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DDO – Departamento Doutrinário

FORMAÇÃO DE EXPOSITOR
E EXPLANADOR ESPÍRITA

“Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o
candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa”- Jesus. (Mateus, 5:15.)

Rua Nova Ponte, 464 – Esquina com Rua Camanducaia – Bairro Salgado Filho/BH/MG – Tel 3374-0427.
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”ORAÇÃO DIANTE DA PALAVRA”

SENHOR!

DESTE-ME A PALAVRA POR SEMENTE DE LUZ. NÃO ME PERMITAS ENVOLVÊ-LA NA SOMBRA


QUE PROJETO.

ENSINA-ME A FALAR PARA QUE SE FAÇA O MELHOR; AJUDA-ME A LEMBRAR O QUE DEVE SER
DITO E A LAVAR DA MEMÓRIA TUDO AQUILO QUE A TUA BONDADE ESPERA SE LANCE NO
ESQUECIMENTO; ONDE A IRRITAÇÃO ME PROCURE, INDUZE-ME AO SILÊNCIO E, ONDE LAVRE
O INCÊNDIO DA INCOMPREENSÃO OU DO ÓDIO, DÁ QUE EU PRONUNCIE A FRASE CALMANTE
QUE POSSA APAGAR O FOGO DA IRA.

EM QUALQUER CONVERSAÇÃO INSPIRA-ME O CONCEITO CERTO QUE SE AJUSTE À


EDIFICAÇÃO DO BEM, NO MOMENTO EXATO E FAZE-ME VIGILANTE PARA QUE O MAL NÃO ME
USE EM LOUVOR À PERTURBAÇÃO.

NÃO ME DEIXES EMUDECER DIANTE DA VERDADE, MAS CONSERVA-ME EM TUA PRUDÊNCIA, A


FIM DE QUE EU SAIBA DOSAR A VERDADE EM AMOR PARA QUE A COMPAIXÃO E A
ESPERANÇA NÃO ESMOREÇAM JUNTO DE MIM.

TRAZE-ME O CORAÇÃO AO RACIOCÍNIO SINCERO, SEM ASPEREZA, BRANDO SEM PREGUIÇA,


FRATERNO SEM EXIGÊNCIA E DEIXA SENHOR, QUE A MINHA PALAVRA TE OBEDEÇA A
VONTADE, HOJE E SEMPRE!

MEIMEI (ESPÍRITO)

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

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Índice
1. O EXPOSITOR ESPÍRITA
1.1. Quem é o expositor espírita?
1.2. Requisitos.
1.3. Meta a ser alcançada.

2. CONDIÇÕES ESPIRITUAIS
2.1. Cultivo da humildade.
2.2. Respeito ao próximo e trato fraterno.
2.3. Serenidade.
2.4. Fé e entusiasmo.
2.5. Vivência daquilo que expõe.
2.6. A mediunidade na exposição.
2.7. Sintonia espiritual.

3. A TRIBUNA
3.1. O conhecimento doutrinário.
3.2. A conduta moral.

4. A COMUNICAÇÃO
4.1. Requisitos da comunicação.
4.2. O comunicador e o público.
4.3. A forma adequada para se falar em público.
4.4. O comunicador é um formador de consciências.
4.5. O processo da comunicação.

5. A COMUNICAÇÃO ESPÍRITA
5.1. Importância.
5.2. Finalidade.
5.3. Vantagens da divulgação oral.
5.4. Desvantagens.

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS – NOSSOS MEDOS


6.1. Domínio de si mesmo.
6.2. Atitude psicológica.
6.3. Seja natural.

7. O TRATO COM O PÚBLICO


7.1. Tipos de expositores.
7.2. A técnica da exposição oral
7.3. O expositor espírita – regra geral.
7.4. Tipos de público.

8. O PROCESSO EDUCATIVO
8.1. As diferenças existentes entre educação e instrução.
8.2. Pedagogia: a ciência da educação.
8.3. Conhecimentos didáticos necessários à prática do expositor.
8.4. Implicações ou proposições da aprendizagem.
8.5. O papel da memória na aprendizagem.
8.6. Técnicas de ensino: expositiva, dialogada e discussão.
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9. PLANEJAMENTO DA PALESTRA
9.1. Escolha do tema
9.2. Pesquisar na bibliografia.
9.3. Estudar as páginas escolhidas.
9.4. Formular a questão central (“ideia mãe”).
9.5. Estrutura de uma exposição.
9.6. Planos e preparos de temas para palestras.

10. ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO


10.1 Como organizar o pensamento.
10.2. Raciocínio.

11. LÓGICA, RETÓRICA E ELOQUÊNCIA


11.1. O que é lógica.
11.2. O que é retórica.
11.3. O que é eloquência.

12. RECURSOS AUDIOVISUAIS

13. BIBLIOGRAFIA

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1. O EXPOSITOR ESPÍRITA

1.1. Quem é o Expositor Espírita?

O Expositor Espírita é o divulgador dos postulados da Doutrina; um instrumento que se


utilizado de forma consciente colabora para a multiplicação da mensagem cristã. Dentre os
variados atributos que esse tarefeiro deve possuir destaca-se:

 Interesse pela tarefa: há que ter dedicação, respeito e, sobretudo, AMOR.

 Estudo: necessita constantemente ler, analisar, estudar e aprofundar-se nos assuntos


doutrinários, participando do movimento espírita, a fim de atualizar-se e adquirir
novos conhecimentos. Livros, jornais, revistas, mensagens e, principalmente, as obras
básicas de Allan Kardec devem ser companheiras inseparáveis do Expositor Espírita.
“(...)examinai tudo com discernimento; conservai o que é bom...” – Paulo, em I
Tessalonicenses, 5.21.

 Comunicação: O Expositor deve apoiar-se no exercício constante da comunicação,


isto é, aproveitar as oportunidades que surgem para exercitar o vocabulário e,
concomitantemente, atenuar os sentimentos de timidez. Não pode ser introvertido.

1.2. Requisitos.
Ninguém pode transmitir aquilo que não conhece. Consequentemente, quem quiser
colaborar na difusão da Doutrina deverá conhecê-la. Se assim não proceder, dificilmente será
evitada a alteração dos princípios básicos, com a consequente introdução de conceitos e práticas
estranhas ao pensamento espírita.
Porém, apenas conhecimento não é o bastante. Faz-se necessário também possuir os
seguintes valores pessoais:
 Elevação de sentimentos (elevação moral);
 Espírito de aprendizagem;
 Senso de autocrítica;
 Simplicidade e sobriedade;
 Dedicação à atividade espírita (possuir espírito de serviço à causa e aos
companheiros).

1.3. Meta a ser alcançada.

Compreensão da vida e dos problemas humanos à luz da Doutrina Espírita é a meta


principal, buscando o esclarecimento e a consolação dos ouvintes.

2. CONDIÇÕES ESPIRITUAIS

2.1 – Cultivo da humildade


O expositor deve acolher com respeito e humildade toda crítica, procurando avaliar
cuidadosamente o seu trabalho e, assim, melhorar cada vez mais a tarefa que lhe cabe. Procurará
reagir com todas suas energias contra os elogios descabidos, para que a vaidade não lhe venha
obscurecer o próprio campo de ação.

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Nunca deve julgar-se imprescindível ou privilegiado, criando exigências ou solicitando


considerações especiais. Porém, não deve fugir às oportunidades que lhe forem oferecidas,
aceitando-as com espontaneidade e naturalidade.
2.2 – Respeito ao próximo e trato fraterno.
O respeito ao próximo fará com que o expositor mantenha a compostura em todos os
sentidos. Procurará dirigir-se ao auditório com simpatia e fraternidade.
Os ouvintes sentem quando aquele que lhes fala transmite, além de sua inteligência, o seu
coração. Essa maneira de ser e de agir apresenta, dentro dos objetivos da Doutrina, alta
significação espiritual.
2.3 – Serenidade.
O expositor deve manter-se tranquilo e confiante, dominado pela certeza de que está a
serviço do amor e da verdade.
2.4 – Fé e entusiasmo.
Uma palestra realizada friamente, sem animação, sem vivacidade, não convence ninguém.
O expositor entusiasta fala animada e fervorosamente; suas frases são vigorosas, ardentes,
afirmativas.
O expositor de fé, aquele que acredita firmemente no que expõe, tem convicção de que
está transmitindo ensinamentos relevantes àqueles que o ouve. Sabe ser natural e entusiasta,
porque fala com o coração transbordante de fé luminosa e pura. Está impregnado de forças que o
ideal superior e a assistência dos bons Espíritos lhe transmitem. Por isso, deve evitar dizer o que
não sente; o que não está em seu coração. A confiança no que sente e no que diz infunde aos
outros, respeito e atenção.
2.5 – Vivência daquilo que expõe.
Não se pode exigir que o expositor seja uma criatura perfeita, pelo simples fato de que
esteja sendo instrumento de difusão da Doutrina Espírita e das sublimidades do Evangelho. A
criatura humana, em sua generalidade, ainda se caracteriza por muitas imperfeições. Porém, é
necessário que aquele que expõe a Doutrina realize os maiores esforços para dar exemplo
daquilo que ensina. Logo, deve procurar ser coerente na sua maneira de sentir, de pensar e de
agir.

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que
emprega para domar suas inclinações más”. (O ESE – Cap. XVII, item 4)

O expositor, em sua vida diária, deve procurar ser justo e praticar o bem. Terá forças
interiores que se revelarão nos momentos precisos. Quem é interiormente forte revela, através
de suas expressões, a força que o anima.

2.6 – A Mediunidade na exposição.


Emmanuel (Espírito), através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Seara dos Médiuns,
página 237 afirma: “Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. E ser ajudante em
determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos
responsáveis”.
A questão da mediunidade em explanação doutrinária tem sido objeto de controvérsias no
movimento espírita. Há os que defendem que o orador deve falar mediunizado e, portanto, não
necessita se preparar pois na hora tudo lhe será dito. Há os que postulam que contar com os

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Espíritos desencarnados não significa depender deles e, por isso, o quanto o expositor puder fazer
para descansar a cabeça dos responsáveis terá sido melhor.
A própria Espiritualidade parece adotar essa segunda opinião. E é lógico o fato de que os
Espíritos não nos querem como dependentes deles, mas colaboradores, que lutam por se
aperfeiçoar cada vez mais, conquistando a autossuficiência e a capacidade de orientar os que vêm
na retaguarda.
2.7 – Sintonia espiritual.
O expositor espírita deve habituar-se a dedicar parte de seu tempo, diariamente, se possível,
para a leitura de boas obras, meditações, elaborações mentais, conclusões, etc. Além do que, deve
recorrer à prece e procurar conservar-se em bom estado espiritual, pelo cultivo dos bons
pensamentos e boas ações, objetivando alcançar a sintonia com os benfeitores do Plano Espiritual
Superior. A sintonia não é uma atividade mágica ou mecânica, mas conquista do Espírito, que
demanda autoeducação sistemática e profunda.
Em qualquer tempo a sintonia com a Esfera Superior é imprescindível. Emmanuel (espírito),
através de Francisco Cândido Xavier no livro: O Consolador, questão 122, questionado sobre o
desenvolvimento da intuição, assevera que ”o campo do estudo perseverante, com o esforço
sincero e a meditação sadia, é o grande veículo de amplitude da intuição em todos os seus
aspectos”. Para estabelecer sintonia mental com a Espiritualidade o expositor deve estudar sempre,
orar muito, meditar bastante, dedicar-se às tarefas de auxilio aos necessitados, manter o “Culto do
Evangelho no Lar”, disciplinar o pensamento e a conversa em assuntos edificantes e, enfim, buscar
a vivência do Evangelho de Jesus em todos os instantes.
Sintonia não é obra de instantes, porém conquista paulatina. O expositor que exemplifica
recebe a confiança natural da Espiritualidade a qual, então, conceder-lhe-á mais recursos de
trabalho, por acréscimo de misericórdia.

3. A TRIBUNA

Para o público espírita todo expositor que ocupar uma tribuna representa o próprio
Espiritismo. A tribuna se constitui no ponto de convergência das atenções de todos os
participantes, que buscam encontrar, na pessoa do expositor, as respostas para muitas questões.
Assim, tudo o que for dito repercutirá em crédito ou descrédito para a Doutrina. Portanto, não
basta ter boa vontade para alguém usar a tribuna espírita. É necessário satisfazer algumas
condições:
 Possuir ideias concordes com a Doutrina Espírita;
 Ter moral respeitável;
 Ser dotado de alguma técnica.

Somente devemos confiar a tribuna às pessoas que estejam capacitadas, cujo trabalho é
conhecido ou nos foram recomendadas por pessoas confiáveis. Esta cautela previne e evita que
ocorram prejuízos doutrinários e situações embaraçosas na tribuna.

3.1. O conhecimento doutrinário.


Quando se fala em público busca-se despertar a atenção dos ouvintes para as nossas ideias.
Nas exposições espíritas o objetivo é informar, expondo ao público, através da palavra, assuntos
analisados à luz dos postulados espíritas. Por isso, o expositor espírita tem que estar bem informado
sobre o conteúdo da Doutrina Espírita. A desinformação levará à divulgação de conceitos errôneos
que comprometem o objetivo principal da correta divulgação.

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O expositor deve evitar comparações ou referências infelizes a pessoas ou religiões, para


que não crie um clima de hostilidade ao Espiritismo ou ao movimento espírita, mas também não
deve se esquivar se necessário for de apresentar as diferenças existentes.
Importante se faz que ainda que o expositor tenha perfeito domínio sobre o conteúdo
doutrinário deverá manter-se sempre atualizado, buscando novos conhecimentos técnicos e
científicos, pois “quem expõe se expõe”, não se esquecendo de que “fé inabalável é aquela que
enfrenta a razão face a face em todas as épocas da humanidade” (E.S.E. – Allan Kardec).

