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PAPO
PSICANALÍTICO
1
PAPO
PSICANALÍTICO
2
PAPO PSICANALÍTICO
Produção e Arte
Sunny-D
Revisão
Marcelo Ivson
carlosmario@terra.com.br
3
Dr. Carlos Mario Alvarez - Psicanalista e
supervisor clínico.
Mestre em Teoria Psicanalítica (UFRJ)
e Doutor em Letras (PUC-Rio).
Professor, Pesquisador visitante na
universidade Rutgers (2010/2011),
NJ - EUA.
Membro fundador da Formação Freu-
diana (RJ).
Criador e curador do projeto em
Mídias Sociais, Psicanálise Descolada,
onde desde 2010 realiza intervenções
nas plataformas digitais, articulando
artes visuais, música, psicanálise e
estilo de vida.
4
“
DESEJA-SE O INATINGÍVEL E
GOZA-SE COMO É POSSÍVEL
5
SUMÁRIO
8 - 4 Dimensões e tratamentos distintos
sobre a luxúria
12 - 11 pontos sobre o tema da compulsão a dizer
o que se pensa
16 - Achados psicanalíticos
19 - Meus pensamentos sobre os ditos
“outros corpos”
22 - Supermercado
24 - Sobre o tal do divã psicanalítico
27 - Édipo Rei XXI
30 - Dos sonhos como potência de pensamento
e solução úlitma para o pior dos pesadelos
33 - O banquete da raposa
35 - A dor humana e a dor da compulsão à copre-
ensão
37 - Bissexualidade
39 - Goza-se como é possível
43 - Sublimação
45 - Sobre o aniquilamento psíquico
47 - Porreira pra ser espanada
50 - Neurose
53 - Conclusões sobre o atrapalho no trabalho
56 - Sobre as histéricas
61 - Sexo, sexo, sexo, dos anjos
63 - Domir para sonhar
67 - Musicalidades
69 - Máscaras
6
“
A PULSÃO NÃO PERTENCE A
NINGUÉM. ELA VARRE
7
4 dimensões e
tratamentos
distintos
sobre a LUXÚRIA.
8
Então trago a seguinte ilustração.
Resposta do Padre:
9
_ Mas ora, ora...que maravilha! O que temos
aqui? Uma devassa! É bem o que queremos
entre nós. Pois agora mesmo se torne sócia
de nosso clube e passe a frequentar o Hall dos
prazeres! Aqui serás obrigada a gozar de to-
dos os jeitos e formas possíveis. Sua tara será
nossa perdição! Nossas taras serão sua obri-
gação. Às favas com seu marido, afinal ele não
passa de um engôdo. E nada de religião. Aqui,
nosso culto é pela extrema Luxúria. Venha a
nós sua vadia! Goze do sexo até a morte!
10
Resposta de um Psicanalista
11
11 Pontos sobre
o tema da
COMPULSÃO à
DIZER
o que se
PENSA
12
1 - Alguns tomam isso como liberdade: "digo o
que penso". Mas pensar se, em certos casos,
"dizer o que se pensa", de forma dita "espontâ-
nea" não seria senão uma diarréia da qual não
se cura com facilidade. Uma prisão de ventre
às avessas, portanto, ainda, uma prisão. Antí-
doto para o alvo do que é dito: não ouvir. Mas,
para tal, é preciso afastamento. Problema: o
grude gregário impede que livrem-se um dos
outros. Forma de maturidade: calar a boca. Su-
cesso de uma psicoanálise: menos palavras.
13
4- Mestres na arte de opinar: primeiramente,
os que amam. Vocação de pai e mãe: dizer o
que pensa "para o seu bem". Ou, depois, do
maridão ou da "patroa": faça assim, senão, vou
te punir! Para se livrar do crivo do outro, às ve-
zes, só com a morte. Ou de um ou de outro.
Mas, em situações menos drásticas, uma bri-
ga resolve. Um afastamento soa mais político.
Melhor, ainda: uma conversa telepática (ape-
nas os iniciados conseguem).
14
mesmo do vendedor. Quanto mais isto, mais o
ser está Fu.... (Furadinho).
15
Achados
Psicanalíticos
16
1) Individualidade é sintoma.
17
se ela não estiver à serviço, em última instân-
cia, da diminuição da angústia/sofrimento
nos homens.
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MEUS PENSAMENTOS
SOBRE OS DITOS
“OUTROS CORPOS”
(QUESTÃO PROPOSTA PELO EVENTO
DA FORMAÇÃO FREUDIANA).
