ Abusar verbalmente: falar negativamente do grupo e não grupo;
▪ Abusar com violência: trocando do grupo, importunando-o, ameaçando-o;
▪ Eliminar: isolando, matando (podendo chegar ao genocídio).
Devemos pôr fim a comportamentos que revelem racismo, preconceito e
discriminação, para os bens das sociedades e para afirmar valores como a paz,
a fraternidade e o respeito mútuo.

MARTIN LUTHER KING: «TIVE UM SONHO…»

Martin Luther King, continua a ser um símbolo de luta Afro – Americana pelos
direitos cívico, horando o nome da não violência, com a sua magnifica e famosa
obra “I Have a Dream” (Eu Tenho um Sonho).

Um sono profundamente enraizado no sonho americano. O meu sonho é de que


um dia, esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado do seu credo:
todos os seres humanos foram criados iguais. É uma verdade inquestionável. O
meu sonho é o de que, um dia nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos de
antigos escravos e filhos de antigos esclavagistas sentarão juntos à mesma
mesa da fraternidade.

Tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado


oprimido pela injustiça e pelo calor da opressão, será transformado numa
liberdade e justiça. Eu tenho o sonho de que, um dia, os meus quatro filhos
viverão num país onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo seu
carácter, (discurso de Dr. Martin Luther King).
4ªCOMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

TERMA IV: COESÃO E DIVERSIDADE SOCIAL

Sabemos, que devemos aprender a aceitar e a respeitar as diferenças de cada


um, valorizando a dignidade humana; cultivar valores a atitudes para a
convivência social; compreender a igualdade de oportunidades é a chave para a
harmonia social; perceber que o diálogo é essencial na vida das pessoas e
compreender a importância de viver bem contigo próprio e com os outros.

DIGNIDADE HUMANA: OS PORQUÊS?

Todos os seres humanos têm características particulares e necessidade que


devem ser respeitadas. A dignidade hu mana é, pois, a grandeza de um ser
humano pelas características que lhe são próprias.

Daí a importância de reconhecermos que somos diferentes mais também iguais.


Compreendemos que todas as pessoas têm o seu valor, mesmo que vivem numa
casa pobre, falem uma língua diferente, tenham outra cor da pele, outra religião,
mesmo que tenham ficado pelo caminho na realização dos seus próprios
projectos. Para se ter dignidade, não é preciso pertencer a uma família rica nem
nascer num país desenvolvido e rico em recursos naturais.

Os laços de solidariedade devem ser amplos, porque a nossa vida está


dependente da cooperação de pessoas que não conhecemos. Como tal, é
importante que dobremos os esforços para colaboramos na melhor das
condições de vida de todos, ajudamos a dizer não às desigualdades e às
injustiças sociais que resultam da má distribuição de oportunidades.

Precisamos de habitação, conforto, paz interior, emprego… de melhorar


condições de vida para termos a nossa dignidade e a nossa auto – estima. Assim
cabe ao Estado redistribuir os bens básicos materiais e não materiais para que
todos possam intervir e melhorar a qualidade de vida dos Angolanos. Não se
trata da repartir dinheiro, nem riqueza, mas atender às necessidades básicas de
todos: a educação escolar obrigatária, o emprego, o salário compatível com os
preços no mercado, a saúde, a igualdade de oportunidades para todos. Só com
a satisfação dessas necessidades os seres humanos se tornam pessoas úteis e
deixam de ser marginalizados, pobres e excluídos.

Quando esta partilha acontecer, vamos descobrir que cada um de nós saberá
utilizar os próprios recursos, fruto do seu trabalho, para melhorar a sua qualidade
de vida, reforçando, assim a sua auto-estima e valor próprio. O bem-estar
económico oferecer-nos prazer verdadeiro quando foi obtido com “o suor do
nosso rosto”.

Comprometendo-se a pôr fim aos obstáculos sociais e a garantir a equidade, as


sociedades, e sobretudo os Estados, constroem a coesão na diversidade.

5ª COMPONENTE: AUTO E MÚTUO CONHECIMENTO


TEMA V: TEMA: SOLIDARIEDADE – BASE DE UMA
CONVIVÊNCIA JUSTA

Reconhecer formas de solidariedade e aprender a resolver conflitos sociais e a


ter atitudes de solidariedade, respeito e tolerâncias são maneiras de viver de
qualquer um, independentemente da sua cor, raça, religião, condição social,
partido político, etc.

O QUE VEJO AO MEU REDOR

Um acto de solidariedade é uma participação construtiva na vida dos nossos


semelhantes. É uma ajuda desinteressada, motivada pelo sentimento de
respeito e amor pelo próximo, É uma responsabilidade pessoal e colectiva por
situações comuns, dando o melhor de si pelo bem – estar dos outros.

Somos solidários quando, por exemplo, participamos voluntariamente em


campanhas de socorro as pessoas necessitadas (depois de um terramoto, ch eia
de inundações...). Mas há outras formas de solidariedades que se tomam
fundamentais com o exercício da cidadania, como a participação no espaço
público e na vida política.

A consciência de que todos direitos a uma vida digna contribui para pôr fim a
preconceitos, atitudes discriminatórias e injustiças.
MANIFESTO PELA SOLIDARIEDADE

Voluntário é todo aquele que, livre gratuitamente cede o seu tempo e o seu
trabalho a uma instituição ou organização, sem esperar receber nenhum tipo de
gratificação por isso. São pessoas que, por motivação pessoal, espiritual, cívico
ou impulso solidário, dedicam parte do seu tempo a projectos e actividades em
benefício da comunidade.