3.2 – A conduta moral.

O Espiritismo nos conduz para a reforma de nosso ser interior na direção de uma vivência
cristã. O Expositor Espírita, imbuído dessa nobre missão, deve se comportar de acordo com os
preceitos cristãos, demonstrando em qualquer circunstância, uma conduta digna e respeitável.

FALSAS IDÉIAS - “Não faço preleções em torno do bem, porque carrego muitas faltas. Eis o
engano! Aguardar a perfeição para indicar o bem impedir-nos-ia de apregoá-la, de vez que, por
enquanto, ninguém existe perfeito sobre a terra. Se as tuas palavras de amor, no conjunto, ainda
não refletem todas as qualidades e sentimentos, pondera que, ensinando, aprendemos, e que,
apontando o roteiro correto aos outros, somos especialmente obrigados à retidão”. (“Seareiros de
Volta”, César Gonçalves, psicografia Waldo Vieira, ed. FEB)

Assim, o expositor espírita não pretenderá ser “santo”, mas será alguém sinceramente
empenhado em manter um bom padrão moral e uma vivência cristã. Afastar-se-á dos vícios,
cumprirá seus deveres no lar, na vida em sociedade, no Centro Espírita, tendo como lema
“Trabalho, Solidariedade e Tolerância”. De outro modo, o seu mau exemplo anulará suas palavras,
por mais brilhantes que sejam. Poderá, ainda, lançar descrédito sobre a moralidade dos espíritas
em geral e a dúvida quanto à eficiência da Doutrina na moralização da humanidade.

Todos os recursos e técnicas de exposição poderão malograr, caso o expositor não pratique
o que expõe. A principal exposição, acima de tudo, é a do exemplo.

4. COMUNICAÇÃO

“O homem precisa comunicar-se bem: tecer a palavra e o gesto; buscar a harmonia dos
sons; lapidar a forma e a beleza das imagens; colocar-se no lugar do outro; pulverizar ideias
antigas; reavaliar crenças e valores; transmutar-se e escolher os caminhos mais viáveis, para
alcançar a mente e o coração dos ouvintes.” (Eunice Mendes, “Falar em Público: Prazer ou
ameaça?”, Ed. Qualitymark, 1996).

Comunicar (latim “comunicare” = por em comum) é uma expressão que define o grande
objetivo da humanidade que é o de estabelecer entendimento em comum, através das ideias,
imagens e experiências.

A comunicação humana nasceu, provavelmente, da necessidade real e efetiva que se fez


sentir desde os mais primitivos estágios da civilização.

A linguagem (escrita, falada ou sinalizada) é a faculdade que têm os homens de se


comunicarem uns com os outros, exprimindo seus pensamentos e sentimentos por meio de
vocábulos, que se transcrevem quando necessários. Cada gesto, palavra, postura ou olhar é uma
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ação que estabelece uma comunicação. Não existe uma só atividade humana que não seja
afetada ou que não possa ser promovida através da comunicação. Nada mais natural, portanto,
que o estudo da comunicação mereça lugar de destaque.

4.1- Requisitos da comunicação

Três são os elementos básicos que compõem a estrutura da comunicação: Emissor –


Mensagem – Receptor. Cada componente, no processo informativo, desempenha seu papel
dentro da peculiaridade inerente a cada um; o Receptor, após decodificar a mensagem, toma
conhecimento de seu conteúdo e a qualidade da captação será proporcional à sua capacidade de
entendimento; a Mensagem personificará a ideia, estruturada em um código inteligível ao
Receptor; e o Emissor, pelas características de sua missão, ocupa um lugar de destaque no
processo comunicativo, pois lhe compete burilar a mensagem, dando-lhe o colorido necessário e
eficaz para o perfeito entendimento de seu conteúdo.

A tarefa do Emissor não é das mais fáceis. Aquele que se coloca a serviço da comunicação
tem que buscar o seu aperfeiçoamento. Portanto, é necessário que tenha razoável nível cultural,
conhecimento profundo daquilo a que se propõe transmitir, entusiasmo, ordenação lógica de
raciocínio, sinceridade de propósito, naturalidade, boa dicção e, interação com o público ouvinte
(empatia).

O que é empatia? Palavra grega (em = dentro do + pátheia = sentimento). Forma de


conhecimento de outrem, especialmente do eu social; tendência para sentir como se estivesse na
situação de outrem.

4.2 - O comunicador e o público

No processo da comunicação existe, obviamente, aquele que fala e aquele que ouve.
Aquele que fala pretende levar sua mensagem de forma clara, objetiva e inteligente, para obter
êxito na sua tarefa e, aquele que ouve, exige um bom desempenho do expositor, para entender o
tema proposto.

Como sabemos, uma série de fatores interferem na comunicação, que prejudicam o


entendimento. O desconhecimento do público é um deles; de acordo com as características do
ouvinte devemos alterar a forma de apresentação: ajustando a intensidade da voz, adaptando o
vocabulário, ser expansivo ou comedido, selecionar as informações conforme as expectativas
esperadas, etc.

A mensagem só será entendida se nos preocuparmos com o público.

4.3 - A forma adequada para se falar em público


Para falar em público é imprescindível identificar quem vai ouvir. A forma mais adequada
será estabelecida depois de apurada análise.

A mensagem emitida sofrerá distorções de maneira proporcional à capacidade de


entendimento de cada ouvinte, em razão da diversidade de conhecimentos; por vezes, há que
reformular a maneira de expor buscando atingir os objetivos. Uma palestra pode obter grande
sucesso num evento e se constituir em estrondoso fracasso em outro, pelo simples fato de não se
respeitar as diferenças do público.

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Para encontrar a forma mais adequada para se falar a determinado público é necessário
estabelecer um roteiro de trabalho, a fim de colher informações sobre:
 Qual o objetivo da apresentação?
 O que os ouvintes esperam do assunto?
 Quais as características do público?
 Verificar o local e os recursos disponíveis, dentre outras.

Com base nas informações obtidas elabora-se o plano de trabalho, com a certeza de que a
palestra atenderá as necessidades e anseios do público.

4.4 - O comunicador é um despertador de consciências


Consciência, de acordo com o dicionário “Koogan Larousse”, é conhecimento, noção do
que se passa em nós; percepção mais ou menos clara dos fenômenos que nos informam a respeito
de nossa própria existência.

Em “O Livro dos Espíritos”, questão 115, encontra-se a seguinte indagação: “Uns Espíritos
foram criados bons e outros maus?” Resposta: Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes,
ou seja, sem conhecimento. Portanto, Deus criou os Espíritos sem conhecimento com o objetivo
de que evoluíssem com seu próprio esforço, obedecendo à Lei do Progresso.

O comunicador é um agente da informação e, como tal, dispõe de grande poder sobre a


sociedade, ou seja, é um formador de opiniões. As transformações sociais têm como responsáveis
os grandes comunicadores. A história nos apresenta grandes exemplos: Jesus, revelando o
sentimento do amor; Moisés, apresentando o Deus único; Allan Kardec, através da codificação,
demonstrou de forma teórica e prática, à luz da razão, que fazemos parte da criação divina,
compondo um universo imenso e inteligente, caminhando pelo infinito em busca da perfeição.
Outros, também trouxeram suas contribuições: Sócrates, Platão, Voltaire, Karl Marx, Hitler,
Descartes, Santo Agostinho...

O papel do comunicador é muito importante, porque o futuro da humanidade depende de


suas ideias e, sobretudo, de sua elevação moral.

4.5 - O Processo da Comunicação

Comunicação é o ato através do qual um agente (emissor) transmite um fato (mensagem) a


alguém (receptor).

Elementos da comunicação

EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR

CÓDIGO: Na elaboração da mensagem o emissor deverá utilizar um código compreensível


ao receptor.

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Para uma comunicação eficiente o emissor deverá aplicar técnicas concernentes a cada
elemento da comunicação. De que forma?

EMISSOR CAPACITANDO-SE

MENSAGEM ELABORANDO-A

RECEPTOR CONHECENDO-O

CONHECIMENTO

EMISSOR HABILIDADE

ATITUDE

PLANEJAMENTO

MENSAGEM ELABORAÇÃO

PREPARAÇÃO

MOTIVÁ-LO

RECEPTOR CONHECÊ-LO

O QUE DESEJA?

Aspectos de maior impacto na comunicação

Emissor e transmissor são papéis assumidos tanto pelo expositor quanto pelos participantes,
em uma verdadeira interação dos três tipos de comunicação:

 Verbal: (por meio da escrita e da fala);

 Não verbal (as fisionomias, os gestos);

 Factual (quando se considera a prática, a habilidade, a experiência passada, o


exemplo dado, que levam o expositor a ter fama positiva ou negativa).

Se quisermos saber o significado da comunicação, devemos observar a reação obtida com


os sinais que emitimos, pois quando nos comunicamos não é somente o que falamos que está em
jogo, mas a maneira como falamos também é muito representativa e significativa no processo de
comunicação.

Estudos mostram que do que se aprende apenas 20% é da mensagem verbal, o resto é não
verbal e factual. Segundo O´Connor e Seymour, “as palavras são o conteúdo da mensagem, e a
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postura, os gestos, a expressão e o tom de voz são o contexto no qual a mensagem está embutida.
Juntos eles formam o significado da comunicação” (p.35, 1995). Ainda para estes autores, a
comunicação corporal corresponde a 55% do total das formas como nos comunicamos, as
palavras correspondem a 7% e o tom de voz 38%.

Comunicação verbal, não verbal e factual

Na comunicação verbal devem-se levar em conta os seguintes pontos: grau de domínio do


assunto; vocabulário ao nível do interlocutor; pontuação clara e variação; articulação de ideias;
fluência e ritmo (altos e baixos); uso de audiovisuais.

Na comunicação não verbal alguns cuidados a serem observados: mobilidade da cabeça e


rosto; olhar (direcionado a todos, ou a alguns); gestos enriquecedores; voz graduada ao ambiente;
respiração e desinibição; postura corporal; andar; roupas; cores; penteados; adornos.

Na comunicação factual existem alguns pontos a considerar: coordenação e domínio das


atividades pedagógicas; uso do espaço e administração do tempo; administração de conflitos.

Técnicas de Apresentação e Comunicação

Técnica pode ser definida como maneira, jeito ou habilidade especial de executar ou fazer
algo. Para que o expositor possa se comunicar com sucesso existem maneiras apropriadas para tal.
As técnicas de apresentação podem ser aprendidas e praticadas visando ao aprimoramento das
habilidades de comunicação fazendo assim com que o expositor possa ter sucesso em suas aulas,
palestras, oficinas e outros eventos de capacitação. A seguir, uma série de dicas importantes para o
seu aperfeiçoamento:

1. Respiração – tranquilize-se

O primeiro passo para uma boa apresentação é estar tranquilo. A respiração pode ser uma
aliada fundamental para o expositor. Para controlar a ansiedade, antes de iniciar a apresentação é
importante fazer a respiração abdominal – pelo menos três vezes – com o objetivo de oxigenar o
cérebro. Estar calmo perante a plateia faz com que o expositor transmita segurança a quem assiste
à palestra. Durante a apresentação é importante manter uma respiração pausada para que não se
atropelem as palavras e assim torne sua exposição ininteligível.

A respiração deve ser utilizada nos momentos de tensão ou ansiedade que antecedem uma
exposição, mas que com o tempo e a prática pode se tornar um processo natural do instrutor.

2. Posicionamento – o que fazer e o que não fazer

O expositor deverá encontrar um ponto central que servirá como local de referência. Em
uma sala de aula, pode ser entre o quadro e as cadeiras. Em um auditório, pode ser num ponto
mais próximo à plateia. O importante é que haja mobilidade por parte do expositor, mas sempre
com objetivo e alguma finalidade, por exemplo, se você se desloca de um lado para o outro da
platéia para dar ênfase à determinada informação, ou para recuperar a atenção de pessoas que
começam a se desconcentrar, estará agindo de maneira correta. Se, todavia, os movimentos
ocorrerem apenas porque não se sente confortável, e você se desloca apenas para tentar se sentir
mais à vontade, é quase certo que esteja se comportando de forma inadequada.

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Não fique de costas para o público, mesmo que para mostrar algo que está na sua
apresentação, ao ficar de costas sua voz se perderá e seus ouvintes não o entenderão. Se quiser
apontar algo na apresentação, use uma régua, laser pointer ou mostre primeiro e explique depois.

Nunca se posicione na frente da luz do datashow, pois isso pode ser um grande incômodo
para quem está na plateia tentando fazer anotações ou mesmo prestar atenção ao que está sendo
projetado. Caminhe nas laterais do datashow, de maneira a não atravessar na sua frente.

Evite fazer a sua apresentação sentado, a menos que seja estritamente necessário.
Permanecer sentado tornará sua apresentação cansativa e monótona para a plateia.