19
1 - Em Psicanálise, o pensamento se consti-
tui e se mantém a partir das clivagens, cisões.
Tudo que existe se fractaliza ou se fractaliza-
rá compulsoriamente como efeito da compul-
são à disjunção (entropia) que acompanha os
objetos existentes. Ou seja, em Psicanálise,
o Princípio é a ordem fora do equilíbrio. Des-
ta feita, não há corpo íntegro mas corpos em
composição/decomposição. Corpos, corpús-
culos, corpanzis, corporações, corpichos, etc.
20
presença/ausência de outros corpos. Sabe-se
disso de longa data. Não há mente que não
seja corporal, de alguma maneira.
21
SUPERMERCADO
22
Quando Freud inventou o malfadado SUPEREGO
disse que se tratava de uma espécie de tirano in-
terno que julga, penaliza e faz sofrer quando al-
guém se olha e se mede por relação ao(s) outro(s).
Acontece que, indo um pouco além dessa vulga-
ta, deve-se saber que o SUPEREGO é quem decide
se a pessoa pode ou não pode, deve ou não deve,
quer ou não quer, vai ou não vai.
Portanto, o tal SUPEREGO não deve ser entendido
apenas como uma polícia implacável interna (sim,
ele também o é) mas, sobretudo como a fonte das
validações dos desejos e atos de alguém. Seja lá
como for, tentem entender o seguinte: quem sem-
pre colhe os louros do que quer que seja, é o tal
SUPEREGO.
Independente se a carne sofre ou pula de alegria, o
SUPEREGO é sempre quem usufrui. Por quê? Por-
quê para o SUPEREGO, chova ou faça sol, ele tá
sempre lacrimejando de tesão. (Os sadomasocas
de todos os quilates sabem - talvez mais facilmen-
te - do que se trata!).
23
Sobre o tal do
Divã Psicanalítico
24
O divã, figura-símbolo da Psicanálise freudiana, é
um dispositivo que nasceu intrínseco à regra fun-
damental da Psicanálise: "Associa livremente, diz
sobre aquilo que te acomete, tenta não censurar,
desanda a falar como lhe vêm à cabeça sem que
isso lhe obrigue a uma coerência ou lógica racio-
nal...". Freud alegava que era melhor que seus pa-
cientes perdessem a dimensão do olhar enquanto
faziam suas sessões porquê assim poderiam se
despir do olhar do outro, de um olhar que, em úl-
tima instância, seria sempre de uma autorização,
entendimento ou reconhecimento. O divã não é
condição necessária de uma análise mas pode
ser um elemento divisor de águas em um proces-
so analítico. Hoje, sabemos que uma análise pode
ocorrer sem as delimitações clássicas de um "set-
ting" e que o divã pode ou não ser usado. Tudo de-
pende da transa transferencial. Ou melhor, o divã
está ali como possibilidade, como convite, desde
que autorizado pelo analista. É comum ouvir dos
pacientes que "temem o divã" ou que jamais se
entregariam a um processo "às cegas". Fato: não
é fácil se despir das representações do mundo
como ele é (ou como ele aparenta ser). Por fim,
cabe dizer que o divã é lugar de estada provisória,
de permanência fluida, que sua função não está
25
prescrita necessariamente mas, sim, que é uma
idiossincrasia da prática analítica. Particularidade
da Psicanálise que prevê uma certa dissimetria
entre aquele que se deita e aquele que se oculta,
à espreita, à espera dos indícios, aparições e side-
rações do assim chamado inconsciente.
À propósito, você se deitaria no divã de Matisse?
26
ÉdipoRei
27
O que é isso que não podes ver,
que nunca tiveste oportunidade de entender,
que te acometeu desde a origem,
que te arrebatou e te jogou ao inexorável des-
tino?
28
Mas de antemão, aceita,
Tua sina é vagar por aí,
Sem leito nem resposta,
Não haverá oráculo que te baste,
Mas, talvez,
O mais inesperado te assalte,
Mais uma vez,
E terás tua dor convertida em Gozo,
Sempre que gritarem por ti,
Famigerado,
Édipo Rei!
29
Dos SONHOS como
POTÊNCIA
de PENSAMENTO e
SOLUÇÃO ÚLTIMA
para o PIOR dos
PESADELOS
30
Os sonhos são trabalhos, fábricas e fabricações.
