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Com isso, há a suspensão automática do direito do titular de participar dos sorteios. Se o número
do título suspenso vier a ser sorteado, a sociedade de capitalização é a detentora do prêmio de
sorteio por ter sido ela que arcou com o custeio daquele prêmio de sorteio relativamente ao
título suspenso (ou seja, “pagou” a cota de sorteio do título suspenso durante o prazo de
suspensão).
Porém, de acordo com a lei, a sociedade não poderá se apropriar da provisão matemática dos
títulos suspensos ou cancelados (caducos) em razão de inadimplência. Se houver
cancelamento, ela deverá colocar o valor do resgate à disposição do titular quando
terminar o período de carência (se existente), independentemente do número de
pagamentos efetuados.
Este direito permanece válido mesmo nos casos em que a inadimplência tenha ocorrido em
data anterior ao término do prazo de carência fixado nas condições gerais do título.
Já para um título cancelado, somente existirá incidência de atualização monetária até que o
resgate seja pago ao titular, não havendo mais, portanto, a incidência de juros após o
cancelamento.
Para entender melhor, confira os parágrafos do art. 24 da Resolução CNSP 384/20, que tratam
da suspensão, do cancelamento e da reabilitação dos titulos de Capitalização:
“Art. 24.
(...)
§ 1ºAs Condições Gerais do Título, para o caso de atraso no pagamento do prêmio,
deverão prever um prazo de suspensão, durante o qual o título poderá ser reabilitado
com prorrogação, ou não, dos prazos de pagamento de prêmio e de capitalização.
§ 2º A reabilitação sem prorrogação implica o pagamento dos prêmios vencidos,
acrescido dos juros do plano e da correção monetária.
§ 3º Vencido o prazo de suspensão, o título ficará rescindido, permanecendo à disposição
do subscritor o respectivo valor de resgate, para recebimento do mesmo após o prazo de
carência.
§ 4º Ao subscritor do título reabilitado não assistirá qualquer direito aos sorteios
realizados durante o período de suspensão.”
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CAPITALIZAÇÃO
Conforme exposto no art. 24, §1°, duas são as formas possíveis de reabilitação: sem
prorrogação do prazo de vigência ou com a sua prorrogação.
Por exemplo: considere um título PM com 12 meses de vigência (ou seja, serão 12 pagamentos),
adquirido e tendo sido efetuado o primeiro pagamento em 1° de janeiro, e que admita um
período máximo de suspensão de quatro meses. Vamos supor que o subscritor tenha deixado
de efetuar o segundo e o terceiro pagamentos, referentes aos meses de fevereiro e março. O
título, então, foi suspenso em 1° de fevereiro, data em que deveria ter acontecido o segundo
pagamento. No dia 15 de março, desejando reabilitar seu título, o subscritor deverá efetuar os
pagamentos relativos aos dois meses em atraso, devidamente atualizados e, ainda, acrescidos
de juros e atualização monetária.
Pelo exposto, reabilitação sem prorrogação de vigência significa que o título não terá a sua
vigência inicial alterada, ainda que tenha permanecido suspenso durante um certo período.
Assim, no exemplo anterior, com vigência de 12 meses, em 1º de janeiro do ano seguinte o título
completaria sua vigência, encerrando-se.
Um outro efeito da não prorrogação da vigência é a perda definitiva dos sorteios que ocorreram
durante o prazo de suspensão.
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CAPITALIZAÇÃO
Dessa forma, a reabilitação com prorrogação consiste em estender o prazo normal de vigência
em função do número de parcelas em atraso. Assim, ainda no mesmo exemplo, o título teria a
sua vigência prorrogada por mais dois meses (período que corresponde ao número de
pagamentos não realizados).
Além de facilitar a reabilitação, já que basta apenas um pagamento para afastar a suspensão e
que não há cobrança de juros e atualização, a reabilitação com prorrogação de vigência
repercute favoravelmente também nos sorteios. Prorrogada a vigência, deve também ser
prorrogada a participação nos sorteios periódicos. Voltando ao exemplo, o titular participaria de
sorteios nos dois meses de prorrogação de sua vigência (janeiro e fevereiro do ano seguinte).
Não há, assim, a perda definitiva dos sorteios periódicos quando prevista a reabilitação com
prorrogação de vigência. Este é o motivo de optarmos por utilizar a expressão “prorrogação de
vigência” – e não “prorrogação do prazo de pagamento e de capitalização” –, já que não são
apenas os prazos de pagamento e capitalização que são dilatados, mas também a participação
em sorteios periódicos.
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