Você está na página 1de 71

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS DE GURUPI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS E
AMBIENTAIS

ANDRÉ ORATHES DO RÊGO BARROS

ADITIVOS NATURAIS COMO POTENCIAIS SUBSTITUTOS


AO ADITIVO SINTÉTICO EM PRODUÇÃO DE TELHAS DE
CONCRETO

Gurupi/TO
2021
ANDRÉ ORATHES DO RÊGO BARROS

ADITIVOS NATURAIS COMO POTENCIAIS SUBSTITUTOS


AO ADITIVO SINTÉTICO EM PRODUÇÃO DE TELHAS DE
CONCRETO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Ciências Florestais e Ambientais. Foi avaliada para
obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais e
Ambientais e aprovada em sua forma final pelo
orientador e pela Banca Examinadora.

Orientador: Prof. Dr. André Ferreira dos Santos


Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Raquel Marchesan

Gurupi/TO
2021
FOLHA DE APROVAÇÃO

ANDRÉ ORATHES DO RÊGO BARROS

ADITIVOS NATURAIS COMO POTENCIAIS SUBSTITUTOS


AO ADITIVO SINTÉTICO EM PRODUÇÃO DE TELHAS DE
CONCRETO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Ciências Florestais e Ambientais. Foi avaliada para
obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais e
Ambientais e aprovada em sua forma final pelo
orientador e pela Banca Examinadora.

Data de aprovação: _____ / _____ / ___

Banca Examinadora

___________________________________________________
Prof. Dr. André Ferreira dos Santos, UFT

___________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Indara Soto Izquierdo, UFT

_________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Vanessa Coelho Almeida, UFT

Gurupi, 2021
A minha esposa e nossas famílias.
“Sobre o Telhado
flores de castanheira
ignoradas”

- Matsuo Bashō

.
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Federal do Tocantins e ao Programa de Pós-graduação em


Ciências Florestais e Ambientais pela oportunidade de aperfeiçoar o conhecimento e estudos
continuados, correlacionando áreas e influenciando a interdisciplinaridade de áreas. A meu
orientador, Prof. Dr. André Ferreira dos Santos, que me acompanhou nos estudos e pesquisas,
desempenhando seu papel com dedicação e amizade. A minha coorientadora, Prof. Dr.ª
Raquel Marchesan, que participou ativamente em todas as partes de pesquisa à finalização
deste trabalho.
Agradeço à empresa TETO de Gurupi, Tocantins, em especial ao Sr. Rômulo *****,
por seu atendimento, tempo despendido, materiais cedidos e, acima de tudo, pela amizade.
Agradeço a meus pais, Dácio do Rêgo Barros e Leonida Orathes do Rêgo Barros, por
não medirem esforços para proporcionar meus estudos. À minha irmã, Lívia Luiza do Rêgo
Barros, por me acompanhar nas ideias, sonhos e devaneios. A meus gatos, Preta, Gordo,
Cinza, Amarelo e Branco, por seu carinho e entretenimento.
Agradeço especialmente à minha esposa, Raquel Marchesan, por toda sua paciência,
dedicação e amor durante todo o percurso dessa jornada acadêmica e de minha vida.
RESUMO

Visando aumentar a durabilidade e resistência dos materiais cimentícios produzidos a partir


do cimento Portland, novas tecnologias vêm sendo aplicadas com o intuito de melhorar suas
propriedades. O uso de aditivos na produção de telhas de concreto aumenta
consideravelmente a sua resistência, impermeabilização e acabamento. Neste sentido, o
objetivo geral desta pesquisa foi avaliar o efeito da substituição de aditivo sintético por
aditivos naturais, a lignina e o tanino, no desempenho de telhas de concreto com o propósito
de melhorar suas propriedades físicas e mecânicas. As telhas foram produzidas e ensaiadas
na indústria de telhas TETO, situada no município de Gurupi, no estado do Tocantins. Para
realização do estudo, foram determinados seis tratamentos e a testemunha: T1 – Lignina +
Aditivo sintético; T2 – Lignina 2,5%; T3 – Lignina 5%; T4 – Tanino + aditivo sintético; T5 –
Tanino 2,5%; T6 –Tanino 5%. Para cada tratamento foram confeccionadas 75 telhas de
concreto, totalizando 525 telhas. Os ensaios para a determinação das propriedades físicas e
mecânicas das telhas de concreto foram baseados na norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009).
Para a realização dos ensaios aos sete dias de cura, foram separadas 12 telhas de cada
tratamento, seis para os ensaios de absorção e peso seco e seis para o ensaio de carga de
ruptura à flexão. Para o período de cura de 28 dias foram separadas 18 telhas para cada
tratamento, sendo seis telhas para o ensaio de carga de ruptura à flexão, seis telhas para
absorção e peso seco e seis telhas para os ensaios de empenamento e gap. Para a determinação
dos aspectos visuais, todas as telhas produzidas foram analisadas. Em relação aos aspectos
visuais, o único tratamento com aditivo natural que apresentou valor aproximado à 10% foi o
T2 com 10,66% de perdas, podendo ser considerado um valor aceitável. O tratamento T5
apresentou 100% de perdas e os demais tratamentos foram também desclassificados em
relação aos aspectos visuais. Para os parâmetros empenamento e gap, todos os tratamentos,
incluindo a testemunha, encontraram-se de acordo com o estabelecido pela norma, exceto o
T5 que teve índice de perda de 100%. Todo os tratamentos ficaram de acordo com a peso
determinado como padrão pela norma, de 4,3 a 5,00 Kg por telha, ou 40 Kg/m². Para o
parâmetro absorção, o T2 com 5,47% aos sete e 4,77% aos 28 dias de cura, foi o que se
destacou entre os aditivos naturais, ficando atrás somente da testemunha. Em relação à carga
de ruptura à flexão, T2 foi o tratamento que apresentou melhor desempenho tanto aos sete
dias, como aos 28 dias de cura com resistência acima do recomendado pela norma, 241,06
Kgf e 280,28 Kgf, respectivamente. Desta forma, conclui-se que a dosagem de lignina a 2,5%
(T2) é a mais indicada para substituição de aditivos sintéticos em telhas de concreto,
apresentando resultados satisfatórios nos principais parâmetros determinados pela norma. Já o
tanino não é recomendado para utilização como aditivo em telhas de concreto, visto que
afetou de forma negativa parâmetros importantes para a qualidade e segurança das telhas.

Palavras-chaves: Lignina. Taninos. Plastificantes. Carga de ruptura à flexão.


ABSTRACT

Natural additives as potential substitutes to synthetic additives in concrete roof tiles


production. Aiming to increase the durability and resistance of cementitious materials
produced from Portland cement, new technologies have been applied in order to improve their
properties. The use of additives in the production of concrete roof tiles considerably increases
their strength, waterproofing and finishing. In this sense, the general objective of this research
was to evaluate the effect of replacing synthetic additives by natural additives, lignin and
tannin, on the performance of concrete roof tiles in order to improve their physical and
mechanical properties. The tiles were produced and tested at TETO tiles industry, located in
the municipality of Gurupi, in the state of Tocantins. To carry out the study, six treatments
and the control sample were determined: T1 – Lignin + Synthetic Additive; T2 – Lignin
2,5%; T3 – Lignin 5% ; T4 – Tannin + Synthetic Additive; T5 – Tannin 2.5%; T6 -Tannin
5%. For each treatment, 75 concrete roof tiles were made, totaling 525 tiles. The tests to
determine the physical and mechanical properties of concrete tiles were based on the NBR
13858-2 standard (ABNT, 2009). For the tests at seven days of cure, 12 tiles were separated
from each treatment, six for the absorption and dry weight tests and six for the flexural
breaking load test. For the 28-day cure period, 18 tiles were separated for each treatment, six
tiles for the bending breaking load test, six tiles for absorption and dry weight and six tiles for
the warping and gap tests. To determine the visual aspects, all produced tiles were analyzed.
Regarding visual aspects, the only treatment with natural additive that presented a value close
to 10% was T2 with 10.66% of losses, which can be considered an acceptable value.
Treatment T5 showed 100% loss and the other four treatments were also disqualified in
relation to visual aspects. For the warping and gap parameters, all treatments, including the
control, were in accordance with what was established by the standard, except for T5, which
had a 100% loss rate. All treatments were in accordance with the weight determined as
standard by the standard, from 4.3 to 5.00 kg per tile, or 40 kg/m². For the absorption
parameter, T2 with 5.47% at seven and 4.77% at 28 days of cure was what stood out among
the natural additives, only behind the control. Regarding the bending breaking load, T2 was
the treatment that showed the best performance both at seven days and at 28 days of cure,
with resistance above that recommended by the standard, 241.06 Kgf and 280.28 Kgf,
respectively. Thus, it is concluded that the dosage of lignin at 2,5% (T2) is the most suitable
for replacing synthetic additives in concrete roof tiles, with satisfactory results in the main
parameters determined by the standard. Tannin is not recommended for use as an additive in
concrete tiles, as it negatively affected important parameters for the quality and safety of the
roof tiles.

Keywords: Lignin. Tannins. Plasticizers. Bending breaking load.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Telhas de fôrma colonial (a), italiana (b), romana (c), portuguesa (d) e francesa
................................................................................................................................ 19
Figura 2 – Primeira patente de telha de concreto, por Adolf Kroher, 1844 ........................... 20
Figura 3 – Diferentes colorações de telhas de concreto ......................................................... 22
Figura 4 – Aditivos naturais e sintético: A) Tanino, B) Lignina, C) Plastificante ................. 32
Figura 5 – Preparação do traço: A) Misturador industrial, B) dosador de telhas. .................. 33
Figura 6 – Prensagem e corte das telhas ................................................................................ 33
Figura 7 – Telhas acomodadas nas prateleiras móveis para processo de secagem em
estufa. ..................................................................................................................... 34
Figura 8 – Desenforme das telhas dos Tratamentos T1, T2, T3 (com adição de lignina) e
testemunha ............................................................................................................. 34
Figura 9 – Telhas nas baias de cura ....................................................................................... 35
Figura 10 – Desenforme das telhas dos tratamentos T4, T5 e T6 (com adição de tanino) .... 35
Figura 11 – Determinação do peso seco das telhas de concreto. ........................................... 37
Figura 12 – Esquema para determinação do empenamento das telhas .................................. 37
Figura 13 – Esquema para medição do Gap entre as telhas ................................................... 38
Figura 14 – Conformação das telhas para a medição do gap ................................................. 38
Figura 15 – Telhas imersas em água para o processo de absorção e determinação do peso
úmido e do peso seco em balança digital .............................................................. 39
Figura 16 – Ensaio de carga de ruptura à flexão na prensa hidráulica com célula de carga .. 40
Figura 17 – Esquema para aplicação da carga de ruptura à flexão na telha de concreto ....... 40
Figura 18 – Esquema para medição da profundidade do perfil ............................................. 40
Figura 19 – Adesão à forma, desagregação e quebra das telhas ............................................ 44
Figura 20 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a força máxima (Kgf) aplicada para
o rompimento das telhas após 7 dias de cura ......................................................... 50
Figura 21 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a absorção (%) de água após 7 dias
de cura .................................................................................................................... 50
Figura 22 – Correlação entre a absorção (%) de água e a força máxima (Kgf) aplicada para
o rompimento da telha após 7 dias de cura ............................................................ 51
Figura 23 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a força máxima (Kgf) aplicada para
o rompimento das telhas após 28 dias de cura ....................................................... 52
Figura 24 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a absorção (%) de água após 28 dias
de cura .................................................................................................................... 52
Figura 25 – Correlação entre a absorção (%) de água e a força máxima (Kgf) aplicada para
o rompimento da telha após 28 dias de cura .......................................................... 53
Quadro 1 – Quadro de classes de perfil e carga de ruptura a flexão permitida para cada ..... 41
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de cimento Portland conforme a NBR 16697:2018 ................................... 24


