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Goiânia-G0
2018
JANAINA DIAS DA COSTA
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Rosália Santos Amorim Jesuíno
Goiânia – GO
2018
Aos meus pais por todo amor, carinho,
paciência, compreensão e por não terem
medido esforços para que eu chegasse até
aqui.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, meu pai todo poderoso, pelo dom da vida, pela força, pela
esperança, pela fé, e por mais pouca FÉ que eu tenha demonstrado e fraquejado durante
essa caminhada ele não me deixou desamparada, a ele toda honra e toda glória.
À minha mãe, Mônica Dias da Silva e ao meu pai Joaquim José da Costa, por ter
sido meu porto seguro em todos os momentos, não medindo esforços para a realização
desse sonho, por terem sonhado comigo, chorado e me aturado, pelo seu amor, carinho,
paciência e acreditado em mim todos os momentos, até nos momentos os quais eu mesma
desacreditava, amo vocês!
Á meu irmão, minha família, amigos, colegas que torceram por mim, contribuindo
de forma direta e indireta para essa conquista.
À Profª. Drª Rosália Amorim Jesuino, que aceitou o desafio de me orientar, se
tornando não só minha orientadora, mas uma mãe/amiga, obrigada pela paciência, pela
atenção, pela dedicação, pelos conselhos, pelos ensinamentos, por ter me apresentado o
caminho da ciência e da pesquisa, por ter me transmitido todo conhecimento, serei
eternamente grata. E desculpe-me por todo trabalho que lhe dei.
Aos meus amigos de Jataí, os quais tive a oportunidade de conhecer e compartilhar
todos os momentos, sendo eles bons ou ruins, não irei citar nome para não ser injusta
esquecendo de alguém. É aos amigos que conquistei aqui em Goiânia, Sanayara Kenia
Souza Silva, Igor Marques Calassa e Amanda Ferreira Paes Landim.
Ao meu irmão Luis Augusto Dias da costa e minha irmã do coração Viviane
Pimentel da Silva, com os quais, nos momentos mais difíceis durante esse percurso,
sempre pude contar, nos momentos de alegria e tristeza. Me ouviram, me suportaram,
aguentaram meus choros, minhas lamúrias, meu mau humor e minhas manias. Serei
eternamente grata a vocês.
Aos meus avós em especial os maternos, que cuidaram de mim nos últimos 3 anos
da minha graduação, minha avó Aparecida Sebastiana da Silva que cuida de mim no dia
a dia, e meu avô Manuel Dias da Silva que cuida e olha por mim no reino do céu.
À equipe do Laboratório de Biotecnologia de Fungos - Universidade Federal de
Goiás-UFG, pelo apoio, pela infraestrutura e pela oportunidade da realização desse
trabalho. À professora Prof.ª Dr.ª Fabrícia Paula de Faria, pelo convívio e ensinamentos.
Dos amigos que cultivei, durante este período, quero agradecer a Izadora Cristina Moreira
de Oliveira, por todo o conhecimento oferecido e ter sido esse exemplo de pessoa e
profissional a ser seguido. Muito obrigada!
“Some people got the real problems
Some people out of luck
Some people think I can solve them
Lord heavens above
I'm only human after all
I'm only human after all.”
