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Sueli Helena de Camargo Palmen
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Seja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina.
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ações promotoras de políticas públicas.
seõçatona reV
Na segunda seção, “A Legislação Educacional Brasileira”, conversaremos sobre a
hierarquia da Legislação no Brasil, de forma a compreender a normas legais
quanto a tramitação da legislação educacional e o compartilhamento de
responsabilidades entre Estados, municípios e federação.
Vale destacar que, ao final desta disciplina, espera-se que você compreenda o atual
conceito de Estado e Políticas Pública, bem como o papel da legislação educacional
para estruturação e funcionamento da Educação Nacional, favorecendo a reflexão
acerca da ação educativa.
O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe para os
contextos de aprendizagem, para as situações-problemas e busque retomar os
conhecimentos que foram tratados nesta disciplina.
É muito importante que você, futuro educador, seja o gestor de sua aprendizagem
e invista em sua formação, portanto, é fundamental conhecer a ação do Estado
como promotor das Políticas Públicas, enfim, das Políticas Educacionais.
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PRATICAR PARA APRENDER
seõçatona reV
Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a “Políticas Públicas e Legislação
Educacional”, percorrendo aspectos conceituais e históricos importantes para
compreendermos as políticas educacionais e o papel da legislação em sua
normatização.
Assim, a primeira seção desta unidade, intitulada “As Políticas Públicas”, contribuirá
para que você compreenda o papel do Estado na promoção de políticas públicas
entre as quais estão as políticas educacionais, olhando para o Estado Brasileiro
Mas você sabe qual são as principais leis que regulamentam a Educação Brasileira?
particular nos anos iniciais do ensino fundamental, contudo ele conseguiu entrar
num programa estadual que possibilita ao estudante trabalhar numa escola
estadual aos finais de semana e assim ter a isenção da mensalidade na
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Universidade Particular, durante o período de seu estágio, em seu curso de
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formação para professor.
Quais orientações você daria para João a fim de lhe esclarecer o papel das
políticas públicas voltadas à Educação?
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Você considera que esses conhecimentos auxiliarão na sua atuação dentro dos
princípios democráticos e promotores do direito à educação?
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Aqui você ocupará esse lugar propositivo!
Bom estudo!
CONCEITO-CHAVE
“
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz, desconfiado
Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
[...]
— (CIDADÃO: Lúcio Barbosa; Zé Geraldo. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.)
Você já ouviu a música “Cidadão”, composta pelo poeta baiano Lúcio Barbosa? Essa
música nos leva a refletir sobre os direitos sociais que todas as pessoas, numa
sociedade democrática, deveriam ter acesso por meio das Políticas Públicas.
Assim, neste momento, iremos conversar sobre o que é a Política e o que são
Políticas Públicas.
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normalizar a convivência entre os habitantes das cidades e cidades-estados
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vizinhas. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado era
nominada de Política Interna, e quando era realizada entre diferentes Estados, de
Política Externa.
De acordo com Aristóteles (2002, p. 64), “Em todas as ciências e em todas as artes,
o alvo é o bem; e o maior dos bens acha-se principalmente naquela dentre todas
as ciências que é a mais elevada: essa ciência é a Política e o bem da justiça é a
política, isto é a utilidade geral [...]”.
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que
tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem
individualmente, e na política em si ao olhar para a coletividade. Portanto, a
Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como coletivo.
“
modificações que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e visões dos que adotam ou
influem na decisão. É possível considerá-las como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de
alguma forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo decisório. A finalidade última de tal
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dinâmica – consolidação da democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas – constitui
elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem determinada política.
— (SARAVIA, 2006, p. 28).
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Você, futuro educador, pode ver que a Política é uma forma dos indivíduos
administrarem as relações entre si, de forma a materializar as intenções em ações
visando atender às necessidades coletivas, ou seja, para um bem em comum.
É nessa linha que passamos a nos referir às Políticas Públicas, ou seja, às ações
empreendidas pelo Estado, ou, como diz Höfling (2001), as Políticas Públicas são
aqui entendidas como o “Estado em ação”.
Para Cunha e Cunha (2002, p. 12), “as políticas públicas têm sido criadas como
resposta do Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu próprio
interior, sendo a expressão do compromisso público de atuação numa
determinada área a longo prazo”.
Políticas Distributivas.
Políticas Regulatórias.
Políticas Redistributivas.
Políticas Constitutivas.
As Políticas Públicas Distributivas, como pontua Souza (2002), possuem
objetivos pontuais, visando contextos locais e não universais, ofertando serviços e
equipamentos, focalizando grupos sociais ou regiões em detrimento do todo. Essa
modalidade de Política Pública, a distributiva, favorece o clientelismo e o
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patrimonialismo, pois, dentro do jogo político, o assistencialismo é utilizado como
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moeda de troca por apoio político.
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Ainda no caso da habitação, vale dar o exemplo da isenção do IPTU para cidadãos
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de baixa renda, enquanto o aumento desse imposto é realizado para os demais
cidadãos, compensando a não cobrança a esse público específico.
Sempre que uma demanda social surge e se caracteriza como parte de uma
agenda política, como um problema a ser resolvido por meio da constituição de
uma nova Política Pública, a “Política Pública Constitutiva” é a responsável pela
discussão do problema, sua constituição enquanto agenda passível de discussão, e
formulação e implementação enquanto Política.
Como apresentam Ham & Hill (1993), o ciclo das Políticas é composto por fases,
como você pode ver no esquema a seguir.
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Você, futuro educador, sabe qual é a diferença entre Estado e Governo?
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É muito importante compreendermos essa diferenciação, pois é comum
confundirmos Estado e Governo.
Segundo Rocha (2008), podemos dizer que Estado é toda a sociedade política,
incluindo o governo. O Estado possui as funções executiva, legislativa e judiciária.
O Governo faz parte do Estado e pode ser identificado pelo grupo político que está
no seu comando. Contudo, uma Política de Estado é regulamentada por leis e tem
uma duração ampla, independente do grupo político no poder.
“
As funções são a executiva, a legislativa e a judiciária.
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Estado e suas funções.
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A administração pública compõe a função executiva, como organização da
burocracia estatal, e o governo que representa um conjunto de órgãos decisórios.
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reside. (PINHO, 2012)
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É importante destacar que o governo possui a discricionariedade, ou seja, tem
liberdade de ação dentro dos limites da legalidade, entretanto, o Estado possui
princípios que limitam a opção ideológica dos governos, lembrando que no Brasil
nos referimos a um Estado democrático, onde o voto popular determina a escolha
política.
O poder judiciário tem a função de controle sobre os atos públicos e privados para
a garantia da legalidade. Além de identificar a legalidade das ações na sociedade, o
poder judiciário também deve preencher as lacunas que aparecem nas leis através
de ações decisórias (VIEIRA, 2007).
