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Sueli Helena de Camargo Palmen
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Seja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina.
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ações promotoras de políticas públicas.
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Na segunda seção, “A Legislação Educacional Brasileira”, conversaremos sobre a
hierarquia da Legislação no Brasil, de forma a compreender a normas legais
quanto a tramitação da legislação educacional e o compartilhamento de
responsabilidades entre Estados, municípios e federação.
Vale destacar que, ao final desta disciplina, espera-se que você compreenda o atual
conceito de Estado e Políticas Pública, bem como o papel da legislação educacional
para estruturação e funcionamento da Educação Nacional, favorecendo a reflexão
acerca da ação educativa.
O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe para os
contextos de aprendizagem, para as situações-problemas e busque retomar os
conhecimentos que foram tratados nesta disciplina.
É muito importante que você, futuro educador, seja o gestor de sua aprendizagem
e invista em sua formação, portanto, é fundamental conhecer a ação do Estado
como promotor das Políticas Públicas, enfim, das Políticas Educacionais.
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PRATICAR PARA APRENDER
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Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a “Políticas Públicas e Legislação
Educacional”, percorrendo aspectos conceituais e históricos importantes para
compreendermos as políticas educacionais e o papel da legislação em sua
normatização.
Assim, a primeira seção desta unidade, intitulada “As Políticas Públicas”, contribuirá
para que você compreenda o papel do Estado na promoção de políticas públicas
entre as quais estão as políticas educacionais, olhando para o Estado Brasileiro
Mas você sabe qual são as principais leis que regulamentam a Educação Brasileira?
particular nos anos iniciais do ensino fundamental, contudo ele conseguiu entrar
num programa estadual que possibilita ao estudante trabalhar numa escola
estadual aos finais de semana e assim ter a isenção da mensalidade na
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Universidade Particular, durante o período de seu estágio, em seu curso de
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formação para professor.
Quais orientações você daria para João a fim de lhe esclarecer o papel das
políticas públicas voltadas à Educação?
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Você considera que esses conhecimentos auxiliarão na sua atuação dentro dos
princípios democráticos e promotores do direito à educação?
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Aqui você ocupará esse lugar propositivo!
Bom estudo!
CONCEITO-CHAVE
“
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz, desconfiado
Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
[...]
— (CIDADÃO: Lúcio Barbosa; Zé Geraldo. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.)
Você já ouviu a música “Cidadão”, composta pelo poeta baiano Lúcio Barbosa? Essa
música nos leva a refletir sobre os direitos sociais que todas as pessoas, numa
sociedade democrática, deveriam ter acesso por meio das Políticas Públicas.
Assim, neste momento, iremos conversar sobre o que é a Política e o que são
Políticas Públicas.
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normalizar a convivência entre os habitantes das cidades e cidades-estados
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vizinhas. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado era
nominada de Política Interna, e quando era realizada entre diferentes Estados, de
Política Externa.
De acordo com Aristóteles (2002, p. 64), “Em todas as ciências e em todas as artes,
o alvo é o bem; e o maior dos bens acha-se principalmente naquela dentre todas
as ciências que é a mais elevada: essa ciência é a Política e o bem da justiça é a
política, isto é a utilidade geral [...]”.
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que
tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem
individualmente, e na política em si ao olhar para a coletividade. Portanto, a
Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como coletivo.
“
modificações que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e visões dos que adotam ou
influem na decisão. É possível considerá-las como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de
alguma forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo decisório. A finalidade última de tal
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dinâmica – consolidação da democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas – constitui
elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem determinada política.
— (SARAVIA, 2006, p. 28).
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Você, futuro educador, pode ver que a Política é uma forma dos indivíduos
administrarem as relações entre si, de forma a materializar as intenções em ações
visando atender às necessidades coletivas, ou seja, para um bem em comum.