Os voluntários na regra geral são pessoas generosas com disponibilidade,


alegres, dedicadas e com vontade de ajudar os outros. Só assim conseguem
cumprir os objectivos a que se propõem ao serviço da comunidade.

Para os voluntários, é muito gratificante ver reconhecida a sua utilidade e o seu


carácter imprescindível. O voluntário sente satisfação e realização pessoal,
sente-se membro de um grupo, íntegra um projecto colectivo e contacta com
pessoas com interesses comuns.

OS VOLUNTÁRIOS DA AMI

A AMI – Fundação de assistência Médica internacional é uma organização de


ajuda humanitária que conta com o trabalho e dedicação daqueles que trabalham
em regime de voluntariado.

O principal objectivo desta organização é de agir do ponto de vista médico contra


o subdesenvolvimento, a fome e as sequências de guerra, em qualquer parte do
mundo onde a presença de equipas seja único recurso para vítimas.

A AMI organiza missões compostas por equipas de médicos, enfermeiros e


logísticos, todos voluntários, que se deslocam por período de semanas, meses
ou anos, para os países mais carenciados, vítimas de situações de guerra ou de
problemas económicos ou sociais.

As equipas da AMI são, geralmente compostas por profissionais de saúde que


asseguram as intervenções médicas e paramédicas. No entanto, os logisticos
que também seguem em missão podem não ter nenhum tipo de formação
académica.
6ª COMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

TEMA VI: TOMADA DE DECISÃO

A adolescência é uma época de grandes mudanças e, por consequência, de


tomadas de decisões. Por tanto, é preciso aumentar a tua capacidade de decisão
pessoal e de aceitação das decisões dos outros e estar disposto a defender os
teus valores.

EU, E AS MINHAS DECISÕES

Como sabes, há muitas situações de mudanças: mudança de casa, de escola,


de amigos e também mudanças que abrangem o mais íntimo de ti próprio, a
descoberta da sexualidade, a passagem da infância à adolescência.

Cada uma das situações de mudança que abordaste é composta por vários
elementos, que são também várias etapas:

❖ Em primeiro lugar surge o desejo de uma vida melhor: com mais conforto,
mais alegria, mais harmonia, mais responsabilidade e liberdade…
❖ Este desejo de uma vida melhor é sempre acompanhado por desejo de
segurança: ter uma vida mais segura, um emprego bem remunerado, saber
mais coisa, crescer mais e ter mais maturidade para enfrentar os problemas
que vão surgindo no dia-a-dia.
❖ Mas, logo a seguir a estes desejos, surge uma situação de dilema – mudar
ou não mudar? Aqui é preciso saber se deve ou não optar por essa
mudança, pensando os prós e os contras.
❖ Esta situação de dilema, comporta sempre uma situação de risco que pode
vir com a mudança: posso mudar de casa e não gostar do lugar para onde
me mudo, posso desejar mais responsabilidade e depois não ser capaz de
assumir…
❖ E por fim, o último elemento é a tomada de uma decisão: decidir pela
mudança ou contra a mudança.
NEM SEMPRE É FÁCIL ACEITAR OU NEGAR

Decidir é, por vezes, complicado! Quando te depares com várias escolhas,


depois optar por uma que pode não ser teu agrado. Existe, pois, um conflito
dentro de ti.

Porém, se tiveres consciência desse conflito, é possível resolvê-lo mais


facilmente. Aliás, a existência e a resolução de con flitos ajudam-te a crescer.
Quer digas «sim», quer digas «não», o importante são que tenhas
comportamentos positivos e saudáveis.

Ao longo da vida tens de tomar muitas decisões:

✓ Decisões pessoais, mais com repercussões sociais, como, por exemplo,


ser pai ou mãe na adolescência, casar ou não, ter relação sexuais como
prova de amor;
✓ Decisões pessoais, mas com repercussões para a saúde, como ter um ou
mais parceiros sexuais, ter relações sexuais sem o uso de preservativo.

Todas as decisões são naturalmente tomadas por ti, mas acabam por envolver
outras pessoas. Não podem ser tomadas de um dia para o outro muito menos
se sem orientação.

7ª COMPONENTE: AUTUO E MÚTUO CONHECIMENTO

TEMA VII: SEXUALIDADE E COMPORTAMENTOS

O corpo do adolescente passa por uma série de mudanças que não estão sobre
o controlo da sua própria vontade e essa mudança exige dele uma readaptação
do novo corpo que ele ainda desconhece porque perde o seu corpo infantil e um
novo corpo começa a surge, mudando a cada dia.

Cada um deve compreender a sexualidade e deve entender também que a


maternidade e paternidade devem resultar de uma opção voluntária e consciente
e identificar soluções para evitar a gravidez e a maternidade não desejadas e
precoces; e, também, conhecer as diferentes maneiras de expressar
ensinamento sobre a sexualidade.

EU, OS OUTROS E A SEXUALIDADE

A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar um amor, contacto,


ternura e intimidade que integra no modo como nos sentimos, nos movemos,
tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela
influência de pensamentos, de sentimentos, de acções de interacções e, por
isso, influência também a nossa saúde física e moral. (conceito da OMS).

Todos nós desde que nascemos até que morremos, precisamos de estar
próximo de outras pessoas. Esta necessidade é uma das razões que leva a que
muitas das relações familiares e da amizade existam, durem muito tempo e, às
vezes, nunca acabam.

Preciso estar próximo de outras pessoas, pois todos nós gostamos de receber
ternura, de nos sentimos amados e protegidos. Enquanto somos bebés, esta
necessidade maior e é nesta idade que depende totalmente dos adultos que
cuidam de nós.