Rag'n'Bone Man – Human
RESUMO
Figura 1. Plântulas com o isolado fúngico (Waitea circinata) sessenta dias após a
micorrização, em raízes de Epidendrum nocturnum, orquídea rupícola de
Cerrado.………………………………… ……...……………………………………....18
Figura 2. Isolado fúngico micorrízico de orquídeas Waitea circinata, em placa contendo
meio BDA, em 15 dias de cultivo……………………………………………………….19
Figura 3. Isolados fúngicos patogênicos (Ro88 e Rh24F1) e fungo micorrízico
orquidoide W. circinata (FMO) utilizados no pareamento in vitro, em meio DBA
observando a inibição dos fungos patogênicos………………………………………….21
Figura 4. Imagem demonstrativa de como é estruturada a lignocelulose……...………..23
Figura 5. Moléculas de glicose unidas entre si por ligações glicosídicas do tipo β-1,4,
mostrando o sistema de numeração dos carbonos e a configuração da ligação
glicosídica……………………………………………………………………………....25
Figura 6. Estrutura química da molécula de xilana……………………..………………26
Figura 7. Principais monômeros que constituem a molécula de lignina…………….….27
Figura 8. Ilustração do complexo enzimático das celulases, demonstrando o mecanismo
de ação de cada enzima no processo de hidrólise da celulose. CBH – celobiohidrolases,
EG – endoglucanases, β-glicosidases, CBM - modulo de ligação aos carboidratos e AA9
– enzimas auxiliares………………………………………………………………….....28
Figura 9. Sinergismo entre endoglucanases, exoglucanases e celobiohidrolases na
degradação da estrutura da celulose……………...……………………………………..29
Figura 10. Esquema da composição da xilana e sistema enzimático envolvido na
degradação da xilana…………………………………………………………...……….30
Figura 11. Quantificação da atividade enzimática das celobiohidrolases do sobrenadante
de cultura do fungo W. circinata cultivado em diferentes fontes de carbono a 1%, pelo
ensaio de Avicelase. Os sobrenadantes foram retirados nos tempos de 96 h e 120 h e
analisados quanto a atividade enzimática. O gráfico demonstra a atividade enzimática
versus o tempo de cultivo……………………………………………………...………..45
Figura 12. Quantificação da atividade enzimática das endoglucanases dos sobrenadantes
de cultura do fungo W. circinata cultivado em diferentes fontes de carbono a 1%, pelo
ensaio de CMCase. Os sobrenadantes foram retirados nos tempos de 96 h e 120 h e
analisados quanto a atividade enzimática. O gráfico demonstra a atividade enzimática
versus o tempo de cultivo……………………………………………………………….47
Figura 13. Quantificação da atividade enzimática das celulases totais dos sobrenadantes
de cultura do fungo W. circinata cultivado em diferentes fontes de carbono a 1 %, pelo
ensaio de FPase. Os sobrenadantes foram retirados nos tempos de 96 h e 120 h e
analisados quanto a atividade enzimática. Os gráficos demostram a atividade enzimática
versus o tempo de cultivo…………………………………………...…………………..48
Figura 14. Quantificação da atividade enzimática das xilanases dos sobrenadantes de
cultura do fungo W. circinata cultivado em diferentes fontes de carbono a 1 %, pelo ensaio
de Xilanase. Os sobrenadantes foram retirados nos tempos de 96 h e 120 h e analisados
quanto a atividade enzimática. Os gráficos demostram a atividade enzimática versus o
tempo de cultivo…………………………………………….…………………………..49
Figura 15. Efeito do pH na atividade enzimática de endoglucanases presentes no
sobrenadante de cultura contendo 1% de FT. A concentração iônica para todos os tampões
foi de 50 mM: citrato de sódio - CS (pH 3 a 5,5), fosfato de sódio - FS (pH 6 a 7,4), Tris-
HCl - T (pH 7,7 e 8,2), Glicina Citrato Fosfato – GCF (pH 2 a 11)……………………52
Figura 16. Efeito do pH na atividade enzimática de xilanases presentes no sobrenadante
de cultura contendo 1% de FT. A concentração iônica para todos os tampões foi de 50
mM: citrato de sódio - CS (pH 3 a 5,5), fosfato de sódio - FS (pH 6 a 7,4), Tris-HCl - T
(pH 7,7 e 8,2), Glicina Citrato Fosfato – GCF (pH 2 a 11)………………………………53
Figura 17. Efeito da temperatura na atividade enzimática de endoglucanases do
sobrenadante de cultura do fungo induzido com 1% de FT……………………………...54
Figura 18. Efeito da temperatura na atividade enzimática de xilanase do sobrenadante de
cultura do fungo induzido com 1% de FT……………………………………………….54
Figura 19. Perfil de proteínas secretadas pelo fungo W. circinata, presentes no
sobrenadante de cultura frente as diferentes fontes de carbono Gel de poliacrilamida SDS-
PAGE (12,5%), corado com azul de coomassie. MM – Marcador de Massa Molecular; 1
– 0,1% de Glicose 96 horas; 2 – 0,1% de Glicose 120 horas; 3 – BCA 96 horas; 4 – BCA
120 horas; 5 – PA 96 horas; 6 – PA 120 horas; 7 –FT 96 horas e 8 – FT 120 horas……...55
Figura 20. Quantificação da atividade das celobiohidrolases dos sobrenadantes obtidos
do cultivo W. circinata com 1% de farelo de trigo em diferentes fontes de nitrogênio em
concentrações diferentes (1, 1,5 e 2 %), pelo ensaio de Avicelase. Foram coletadas
amostras da cultura nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas. C. EXP – Controle do
experimento; C.A – Cloreto de amônio; E. L – Extrato de levedura; PEP – Peptona; UR