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No Estado de Direito, as funções do Estado, caracterizadas na forma de poder, devem ser separadas para não
caracterizar o benefício do poder para o indivíduo que a ocupa, segundo a teoria de freios e contrapesos. É
neste sentido que as funções do Estado não devem também se confundir com os ocupantes do governo.
Nesse contexto, vale resgatar que quando falamos em Políticas Sociais, estamos
falando em decisões políticas que são tomadas pelo Estado, visando atender às
demandas sociais, ou seja, olhando para a coletividade.
Quando falamos especificamente da Política Educacional, estamos nos referindo a
uma política social voltada à educação, portanto, às decisões que o Poder
Público, ou seja, o Estado, toma em relação à educação (SAVIANI, 2008).
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Segundo Vieira (2007, p. 56), a Política Educacional pode ser considerada como
uma aplicação da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, por sua parte,
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as políticas educacionais como “políticas públicas que se dirigem a resolver
questões educacionais”.
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e financeiros, cumprindo os dias letivos, articulando-se com as famílias e
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comunidades de forma a executar sua proposta pedagógica, como determina a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Art. 12, Incisos I a VII – VIEIRA,
2007, p. 61).
Como uma lei específica e voltada à Educação, a LDB regulamenta todas as ações
educacionais e junto com a Constituição Federal devem zelar pelo direito à
educação de todos os cidadãos, desde o nascimento, visando garantir o direito à
Educação desde a educação básica até o ensino superior.
“
Nessa perspectiva, cabem aos formuladores de política e aos gestores concentrarem esforços na tarefa de fazer
chegar às escolas os instrumentos para operacionalizarem o desafio do sucesso do ensino e da aprendizagem.
Esta tarefa sem trégua está posta para todos. A ela não podem se furtar a(s) política(s) e a gestão da educação
básica.
— (VIEIRA, 2007, p. 68)
Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi apresentar as Políticas Públicas,
compreendê-las conceitualmente e conhecer como funciona a Política voltada à
Educação, ou seja, a Política Educacional, deixamos aqui dois exemplos de Políticas
Públicas direcionadas às ações educacionais, visando ilustrar essa ação do Estado.
São elas a EJA e o Prouni – Programa Universidade para Todos.
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ASSIMILE
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integram o Sistema Político, apresentando reivindicações ou
executando ações que serão transformadas em Políticas Públicas.
Podemos dizer que existem dois tipos de atores: os estatais e os
privados.
Os estatais são oriundos do Governo ou do Estado e exercem funções
públicas, são eleitos pela sociedade para um cargo por tempo
determinado (os políticos), ou atuam de forma permanente, como os
servidores públicos (que operam a burocracia).
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REFLITA
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Os atores sociais são capazes de pressionar o Estado quanto à elaboração
de Políticas Públicas?
EXEMPLIFICANDO
Até aqui você pôde ver que as Políticas Públicas influenciam diretamente a
Educação, principalmente ao estabelecer em lei o direito à educação, o direito ao
seu acesso e permanência, questões que ainda são grandes desafios no Brasil.
Bom trabalho!
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cidades e cidades-estados vizinhas.
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II. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado, era nominada de
Política Interna e quando era realizada entre diferentes Estados, de Política
Externa.
III. A Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como
coletivo, priorizando o clientelismo e o patrimonialismo político.
Questão 2
No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que
tem por objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem
individualmente, e na política em si, ao olhar para a coletividade. Portanto, a
Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como coletivo.
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d. escolas / trabalho / Matemática.
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e. pesquisas / lucro / Economia.
Questão 3
As Políticas Públicas são as ações empreendidas pelo Estado, ou seja, podemos
dizer que as Políticas Públicas são o “Estado em ação”. Vale destacar que as
Políticas Públicas podem assumir tipologias, apresentando cada uma delas
características próprias.
Assim, podemos dizer que as Políticas Públicas podem ser classificadas em:
I. Políticas Distributivas.
V. Políticas Administrativas.
c. I, IV e V estão corretas.
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Política. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Martin Claret. 2002.
Disponível em: https://bit.ly/3qnC4Yr. Acesso em: 29 set. 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
https://bit.ly/3akCWay. Acesso em: 29 set. 2020.
BARBOSA, L.; GERALDO, Z. Cidadão. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.
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CUNHA, E. de P.; CUNHA, E. S. M. Políticas públicas e sociais. In: CARVALHO, A.;
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SALES, F. (Org.). Políticas públicas. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
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SOUZA, D. B.; FARIA, L. C. M. Reforma do Estado, descentralização e
municipalização do ensino no Brasil: A gestão política dos sistemas públicos de
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ensino pós-LDB 9.394/96. Revista Ensaio, v. 12, n.45. Rio de Janeiro, Out/Dez,
2004. Disponível em: https://bit.ly/2OBdHIB. Acesso em: 07 dez. 2020.
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Sueli Helena de Camargo Palmen
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Fonte: Shutterstock.
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estruturação da educação básica.
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Vale destacar que, ao final desta seção, espera-se que você compreenda o papel da
legislação educacional para a organização e o funcionamento da Educação
Nacional, favorecendo a reflexão acerca da ação educativa.
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Durante a conversa com João, alguns pais acabam expondo que estão inseguros,
pois temem que a escola feche no bairro, além de não acreditarem que o
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município consiga manter a escola funcionando no mesmo padrão que o Estado.
Por que o Estado não quer mais assumir o ensino nesta escola?
Nesse momento, você, futuro educador, deve ocupar o lugar de João e propor
ações para resolver essa situação-problema apresentada. Descreva
hipoteticamente quais seriam as possíveis ações de João.
Um excelente estudo!
CONCEITO-CHAVE
Olá! Vamos conversar nesta seção sobre a Legislação Educacional brasileira
recuperando, de forma breve, o percurso histórico da educação no Brasil, focando
o papel das regulamentações para sua organização e funcionamento.
Na atualidade, quando falamos em Educação, logo nos vem à mente a ideia de um
projeto de sociedade e de formação humana, assim, analisamos aspectos que a
influenciam como: a cultura, a economia e a política em vigor.
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A partir da visão de Educação e do contexto sociopolítico, teremos Legislações que
regulamentaram sua implementação.
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Hierarquia da Legislação no Brasil
Pensando na hierarquia das leis, cabe destacar que, no Brasil, vigora o princípio
da Supremacia da Constituição, ou seja, as normas constitucionais estão num
patamar de superioridade em relação às demais leis, servindo de fundamento de
validade para estas.
Normas constitucionais.
Normas infraconstitucionais.
Normas infralegais.
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Lei Ordinária – o campo por elas ocupado é
residual, ou seja, tudo o que não for regulamentado
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por lei complementar, decreto legislativo,
resoluções, será regulamentado por lei ordinária.
Medida provisória.
Decreto Legislativo.
Resolução.