São artefatos, movimentos, tentativas de solu-
cionar impasses. Não são enigmas mas a con-
tínua formulação de respostas para os enigmas
em si. Um sonho, por mais frívolo ou frugal, im-
pertinente ou insuportável, não é outra coisa se-
não a tentativa de formulação de respostas para
o que não pode ser formulado pelas vias da dita
"inteligência de plantão". Nesta perspectiva, so-
nhar é pensar através de um pacto com o aves-
so do próprio pensamento. Alí, onde supunha-se
haver uma certeza, havia tão somente a poten-
cial certeza da inversão da verdade. Assim fun-
ciona a lógica do sonho. Por isso, não se sonha
em vão apesar de que, em geral, o homenzinho
não se permite lembrar ou mesmo se apropriar
de formulações pós-sonho. Qualquer sonho não
é outra coisa senão a invenção de mapas. Estes
mapas não demandam interpretações pois são
eles mesmos os próprios intérpretes das movi-
mentações psíquicas de um ser. A mediocridade
de uma vida atravessada pela urgência da com-
preensão e produção de um sentido sanador im-
pede os vassalos de sonhar pelo sonhar. Neste
sentido, costuma-se ignorar os sonhos como se
31
fossem bobagens. Não são. Seriam puro ca-
pital, recurso, ouro fino... Isso se não fosse o
homenzinho tão medíocre e insolente.
32
O banquete da
RAPOSA
33
Dorme-se com alguém na suposição de estar
entre anjos mas, qual não é a surpresa quan-
do se desperta e constata-se que o inimigo de
hoje era o anjo de ontem! O susto ajuda a pe-
gar em armas – seja lá quais forem! – e tentar
espantar a raposa antes que ela banqueteie o
galinheiro. Transmutações imperceptíveis ao
longo de algumas décadas podem fazer do
amigo, confidente ou amante um temeroso
inimigo.
A falta de um termômetro ou de qualquer ou-
tro instrumento capaz de “mensurar” as modi-
ficações de todos os signos que representem
as condições de um determinado cenário faz
com que muitos sejam abatidos pela incapa-
cidade de reparar nas ameaças até então im-
prováveis. Algo ou alguém não é uma ameaça
- de fato é um aparente inofensivo ser – até
que se torne, efetivamente um elemento pe-
rigoso. Aqui, o que não era uma ameaça as-
sim se fez simplesmente porquê estas coisas
acontecem no curso da vida. Princípio da re-
versão. Voltaremos a ele. E ele, certamente,
voltará a nós, indefinidamente.
34
a DOR humana é a
DOR da COMPULSÃO
à COMPREENSÃO
35
Porquê se é uma máquina de fazer sentido é que somos o
tempo todo levados a atribuir valores ao nosso "sentir". A
experiência do humano se constitui através de sua submissão
ao que ordena de "fora": basta lembrar que não se é livre
para escutar música, ler um livro, emitir uma opinião ou
fazer sexo sem que se esteja, de alguma maneira, autoriza-
do por alguma exterioridade (escolas, guetos, clubes, papai-
-mamãe, religião e corporações). Assim, age-se no limite da
coerência e do bom senso vindo das convenções. Em muitos
casos, este mecanismo leva ao distanciamento inequívoco do
sujeito para com seu corpo. O corpo deixa de ser uma po-
tência expressiva e passa a ser um multiplicador do mesmo.
A neurose é assim, de certa forma, a cristalização de práticas
morais e normatizantes no registro individual de cada um.
É sobre este tipo de estratificação que se pode pretender
uma intervenção clínica psicanalítica.
36
BISSEXUALIDADE
BISSEXUALIDADE
37
A provocação freudiana, a partir da publicação dos "Três
Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade" era insistir na idéia
de que a libido - energia sexual - é capaz de fazer os mais
diversos e até mesmo "bizarros" caminhos no tocante às
preferências e modalidades de gozo sexual. Para Freud
haveria uma Bissexualidade Universal que abrigaria, sob
a mesma égide, potências masculinas e femininas.
38
GOZA-SE
como é possível
39
6 idéias psicanalíticas sobre sexualidade
40
amar na mulher o contorno de seus pés mais do
que sua feminilidade ou “personalidade”. Ou, uma
mulher pode amar em um homem sua forma ma-
ternal de agir de maneira tal que se casou com o
duplo de uma “mãe”.
• O desejo, no sentido psicanalítico, é impossível
de se ver realizado em sua totalidade. Por mais
que se atinjam objetivos, realize-sem fantasias ou
concretizem-se atos, haverá sempre uma sobra
que retornará como desejo insatisfeito. Deseja-se
sempre mais. O desejo é desejo de desejo (Lacan).