É nessa linha que passamos a nos referir às Políticas Públicas, ou seja, às ações
empreendidas pelo Estado, ou, como diz Höfling (2001), as Políticas Públicas são
aqui entendidas como o “Estado em ação”.
Para Cunha e Cunha (2002, p. 12), “as políticas públicas têm sido criadas como
resposta do Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu próprio
interior, sendo a expressão do compromisso público de atuação numa
determinada área a longo prazo”.
Políticas Distributivas.
Políticas Regulatórias.
Políticas Redistributivas.
Políticas Constitutivas.
As Políticas Públicas Distributivas, como pontua Souza (2002), possuem
objetivos pontuais, visando contextos locais e não universais, ofertando serviços e
equipamentos, focalizando grupos sociais ou regiões em detrimento do todo. Essa
modalidade de Política Pública, a distributiva, favorece o clientelismo e o
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patrimonialismo, pois, dentro do jogo político, o assistencialismo é utilizado como
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moeda de troca por apoio político.
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Ainda no caso da habitação, vale dar o exemplo da isenção do IPTU para cidadãos
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de baixa renda, enquanto o aumento desse imposto é realizado para os demais
cidadãos, compensando a não cobrança a esse público específico.
Sempre que uma demanda social surge e se caracteriza como parte de uma
agenda política, como um problema a ser resolvido por meio da constituição de
uma nova Política Pública, a “Política Pública Constitutiva” é a responsável pela
discussão do problema, sua constituição enquanto agenda passível de discussão, e
formulação e implementação enquanto Política.
Como apresentam Ham & Hill (1993), o ciclo das Políticas é composto por fases,
como você pode ver no esquema a seguir.
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Você, futuro educador, sabe qual é a diferença entre Estado e Governo?
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É muito importante compreendermos essa diferenciação, pois é comum
confundirmos Estado e Governo.
Segundo Rocha (2008), podemos dizer que Estado é toda a sociedade política,
incluindo o governo. O Estado possui as funções executiva, legislativa e judiciária.
O Governo faz parte do Estado e pode ser identificado pelo grupo político que está
no seu comando. Contudo, uma Política de Estado é regulamentada por leis e tem
uma duração ampla, independente do grupo político no poder.
“
As funções são a executiva, a legislativa e a judiciária.
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Estado e suas funções.
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A administração pública compõe a função executiva, como organização da
burocracia estatal, e o governo que representa um conjunto de órgãos decisórios.
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reside. (PINHO, 2012)
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É importante destacar que o governo possui a discricionariedade, ou seja, tem
liberdade de ação dentro dos limites da legalidade, entretanto, o Estado possui
princípios que limitam a opção ideológica dos governos, lembrando que no Brasil
nos referimos a um Estado democrático, onde o voto popular determina a escolha
política.
O poder judiciário tem a função de controle sobre os atos públicos e privados para
a garantia da legalidade. Além de identificar a legalidade das ações na sociedade, o
poder judiciário também deve preencher as lacunas que aparecem nas leis através
de ações decisórias (VIEIRA, 2007).
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No Estado de Direito, as funções do Estado, caracterizadas na forma de poder, devem ser separadas para não
caracterizar o benefício do poder para o indivíduo que a ocupa, segundo a teoria de freios e contrapesos. É
neste sentido que as funções do Estado não devem também se confundir com os ocupantes do governo.
Nesse contexto, vale resgatar que quando falamos em Políticas Sociais, estamos
falando em decisões políticas que são tomadas pelo Estado, visando atender às
demandas sociais, ou seja, olhando para a coletividade.
Quando falamos especificamente da Política Educacional, estamos nos referindo a
uma política social voltada à educação, portanto, às decisões que o Poder
Público, ou seja, o Estado, toma em relação à educação (SAVIANI, 2008).
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Segundo Vieira (2007, p. 56), a Política Educacional pode ser considerada como
uma aplicação da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, por sua parte,
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as políticas educacionais como “políticas públicas que se dirigem a resolver
questões educacionais”.