Instrução Normativa
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O que existe também é hierarquia entre os grupos, sendo que as normas
constitucionais são hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais,
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que são hierarquicamente superiores às normas infralegais.
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Já em 1564, foi criado o primeiro sistema de cobrança de impostos que previa a
aplicação de 10% da arrecadação para a manutenção dos colégios jesuíticos, ou
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seja, para a Educação na colônia, a qual se caracterizava como religiosa, sendo o
ensino ministrado pelos jesuítas. Embora os recursos financeiros fossem de
origem pública, a infraestrutura, os materiais pedagógicos, os agentes
educacionais (jesuítas), as normas disciplinares e diretrizes pedagógicas eram de
domínio privado, ou seja, sob o controle dos jesuítas.
Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, foi preciso
implementar o Ensino Superior com o intuito de garantir o acesso aos serviços que
anteriormente tinham na Europa: assim nasce o ensino superior baseado no
modelo de instituto isolado e de natureza profissionalizante, elitista, apenas para
atender aos filhos da aristocracia colonial, que não mais tinham acesso às
academias europeias, sendo forçados a cursar estudos superiores por aqui
mesmo, no Brasil. A primeira faculdade de medicina é criada em Salvador, em
1808: FAMEB – Faculdade de Medicina da Bahia (SOUZA, 1997).
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Com a independência do Brasil em 1822, instaurou-se o Primeiro Império, política
esta que estabeleceu, a partir de 1827, uma nova diretriz educacional que instituiu
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as escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos.
Em 1834, o Ato Adicional à Constituição do Império colocou o ensino primário sob
a responsabilidade das Províncias, desobrigando o Estado Nacional a cuidar desse
nível de ensino.
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A partir disso, as reflexões acerca da escola primária aumentaram, contudo,
somente após a Primeira Guerra Mundial que a política educacional passou a ser
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revista no Brasil.
Cabe recuperar aqui que, em 1929, a economia mundial sofreu com a quebra da
Bolsa de Nova Iorque, e no Brasil a crise foi sentida em 1930, pois como nossa
economia era agrícola, a superprodução do café, nosso principal produto de
exportação, fez com que os preços sofressem uma queda no mercado
internacional, o que ocasionou um colapso em nossas finanças públicas.
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Você, futuro educador, consegue perceber, a partir dessa contextualização
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histórica, o quanto a economia pode influenciar nos rumos das Políticas
Educacionais?
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O País foi assumindo desta forma, uma política de industrialização e, consequentemente, esta mudança
evidenciou uma reestruturação no seio da sociedade política e da sociedade civil, pois ao lado dos aristocratas e
latifundiários do café, emergiu a burguesia financeira e industrial, e o operariado também sofreu ampliações.
— (FREITAG, 1980, p. 50)
É nesse cenário político e legalista que no ano de 1942 foi criado o Serviço Nacional
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de Aprendizagem Industrial (SENAI) e, em 1946, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC).
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Outra reforma que marcou a história da educação brasileira foi a Reforma
Capanema, em 1942, relativa ao ensino secundário (PIANA, 2009).
Em 1946 foi promulgada uma nova Constituição, e juntamente com esse novo
cenário político marcado pela redemocratização do Brasil, pós-Segunda Guerra
Mundial (1945), baseado num Estado populista desenvolvimentista, é que surgem,
no campo da educação, movimentos em favor da escola pública, universal e
gratuita que culminam, em 1961, na promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional no Brasil: Lei nº 4.024/1961.
Essa foi nossa primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases. De acordo com essa lei, o
ensino no Brasil de nível primário poderia ser ministrado pelo setor público e
privado, extinguindo a obrigatoriedade do ensino gratuito, o que permitia a
subvenção estatal de estabelecimentos de ensinos particulares através de bolsas
de estudo e empréstimos.
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Educação que desponta o educador Paulo Freire, que, com seu método
pedagógico de alfabetização, compreendia a Educação como prática da libertação
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e da conscientização política por meio da prática da leitura e da escrita, como
veremos mais adiante.
Legislação Educacional
“
A Constituição Federal de 1988, promulgada após amplo movimento de redemocratização do País, marca um
novo período. Ampliam-se as responsabilidades do Poder Público e da sociedade em geral para com a
educação, a partir das novas demandas do mundo moderno e globalizado, em atendimento ao ideário
neoliberal. Essa Lei apresenta o mais longo capítulo sobre a educação de todas as Constituições Brasileiras, pois
apresenta dez artigos específicos (art. 205 a 214) que detalham a matéria, que também figura em quatro artigos
do texto constitucional (Art. 22, XXIV; 23, V; 30, VI e Art. 60 e 61 das Disposições Transitórias.
— (PIANA, 2009, p.73)
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O ensino fundamental obrigatório e gratuito inclusive para os que a ele não
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tiveram acesso em idade própria (Art. 208, I).
“
Art. 214. - A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o
sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que
conduzam a:
I – Erradicação do analfabetismo;
II – Universalização do atendimento escolar;
III – Melhoria da qualidade do ensino;
IV – Formação para o trabalho;
V – Promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI – Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto
interno bruto.
— (BRASIL, 1988)
Vale destacar aqui que o PNE é um plano de Estado, não um plano de governo,
portanto, seu processo de elaboração pode acontecer em diferentes instâncias:
federal, estadual e municipal, originando os Planos Estaduais e Municipais em
conexão com o PNE, cuja vigência no Brasil é de dez anos.
De acordo com a LDB nº 9.394/1996, o PNE seria elaborado pela União, com
colaboração dos demais entes federativos (estados, municípios e Distrito Federal),
pois, segundo a Constituição Federal brasileira, a Educação é responsabilidade
compartilhada. O artigo 211 da CF reforça essa ideia.
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Conforme pontua o referido artigo, cabe aos Municípios prioritariamente o ensino
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fundamental e a educação infantil; aos Estados e ao Distrito Federal compete
prioritariamente o ensino fundamental e médio; e destaca ainda que a verba
destinada à educação será redistribuída entre a União e os entes federativos.
Vale retomar que a primeira LDB foi promulgada em 1961 (Lei nº 4.024/1961) e
apresentava outra configuração em termos organizacionais.
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da educação.
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No quadro a seguir, você, futuro educador, pode rever alguns marcos da História
da Educação no Brasil, apresentados nesta seção, visando favorecer a
compreensão acerca do processo histórico que tem permeado as Políticas
Educacionais e as legislações que fundamentaram em nosso país.
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Essa lei dizia que a “instrução primária é gratuita para todos
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os cidadãos”.
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Propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à
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iniciativa individual tirando do Estado o dever da
educação.
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Brasil.
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Criou-se o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)
visando erradicar o analfabetismo.
ASSIMILE
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recursos pedagógicos a serem utilizados no desenvolvimento do ensino.