• Gozar, no sentido psicanalítico, significa estabe-
lecer uma forma muito particular de se fixar a um
tipo de obtenção de satisfação de maneira tal que
ela se repita à revelia da compreensão, vontade ou
escolha consciente da pessoa. Uma posição de
gozo pode implicar prazer e/ou desprazer. O fato é
que o ser humano é prisioneiro de seu gozo e isto
acaba por determinar sua forma de agir e estar no
mundo. Dela ele pode acabar refém. Um cônjuge,
por exemplo, que vive a reclamar de seu parceiro e
assumidamente leva uma vida de privações e frus-
trações goza exatamente em viver reclamando, em
fantasiar com a “liberdade” ou mesmo vinganças.
Goza, desfruta, usufrui, de uma dimensão que soa
estranha por sinalizar infelicidade. Mas... esse é
um dos paradoxos da sexualidade humana.
41
Deseja-se o inatingível e goza-se como é possível.
42
SUBLIMAÇÃO
43
Uma sublimação implica a transformação de algo
em outra coisa. Mas isso no sentido de uma evolu-
ção que marca o salto e divide um antes e um de-
pois. De quando algo se torna mais convincente e de-
licioso para quem navega. Coisas que tramóia-se in
ou out-conscientemente de forma tal que resulta-se
sempre em uma ou várias ações de melhor estirpe
(esta medida por um ou vários que se preze ou que
se reconheça). Estas tais sublimes-ações podem ser
olhadas com certo sabor de triunfo por aquele que
resolveu ou conseguiu - mesmo que com o peso da
neurose que lhe assalta(va) - dar um passo adiante e
cravar um ato bem no meio do alvo. Predileta ação,
esta que sublima o que era porcaria em algo que se
pode - mesmo que temporariamente e sem possuir
caráter de unanimidade - ungir o agente de forma tal
que a próxima rodada já lhe marque como vitorioso.
Uma Sublime Ação é de causar espanto e orgulho.
44
Sobre o
Aniquilamento
Psíquico
45
O adulto é sempre mais forte, mais imponente, tem
sempre muito mais elementos de força e de legisla-
ção sobre a criança. Então quando ele abusa, quan-
do ele passa da função de acolhedor para a função
de agressor é como colocar um animalzinho indefe-
so diante de um predador.
O que acontece nesse caso é um aniquilamento,
sobretudo psíquico da criança. Ela perde as refe-
rências, a confiança nela própria e, também, como
ensina Sándor Ferenczi (psicanalista húngaro do sé-
culo XX) para sobreviver ela se identifica ao agres-
sor. Deste modo a criança pode se tornar violenta,
ou pode morrer psiquicamente, o que significa que
ela desliga uma série de ligações que seriam impor-
tantes com o mundo e passa a viver numa espécie
de mundo reduzido, certamente depressivo ou até
psicótico.
46
Porreira para
ser Esplanada
47
Por vezes, a metáfora pode ser a poeira. Essa que
pousa no teu colo, nas tuas dobrinhas, nos teus re-
cantos. Sobretudo nas placas neurônicas da mente
que te habita. Poeiras invisíveis a olho nú podem
estar se acumulando no teu respirar e sonhar de
maneira tal que um catamarã pleno de pó e asneira
pode estar a longo tempo atracado nos teus cami-
nhos de movimentação rumo a algo melhor. Você
não vê direito, não é mesmo?
48
sorte, o pequenino ser é dragado pelas palavras que
jamais ousou dizerescutar.
49
NEUROSE
50
Muitos ainda tem dificuldades em entender o
que seja a NEUROSE. Pois hoje em dia, é preciso
definí-la não mais como na época de Freud, que
ainda estava preso às nomenclaturas da Psi-
quiatria do século XIX. Precisamos ir além e en-
tender a neurose como design psíquico. Depois
de Freud, podemos dizer que a Neurose é uma
formação psíquica, sobredeterminada por dife-
rentes motivações, sejam elas fisiológicas, he-
reditárias, educacionais e experimentais na vida
particular de uma pessoa. A neurose é um estilo
de vida imposto,totalmente à revelia, cuja estéti-
ca resultante é de baixa extração, empobrecida.