3. Postura e expressão corporal


De acordo com Polito (2006) há dois erros comuns que precisam ser evitados na
gesticulação. O primeiro deles é a ausência de gestos, pois os movimentos do corpo são
importantes no processo de comunicação da mensagem. O outro, geralmente mais grave do que
o primeiro é o exagero de gestos. Provavelmente o resultado da sua apresentação será muito mais
positivo se você for comedido nos gestos do que se você exagerar na gesticulação.
4. As pernas
Procure se posicionar com equilíbrio sobre as duas pernas, evitando ficar apoiado ora sobre
a perna esquerda, ora sobre a direita observe que elas não fiquem demasiadamente abertas, para
que não tornem sua postura deselegante, ou, ao contrário, que não permaneçam muito juntas,
para que sua mobilidade não seja prejudicada.
5. Os braços e as mãos
Não carregue caneta, papel e outros objetos, pois eles podem muito mais atrapalhar do que
ajudar. Se você estiver visivelmente nervoso, tremerá a mão ao segurar um papel ou o laser, e isso
ficará claro para a platéia. Deixe suas anotações sobre a mesa e verifique-as quando necessário.
6. Laser pointer
É um ótimo instrumento para apontar dados na apresentação. O seu uso só deve ser feito
pelo instrutor que possui a mão firme, porque do contrário, o laser estará trêmulo e não servirá
para o seu propósito que é indicar alguma informação, além de deixar claro para os participantes
que você está nervoso.
7. Gestos
Ao gesticular, é recomendável fazer os movimentos acima da linha da cintura e alternar a
posição de apoio dos braços, deixando-os às vezes ao longo do corpo, em outros momentos
gesticulando apenas com um deles, para em seguida atuar com os dois. Dessa forma evitará a
rigidez da postura e tornará os gestos mais elegantes e harmoniosos.
Evite cruzar os braços, posicioná-los nas costas ou colocar as mãos nos bolsos, procure fazer
os repousos de mãos a frente ou deixar os braços soltos. Se agir assim com freqüência e por tempo
prolongado, talvez demonstre desnecessariamente aos ouvintes que está inseguro e intranquilo.
Evite também esfregar ou apertar nervosamente as mãos, principalmente no princípio,
quando essas atitudes são mais comuns. Tome cuidado ainda para não coçar a cabeça o tempo
todo, ou ficar segurando sucessivamente a gola da blusa ou do paletó. Quase sempre os ouvintes
têm a impressão de que, quando o expositor domina o assunto de sua apresentação, não fica
nervoso diante da platéia. Portanto, mesmo que essa interpretação do público não seja verdadeira,
essas demonstrações de hesitação podem comprometer o resultado de sua exposição.

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8. Olhar para a plateia


Olhar na direção das pessoas fará com que elas se sintam incluídas no ambiente, por isso
não esquive o seu olhar. Caso tenha dificuldades em olhar para seu público, você pode utilizar a
Técnica da Triangulação.
Escolha três pontos no auditório ou sala de aula, três rostos familiares ou três pessoas que
lhe deem feedback positivo durante sua fala. Olhe para a primeira pessoa do lado esquerdo,
vagarosamente olhe para a pessoa no centro, e vá movendo seu olhar para a pessoa no lado
direito. Dessa maneira você estará percorrendo o auditório ou sala de aula com seu olhar e de
maneira segura. Quando estiver se sentindo mais a vontade, olhará para todos e verá muitos
rostos interessados no seu assunto.
9. A voz
É importante diferenciar o tom da sua voz para lugares grandes e pequenos. Você deverá
falar mais alto ou mais baixo dependendo da acústica do local, da distância em que se encontrar
do último ouvinte da platéia, dos ruídos que possam interferir na compreensão do público.
Evite falar alto quando estiver próximo de poucas pessoas em uma pequena reunião, e
utilize o microfone diante de plateias numerosas. Caso você tenha de usar o microfone fique
atento para a sensibilidade do mesmo. A boca deve ficar distante do microfone aproximadamente
dez centímetros. Faça o teste antes da palestra para saber se precisa afastar ou aproximar o
microfone para que a voz seja bem captada.
O melhor momento para fazer a dosagem da voz é quando você realiza a sua apresentação
pessoal, que deve ser feita sempre no início da palestra.
Lembre-se que esse é um momento muito importante da sua fala, a apresentação pessoal
deve sempre ser objetiva, não é adequado alongar-se muito nessa hora, mas a fala deve conter as
informações essenciais sobre o trabalho que você desempenha e sua formação.
10. Repetições
Cuidado com repetições de palavras como: né? Ok? Tá? E outras. Esses recursos costumam
ser utilizados quando o expositor quer enfatizar o assunto ou buscar aprovação da platéia. Evite-os,
pois em excesso servem para deixar a fala caricata e desagradável de ouvir. Preste atenção ao seu
próprio discurso e perceba se existe um chavão ou palavra que costuma repetir. Experimente
construir suas frases sem eles e ouça como irá soar de maneira mais agradável.
Pessoas que falam devagar tendem a preencher os espaços de tempo com sons do tipo:
ãããããã ou éééééé. Fique atento para esse fato e prefira o silêncio entre as frases. Uma técnica
utilizada para evitar esse tipo de som é iniciar imediatamente a frase seguinte.
11. Ritmo
Depois de certo tempo de duração – entre 20 e 30 minutos de palestra os ouvintes
começam a ter sua atenção desviada. Se o palestrante utilizar uma fala monótona e monocórdia se
tornará impossível prender a atenção no assunto. Procure mudar sua entonação quando se tratar
de um tópico importante frise com a sua voz aquilo que todos precisam prestar atenção.
12. Vocabulário
O seu vocabulário deverá estar de acordo com o público alvo. No caso do uso das siglas,
utilize-as somente se você tiver certeza que seu público está familiarizado com elas. Caso você
esteja querendo ensinar conceitos ou utilizar as siglas para abreviar nomes ou expressões muito
longas, explique primeiro o que cada sigla significa para depois começar a falar sobre elas.
O vocabulário técnico só deve ser utilizado também para o público que está familiarizado
com ele. As regras são as mesmas utilizadas para as siglas. Muitos palestrantes gostam de
demonstrar seu conhecimento com vocabulário rebuscado ou com o uso de estrangeirismos. Se
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esse tipo de fala faz parte da cultura organizacional sua fala estará contextualizada. Caso não
faça, sua fala não será compreendida e logo a platéia irá perder o interesse no que você está
dizendo.
13. Domínio do tema
De nada adiantará fala com naturalidade, envolvimento e disposição se não dominar o
assunto a ser apresentado. Por isso, estude o assunto com a maior profundidade que puder. Saiba
muito mais do que precisará para expor.
Deixe sobrar informações. Primeiro, porque esse conhecimento lhe dará mais confiança
diante do público. Depois, porque demonstração de domínio da matéria poderá dar mais
credibilidade à sua apresentação.
Caso um dos ouvintes da platéia faça uma pergunta cujo conteúdo você não domina ou
você não tenha certeza sobre a resposta, fique calmo diga simplesmente “Não sei a resposta no
momento, mas vou pesquisar e trarei a informação amanhã”. Pesquise o tema e de fato traga a
resposta no dia seguinte.
14. Linguagem fática
Linguagem fática, ou função fática da linguagem está “centralizada no canal, tendo como
objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal ” (BECHARA,
2000). É o tipo de linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Numa situação de palestra é interessante que o expositor faça uso da linguagem fática
como recurso para verificar se o canal de comunicação está funcionando ou se ele está sendo
compreendido pelas pessoas que o ouvem. A seguir alguns exemplos da função fática: (NICOLA,
2004)
Ex: “entenderam?”.
É também a função empregada, quando no decorrer de uma conversa, emitimos
sons: Ex: “heim!“, “ hum hum!”.
E alem de ser utilizada para testar o canal, a função fática ocorre também quando o
emissor quer iniciar uma comunicação:
Ex: - olá! Como vai? – perguntou o homem de olhos empapuçados
Ou quando visa prolongar o contato com seu receptor:
Ex: - ela não desanima nunca... Você concorda? Não acha?
Ou quando deseja interromper o ato de comunicação:
Ex: - qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
E em alguns casos, percebe- se que a única preocupação do emissor é manter o
contato com o destinatário ou testando o canal com frases do tipo:
“veja bem” ou “olha...” ou “compreende?”.
Essa preocupação com o contato caracteriza- se função fática.

15. Conquistando o público


Conquistar o público é uma habilidade que pode ser desenvolvida, principalmente se você
iniciar sua palestra utilizando uma frase que possa provocar impacto. Sua frase deve estar
relacionada ao assunto tratado e faça isso de tal forma que as pessoas percebam, pela força da
informação que a mensagem é importante.

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16. Contar uma história interessante


Você também pode contar uma história interessante. As histórias têm um poder mágico
para conquistar a atenção dos ouvintes. Entretanto, tome cuidado para que seja curta, pois
histórias longas, por melhores que sejam, podem prejudicar a concentração do público. Mas
atenção evite histórias pessoais, para que o público não pense que você está “contando
vantagem” sobre algum aspecto.
17. Levantar uma reflexão
Ao levantar uma reflexão, você fará com que os ouvintes sejam instigados a acompanhar a
mensagem com maior interesse.
18. Contar com seu próprio comportamento.
Vale aí sua simpatia, gentileza, humildade, demonstração de envolvimento com o assunto
tratado.
19. Não dar aspecto infantil à apresentação.

Dicas para falar bem


Você já passou pelas técnicas mais utilizadas para realizar uma apresentação eficaz,
agora sugerimos algumas dicas para que você possa falar com desenvoltura e naturalidade
sobre os assuntos que deseja abordar:
a. Continue sendo você mesmo
b. Parece ironia, mas somente depois que estiver muito bem preparado para falar
em público você conseguirá se expressar diante da platéia mantendo seu estilo e
suas características. E quanto mais espontâneo for, melhores serão os resultados
de suas exposições.
c. O especialista Reinaldo Polito (2006) recomenda que ao se apresentar diante de
um grupo de pessoas, reflita se está conseguindo se comunicar da mesma
maneira como faria se estivesse conversando à vontade com amigos, familiares
ou colegas de trabalho. Se a resposta for negativa, significa que provavelmente
sua maneira de falar está artificial. Quando tiver condições de levar para frente
do público a forma natural como se comunica com as pessoas de seu
relacionamento mais próximo, terá resolvido uma importante etapa de seu
desenvolvimento como comunicador. Por isso, sempre que tiver que fazer uma
apresentação, procure conversar bastante sobre o assunto antes de enfrentar o
público. Lembre-se de que não basta apenas preparar por escrito o que pretende
comunicar. Há muita diferença entre a comunicação escrita e a comunicação
oral.
d. O ritmo, a cadência, as pausas, o vocabulário e tantos outros aspectos da
comunicação se mostram distintos na fala e na escrita. Se você pretende falar da
mesma maneira como escreve, é quase certo que não fará uma boa
apresentação. Esse exercício simples de conversar com as pessoas a respeito do
tema que vai expor fará com que descubra as palavras apropriadas, a velocidade
certa, a entonação adequada. Depois, diante da platéia, o comportamento
deverá ser praticamente o mesmo: continuar a conversa ensaiada.
e. Mostre interesse pelo assunto:
Embora sua apresentação diante do público deva seguir o estilo conversacional,
essa circunstância exigirá que fale com envolvimento e disposição. Isto é, deve
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ser uma conversa, mas uma conversa bem animada. Não tenha ilusões: se não
demonstrar aos ouvintes que o assunto é importante para você, dificilmente fará
com que as pessoas se envolvam no tema de sua apresentação. Concentre-se
nessa premissa. Antes de envolver a plateia, você precisará mostrar, pelo seu
entusiasmo, o interesse que tem pela matéria. Quando conseguir conjugar esses
dois aspectos relevantes da comunicação – espontaneidade e envolvimento –,
se aproximará dos ouvintes com segurança e credibilidade.
f. Não seja prolixo
Quem assiste a uma palestra ou a uma aula deseja objetividade por parte do
instrutor. Palestras muito longas ou difusas fazem com que a platéia perca o
interesse no assunto. Os exemplos utilizados, as apresentações preparadas para
o evento também não precisam ser excessivas. O expositor prolixo dá aulas muito
longas e enfadonhas. Procure ser o oposto disso, criando atividades adequadas
às circunstâncias e voltadas para a realidade prática do grupo.
g. Preparação do conteúdo
Se você não souber planejar de maneira correta uma apresentação, dificilmente
conseguirá transmitir a mensagem com eficiência. Qualquer que seja o tipo de
exposição de que venha a fazer precisará ter todas as etapas ordenadas de
maneira lógica e concatenadas, desde o princípio até a conclusão.
h. Estimular perguntas e saber ouvir
Perguntas e respostas fazem parte integrante de uma comunicação efetiva entre
o instrutor e a plateia. A pergunta é um ótimo instrumento do instrutor, pois a
partir dela é possível descobrir o que a sua platéia conhece sobre o assunto, mas
é muito importante que você não confunda uma pergunta legítima, que tem o
objetivo de realmente saber o que os alunos pensam com uma pergunta retórica,
cujo único objetivo é dar continuidade a fala do instrutor.
Uma dica útil é iniciar a aula com perguntas abertas sobre o assunto “O que você
faria diante disso?” ou “O que vocês sabem sobre o assunto?”. Ouça o que seus
alunos têm a dizer sobre o assunto, faça anotações num flip chart, por exemplo,
ou simplesmente utilize a fala dos próprios alunos para iniciar a sua.
Ouvir as perguntas e saber aproveitar as contribuições da plateia faz com que os
alunos se envolvam muito mais no processo.
Em diversos momentos você pode pensar que alguma pergunta foi
inconveniente, evite demonstrar que achou a pergunta desnecessária ou mal
formulada, pois você poderá inibir futuras perguntas. Responda o que for
possível ou diga “esse assunto tratarei mais tarde” ou “esse assunto não é bem o
foco da nossa palestra, posso te indicar onde encontrar uma resposta”.
E muito importante: não retarde o progresso do grupo. Quando alguns
participantes não conseguem entender o assunto e o instrutor insiste, o restante
do grupo se desinteressa. É uma boa prática, marcar um horário especial para
explicar o assunto, detidamente, aos mais vagarosos.
i. Sistematização das principais idéias
Ao encerrar a palestra ou aula é importante fazer o fechamento do assunto junto
com a turma. Contextualize o assunto dentro do panorama geral, trazendo da
visão macro para a visão micro, mas lembre-se de que não precisa refazer toda a
palestra novamente.
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Busque o entendimento da platéia fazendo perguntas aos participantes e


apresente uma síntese do assunto.