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2. Associação Brasileira de Educação (ABE): criada em 1924 por
educadores, intelectuais, políticos e figuras de expressão da sociedade
brasileira, impulsionou as discussões em torno dos problemas
educacionais. Por meio dessa organização, eram promovidos cursos,
palestras, semanas da educação e conferências, principalmente as
Conferências Nacionais de Educação. Entre 1927 a 1929, foram
realizadas três grandes Conferências Nacionais de Educação, ocorridas
em Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Foi por meio dessas
Conferências que surgiu. em 1932. o Manifesto dos Pioneiros da Escola
Nova, contendo uma nova proposta pedagógica e trazendo em seu bojo
uma proposta de reconstrução do sistema educacional brasileiro.
REFLITA
Quando falamos em PNE, por exemplo, vale destacar que ele é composto
por várias metas. O atual PNE, Lei nº 13.005 aprovada em 2014, apresenta
20 metas e tem a duração decenal (2014-2024).
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A meta 1, por exemplo, refere-se à Educação Infantil: “universalizar, até
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2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5
(cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de
forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até
3 (três) anos até o final da vigência deste PNE”.
Nesse contexto, vimos o papel da Constituição como lei maior do país dentro dos
princípios democráticos, embasando as demais legislações em termos normativos,
bem como pontuando o papel dos entes federados e as responsabilidades de cada
um na organização da Educação em regime de colaboração, como prevê a Carta
Magna, ou seja, a Constituição Federal do Brasil.
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superioridade em relação às demais leis. Pensando na normatização e nessa
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hierarquia, é importante destacarmos que existem três grupos de normas legais:
Normas constitucionais, Normas infraconstitucionais e Normas infralegais.
II. Existe hierarquia entre os grupos, sendo que as normas constitucionais são
hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais, que são
hierarquicamente superiores às normas infralegais.
Questão 2
Em termos econômico, político e social, é importante recuperarmos que durante a
Primeira República o Brasil vivenciou um momento de efervescência cultural, que
marcou as transformações sociais do século XX. Em 1922, a Semana da Arte
Moderno foi um marco para a cultura brasileira. As inovações daquele momento
histórico geraram um entusiasmo em termos educacionais, levando a um
“otimismo pedagógico”.
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Diante do contexto apresentado, analise as afirmações a seguir e coloque V (para
Verdadeiro) ou F (para Falso):
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( ) Durante a primeira República, de 1889 a 1930, foram criadas escolas superiores
e escolas primárias e secundárias, que ampliou o número de estabelecimentos,
mas não o número de oportunidades educacionais, mantendo o sistema
educacional elitista e excludente.
( ) O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova surgiu em 1932 com uma nova
proposta pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de elitização do
sistema educacional brasileiro.
a. V, V, V, V.
b. V, V, F, F.
c. F, V, F, V.
d. F, V, V, F.
e. V, V, F, V.
Questão 3
Com promulgação da Constituição Federal do Brasil, em 5 de outubro de 1988,
temos uma nova realidade brasileira, pautada numa ordem política que declara,
como um de seus princípios, a descentralização político-administrativa, garantindo
à sociedade o direito de formular e de controlar políticas, redimensionando
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relações entre Estado e sociedade civil. Quanto às propostas educacionais, a
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Constituição Federal traz a democratização como marca para as Políticas
Educacionais.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. A. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
BITTENCOURT, P. O. S.; CLEMENTINO, J. C. Hierarquia das leis. Revista @lumni, v.
2, 2012. P. 1-12. Disponível em: https://bit.ly/2OxiDhE. Acesso em: 3 out. 2020.
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Senado Federal, 1988. Disponível em: https://bit.ly/3b9Eof3. Acesso em: 23 mar.
2020.
seõçatona reV
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14
jul. 1990.
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Educação PUC – Campinas, Campinas, n. 24, p. 7-16, 2008. Disponível em:
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SAVIANI, D. A política educacional no Brasil. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M.H.C.
(org.). Histórias e Memórias da educação no Brasil. Vol. III: Século XX. Petrópolis:
Vozes, 2005, p. 30-39.
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Sueli Helena de Camargo Palmen
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Fonte: Shutterstock.
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Nacional nº 9394/1996 (LDB), que por sua vez reconfigura a estrutura da Educação
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Básica no Brasil.
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João é estudante de Pedagogia e está estagiando aos finais de semana em uma
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escola pública. Durante as rodas de conversa que acontecem aos finais de semana,
João resolveu fazer um projeto visando estimular os alunos do ensino médio a
pensarem em seu futuro profissional.
Não seria uma forma de mostrar que o ensino público “é fraco”? – disse Maria,
uma aluna que está no segundo ano do ensino médio.
Vocês sabiam que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado pelo
Ministério da Educação em 1998, inicialmente com o objetivo de avaliar o
desempenho dos estudantes ao final da educação básica? E que no decorrer de
seu funcionamento, passou a ser caminho para o ingresso no ensino superior?
Além disso, sabiam que existem outros programas que permitem acessar o ensino
superior destinados a quem tem uma situação econômica mais restrita?
Assim, falou do seu exemplo e de sua vivência como estagiário num programa que
financia sua faculdade.
Mediante essa conversa, João pôde perceber que muitos alunos se empolgaram,
pois não conheciam essas possibilidades e isso animou a roda de conversa. Os
alunos ficaram ansiosos para ouvir os demais convidados que também relatarão
sua caminhada e seus desafios.
0
Quais perguntas podemos fazer aos convidados? Quais orientações podemos dar a
seõçatona reV
João para deixar a roda de conversa ainda mais interessante?
CONCEITO-CHAVE
Olá! Estamos iniciando a terceira seção da Unidade 1 – Políticas Públicas, e neste
momento conversaremos sobre as Reformas Educacionais dos anos 1990,
focalizando a influência dos Organismos Internacionais nos rumos das Políticas no
Brasil e de sua legislação.
Mas você, futuro educador, já ouviu falar nos Organismos Internacionais que
influenciaram as Reformas Educacionais no Brasil nos anos 1990? Já ouviu falar em
Banco Mundial, UNESCO e UNICEF, por exemplo? Vamos conhecer mais sobre cada
um desses deles e saber mais sobre seu histórico, papel e foco de ação, assim
como sua relação com as reformas educacionais no Brasil.
O Banco Mundial foi criado em 1944 e exerceu nos seus primeiros anos um papel
de reconstrutor dos países atingidos pela guerra. Em meados da década de 1950
até o início dos anos de 1970, com as crescentes tensões da Guerra Fria, teve como
missão a incorporação dos países do Terceiro Mundo, por meio da criação de
programas de assistência econômica e de empréstimos crescentes voltados às
políticas de industrialização.
Como pontua Vieira (2001), após a Segunda Guerra Mundial tornou-se crescente o
intervencionismo estatal no campo econômico e social, em países muito, pouco, ou
nada industrializados.
