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Olá, estudante!
o Política;
o Interesse social;
o Linguagens, comunicação e int eração.
Assim, este material contará com conceitos
basilares sobre os temas descritos, bem como
com textos diversificados que tratam sobre suas
respectivas temáticas de forma a fortalecer o
conhecimento dos estudantes a respeito de
conhecimentos gerais e, ainda, para que sua
formação cidadã seja continuamente trabalhada
do ponto de vista social e ético. Cabe esclarecer
que não será estudada a ética propriamente dita,
mas sim como considerar social e eticamente
uma série de temas transversais da sociedade em
que estamos inseridos.
Unidade 1 Política
POLÍTICA:
ARTE
CIÊNCIA
PAIXÃO
Antes de c ontin uar mos a falar s obre a polític a, ad ver tim os a
voc ê, ac adêm ic o, q ue é imp or tan te fazerm os um e xerc ício
s imp les e d id átic o p ar a m elhor e nte nder o jog o de in teress es e
p oder que s e c onvenc ionou cred itar a e la: afastar os
prec onceitos, is to é, es quecer tud o ( ou qu ase tu do!) aq uilo que
voc ê ouviu falar s obre o term o. Vem os e m n oss os d ias q ue o
pr ópr io prec onc eito es tá n a pau ta p olític a, e m uita en erg ia de
n oss os govern ante s e repre sen tan tes é g as ta em tor n o de um a
s oc ied ade men os pr econce ituos a. Se isto é e xigido dos n ossos
g overn an tes , tam bém é e xigido de qu alquer um q ue qu eir a ser
u m a pess oa letr ada p olitic amen te . Ess a tátic a er a em p reg ada
p or Ém ile Durk he im ( 1858 -1917), s empre ar gume n tand o qu e a
b oa s oc iolog ia er a fe ita p or aque les que “pur amen te”
pre te nd iam c onhec er a s ocie dade , esqu ecend o os c onc eitos
pré vios sobre de ter minados ass un tos e re apre nden do -os. É
es ta ide ia que pr op onh o aqu i: vamos afas tar os prec onceitos e
as pr en oções e p ass ar a c on hecer a polític a p or e la mes m a,
se m m istur arm os c once itos já form ad os ou op in iões pes soais,
d a míd ia, da família e de am igos de que “a p olítica é sem pre a
me sm a c ois a” ou “os p olític os s ão to dos igu ais”, por exemp lo.
En tão, vamos lá?
Nesse sen tido, a étic a d iz respe ito aos pr eceitos s oc iais ger ais
p ar a a vida em s oc ied ade , de m od o q ue o c ar áter d os
h ab itan tes d e de term in ad a c om un id ade s eja b alizad o
c oletivamen te, ou seja, p ar a que h aja prece itos p artilh ad os
pe lo gr up o a reger o fu ncioname nto daque la s ocied ade .
Nesse sen tido, é per tine nte des tac ar que a própria noção d e
é tica se alter ou ao long o d os séc ulos : n a c lássica soc ie dade
gr eg a, ser étic o s ign ificava respe itar as leis e valores d a p ólis,
inc lu íd a a res tr ição e m term os d e cidad an ia; n o p eríod o
me dieval, a é tica foi p au tad a pe la intr ín sec a re lação e ntr e
p oder p olític o e r elig ião, u m a vez que os Re is e a I greja C atólic a
de ter minavam os modos de c on vivê ncia dos indivídu os
se gun do a me tafís ic a e a pre ocu p ação c om o re spe ito às
h ier arq uias ; n a m od ern id ade, ag ir e ticamen te imp lic a lanç ar
u m olh ar r ac ion al à s ocie d ade e c on sid erar a fr agm en taç ão ou
m ulticu ltur alism o c om o p ar âme tr o é tic o.