Lembre-se: chegue antes dos participantes (dê exemplo, seja pontual); prepare o ambiente para
receber os participantes; prepare seu material na véspera e verifique todos os equipamentos
antes da apresentação.

5 - A COMUNICAÇÃO ESPÍRITA

5.1. Importância.

A exposição espírita pertence ao campo da comunicação, assim como o discurso, a


conferência, a aula, o canto, a conversação. É um instrumento importante para expor um
pensamento, uma ideia. No caso, um instrumento destinado ao público. É falar em público e falar
ao público. Por isso é uma arte, e toda arte merece ser cultivada. A prática conduz à perfeição.

O Espiritismo leva ao progresso intelecto-moral do ser humano; melhorando-se o indivíduo


haverá na terra mais solidariedade e paz. Seus princípios básicos precisam ser compreendidos à luz
da razão para, então, se traduzirem em vivência. Eis porque, todo espírita esclarecido, além de
estudar a Doutrina e se beneficiar com suas luzes, também procura divulgá-la.

5.2. Finalidade.

 Informar: divulgar a Doutrina Espírita;


 Esclarecer: tornar compreensível os conceitos doutrinários de modo a atingir a
diversidade de público.
 Conscientizar: possibilitar uma percepção mais clara a respeito dos princípios
doutrinários que nos informam a respeito de nossa própria existência.

5.3. Vantagens da divulgação oral.

 É mais fácil de fazer. Requer apenas, boa vontade, conhecimento e a voz;


 Atinge maior número de pessoas; no Brasil poucos cultivam o hábito da leitura e o
poder aquisitivo é baixo e os livros são caros;
 Atinge a sensibilidade do ouvinte, porque a palavra vai impregnada da vibração
fraterna do expositor;
 Permite atender os ouvintes em diferentes níveis de conhecimento e compreensão,
na necessidade ou expectativa em que se apresentem no momento.

5.4. Desvantagens.

 Passividade do ouvinte;
 Impossibilidade de discordar ou sanar dúvidas (superficialidade do aprendizado);
 Interpretação unilateral do conteúdo;
 Personalização do assunto pela centralização do expositor;
 Dificuldade de se dominar as técnicas de falar para que as palestras se tornem
interessantes.

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6. CONSIDERAÇÕES GERAIS – NOSSOS MEDOS

A habilidade em técnicas de comunicação e apresentações passou a ser competência


importante para profissionais de todas as atividades e no movimento espírita isso se dá
igualmente. Falar em público seja em pequenas reuniões (inclusive reuniões mediúnicas),
diante de poucas pessoas, seja em grandes eventos, diante de plateias numerosas, tornou-se
tarefa quase corriqueira, independentemente da posição hierárquica ocupada pelo profissional
na organização, ou no caso do movimento espírita independe da atividade realizada pelo
tarefeiro.
Embora as pessoas estejam frequentemente às voltas com apresentações em público,
poucas estão bem preparadas para desempenhar a tarefa com eficiência. Todos os profissionais
(e também os tarefeiros), por maior que seja sua dificuldade para se apresentar em público,
podem, em poucas horas de capacitação criteriosa, expressar-se com eficiência nas mais diversas
circunstâncias, diante de qualquer tipo de plateia (encarnada ou desencarnada).
Falar em público é uma habilidade desenvolvida no decorrer do tempo, através de trabalho
disciplinado e persistente. Trata-se de aptidão conquistada com esforço e perseverança e não
um dom atribuído à Divindade.
A ansiedade vocal é o grande inimigo de quem fala. É uma perturbação emocional causada
por fenômenos gerais e psíquicos. Demonstra, também, o sentido de responsabilidade de quem
fala em público. É fundamental que o expositor desenvolva o domínio de si mesmo, atitude
psicológica positiva e naturalidade.

6.1. Domínio de si mesmo.


É preciso aprender a dominar a si mesmo. Para a maioria das pessoas, a simples perspectiva
de fazer uma palestra (a até uma simples prece em voz alta) basta para deixá-las nervosas e
inseguras. O que o expositor pensa, antes de iniciar sua apresentação, a respeito de si próprio, terá
efeito determinante em seu desempenho. Suas ideias mentais, ou seja, como se visualiza falando e
como visualiza o auditório, irão moldar seu comportamento. Por isso é importante desenvolver a
autoconfiança, ou seja, a segurança interior de que realmente pode realizar a tarefa de forma
satisfatória.
Muitas vezes precisa lutar, com fé e coragem, contra determinadas situações mentais, como
por exemplo:
 Quadros mentais: Há pessoas que acreditam mais no fracasso do que no sucesso. A
tendência é pensar mais ou menos assim: “Não vai ser fácil. Acho que não vão gostar
de minha apresentação... E se der um branco? Eu não deveria ter aceitado este
convite....! Onde eu estava com a cabeça...?” Soma-se a isso a respiração acelerada e
uma postura retraída. Depois de toda essa carga negativa como esperar sucesso?
Aquilo que se planta é o que se colhe. Por isso, coloque coisas boas em sua mente.
Você é o dono de seus pensamentos e pode pensar naquilo que você quiser. Assuma
o comando. Visualize-se mentalmente falando com entusiasmo e determinação,
sendo claro e convincente na sua apresentação. Visualize o auditório atento,
interessado em sua mensagem.
 Erros de percepção: Outro aspecto que deve ser observado é que os expositores
raras vezes parecem tão assustados como se sentem; a imagem que ele pensa que
transmite aos ouvintes não é real. Ele pensa que todos estão percebendo seu total

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nervosismo, porém isso não ocorre, ou seja, seu nervosismo é bem mais interior do
que exterior. É fundamental reformular essa percepção equivocada, pois ela tem
influência determinante no comportamento do expositor.
 Medo do desconhecido: O temor ao desconhecido também não deixa de ser uma
experiência normal, comum, que indica que somos iguais à maioria das pessoas.
Mesmo os expositores mais experimentados sentem uma carga de tensão ao iniciar
sua apresentação. A diferença é que, após certa experiência, o expositor, ao invés de
se deixar abalar pela tensão, transforma-a numa carga adicional de energia que o
torna mais enfático e enriquece sua expressão. Cabe ressaltar, também, que o público
normalmente torce pelo êxito do expositor.

6.2. Atitude psicológica.


O público sempre está curioso e desejoso de conhecer e aprender alguma coisa, para viver
melhor. Por isso, qualquer que seja o gênero oratório, o expositor sempre terá ouvintes para ouvir
suas mensagens, principalmente as de cunho espiritual, e nós temos a Doutrina Espírita para lhes
oferecer.
Torna-se também muito importante a interiorização por parte do Expositor do sentimento
de partilha. Ao anunciar postulados que visam o esclarecimento e o consolo dos ouvintes, com a
intenção de oferecer aos ouvintes uma opção da qual ele já se valeu e lhe provocou melhorias
morais fará com que o desenvolvimento do tema tenha maiores chances de ser devidamente
transmitido. Se será bem acolhido pelo ouvinte, é uma outra questão que merece nossa atenção
pois envolve múltiplos fatores. A certeza que o expositor deve buscar em um primeiro momento é
a de ter passado o que deveria.

6.3. Seja natural.


Quem se levanta para falar em público torna-se, nesse momento, a figura principal. Não é
uma questão pessoal, mas da função que está exercendo naquele instante. Portanto, aceite a
atenção geral com naturalidade.
Petulância, afetação, arrogância, empáfia ou ostentação farão o público mudar a atitude
receptiva inicial e tornar-se refratário e até hostil a você. Seja natural, seja você mesmo. Não imite
gestos, voz, fraseado ou o estilo de outro expositor. Você acabará por descobrir ou criar o seu
próprio estilo.
Observe sempre:
 Ascendência sobre o público: O expositor deve conquistar o auditório desde o
primeiro instante (estabelecer empatia, ou seja, ganhar sua confiança e simpatia)
para poder discorrer livremente sobre o tema. Como fazer isso?
 Goste do público e o demonstre: sinta que o público é uma alma coletiva e está
pronto a ouvi-lo, em clima de agradável expectativa. Seja fraterno e mostre-se simples
e atencioso, vibrando simpatia e bondade.
 Deseje transmitir a mensagem: O expositor que conhece o assunto e está bem
preparado sempre tem um ardente desejo de transmiti-lo; deve fazê-lo com o mesmo
entusiasmo e interesse que o assunto lhe despertou. Entusiasmo e interesse são
contagiosos. Se você tiver interesse e entusiasmo no que está dizendo o público se
interessará e se entusiasmará também.
 Confie em si mesmo: Seja modesto, mas não tímido. O público espera que você lidere
a ação, já que está com a palavra. Se o expositor não demonstrar confiança, como
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pretender conquistar o público? Assim como o lavrador olha a terra quando semeia,
o orador, igualmente, deve olhar com confiança para a assistência ao proferir as
primeiras palavras. Procure fixar-se mais no que tem a dizer do que em você mesmo,
pois o auditório está mais interessado na sua mensagem.
 Antes de falar: Alguns minutos antes de iniciar sua apresentação adote o seguinte
procedimento:
1. Faça uma prece mentalmente: ela estabelecerá sintonia com os amigos
espirituais. Envolvido pelas energias reconfortantes e desejoso de realizar sua
tarefa, você conseguirá a descontração ideal (inclusive muscular);
2. Ponha-se em boa disposição mental: diga para si mesmo: tenho necessidade
de falar! Para quê? Gosto de expor minha ideia e já demonstrei vontade de
falar. E tenho uma excelente doutrina para expor. Estas pessoas que aqui
estão aguardam interessadas pela minha fala. É uma boa oportunidade que se
me oferece. Devo aproveitá-la o mais possível. Quanto mais falar mais me
desenvolverei. Por que receio? Não é difícil falar sobre o que conheço. Estou
familiarizado com o assunto. Sei como dizê-lo para transmitir o que sinto e se
passa em minha alma. Como estou começando, sinto agora certa dificuldade,
que irá desaparecendo em seguida, com o treino. Vou falar com firmeza e
naturalidade. Não vou imitar ninguém. Falarei com voz clara, pausadamente, e
com boa dicção. E vou falar com entusiasmo, para atrair e interessar. Vou me
dirigir à assistência com um ar saudável e de confiança. Gosto de falar a
amigos, por que não falarei a muitos amigos?

7. O TRATO COM O PÚBLICO


Certos tipos de exposição comportam, ou até pedem, um contato maior do expositor com o
público, através de perguntas e respostas, debates, coletas de opiniões, etc. Outras exposições,
porém, seria melhor que não fossem interrompidas, mas o público, às vezes, intervém espontânea
e inesperadamente. O expositor, em qualquer situação, deverá ser sempre educado e atencioso,
tanto para provocar como para acolher as manifestações do público, porque é o grande momento
em que, “solo”, deve trabalhar a mensagem espírita e para o qual não pode deixar de exemplificar
a fraternidade da conduta cristã.
7.1. Tipos de Expositores.
Todo aquele que expõe um assunto para determinado público, seja numeroso ou não, é um
expositor. De acordo com a forma que elabora sua exposição pode ser classificado como professor,
orador ou palestrador.
 Professor: Faz a exposição tipo aula. Dele se exige objetividade, explicação
didática e um mínimo de floreios literários.
 Orador: É o poeta da exposição. Dele se espera eloquência, arrebatamento e
magnetização da massa.
 Palestrador: Espécie de fusão entre professor e orador. Alterna características
de um e de outro. Quando se inflama passa para a oratória e dela pode ir para
a explicação didática. É o tipo de expositor mais adequado para a divulgação
doutrinária.

7.2. A técnica da exposição oral.


Ninguém “faz” um expositor ou um orador. As qualidades são inerentes à própria pessoa,
mas, geralmente, qualquer pessoa que deseje poderá fazê-lo, desde que se determine a vencer
algumas barreiras, tais como:
 Superar alguns bloqueios;
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 Exercitar a oratória (arte de falar em público).

A técnica de exposição oral somente procura aperfeiçoar o talento de quem o tem (às vezes
mal canalizado) e mostrar os obstáculos mais comuns e como podem ser superados. No
movimento espírita é imenso o campo para se desenvolverem as potencialidades comunicadoras.
Realizar sempre o melhor possível deve ser o lema do divulgador do Espiritismo.
Na oratória a clareza e a simplicidade devem caminhar juntos com a objetividade, o
conhecimento do assunto e a sinceridade. No entanto, sem amor no coração a mensagem
chegará fria, revelando a aridez (falta de sentimento) da alma de quem a pronunciou.
No uso da palavra, por ser o maior veículo de comunicação entre os homens, há
necessidade de muito equilíbrio e sensatez com relação ao conteúdo, o momento e os sentimentos
emitidos, porque podemos construir ou destruir anseios, projetos e sonhos de outras pessoas.
Falemos com doçura às pessoas, sem dramas ou pieguismos (sentimentalidade excessiva,
afetação exagerada), de forma a traduzir equilíbrio e, assim, edificarmos e não destruirmos; não
devemos esquecer que podemos enganar os homens, mas jamais enganaremos nossa consciência.