Cabe destacar que, para o Banco Mundial, a educação é oferecida como prestação
de serviço (público ou privado) e não como um direito de todos à transmissão,
construção e troca de saberes, culturas e valores.
0
Através do documento Priorities and Strategies for Education (Prioridades e
Estratégias para a Educação), publicado em 1995, o Banco Mundial apresentou as
seõçatona reV
diretrizes para a educação básica dos países em desenvolvimento, recomendando
a implantação de algumas orientações como:
O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) foi criado no dia 11 de
dezembro de 1946. Seus primeiros programas forneceram assistência emergencial
a milhões de crianças no período pós-guerra na Europa, no Oriente Médio e na
China.
O princípio básico do UNICEF é a promoção do bem-estar da criança e do
adolescente a partir de suas necessidades, sem discriminação de raça, credo,
nacionalidade, condição social ou opinião política (VIEIRA; ALBUQUERQUE, 2001).
0
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
foi fundada em 16 de novembro de 1945 e serve como uma agência do
seõçatona reV
conhecimento que visa disseminar e compartilhar informação e conhecimento,
colaborando com os países membros na construção de suas capacidades humanas
e institucionais em diversos campos. A UNESCO busca promover a cooperação
internacional entre seus 193 países nas áreas de educação, ciências, cultura e
comunicação.
0
serviços, incentivando a privatização sob o discurso de uma administração
pública eficiente e em busca da redução de gastos, focando na descentralização
seõçatona reV
e nos processos de privatização de empresas e serviços públicos. Estamos falando
num modelo de Estado Neoliberal!
“
[...] formou-se a ideia hegemônica de que o Estado – sobretudo nos países periféricos – deveria focar sua
atuação nas relações exteriores e na regulação financeira, com base em critérios negociados diretamente com
os organismos internacionais. A reforma nas suas estruturas e aparato de funcionamento consolidou-se nos
anos 90, por meio de um processo de desregulamentação na economia, da privatização das empresas
produtivas estatais, da abertura de mercados, da reforma dos sistemas de previdência social, saúde e
educação, descentralizando-se seus serviços, sob a justificativa de otimizar seus recursos.
0
Em termos educacionais, Heloani e Piolli (2010, p. 17) pontuam que:
seõçatona reV
“
As reformas educacionais dos anos 1990 se inserem no contexto da reforma do Estado cujo paradigma foi o da
racionalidade empresarial. Novos métodos e conceitos oriundos do mercado são amplamente disseminados.
Um dos conceitos mais utilizados é o de gestão em substituição ao de administração.
Autores como Vieira (2001), Souza (2004), Dourado (2007) e Heloani e Piolli (2010)
destacam que o Neoliberalismo é criticado pelo desmonte das Políticas Públicas,
influenciando na desregulamentação da força de trabalho, no enfraquecimento
das forças sindicais, na diminuição dos direitos trabalhistas, enfim, interferindo no
padrão de vida da classe trabalhadora em todo o mundo. A Educação passa a ser
foco do Estado, pois compreende-se que sua ação é instrumento para o
crescimento econômico em redução da pobreza.
É dentro desse contexto histórico que a educação brasileira passou a ser objeto de
interesse do Estado através da implantação de reformas educacionais que
alteraram significativamente a estrutura e o funcionamento do sistema
educacional, seguindo as orientações do Banco Mundial.
“
funcional é um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento; mais de um
terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias,
que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças sociais e
0
culturais; e mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos não conseguem concluir o ciclo básico, e
outros milhões, apesar de concluí-lo, não conseguem adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.
— (UNESCO, 1990)
seõçatona reV
Diante do exposto no texto de abertura da Declaração de Jomtien, o documento
elaborado na referida Conferência estabelece como compromisso satisfazer as
necessidades básicas de aprendizagem, a universalização do acesso à educação e a
promoção da equidade, a mudança no modelo de gestão da educação e a
definição de competências e responsabilidades das instâncias de governo em
relação à gestão e financiamento da Educação Básica (SOUZA, 2004). Conforme
sinaliza a autora,
“
[...] a partir desse momento, as políticas do BM – Banco Mundial voltam-se, ostensivamente, para a “priorização
sistemática do ensino fundamental, em detrimento dos demais níveis de ensino, e de defesa da relativização do
dever do Estado com a educação, tendo por base o postulado de que a tarefa de assegurar a educação é de
todos os setores da sociedade.
— (SOUZA, 2004, p. 928)
“
especialmente as necessidades do mundo do trabalho;
2. Universalizar, com equidade, as oportunidades de alcançar e manter níveis apropriados de aprendizagem e
desenvolvimento;
0
3. Ampliar os meios e o alcance da educação básica;
4. Favorecer um ambiente adequado à aprendizagem;
5. Fortalecer os espaços institucionais de acordos, parcerias e compromisso;
seõçatona reV
6. Incrementar os recursos financeiros para manutenção e para investimentos na qualidade da educação
básica, conferindo maior eficiência e equidade em sua distribuição e aplicação;
7. Estabelecer canais mais amplos e qualificados de cooperação e intercâmbio educacional e cultural de caráter
bilateral, multilateral e internacional.
Aqui devemos resgatar a hierarquia das leis e reafirmar que, no Brasil, a lei maior
está representada pela Constituição Federal de 1988.
“
Art. 205 - “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
— (BRASIL, 1988)
Pela LDB temos as seguintes determinações quanto à Educação Nacional e sua
especificação em termos de fundamentos e princípios:
“
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
0
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais.
seõçatona reV
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
— (BRASIL, 1996)
“
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - Garantia de padrão de qualidade;
VIII - Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
federal.
— (BRASIL, 1996)
0
de desenvolver a capacidade de aprender e fortalecer os vínculos da família, da
solidariedade e da tolerância.
seõçatona reV
Ensino Médio – objetiva o aprofundamento dos estudos e a preparação para o
mundo do trabalho.
Numa breve análise podemos perceber que a legislação educacional brasileira está
sintonizada com uma formação que privilegia o desenvolvimento econômico, como
determina a orientação do Banco Mundial para as Reformas implementadas nos
anos de 1990, para os países em desenvolvimento.
ASSIMILE
0
2. Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social: caracterizado, entre
outros aspectos, pela implementação da esfera pública por meio do
seõçatona reV
incremento de políticas sociais, postulando a garantia de padrões
mínimos de vida visando a manter o estímulo ao desenvolvimento e a
consolidação das economias de mercado; nesse caso, trata-se, portanto,
do fortalecimento do papel do Estado, por intermédio da adoção de
uma feição intervencionista na economia.
REFLITA
EXEMPLIFICANDO
Segundo os Organismos Internacionais, a educação deve ser
compreendida como fator de redução de desigualdades e como
elemento de desenvolvimento social dentro do conceito democrático de
Estado.