Com o passar do tempo, a nassa dependência dos outros diminui, vamos ficando
mais independentes, ou seja, pouco a pouco ganhamos autonomia. A
necessidade de estar perto do outro contínuo durante a vida.

A sexualidade vai aparecendo na adolescência e não é só a mudança do nosso


corpo (mudança física e a necessidade de nos reproduzimos). Ou seja, de ter
filhos (a necessidade biológica); é também, sobretudo, mais uma forma de estar
próximo de alguém que escolhemos pelas suas qualidades e com pessoa que
queremos estar, a quem queremos proteger, cuidar e amar e por quem
queremos uma relação romântica.

A sexualidade permite-nos ter também um maior conhecimento de nós


próprios, do que pensamos e sentimos perceber das coisas que gostamos mais
ou e menos, no nosso corpo e na relação que estabelecemos com os outros.
DIFERENTES MANEIRAS DE EXPRESSAR ENSINAMENTOS
SOBRE A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

É na escola que passas grandes do teu tempo. Por isso, cabe também aos
professores orientarem-te nesta fase da descoberta, esclarecendo as tuas
dúvidas e evitando que cresças com ideias erradas sobre a sexualidade.

No entanto, é junto da família que existe a primeira orientação sexual. De facto,


a adolescência é vivida de acordo com a sua cultura (costumes, valores e
crenças) da família a que se pertence, que é responsável por educar a di ferença
e o adolescente no campo da sexualidade. Por isso, quando existem condutas,
que correspondem aos costumes das suas famílias.

EU, A COMUNIDADE E O MINISTÉRIO DA FAMÍLA: OS


ADOLESCENTES PROCURAM SOLUÇÕES
A adolescência é uma fase de transformação e com muitas preocupações, cabe
aos pais ou encarregados de educação conversar com os filhos profundamente
de maneiras a educa-los sexualmente, quando estes atingem a puberdade.
Devem transmitir ensinamentos e demostrar forma de comportamento
relacionado com as novas transformações do corpo. Muitas vezes recorrem a
vários livros sobre a sexualidade, que constituem uma grande ajuda. Devem
saber que se encontram numa idade adulta.

Saber também que ter relações sexuais sem proteção do preservativo pode dar
origem a uma gravidez indesejada ou a uma doença sexualmente transmissível.
Uma gravidez, que tem implicações muito sérias, pode acontecer na primeira
relação sexual, se a rapariga estiver no período fértil, e até mesmo sem
penetração.

RITUAIS E VALORES DA MINHA COMUNIDADE

Todos nós vivemos de acordo com a cultura da nossa sociedade, classe


socioeconómica, filhação religiosa ou grupo familiar. Cada um desses
agrupamentos estabelece as suas normas de vida, expectativas e exigências
relativamente aos seus membros (jovens adultos e velhos).
Duas das características importantes da adolescência são talvez aparecimento
da maturação sexual e o desejo de fazer parte do mundo dos adultos.

Assim, se a cultura do adolescente lhe permite reconhecer os seus impulsos


sexuais, tendo criado respostas para ajudar a lidar com essa descoberta,
proporcionar-lhe uma vivência saudável e consciente e minimiza os problemas
típicos da adolescência.

Se, além disso, a sua cultura lhe permite exercer desde logo as suas
responsabilidades a assumir o papel de adulto, a maturidade do adolescente
ocorre mais cedo.

Em Angola podemos encontrar três padrões relactivos á educação dos


adolescentes. É assim que, em grande parte das culturas angolanas, a iniciação
é (ou era) o processo criado para facilitar a comunicação baseada num conjunto
de ensinamentos relativos á adolescência.

Por exemplo, na Lunda Sul, assim que a jovem se apercebe da primeira


menstruação (em regra, aos 13-14 anos), dá a conhecer a «boa novas» a uma
mulher adulta, de preferência e idade avançada.

Esta mulher torna-se a sua madrinha. A partir desde momento, a jovem entra no
processo de iniciação, denominado por Mukanda. Mukanda é o nome do ritual
da puberdade/adolescência, tanto para as raparigas como para os rapazes. Os
rapazes são submetidos à Mukanda a partir dos 13-14 anos. Neste processo,
transmitem-se aos jovens ensinamentos que vão desde a sexualidade até a vida
social da sua cultura

Na parte Sul (Huila..) encontramos um acto quase semelhança, mais com o


nome de EFICO para mulher em que a mulher é levada para um lugar fora da
família onde lhe vão dar instruções/ensinamentos sobre a vida que tem de levar
na fase adulta, deste conhecimentos sociais até de casamentos e CIRCUNISÃO
para os rapazes, em que nesta fase o rapaz é levado também fora da família lhe
é cortado alguma particularidade do pénis, e lhe é dado ensinamentos de homem
para homem como viver socialmente e como casado.

.
Depois de passarem pela iniciação, que é uma verdadeira escola de
aprendizagem, os jovens são aceites como adultos. Como tal, estes:

• Participam na vida adulta;


• São responsáveis pelas suas horas de tempo livre;
• Cumprem tarefas comunitárias;
• Devem obter parte do seu sustento;
• Obedecem às normas e convecções dos adultos relativas à vida sexual.

8ª COMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

TEMA VIII: RELAÇÕES FAMILIARES

É muito interessante sabermos a importância dos rituais para um bom


funcionamento da família e para um saudável desenvolvimento da criança ou
do adolescente, reconhecer a importância dos modelos paterno e materno,
reflectir sobre as situações problemáticas relacionada com a violência familiar,
reconhecer valores que favorecem a harmonia na família e perceber que o
bem-estar da família passa necessariamente para harmonia familiar.