– Ureia…………………………………………………………………………………..57
Figura 21. Quantificação da atividade das Endoglucanases dos sobrenadantes obtidos do
cultivo W. circinata com 1% de farelo de trigo em diferentes fontes de nitrogênio em
concentrações diferentes (1, 1,5 e 2 %), pelo ensaio de CMCase. Foram coletadas
amostras da cultura nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas. C. EXP – Controle do
experimento; C.A – Cloreto de amônio; E. L – Extrato de levedura; PEP – Peptona; UR
– Ureia…………………………………………………………………………………..58
Figura 22. Quantificação da atividade das celulases totais dos sobrenadantes obtidos do
cultivo W. circinata com 1% de farelo de trigo em diferentes fontes de nitrogênio em
concentrações diferentes (1, 1,5 e 2 %), pelo ensaio de FPase. Foram coletadas amostras
da cultura nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas. C. EXP – Controle do experimento; C.A
– Cloreto de amônio; E. L – Extrato de levedura; PEP – Peptona; UR – Ureia………….60
Figura 23. Quantificação da atividade das xilanases dos sobrenadantes obtidos do cultivo
W. circinata com 1% de farelo de trigo em diferentes fontes de nitrogênio em
concentrações diferentes (1, 1,5 e 2 %), pelo ensaio de xilanase. Foram coletadas amostras
da cultura nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas. C. EXP – Controle do experimento; C.A
– Cloreto de amônio; E. L – Extrato de levedura; PEP – Peptona; UR – Ureia……….61
Figura 24. Perfil de proteínas secretadas pelo fungo W. circinata nos sobrenadantes de
cultura frente as diferentes suplementações de nitrogênio. Gel de poliacrilamida SDS-
PAGE (12,5%), corado com azul coomassie. MM – Marcador de Massa Molecular; 1 -
C. EXP; 2 – C.A 1%; 3 – C.A 1.5 %; 4 – C.A 2%; 5 – E. L 1%; 6 – E.L 1.5%; 7 – E.L
2%; 8 – PEP 1%; 9 – PEP 1,5%; 10 – PEP 2%; 11 – UR 1%; 12- UR 1,5% e 13 – UR
2%....................................................................................................................................66
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17
2.1 Waitea circinata ....................................................................................................... 17
2.1.1 Fungos Micorrízicos .............................................................................................. 19
2.1.3 Fungos de controle biológico ................................................................................ 20
2.2 BIOMASSA VEGETAL .......................................................................................... 22
2.2.1 Celulose ................................................................................................................. 24
2.2.2 Hemicelulose ......................................................................................................... 25
2.2.3 Lignina ................................................................................................................... 26
2.3 Sacarificações enzimática da lignocelulose .............................................................. 27
2.3.1 Ação das celulases ................................................................................................. 27
2.3.2 Ação das hemicelulases ......................................................................................... 29
2.4 Produção de enzimas fúngicas por fermentação submersa ...................................... 31
3. OBJETIVOS ............................................................................................................... 32
3.1 Geral ......................................................................................................................... 32
3.2 Específicos: ............................................................................................................... 32
4. METODOLOGIA DO PLANO DE TRABALHO .................................................... 33
4.1 Cultivo do Micro-organismo .................................................................................... 33
4.1.1 Caldo de Batata ...................................................................................................... 33
4.1.2 Meio ágar batata dextrose (BDA) .......................................................................... 33
4.2 Preparo do substrato ................................................................................................. 34
4.3 Produção de celulases e xilanases por fermentação submersa ................................. 34
4.3.1 Meio Mínimo – MM (Pontecorvo et al., 1953) ..................................................... 34
4.4 Dosagem enzimática ................................................................................................. 35
4.4.1 Soluções necessárias para a realização das dosagens enzimáticas ........................ 35
4.4.2 Reações Enzimáticas ............................................................................................. 36
4.5 Caracterização Bioquímica das Enzimas .................................................................. 40