0
Atualmente, no Brasil, a partir das políticas neoliberais implementadas ao
seõçatona reV
longo das últimas décadas, assentada sobre estruturas capitalistas, a escola
pública distancia-se cada vez mais de sua função e significado enquanto
instituição social, pois focaliza cada vez mais a formação para o mercado,
visando atender aos interesses econômicos e deixando em segundo plano a
formação para a emancipação humana.
0
determinados em cada contexto histórico.
seõçatona reV
Espera-se que você, futuro educador, compreenda o papel das Políticas Públicas
enquanto promotoras dos direitos sociais e analise criticamente o papel das
Políticas Educacionais no contexto atual. Esse é o nosso grande desafio!
Vamos enfrentá-lo?
Bom estudo!
0
Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:
seõçatona reV
a. I, II e IV apenas.
c. I, II e III apenas.
d. I e II apenas.
e. II e IV apenas.
Questão 2
A partir dos anos de 1990, a proposta do Banco Mundial para a educação no Brasil
passou a adotar novas condutas de ação no campo Educacional: parceria com o
setor privado e adoção do ideário pautado na eficácia, competência, qualidade e
equidade no setor educacional. Adotou-se a visão de Estado Neoliberal, que, por
sua vez, preconiza a individualização do comportamento, sobretudo no campo
profissional, o que é amplamente difundido pelas concepções do
empreendedorismo.
a. I, II e III.
b. II e III, apenas.
c. I e III, apenas.
d. I, apenas.
0
e. III, apenas.
seõçatona reV
Questão 3
Em 1990, na Tailândia, aconteceu a “Conferência de Jomtien”, evento patrocinado
pelo Banco Mundial, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o Programa das
Nações Unidas (PNUD) para o Desenvolvimento, tendo como foco países onde era
alta a taxa de analfabetismo. Dessa Conferência, originou-se um documento
intitulado “Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das
necessidades básicas de aprendizagem” (UNESCO, 1990).
b. F – V – V – V.
c. V – V – F – V.
0
d. V – F – V – F.
seõçatona reV
e. V – V – V – F.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. A. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
0
LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA, J.F.; TOSCHI, M.S. Educação Escolar: políticas, estrutura e
organização. 7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2009. p127-145.
seõçatona reV
MARCÍLIO, M. L. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo:
Imprensa Oficial, 2005.
0
SOUZA, P. N. P. LDB e Educação Superior: Estrutura e funcionamento. São Paulo:
seõçatona reV
Thomson Pioneira, 1997.
UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia:
UNESCO, 1990.
0
Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Pensar na educação é considerar um movimento constante de transformações que
tentou, ao longo de todo o processo histórico que a constitui, aproximar-se da
sociedade com propostas, saberes e aprendizagens que pudessem dar sentido a
muitas situações.
Tendo como ponto de partida todas as mudanças já ocorridas e os impactos que
ocasionaram para o sistema educativo de maneira bem ampla, buscaremos nesta
unidade refletir sobre alguns aspectos considerados para a construção de uma
legislação educacional e uma política pública destinadas a regular ações nos
0
espaços educativos em todo território nacional. A proposta central é ofertar
seõçatona reV
elementos que lhe possibilitem não apenas conhecer algumas legislações e
políticas educacionais presentes na educação básica, mas também compreender
os impactos positivos e negativos vinculados a esse desenvolvimento.
Parece muita coisa, mas você perceberá que os assuntos estão interligados como
forma de garantir um funcionamento da educação básica eficaz para o acesso e a
permanência de todos os estudantes, em qualquer região do país, com qualidade e
equidade.
PRATICAR PARA APRENDER
0
considerar toda transformação que ocorreu no cenário educacional até chegarmos
no que temos hoje. Essas mudanças não se referem apenas a nomenclaturas que
seõçatona reV
passaram do primário, ginásio e colegial para educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio. As mudanças envolvem estruturas, conceitos,
procedimentos e concepções educacionais que resultam em diferentes práticas
pedagógicas e, desta forma, construções diversas por parte dos estudantes.
0
Pela gestão democrática, princípio presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
seõçatona reV
Nacional (LDB), as escolas colocam em prática essas ações e demais programas
governamentais que buscam, entre outras questões, a qualidade e as garantias legais de
acesso, permanência e equidade.
Diante do exposto, imagine que você leciona em uma escola localizada em uma
região periférica e que possui muitos problemas estruturais. O repasse de verbas
não é suficiente e a escola ainda enfrenta graves questões sociais. Esse cenário não
é exclusivo desta escola, ele é compartilhado por outras escolas da região.
Sabe como tornar tudo isso significativo em sua prática profissional? Não é
decorando artigos e regulamentações, mas, sim, compreendendo sua importância.
Por isso, é necessário sempre aprofundar seus conhecimentos, estabelecer
relações com o seu dia a dia e estudar sempre para garantir que os direitos e
deveres concebidos pela legislação se tornem realidade e possam refletir sempre
em uma educação de qualidade.
CONCEITO-CHAVE
0
território nacional.
seõçatona reV
Desde a elaboração do primeiro PNE, temos, então, a cada dez anos, a
reelaboração das metas estabelecidas de acordo com as necessidades
educacionais do país. A proposta inicial, na qual se pautavam as demais metas do
PNE, era a universalização da educação fundamental e a erradicação do
analfabetismo.
Metas estruturantes.
0
Vejamos o primeiro exemplo com as informações estabelecidas pela Meta 7 do
PNE (PNE, 2014):
seõçatona reV
META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e
modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir
as seguintes médias nacionais para o Ideb:
Para o alcance dessa meta, o documento traz várias estratégias que devem ser
executadas pelos diferentes sistemas de ensino, entre elas temos (PNE, 2014):
“
Estratégias:
[...]
7.11) melhorar o desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, tomado como instrumento externo de referência,
internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:
ASSIMILE
0
O IDEB é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Criado em 2007
pelo INEP, tem como objetivo estabelecer procedimentos e critérios para
seõçatona reV
medir a qualidade da aprendizagem dos estudantes em todo o Brasil. A
partir do diagnóstico, novas metas são progressivamente estabelecidas e os
índices são registrados a partir do desempenho dos estudantes nas
avaliações externas.
Essas avaliações fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que
fornece dados para o INEP, diagnosticando como está o desenvolvimento da educação
básica no país. Esse índice tem alguns fatores complementares para análise, tais como as
taxas de aprovação, reprovação e evasão escolar dos estudantes.
Parece muita coisa, mas essas relações não param por aí. O mapeamento obtido
com as avalições externas, considerando a necessidade de alcançar as metas
estabelecidas no PNE, interfere também no repasse de verbas destinadas à
educação.
EXEMPLIFICANDO
“
escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da
transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática. (PNE, 2014)
0
integradas e que justificam a criação dos recursos, como abordaremos a
seõçatona reV
seguir.
“
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem
assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os
recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público.