VAMOS DISCUTIR PROBLEMAS


Os rituais familiares são comportamentos respetivos, simbólicos, interactivos,
que caracterizam a vida de um agregado familiar. São executados de forma
típica por cada família, fornecendo-lhe aquele estilo que permite os seus
vizinhos. Muitas vezes são transgeracionais, isto é, mantêm-se através da
família, sendo trazido pelos avós, que os passam aos filhos e estes por sua vez
aos netos. Os rituais são importantes para manter a coesão da família e reforçam
o sentimento de pertença dos seus membros. Têm funções organizativas
importantes para a vida familiar que conservam e transmitem a identidade da
família.

SITUAÇÕES ASSOCIADAS À VIDA FAMILIAR

Existem três categorias de rituais familiares: as celebrações, as tradições


familiares e as rotinas ritualizadas.
As celebrações familiares: são ocasiões de interação organizada características
de uma cultura, com a larga expressão na comunidade envolvente, por exemplo,
o natal, a páscoa e a passagem de ano. Possuem uma simbólica universal e
estranhamos claramente a família que de alguma forma não os assinala.

As tradições familiares são mais típicas de jantar, ao podendo incluir a forma de


passar as férias, os projectos de aniversários ou refeições especiais. Assinala
de modo característica a vida da família.

As rotinas familiares dizem respeito à hora de jantar, ao deitar dos filhos quando
são pequenos, à forma de convidar amigos para jantar ou a entretenimentos de
fim-de-semana. Variam ao longo do ciclo de vida da família e contribuem para a
definição de papéis intrafamiliares.

CAUSAS E SOLUÇÕES POSSÍVEIS: PROBLEMAS QUE VIVEM


OS ADOLESCENTES
As famílias disfuncionais perderam os rituais e as famílias do futuro, se não se
acautelarem, também os perderão. Uma família onde o álcool ou droga entraram
desorganizou-se a tal ponto que já não há equilíbrio, tempo e espaço para os
rituais. A família apressada dos dias de hoje caminha para uma mudança tão
persistente que já ninguém tem tempo para se olhar. É necessário preservar em
cada agregado os rituais organizadores da vida familiar, que, em cada momento
fazem sentido para os seus membros. As tradições familiares reforçam o papel
de cada um, aclara a identidade e permitem a visão de continuidade ao longo
dos tempos que dá sentido à vida. (Daniel Sampaio, texto adaptado).

O DIVÓRCIO E A AUSÊNCIA DE UMA DAS FIGURAS


PARENTAIS
Quando o amor entre um casal acaba e os conflitos se tornam cada vez mais
frequentes, acontece muitas vezes a separação. Este é o momento difícil da vida
dos filhos, que sofrem muito com a separação dos pais e, por vezes, sonham
durante vários anos com o seu reecontro.
Normalmente, os filhos ficam a viver na casa materna (constituindo uma família
monoparental) e podem perder o habitual contacto com o pai após a separação.
A ausência da figura paterna ou materna tem, pois, grandes consequências no
desenvolvimento dos filhos, que precisam dos dois modelos para crescer
saudavelmente. Quando os pais se voltam a casar, é difícil, para os filhos
aceitarem sem reservas o novo companheiro; se há filhos de um casamento
anterior, o relacionamento entre os vários membros da família nem sempre é
fácil.

As consequências, para a criança ou para o adolescente, da ausência de uma


das figuras parentais podem ser:

• Estado depressivo;
• Agressividade (normalmente exterior à família);
• Problemas de aprendizagem;
• Sentimento de culpa.

A VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA

Existe violência familiar quando há agressão física ou psicológica sobre um


cônjuge, um filho ou outro elemento de agregação familiar. As situações de
violência familiar podem ocorrer em todas as classes sociais, culturas e idades.

Quando falamos de violência na família, pensamos quase sempre naquelas


onde predomina a pobreza e onde há carências económicas assustadoras.
Nesses casos, e como se os maus tratos fossem naturais, adoptamos uma
posição de banalização da violência, que é a principal forma de legitimá-la.

Noutras famílias, a violência é mais subtil. O papel continua a ler o jormal


enquanto a mãe prepara o jantar. Às vezes diz: lavei-te a louça ou tirei-te a roupa
da corda, no favor explicitado. Como se a louça e a roupa são pertença a mulher.
Há casas em que os rapazes são poupados nas tarefas domésticas por mais
que pensam que esses trabalhos prejudicam a virilidade enquanto as irmãs que
juntam às mães num ciclo de disponibilidade doméstica permanente. Noutros
locais de convivência familiar, as conversas dos filhos adolescentes são
escutadas às escondidas pelos pais e irmãos mais velhos, a correspondência é
frequente violada.

São exemplos de uma violência menos visíveis, em famílias cujos membros


estão de costa um para os outros e em que os pais pretendem controlar tudo
que se passa. Vivem na esperança de que se tudo for conhecido e disciplinado,
tudo correrá bem. No fundo, exercem a maior violência de todas: a de quererem
moldar os filhos, afastando-se pouco a pouco.
9ª COMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

TEMA IX: AS RELAÇÕES NA FAMÍLA NO TEMPO DOS MEUS


AVÓS

INQUÉRITO: AS RELAÇÕES NA FAMÍLIA NO TEMPO DOS MEUS AVÓS

Para reconhecermos as relações familiares do tempo dos teus avós. Sugerimos-


te a realização de um inquérito junto das famílias da tua comunidade.

É uma técnica de recolha de dados que serve para conseguir de modo rápido
informações de um grupo de pessoas: alunos de turma, sócios de um clube,
habitantes de uma localidade, camponeses, etc.

Através dos resultados dos inquéritos, podem realizar-se quadros estatísticos.