A NEUROSE se instala como uma forma de lin-
guagem onde o neurótico estabelece, ainda que
patologicamente, seus limites para desejar. Esta
malha psíquica, impregnante, atua como uma
espécie de garantia para o (não) enfrentamento
da questão da finitude, questão esta para a qual
todos humanos precisam achar respostas. A
NEUROSE é pois uma clausura cujas fronteiras
são invisíveis mas cujos efeitos são limitadores
de vida, impositores de normas, regras e práti-
51
cas que, invariavelmente, tornam a pessoa
ignorante quanto às suas fantasias causando
enormes sofrimentos. Para se livrar da NEU-
ROSE é preciso muito trabalho, trabalho psí-
quico.
52
Conclusões sobre
o atrapalho no
TRABALHO
53
1. - que se perde muito da capacidade de es-
tudar concentrada, profunda e longamente
quando se liga a tv, o rádio, o alcool, ou o na-
morado(a).
54
6. - amor tortuoso, superfaturado, imantado
de material radioativo e juras cegas e más pre-
gas é coisa do pior tipo de business que um
ser pode fazer. Há que desfazer o trabalho e
há quem faça. Procure por um especialartista.
55
Sobre as
HISTÉRICAS
56
A lenda da Psicanálise conta que a histérica
ensinou o caminho do Inconsciente a Freud.
Mas como tudo pode ser revertido, também
não será menos lendário que Freud ensinou
às histéricas – e depois a todo o resto – que o
desejo se depura entre um espasmo e outro.
O gozar é espasmódico.
57
mistério da fantasia.
58
Os pés como objeto de desejo, a ser incorpo-
rado, alcançado, sobretudo, olhado, apreciado
e utilizado.
59
vão!”. O recalque manda esconder. Mas ao
mesmo tempo, como frisou Lacan, ordena go-
zar. Deus é o pai da histérica. O pai da histéri-
ca é Deus.
60
SEXO, SEXO...
dos ANJOS
61
A Psicanálise tem algo distinto a pensar sobre
o Sexo e suas práticas uma vez que o Incons-
ciente não tem UM sexo definido e nem se
define estritamente por anatomia ou qualquer
outra marca. O Inconsciente é um fabricante
compulsivo de experiencias sexuais, de híbri-
dos dos híbridos. Velho Freud já havia chama-
do a atenção para o fato de que somos "Bisse-
xuais". Mas a coisa vai além.
62
Dormir para
SONHAR
63
Reparem que há uma discrepância no dormir
e no sonhar. Ambos acontecem, supostamen-
te, concomitantemente. Isto é, para a vida oní-
rica (stricto sensu) é preciso que a coisinha
durma para que o sono se inicie. Profunda-
mente. Operação casada. Pois então, a clas-
se trabalhadeira descansa músculos e ossos,
supostamente, toda vez que vai se deitar. E é
bom demais, não é? Quem se deita já deve ter
percebido isto.
64
cidade do fulaninho de se dar conta do que
sonhou-se nele. Pois uma rede de interesses
Outros se aboleta do corpo e empreende uma
viagem astral daquelas mesmo de sair de si,
de sair do corpo. Ele - o cabra - vira um polo
envaginante de recepção. O resultado é que
esta modalidade de gozo conecta o Um com o
resto de forma tal que as respostas pipocam
como fonte inesgotável, jogando a coisa em
termos de um trabalho místico cuja origem se
desconhece.
65
Desesperar - na oniricidade - melhor não mais.
Isso se pode esperar de uma análise avança-
da. Isso Pode.
isso PHoDe.
66
MUSICALIDADE
67
A música - quando ela de fato o é, ou seja,
uma experiência que faz vibrar tons, semitons,
ritmos, melodias, silêncios, pausas, temporali-
dades e idéias - faz com que se operem pro-
duções complexas que evocam as dimensões
mais constitutivas e impactantes na experiên-
cia de vida.
68
MÁSCARAS
69
Projeções e retroprojeções, intermináveis pro-
cessos identificatórios onde se pode escutar
pérolas como “eu sou mais eu”, “eu não se-
ria nada sem você”, “sem você eu não existo”,
“só pode ser você”, “sou Cleópatra retornada
e repaginada já há várias encarnações, uma
regressão me mostrou isto...”. Carnaval geral,
desfile de fantasias.
70
Nós da PSICANÁLISE DESCOLADA
ficamos muito felizes em
compartilhar com você, reflexões
e experiências
da Psicanálise!
CULPA E VERGONHA :
CULP
Estudos sobre o SUPEREGO
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www.psicanalisedescolada.com
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