Par a avanç arm os aos d em ais conce itos relac ion ad os à tem átic a
d o in teress e social, c abe r ess altar que as imp lic aç ões d a é tica
es tão n o c amp o d e n oss a c onsc iênc ia acerc a d a mane ira como
ag im os r ac ion almen te e c om re laç ão aos nos sos sen timen tos,
ass im c om o n as inter aç ões que desen volvem os c om outr os em
n oss os e sp aços pess oais ( fam iliare s, am ig os e re laç ões
afe tivas) e s oc iais (c om o esp aços esc olares, lab or ais e
c omu nitár ios – igre ja, c lu be ou grup o d esp ortivo, volun tar iad o
e tc. ).
Emb or a h aja d iferen tes perspec tivas s obre a dem ocr ac ia, uma
de las se sobrep ôs às d em ais a p on to de o Ociden te c ons iderá -
la como ún ic a form a p oss íve l (HEYWOOD , 2010), o liber al -
p lur alism o, pr ojeto dem ocr átic o b ase ad o na e xis tê nci a de um
c on jun to de g ar an tias le gais, com o as liberd ades cidad ãs, a
c omp etiç ão e leitor al e a livre org an izaç ão m ed iante gru pos de
pre ss ão.
De ntr e os autore s que de fendem tal pers pec tiva de mocr ática,
h á dis tinç ões e xpress ivas : en qu anto Schum pe ter ( 1961)
arg umen tava que a d esigu ald ade p olític a s eria u m aspec to
n atur al d a s oc ied ade e que c aber ia aos ind ivíd uos “c om uns ”
limitarem su a atu aç ão polític a ao m ome nto d e esc olh a de
repr esen tan tes ( voto) por que as m as sas ser iam inc ap azes de
g overn ar d evid o à su a irr aci onalid ade in ata, D ah l ( 1997)
arg umen ta q ue um a poliarqu ia – reg ime re al m ais pr óxim o de
u m a dem ocr ac ia – s eria c ar ac ter izada pe la fr agmen taç ão d o
p oder p olític o, o q u al n ão está c once ntr ado em ape nas um
gr up o de vido à dispers ão d os var iad os rec urs os n a s oc ied ade,
de m od o que a igu ald ade p olític a também se re lacion a à
d is tribu iç ão do p oder. C on forme p on tu ad o p or Albr ech t ( 2019),
de ntr e as de mais ver ten tes d a te oria dem ocr átic a, a maior ia
c ons is te em altern ativas a esse modelo.
No ger al, as te orias c ircu nd am, principalm en te, três c once itos
imp or tan tes n o es tu do d a democr acia:
1) Repres en tação
2) Partic ip aç ão
3) D eliber aç ão
En ten der, p or tan to, que a m ane ir a c om o as s ocied ades atu ais
es tão or g an izad as lim ita o e xerc ício da cidad an ia im plic a e m
rec on hecer q ue o p ar âme tr o étic o que d eve r ia b alizar as
re laç ões en tre os in divídu os e c om os govern os e dem ais
ins titu iç ões te m falh ad o, m as, p or ou tr o lad o, perm ite
pe ns arm os s obre c aminh os p oss íveis à super aç ão ou re duç ão
de ss as des ig u aldades n o c on te xto dem ocr átic o, em q ue
ins trum en tos de re p resen taç ão, p ar ticipaç ão e de lib eração se
c oloc am como caminh os p oss íveis ao e xercíc io d a c id ad an ia.
UNIDADE 3-LINGUAGEM , COMUNICAÇÃO E
INTERAÇÃO
Irandé Antunes (2009) – afirma que não é possível pensar em língua como
objeto isolado, ao contrário: é preciso observar suas condições de uso.
Assim sendo, essa concepção de língua pensa no fenômeno linguístico a
partir de suas intenções sociocomunicativas, observando as interações
existentes entre seus interlocutores, além dos efeitos de sentido, seus
contextos de uso, deixando, dessa maneira, de ser um signo contido de
significado e significante e um amontoado de regras normativas. A partir
da quebra dessa visão estrutural, é possível entender toda a mobilidade da
língua. Antunes (2009. p. 23) complementa:
Para Jakobson (2010), a linguagem possui várias funções, mas para que
possamos apreendê-las, é preciso compreender os elementos que
constituem o ato de comunicação. Observe o esquema a seguir:
O esquema nos mostra que, para existir comunicação, é preciso que haja
não apenas um remetente que envie uma mensagem qualquer para um
destinatário. Para que haja sucesso nesse ato, é preciso observar, por
exemplo, um contexto que seja compreensível para o destinatário.