Em Angola, o instituto nacional de estatística (INS) realiza vários inquéritos à
população e, a partir dos dados que obtém, organiza estatísticas sobre diversos
temas: a situação da criança, o nível de vida da população, o número de crianças
vacinadas, etc. São as estatísticas do INE que servem de base a elaboração de
muitos dos gráficos e quadros estatísticos publicados em vários livros, revistas
ou jornais.

Para realizar um inquérito, é necessário:

• Fazer uma apresentação do inquérito claro e agradável, de modo a


interessar as pessoas de quem queremos reconhecer informações;
• Elaborar uma introdução, em que dás das contas da finalidade do inquérito;
• Formular perguntas cujas respostas não tenham de ser muito extensas;
• Não utilizar palavras ambíguas. Por exemplo, em vez de perguntas «qual é
a sua ocupação?», deves perguntar «qual é a sua profissão?»;
• Construir fichas de tratamento de dados do inquérito, que ajudam a resumir
e classificar informações reconhecidas. Assim, é possível analisá-las de
forma organizada e formular convenientemente as condições.
10ª COMPONENTE: EDUCAÇÃO CÍVICA E DEMOCRACIA
TEMA X: Eu e a cidadania democrática

Os jovens devem apreciar valores para uma convivência que se pretende em


liberdade e reconhecer a importância do exercício da cidadania numa sociedade
democrática.

CIDADADÃO / CIDADANIA

Não é fácil definir a cidadania, porque não é uma coisa palpável, porque não tem
forma nem cheiro, porque pode estar em toda a parte e em parte nenhuma,
porque, no fundo só existe verdadeiramente no espírito e na acção de cada um
de nós. A soma do que cada um faz pensando no tempo e no espaço em que
vive e na forma de torná-los melhor é que conduz á verdadeira cidadania.

A cidadania é afinal o conjunto de muitas coisas que habitualmente nem sequer


relacionamos com ela. É o caso da solidariedade, da tolerância, da cooperação,
da responsabilidade, do civismo, do respeito pela liberdade alheia, da
participação na vida colectiva e do conhecimento rigoroso dos direitos e dos
valores que transforma os indivíduos em cidadãos.

A palavra cidadania é antiga e o conceito também, mas só a alguns anos


começou a estar presente no discurso dos políticos e de outras pessoas com
responsabilidades públicas.

Quando intervéns na vida associativa da tua escola, quando aderes a uma


associação ecologista ou cultural, quando te juntas a amigos e colegas para
dares sentido à palavra «solidariedade», estás a ser já cidadã ou cidadão.

Se conheceres bem os teus direitos e deveres, será mais e melhor cidadão e


não terás medo de autoridade sempre que ela não tiver razão na forma como se
relaciona contigo. No fundo, vais aprender que a tua liberdade começa onde
termina as dos outros e que soma dessas liberdades individuais é que é a
verdadeira base da democracia.

Cidadão é aquele que sabe que tem o direito e dever de ajudar a tornar o seu
país melhor e mais moderno e que sabe também que, para que isso aconteça,
tem de participar, isto é, tem de ouvir a sua voz, a sua opinião, formando
associações exigindo aos sindicatos que defendam os seus interesses, lutando
para que não se respeite a diferença para que se proteja o património, para que
os que têm menos não sejam excluídos só porque estão pobres ou doentes.

EU, OS MEUS ACTOS E AS MINHAS PARTICIPAÇÕES

Ser cidadão é uma forma de participação na vida da cidade, fazendo com que
nenhum problema que seja um verdadeiro problema não seja apenas dos outros
e seja também nosso.

Mesmo que o não possamos. O nosso dever é, enquanto cidadão, juntar


esforços para que esses problemas tenham uma solução. Só depois de termos
tentado, poderemos dizer que não há saída ou criticar os que tentam resolvê-lo
por outras vias.

A cidadania é a base de um velho sonho: o de os homens e as mulheres poderem


estar cada vez mais próximos da igualdade de direitos, e poderem cada vez mais
governar-se a si próprios, em tudo aquilo que depender deles e da sua vontade
democraticamente expressa através do voto e da expressão da opinião.

A pior ameaça da cidadania, é a diferença dos cidadãos perante a vida pública,


a indiferença perante o conjunto de deveres e direitos que fazem deles cidadãos
e a ideia perigosa de que a melhor maneira de se desenvolverem os problemas
é cada um tratar de si e governar-se como pode.

A cidadania é um direito universal e implica que todos os cidadãos, sem qualquer


excepção de raça, credo, sexo, ideologia ou a condição física e psíquica, tenham
os mesmos direitos e iguais oportunidades no acesso à educação, à cultura, à
saúde, ao bem-estar, ao lazer, ao trabalho, etc.

É viver numa cidade sem barreiras de nenhuma espécie, onde todos podem
olhar o presente e o futuro com as mesmas expectativas.

Ergue-te para participares, porque a construção de uma sociedade democrática


depende da participação colectiva dos seus membros junto do poder social.
O poder social tem de fazer valer a vontade geral (a maioria) sobre a vontade
particular (de cada um).

Ajudar a construir o teu país, para que o país te possa ajudar.

11ª COMPONENTE: EDUCAÇÃO CÍVICA E DEMOCRACIA

TEMA XI: Liberdade/liberdades

Deve-se relacionar os conceitos de liberdade e democracia, recordar que a


liberdade só existe se houver respeito por regras reais que convêm a todos,
reconhecer o direito às liberdades de pensamentos, consciência/religiosa e
opinião/expressão e expressar e defender publicamente as tuas próprias
opiniões e valores.

LIBERDADE, UMA CAMINHADA LONGA

A liberdade é a consequência da democracia. É o direito que cada um de nós


tem de exercer as suas faculdades e de decidir e agir segundo a sua convicção
e determinação.