7.3 O expositor espírita – regra geral.

 Responderá o que souber e acolherá o que puder, de modo que não haja prejuízo do
interesse da maioria dos ouvintes com relação ao tema em estudo e nem do horário
disponível.
 Quando não souber responder, de momento, declarará com naturalidade seu
desconhecimento, propondo-se a procurar a informação para trazê-la ao grupo
posteriormente.
 Às vezes, uma pergunta poderá estar fora do tema, mas se o expositor der uma resposta
rápida, resumindo o entendimento doutrinário a respeito sem entrar em maiores detalhes,
deixará satisfeito quem perguntou e poderá seguir na sua exposição.
 Porém, se a questão for inoportuna, porque sua explicação demandaria muito tempo ou
requereria maiores conhecimentos doutrinários dos ouvintes, informar sucintamente; se
possível, colocar-se à disposição do interessado para atendimento em separado, ou indicar
livros ou cursos que possam esclarecê-lo. Este fato ocorre comumente em temas polêmicos
e contraditórios.
 Também é de boa técnica informar previamente ao público que, ao final da exposição, se
responderá às perguntas que quiserem formular (se for previsto no programa do orador ou
do Centro).

IMPORTANTE: evite demonstrar irritação ou impaciência, dar respostas rudes, irônicas ou


agressivas. Somente quando a intervenção inconveniente do público ultrapassar o limite do
tolerável é que caberá tomar providências mais enérgicas, mas, mesmo assim, com equilíbrio
emocional e sem violência. Se a reunião estiver sob a responsabilidade do expositor caberá a ele
tomar essas providências; se outros forem os encarregados, e deixarem de tomar as providências
devidas, o expositor deverá solicitar-lhes que o façam.

Rua Nova Ponte, 464 – Esquina com Rua Camanducaia – Bairro Salgado Filho/BH/MG – Tel 3374-0427.
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7.4. Tipos De público.

Público básico Ações recomendadas

- Apelar para os sentimentos;


Assistidos - Temas evangélicos;
- Exemplos práticos.

- Incentivar o estudo permanente


da Doutrina;
Colaboradores - Valorizar a troca de ideias;
- Desarmar o espírito crítico negativo.

- Motivar para o estudo do


Espiritismo;
Frequentadores - Facilitar o entendimento dos
princípios doutrinários;
- Esclarecer quanto aos benefícios
que pode receber.

Simpatizantes - Dar argumentação segura e


consistente;
- Apelar para a razão e o
sentimento.

- Argumentar com razão;


Não Espíritas - Fornecer dados concretos;
- Adotar temas científicos e
filosóficos;
- Não colocar em questão
dogmas religiosos.

As características de cada tipo de público são genéricas e as ações recomendadas devem ser
estudadas e adequadas a cada caso concreto. O perigo a que o expositor não deve se expor é cair
na HIPOCRISIA. O público percebe e passa a rejeitar seus pensamentos.

Faixa de Idade Ações recomendadas

Infantil - Muitos recursos didáticos;


(7 a 12 anos) - Gesticulações e ilustrações;
- Palavras simples e de significado claro;
- Tempo máximo de 20 minutos.

- Tempo máximo de 40 minutos;


Adolescentes: - Não forçar a argumentação;
(13 a 17 anos) - Recursos didáticos e ilustrações;
- Exemplificar com imagens.

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- Aguçar o idealismo;
Jovens: - Demonstrar entusiasmo;
(18 a 29 anos) - Falar do futuro;
- Valorizar suas observações.

Adultos: - Salientar justiça e responsabilidade;


(30 a 59 anos) - Demonstrar muito interesse.

- Falar bem do passado;


Maduro: - Mostrar respeito;
(mais de 60 anos) - Agir com ponderação;
- Não esconder nada.

Conheça o assunto e saiba apresentá-lo de formam inteligível. Mostre boa vontade, esforço
e um certo carinho que só conseguem aqueles que gostam e acreditam no que fazem.

Tenha noção do tempo, não fuja do tema e não “encha linguiça”.

Não interprete nenhum personagem, seja você mesmo. Mostre sinceridade, distribua com
generosidade entusiasmo e idealismo. Demonstre segurança e tranquilidade.

Dificilmente você estará falando para um grupo homogêneo em relação ao grau de


conhecimentos e nunca falará a um grupo com as mesmas experiências e sentimentos. Assim,
procure satisfazer a maioria do seu público, mesmo que apenas razoavelmente. Se dirigir sua
apresentação para atingir um grupo seleto, provavelmente obterá uma avaliação ruim dos 2/3
restantes.

“O orador é responsável pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem”.
(Conduta Espírita, André Luiz, Cap. 14).

8. O PROCESSO EDUCATIVO

“Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação para todos os seres. Lembremo-nos de que o Eterno
Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos: “Brilhe vossa luz.” Isso
quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena. E semelhante feito somente
poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento. Mas a educação, com o cultivo da
inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e
virtude, não será conseguida tão só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a
consciente adesão da vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer
natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a Vida Gloriosa
e transformar, consequentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza
e sublimação.”
(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Pensamento e Vida).

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8.1. As diferenças existentes entre instrução e educação.

A instrução se destina à sobrevivência. Significa algo que vem de fora para dentro, com a
função de adaptar o indivíduo às convenções sociais (Saber Convencional).
A Educação se destina à vida: significa conduzir para fora, isto é, “exteriorizar”, “trazer à luz”
as potencialidades que em nós existem - tal como a semente que necessita apenas de certas
condições exteriores para que, o que nela está contido em essência, se possa transformar em
planta e florescer (Saber Real).

8.2 - Pedagogia: a ciência da educação.


Pedagogia é a reflexão sistemática sobre educação. Muitos pesquisadores e educadores
experientes, afirmam que, ainda que, a educação seja um elemento essencial e permanente na
vida individual e social, não se realizou sempre do mesmo modo, mas tem variado conforme as
necessidades e aspirações de cada povo e de cada época. As mudanças por que tem passado o
desenvolvimento da educação através do tempo, demonstram sem dúvida que o homem
sempre buscou o conhecimento sobre a sua realidade existencial. Percebemos na historia da
Educação a presença dos filósofos e educadores, procurando estabelecer conceitos mais
racionais sobre o processo educacional. Citamos a relação que alguns desses pensadores
estabeleceram com a educação:
 Confúcio (551 AC - China): acreditava apenas estar criando um método educativo
para preservar o que havia de melhor na sociedade, propiciando os meios de fazê-la
evoluir da melhor maneira possível, de forma harmônica e saudável. O Mestre
confiava realmente no poder de educar para retificar a conduta das pessoas, e sua
proposta extremamente pragmática indicava um caminho acessível a todos para o
reerguimento da sociedade.
 Buda (563 AC - Nepal): proposta de educação para despertar as qualidades positivas
nos seres, exercitar a paz, a generosidade e a amorosidade, despertar a
responsabilidade universal (ética, confiança, solidariedade, compaixão), desenvolver
o respeito e a integração com o meio ambiente, favorecer a liberdade frente aos
condicionamentos, integrar as crianças à vida, ajudando-as a viver no mundo e gerar
felicidade a todos os seres.
 Sócrates (469 AC - Grécia): a preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio
do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
 Platão (428 AC - Grécia): como um dos homens arejados da época, compreendia que
as verdadeiras transformações sociais se fazem pela educação. Acredita que a
educação deve ser direcionada à aquisição do conhecimento do Bem e da Verdade,
e também que aprender é recordar.
 Rousseau (1712 DC - Suiça): Demonstrou a importância fundamental da educação na
transformação do mundo. Nesse sentido, o homem é bom por natureza, mas está
submetido à influência corruptora da sociedade.
A afirmação evangélica “Amai-vos e instruí-vos”, grafada no capítulo VI do Evangelho
Segundo o Espiritismo, produzido por Allan Kardec, convoca-nos ao exercício da fraternidade e
ao estudo edificante a fim de nos prepararmos para o fiel desempenho de nossas tarefas na
Evangelização e na vida em sociedade.

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O mestre Jesus demonstra, em síntese, a mais perfeita orientação educativa, com aplicação
dos mais eficientes métodos de aprendizagem e processos de ensino. São excelentes os
métodos de aprendizagem adotados por Jesus:
 Didática viva do exemplo: teve uma vida pontilhada de exemplos para que
pudéssemos aprender com ele, através do exemplo e da palavra em seguida.
 Ensino através de narrativas e histórias, despertando o interesse em todos os que
ouviam a sua palavra.
 Nas reuniões de esclarecimentos, Jesus sempre deixava margem à reflexão, por parte
daqueles que o ouviam, objetivando um aprendizado consciente e raciocinado.
 Transmitia a todos que frequentavam as reuniões de aprendizagem, as lições do
relacionamento humano através do ideal de fraternidade universal, deixando para a
eternidade a divina sentença: “Amai-vos uns aos outros”.
 Solicitava a opinião dos participantes para discussão fraterna, como oportunidade da
manifestação do pensamento de todos, conduzindo ao conceito verdadeiro com sua
palavra final.
 Recorria ao processo de comparação e analogia, para que fosse alcançada a devida
compreensão.
 A educação do homem pela aplicação do esforço individual e pelo método natural
do trabalho.
 A educação com base na responsabilidade quando nos revela “Porque a todo aquele
a quem for dado, muito lhe será pedido”.
A Pedagogia como “ciência do espírito e da educação” e tendo como objetivo o fomento
educativo, que é universal, possui as fundamentações técnicas para se alcançar maior eficiência
no processo educacional do ser humano, dentro da verdadeira concepção do trabalho
evolutivo no “ensinar-aprender”.
O campo técnico da Pedagogia que nos proporciona o conhecimento de “como ensinar” é
objeto da didática que é definida como a Arte de ensinar.

8.3 – Conhecimentos didáticos necessários à prática do expositor.


O expositor espírita estuda a didática a fim de tornar o estudo mais eficiente, mais ajustado à
natureza, possibilidades e expectativas do aprendiz espírita. Pode-se mesmo, dizer que é o
conjunto de técnicas destinado a dirigir o ensino fornecendo princípios, métodos e técnicas
aplicáveis à doutrina espírita, para que a assimilação e consequente aprendizado da mesma se
efetuem de forma prática e satisfatória. A didática não se interessa tanto pelo que vai ser
ensinado, mas como vai ser ensinado.
Há uma crença generalizada de que, para ser bom expositor, basta conhecer bem o assunto
a ser ensinado. Equivale dizer que bastaria ser um bom especialista em determinado assunto
para ensiná-lo bem. A única preocupação é com o conteúdo.
A prática vem desmentindo, entretanto, essa afirmativa. A aprendizagem necessariamente
deverá produzir mudanças no comportamento do participante. Essa mudança pode ocorrer no
nível do:
 Conhecimento - saber o que fazer;
 Habilidade - saber como fazer;
 Atitude - querer fazer.
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O homem aprende com todo o seu organismo para melhor integrar-se no meio físico e
social, atendendo as necessidades biológicas, psicológicas e sociais que se apresentam no
transcorrer da vida. Essas necessidades podem chamar-se dificuldades ou obstáculos. Se não
houvesse obstáculos, não haveria aprendizagem. Assim o homem aprende quando defronta
entraves e sente que precisa vencê-los. Todo aprender não é mais que um vencer obstáculos.
Deduz-se daí que ninguém pode ensinar propriamente nada a ninguém. O que se pode fazer é
sensibilizar outra pessoa a sentir e a querer superar certas dificuldades.
Assim como educação foi definida em termos de superação, a aprendizagem espiritual
também o pode ser. Toda aprendizagem não é mais que o resultado de esforço do superar a si
mesmo, repensando e modificando as atitudes.

8.4 Implicações ou proposições da aprendizagem


Viver é aprender. Para aprender é preciso o querer, é preciso viver a vontade para a busca
desse aprendizado. Aprender é perceber e a percepção varia em cada pessoa, podendo seu
nível de percepção alterar-se. Dependendo do contexto, do momento, do nível de interesse, a
pessoa pode estar ou não mais propensa a aprender.
Pode-se aprender ouvindo, lendo, vendo um filme, olhando a natureza, viajando, fazendo
novas amizades, trocando ideias, estudando, etc. Enfim basta estar aberto, disponível e acessível
à aprendizagem.
Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo
de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora
haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de
aprendizagem:
 Visual: aprendizagem centrada na visualização;
 Auditiva: centrada na audição;
 Leitura/escrita: aprendizagem através de textos;
 Ativa: aprendizagem através do fazer.