4.5.1 Determinação do pH ótimo ................................................................................... 40
4.5.2 Determinação da temperatura ótima ...................................................................... 41
4.6 Dosagem de proteínas............................................................................................... 41
4.7 Análise de proteínas em gel de Poliacrilamida Desnaturante (SDS-PAGE) ............ 41
4.7.1 Soluções:................................................................................................................ 41
4.7.2 Preparo dos géis ..................................................................................................... 43
4.7.3 Revelação das proteínas por coloração do gel com Azul de Coomassie ............... 43
4.7.4 Procedimento ......................................................................................................... 44
4.8 Análise Estatística .................................................................................................... 44
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 45
5.1 Fontes de carbono ..................................................................................................... 45
5.1.1 Atividade de celobiohidrolases .............................................................................. 45
5.1.2 Atividade de endoglucanases................................................................................. 46
5.1.3 Atividade de celulases totais ................................................................................. 47
5.1.4 Atividade de xilanases ........................................................................................... 48
5.1.5 Análise estatística .................................................................................................. 50
5.1.6 Determinação do pH ótimo ................................................................................... 52
5.1.7 Determinação da temperatura ótima ...................................................................... 53
5.1.8 Análise do perfil proteico em SDS-PAGE ............................................................ 55
5.2 Otimização da produção enzimática – suplementação do meio com diferentes fontes
de nitrogênio ................................................................................................................... 56
5.2.1 Atividade de celobiohidrolases .............................................................................. 56
5.2.2. Atividade das endoglucanases .............................................................................. 58
5.2.3 Atividade de celulases totais ................................................................................. 59
5.2.4 Atividade das xilanases ......................................................................................... 61
5.2.5 Análise estatística .................................................................................................. 63
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 67
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 68
8. REFERENCIAS ......................................................................................................... 69
16
1. INTRODUÇÃO
genética e metabólica (KNOWLES, et al., 1987; GILKES et al., 1991). Esses micro-
organismos são geralmente encontrados em ambientes onde se acumulam estes resíduos,
tendo potencial para serem aplicados na degradação da lignocelulose (BÉGUIN;
AUBERT, 1994).
A produção e secreção de enzimas por fungos filamentosos é estimulada pelas
fontes de carbono e de nitrogênio presentes no meio de cultivo. Estudos demonstram que
algumas celulases têm a sua produção influenciada pela fonte de carbono e pela
composição do meio de crescimento (LAURUENGTANA; PINPHANICHAKARN,
2006). Meios enriquecidos com peptona e cloreto de amônio, que são fontes de
nitrogênio, apresentam aumentos de 34,7 e 67,8%, na produção de enzimas, quando
comparadas ao controle (ZIMBARDI, 2014). Fungos do gênero Aspergillus e
Trichoderma são amplamente utilizados em processos de hidrólise, por serem excelentes
fontes de enzimas comerciais (GILKES et al., 1991; KUMAR; SHUKLA, 2016).
Sabe-se que fungos micorrizos como W. circinata (telemórfico do Rhizoctonia)
atuam como ótimos agentes no controle biológico, isso ocorre devido ao fato do micro-
organismo conseguir produzir enzimas hidrolíticas e produtos não-voláteis, os quais
atuam diretamente no biocontrole de fitopatógenos (CARVALHO et al., 2015).
Neste estudo pretende-se avaliar a produção de celulases e xilanases pelo fungo
W. circinata, com intuito de compreender os mecanismos de ação desse fungo frente a
alguns fitopatógenos, e de utilizar estas enzimas na hidrólise de substratos
lignocelulósicos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
(16o 4’36,4”S, 50o 11’16,9”W, 1006 m de altitude), Goiás – Brasil, como pode ser
observado na figura 1 (DE SOUSA SILVA et al., 2016).