Tabela 2 – Delineamento experimental, quantidade de insumos e telhas produzidas ........... 32
Tabela 3 – Defeitos ocasionados pelo desenforme e manuseio das telhas ............................ 42
Tabela 4 – Gap entre as telhas de concreto ............................................................................ 44
Tabela 5 – Análise de variância coeficiente de variação da análise estatística em fatorial ... 45
Tabela 6 – Valores médios, teste de Tukey e Coeficiente de Variação do Peso (Kg) das
telhas ...................................................................................................................... 45
Tabela 7 – Valores médios, teste de Tukey, interação entre os fatores e coeficiente de
variação da Absorção (%) das telhas ..................................................................... 46
Tabela 8 – Valores médios, teste de Tukey, interação entre os fatores e coeficiente de
variação da carga de ruptura à flexão (Kgf) aplicada nas telhas ........................... 48
Tabela 9 – Correlação de Pearson entre os parâmetros analisados para as telhas após 7 dias
de cura .................................................................................................................... 49
Tabela 10 – Correlação de Pearson entre os parâmetros analisados para as telhas após 28
dias ......................................................................................................................... 51
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 17
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................... 17
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 18
3.1 TELHAS DE CONCRETO ...................................................................................................... 18
3.2 MATERIAIS CONSTITUINTES DA TELHA DE CONCRETO .......................................... 23
3.2.1 Cimento Portland ................................................................................................................... 23
3.2.2 Agregados .............................................................................................................................. 25
3.2.3 Aditivos sintéticos ................................................................................................................. 25
3.2.4 Aditivos naturais .................................................................................................................... 27
3.3 PROPRIEDADES DAS TELHAS DE CONCRETO .............................................................. 29
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................... 31
4.1 LOCAL DE PRODUÇÃO E COLETA ................................................................................... 31
4.2 MATERIAIS UTILIZADOS .................................................................................................... 31
4.3 PRODUÇÃO DAS TELHAS DE CONCRETO ...................................................................... 31
4.4 ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES DAS TELHAS ................... 36
4.4.1 Aspectos visuais .................................................................................................................... 36
4.4.2 Peso seco ............................................................................................................................... 36
4.4.3 Empenamento ........................................................................................................................ 37
4.4.4 Gap entre telhas ..................................................................................................................... 38
4.4.5 Absorção de água................................................................................................................... 38
4.4.6 Carga de ruptura a flexão....................................................................................................... 39
4.5 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................................... 41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 42
6 CONCLUSÃO............................................................................................................................ 54
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 55
APÊNDICE A – DIC EM FATORIAL ......................................................................................... 58
APÊNDICE B – DIC SIMPLES ..................................................................................................... 71
14

1 INTRODUÇÃO

Visando aumentar a durabilidade e resistência dos materiais cimentícios produzidos a


partir do cimento portland, novas tecnologias vêm sendo aplicadas com o intuito de melhorar
as suas propriedades, desempenho e a qualidade final. Esses materiais vêm superando
desafios ambientais com a substituição de seus principais componentes por materiais
reaproveitáveis e sustentáveis como é o caso dos aditivos naturais. O uso de aditivos na
produção de telhas de concreto aumenta consideravelmente a sua resistência,
impermeabilização e acabamento.
Atualmente existem diversos aditivos sintéticos disponíveis no mercado, que
adicionados ao cimento melhoram seu desempenho. Pesquisas realizadas mostraram que o
uso de látex sintéticos como o acetato de polivinila (PVA), copolímeros acrílicos (SAE),
copolímeros de etileno de vinil acetato (EVA) e o copolímero estireno butadieno (SBR), que
são alguns dos polímeros utilizados em concretos e argamassas, apresentaram melhoras
significativas nas suas propriedades, principalmente de resistência e durabilidade. Porém, em
alguns casos os mesmos apresentam como principal desvantagem o alto teor de toxidade ao
meio ambiente.
Segundo Brito (2011) produtos produzidos a partir de materiais poliméricos não
biodegradáveis, advindos de fontes fósseis, são considerados um problema devido ao
gradativo número de descartes sem um fim adequado, e ao longo período de degradação
desses materiais no meio ambiente. Indústrias e pesquisadores vêm buscando opções para
minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo descarte inadequado de produtos
fabricados com polímeros sintéticos. Dentre as alternativas estão o reaproveitamento e a
reciclagem, práticas que vêm aumentando com o tempo. Recentemente a fabricação e
emprego dos biopolímeros biodegradáveis surgem como mais uma alternativa, que, devido
sua viabilidade técnica e econômica, oferece grande potencial de expansão.
Os biopolímeros são polímeros ou copolímeros produzidos a partir de matérias-primas
de fontes renováveis como as advindas de espécies florestais madeireiras e não madeireiras.
Dentre eles destacam-se a lignina extraída de processos químicos para a produção de celulose
e o tanino extraído de cascas de gêneros como o Eucalyptus e a Acacia para a curtição de
couro. Esses biopolímeros podem apresentar grande potencial aglomerante e adesivo,
podendo substituir os polímeros sintéticos em diversos usos como na construção civil na
produção de concretos e argamassas.
15

A lignina Kraft é obtida do licor negro de fábricas de polpa celulósica pelo processo
Kraft. Suas propriedades são específicas do processo de extração e irão afetar negativa ou
positivamente as propriedades dos produtos em que será adicionada. A utilização de lignina
kraft como aditivo é bastante promissora, devido ser uma macromolécula que faz parte da
constituição química da madeira e atua na adesão de partículas. No entanto, existem poucos
trabalhos relacionados ao tema (STEVENS; GARDNER, 2010; BERGHEL et al., 2013).
A lignina possui uma estrutura complexa com unidades monoméricas que não se
repetem de modo regular, como em outros polímeros. É o segundo polímero natural mais
abundante conferindo aos tecidos vegetais a rigidez, impermeabilidade e resistência à ataques
de agentes xilófagos. Nos processos de cozimento da madeira e de precipitação da lignina,
ocorrem mudanças na sua estrutura, desta forma, nenhum método de isolamento da lignina
permite obtê-la da maneira como se encontra nos vegetais, e essa mudanças na sua estrutura
acabam interferindo diretamente nas aplicações finais (BERGHEL et al., 2013).
Segundo Vishtal; Kraslawiski (2011) e Doherty et al. (2011), Apesar de seu potencial
a lignina como matéria-prima para conversão química ainda é subutilizada pela indústria. A
maior parte da lignina kraft produzida é queimada para geração de energia, principalmente em
fábricas de celulose. O biorrefinamento de matérias-primas naturais é uma abordagem
promissora para promover o uso mais amplo da lignina, como aditivo para adesivos,
concretos, entre outros. Segundo Doherty et al. (2011) o desenvolvimento de produtos de
valor agregado a partir da lignina melhorará muito a economia na produção produtos a partir
da biomassa, além de aumentar a sustentabilidade dos recursos naturais e melhorar a
qualidade ambiental, reduzindo o efeito estufa e as emissões tóxicas.
Os taninos são extrativos utilizados desde a antiguidade para curtir couro e a um longo
período vêm sendo empregados na indústria de vinhos e na fabricação de adesivos e
preservativos para madeira. Em alguns países, como a Austrália e África do Sul, são usados
há algum tempo em escala comercial (PIZZI e MITTAL, 2017).
Segundo Zhou; Du (2019) o tanino é extraído de materiais naturais sustentáveis e é
amplamente utilizado para preparar adesivos de resina de tanino devido à sua estrutura
fenólica de ocorrência natural. Os taninos podem ser categorizados como tanino hidrolisável
ou tanino poliflavonóide condensado. Este último é um dos principais objetos de pesquisa de
adesivos para madeira e responde por 90% da produção global de taninos. Porém, ainda não
existem estudos da sua utilização como aditivos para concreto.
Neste sentido o objetivo desta pesquisa é desenvolver um novo tipo de telha de
concreto para a construção civil com adição da lignina e dos taninos (polímeros naturais) à
16

sua composição, com o intuito de determinar se suas propriedades se assimilam aos polímeros
sintéticos, visando melhorar o desempenho das telhas e diminuir o impacto relacionado a
toxidade e degradação quando descartadas no meio ambiente.
17

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa foi avaliar o efeito da substituição de aditivo sintético
por aditivos naturais, lignina extraída do gênero Eucalyptus e o tanino extraído do gênero
Acacia, no desempenho de telhas de concreto com o propósito de melhorar suas
propriedades físicas e mecânicas.

2.2 Objetivos específicos

1. Produção de telhas de concreto com a adição dos aditivos naturais lignina e tanino
em substituição ao aditivo sintético plastificante;
2. Análise dos aspectos visuais das telhas produzidas: quebra, desintegração e outros
defeitos;
3. Ensaios físicos das telhas: peso seco, empenamento, gap e absorção de água;
4. Ensaio mecânico das telhas: carga de ruptura à flexão.
18

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Telhas de concreto

A principal função das edificações é a proteção do ser humano quanto às intempéries,


em seus fechamentos de piso, contra amenidades do solo, verticais, fechando-se ao contato
direto com o exterior e sua cobertura, contra insolação, chuva e demais fatores naturais
(ZEVI, 1996).
Os primeiros abrigos do ser humano traziam tipologias diversas a depender de sua
região, clima e época, podendo ser completamente construída, ou parcialmente, tomando
encostas, pedras ou até mesmo cavernas como parte do abrigo, mas todos possuem em
comum a cobertura, natural ou não, sendo esta um dos principais elementos construtivos para
se classificar uma edificação como habitável (BENEVOLO, 1983).
A cobertura da edificação, portanto, tem como sua função principal a proteção no
plano horizontal superior contra radiação solar e demais fenômenos da atmosfera, oferecendo,
segundo Sampaio et al. (2011), conforto térmico e acústico, consequentemente otimizando o
consumo energético das edificações.
Segundo Benevolo (1983) e Glancey (2007), na antiguidade, para sanar a necessidade
da temperatura estável dentro dos abrigos, as coberturas eram confeccionadas de materiais de
fácil acesso local e sem um processamento adequado; colmo, casacas de árvores, folhagem,
palha, peles de animais. A cobertura, portanto, não era duradoura, mas de conformidade com
o estilo nômade do princípio da humanidade. Quando estabelecidos os primeiros pontos fixos
de moradia, uma habitação propriamente dita, vê-se a necessidade de aprimorar o método
construtivo, principalmente no que diz respeito à coberturas, trabalhando com novos
materiais, cada vez mais duradouros ou com finalidade específica, como madeira, argila
cozida, ardósia, cobre e outros metais; a experimentação desses diversos materiais no decorrer
da história envolveram a percepção das condições térmicas e acústicas que cada material
proporcionava, além de sua produção, custos e instalações.
Nos países tropicais, sobretudo na américa do sul, com abundância de bons solos
argilosos, foram introduzidos pelos europeus as telhas de barro de estilo capa-canal, uma
fôrma única montada com cunha para cima (canal) e encaixada outra com cunha para baixo
(capa), que pode ainda ser encontrada em seu original em diversas edificações coloniais ou
novas, no mercado atual (FILHO, 2006).
19

No Brasil, quando se trata de telhas, o primeiro pensamento ainda é a de telhas de


barro, pois estas foram as mais utilizadas em centenas de anos, com uma gama de moldes e
modelos disponíveis no mercado a muitas décadas, como demonstrada na Figura XX, as
telhas de fôrma colonial, italiana, romana, portuguesa, francesa dentre outras
(VALCARENGHI e PIOVESAN, 2011). No entanto, a partir dos anos 80 as telhas de
concreto surgem no mercado nacional e ganham cada vez mais mercado, chegando a atingir
preferência acima de 20% à tradicional telha cerâmica em estados do sul e centro-oeste até
meados dos anos 2000 (LUIZ et al., 2019).

Figura 01 – Telhas de fôrma colonial (a), italiana (b), romana (c), portuguesa (d) e francesa
(e).

Fonte: Autor (2021)

Segundo Neville (2015, é chamada de concreto a mistura de materiais rochosos em


forma de pó que, ao entrarem em contato com a água, solidificam-se. O concreto de cimento
Portland, por sua definição, é a mistura do cimento, água e seus agregados. Cada "receita" de
argamassa envolve diferentes agregados, quantidades de cimento e água e uso ou não de
aditivos. Para telhas de concreto, também chamadas de telhas de cimento, é utilizada uma
argamassa específica que envolve o cimento, água, agregado miúdo (areia) e aditivos para
melhorar sua plasticidade, resistência e absorção.
A primeira telha de concreto originou-se na Alemanha, com patente de Adolf Kroher
de 1844. Kroher encontrara uma fonte natural de cimento em seu vilarejo na Bavaria e decidiu
então utilizar do material para a confecção de diversas formas de talhas, sendo às de formato
de losango (diamante) as preferidas, sendo amplamente utilizadas no sul da Alemanha e
Áustria, principalmente nas edificações das ferrovias (ALLEN et al., 1994).
20

Figura 02 – Primeira patente de telha de concreto, por Adolf Kroher, 1844.