A maior parte dos homens consideram que ser livre consiste em fazer o que se
quiser fazer. Ou seja, satisfazer todos seus impulsos, sem estar sujeito a
qualquer restrição. Esta «Liberdade», porém, não é a do homem que é cidadão.

Viveremos em sociedade é, como tal, o exercício da liberdade só é possível com


o respeito por regras simples, claras e justas: as leis, que, num país democrático,
são concebidas e aperfeiçoadas para garantir o bem-estar de todos os cidadãos.
A liberdade é, ainda, a busca constante de convivência harmoniosa e pacífica e
que não prejudique o interesse comum.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE PENSAMENTO

Segundo a declaração universal dos direitos humanos:

Artigo 18º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção,
assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em
comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto
e pelos ritos.

Artigo 19º

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica


o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio
de expressão.

O intelecto é uma caraterística do ser humano que o distingue de todos os


outros seres. Todo o ser humano tem o direito de pensar livremente e de se
desenvolver intelectualmente, o que lhe permite não só enriquecer-se, mas
também dar um contributo valioso à sociedade em que vive.

A consciência é a parte mais íntima e profunda de nós próprios: é de acordo com


a consciência que formamos as nossas convicções e as nossas crenças acerca
do mundo. Orientados pelas nossas convicções e crenças (religião), pensamos,
decidimos e agimos. A formação da consciência fica limitada quando não temos
possibilidade de criar e manter ou desenvolver relações livres com os outros.

A liberdade de opinião (em casa, na escola, no trabalho ou em qualquer outro


lugar público) é uma forma de exercer a liberdade de pensamento e de
consciência e de contribuir para a resolução de assuntos de interesse comum.
Quando uma sociedade defende ideias democráticas, é desejável que a
liberdade de opinião, seja a base da vida em sociedade. Ao restringirmos a
liberdade de opinião, podemos viver revoltas porque descobrimos que a
sociedade não se coaduna com as aspirações e os valores que defende.

O direito à opinião erguer o direito à informação, pois sem a informação todo o


debate ou análise perde o seu sentido. O uso deste direito exige, porém, que a
informação seja sempre objectivamente verdadeira; a su a obtenção e divulgação
devem respeitar a dignidade, as leis morais e os legítimos direitos individuais.
Temos liberdade de expressão quando podemos trocar ideias com os outros,
independentemente das nossas convicções; manifestar as nossas próprias
opiniões sem medo, em particular ou em público; receber ou dar informação por
meio de reunião, cartas, revistas, jornais, rádio... Vão contra este direito: a
proibição de exprimir as próprias opiniões; a proibição de ler e escrever para
comunicar e conhecer o pensamento dos outros; impedir a crítica; usar os meios
de comunicação a escola para propagar uma única maneira de pensar; escutar
conversas privadas; condenar as pessoas que tiverem a coragem de manifestar
as suas ideias.

12ª COMPONENTE: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

TEMA XII: Saúde sexual e reprodutiva

Sabemos que a saúde é um bem precioso que todos desejamos e devemos


manter. Mas na realidade, mesmo que os adultos alertem os adolescentes sobre
determinados riscos, estes poucos conquistam a sua saúde. As atitudes que
alguns adolescentes apresentam são poucos satisfatórios face à prevenção das
doenças.

O adolescente, deve conhecer as DTS, saber os meios preventivos das DTS,


adquirir conhecimentos sociais sobre o contágio do HIV, saber o quanto é
importante a prevenção da SIDA e tirar as suas duvidas acerca do HIV e da Sida.

Por isso, os adultos alertam os jovens para os cuidados a terem com a sua
própria saúde, estão preocupados com a qualidade de vida dos membros da
nossa sociedade. Isto porque é o bom funcionamento da «máquina humana»
que nos habita e que está em causa. É o bem-estar. É a própria busca de sentido
para viver.

COMPORTAMENTO DE PREVENÇÃO FACE ÀS DTS.

As doenças sexualmente transmissíveis (DST); são infecções que se transmitem


através de algum tipo de contacto sexual.
Nos últimos trinta (30) anos, o comportamento sexual de um grande número de
pessoas mudou substancialmente. Muitos passaram a iniciar a vida sexual mais
jovem, com parceiros variados e que não se conhecem bem. Este
comportamento teve como consequência um aumento das doenças
sexualmente transmissíveis.

O que tornou a situação ainda mais séria foi que, juntamente com essa maior
liberdade sexual, as pessoas não sabiam e não sabem como prevenir as
doenças sexualmente transmissíveis e têm vergonha de procurar um médico ou
de falar com os pais para pedir ajuda. Muitos medicam-se com remédios
indicados por amigos ou farmacêuticos, não curando a doença. Pior do que isso,
tornam o organismo resistente aos antibióticos (quando se toma a dose errada,
o remédio não cura e acaba por perder o efeito).

AS DTS, como são causadas

As doenças sexualmente transmissíveis (DTS) são causadas por organismos


que vivem nas membranas mucosas e macias do corpo humano, isto é, lugares
como boca, os órgãos sexuais e o recto.