Martelotta (2008) afirma que a noção de contexto está relacionada ao
conteúdo da mensagem, às informações que estão ligadas à nossa realidade
biossocial e que aparecem na mensagem enviada. Isso quer dizer que não
necessariamente as informações contextuais estejam todas explícitas na
mensagem, podendo fazer referência às informações ditas anteriormente ou
mesmo ao tipo de relação estabelecida entre os interlocutores.
Amplificando essa discussão, a noção de contexto também envolve todas as
informações referentes à produção da mensagem. Por exemplo, se
ouvirmos a frase: “passei muitos exercícios na aula de hoje”, certamente
ela possui sentidos diferentes se fosse dita por um professor de língua
portuguesa ou por um professor de musculação. Resumidamente, para que
o destinatário compreenda a mensagem, ele precisa entender o contexto em
que ela está inserida, levando em consideração assuntos que não estão
postos na mensagem.
• Função referencial
A funç ão re feren cial é foc ad a em tr an sm itir as in form aç ões
d o re meten te ao des tin atár io. O foc o dess a funç ão es tá n o
c on te xto, um a ve z que a pre ocu pação e stá e m viab ilizar
c onh ecimen tos qu e fazem r eferên cia a p ess oas, ob jetos,
ac on tec imen tos e tc. B as ta pen s arm os nas n otíc ias de jorn al,
em te xtos c ien tífic os, e m livros d id áticos com o e xemp los
de sse tipo de funç ão .
• Função emotiva
A funç ão em otiva é b as ead a no reme te nte , isto é, n a em oç ão,
n a s ub je tivid ade, na pess oalidade que e le deixa tr ans par ecer
p or m eio através d a men sagem . Alg uns e xemp los, c om o d iár io,
re lato p ess oal e car tas, c arre gam e ss a funç ão. Mar telotta
( 2008) lembr a q ue, por e xemp lo, a en ton aç ão u tilizada n a
n arr aç ão de um jog o de fu tebol te m o intuito de, tam bém,
p ass ar e m oção; e as esc olh as voc abu lar es en tre as fr ases “e le
s aiu d o lar” e “aq uele c an alh a ab an donou o lar ”, a se gun da é
m ais e motiva p orq ue en volve o falan te c om a situ aç ão .
• Função conativa
A funç ão c on ativa in fluenc ia o c omp or tamen to d o d estin atário.
A ate nç ão está no des tin atár io, pois e le é o alvo da inform açã o.
Pense mos n as inú mer as pr op ag and as, p ales tr as, d isc urs os que
ten tam in fluen ciar ou c h am ar a atenç ão de quem r ecebe .
• Função fática
A funç ão fátic a tem o in tu ito de c om eçar , pr olon g ar ou fin alizar
u m ato d e comun ic aç ão. O foco é o c an al, já que n ão vis a a
c omu nicaç ão pr opr iame nte d ita, m as o estab ele cimen to d o
c on tato, o rec eb imen to d a m ens agem . O alô que a gen te d iz
q uand o telefon a p ara alg uém e os in íc ios de c on vers as s ão
b ons e xemp los de ss a funç ão .
• Função metalinguística
A funç ão me talingu ís tic a us a a lingu agem par a fazer re ferênc ia
à pr ópr ia lingu ag em. Cen tr ad a n o c ód ig o, ela se justifica
p orq ue os su je itos n ão se re ferem tão s ome nte a su a re alidade
b ioss ocial, mas aos próprios me canism os re lacion ad os à
lingu agem utilizad a p ar a ess e fim. Os d icionár ios e as
gr amátic as s ão e xem plos d essas fu nções, n o e ntan to, p od em os
en contr ar vários te xtos, inc lusive liter ários, que foc am a
atenç ão em c om en tar ou re fleti r ac erca d a pr ópr ia lin gu agem .