Fonte: Allen et al. (1994)

A produção de telhas de concreto utilizava prensagem manual até o ano de 1919,


quando fora construída a primeira máquina de prensagem mecânica, na Dinamarca, conforme
Da Silva e Da Silva (2019). A máquina era composta de uma esteira, onde eram dispostas as
formas de ferro fundido. No início da esteira, as formas eram besuntadas com óleo, passando
na sequência por baixo de um dispenser de argamassa de concreto. Já em 1925, na Inglaterra,
a mesma máquina fora aprimorada, com a introdução da prensagem também mecânica. Em
1930, ainda na Inglaterra, o sistema de prensagem foi substituído pelo de extrusão, sistema
utilizado na maioria das fábricas de telhas de concreto até hoje, com as devidas melhorias e
novas tecnologias.
No Brasil, as telhas de concreto começaram a ser produzidas somente a partir de 1976,
com implantação da primeira fábrica de telhas de concreto em São Paulo (DA SILVA e DA
SILVA, 2019)
Em 1997 foi publicada a NBR 13858-1 e NBR 13858-2, as primeiras normas sobre
telhas de concreto no Brasil pela ABNT, sendo revisada no ano de 2009, principalmente nos
aspectos de resistência, vigente até então.
21

Para a norma, a telha de concreto é um componente para cobertura com forma


essencialmente retangular e perfil geralmente ondulado, composto de cimento, agregado e
água, aditivos ou adições, fornecido na cor natural ou colorido pela adição de pigmento
(ABNT, 2009).
Atualmente, existem diversos modelos de telha, podendo cada fábrica adotar uma
forma própria e até mesmo patentear seu design. As mais comuns apropriaram-se dos
formatos tradicionais das telhas cerâmicas, com preferência para as similares à romana, com
encaixe direto, já que estas apresentavam aceitação garantida no mercado.
A telha de concreto, por algumas décadas, era refutada por grande parcela da
população por conta da ideia disseminada de ser muito mais cara, esquentar demais e ter peso
superior às cerâmicas tradicionais, gerando ainda mais custo na estrutura da edificação. Tais
fatores eram apontados muito mais como especulação das demais indústrias cerâmicas, que
viam no novo material um potencial concorrente, disseminando informações sem os devidos
estudos e aplicação prática.
A telha de concreto tradicional pode reter mais calor que as telhas de argila, mas temos
de levar em conta a região onde estas serão empregadas, sendo este um fator positivo em
regiões frias ou com baixo nível de insolação. A cor das telhas de concreto, por outro lado,
tem grande influência quando ao aquecimento em comparação com o próprio material; telhas
mais escuras absorvem a radiação solar enquanto as mais claras as repelem. Isso faz com que
o corpo da telha receba e estoque o calor em maior ou menor tempo. O aquecimento
provocado pelas telhas de concreto acontece pela irradiação do corpo aquecido para dentro do
ambiente diretamente protegido, o que pode ser resolvido se separado do corpo habitável da
edificação (forro).
Com um telhado ventilado, ou projetado corretamente, o aquecimento das próprias
telhas não é um fator preponderante no quesito térmico de uma edificação, sendo apenas
contraindicado no caso de cobertura direta aparente em local de ampla insolação e regiões
quentes.
Quanto ao peso próprio das telhas de concreto em comparação com as telhas
cerâmicas, a estrutura total de uma edificação sofrerá sobrecarga, mas não o suficiente para
que acarrete altos custos ou necessidade de grandes reforços estruturais. A maioria das
estruturas de coberturas, sejam elas de madeira ou ferro, que antes comportavam telhas
cerâmicas, podem ser utilizadas para a reposição por telhas de concreto, devendo-se ater mais
à questão da galga e inclinação que propriamente a projeção de cargas diretas.
22

As telhas de concreto conquistam mais ainda espaço no mercado após a implantação e


expansão de várias fábricas no território nacional, contando no ano de 2018 com
aproximadamente 60 fábricas e capacidade de produção de 60 milhões de telhas por mês, 50%
a mais que a década anterior (ABCP, 2018). As fábricas de telhas de concreto ocupam menos
espaço que as tradicionais olarias e cerâmicas, além de não gerar CO2 pela queima de insumos
para cozimento, vez que a cura das telhas de concreto se dá diretamente na estocagem por
reações químicas do próprio material, na pega do concreto.
Em termos de resistência, as telhas de concreto sobressaem às de cerâmica, já que
apresentam resistência mínima de ruptura de 240 quilogramas-força de acordo com a NBR
13858-2 (ABNT, 2009) enquanto as peças cerâmicas contam com apenas 130 quilograma-
força conforme a NBR 15310 (ABNT, 2009). Quanto a sua resistência ainda, é favorável em
regiões de insolação e chuva sazonal, pois o ressecamento por longos períodos das telhas
cerâmicas tentem ocasionar fissuras e perda de resistência quando molhadas abruptamente,
ocasionando o aparecimento de goteiras e peças rachadas mais facilmente. As telhas de
concreto, por sua vez, adotam em sua fabricação a incorporação de aditivos que aumentam a
resistência e impermeabilização das peças, tornando a manutenção do telhado muito menos
frequente.
Quanto à estética, a telha de concreto se sobressai às demais pela versatilidade de
coloração na própria massa de concreto, conferindo tons diversos diretamente na fabricação,
além de poder receber pinturas e outros tratamentos.

Figura 03 – Diferentes colorações de telhas de concreto.

Fonte: AECweb (2021)

O ponto negativo das telhas de concreto em contraponto às cerâmicas é seu custo,


atingindo um valor de até 78% superior. Mesmo se levada em consideração a questão custo-
benefício, muitos usuários preferem o menor gasto na hora da execução da obra, abstendo-se
23

de quesitos estéticos e funcionais quanto durabilidade e manutenção a longo prazo. Há ainda


grande aceitação no mercado imobiliário pelo fato do valor agregado à edificação como um
todo, sendo então considerada uma cobertura mais “nobre” que as demais.
Pela tipologia o material, seu processo de cura padronizado e mistura de matéria
prima homogênea, as telhas de concreto apresentam em larga escala uma uniformidade muito
maior que as telhas cerâmicas, que sofrem muito mais diferença entre lotes por conta de sua
matéria prima e cozimento, sendo hoje as telhas de concreto uma das preferidas em
construções de casas seriadas e de conjuntos populacionais, como os programas Minha Casa
Minha Vida.

3.2 Materiais constituintes da telha de concreto

3.2.1 Cimento Portland

É comum, ao se tratar de cimento, fazer referência ao Cimento Portland. O cimento


em si foi originado a cerca de 4500 anos, quando se utilizava uma mistura de gesso calcinado
para fazer liga de blocos no Egito antigo. As grandes obras gregas e romanas eram
construídas com o auxílio de solos de origem vulcânica da ilha grega de Santorino ou da
região de Pozzuoli, na Itália, que endureciam ao contato com água. Foi somente em 1756 que
obteve-se alta resistência de uma argamassa colante por meio de calcinação de calcários
moles e argilosos em experimentação realizada pelo inglês John Smeaton.
Em 1824, o arquiteto britânico Joseph Aspdin aprimorou as técnicas já utilizadas de
calcificação e queimou o calcário e argila transformando-os em pó fino. A mistura seca em
pó, quando em contato com a água, apresentava características de dureza tão quanto as pedras
usadas na construção civil da época. A mistura era também, após solidificada, insolúvel em
água, apresentando durabilidade e robustez semelhantes às rochas da Ilha de Portland, na
Inglaterra, sendo então batizada e patenteada com tal nome.
O cimento é feito pela mistura e torrefação de calcário e argila em um alto forno.
Depois de triturados e misturados, passam pelo processo de cozimento e se transformam em
pó, denominado de farinha cru. A farinha cru é resfriada, dando origem ao clínquer,
considerada a matéria-prima do cimento. Em seguida, são adicionados ao clínquer o gesso e
calcário e, a depender do tipo de cimento pretendido, escória (resíduos do processo de
fundição do ferro) e outros sditivos. É efetuada então a nova mistura e trituração até se obter
um pó muito fino, o qual denominamos cimento Portland.
24

Durante o processo de fabricação podem ser inseridos outros insumos, o que


influencia na resistência, tempo de pega, plasticidade ou impermeabilidade do concreto.
Existem vários cimentos Portland no Brasil, sendo que a principal diferença está na
composição e na função de cada um em sua aplicação. Quase todos os cimentos disponíveis
no mercado têm um ou mais tipos de aditivos. Os aditivos são materiais que, quando
misturados com cimento ou concreto em quantidade considerável (superior a 5% em massa),
alteram as propriedades do aglutinante aplicado ao concreto. Esse processo se deve
principalmente à redução dos custos do cimento e às questões ambientais, pois a maioria
desses aditivos são subprodutos industriais.
Cada tipologia de cimento Portland produzida é normatizada e recebe uma sigla de
indicação do tipo de cimento, conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Tipos de cimento Portland conforme a NBR 16697:2018


Denominação Sigla Classe Norma ABNT
Cimento Portland Comum CP I 25, 32, 40
NBR 5732:1991
Cimento Portland Comum com Adição CP I-S 25, 32, 40
Cimento Portland Composto com Escória CP II-E 25, 32, 40
NBR 11578:1991
Cimento Portland Composto com Pozolana CP II-Z 25, 32, 40
(Corrigida 1997)
Cimento Portland Composto com Filler CP II-F 25, 32, 40
Cimento Portland de Alto-Forno CP III 25, 32, 40 NBR 5735:1991
NBR 5736:1991
Cimento Portland Pozolânico CP IV 25, 32, 40
(Corrigida 1999)
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial CP V-ARI 25, 32 NBR 5733:1991
CP I RS
CP I-S RS
CP II-E RS
CP II-Z RS
Cimento Portland Resistente a Sulfatos 25, 32, 40 NBR 5737:1992
CP II-F RS
CP III RS
CP IV RS
CP V-ARI RS
Fonte: NBR 16697 (ABNT, 2018) adapta pelo autor

O cimento mais comum empregado na construção civil e com maior disponibilidade


no mercado é o CP II-E 32. Para o uso nas telhas de concreto, o cimento empregado
normalmente é o CP II, não sendo normatizado pela NBR 13858-2:2009 qual o tipo do
cimento necessário na fabricação de telhas.
25

3.2.2 Agregados

Há pouco tempo, o agregado era considerado um material de particas inertes, disperso


na pasta de cimento, sendo utilizado principalmente por razões econômicas. No entanto, esse
conceito foi reformulado e hoje o agregado pode ser considerado um material de construção
civil, conectado por pasta de cimento para formar o concreto propriamente dito. O agregado
não pode, portanto, ser considerado um material inerte, porque suas propriedades físicas,
térmicas e às vezes químicas podem afetar o desempenho do concreto. A NBR 7211:2009
especifica as características necessárias para se produzir agregados miúdos e graúdos de
origem natural, que são produzidos por fragmentação de rocha ou encontrados de forma
fracionada. Portanto, define areia ou agregado miúdo como areia de origem natural ou areia
produzida pelo britamento de rochas, ou uma mistura das duas, cujas partículas passam por
uma peneira ABNT de 4,8mm e ficam retidas em uma malha de 0,075mm. A mineração típica
de agregados da construção civil é realizada em bancos de areia e pedreiras.
Há ainda vários estudos sobre a reposição parcial de areia como agregado por detritos
da construção civil ou descartes de produção, como a casca de arroz, as cinzas de cascas,
moagem de entulhos, entre outros. Isso se deve muito mais às questões de sustentabilidade
que econômicas, pois o acesso aos agregados miúdos a serem explorados ainda é muito
grande e de forma barata se comparado a outros insumos do concreto, porém causam um
impacto muito maior à natureza.