— (BRASIL, 1996)
0
estudantes.
seõçatona reV
É necessário reconhecer que se trata de políticas públicas elaboradas e
organizadas a partir de muitos estudos, cujo objetivo central é a subvinculação de
recursos para a educação, assegurando essa distribuição em todos os lugares,
principalmente os que necessitam melhorar os índices e a qualidade das
aprendizagens, conforme descrito anteriormente.
VOCABULÁRIO
Qual é esse valor? Será que você consegue estabelecer qual é o valor mínimo
necessário? Com certeza é um cálculo bem complexo, pois envolve muitas
variáveis, como o tamanho das turmas, formação dos profissionais, salários,
carreiras e até equipamentos de infraestrutura.
0
seõçatona reV
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Algumas reflexões podem ser construídas com relação às metas e estratégias que
objetivam a redução das desigualdades e valorização da diversidade. Um exemplo
é a proposta a criação de indicadores específicos para a avaliação da qualidade da
educação especial. Confira outro exemplo:
“
7.26) consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações itinerantes e de
comunidades indígenas e quilombolas, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários e
garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da comunidade
na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas
socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental, em língua materna das comunidades indígenas e em língua portuguesa; a
reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação inicial e continuada de
profissionais da educação; e o atendimento em educação especial.
— (PNE, 2014)
REFLITA
Que ações podem ser planejadas nos espaços escolares para garantir não
apenas a inclusão, mas também a qualidade dos processos educativos para
os estudantes com necessidades especiais? É pensando nessa necessidade
que temos a criação de documentos específicos que trazem o direito de
aprendizagem desses estudantes, como as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica. Pense nisso!
0
partir do princípio da inclusão.
seõçatona reV
De acordo com o documento (BRASIL, 2001), não se trata de moldar os estudantes
aos padrões preestabelecidos presentes nos espaços escolares, mas sim planejar
coletivamente ações que possam inclui-los e atender suas necessidades.
Como você pode perceber, são propostas que envolvem o trabalho articulado de
vários setores sociais e não se limitam apenas ao que acontece na sala de aula. De
nada adianta, por exemplo, a criança participar de ações inclusivas em sala e a
estrutura administrativa da escola não a considerar da mesma forma.
Uma das ações que amplia ainda mais essa determinação é o Atendimento
Educacional Especializado (AEE). Ao estabelecer a necessidade do atendimento
especializado, a proposta tem como objetivo central disponibilizar recursos e
serviços para os estudantes com necessidades especiais, orientando a sua
utilização no ensino regular. O que isso significa? De acordo com o Ministério da
Educação, “Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a
formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de
acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação
na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem” (BRASIL, 2009).
Esse atendimento não substitui o ensino nas turmas regulares, ele complementa e é
desenvolvido em salas específicas, organizadas para este fim na própria escola onde o
aluno está matriculado ou em escolas-polos, com a frequência acontecendo no
contraturno das salas regulares e com o acompanhamento de professores habilitados para
o trabalho com a educação especial.
Tudo o que abordamos até o momento tem como proposta central a garantia da
qualidade dos processos educacionais, atingindo metas do PNE e ampliando as
possibilidades de aprendizagem dos estudantes consideradas como direito.
FOCO NA BNCC
0
essenciais de aprendizagens possam ser assegurados a todos os
estudantes da educação básica. Essa necessidade está presente no PNE
seõçatona reV
que, além da criação da base, especifica a necessidade de o documento ser
um norteador para a construção dos currículos, respeitando as
especificidades que encontramos em todas as regiões do Brasil.
Note que a educação é um processo dinâmico que passou por muitas mudanças e,
ainda hoje, busca se aproximar constantemente do contexto social. Para isso,
muitos documentos e propostas são organizados. A sociedade muda, as
necessidades tornam-se mais evidentes e a escola, juntamente com todas as
propostas que desenvolve em prol das aprendizagens dos estudantes, não pode
ser omissa a tudo isso.
b. A preocupação central do PNE é adequar o repasse de verbas para que as escolas tenham recursos
financeiros para investir exclusivamente em infraestrutura.
c. O PNE tem autonomia para estabelecer as ações específicas que devem ser seguidas por todas as
escolas.
d. O PNE não está vinculado a nenhuma legislação ou programa governamental. É independente e sua
aceitação opcional.
e. O PNE é utilizado apenas nas escolas com baixo rendimento no IDEB.
Questão 2
Como forma de acompanhar as ações desenvolvidas pelas escolas, a aplicação dos
0
recursos e demais objetivos expressos em diversos documentos, o governo
estabelece a realização de avaliações externas. Os dados obtidos constituem os
seõçatona reV
índices de desenvolvimento da educação básica.
a. Cada escola, considerando suas especificidades, possui autonomia na organização de suas avaliações e os
resultados são encaminhados para o INEP.
b. Os índices que compõe a base do INEP não interferem em nenhuma ação escolar ou política pública
educacional.
c. As avaliações externas não podem ser usadas como diagnóstico uma vez que são genéricas demais.
d. Os procedimentos e critérios para avaliação são estabelecidos pelo INEP e padronizados para todas as
escolas do país.
e. Não temos nenhum documento oficial que estabeleça a obrigatoriedade das escolas em participar das
avaliações externas realizadas pelo INEP.
Questão 3
As políticas públicas e legislações educacionais, seguem mandamentos
constitucionais que incluem a garantia de acesso, a permanência e o
desenvolvimento de uma educação de qualidade para todos. A partir disso, muitos
documentos foram organizados com o objetivo de atender essas necessidades
expressas em nossa lei maior.
a. As escolas têm a obrigatoriedade de garantir o acesso com a matrícula de todos os alunos nas salas
regulares, no entanto, a permanência é responsabilidade apenas das famílias.
b. As Diretrizes Nacionais para a educação especial, pensada na perspectiva da inclusão visa garantir o
acesso e a qualidade expressas na constituição e demais documentos.
c. As famílias são responsáveis pela educação das crianças com necessidades especiais pois a escola,
mesmo pautada no princípio da democracia e precisando contemplar todos os alunos, não consegue
garantir aprendizagens significativas a essas crianças.
d. O PNE considera a necessidade de trabalhar a redução das desigualdades, mas explicita que isso só é
possível exclusivamente com o atendimento educacional especializado sendo ofertado fora do ensino
regular.
e. O direito de aprendizagem dos alunos, expressos na BNCC, não considera o princípio da inclusão, que fica
a cargo de legislações específicas.
0
seõçatona reV
REFERÊNCIAS
BACICH, L. Planejamento reverso e BNCC. Inovação na educação, São Paulo, 16
jan. 2019. Disponível em:https://lilianbacich.com/2019/01/16/planejamento-
reverso-e-bncc/. Acesso em: 20 jan. 2021.