8.5 - O papel da memória na aprendizagem


O indivíduo desde o nascimento, utilizando sua percepção/campo perceptual, vai
ampliando seu repertório e construindo conceitos, em função do meio que o cerca. Estes
conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens dos sentidos são fixadas e
relembradas por associação a cada nova experiência. Os efeitos da aprendizagem são retidos na
memória, onde este processo é reversível até um certo tempo, pois depende do estímulo ou
necessidade de fixação.
Memória de curto prazo - geralmente é de uso reversível e temporário, acredita-se decorra
de um mecanismo fisiológico, que pode manter vivo um traço da memória por um período de
tempo limitado, isto é, depois de passado certo período, acredita-se que esta informação
desvanece-se. Logo a memória de curto prazo tem pouca importância para a aprendizagem.
Memória de longo prazo - depende de transformações na estrutura dos neurônios.
Aparentemente essas mudanças têm uma importância primordial nos estímulos que levam aos
mecanismos de lembranças como imagens, odores, sons, etc, que, avulsos parecem ter uma
localização definida, parecendo ser de certa forma blocos desconexos, que ao serem ativados
montam a lembrança do evento que é novamente sentida pelo indivíduo.
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8.6 - Técnicas de ensino


Técnicas são estratégias e caminhos para alcançar melhor patamar de resultados. São
ferramentas a disposição do expositor, para dar qualidade didática às suas intervenções. As
técnicas de ensino são muitas e podem variar de maneira extraordinária, segundo o assunto, as
circunstâncias e os objetivos que se tenham em mira. É preciso esclarecer que não se pode falar
em técnicas velhas ou novas, superadas ou atuais. Todas elas são válidas, desde que sejam
aplicadas de modo ativo, propiciando exercícios de reflexão e espírito crítico do aprendiz. A
validade da técnica, pois, está na maneira, no espírito como é empregada.
Temos as técnicas de ensino: expositiva, do diálogo, da discussão, estudo de caso e
demonstração. Nas palestras, seminários e estudos espíritas, geralmente, são utilizadas as
seguintes técnicas de ensino: expositiva, dialogada, e discussão.
Técnica expositiva - esta técnica tem ampla aplicação na exposição de todos os temas e
níveis de público. Consiste na exposição oral por parte do expositor de uma temática especifica.
O uso não adequado dessa técnica pode ocorrer quando há, por parte do aprendiz, a
obrigatoriedade de tomar nota de todas as palavras do expositor, a fim de repeti-las por ocasião
das verificações de aprendizagem. O regime do estudo, neste caso, passa a ser: anotar e saber
de cor tudo o que o expositor disse. Assim, o ensino se reduz a puro e simples verbalismo
acompanhado de memorização. Outro inconveniente da exposição: quando é empregada em
forma dogmática, quando só prevalece “o que o Instrutor disse”. A exposição deve e precisa ser
adotada, mas de maneira ativa, que estimule a participação do aprendiz, de maneira a não se
reduzir a apresentação da unidade a um interminável monólogo. Na exposição, deve o
expositor, entre outros recursos, ressaltar as partes mais importantes com inflexão de voz que
realce o que está sendo exposto. Não só a inflexão como também o registro no quadro ou slide
do que vai sendo exposto. A exposição deve constar das seguintes partes:
1. Apresentação do assunto;
2. Desenvolvimento, em partes lógicas, do mesmo;
3. Síntese do exposto;
4. Extração de conclusões ou formulação de críticas quando for o caso.
O sucesso na exposição, por parte do expositor, depende muitas vezes da maneira como
este se locomove em grupo. O Instrutor não deve ficar parado ou sentado o tempo todo, nem
movimentar-se, agitadamente, ou voltar-se, continuamente, para um só setor do público.
Convém movimentar-se adequadamente, com calma e de modo a cobrir, com sua presença,
todo o grupo. Deve também ir anotando no quadro os elementos essenciais da exposição, de
jeito a registrar todo o assunto tratado oralmente. A exposição oral não deve ser muito
prolongada, ou melhor, deve sofrer interrupções constantes, para serem introduzidos outros
recursos didáticos. Não deve passar, no máximo, de 30 minutos, sem que haja sido feito
pequeno espaço, para o uso de outras técnicas de ensino.
Técnica do diálogo - o diálogo é também, uma forma de espaço para perguntas que tem
por fim não tanto cobrar conhecimentos, mas levar à reflexão. O diálogo tem caráter mais
construtivo, amplo e educativo do que a arguição, pois através dele o aprendiz é levado a
refletir sobre os temas em foco, sobre os seus próprios conceitos, a fim de que ele mesmo possa
avaliar a veracidade dos mesmos ou elaborar novas proposições. Mas a maior virtude é fazer o
participante sentir que é capaz de pensar. O diálogo, em última análise, é um processo de
reflexão dirigida, em que as perguntas do expositor vão orientando o raciocínio dos
participantes. O princípio fundamental é que o expositor não deve dar soluções ou respostas
prontas às questões propostas e sim orientar o aprendiz para refletir e encontrá-las.

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Técnica da discussão - esta técnica de ensino exige o máximo de participação do grupo na


elaboração de reflexões e conceitos. É um procedimento didático fundamentalmente ativo.
Consiste na discussão de um tema por parte dos participantes sob a direção do expositor. As
sessões de discussões requerem preparação anterior por parte dos participantes, pelo que o
assunto deve ser apresentado pelo expositor ou escolhido entre ambos, marcando-se o prazo e
a data para a discussão. Assim, os participantes, antes de discutir o assunto, vão informar-se a
respeito, e após a discussão serão aceitas as conclusões adotadas pela maioria. A discussão
consiste em trabalho intelectual de interação de conceitos, conhecimentos ou informações, sem
posições tomadas ou pontos de vista a defender. É, pois, um trabalho de colaboração intelectual
entre os participantes, em que cada um traz a sua contribuição em esclarecimentos, dados,
informes, etc. Seguem algumas observações para eficiência nas discussões:
1. O tema em estudo deve ser mantido presente, pelo moderador durante todo o
transcurso da mesma, como deve torná-lo bem claro para não dar margem a dúvidas
ou mal entendidos;
2. Deve ser evitado, com habilidade: afastamento do assunto principal, perda de tempo
em questões secundárias, comentários reprisando o que já foi discutido, embaraço
dos participantes cujas contribuições sejam rejeitadas, omissão de ideias
fundamentais, monopolização da discussão por alguns poucos participantes.
3. O moderador da discussão tem como dever: propor a questão, aclará-la, obter
pronunciamento dos participantes a respeito da mesma, não se afastar do assunto e
não permitir que o façam, orientar o secretário da discussão para as necessárias
anotações no quadro, esforçar-se para que todos participem, estimulando mais os
tímidos e contendo os monopolizadores, evitar que a discussão caia em ponto morto,
respeitar e fazer respeitar os pontos de vista de todos os participantes.
4. A ação do expositor/moderador deve ser a de orientar, para ser objeto de estudo, um
caso, tema ou problema que seja de importância para a formação espiritual. Durante
os debates e discussões, o expositor/moderador deve se resguardar em dar a sua
opinião, de maneira a favorecer o pensar por si, só devendo fazê-lo quando perceber
que é realmente necessário ou para amarração das ideias.

9. PLANEJAMENTO DA PALESTRA

Sinteticamente, resumiremos em cinco os passos da preparação de uma palestra espírita:

Primeiro passo Escolher o tema;

Segundo passo Pesquisar na bibliografia;

Terceiro passo Estudar o material escolhido;

Quarto passo Formular a Q.C. - “ideia mãe”;

Quinto passo Esboçar e redigir a palestra.

9.1. Escolher o tema.

Expositores e dirigentes encontram naturais dificuldades nesse setor. Como a Doutrina é


muito ampla, a própria variedade às vezes confunde e, daí não é rara a escolha de temas pouco
apropriados à situação ou ao público. Boa parte utiliza a sequencia de “O Evangelho Segundo o
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Espiritismo” e o “Livro dos Espíritos”. O expositor deve acatar sempre o tema fornecido pela
instituição que o convidou.

Há, no entanto, os casos de exceção ou busca de novas modalidades. Em inúmeras


ocasiões, o expositor é convidado a palestrar e os anfitriões deixam o tema “livre”, a sua escolha.
Saber escolher os temas das palestras é fundamental porque os resultados do esforço educativo
tenderão a ser maiores se os assuntos abordados causarem interesse. Nesse caso importante que
seja considerado:
 Recursos próprios – o expositor saberá identificar suas limitações intelectuais e
morais, de maneira a evitar abordagem de assuntos que desconheça, e para assuntos
de temáticas polêmicas, o fazer se houver tempo hábil para preparação;
 Circunstância – fatos cotidianos mais recentes e próximos geograficamente causam
maior interesse do que aqueles que se distanciam da vida comum dos ouvintes.
Relevante considerar o tempo (próximo da data atual), o espaço (mais perto e ligado
ao público) e a importância (evidenciados pela opinião pública). Ter cuidado para
não explorar assunto polêmico inútil e cuidar com esmero da fidelidade doutrinária;
 Público – informar-se sobre o perfil dos participantes a fim de se preparar de maneira
mais satisfatória e com menos surpresas;
 Inspiração – sem que se dependa dela o expositor poderá utilizar-se da inspiração,
mantendo o culto à prece a dedicação aos estudos.

A Doutrina Espírita oferece uma grande variedade de assuntos, mas devido à restrições
diversas muitas vezes as Casas e Fraternidades limitam-se à escolhas restritas, rígidas e repetitivas.
No que respeita, porém, ao estudo, elencamos fontes de pesquisa e inspiração do expositor
espírita, ressaltando que essa lista é uma indicação e não uma determinação:
 Obras da Codificação: mais divulgadas (O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo
o Espiritismo, O Livro dos Médiuns), menos divulgadas (O Céu e o Inferno, A Gênese,
Obras Póstumas, Revista Espírita);
 Bíblia: velho testamento (quando o lemos com o sadio propósito de nos esclarecer,
considerando suas particularidades judaicas), novo testamento (contém o cerne da
mensagem cristã, com notícia da vida e dos ensinos de Jesus, seus apóstolos e
discípulos, cuidando com atenção para a abordagem do Apocalipse devido à
dificuldade de interpretação);
 Literatura Espírita: clássica (produções psicográficas e autorais de Francisco Cândido
Xavier, Ivonne do Amaral Pereira, Bezerra de Menezes, Divaldo Pereira Franco,
Gabriel Dellanne, Alexandre Akzakof, Willian Crookes, Léon Denis, Camille Flamarion,
César Lombrozo, dentre outras) e atuais (produções psicográficas e autorais de
Francisco do Espírito Santo Neto, Richard Simonetti, Wanderley Soares de Oliveira,
Suely Caldas Schubert, José Maria Borberg, dentre outros);
 Literatura em geral: toda a literatura é fonte de temas em que o orador pode se
inspirar. Grandes filósofos, romancistas de vulto, poetas, literatos, teatrólogos são
fonte de temas, bem como autores espiritualistas ainda que filiados a outros credos
religiosos, como por exemplo Humberto Rohden, Khalil Gibran, Tomás de Aquino,
Santo Agostinho, dentre outros;
 Fatos históricos e biografias: acontecimentos relevantes e personagens proeminentes
de preferência com ligação com a doutrina são fonte de inspiração muito
interessante;
 Temas circunstanciais: entenda-se aqueles adotados em palestras para reuniões
comemorativas (natal, dia das mães confraternização dos tarefeiros) ou de finalidades
específicas (aniversário da entidade, semana de arte espírita, semana de leitura, etc).

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9.2. Pesquisar na bibliografia.

A Doutrina Espírita está contida nos livros que a divulgam. Estudar, portanto, é prática
indispensável ao expositor, e para ser proveitoso, o estudo exige método. Pesquisar é selecionar
textos a serem posteriormente estudados, e essa seleção não é difícil, uma vez que o expositor
estudioso sempre terá na memória essa ou aquela página onde encontre o assunto a ser tratado.

A busca de textos pode ser feita da seguinte maneira:


 No índice procurará identificar o assunto nos títulos;
 No texto, encontrada a referência, ler:
 O primeiro parágrafo;
 As primeiras palavras de cada parágrafo subsequente;
 O último parágrafo.

Desse modo, saberá identificar o assunto com precisão, verificando se aborda ou não o
tema em pesquisa. Se aprovado, bastará anotá-lo e marcá-lo, reservando-o para estudo
aprofundado.

Com o tempo, a experiência facultará ao expositor o domínio da arte de consultar os livros


certos para cada tema e saber a quantidade de assuntos ou sub-temas de que necessita para
compor sua palestra.

O expositor que se dedica com afinco a atividade deverá possuir uma biblioteca física ou
virtual com o qual se fundamentará para a apresentação dos estudos.

“(...) a formação de uma biblioteca está subordinada aos gostos e inclinações de quem a
forma, como reflexo que ela é da personalidade e do adiantamento intelectual de seu possuidor.
No entanto, há livros que se relacionam intimamente com a atividade que cada um exerce e,
portanto, são indispensáveis. (...) O orador espírita reunirá em sua estante os livros imprescindíveis
ao desempenho de sua tarefa.” (Eliseu Rigonatti no livro: O Orador Espírita).

Importante destacar que a internet nos oferece nos dias atuais opções variadas e ampliadas
de pesquisas e se faz mister observar as origens dos textos pesquisados, a fim de não
multiplicarmos informações incorretas. Não raro encontramos palestras prontas, apresentações em
vídeos, textos que podem nos auxiliar, desde que tenhamos senso crítico para avaliação e posterior
utilização. Não é lícito ao expositor se valer tão somente do que encontra pronto, pois é na
pesquisa e na preparação que as bases para uma apresentação sólida, eficaz e eficiente se forma,
principalmente quando houver perguntas durante a exposição.

9.3. Estudar as páginas escolhidas.

Cada texto, livro, blog, site é um indicador precioso, uma fonte a ser explorada, e é a essa
exploração que denomina-se “estudo”. Antes de se dedicar a questão das técnicas é importante
considerar que estudar não é apenas ler ou memorizar, pois quem procura estudar, logo descobre
que o entendimento e memorização são consequências naturais do exercício da análise e da
crítica de ideias, em relação ao texto pesquisado.

Caberá ao expositor dedicado agir com responsabilidade e zelo, estabelecendo critérios que
disciplinem seu procedimento, seja atribuindo mais tempo ao seu esforço de preparar, seja
optando por métodos mais simples ou, ainda, assumindo um número limitado de palestras por
mês, jamais se esquecendo do embasamento doutrinário na Codificação, relevância essa que deve
ser considerada regra de método.

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Paulo, o Apóstolo, recomendou “ler tudo e reter o que for bom” (Tessalonicenses, 5:21). Será
preciso, mais do que entender ou reter palavras, analisar e criticar o texto, de maneira a separar o
“joio do trigo”, conforme ensinou Jesus.