3.2.3 Aditivos sintéticos

A NBR 11768: 1992 define aditivos como "produtos que, administrados em pequenas
quantidades nos concretos de cimento Portland, modificam algumas de suas propriedades para
melhor adaptá-los a determinadas condições". A importância dos aditivos tem aumentado a
cada ano, pois a contribuição do desenvolvimento e aprimoramento de aditivos é muito maior
do que a do cimento, consequentemente, aditivos novos e avançados desempenham um papel
principal no concreto em contraponto ao cimento.
Embora os aditivos não sejam produtos de baixo custo, seu uso nem sempre representa
um maior custo de produção do concreto, pois podem promover economias no contexto geral
de uma obra ou produto de concreto, como menor necessidade de adensamento, ganho em
tempo de cura e pega do concreto, possibilidade de redução do teor de cimento e até mesmo
aumento da resistência e vida útil das peças e da edificação.
26

No Brasil, ainda existe grande resistência ao uso de aditivos por concreteiras,


produtores de concreto e artefatos de concreto. Alguns dos motivos para essa lenta
disseminação do uso de aditivos no país são: alto custo de alguns tipos de aditivos, grande
variedade de tipos de cimentos disponíveis no mercado, que desempenham papel fundamental
no desempenho dos aditivos quando combinados; Necessidade de realização de ensaios
preliminares para verificação do seu desempenho nas condições de produção, além da natural
prudência na adoção de novas formas de produção e inovações que possam interferir na
principal característica do concreto, ou seja, sua resistência mecânica.
Os aditivos podem ser orgânicos ou inorgânicos, mas a natureza química é sua
principal característica. A classificação é baseada em sua função principal no concreto, já que
os aditivos às vezes têm mais de uma função.
A NBR 11768: 1992 diferencia aditivos como plastificantes e superplastificantes por
reduzir a quantidade de água de amassada possível para se obter um determinado abatimento,
sendo de pelo menos 6% no primeiro caso e pelo menos 12% no segundo caso.
Sabe-se que as propriedades mecânicas do concreto estão diretamente relacionadas à
porosidade (porosidade total e estrutura dos poros) da matriz de cimento. Quando esses poros
estão conectados, a permeabilidade da água e outras substâncias dentro do concreto é muito
facilitada, dependendo da durabilidade do material.
Para a hidratação do cimento Portland, se o acabamento for cutâneo, cerca de 30% em
massa de água (JOLICOEUR et al, 2003). Qualquer água que ultrapasse este conteúdo
resultará em porosidade correspondente na matriz de concreto. Portanto, fica evidente a
importância da utilização de aditivos redutores de água, uma vez que permite atingir a
trabalhabilidade desejada, sem alterar a porosidade da matriz do concreto devido ao excesso
de água.
Normalmente, os plastificantes são comercializados na forma líquida com teor de
sólidos variando entre 30 e 40%, a fim de facilitar e tornar a dosagem automática do aditivo
em fábricas de concreto mais fácil e precisa.
O primeiro aditivo superplastificante foi patenteado já na década de 1930 no Japão,
quando se descobriu que as moléculas de policondensado de naftaleno formaldeído sulfonado
eram excelentes agentes dispersantes para o cimento. Porém, naquela época, não havia muito
interesse especial, pois as resistências exigidas eram baixas e a trabalhabilidade da água podia
ser ajustada. Além disso, o cimento tinha um custo muito baixo, por isso não houve incentivo
econômico para reduzir o seu consumo em particular.
27

Esses dois polímeros, comumente chamados de naftaleno (N) e melamina (M), são
atualmente os mais utilizados como superplastificantes, com destaque para o primeiro.
Também são utilizados superplastificantes à base de lignossulfonatos modificados, ou seja,
lignossulfonatos dos quais foram extraídos de açúcares, que podem ser dobrados, portanto,
efeitos de retardo de pega. Segundo os fabricantes, alguns aditivos plastificantes podem ser
quimicamente à base de lignossulfonatos com menos impurezas ou ainda ter uma combinação
desses subprodutos com outros agentes químicos em sua alimentação. Esses aditivos são
chamados de polifuncionais e sua base química geralmente não é padronizada ou é muito
clara. São classificados como de médio desempenho, entre plastificantes convencionais e
superplastificantes. Este desempenho é conseguido em consequência de poder utilizar um teor
de aditivo superior, sem causar um atraso excessivo na presa e incorporação de ar, uma vez
que não possui tantas impurezas.
Os primeiros materiais usados como redutores de água foram polímeros derivados de
lignina ou lignossulfonatos. São chamados de plastificantes e têm capacidade de redução de
água de 5 a 12% e baixo custo por serem derivados de um subproduto da indústria de papel e
celulose. Alguns aditivos plastificantes também são feitos de ácidos hidroxicarboxílicos e
gluconatos, mas em menor grau.
Os aditivos mais comuns utilizados nas telhas de concreto sãos os plastificantes e os
impermeabilizantes. Atualmente já existem no mercados aditivos 2 em 1, ou seja, com
capacidade de tornar a massa plástica e após a cura, tornar a telha mais impermeável.

3.2.4 Aditivos naturais

3.2.4.1 Lignina

A palavra lignina é derivada da do latim lignum, que significa madeira. É o principal


componente das plantas vasculares tal que, a lignina perde apenas para os polissacarídeos em
abundância natural, contribuindo com 24 a 33% para o peso da madeira seca de coníferas e 19
a 28% em madeira seca de folhosas.
A lignina desempenha várias funções que são essenciais para a vida da planta. Ao
diminuir a permeação de água através da parede celular nos tecidos condutores do xilema, a
lignina desempenha um papel importante no transporte interno de água, nutrientes e
metabólitos. Ele confere rigidez às paredes das células e atua como um aglutinante entre as
células da madeira, criando um material composto que é excepcionalmente resistente à
28

compressão, ruptura e flexão. Também confere resistência à degradação biológica (CORETTI


et al., 1991).
De acordo com um conceito amplamente aceito, a lignina pode ser definida como um
material polifenólico amorfo que surge da polimerização desidrogenativa enzimática de três
monômeros fenilpropanóides, a saber, álcool coniferílico, álcool sinapílico e álcool p-
cumarílico.
A lignina, como dito, é um dos principais constituintes da madeira. As principais
fontes de ligninas são as indústrias madeireiras, como as de papel e celulose. Por causa de sua
estrutura e de algumas propriedades intrínsecas, os produtos à base de lignina encontram
aplicações como aglutinantes, agentes de tensão superficial, dispersantes, entre outros. O
principal uso de produtos à base de lignina na fabricação de concreto é como mistura química
por meio de aditivos industrializados e sintéticos (CALADO et al., 2018).
Na polpação química comercial de madeira, é realizado o processo reverso do que
encontramos na natureza, para isolar as fibras para a fabricação de papel. No processo, a
madeira é deslignificada por degradação química e sulfonação da lignina em fragmentos
solúveis em água. As ligninas industriais assim obtidas são utilizadas em diversas aplicações,
sendo o maior uso de lignossulfonatos diretamente ligado à construção civil como redutor de
água para concreto. Tanto os lenhososulfonatos de madeiras de folhosas como de coníferas
são amplamente utilizados como redutores de água de baixo custo. Recentemente, produtos de
alto peso molecular produzidos por fracionamento de lignossulfonatos de madeira de
coníferas têm sido usados como redutores de água de médio porte, cada vez mais pesquisas
são necessárias na área de experimentação, adaptação e modificação os lignossulfonatos para
uso como superplastificantes (MULLICK, 1996).
Os lignossulfonatos de sódio e cálcio são os retardadores mais comumente usados para
o concreto. Eles são eficazes com todos os cimentos Portland e geralmente são adicionados
em concentrações de até 2%.

3.2.4.2 Tanino

A palavra "tanino" tem sido vastamente usada para definir duas classes diferentes de
compostos químicos de natureza principalmente fenólica: taninos hidrolisáveis e taninos
condensados. O primeiro, incluindo castanha, extratos de myrobolans (Terminalia e
Phyllantus) e dividevi (Caesalpina coraria), são misturas de fenóis simples, como pirogalol e
29

ácido elágico, e de ésteres de um açúcar, principalmente glicose, com ácidos gálico e digálico
(PIZZI, 2008).
Eles podem e têm sido usados, com sucesso, como substitutos parciais do fenol na
fabricação de resinas de fenol-formaldeído. Seu comportamento químico é análogo ao de
fenóis simples de baixa reatividade ao formaldeído, e seu uso moderado de substitutos de
fenol nas resinas mencionadas não apresenta deficiências. Sua falta de estrutura
macromolecular em seu estado natural, o baixo nível de substituição de fenol e sua baixa
produção em nível mundial diminuem um pouco seu interesse químico e econômico.
Os taninos condensados, ao contrário, constituem mais de 90% da produção mundial
total de taninos comerciais, produzindo mais de 350.000 toneladas por ano. Estes são química
e economicamente mais interessantes para a preparação de adesivos e resinas. Taninos
condensados e seus precursores de flavonoides são conhecidos por sua ampla distribuição na
natureza e, particularmente, por sua concentração substancial na madeira e na casca de várias
árvores.
Taninos têm sido usados como adesivos na África do Sul, Austrália, Zimbábue, Chile,
Argentina, Brasil e Nova Zelândia. Estes apresentam algumas limitações, como a baixa
resistência coesiva e à umidade, que podem ser reduzidas com a adição de resinas como a
ureia-formaldeído, fenol-formaldeído e resorcinol. Além disso, a qualidade deste tipo de
adesivo pode sofrer interferência de componentes químicos não fenólicos (gomas, açúcares,
aminoácidos, pectina) e por componentes químicos empregados na extração do tanino (PIZZI
e MITTAL, 2017).
O uso do tanino como colante já é incorporado em grandes indústrias madeireiras do
cenário nacional, mas seu uso com o concreto ainda é pouco estudado, sendo
predominantemente utilizado como adesivo simples.

3.3 Propriedades das telhas de concreto

As propriedades das telhas de concreto são normatizadas pela ABNT NBR 13858-
2:2009, e trata das propriedades necessárias para um desempenho satisfatório e seguro das
peças da cobertura.
Os aspectos visuais dizem respeito à defeitos que podem ser observados a olho nu nas
peças já finalizadas, não se atendo à estética da telha, mas a seu uso e função, portanto, ao
conferir estes, deve-se assegurar que as telhas de concreto não apresentem defeitos que
tragam prejuízos à sua qualidade, como fissuras na superfície exposta às intempéries, bolhas,
30

esfoliações, desagregações e quebras. O aparecimento de eflorescência, verificada pelo


aparecimento de manchas esbranquiçadas sobre a superfície das telhas, nas telhas não é
considerado prejudicial à sua qualidade (ABNT, 2009).
As telhas de concreto são divididas em classes em função da profundidade de seu
perfil e a carga de ruptura a flexão, variando desde telhas planas, com profundidade inferior à
20mm e carga de ruptura de 1,2kN até de primeira classe, "A", superior a 50mm e carga de
5,4kN.
Quanto aos requisitos físicos da telha de concreto, os principais quesitos são quanto ao
empenamento, absorção de água, peso das telhas, o GAP e a carga suportada, em teste de
ruptura à flexão.
O empenamento é medido com está disposta num plano horizontal, a face inferior para
baixo, não devendo apresentar um afastamento entre seu corpo e a superfície com mais de 1,5
mm. O peso das telhas é determinado anterior à sua saturação. A absorção de água de cada
telha deve ser menor ou igual a 10%, medido conforme a norma, onde obtém-se o peso de
água absorvida sob condições de secagem em estufa e saturação.
O GAP da telha é a medida do vão entre as peças dispostas uma em cima da outra,
pois esta possibilita a criação de uma lâmina de ar necessária para evitar a capilaridade e
permite a montagem de telhados flexionados.
O ensaio de carga de ruptura à flexão é feito aos 28 dias de cura, devendo ser maior do
que os valores postos na norma conforme a classe da telha.
Assim como diversos materiais da construção civil, as telhas de concreto só são
consideradas seguras e satisfatórias se sobressaírem ou igualarem valores em todos os testes,
comprovando as boas propriedades das peças.
31

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Local de produção e coleta

As telhas foram produzidas e ensaiadas na indústria de telhas TETO, situada no


município de Gurupi, no estado do Tocantins.

4.2 Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a produção das telhas foram: cimento Portland tipo I (CP
I); agregado miúdo (areia lavada); água potável; aditivo sintético do tipo plastificante;
aditivos naturais: tanino em pó (Acacia spp.) e lignina ktaft em pó (Eucalyptus spp.) (Figura
xx). Tais aditivos possuem os objetivos de redução da relação água/cimento (A/C) na
confecção das telhas, diminuir a porosidade, melhorar a plasticidade, aumentar a fluidez,
permitindo melhorar a liga dos materiais utilizados nos tratamentos e consequentemente
aumentar a resistência final da telha de concreto.
O cimento, a areia e o aditivo sintético foram doados pela indústria de telhas TETO.
Já, os aditivos naturais como o tanino extraído da Acacia spp foi cedido por uma empresa
localizada em Montenegro no estado do Rio Grande do Sul e a lignina extraída do processo de
produção de pasta celulósica de Eucalyptus spp. foi doado por uma empresa de Celulose e
Papel localizada em Limeira, estado de São Paulo.