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e financeiros, cumprindo os dias letivos, articulando-se com as famílias e
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comunidades de forma a executar sua proposta pedagógica, como determina a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Art. 12, Incisos I a VII – VIEIRA,
2007, p. 61).
Como uma lei específica e voltada à Educação, a LDB regulamenta todas as ações
educacionais e junto com a Constituição Federal devem zelar pelo direito à
educação de todos os cidadãos, desde o nascimento, visando garantir o direito à
Educação desde a educação básica até o ensino superior.
“
Nessa perspectiva, cabem aos formuladores de política e aos gestores concentrarem esforços na tarefa de fazer
chegar às escolas os instrumentos para operacionalizarem o desafio do sucesso do ensino e da aprendizagem.
Esta tarefa sem trégua está posta para todos. A ela não podem se furtar a(s) política(s) e a gestão da educação
básica.
— (VIEIRA, 2007, p. 68)
Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi apresentar as Políticas Públicas,
compreendê-las conceitualmente e conhecer como funciona a Política voltada à
Educação, ou seja, a Política Educacional, deixamos aqui dois exemplos de Políticas
Públicas direcionadas às ações educacionais, visando ilustrar essa ação do Estado.
São elas a EJA e o Prouni – Programa Universidade para Todos.
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ASSIMILE
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integram o Sistema Político, apresentando reivindicações ou
executando ações que serão transformadas em Políticas Públicas.
Podemos dizer que existem dois tipos de atores: os estatais e os
privados.
Os estatais são oriundos do Governo ou do Estado e exercem funções
públicas, são eleitos pela sociedade para um cargo por tempo
determinado (os políticos), ou atuam de forma permanente, como os
servidores públicos (que operam a burocracia).
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REFLITA
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Os atores sociais são capazes de pressionar o Estado quanto à elaboração
de Políticas Públicas?
EXEMPLIFICANDO
Até aqui você pôde ver que as Políticas Públicas influenciam diretamente a
Educação, principalmente ao estabelecer em lei o direito à educação, o direito ao
seu acesso e permanência, questões que ainda são grandes desafios no Brasil.
Bom trabalho!
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cidades e cidades-estados vizinhas.
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II. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado, era nominada de
Política Interna e quando era realizada entre diferentes Estados, de Política
Externa.
III. A Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como
coletivo, priorizando o clientelismo e o patrimonialismo político.
Questão 2
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que
tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem
individualmente, e na política em si, ao olhar para a coletividade. Portanto, a
Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como coletivo.
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d. escolas / trabalho / Matemática.
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e. pesquisas / lucro / Economia.
Questão 3
As Políticas Públicas são as ações empreendidas pelo Estado, ou seja, podemos
dizer que as Políticas Públicas são o “Estado em ação”. Vale destacar que as
Políticas Públicas podem assumir tipologias, apresentando cada uma delas
características próprias.
Assim, podemos dizer que as Políticas Públicas podem ser classificadas em:
I. Políticas Distributivas.
V. Políticas Administrativas.
c. I, IV e V estão corretas.
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Política. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Martin Claret. 2002.
Disponível em: https://bit.ly/3qnC4Yr. Acesso em: 29 set. 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
https://bit.ly/3akCWay. Acesso em: 29 set. 2020.
BARBOSA, L.; GERALDO, Z. Cidadão. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.
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CUNHA, E. de P.; CUNHA, E. S. M. Políticas públicas e sociais. In: CARVALHO, A.;
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SALES, F. (Org.). Políticas públicas. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
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SOUZA, D. B.; FARIA, L. C. M. Reforma do Estado, descentralização e
municipalização do ensino no Brasil: A gestão política dos sistemas públicos de
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ensino pós-LDB 9.394/96. Revista Ensaio, v. 12, n.45. Rio de Janeiro, Out/Dez,
2004. Disponível em: https://bit.ly/2OBdHIB. Acesso em: 07 dez. 2020.