 Folha de ideias: Antes de iniciar o estudo devemos tomar uma folha avulsa de papel,
destinada às anotações, já visando à estruturação da palestra. Cuidado para não
escrever demasiadamente na folha de ideias, devemos diferenciar ideias de palavras.
 Técnica de leitura: Há quatro técnicas básicas de leitura: leitura repetida (consiste em
ler diversas vezes com atenção cada texto, até certificar-se de que apreendeu os
pensamentos do autor), leitura sublinhada (precede uma leitura inicial, descontraída,
visando perceber o sentido global do texto para em seguida fazer uma segunda
leitura desta vez sublinhando as palavras e frases consideradas chaves, que resumam
em si o pensamento expressado em cada parágrafo), leitura com resumo (faz-se um
resumo, de onde, depois, poderão ser retirados os pontos aproveitáveis para a
palestra), leitura comentada (consiste na retirada das principais opiniões do autor
seguido de comentários, citando outros textos e acrescentando ideias aos
pensamentos em estudo).

Um dos vícios menos recomendável e mais perigoso na Doutrina Espírita, na análise de seus
textos, são as ideias próprias, o germe do personalismo. Se o Espiritismo não é dogmático e todos
estão guindados ao dever de raciocinar, nem por isso poderá o corpo doutrinário permanecer
sujeito aos pontos de vista dos principiantes que mal o conhecem com profundidade. Destarte,
todo cuidado é pouco com as ideias pessoais.

Procure abordar os temas com criatividade e versatilidade. Há temas conhecidos e


cansativamente comentados, para os quais o expositor não poderá dispensar a criatividade e
versatilidade, caso contrário sua palestra será desinteressante e repetitiva.

Procure textos pouco lembrados ou inéditos para citações. – Ex: “Amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a si mesmo” já está muito repetido, podemos citar a Primeira Epístola
de João “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama
nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é
amor”.(Cap. 4,7).

Nos comentários sobre temas comuns busque ensinos novos. Ex: “Vinde a mim todos vós
que estais aflitos e sobrecarregados”. Há dois tipos de sofredores – os aflitos e os sobrecarregados.
Os aflitos sofrem espiritualmente (dores morais, decepções, tristezas); os sobrecarregados sofrem
materialmente (dores físicas, doenças, pobreza extrema, aleijões, etc.). Não confundir sofredor com
obsessor.

Traga os ensinamentos para situações práticas e objetivas. Ex: A caridade pode ser praticada
nos menores gestos: um abraço, um aperto de mão, uma frase otimista.

Cite episódios da vida de homens ilustres, que recomendem o ensino comentado. Ex: Usar a
morte de Sócrates para uma exposição a respeito da morte.

Adicione aos comentários histórias, lendas, fatos históricos. Ex: Usar Humberto de Campos,
Néio Lucio, etc. Não use demais para não cansar a plateia.

“A síntese é a alma da verdade. Prolixidade não significa lógica” (Humberto de Campos


[espírito], através de Francisco Cândido Xavier, no livro Palavras ao Infinito). Ao escrever faça como
se telegrafasse. Verifique se cada vocábulo tem significado específico e utilidade certificada, ante às
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ideias a serem expressas. Suprima adjetivos, economize substantivos e verbos, evite floreios. Prefira
as frases curtas e diretas.

9.4. Formular a Questão Central (“idéia mãe”).

A Questão Central é um pensamento único, expresso numa frase simples e clara e, se


possível, direta. Ela deve resumir a essência do que se quer provar ou demonstrar através da
palestra inteira. Em torno dela e/ou em direção a ela se encaminharão todos os assuntos e
ilustrações.
Atenção: mais informações sobre Questão Central ver item 10. ORGANIZAÇÃO DO
PENSAMENTO.

9.5 Estrutura de uma exposição.

Toda comunicação oral (aula, discurso, conferência, etc.), para ser completa, deve possuir
Início, Meio e Fim. A exposição, assim, pode ser dividida em três partes:

1) Introdução: trata da abertura (preparação), onde se inclui a saudação e, se for o caso, das
explicações sobre a natureza do trabalho, do tema e assim por diante. Faz parte da
Introdução o vocativo (cumprimento ao público) que é uma forma educada de nos
dirigirmos à plateia, chamando sua atenção para nossa presença. Consideremos alguns
conceitos:
 Captar a atenção, fazendo uma pergunta. Ex: Por que a água apaga o fogo? O tema
seria “Água Fluidificada”; enunciando um fato surpreendente; contando um fato
interessante relacionado com o tema; apresentando uma citação ou poesia; ou ainda
uma ilustração, um cartaz ou um objeto relacionado com o tema, etc.
 Resumo do que vai dizer mencionando o ponto principal de sua exposição.
 Evitar introduções inadequadas que não tenham relação com o assunto, sejam muito
previsíveis e por isso coloquem em risco a estabilidade e a segurança do expositor
diante dos ouvintes.
 Evitar nas introduções fazer perguntas quando não desejamos respostas e
demonstrar uma falsa modéstia buscando esconder o despreparo. Deve-se ser
honesto.

2) Assunto Central – (meio): é o momento onde se aborda tudo sobre o assunto em foco. É o
desenvolvimento do tema propriamente dito. Pontos principais:
 Escolha de tópicos: Enumere de dois a cinco tópicos. Muitos ouvintes não
conseguem se lembrar de mais de cinco tópicos. Se você apresentar apenas um
estará baseando toda a sua exposição em apenas uma tentativa e, se os ouvintes não
o aceitarem, rejeitarão seu discurso.
 Ordenação lógica: dispor os tópicos numa ordem lógica para que as ideias sejam
mais bem compreendidas pelos ouvintes. A lógica é a forma de raciocínio que
conduz ao conhecimento da verdade; facilita, organiza e dá coerência às ideias.
 Sustentação: escolha seu ponto principal e use algumas das técnicas abaixo para
provar, esclarecer, tornar memorável ou aumentar o interesse pela palestra:
exemplos, citações, estatísticas, histórias, definições, comparações, meios auxiliares
audiovisuais.
 Refutação: consiste na defesa de possíveis objeções expressas ou não pelo público. O
momento de refutar poderá ser imediato, se a objeção for para um argumento
específico; logo após a ideia ser apresentada, se a objeção for para todos os

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argumentos ou um grande número deles; ou ainda desde o princípio do discurso, se
soubermos que inevitavelmente haverá objeções.
 Formas de refutar: pela negativa das afirmações feitas sem provas ou pela defesa dos
argumentos, contestando as provas contrárias.
 Dependendo da qualidade dos argumentos a refutação deverá ser feita isoladamente
se os argumentos forem fracos; ao mesmo tempo se todos forem fortes; e se tiverem
qualidade diferente, o mais forte deverá ser refutado no início e o mais fraco no fim.
 Tratando-se de divulgação da Doutrina Espírita recomenda-se ainda a observação de
que a exposição deve ser simples, objetiva, dinâmica e, sobretudo, útil.

3) Conclusão (fim) é o encerramento onde a ideia central é realçada para ser fixada pelo
público.
 Recapitulação: contamos, numa frase ou duas, a essência do conteúdo que
acabamos de apresentar. Poderá ser suprimida se a linha de argumentação for
simples e curta. No epílogo as palavras devem ser dirigidas mais para o sentimento
do que para a razão. É o momento mais apropriado para o uso da emoção, e pode
ser feita de duas maneiras distintas: aumentando a velocidade e a intensidade da fala
ou diminuindo a intensidade e a velocidade da fala.
 Afirmação memorável: deve ser breve, porém marcante. Utilizar qualquer técnica
usada para captar a atenção, se usar estatística, projete numa tela; convoque para a
ação: “A primeira coisa a fazer amanhã é ler o E. S. E!”; encerrar contando um fato
alegre ou que expresse princípios morais.
 Observações importantes: concluindo a apresentação não se desculpe, não diga que
esqueceu algum tópico, não prolongue o assunto, etc.; evitar palavras hesitantes ou
frases inconsistentes, como por exemplo: “... Era isso o que eu tinha para dizer...”; não
ficar parado diante do público esperando que os aplausos cessem; não revelar seus
sentimentos negativos sobre a sua performance; programar sua saída para não ficar
parado diante do público sem saber para onde ir; utilizar expressões como “Assim
sendo...”, “Desta forma,...”, se a conclusão foi fraca e sem vibração, pois estas
expressões darão abertura para um novo encerramento com condições de resgatar a
emoção suprimida.

Resumo:

1. Introdução – 15% - saudação aos presentes; captar a atenção; expor resumidamente


o que vai dizer.
2. Assunto Central (Exposição) – 75% - escolha de tópicos; ordenação lógica;
sustentação; refutação.
3. Conclusão – 10% - recapitulação; afirmação memorável.

9.6. Planos e preparos de temas para palestras.

Planos de aula ou exposição

 Primeira etapa: escolher o tema; delimitação do assunto; formular a questão central.


 Segunda etapa: determinar a duração da aula; adequar o tema para o tempo previsto.
 Terceira etapa: características do público alvo (grau de instrução, idade, interesse, etc.).
 Quarta etapa: levantamento dos objetivos gerais ou específicos, sendo gerais os aplicáveis
a grande número de coisas ou indivíduos; e os específicos, sendo aqueles que têm
aplicação restrita.
 Quinta etapa: levantamento bibliográfico.

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 Sexta etapa: escolha do procedimento, se aula expositiva, estudo em grupo, simpósio,
debates, etc.
 Sétima etapa: elaboração do conteúdo, desenvolvendo a introdução assunto Central e a
Conclusão.
 Oitava etapa: seleção do material didático e dos recursos audiovisuais.
 Nona etapa: determinação de instrumento de avaliação: questões objetivas, demonstração
prática, etc.

Plano para exposição evangélica

 Primeira Etapa: delimitação do assunto > tema; base bibliográfica > “Evangelho Segundo o
Espiritismo”.
 Segunda etapa: caracterização do público alvo; tipo de assistência espiritual; características
básicas dos assistidos; duração da apresentação (adequar o assunto: AIDS, suicídio, aborto).
 Terceira etapa: definir objetivos > informar ou formar. Sendo informar, levar informação; e
formar, provocar a renovação dos pensamentos e atos.
 Quarta Etapa: levantamento bibliográfico > obras a serem utilizadas; importante > buscar
explicações no Novo Testamento; essencial > estudo analítico.
 Quinta etapa: Elaboração do conteúdo > definição dos aspectos básicos a serem abordados
em função do tempo programado; seqüência lógica de idéias; Objetividade conotação dos
aspectos básicos com o comportamento social, familiar, pessoal, etc.
 Sexta etapa: memorização > leitura do planejamento (ler várias vezes); gravação e audição
do texto (corrigir erros e reformular, se for o caso); importante > memorizar não é decorar é
interiorizar o texto; treinamento de postura e olhar > no espelho.
 Sétima etapa: apresentação > autoconfiança: “Fiz a minha parte!”; autocontrole > manter a
calma, tranquilidade, segurança, equilíbrio, amor.

10. ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO

Durante a exposição é comum o expositor desviar-se do tema e, por vezes, omitir pontos
capitais. Por que isso ocorre? O que leva à ocorrência desse fato? O assunto é de extrema
gravidade, porque compromete todo o trabalho e desvirtua os objetivos colimados.
Para esclarecer o assunto valemo-nos da obra do Prof. Joel F. de Souza – “COMO ORGANIZAR O
NOSSO PENSAMENTO NUMA SALA DE AULA” – proferida no C.E.I. em 27/04/02.

10.1. Como organizar o pensamento.

A emissão do termo palestra implica, automaticamente, na ideia sobre qual será o tema. O
tema é o assunto ou a proposição que se quer desenvolver e, portanto, envolve uma QUESTÃO
CENTRAL.

Primeiro passo: descobrir a Questão Central. A descoberta da Q. C. se constitui no primeiro


passo para organizarmos o pensamento. A questão é central porque, como exemplifica o Prof.
Joel, se assemelha ao centro de uma circunferência, onde todos os conceitos partirão dela como
raios e a ela convergirão na forma de argumentos. Portanto, ela é a TESE, ou seja, é a proposição
que se apresenta para ser defendida. Como descobrir a TESE ou Q.C? Ela será a ORAÇÃO
PRINCIPAL, ou seja, será o que afirma ou nega algo ou uma ideia. Os argumentos que sustentam a
ORAÇÃO PRINCIPAL estarão distribuídos nas ORAÇÕES SUBORDINADAS. Por quê são chamadas
SUBORDINADAS? “Porque elas, isoladas, não fazem sentido algum, não formando uma oração, um
sentido do pensamento, logo, se subordinam a algo, à Oração Principal”. A Oração Subordinada
precisa estar ligada à Oração Principal que é a Questão Central. “Como ligar as Orações
Subordinadas às Orações Principais? respondendo às seguintes questões: O que é isto? Qual é o
porquê/motivo disto? Como isto ocorreu? Quem fez? Para que fez? De onde veio isto? Para onde
vai isto? Etc.” “Como estão vendo, o pensamento começa a se organizar pela gramática. E por que
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pela gramática? Porque é a gramática que contém as regras do pensamento explicitado por escrito
ou verbalmente; é a gramática que vai enformar o pensamento; é a gramática que vai guiar o
pensamento. Em outras palavras, organizá-lo, fazendo surgir, a partir desta descoberta, a
necessidade de a conhecermos. Todo expositor deve ter uma – boa – e estudá-la, porquanto o
pensamento pensa mediante a LÓGICA das normas gramaticais. Portanto, pelo exposto,
concluímos que o conhecimento das regras gramaticais é imprescindível para descobrirmos a
QUESTÃO CENTRAL.