4.3 Produção das telhas de concreto

Para realização deste estudo, foram determinados seis tratamentos e a testemunha


conforme delineamento experimental apresentado na tabela 2. Para cada tratamento foram
confeccionadas 75 telhas de concreto, totalizando 525 telhas. Para tal seguiu-se as
recomendações da norma NBR 13858 – 2 (ABNT, 2009) empregando-se a proporções do
traço utilizado pela empresa, adequando somente as quantidades de materiais para diminuir a
quantidade de telhas produzidas. O traço usual é 1:3 de cimento e areia lavada, 1:0,45 de
cimento e água e 2,5% de aditivo em relação ao peso do cimento. A norma NBR 13858 – 2
(ABNT, 2009) estabelece que as telhas de concreto sejam fabricadas a partir do uso de
cimento, agregados e água, sendo conformadas por extrusão. No processo de fabricação
também podem ser utilizado pigmentos, aditivos e adições conforme o anexo H da norma.
32

Neste trabalho, os aditivos naturais (Figura 4) foram empregados na substituição do


aditivo sintético, desta forma partiu-se da mesma proporção utilizada no traço das telhas de
concreto usuais (2,5%) e dobrou-se a quantidade para fins de testar sua eficiência (5%). As
proporções de cimento, água, agregado miúdo (areia lavada) e aditivo sintético seguiu as
proporções usuais da empresa.

Figura 4 – Aditivos naturais e sintético: A) Tanino, B) Lignina, C) Plastificante

Fonte: Autor (2021)

Tabela 2 – Delineamento experimental, quantidade de insumos e telhas produzidas.


Traço da telha de concreto Quantidade de
Tratamentos Aditivo Aditivo Agregado telhas ensaiadas (7
Cimento Água
sintético natural miúdo e 28 dias)
(Kg) (l)
(l) (Kg) (Kg)

Lignina + 22,5 30
T1 0,63 0,63 50 150
Aditivo sintético

T2 Lignina 2,5% - 1,25 50 150 22,5 30


T3 Lignina 5% - 2,5 50 150 22,5 30
Tanino + Aditivo
T4 0,63 0,63 50 150 22,5 30
sintético
T5 Tanino 2,5% - 1,25 50 150 22,5 30
T6 Tanino 5% - 2,5 50 150 22,5 30
Aditivo sintético
Testemunha 1,25 - 50 150 22,5 30
2,5%
Fonte: Autor (2021)

As dimensões das telhas também foram estabelecidas de acordo com a norma e


padronizadas pela empresa com 50 cm de comprimento, 33 cm de largura total, 30 cm de
largura útil, profundidade do perfil das telhas produzidas de 50 mm, peso aproximado de 5 Kg
e peso permitido por metro quadrado de 40 Kg.
Em misturador industrial com capacidade para 100 Kg de cimento, 300 Kg de areia e
45 litros de água, foram adicionados todos os componentes formadores das telhas para serem
33

incorporados da forma mais uniforme possível, sendo primeiramente adicionado o cimento,


em seguida a areia lavada, a água e por fim o aditivo. O traço foi homogeneizado durante
cinco minutos no misturador conforme a Figura 5.

Figura 5 – Preparação do traço: A) Misturador industrial, B) dosador de telhas.

Fonte: Autor (2021)

Em seguida o material passou por uma extrusora que aplica a quantidade adequada e
pré-definida de massa sobre a forma de alumínio e pela prensa sob pressão equivalente de180
Kgf para a formação das telhas (Figura 6). Por fim foram cortadas no comprimento de 50 cm
e acomodadas em prateleiras móveis ainda nas formas, as quais foram levadas para secagem
em estufa por 24 horas em temperatura próxima a 60°C e umidade relativa do ar em torno de
50%, para posterior desenforme e cura em temperatura ambiente (Figura 7).

Figura 6 – Prensagem e corte das telhas.

Fonte: Autor (2021)


34

Figura 7 – Telhas acomodadas nas prateleiras móveis para processo de secagem em estufa.

Fonte: Autor (2021)

Após as 48 horas realizou-se a primeira tentativa de desenforme, em que as telhas dos


tratamentos T1, T2, T3 (com adição de lignina) e testemunha foram desenformadas com
facilidade e levadas para as baias para o processo de cura por sete e 28 dias para posterior
realização dos ensaios (Figuras 8 e 9).

Figura 8 – Desenforme das telhas dos Tratamentos T1, T2, T3 (com adição de lignina) e
testemunha.

Fonte: Autor (2021)


35

Figura 9 – Telhas nas baias de cura.

Fonte: Autor (2021)

Porém, para as telhas dos tratamentos T4, T5 e T6 (com adição de tanino) não se
obteve sucesso na primeira tentativa, pois elas aderiram às formas (Figura 10) e se
apresentaram bastante quebradiças, desta forma optou-se por deixá-las na estufa por mais uma
semana, com tentativa diária de desenforme. Contudo, após esse período, não se constatou
melhora nas características, optando-se pelo desenforme mesmo com um grande percentual de
desagregação. Posteriormente, também foram levadas para as baias para a cura por 28 dias,
pois os sete dias foram atingidos com as telhas ainda nas formas.

Figura 10 – Desenforme das telhas dos tratamentos T4, T5 e T6 (com adição de tanino).

Fonte: Autor (2021)


36

4.4 Ensaios para determinação das propriedades das telhas

Os ensaios para a determinação das propriedades físicas e mecânicas das telhas de


concreto foram baseados na norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009), a qual define os requisitos e
os métodos de ensaios.
Para a realização dos ensaios aos sete dias de cura, foram separadas
aleatoriamente 12 telhas de cada tratamento, seis para os ensaios de absorção e peso seco e
seis para o ensaio de carga de ruptura à flexão. Para o período de cura de 28 dias foram
separadas aleatoriamente 18 telhas para cada tratamento, sendo seis telhas para o ensaio de
carga de ruptura à flexão, seis telhas para absorção e peso seco e seis telhas para os ensaios de
empenamento e gap, totalizando 210 telhas ensaiadas. Para a determinação dos aspectos
visuais, todas as telhas produzidas foram analisadas (Tabela 2).

4.4.1 Aspectos visuais

A norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009) estabelece no item 4 que as telhas de concreto
não devem apresentar defeitos que tragam prejuízos à sua qualidade como fissuras, bolhas,
falhas, desagregação ou quebra. No item 5.5 da referida norma, ainda determina que quebra
de 2% no transporte das telhas não invalida a aceitação do lote. Desta forma a perda de telhas
por defeitos foi verificada contabilizando o número de telhas perdidas na desenforme e
também no manuseio das mesmas nos períodos sete e 28 dias.

4.4.2 Peso seco

O peso seco das telhas foi determinado de acordo a norma NBR 13858-2 (ABNT,
2009). Primeiramente as telhas foram encaminhadas para a saturação em água potável por 24
horas, em seguida foram levadas para a estufa a 105 ±5°C para a secagem até o peso
constante e por fim pesadas em balança digital para a obtenção do peso seco em quilogramas
(Figura 11). O valor limite estabelecido é de no máximo 5,0 Kg por telha ou 40 Kg/m².
37

Figura 11 – Determinação do peso seco das telhas de concreto.

Fonte: Autor (2021)

4.4.3 Empenamento

Para a determinação do empenamento mediu-se apenas as telhas com 28 dias de


cura. Primeiramente, apoiou-se a telha em uma superfície totalmente plana, em um plano
horizontal e com a face inferior voltada para baixo (Figura 12). Após o posicionamento da
telha, fez-se a medida do ponto mais afastado do plano com um pente de folga. Este
afastamento, segundo a NBR 13858-2 (ABNT, 2009) não deve ultrapassar 1,5 mm.

Figura 12 – Esquema para determinação do empenamento das telhas.

Fonte: NBR 13858-2 (ABNT, 2009)


38

4.4.4 Gap entre telhas

Para a determinação do Gap também foram medidas somente as telhas após 28


dias de cura, em que foi medida a folga entre as faces superior e inferior das cristas das ondas
mais altas de duas telhas sobrepostas (Figuras 13 e 14). Esta folga deve ser menor ou igual a 6
mm, porém é importante que exista para possibilitar a criação de uma lâmina de ar necessária
para evitar a capilaridade, ou seja, permitir ventilação entre as telhas (ABNT NBR 13858-2,
2009).

Figura 13 – Esquema para medição do Gap entre as telhas.

Fonte: NBR 13858-2 (ABNT, 2009)

Figura 14 – Conformação das telhas para a medição do gap.

Fonte: Autor (2021)

4.4.5 Absorção de água

Para a determinação da absorção de água pelas telhas, as mesmas foram imersas


em um reservatório com água potável por 24 horas e após esse período, foram retiradas da
água. Removendo-se o excesso de água da superfície, foram pesadas em balança digital com
capacidade para 10 Kg, anotando-se o peso úmido de cada amostra. Em seguida foram
encaminhadas a uma estufa de secagem a 105 ±5°C até atingirem o peso constante.
Novamente as telhas foram pesadas, porém desta vez para a determinação do peso seco
(Figura 15). A absorção foi calculada por meio da Equação 1 não podendo ser maior que 10%
de acordo com a norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009).
39

(1)

Em que,
A = Absorção de água (%)
Pu = Peso úmido da telha após imersão em água (Kg)
Ps = Peso seco da telha após secagem em estufa (Kg)

Figura 15 – Telhas imersas em água para o processo de absorção e determinação do peso


úmido e do peso seco em balança digital.

Fonte: Autor (2021)

4.4.6 Carga de ruptura a flexão

Na determinação da carga de ruptura a flexão, para a aplicação da carga utilizou-se


uma prensa hidráulica com capacidade de 10 toneladas, com célula de carga de 1000 Kgf
(Figura 16). Para o ensaio, seguiu-se as recomendações da NBR 13858-2 (ABNT, 2009)
(Figura 17). Primeiramente as telhas foram imersas em água por 24 horas, após foram
posicionadas uma a uma sobre as duas barras de apoio fixas na prensa, centralizando
transversalmente ao corpo-de-prova à barra de aço articulada. Por fim, aplicou-se a carga
progressivamente e sem golpes e os valores da carga que ficam registrados no leitor digital da
prensa foram anotados.
40

Figura 16 – Ensaio de carga de ruptura à flexão na prensa hidráulica com célula de carga.

Fonte: Autor (2021)

Figura 17 – Esquema para aplicação da carga de ruptura à flexão na telha de concreto.

Fonte: NBR 13858-2 (ABNT, 2009)

A norma estabelece classes de resistência de acordo com a profundidade do perfil da


telha (Figuras 18 e Quadro 1). Como a profundidade do perfil das telhas produzidas é padrão
50 mm, a classe estabelecida para esse estudo é a A, ou seja, a carga de ruptura mínima deve
ser de 2400 N ou 240 Kgf.

Figura 18 – Esquema para medição da profundidade do perfil.

Fonte: NBR 13858-2 (ABNT, 2009)


41

Quadro 1 – Quadro de classes de perfil e carga de ruptura a flexão permitida para cada
classe.

Fonte: NBR 13858-2 (ABNT, 2009)

4.5 Análise dos dados

O experimento foi realizado em delineamento experimental inteiramente casualizado


(DIC) com esquema em fatorial 6 x 2 (cinco tratamentos de aditivos e a testemunha e dois
períodos de cura), desconsiderando o T5 que foi desclassificado por perda total das telhas .
Primeiramente, foi realizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e contatando-se a
normalidade dos dados seguiu-se para a análise de variância (ANOVA) para a determinação
de diferenças significativas entre os tratamentos. Contatando-se as diferenças significativas,
aplicou-se o teste de Tukey para comparação das médias a nível de 5% de probabilidade. O
Sisvar 5.6® foi o programa estatístico utilizado para realizar as análises estatísticas. Para a
determinação dos coeficientes de variação e dos coeficientes de correlação de Pearson foi
utilizada a planilha de Excel®.
42

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação ao empenamento, todos os tratamentos, incluindo a testemunha,


encontraram-se de acordo com o estabelecido pela norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009), não
passando de 1,5 mm a distância do ponto mais afastado da telha, em relação ao plano onde a
telha foi posicionada.
Para o parâmetro aspectos visuais das telhas, os defeitos mais recorrentes foram a
quebra e a desagregação no desenforme e no manuseio, principalmente às dos tratamentos T4,
T5 e T6 (Figura 19). Na tabela 3 é possível visualizar o percentual de telhas perdidas devido
aos defeitos citados acima.
A NBR 13858-2 (ABNT,2009) estabelece que quebra de até 10% no transporte das
telhas não desclassifica, em termos de qualidade, o lote produzido. Neste sentido, somente a
testemunha apresentou-se de acordo com a norma (5,33%).
Dentre os aditivos naturais, o que apresentou valor aproximado à 10% foi o T2
com 10,66% de perdas, podendo ser considerado um valor aceitável; seguido do T3 com
14,67%. Os tratamentos T1, T4, T5 e T6 apresentaram valores muito altos, destacando-se o
tratamento T5, com 100% de perdas. Neste caso, cinco, dos seis tratamentos foram
desclassificados em relação ao requisito Aspectos Visuais.