• Função poética
A funç ão p oé tic a está c en trada n a própria m ens age m e n a su a
form a. Seg und o Jak ob son ( 2010), nesse c as o, h á um a projeç ão
d o e ixo d a se leç ão s obre o e ixo d a c omu nicaç ão d os ele mentos
lingu ís ticos . Marte lotta ( 2008) e xp lic a es s a d efin iç ão
re tom and o os d ois tipos de arr an jos u tilizados n o pr ocess o
verb al: se leç ão e c ombinação .
Ao formar uma frase, inicialmente o falante seleciona as palavras que
melhor expressam suas ideias naquela situação de comunicação. Além
disso, o falante combina, de acordo com as regras sintáticas de sua
língua, as palavras selecionadas, de modo que elas constituam um
enunciado que faça sentido para o interlocutor (MARTELOTA, 2008,
p.88).
No entanto, como se constrói essa ideia de projeção do eixo de seleção
sobre o de combinação? Martelotta (2008) responde afirmando que é
preciso levar em consideração que a combinação das palavras está na
superfície da frase, tornando-se perceptível ao leitor/ouvinte. Já a seleção é
um processo psicológico que, geralmente, não é superficialmente
perceptível na estrutura da frase. Isso ocorre em textos caracterizados por
rimas, jogos de palavras, aliterações. Observe o poema A onda, de Manuel
Bandeira:
zoom_in
Realizando uma rápida análise, é fácil observar que o poema possui muitas
repetições de vocábulos e de rimas. A escolha não foi por acaso: o intuito é
criar o efeito estético, característica basilar do texto poético (literário). Por
meio de paranomásias (palavras com significados diferentes, mas com
grafia ou som similares), anáforas (repetição de palavras) e a disposição
dos versos – que não estão colocados de maneira regular na folha –, o poeta
sugere o movimento de uma onda. A musicalidade do poema confere
repetição e uma espécie de embriaguez que, inclusive, pode confundir o
leitor. A repetição de consoantes (n e d) e o abuso de vogais (a e o) criam o
ritmo das águas e do vai e vem das ondas.
Jakobson (2010) salienta que a função poética não está apenas em textos
literários. De alguma maneira, ela também pode aparecer em ditados
populares, por exemplo, no tão conhecido “água mole em pedra dura,
tanto bate até que fura”, em slogans e em propagandas. Além disso, o
crítico deixa explícito de que embora ele tenha estabelecido essas seis
funções da linguagem, isso não quer dizer que elas são estáticas, muito pelo
contrário: uma mesma mensagem pode apresentar mais de uma dessas
funções, ao passo que é preciso apenas verificar a hierarquia delas.
UNIDADE 4- ATUALIDADES
Façamos, agora, uma breve experiência: leia o texto que segue. Ele está,
propositalmente, sem a referência. Contudo, já adiantamos que se trata de
uma citação.
O texto lido parece bem atual, não é mesmo? Porém, trata-se de um texto
de Nicolau Maquiavel, escrito em 1532, na obra O Príncipe!
É possível perceber, com essa breve experiência que é por meio dos textos
que, majoritariamente, nos comunicamos e interagimos uns com os outros.
Atualmente, movidos pelas tecnologias da informação e comunicação,
temos acesso a uma infinidade de informações, opiniões e conteúdos
diversos materializados por diferentes textos; por esse motivo, faz-se
importante lê-los com atenção especial a essa característica deles.
BIBLIOTECA VIRTUAL
As bibliotecas da Unicesumar dão suporte aos acadêmicos de todos os cursos da
instituição, disponibilizando um vasto acervo para consulta.
Convidamos você, estudante, para uma ação imersiva nos diferentes textos apresentados
em nosso site!
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REFERÊNCIAS
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.
P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. 2. ed.