W. circinata (Warcup & Talbot), é teleomorfo do Rhizoctonia oryzae (Ryker &
Gooch) e Rhizoctonia zeae (Voorhees). É um fungo patogênico do tipo necrótico, que
causa a queima da bainha em várias plantações no Brasil, em especial no cultivo do arroz
(NUNES; RIBEIRO; TERRES, 2004).
Figura 1. Plântulas com o isolado fúngico (Waitea circinata) sessenta dias após a
micorrização, em raízes de Epidendrum nocturnum, orquídea rupícola de Cerrado.
forma complexa e estabelecendo uma rede muito resistente, contra a ação de micro-
organismos (CASTRO; PEREIRA JR, 2010). A celulose e hemicelulose são
macromoléculas constituídas por diferentes açúcares; e a lignina é uma macromolécula
aromática sintetizada a partir de precursores fenilpropanóides. Estes polímeros
encontram-se conectados por ligações covalentes e não covalentes, formando uma malha
entrelaçada na parede das células vegetais (SÁNCHEZ, 2009).
A composição de vários materiais lignocelulósicos tem sido reportada na literatura
e pode variar dependendo da espécie, do tecido vegetal, da fase de crescimento, idade,
dentre outros. O BCA e o Farelo de Trigo (FT), bem como os demais resíduos
lignocelulósicos, apresentam teor de celulose, hemicelulose e lignina que pode se
diferenciar dependendo das variedades, como mostrado na Tabela 1.
2.2.1 Celulose
25
2.2.2 Hemicelulose
2.2.3 Lignina
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Avaliar a produção de celulases e xilanases pelo fungo micorrízico W. circinata em meios
enriquecidos com fontes de carbono e de nitrogênio.
3.2 Específicos:
A batata foi cozida por 20 min, deve-se mexer para que o amido seja extraído. O
caldo do cozimento da batata é coado e congelado para o posterior uso.
Ágar 20 g
Dextrose 20 g
Caldo de batata 500 mL
Água destilada 500 mL
O ensaio foi incubado por 5 min à 100 ºC e após deixar 5 min no gelo. A leitura
foi realizada em espectrofotômetro a 550 nm.
Em seguida os substratos foram submetidos a secagem sobre o papel em
temperatura ambiente, para que a água fosse extraída, depois de totalmente secos, os
mesmos foram moídos no moinho, em 20 mersh, fragmentando os substratos em
pequenos pedaços, permitindo que o fungo degradasse facilmente o substrato.
Solução de Avicel 1%
Dosagem de xilanases
Curva Padrão
Curva padrão foi estabelecida a partir de uma solução de xilose.
Dosagem de CMCase
38
Dosagem de FPase
Dosagem de avicelase
A curva padrão para Avicelase, FPase e CMCase, foi estabelecida a partir de uma
solução de glicose.
este, determinando assim a atividade enzimática relativa para cada pH. Plotou-se os
valores de atividade enzimática relativa versus o valor do pH.
4.7.1 Soluções:
P.A. 1g
Água destilada (q.s.p.) 10 mL
42
SDS 20,0 g
Água destilada 100 mL
Tris-HCl 1 M - pH 8,8
43
4.7.3 Revelação das proteínas por coloração do gel com Azul de Coomassie
Solução corante
Metanol (99,8%) 30 mL
Ácido Acético Glacial (99,7%) 7 mL
Água destilada (q.s.p) 100 mL
44
4.7.4 Procedimento
Corrida eletroforética
A corrida foi conduzida em tampão de corrida 1x com a voltagem constante de
100 V, utilizando o sistema de eletroforese vertical.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,02
0,016
0,015
0,010
0,01 0,008
0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
0,005
0
96 h 120 h
Tempo de Cultivo
GLI BCA PA FT
46
0,500
0,395
0,400
0,300 0,262 0,271
0,199
0,200 0,160 0,167 0,177 0,152
0,100
0,000
96 h 120 h
Tempo de Cultivo
GLI BCA PA FT
Nos ensaios de FPase também se observou que o farelo de trigo foi o melhor
indutor para a produção de enzimas lignocelulolíticas, sendo que em 96 horas de cultivo
obteve-se atividade de celulases de 0,019 U/mL e em 120 horas 0,010 U/mL, em seguida
o BCA obtendo 0,009 U/mL em 96 e 120 horas de cultivo e a PA em 96 (0,008 U/mL) e
em 120 (0,007 U/mL) horas de cultivo sendo superior aos seus respectivos controles.