Tabela 3 – Defeitos ocasionados pelo desenforme e manuseio das telhas.


N° de telhas Adesão N° de telhas Perdas
Tratamentos Desagregação Quebra
produzidas à forma perdidas (%)
T1 - Lignina/Aditivo
75 0 0 25 25 33,33
sintético
T2 - Lignina 2,5% 75 0 0 8 8 10,66

T3 - Lignina 5% 75 0 0 14 14 18,66

T4 -Tanino/Aditivo
75 15 26 12 53 71,00
sintético

T5 - Tanino 2,5% 75 20 40 15 75 100,00

T6 - Tanino 5% 75 14 13 9 39 52,00

testemunha 75 0 0 6 6 5,30
Fonte: Autor (2021)

Uma explicação para o comportamento negativo do tanino nas telhas de concreto


seria sua baixa resistência à umidade, o que é causado pela formação precoce de pontes
43

metilênicas entre longos e rígidos polímeros de flavanóides, que imobilizam a ligação do


cimento com o tanino (impedimentos estéricos). tornando-a então inútil, uma vez que as
distâncias envolvidas na cadeia e a viscosidade previnem a formação de pontes metilênicas
adicionais, causando poucas ligações cruzadas, e consequentemente ligações fracas
(FECHTAL e RIEDL, 1993).
Outra hipótese levantada por Tostes et al. (2004) em trabalho realizado
adicionando o tanino em painéis de madeira, é o seu grande potencial de absorção de água. Os
autores observaram que, quanto maior a quantidade de tanino acrescentada aos painéis, maior
foi o teor de absorção pelo painel, tornando a colagem das partículas mais fraca, fazendo com
que os mesmos perdessem resistência mecânica. Como o cimento depende da água para reagir
e formar ligações fortes que darão origem ao concreto, pode-se concluir que o tanino
consumiu demasiadamente a água da formulação utilizada para a formação das telhas,
afetando assim a relação água: cimento, inviabilizando as reações necessárias para o processo
de cura das telhas. Essa hipótese pode ser confirmada pelo comportamento que o tanino
apresenta quando utilizado para a curtição do couro, em que serve para absorver a umidade
das fibras e evitar a sua degradação.
As ligninas já possuem grande potencial de utilização já comprovado, devido a
presença de diferentes grupos funcionais encontrados na macromolécula. Pesquisas apontam
que podem ser utilizadas como agentes tensoativos, por exemplo os aditivos Lignossulfonatos
que são macromoléculas tensoativas de lignina largamente utilizados da indústria de
construção civil como aditivo plastificante, devido a sua capacidade de dispersar as partículas
de cimento (ALBERTASSI, 2019).
Na forma em que foi utilizada no presente trabalho, a lignina Kraft em pó, mostrou-se
efetiva em diversos aspectos, principalmente no que diz respeito à absorção e carga de ruptura
à flexão (Tabela 7 e 8). Porém, em relação ao parâmetro aspectos visuais, os tratamentos não
atingiram o valor proposto pela norma. Contudo, o T2 teve média aproximada, abrindo espaço
para novos estudos com dosagens mais baixas que 2,5%, visto que algumas pesquisas
sugerem utilizar dosagens de lignina menores que 1% (RIBEIRO, 2020).
44

Figura 19 – Adesão à forma, desagregação e quebra das telhas

Fonte: Autor (2021)

As médias de gap entre as telhas (Tabela 4) também se encontraram de acordo com


valor estabelecido pela norma NBR 13858-2 (ABNT,2009) de até 6 mm, em que todos os
tratamentos e a testemunha, se apresentaram abaixo deste valor, variando de 3 mm até 4,2
mm, exceto o T5 que teve índice de perda de 100%.

Tabela 4 – Gap entre as telhas de concreto.


Média de gap Coef. de variação
Tratamentos Desvio Padrão
(mm) (%)

T1 - Lignina/Aditivo sintético 4,20 0,00 0,00

T 2 - Lignina 2,5% 3,22 0,29 8,87

T3 - Lignina 5% 3,00 0,00 0,00

T4 - Tanino/Aditivo sintético 3,00 0,00 0,00

T6 - Tanino 5% 3,00 0,00 0,00

Testemunha 3,00 0,00 0,00


Fonte: Autor (2021)

Na tabela 5 encontram-se a Análise de variância para os tratamentos Aditivos e


Períodos de cura, a interação entre os dois fatores e o coeficiente de variação para os
parâmetros peso seco (Kg), absorção (%) e carga de ruptura à flexão (Fmáx, Kgf).
Para a interação entre os fatores, nota-se que o parâmetro peso seco foi não
significativo, havendo diferença significativa somente para o fator aditivos. Desta forma
aplicou-se um DIC (delineamento inteiramente casualizado) simples. Já, para os parâmetros
absorção e carga de ruptura à flexão, houve interação entre os fatores, ou seja, o período de
cura afetou os tratamentos com aditivos, desta forma aplicou-se um DIC em fatorial 6 x 2
(seis tratamentos mais a testemunha e dois períodos de cura).
45

Tabela 5 – Análise de variância coeficiente de variação da análise estatística em fatorial.


ANOVA Pr>Fc
FV Peso seco (Kg) Absorção (%) Fmáx (Kgf)
Aditivos 0,0000 * 0,000 * 0,0000*
Período de cura 0,3389 ns 0,5277 ns 0,000*
Aditivos*Período de cura 0,5636 ns 0,000 * 0,0038*
CV (%) 1,51 9,24 9,39
Nota: ns: Não significativo ao nível de 5% de probabilidade; *: Significativo ao nível de 5% de probabilidade; CV (%):
Coeficiente de variação.
Fonte: Autor (2021)

Na tabela 6 pode-se observar as médias determinadas pelo teste de Tukey para o peso
seco (Kg) das telhas no período de cura e para os aditivos. Para a interação entre os fatores e
para o período de cura não houve diferença significativa entre as médias, porém para os
tratamentos com aditivo pode-se observar que houve diferença significativa a 5% de
probabilidade, em que o tratamento T4 apresentou menor peso seco (4,60 Kg) e o T3 e a
testemunha as maiores médias (5,03 Kg). Todo os tratamentos ficaram de acordo com a peso
determinado como padrão pela indústria e pela NBR 13858-2 (ABNT,2009), de 4,3 a 5,00 Kg
por telha, ou 40 Kg/m².

Tabela 6 – Valores médios, teste de Tukey e Coeficiente de Variação do Peso (Kg) das
telhas.
Período de Cura Peso seco (Kg) Pr>Fc
4,86 a
7
(3,27)
ns
4,88 a
28
(4,46)
Aditivos Peso seco(Kg) Pr>Fc
T1 - Lignina/Aditivo sintético 4,84 b
(1,42)
T2 - Lignina 2,5% 4,87 b
(0,76)

T3- Lignina 5% 5,03 a


(2,43)
*
T4 - Tanino/Aditivo sintético 4,60 c
(1,43)

T6 - Tanino 5% 4,86 b
(1,11)

Testemunha 5,03 a
(1,16)
Interação Peso (Kg) Pr>Fc
Período de Cura x aditivos - ns
Nota: ns: Não significativo ao nível de 5% de probabilidade; *: Significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias
seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste Tukey. Os valores entre parênteses
correspondem respectivamente ao desvio padrão e coeficiente de variação (%).
Fonte: Autor (2021)
46

Em estudo realizado por Damasceno et al. (2015) sobre telhas de concreto fabricadas
com diferentes tipos de materiais isolantes, os autores também encontraram valores de acordo
com a norma NBR 13858-2 (ABNT,2009) entre 4,5 e 5,0 Kg.
É de extrema importância não ultrapassar o peso das telhas estabelecido pela norma,
principalmente por metro quadrado, pois pode ocasionar custos adicionais à obra devido ao
reforço das estruturas do telhado e, sobretudo, afetar a segurança do mesmo.
Na tabela 7 são apresentados os valores médios de absorção de água pelas telhas por
tratamento e para a testemunha. Nota-se que houve interação entre os fatores tratamentos e
período de cura, em que somente o T4 ficou fora da especificação da norma NBR 13858-2
(ABNT,2009) de até 10% de absorção, para os dois períodos de cura, sendo a média para os
sete dias de 11,17% e para os 28 dias de 10,64%.
Houve também uma tendência de redução do teor de absorção com o aumento do
período de cura (de sete para 28 dias). Porém, com o aumento da dosagem de aditivos naturais
no traço das telhas (de 2,5% para 5,0%) ocorreu o inverso tanto para a lignina como para o
tanino, ou seja, o teor de absorção aumentou aos 28 dias de cura. Indicando que o a dosagem
ideal para o controle da absorção das telhas é de 2,5% de aditivo natural.
A testemunha apresentou as menores médias de absorção para os dois períodos de cura
(5,67% e 3,77%, respectivamente), seguida do tratamento de T2, com 5,47% aos sete e 4,77%
aos 28 dias de cura. Dentre os tratamentos com os aditivos naturais, novamente o tratamento
com lignina na dosagem de 2,5% destaca-se como o mais eficiente.

Tabela 7 – Valores médios, teste de Tukey, interação entre os fatores e coeficiente de


variação da Absorção (%) das telhas.
Absorção (%)
Período de Cura
Tratamentos
7 28
T1 - Lignina/Aditivo sintético 6,78 cA 6,51 bA
(4,75) (5,85)
T2 - Lignina 2,5% 5,47 dA 4,77 cB
(21,76) (2,87)
T3 - Lignina 5% 6,45 cB 7,75 bA
(6,30) (6,61)
T4 - Tanino/Aditivo sintético 11,17 aA 10,64 aA
(6,19) (7,92)
T6 - Tanino 5% 8,01 bB 9,46 aA
(14,82) (0,25)
Testemunha 5,67 d A 3,77 cB
(9,27) (15,32)
Nota: ns: Não significativo ao nível de 5% de probabilidade; *: Significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias
seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e mesma letra maiúscula na linha não diferem estatisticamente pelo teste
Tukey. Os valores entre parênteses correspondem respectivamente ao desvio padrão e coeficiente de variação (%).
Fonte: Autor (2021)
47

Em trabalho desenvolvido por Fernandes (2017) em que estuda a adição de resíduos


de mármore para a produção de telhas eco-eficientes, o autor encontrou médias para a
absorção entre 7,40% e 9,70%, maiores que os valores encontrados para o T2, porém dentro
do definido pela norma de telhas de concreto. Damasceno et al. (2015), encontraram valores
entre 6,00 e 6,50% para telhas de concreto com diferentes tipos de materiais isolantes,
atendendo o valor estipulado pela norma NBR 13858-2 (ABNT,2009), contudo maior que as
médias encontradas para o T2.
Muhamad et al. (2020) em estudo sobre a adição de cinzas de casca de arroz em
proporções variando de 0 a 20% para a produção de telhas de concreto sustentáveis,
encontraram valores médios para a absorção variando de 4,11 à 15,19%, em que o único
tratamento que apresentou valor acima do estipulado pela norma foi o de 20% (15,19%), os
demais atenderam a norma (0, 5, 10 e 15%). O tratamento com 5% de cinzas foi a que se
mostrou mais eficiente, com média de 4,11%, próxima à encontrada para o T2 (4,77%).
Desta forma se comprova a eficiência da lignina como aditivo para telhas, visto que
diminui o potencial de absorção de água.
Tais resultados são importantes, pois a absorção de água pelas telhas está relacionada
ao nível de porosidade do material, o que pode influenciar diretamente na qualidade da
cobertura, ocasionando infiltrações no telhado. Isso significa que a lignina não afetou a
porosidade das telhas em nenhum período de cura. Porém, é possível afirmar que a adição de
tanino contribuiu para o aumento da porosidade e consequente o aumento da absorção de água
pelas telhas, tanto aos sete como aos 28 dias de cura.
Na tabela 8 é possível observar o comportamento da resistência das telhas à carga de
ruptura à flexão dos tratamentos com aditivos naturais e da testemunha. Para esse parâmetro,
também houve interação entre os fatores tratamento e período de cura, em que a resistência
das telhas aumentou de acordo com o tempo de cura, porém, diminuiu em relação à dosagem
dos aditivos naturais, principalmente para os tratamentos T3, T4 e T6. A testemunha
apresentou maiores médias de resistência aos sete e aos 28 dias, seguido pelo tratamento T2
(lignina 2,5%). Ambos atenderam aos requisitos da NBR 13858-2 (ABNT, 2009) já aos sete
dias de cura.
Os tratamentos com resistências mais afetadas pela adição dos aditivos naturais foram
os com a presença de tanino à composição do traço (T4 e T6), com valores de carga muito
abaixo do recomendado pela norma para o perfil de telha produzido (50 mm; 240 Kgf),
encontrando-se entre 31,77 Kgf a 52,56 Kgf aos 28 dias de cura, sendo o tanino
48

desclassificado como potencial aditivo para telhas de concreto, não somente pelo parâmetro
resistência à carga de ruptura à flexão, mas também pelo parâmetro aspectos visuais, em que
apresentou valores altos de perdas por quebra e desintegração, resultado este que já predizia a
baixa resistência das telhas.
Em relação aos tratamentos com presença de lignina nos traços (T1, T2 e T3), somente
o T3 não atendeu a norma aos sete e 28 dias de cura, com média de 200,06 Kgf aos sete dias e
225,56 Kgf aos 28 dias. O tratamento T1 adequou-se a norma aos 28 dias de cura, com valor
acima do recomendado (274,6 Kgf) e o T2 foi o tratamento que apresentou melhor
desempenho tanto aos sete dias, como aos 28 dias de cura com resistência acima do
recomendado pela norma, 241,06 Kgf e 280,28 Kgf, respectivamente. Esse resultado reafirma
o potencial da lignina como aditivo para telhas de concreto na dosagem de 2,5%, visto que
atingiu praticamente todos os requisitos da norma para telhas de concreto.