AS DTS, são:

1ª O Herpes genital – doença provocada por vírus que afectam os órgãos


genitais e zonas envolventes;
2ª A Candidíase – doença provocada por fungos que se desenvolvem no
ambiente quente e húmido da vagina;
3ª A Gonorreia- infeção das vias genitais provocada por bactérias e que tanto
afecta a uretra do homem como a da mulher;
4ª A Sífilis- doença provocada por bactérias e que origina grandes perturbações
do sistema nervoso e circulatório, podendo provocar a morte;
5ª Hepatite B- doença provocada por vírus que atacam o fígado e que, se não
for tratada, pode provocar a morte;
6ª A Sida- (síndrome da imunodeficiência adquirida) – doença mortal provocada
por um vírus (HIV) que ataca e destrói o sistema imunitário.
UMA ATITUDE ABERTA FACE ÀS DTS

Embora as DTS possam ser contraídas de outros modos, nas relações sexuais
o risco é muito grande e, como tal, deve haver um especial cuidado.

A prevenção destas doenças exige:

➢ Um bom conhecimento do parceiro sexual;


➢ Uma rigorosa higiene intima (nomeadamente ao cuidado de nunca
partilhar com ninguém a escova dos dentes, a lâmina de barbear e outros
objectos de uso pessoal);
➢ O uso de preservativo durante as relações sexuais (mesmo que a parceira
use outro método contraceptivo);
➢ O conhecimento dos sintomas das DTS;
➢ Idas ao médico de forma regular (e tomar vacina, no caso da hepatite B).

Pela sua perigosidade e pela elevada natalidade que provocam, a Hepatite B e


a Sida são as DTS que devem merecer uma maior atenção da nossa parte no
que diz respeito a comportamentos preventivos.

13ª COMPONENTE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

TEMA XIII: Os comportamentos sexuais na comunidade


Quem faz e o que faz?
Os estereótipos sexuais são construções sociais e expressões de atitudes
discriminatórias e intolerantes. Devem ser revistas e evitadas todas as formas
de preconceito entre as pessoas, entendendo que todos têm valor e dignidade,
merecendo respeito.

Ao longo do tempo, a sociedade tem construído valores que estabelecem


comportamentos normais, aceitáveis e esperados para cada sexo: são os
estereótipos sexuais.

Aos homens ensina-se a «masculinidade», isto é, valores relacionados com a


competição, a agressividade, a frieza, a força, a segurança e a independência.
Às mulheres incutem-se valores como a passividade, a delicadeza, a fragilidade,
o recato (Cautela) e a vaidade. Estes valores vão sendo transmitidos de geração
em geração, tendendo a tornar-se, erradamente, verdades inquestionáveis.

No entanto, uma visão demasiado rígida do que é «próprio de um homem ou de


uma mulher» tem efeitos negativos no modo como as pessoas vivem na sua
sexualidade, o seu corpo, os seus comportamentos e os dos outros.

Apesar de, nas últimas décadas, se terem verificado menos desigualdades entre
homens e mulheres, existem ainda condutas e oportunidades diferenciadas para
cada sexo. Muitas das situações problemáticas do nosso dia-a-dia (em família,
no trabalho, na escola...) são, aliás, consequências de modelos sexuais rígidos
e da dificuldade de os questionar de forma crítica.

É muito importante ter e ajudar a ter comportamentos não discriminatórios


relativamente aos dois sexos.

14ª COMPONENTE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E QUALIDADE DE


VIDA

TEMA XIV: Eu e a qualidade de vida

Devemos ter consciência de que o meio ambiente é o património de todos e


assim alterar hábitos pessoais que se tornam prejudicial para o ambiente não é
a forma adequada de cuidar o ambienta. Devemos contribuir para o
desenvolvimento de uma consciência crítica sobre os problemas ambientais e
compreender que os espaços verdes são fontes de bem-estar para todos.
Devemos intervir face às necessidades ambientais.

ESCOLA, ALDEIA, BAIRRO E CIDADE

O ser humano não tem usado a sua capacidade de modificar o meio ambiente
da melhor maneira. Os recursos naturais começam a ficar em risco, o ambiente
está cada vez mas degradado, a reciclagem ainda não faz parte do quotidiano
da maior parte das pessoas, o desperdício e a poluição ainda são uma constante
no dia-a-dia da humanidade.
Esta na hora de cada um de nós começar a tomar algumas medidas, por mais
irrelevante que possam parecer.

Para que as questões ambientais caminhem para a sua solução, é necessário


que cada homem as sinta como suas e que não se limite a ser crítico, mas
contribua, dentro das suas possibilidades, para solucionar ou, pelo menos, para
não as originar.

Com o efeito, muitas soluções poderiam ser evitados se cada um, no seu
comportamento quotidiano, tivesse a solução de salvaguardar a qualidade do
ambiente. Não existiriam, por exemplo, ruas, praias, matas e outros locais
públicos contaminados pelo lixo; haveria respeito pela vida selvagem,
cumprindo-se as leis da caça, pesca e comércio de animais; seria reduzido o
ruído nas ruas sem ser necessária a intervenção da polícia; não se escreveria
nas paredes de edifícios ou de outras construções; evitar-se-ia um consumo
exagerado, fonte de desperdício difíceis de eliminar; haveria poupança de
energia, etc., etc.( Elisa Vila Nova).

O COMEMORAR TAMBÉM SE APRENDE


O dia do ambiente aproxima-se, mas, no bairro em que se encontra a nossa
escola, estão a ser destruída muitos espaços verdes... os poucos jardins que
existem estão secos, o bairro é grande e há muito poucas árvores. Já repararam
que nos poucos espaços verdes as plantas morrem por falta de água?

Para recuperares o espaço verde do bairro em que se encontra a tua escola,


realiza um trabalho de projecto de intervenção ambiental, que obedece, pois, à
seguinte estrutura:

. Identificação e descrição completa do problema ou da necessidade detectada.


. Apresentação de uma proposta sucinta para resolver o problema ou satisfazer
a necessidade.
. Realização de uma investigação sobre a melhor forma de alcançar os objectivo
propostos. A procura de respostas e a apresentação das ideias devem ser
criativas e bem fundamentadas. Para tal, é necessário observar e recolher
informações (elaborar registo, fazer entrevista, recolher testemunhas, consultar
livros).