Em seus ensaios de celulases totais (GERHARDT et al., 2015), em meio contendo BCA
com 96 horas de cultivo, as linhagens Aspergillus I, Penicillium III, Penicillium IV, não
apresentaram variações de atividades de celulases entre si, com atividade de 0,02 U/ mL,
48
apresentando resultados 2,2 vezes superiores aos que foram apresentados no presente
estudo, uma vez que a atividade em BCA com 96 horas de cultivo foi de 0,009 U/mL.
0,025
0,020 0,019
0,015
0,010
0,009 0,008 0,009
0,010 0,007 0,007
0,006
0,005
0,000
96 h 120 h
Tempo de cultivo
GLI BCA PA FT
Xilanases
Atividadde enzimatica em U/mL
70,000 60,907
60,000 51,475 50,001 51,893 51,973
47,359 50,807 50,435
50,000
40,000
30,000
20,000
10,000
0,000
96 h 120 h
Tempo de cultivo
GLI BCA PA FT
quando cultivado na presença de BCA 4%, apresentando atividade de 0,01 U/mL (DE
ALMEIDA et al., 2011).
xilanase a eficiência do BCA ficou evidente (50, 806 U/mL), bem superior ao apresentado
por A. niger (Tabela 2).
53
52 51,207 50,977
50,647 50,397
51
49,697 51,767
50 48,880 50,967
49 49,827 50,187 48,334
48 49,197
48,634 48,300
47
46
45
2 3 4 4,2 5 5,2 5,5 6 6,2 7,2 8 9 10 11
pH
50,827
51
50,147
50,5
49,727
50 49,307
49,367
49,5
49
48,5
48
47,5
30ºC 40ºC 50ºC 60ºC 70ºC
Temperatura
Em estudos realizados por Pal et al. (2011) verificou-se que a maior atividade
enzimática de xilanase foi a 37 ºC produzida pelo fungo A. niger DFR-5. Liu et al. (2011),
observaram que a atividade enzimática se manteve acima de 80% nas temperaturas entre
40 a 60 ºC em ensaio de CMCase. Farinas et al. (2010), observaram que o sobrenadante
do A. niger, apresentou atividade de 100% à temperatura de 37 ºC para xilanases. Estes
valores de temperatura são próximos aos observados, neste estudo, tanto para xilanases,
quanto para endoglucanases, de 40 ºC.
que pode justificar a discrepância nas dosagens enzimáticas dos diferentes sobrenadantes
de cultura.
O tempo de cultivo também provocou uma alteração no perfil proteico, que pode
ser observado nas canaletas 1 e 2, 3 e 4, onde o mesmo padrão foi apresentado, porém
com uma intensidade maior das bandas, e por este motivo pode-se inferir que houve um
aumento na produção dessas proteínas em 120 horas. Enquanto o perfil proteico da
produção de proteínas em PA e FT pelo W. circinata não se manteve nos diferentes
tempos.
De acordo com Pereira (2013) as xilanases correspondem as proteínas com massa
molecular de 33 a 25 kDa. Na análise do perfil proteico do sobrenadante de W. circinata
observou-se proteínas nesta faixa de massa, que podem corresponder às xilanases
secretadas pelo fungo estudado.
Ncube et al. (2012) utilizaram a torta da semente de pinhão - manso e obtiveram
seis tipos de celulases com as massas moleculares variando de 20 a 43 kDa. Sendo que
(DA SILVA DELABONA et al., 2013) relataram três celulases quando utilizaram farelo
de soja e farelo de trigo como substrato, utilizando Aspergillus fumigatus como produtor,
e as massas moleculares não foram detalhadas.
Pode-se observar, por análise do perfil proteico do sobrenadante de cultura de W.
circinata, que este fungo foi capaz de produzir enzimas com massas moleculares nas
faixas descritas pelos autores citados acima.