Tabela 8 – Valores médios, teste de Tukey, interação entre os fatores e coeficiente de


variação da carga de ruptura à flexão (Kgf) aplicada nas telhas.
Carga de ruptura à flexão (Kgf)
Período de Cura
Tratamentos
7 28
T1 - Lignina/Aditivo sintético 227,13 abB 274,60 bA
(3,56) (9,03)
T2 - Lignina 2,5% 241,06 aB 280,28 bA
(1,90) (2,62)
T3 - Lignina 5% 200,06 bB 225,56 cA
(12,43) (14,63)
T4 - Tanino/Aditivo sintético 28,05 cA 31,77 dA
(17,59) (12,84)
T6 - Tanino 5% 25,70 cB 52,56 dA
(20,4) (19,33)
Testemunha 247,33 aB 313,63 aA
(6,86) (6,87)
Nota: ns: Não significativo ao nível de 5% de probabilidade; *: Significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias
seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e mesma letra maiúscula na linha não diferem estatisticamente pelo teste
Tukey. Os valores entre parênteses correspondem respectivamente ao desvio padrão e coeficiente de variação (%).
Fonte: Autor (2021)

Em trabalho desenvolvido por Fernandes (2017) em que o autor estuda a adição de


resíduos de mármore para a produção de telhas eco-eficientes, o autor encontrou médias para
a carga de ruptura à flexão em torno de 252,00 Kgf, valor próximo ao encontrado nesta
pesquisa e de acordo com a norma para telhas de concreto.
49

Damasceno et al. (2015) encontraram valores para telhas de concreto com diferentes
tipos de materiais isolantes entre 93 Kgf e 121 Kgf, abaixo das médias encontradas para os
tratamentos T1, T2, T3, avaliados neste estudo.
Muhamad et al. (2020) obtiveram médias variando de 70,27 a 190,67 Kgf em sete dias
de cura com 5 e 20% de adição de cinzas da casca de arroz à telha de concreto. Valores
abaixo do recomendado pela norma e bem menores que os tratamentos T1, T2 e T3 com
adição de lignina em sete dias de cura (227,13, 241,06 e 200,06 Kgf, respectivamente),
demostrando o potencial para reforços em telha de concreto.
É de grande importância que a propriedade de resistência das telhas se encontre dentro
do valor indicado pela norma NBR 13858-2 (ABNT, 2009), pois a mesma deve ter
capacidade de suportar a movimentação, transporte e montagem do telhado (ser autoportante)
e de receber cargas para manutenção do telhado e cargas relacionadas às intempéries (peso da
água, quedas de galho, entre outros), garantindo a segurança do telhado. Juntamente com a
absorção, é a propriedade mais importante a ser levada em consideração.
Na tabela 9 e figuras 20, 21 e 22 é possível analisar a correlação entre os parâmetros
peso seco, carga de ruptura à flexão e absorção no período de sete dias de cura.
Nota-se que a correlação entre a carga de ruptura à flexão e o peso seco das telhas de
concreto é média e positiva, ou seja, quanto maior o peso seco da telha, maior a resistência à
carga de ruptura à flexão (Figura 20).
Já, a correlação entre a absorção e peso seco das telhas é alta e negativa, neste caso
houve uma forte correlação inversamente proporcional entre os parâmetros, ou seja, quanto
menor o peso seco das telhas maior foi o teor de absorção de água pelas mesmas (Figura 21).
Por fim, a correlação entre a absorção e a carga de ruptura à flexão foi considerada alta
e negativa, mostrando que houve uma forte correlação inversamente proporcional, ou seja,
quanto menor a absorção de água pelas telhas, maior foi a resistência à carga de ruptura à
flexão (Figura 22).

Tabela 9 – Correlação de Pearson entre os parâmetros analisados para as telhas após 7 dias de
cura.
Carga de
Parâmetros Peso seco (Kg) Absorção (%)
ruptura (Kgf)
Peso seco (Kg) 1
Carga de ruptura à flexão (Kgf) 0,5332 1
Absorção (%) -0,7049 - 0,7731 1

Fonte: Autor (2021)


50

Figura 20 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a força máxima (Kgf) aplicada para o
rompimento das telhas após 7 dias de cura.

Peso (Kg)
Fonte: Autor (2021)

Figura 21 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a absorção (%) de água após 7 dias de
cura.

Peso (Kg)
Fonte: Autor (2021)
51

Figura 22 – Correlação entre a absorção (%) de água e a força máxima (Kgf) aplicada para o
rompimento da telha após 7 dias de cura.

Carga
de
ruptur
a
(Kgf)

Absorção (%)

Fonte: Autor (2021)

Na tabela 10 e figuras 23, 24 e 25 é possível analisar a correlação entre os parâmetros


peso seco, carga de ruptura à flexão e absorção no período de 28 dias de cura.
Para os parâmetros carga de ruptura à flexão e peso seco das telhas de concreto, a
correlação foi alta e positiva, mantendo a tendência da correlação aos sete dias de cura, ou
seja, quanto maior o peso seco da telha, maior a resistência à carga de ruptura à flexão (Figura
23).
Em relação à correlação entre a absorção e peso seco das telhas, a mesma manteve-se
alta e negativa aos 28 dias de cura, sendo considerada como forte e inversamente
proporcional, ou seja, quanto menor o peso seco das telhas maior foi o teor de absorção de
água pelas mesmas (Figura 24).
A correlação entre a absorção e a carga de ruptura à flexão, também manteve-se alta e
negativa, mostrando que aos 28 dias de cura houve forte correlação inversamente
proporcional, ou seja, quanto menor a absorção de água pelas telhas, maior foi a resistência à
carga de ruptura à flexão (Figura 25).

Tabela 10 – Correlação de Pearson entre os parâmetros analisados para as telhas após 28 dias
de cura.
Parâmetros Peso (Kg) Fmáx (Kgf) Absorção (%)
Peso (Kg) 1
Fmáx (Kgf) 0,7126 1
Absorção (%) -0,6653 -0,9159 1
Fonte: Autor (2021)
52

Figura 23 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a força máxima (Kgf) aplicada para o
rompimento das telhas após 28 dias de cura.

Fm
áx
(K
gf
)
))

Peso (Kg)

Fonte: Autor (2021)

Figura 24 – Correlação entre o peso (Kg) das telhas e a absorção (%) de água após 28 dias de
cura.

Fonte: Autor (2021)


53

Figura 25 – Correlação entre a absorção (%) de água e a força máxima (Kgf) aplicada para o
rompimento da telha após 28 dias de cura.

Fm
áx
(K
gf
)
))

Fonte: Autor (2021)


54

6 CONCLUSÃO

Por meio dos resultados obtidos para as telhas de concreto produzidas com aditivos
naturais pode-se concluir que:
Para as telhas produzidas com adição de lignina ao traço, o tratamento com 2,5% (T2)
foi o que se destacou, pois atendeu à praticamente todos os requisitos da norma (peso seco,
empenamento, gap, absorção de água e carga de ruptura à flexão). Somente no quesito
aspectos visuais o T2 apresentou valor um pouco acima do indicado, porém aceitável.
Aos sete dias de cura o tratamento T2 já atingiu valores ideais de absorção e
resistência à carga de ruptura à flexão. Aos 28 dias apresentou queda no valor de absorção e
aumento na propriedade de resistência, comportamento adequado para a utilização em telhas
de concreto;
Para as telhas produzidas com adição de tanino, todos os tratamentos foram
reprovados nos quesitos aspectos visuais e carga de ruptura à flexão, destacando-se o
tratamento T5, em que houve 100% de perdas por desenforme e transporte das telhas,
inviabilizando o tanino como substituto ao aditivo plastificante sintético.
Para ambos os casos, houve interação negativa nos tratamentos em que se misturou o
aditivo sintético com o aditivo natural, prejudicando principalmente os parâmetros aspectos
visuais e resistência à carga de ruptura à flexão;
A lignina mostrou-se como potencial substituto do aditivo sintético, com
características que mantiveram a resistência tanto para a absorção, quanto para a carga de
ruptura à flexão, que são os principais parâmetros a serem cumpridos de acordo com a norma
para produção de telhas, não havendo grandes alterações do peso seco da telha, tão menos do
gap e empenamento.
Neste sentido, recomenda-se novos estudos com dosagens menores que 2,5% de
lignina para a determinação do ponto ideal no traço das telhas de concreto.
55

REFERÊNCIAS

ALBERTASSI, D.B. Uso da lignina Kraft de eucalipto oxidada como composto


plastificante do concreto. (Dissertação de mestrado), Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, MG. 105 p., 2019.
ALLEN, R. E., AUSTEN, B., BAXTER, B. A., BRACHER, M. P., BRYAN, C., COX, D. H.,
TILES, D. P. C. R. Newsletter. Archivist, n. 84, p. 1-16, outubro, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 13858-2. Telhas
de Concreto Parte 2 – Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2009. p.1-32.
BATTAGIN, A. F. São Paulo. Disponível em www.abcp.com.br. Acesso em: 11-09-2021.
BENEVOLO, L. História da cidade. In: História da cidade. 1983. p. 729-729.
BERGHEL, J.; FRODESON, S.; GRANSTROM, K.; RENSTROM, R.; STAHL, M.;
NORDGREN, D.; TOMANI, P. The effects of kraft lignin additives on wood fuel pellet
quality, energy use and shelf life. Fuel Processing Technology, v.112, p. 64-69, 2013.
BRITO, G. F.; AGRAWAL, P.; ARAÚJO, E. M.; MÉLO, T. J. A. Biopolímeros, Polímeros
Biodegradáveis e Polímeros Verdes. Revista Eletrônica de Materiais e Processos.
CAMPINA Grande, PB, v.6.2 (2011) 127-139, setembro de 2011.
CALADO, C., CAMÕES, A., ELIAS, F., DALPANE, G., FERRAZ, B. (2018). Estudo de
viabilidade técnica para substituição parcial de cimento por lignina no concreto auto-
adensável (CAA).V Congreso Iberoamericano de Hormigón Autocompactante y
Hormigones, Valencia, Spain, p. 395-404, Marzo de 2018.
CORETTI, A. R., DURÁN, M., SIBAJA, M., MOYA, M. Uso de Ligninas de Granza de
Arroz, Cáscara de Piña y Aserrín de Madera como aditivos para Concreto. Tecnología en
Marcha, v. 11, n. 1, p. 11-18, 1991.
DAMASCENO, F. A.; MACEDO, O. A. P; OLIVEIRA, J. L.; OLIVEIRA, C. E.;
BRANDÃO, L. F. Propriedades físicas, mecânicas e térmicas de telhas de concreto fabricadas
com adição de diferentes materiais isolante. Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG. V.23,
N.5, p. 406-4017, 19, setembro/outubro, 2015.
DA SILVA, P.; DA SILVA, E. J. A influência de pó de brita substituindo areia e cimento na
argamassa com vistas à produção de telhas. Revista PINDORAMA, v. 2, n. 02, p. 14-14,
2019.
DOHERTY, W.; MOUSAVIOUNA, P.; FELLOWS, C. Value-adding to cellusosic etanol:
Lignin polymers. Industrial Crops and products, v. 33, n.2, p. 259-276, 2011.
FECHTAL, M.; RIEDL, B. Use of Eucalyptus and Acacia molissima bark extract -
formaldehyde adhesives in particleboard manufacture. Holzforschung, v. 47, n. 4, p. 349-
357, 1993.
FERNANDES, D. G. Desenvolvimento de telhas de concreto eco-eficiente utilizando
resíduo de mármore do tear de fio diamantado. (Tese de doutorado), Universidade
Estadual do Norte Fluminense, Campos do Goytacazes, RJ. 85 p., 2017.
56