. Apresentação das várias propostas de soluções e selecção das que são mas
adequadas à resolução de problemas ou à satisfação da necessidade.

. Concretização do projecto, aproveitando novas oportunidades de reflexão e


aprendizagem relativa à situação de matérias, adequação e reformulação de
ideias, etc.

. Avaliação de trabalho de projecto (na final, mas também ao longo de todas as


actividades).

. Reflexão sobre todo o processo e análise do projecto final face à situação


inicialmente identificada. Que resultados se obtiveram? Os objectivos foram
alcançados?

MENSAGEM FINAL
AJUDA A NATUREZA
Não destrua os bens que a natureza coloca ao teu dispor. Ajuda a viver num
ambiente saudável.

Coopera com a floresta, porque ela coopera com a tua qualidade de vida, na
produção da madeira, cortiça, resinas e fibras para inúmeros produtos que
usamos no dia-a-dia.

Coopera com a floresta, porque dela abriga milhares de espécies, animais e


vegetais.
Cuidar da floresta é preservar um valor que também é teu.

A árvore genealógica é uma representação das pessoas que tiveram


participação na existência de uma pessoa ou família, ou seja, é o histórico que
levanta dados sobre os ancestrais dos mesmos de forma que fiqu em conhecidas
as conexões estabelecidas entre esses. Normalmente coloca-se o nome do
ancestral mais antigo de que se conseguiu dados e, a partir desse, seus
descendentes até chegar ao membro mais novo da família ou então até na
pessoa que se tem interesse.
-Para montar a árvore genealógica é preciso primeiramente descobrir de onde
vieram os ancestrais de uma família, o que pode ser feito buscando a origem dos
sobrenomes do pai e da mãe de um indivíduo. Posteriormente devem ser
anotados os seguintes dados:

➢ Nome completo de todas as pessoas pesquisadas; Data e local


do nascimento das mesmas;
➢ Certidão de casamento, constando data e local;
➢ Certidão de óbito, constando data e local; Informações gerais
sobre cada indivíduo, como profissão, escolaridade, títulos especiais, história
da família no Brasil, origem do nome, do sobrenome e mais.
➢ É importante separar a pesquisa de cada pessoa, por exemplo, do pai, da
mãe, do avô paterno, do avô materno, da avó paterna, da avó materna, dos
tios, das tias, primos, primas e sucessivamente.
➢ É importante saber distinguir o que é fato e o que é fofoca familiar, pois
existem pessoas que transmitem informações deturpadas sobre outras
pessoas, dificultando assim o real conhecimento.

A árvore genealógica é muito importante para as pessoas, pois através delas


pode-se conhecer a origem familiar e ainda descobrir a origem de problemas,
anomalias e doenças genéticas.

1- Honestidade
Um dos valores éticos mais importantes. A forma de ensinar é com paciência
e bom exemplo. Dizer sempre a verdade e ser sincero é um bom começo.
Ensine a criança o conceito de propriedade, se ela pegar o brinquedo do
amiguinho e levar para casa, vá com ela devolver e pedir desculpas.
2- Amor próprio
Ajuda a construir a autoestima e a autoconfiança da criança de que é capaz
de enfrentar situações novas. Elogios e incentivos dos pais são essenciais.
Se ela errou, critique o erro, não a personalidade nem a própria criança.
3- Responsabilidade
Cumpra suas obrigações: chegue no horário e respeite acordos. Maturidade
e responsabilidade não podem ser confundidas com chatice ou caretice.
4- Humildade
Enxergue o gari e o diretor da escola como seus iguais e respeite-os. Ouça
críticas de coração aberto. Admita quando estiver errado e não sinta
vergonha de pedir desculpas. Errar é humano! E aprender com os erros é
uma das maiores bênçãos de vida.
5- Cortesia
Trate todos com educação. Peça licença, diga “por favor” e “obrigado”, sorria
sempre. Sendo gentil, a gente consegue as coisas com mais facilidade.
Sempre que possível, ofereça ajuda. Não custa nada dar uma mão para o
vizinho com as compras de supermercado, né?
6- Otimismo
Tente enxergar o lado bom das coisas. Prefira ver o copo meio cheio, em vez
de meio vazio! Isso é um exercício de vida! Aceite que os conflitos, por piores
que sejam, permitem que a gente cresça. Diga mais SIM do que NÃO.
Procure mais razões para agir, em vez de desculpas para ficar parado
7- Solidariedade
Compartilhe. Divida o que tem com os outros. Quando você doa, o velho vira
novo. Qualquer armário esconde mil coisas que não nos servem mais. E elas
podem fazer outras pessoas felizes, como no dia em que você as comprou
ou ganhou. Ser generoso não custa nada e ainda preenche o coração.
8- Flexibilidade
Balance ao sabor do vento. Ser maleável permite se curvar sem quebrar,
adaptar-se às situações, aguentar a pressão sem perder a elegância. E saber
a hora de ceder não significa covardia ou falta de convicção. É sabedoria!
9- Tolerância às diferenças
É natural que o diferente pegue a criança de surpresa. Cor da pele, altura,
religião, cabelo etc. Mostre que a beleza do mundo está nessas diferenças e
seja exemplo, não falando mal das pessoas na frente dos filhos.
10- Perseverança
Sabia que antes de inventar a lâmpada, Thomas Edison fez inúmeros testes
que deram errado? Se você tem uma ideia e acredita nela, persista! Tenha
força de vontade suficiente para não desistir nos primeiros obstáculos.

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