Segundo passo: conhecer as regras gramaticais. O pensamento se expressa mediante a


lógica das normas gramaticais. Por que as normas são lógicas? Porque elas expressam a realidade,
visto que a realidade só fala do que é real. Por que a lógica é importante para o professor e para os
alunos? Porque todos nós pensamos gramaticalmente. A dificuldade em darmos uma aula
organizada, isto é, em escrevermos ou falarmos aquilo que pensamos, reside no desconhecimento
das regras gramaticais organizadas do pensamento.

Terceiro passo: não perder de vista a Questão Central e o conceito de organizar. Conceito é
a ideia ou noção que formamos acerca de qualquer coisa. No caso é a ideia que formamos da
Questão Central. Como se forma um conceito? Pela reunião das características da coisa, objeto
real, pensamento, etc. O Expositor deve começar falando o que a coisa (Questão Central) é. Assim,
dizer o que é a coisa é defini-la. Portanto, temos que falar o tempo todo da Questão Central e NÃO
DESVIAR O PENSAMENTO. Organizar: dispor de tal forma (ordenar) a tornar apto à vida. Na
organização do pensamento todos os conceitos emitidos formam um sistema, ou seja, um
conjunto ordenado (um organismo vivo) onde tudo se encaixa. Qualquer pensamento fora do
contexto não faz sentido. O próprio conceito de organizar nos informa que o pensamento que vai
organizar a aula deve ser orgânico, ou seja, todas as suas partes devem se correlacionar e nada
deve alterar essa sintonia, exatamente como ocorre com um organismo vivo.

Importante: a Questão Central (ideia mãe) não deve ser confundida com o tema, que é o
assunto da palestra. A Q.C. é a definição, objetivo específico dentro do tema. Um único tema pode
ter várias ideias mães; aliás, tantas quantas forem as abordagens possíveis a este tema.

10.2. Raciocínio.

O raciocínio precisa ser consistente. Seu objetivo será levar o ouvinte a migrar de um
possível estado mental de ignorância parcial ou total do assunto, para um estado mental de
dúvida, onde possa adquirir mais informações, embora não tenha ainda conseguido processar os
dados; ou para um estado mental de certeza que consiste na firme convicção, baseada em
elementos sólidos de raciocínio e, ou de experimentação.

Método: Indica O QUÊ fazer. Conjunto de etapas e processo a serem vencidos


ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.

Técnica: Indica COMO fazer. Conjunto de procedimentos peculiares a cada etapa do


método, que apresenta uma forma mais hábil, segura e perfeita de se realizar algo.

Análise: é um processo metódico de tratamento do objeto em estudo, que decompõe ou


desdobra o todo em partes, ou em seus elementos constituintes, passando a estudar esses
elementos, visando conhecer a totalidade.

Raciocínio Dedutivo: parte do conhecido para o desconhecido. Consiste em tirar uma


verdade particular de uma verdade geral na qual está implícita. Parte de premissas gerais (que se
pressupõem verdadeiras) para chegar a particular. Seu argumento lógico é que um fato geral
encerra em si a explicação de outro semelhante, porém menos geral. Aceita as premissas, a
conclusão dos fatos particulares tende a ser acatada. Existe o risco de se chegar a conclusões
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falsas, veja o segundo exemplo. Exemplo 1: Todo mamífero é vertebrado. Todo homem é
mamífero. Logo, todo homem é vertebrado. Exemplo 2: Se você está no Brasil, está na América do
Sul. Você está na América do Sul. Logo, você está no Brasil.

Raciocínio Indutivo: parte do particular (conhecido) para o mais geral (desconhecido). É um


processo de raciocínio inverso ao raciocínio dedutivo. A indução (raciocínio que parte do
particular) científica (adotada por Kardec) parte da análise do fenômeno para se chegar a uma lei
geral. Observa, experimenta, descobre as causas e testa a universalidade da lei. A ciência oficial
ainda não aceitou a ciência espírita pelo fato desta ter utilizado um sentido (mediúnico) não
reconhecido em suas pesquisas científicas. É mais comum o uso do raciocínio indutivo. O homem
tende a tirar conclusões gerais para alguns fatos observados, muitas vezes generalizando
características investigadas de modo superficial ou insatisfatório. O exemplo número dois retrata
que não há forma de raciocínio infalível, qualquer técnica também pode levar a erro. Portanto, é
preciso sempre muita atenção, discernimento e bom senso. O raciocínio indutivo pode ser
sintetizado nas seguintes etapas: observação do fenômeno; análise dos elementos constituintes;
indução de hipótese; verificação da veracidade das hipóteses; elaboração de lei ou padrão.
Exemplo 1: Pedro é mortal. Antonio é mortal. Roberto é mortal. Logo, todos os homens são
mortais. Exemplo 2: Mário é japonês e dirige mal. Toshio e Ikeda também dirigem mal. Logo, todos
os japoneses dirigem mal.

11. LÓGICA, RETÓRICA E ELOQÜÊNCIA.

11.1. Lógica.

Ciência do raciocínio: Aristóteles formulou os princípios da lógica tradicional. Disposição


para raciocinar com justeza.

11.2. Retórica.

Segundo Platão é a arte de dirigir mentes. É a teoria da eloquência. Conjunto de regras que
objetiva tornar uma fala mais clara e convincente. A retórica está dividida em três partes:
 Elaborar e estudar os argumentos e provas a desenvolver;
 Estabelecer a ordem das ideias e argumentos;
 Determinar a melhor maneira de expor clara e objetivamente. Interligar os
assuntos, evidenciar a argumentação, fortalecendo a ideia central que se deseja
transmitir.

11.3. Eloquência.

É a arte de persuadir, de convencer pela palavra. É um relato natural que deve ser
desenvolvido, pois todos os possuem em graus diferentes. Todos já apresentaram um assunto
numa roda de amigos, obtendo num determinado momento, a total atenção por parte dos
ouvintes. Isso é a eloquência. Não é apenas uma questão de boa fluência verbal. É um complexo
de fatores que intervêm, variando de acordo com o expositor, o tema, o objetivo, o local, o público
e o momento.
Todos devem procurar alcançar alguns segundos de eloquência, principalmente no final do
discurso (exortação).

Lembre-se:
 A maioria das pessoas ficam tensas quando têm de falar em público. Aceite esse fato
e tire proveito da tensão;
 Ao falar, você se encontra em controle da situação. “Venda o seu peixe” e não
titubeie;
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 Expresse-se em termos específicos e não abstratos;
 Escreva o seu texto com a mesma linguagem que usar ou falar. Você se sentirá mais
confiante e prenderá o interesse da plateia;
 Não inicie a palestra “de cara”. Primeiro estabeleça o contato olho a olho com sua
audiência;
 Utilize sessões de Perguntas e Respostas para comunicar o seu ponto de vista.
Recursos audiovisuais são um trunfo. Mas, lembre-se, você é que importa;
 Preveja crises. Planeje de antemão;

12. RECURSOS AUDIOVISUAIS

Um requisito importante no processo da comunicação é a utilização dos chamados


Recursos Audiovisuais. O ser humano é dotado de sentidos (audição, visão, tato, paladar e olfato)
que permitem a captação e percepção das mensagens, aumentando a capacidade de
entendimento.

Para saber se um recurso visual é necessário é preciso verificar se ele serve como um reforço
da mensagem e ressalta as informações mais importantes, além de esclarecer e complementar as
partes mais significativas da apresentação. São particularmente úteis para ajudar no
esclarecimento de cifras, dados estatísticos, informações técnicas ou científicas e na simplificação
de mensagens complexas.

Um bom visual deve ter:


Título simples, esclarecedor e de poucas palavras;

Legendas concisas e legíveis;

Letras grandes, limitadas a três tamanhos diferentes;

Frases curtas e com poucas linhas (seis a nove por visual) e, no máximo, seis
palavras por linha;
 Cores sem excessos, limitadas a três ou quatro;
 Apenas uma idéia e um desenho em cada visual.
Os Recursos Audiovisuais mais importantes são:
 Quadro de giz ou lousa: tem a grande vantagem de ser recurso espontâneo e
creditar autoridade ao expositor; apresenta apenas o inconveniente de ser restrito
a pequenos auditórios e consumir muito tempo de apresentação.
 Cartaz: fácil de ser confeccionado a partir de grandes folhas de cartolina, papelão
ou outro material semelhante, em que se montam os visuais, tais como frases,
esquemas e gráficos. É um recurso durável, econômico e fácil de ser transportado.
Seu uso é limitado a pequenos auditórios.
 Flip-Chart: Constituído de um bloco de folhas preso na extremidade superior,
apoiado sobre a estrutura de um cavalete. É um recurso econômico que permite
espontaneidade, credita autoridade ao orador e pode ser usado em várias
apresentações com o mesmo visual. Seu uso é limitado a pequenos auditórios
devido às suas reduzidas dimensões.
 Folheto: Os folhetos são papeis impressos com informações sobre o conteúdo da
apresentação. É preciso verificar sempre se os folhetos foram produzidos em
número suficiente para todos os ouvintes, ver a qualidade do material e decidir
sobre o momento mais apropriado para sua distribuição; em geral o mais indicado
é no final.
 Retroprojetor: Este aparelho está atualmente em desuso, pois foi gradualmente
sendo substituído pelo projetor multimídia, também conhecido como Data Show
que apresenta muitas outras facilidades. Os mais modernos são leves, fáceis de
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 serem transportados, silenciosos, de linhas bonitas e harmoniosas. É preciso


dominar com segurança seu mecanismo de funcionamento para não ter dúvidas
diante do público. Pode ser utilizado com sala iluminada, é adaptável a qualquer
ambiente, facilita o contato visual do orador com o público e permite o uso de
técnicas como a revelação e sobreposição. Pelo preço elevado só pode ser
adquirido se o custo/benefício mostrar-se vantajoso.
 Projetor de slides (data show): recurso moderno que permite a projeção em escala
grande e para auditórios maiores do que está produzido em um lap top,
normalmente em PowerPoint. Atentar para as questões relativas ao som que em
muitos lugares não são conectados juntamente com o projetor e podem dificultar
o entendimento caso sejam necessários.
 Filme: transmissão de um problema ou tema que deverá ser debatido pelo grupo;
Complementação e reforço do conteúdo de uma comunicação: Ensino e
transmissão de conhecimentos (filme didático); Sensibilização para mudanças
comportamentais. Assista ao filme antes de projetá-lo, a fim de conhecê-lo,
verificar a qualidade da cópia, certificar- se de que está posicionado
adequadamente; Assegure-se de que o filme atende aos seus objetivos didáticos e
que você domina seus pontos-chaves; Prepare o ambiente para evitar imprevistos;
Faça uma introdução à projeção buscando motivar os assistentes; Cheque a
compreensão dos assistentes, para ter certeza de que a mensagem foi bem
decodificada e relacione o tema do filme ao conteúdo que está sendo
desenvolvido; Em geral, os filmes não devem ter duração muito superior a vinte
minutos. Certifique-se previamente que os equipamentos de projeção estão
funcionando.
 Microfone: Leve o microfone até a boca e não o contrário; Segure-o com
naturalidade; Olhe para o público e não para o microfone; Libere uma das mãos
para o movimento corporal; Fale em tom natural; Evite movimentar-se muito; Não
se afaste dele sem aumentar o volume da voz. Atenção quanto à localização para
evitar a microfonia.

É possível utilizar múltiplos recursos visuais ao mesmo tempo e conseguir ótimos resultados,
mas tenha em mente que, quanto mais numerosos forem eles, maior será o custo e a possibilidade
de erro. Evite ancorar sua apresentação nos recursos audiovisuais pois muitas casas espíritas não
dispõe sequer de quadros negros.

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13. BIBLIOGRAFIA

 Falar em público: prazer ou ameaça? – Eunice Mendes – Ed. Qualitymark.


 Vença o medo de falar em público – Reinaldo Polito – Ed. Saraiva.
 Recursos audiovisuais – Reinaldo Polito – Ed. Saraiva.
 Caridade do verbo – Luiz Signates – Ed. Fergo.
 O Expositor espírita – Ed. Fergs.
 Manual do expositor espírita – Ed. USE-SP.
 Oratória a serviço do espiritismo– C.E. Allan Kardec – Campinas;
 Como organizar o nosso pensamento numa Sala de Aula – Prof. Joel F. de Souza –
Disponível na internet.
 Metodologia do trabalho científico – Antônio J. Severino – Ed. Cortez.
 Revolucionando o aprendizado – Gordon Deyden & Jeannette Vos – Ed. Makron Books.
 Desenvolvimento Interpessoal - Fela Moscovivi – – Livros Técnicos e Científicos Editora.
 As 7 leis do aprendizado – Bruce H. Wildinson - Editora Betânia.
 Introdução à didática geral – Imídeo Giuseppe Nérici – Editora Científica.
 Como falar correto sem inibições – Reinaldo Polito – Ed. Saraiva.
 Psicologia da aprendizagem – B. R. Bugelski– Ed. Cultrix.
 O homem e a educação – Imídeo Giuseppe Nérici – Ed. Atlas.
 Manual de dinâmica de grupos – Jack R. Gibbs – Ed. Humanistas.
 Antropologia e educação – Doroty Lee e outros – Ed. Fundo de Cultura.
 Em torno do microfone – reflexões para a tribuna espírita – Marcelo de Oliveira Orsini –
Educere Editora.
 Como falar em público sem desencarnar de medo! - Geraldo Campetti Sobrinho e Mônica
Zarat Pedrosa- Ed. CEAC.
 A dimensão da fala e a palestra espírita - Waldehir Bezerra de Almeida – Ed. O Clarim.
 O orador espírita - Eliseu Rigonatti - Ed. Pensamento.
 Comunicação espírita – Therezinha Radetic – Ed. EME.

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