FÍLHO, J. la P. Eram as telhas feitas nas coxas das escravas? Arqueologia, v. 10, n. 1, p. 17,
2006.
GLANCEY, J. História da arquitetura. Edições Loyola, 2007.
JOHNSON, D. K. Use of ligninin the biorefinery. Barcelona: International Lignin Institute
Forum, 2005. p. 31-34.
LUIZ, N., CECCHIN, D., AZEVEDO, A., ALEXANDRE, J., SOUSA, F. A. Variedades de
telhas encontradas no mercado. Enciclopédia Biosfera, v. 16, n. 29, 2019.
MELHADO, S. Projeto deve ser pensado como produto e como serviço. AECweb, 2007.
MUHAMAD, K.; ZAINOL, N. Z.; YAHYA, N.; NOOR, S. N. A. M.; HASHIM, N. H.;
SHAHRAZI, D. Z. Influence of rice husk ash (RHA) on performance of green concrete roof
tile in application of green building. IOP - Conference Series: Earth and Environmental
Science, V. 476, N.1, 6 p. Abril, 2020.
MULLICK, A. K. Use of lignin-based products in concrete. In: Waste Materials Used in
Concrete Manufacturing. William Andrew Publishing, p. 352-429, 1996.
NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto. 5ª Edição. Bookman Editora, 2015.
PIMENTEL, L. L. Avaliação de compósitos biomassa vegetal: cimento modificado por
polímero. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental -
ABES, 2005.
PIZZI, A. Tannins: major sources, properties and applications. In: Monomers, polymers
and composites from renewable resources. Elsevier, p. 179-199, 2008.
PIZZI, A.; MITTAL, K. L. (Ed.). Handbook of adhesive technology. CRC press, 2017.
RIBEIRO, A. C. Caracterização da interação entre aditivos compostos por lignina
oxidada e éter de policarboxilato com materiais cimentícios. (Dissertação de mestrado),
Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP. 99 p., 2020.
SAMPAIO, C. A. de P.; CARDOSO, Célio O.; SOUZA, Geovani P. de. Temperaturas
superficiais de telhas e sua relação com o ambiente térmico. Engenharia Agrícola, v. 31, p.
230-236, 2011.
SCHUNCK, E., OSTER, H. J., BARTHEL, R., KIESSL, K. Roof construction manual:
pitched roofs. Walter de Gruyter. 2013
STEVENS, J.; GARDNER, D. J. Enhancing the Fuel Value of Wood Pellets with the
Addition of Lignin. Wood and Fiber Science,v. 42, n. 4, p. 439-443, 2010.
TOSTES, A. S.; LELIS, R. C. C.; PEREIRA, K. R. M.; BRITO, E. O. colagem de chapas de
madeira aglomerada com adesivo uréia-formaldeído (UF) modificado com tanino da casca de
Eucalyptus pellita F. Muell. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, RJ. v. 11, n.2, p. 14 - 19,
agosto/dezembro. 2004.
VALCARENGHI, C.; PIOVESAN, A. Z. Análise das propriedades físicas e mecânicas nas
telhas de concreto fabricadas na cidade de Herval d’Oeste. Unoesc & Ciência-ACET, v. 2, n.
1, p. 19-30, 2011.
VALVERDE, F. M. Agregados para construção civil. Balanço mineral brasileiro. v. 2001,
2001.
57

VISHTAL A; KRASLAWSKI A. Challenges in industrial aplications of technical lignin.


BioResources. v. 6, n.3, p. 3547-3568, 2011.
ZHOU, X.; DU, G. Applications of Tannin Resin Adhesives in the Wood Industry.
Intechopen. 15 de maio, 2019. Acesso em: https://www.intechopen.com/chapters/67149.
Data de acesso: 12-09-2021.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
58

APÊNDICE A – DIC EM FATORIAL


Arquivo analisado:

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: PESO__KG_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 5 1.276435 0.255287 47.239 0.0000
DIAS 1 0.005042 0.005042 0.933 0.3389
TRATAMENTO*DIAS 5 0.021288 0.004258 0.788 0.5636
erro 48 0.259400 0.005404
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 59 1.562165
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 1.51
Média geral: 4.8715000 Número de observações: 60
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0381638274452921 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 30


Erro padrão: 0,0134215829501922
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 4.862333 a1
28 4.880667 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de TRATAMENTO dentro de cada nível de:

DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO /1 5 0.578937 0.115787 21.426 0.0000
TRATAMENTO /2 5 0.718787 0.143757 26.601 0.0000
Erro 48 0.259400 0.005404
--------------------------------------------------------------------------------

Codificação usada para o desdobramento


cod. DIAS
1 = 7
2 = 28
59

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,138018548889822 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
tan 1 4.616000 a1
Lig 1 4.806000 a2
Tan 3 4.852000 a2
Lig 2 4.856000 a2
Test 5.002000 a3
Lig 3 5.042000 a3
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,138018548889822 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
tan 1 4.582000 a1
Tan 3 4.862000 a2
Lig 1 4.874000 a2
Lig 2 4.878000 a2
Lig 3 5.024000 a3
Test 5.064000 a3
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de DIAS dentro de cada nível de:

TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DIAS /1 1 0.011560 0.011560 2.139 0.1501
DIAS /2 1 0.001210 0.001210 0.224 0.6382
DIAS /3 1 0.000810 0.000810 0.150 0.7004
DIAS /4 1 0.000250 0.000250 0.046 0.8306
DIAS /5 1 0.009610 0.009610 1.778 0.1887
60

DIAS /6 1 0.002890 0.002890 0.535 0.4682


Erro 48 0.259400 0.005404
--------------------------------------------------------------------------------

Codificação usada para o desdobramento


cod. TRATAMENTO
1 = Lig 1
2 = Lig 2
3 = Lig 3
4 = Tan 3
5 = Test
6 = tan 1

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 4.806000 a1
28 4.874000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 4.856000 a1
28 4.878000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
3
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------
61

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 5.024000 a1
7 5.042000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
4
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 4.852000 a1
28 4.862000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
5
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 5.002000 a1
28 5.064000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
6
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0934819038725902 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,0328760297684093
62

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 4.582000 a1
7 4.616000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: FM_X__N_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 5 650672.987135 130134.597427 461.127 0.0000
DIAS 1 18215.398082 18215.398082 64.546 0.0000
TRATAMENTO*DIAS 5 5717.645308 1143.529062 4.052 0.0038
erro 48 13546.061000 282.209604
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 59 688152.091525
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 9.39
Média geral: 178.9775000 Número de observações: 60
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 8,72114387389477 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 30


Erro padrão: 3,06708115405438
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 161.553667 a1
28 196.401333 a2
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de TRATAMENTO dentro de cada nível de:

DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO /1 5 278716.466777 55743.293355 197.524 0.0000
TRATAMENTO /2 5 377674.165667 75534.833133 267.655 0.0000
Erro 48 13546.061000 282.209604
--------------------------------------------------------------------------------
63

Codificação usada para o desdobramento


cod. DIAS
1 = 7
2 = 28

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 31,539803597 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
Tan 3 25.696000 a1
tan 1 28.046000 a1
Lig 3 200.062000 a2
Lig 1 227.130000 a2 a3
Lig 2 241.056000 a3
Test 247.332000 a3
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 31,539803597 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
tan 1 31.774000 a1
Tan 3 52.564000 a1
Lig 3 225.560000 a2
Lig 1 274.596000 a3
Lig 2 280.284000 a3
Test 313.630000 a4
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de DIAS dentro de cada nível de:

TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
64

DIAS /1 1 5632.552890 5632.552890 19.959 0.0000


DIAS /2 1 3847.089960 3847.089960 13.632 0.0006
DIAS /3 1 1625.370010 1625.370010 5.759 0.0203
DIAS /4 1 1804.723560 1804.723560 6.395 0.0148
DIAS /5 1 10988.562010 10988.562010 38.938 0.0000
DIAS /6 1 34.744960 34.744960 0.123 0.7272
Erro 48 13546.061000 282.209604
--------------------------------------------------------------------------------

Codificação usada para o desdobramento


cod. TRATAMENTO
1 = Lig 1
2 = Lig 2
3 = Lig 3
4 = Tan 3
5 = Test
6 = tan 1

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 227.130000 a1
28 274.596000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 241.056000 a1
28 280.284000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
3
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------
65

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 200.062000 a1
28 225.560000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
4
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 25.696000 a1
28 52.564000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
5
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 247.332000 a1
28 313.630000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
6
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 21,3623524644416 NMS: 0,05


66

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 7,5127838271398
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 28.046000 a1
28 31.774000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ABSOR__O__

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 5 253.873160 50.774632 114.604 0.0000
DIAS 1 0.179307 0.179307 0.405 0.5277
TRATAMENTO*DIAS 5 34.937633 6.987527 15.772 0.0000
erro 48 21.266200 0.443046
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 59 310.256300
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 9.24
Média geral: 7.2050000 Número de observações: 60
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,345550785583253 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 30


Erro padrão: 0,121524460272179
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 7.150333 a1
7 7.259667 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de TRATAMENTO dentro de cada nível de:

DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
67

TRATAMENTO /1 5 112.161657 22.432331 50.632 0.0000


TRATAMENTO /2 5 176.649137 35.329827 79.743 0.0000
Erro 48 21.266200 0.443046
--------------------------------------------------------------------------------

Codificação usada para o desdobramento


cod. DIAS
1 = 7
2 = 28

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 1,24967596770281 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
Lig 3 5.474000 a1
Test 5.674000 a1
Lig 2 6.446000 a2
Lig 1 6.784000 a2
Tan 3 8.012000 a3
tan 1 11.168000 a4
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de TRATAMENTO dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 1,24967596770281 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
Test 3.770000 a1
Lig 2 4.774000 a1
Lig 1 6.512000 a2
Lig 3 7.750000 a2
Tan 3 9.458000 a3
tan 1 10.638000 a3
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Análise do desdobramento de DIAS dentro de cada nível de:

TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA


68

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DIAS /1 1 0.184960 0.184960 0.417 0.5213
DIAS /2 1 6.988960 6.988960 15.775 0.0002
DIAS /3 1 12.950440 12.950440 29.230 0.0000
DIAS /4 1 5.227290 5.227290 11.799 0.0012
DIAS /5 1 9.063040 9.063040 20.456 0.0000
DIAS /6 1 0.702250 0.702250 1.585 0.2141
Erro 48 21.266200 0.443046
--------------------------------------------------------------------------------

Codificação usada para o desdobramento


cod. TRATAMENTO
1 = Lig 1
2 = Lig 2
3 = Lig 3
4 = Tan 3
5 = Test
6 = tan 1

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
1
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 6.512000 a1
7 6.784000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
2
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 4.774000 a1
7 6.446000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
3
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
69

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 5.474000 a1
28 7.750000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
4
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 8.012000 a1
28 9.458000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
5
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 3.770000 a1
7 5.674000 a2
--------------------------------------------------------------------------------

Teste de Tukey para o


desdobramento de DIAS dentro da codificação:
6
Obs. Identifique a codificação conforme valores apresentados anteriormente
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
70

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,846423104896849 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 5


Erro padrão: 0,297672918933965
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
28 10.638000 a1
7 11.168000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
71

APÊNDICE B – DIC SIMPLES


Arquivo analisado:

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: PESO__KG_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 5 1.276435 0.255287 48.204 0.0000
DIAS 1 0.005042 0.005042 0.952 0.3336
erro 53 0.280688 0.005296
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 59 1.562165
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 1.49
Média geral: 4.8715000 Número de observações: 60
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0962404827954029 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 10


Erro padrão: 0,0230130534464859
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
tan 1 4.599000 a1
Lig 1 4.840000 a2
Tan 3 4.857000 a2
Lig 2 4.867000 a2
Test 5.033000 a3
Lig 3 5.033000 a3
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DIAS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,0376881266205614 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 30


Erro padrão: 0,0132865926022039
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
7 4.862333 a1
28 4.880667 a1
--------------------------------------------------------------------------------

Você também pode gostar