Nesse estudo observou-se que o W. circinata com 120 horas de cultivo na presença
de FT a 1% apresentou 0,551 U/mL e em meio enriquecido com peptona 1% apresentou
atividade de 3,32 U/mL, assim em menos tempo de cultivo e em meio contendo 1% de
FT suplementado com peptona a 1%, obteve-se mais da metade de atividade obtida por
Gomathi et al. (2012). Este resultado sugere que a suplementação do meio de cultura
com peptona, induz uma maior produção de endoglucanases pelo fungo micorrízico W.
circinata.
Nos ensaios para a detecção de atividade em xilana (figura 23), foi possível
observar que todas as suplementações de nitrogênio apresentaram aumento na produção
das xilanases, se comparado ao controle (22,59 U/mL), sendo que a maior atividade
obtida foi na presença de extrato de levedura a 2% (243,94 U/mL), em seguida do cloreto
de amônio 2% (231,34 U/mL) no tempo de cultivo de 72 horas.
Assim, oito dos ensaios apresentaram atividade superior a 200 U/mL, sendo que
no cultivo de 48 horas, somente cloreto de amônio 1% (217,30 U/mL) superou esse valor.
Após 72 horas de cultivo, cloreto de amônio 2% (231,34 U/mL) e extrato de levedura 2%
(243,94 U/mL) se destacaram por apresentarem as maiores atividades, indicando uma
maior produção de xilanases nestas condições.
Zimbardi (2014) observou também o efeito das diferentes suplementações de
nitrogênio sobre as produções das xilanases em 120 horas de cultivo, sendo que, das
fontes testadas, a melhor foi o sulfato de amônio, levando a um aumento de 30% da
atividade (39,7 U/mL) em relação ao controle (30,5 U/mL). A peptona a 1% apresentou
36,5 U/mL, o extrato de levedura a 1% 32,8 U/mL e o cloreto de amônio a 0,8%
apresentou 25,1 U/mL, em especial a ureia a 0,8% inibiu em cerca de 36% a atividade
enzimática (19,4 U/mL).
Em relação a análise da ação das beta-xilanases, suplementações como o extrato
de levedura (8,8 U/mL) e com caseína (7,4 U/mL) mantiveram os resultados mais
próximos, se comparados ao controle (15,2 U/mL), e as demais suplementações de
nitrogênio inibiram fortemente sua produção, chegando a 3,9 U/mL utilizando 1% de
ureia (ZIMBARDI, 2014). Efeito contrário advindo das suplementações do meio com
63
forma orgânica de nitrogênio como o extrato de levedura, foi necessário a adição de 30%
dessa fonte para obter o mesmo resultado da suplementação com fonte inorgânica.
Enquanto neste estudo o extrato de levedura a 2% foi a fonte de nitrogênio mais eficiente
na indução da produção de endoglucanases (5,173 U/mL) e xilanases (243,943 U/mL)
pela produção do fungo micorrízico W. circinata.
Em testes realizados por Carvalho (2008) foi observado que o meio de cultura
suplementado com peptona, extrato de levedura e ureia aumentou a produção da xilanase
recombinante (HXYN2), quando comparado com a fonte de nitrogênio, normalmente,
utilizada para P. pastoris, o YNB (Yeast Nitrogen Base). Devido a este resultado, optou-
se por trabalhar com essas fontes de nitrogênio orgânico (peptona e extrato de levedura)
e inorgânico (ureia). O W. circinata, por ser um fungo micorrizo e também poder atuar
como um fungo de controle biológico, de acordo com (CARVALHO et al., 2015) em
cultivos em que ocorreu a suplementação de nitrogênio no solo, amentaram atuação desse
fungo.
66
Figura 24. Perfil de proteínas secretadas pelo fungo W. circinata nos sobrenadantes
de cultura frente as diferentes suplementações de nitrogênio. Gel de poliacrilamida
SDS-PAGE (12,5%), corado com azul coomassie. MM – Marcador de Massa
Molecular; 1 - C. EXP; 2 – C.A 1%; 3 – C.A 1.5 %; 4 – C.A 2%; 5 – E. L 1%; 6 –
E.L 1.5%; 7 – E.L 2%; 8 – PEP 1%; 9 – PEP 1,5%; 10 – PEP 2%; 11 – UR 1%;
12- UR 1,5% e 13 – UR 2%.
6. CONCLUSÃO
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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