0
Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
0
que acontecerá com essa criança nas etapas seguintes.
seõçatona reV
Por esse motivo, compreender as características da primeira infância e seus
impactos para o planejamento docente fará parte dos nossos estudos. Além disso,
pela importância desses saberes, documentos norteadores foram organizados
como forma de auxiliar o trabalho pedagógico. Em nenhum deles você encontrará
uma lista de conteúdo, mas, sim, reflexões e orientações que enriquecem as ações
pedagógicas, sempre considerando a aprendizagem das crianças, entendida como
um direito essencial.
Brincar.
Participar.
0
Explorar.
seõçatona reV
Expressar-se.
Conhecer-se.
Como vimos ao longo desta unidade, as ações escolares, desde a educação infantil,
devem buscar o desenvolvimento integral da criança, e isso significa considerar
seus aspectos físicos, sociais, emocionais e tudo o que está no entorno e faça parte
da sua vida.
A partir da concepção de criança como ser ativo e capaz de construir suas
aprendizagens, muitas propostas educativas foram modificadas, ampliando as
capacidades das crianças em todo o processo de ensino-aprendizagem.
0
Sendo assim, a proposta desta situação-problema é, a partir do campo de
experiência apresentado no quadro e das habilidades propostas ao longo da
seõçatona reV
educação infantil, pensar em uma situação de aprendizagem que evidencie essa
progressão. Sua proposta deve ter como ponto de partida as informações a seguir:
Agora você pode criar uma situação de aprendizagem a partir dos objetivos de
aprendizagem citados:
Analise as habilidades.
0
Bons estudos!
seõçatona reV
CONCEITO-CHAVE
Para começar, é importante que você reflita sobre quem são essas crianças. O que
a escola representa na vida delas?
REFLITA
0
aprendizagens. É o período em que as sinapses são mais intensas, favorecendo o
desenvolvimento cognitivo.
seõçatona reV
VOCABULÁRIO
“
Art. 1º Esta Lei estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas para
a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento
infantil e no desenvolvimento do ser humano.
— (BRASIL, 2016).
0
FOCO NA BNCC
seõçatona reV
“
Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p. 9).
Ainda na primeira infância, duas situações devem ser pensadas com imenso
cuidado:
0
O art. 12 da Lei nº 13.257 estabelece que:
seõçatona reV
“
Art. 12. A sociedade participa solidariamente com a família e o Estado da proteção e da promoção da criança na
primeira infância, nos termos do caput e do § 7º do art. 227 , combinado com o inciso II do art. 204 da
Constituição Federal, entre outras formas:
[...]
IV - desenvolvendo programas, projetos e ações compreendidos no conceito de responsabilidade social e de
investimento social privado (BRASIL, 2016).
ATENÇÃO
O programa não considera apenas a criança, mas também as gestantes, com vistas
ao desenvolvimento humano e à integralidade da criança.
0
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCNS)
seõçatona reV
A Educação Infantil, caracterizada como a primeira etapa da Educação Básica,
recebe crianças de 0 a 5 anos, sendo o atendimento opcional em creches para
crianças de 0 a 3 anos e o atendimento obrigatório na pré-escola para crianças de
4 e 5 anos. A responsabilidade de oferta gratuita e de qualidade é estabelecida
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Para atender a essa necessidade, a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009,
estabelece as DCNs para a Educação Infantil, compreendendo a importância do
desenvolvimento da criança e considerando essas características no planejamento
de suas orientações.
ASSIMILE
DICA
Além das características e peculiaridades da primeira infância, as DCNs
apresentam considerações para o trabalho com diversidade, crianças
indígenas e infância no campo.
Na proposta pedagógica organizada para o trabalho com as crianças
0
indígenas, por exemplo, temos como elemento central a necessidade de
seõçatona reV
garantir autonomia para que essas comunidades escolham como direcionar
a educação de suas crianças, e as que optarem pela escola devem ter suas
especificidades respeitadas. Crenças, valores, linguagem e demais formas
de manifestações são consideradas.
A educação indígena também deve ser planejada visando o
desenvolvimento integral e o respeito pelas tradições dos povos originários
que ocuparam nosso território. Para aproximar e estreitar ainda mais essas
relações, considera-se até mesmo a formação de professores especialistas
para atuarem em escolas indígenas.
Na rede regular, os saberes relacionados a esse assunto devem ser
discutidos com base no respeito e acolhimento à diversidade. Vale a pena
consultar a sistematização das DCNs no site do Ministério da Educação.
0
Da mesma forma, para construir o conhecimento de mundo, faz-se necessário o
seõçatona reV
trabalho com natureza e sociedade, linguagem oral e escrita, etc.
Sua criação está articulada com os princípios presentes na LDB e objetiva, mais uma vez,
auxiliar o trabalho pedagógico. Além disso, o cuidar, o brincar e o perfil profissional do
professor que escolhe atuar na Educação Infantil são considerados.
Sua criação está articulada com os princípios presentes na LDB e objetiva, mais
uma vez, auxiliar o trabalho pedagógico. Além disso, o cuidar, o brincar e o perfil
profissional do professor que escolhe atuar na Educação Infantil são considerados.
EDUCAÇÃO INFANTIL
0 a 3 anos 4 a 5 anos
creches pré-escola
Fonte: elaborada pela autora.
0
como processos indissociáveis, e reforça ainda a importância de criar situações
seõçatona reV
que favoreçam a interação da criança com o entorno, ampliando seu repertório e
suas vivências para a construção de aprendizagens significativas.
Oralidade e escrita.
EXEMPLIFICANDO
0
podem ser realizadas atividades que permitam a observação, a vivência e a
exploração dos espaços, dando voz e vez para as crianças.
seõçatona reV
Vale lembrar que, a partir das habilidades, o professor deve organizar objetivos de
aprendizagens que não necessariamente serão alcançados em apenas uma aula. A
oferta de novas vivências vai progressivamente sendo ampliada, consolidando
novas aprendizagens ao longo da educação básica.
ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL
Falar de alfabetização na Educação Infantil é considerarmos uma barreira e, ao
mesmo tempo, encararmos um fator de resistência enorme. É importante
compreender o status da alfabetização no Brasil para então analisar a importância
desse trabalho desde a Educação Infantil.
ASSIMILE
0
Com a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, temos a implantação do
ensino fundamental de 9 anos, que faz com que as crianças comecem a ter
seõçatona reV
acesso aos processos alfabetizadores de maneira mais explícita a partir de
6 anos. Dessa forma, a preocupação das escolas e dos professores das
classes de alfabetização deve focar não na transferência das atividades
realizadas anteriormente, mas, sim, no planejamento eficaz e adequado
para as crianças com 6 anos que chegam no Ensino Fundamental. Aspectos
da maturação biológica e social interferem nessas construções e, mesmo
sendo apenas um ano, há muita diferença.
0
Considerando as especificidades presentes nas classes de alfabetização e a
seõçatona reV
necessidade de elevar os índices do país, alguns programas e projetos são criados
e constituem políticas públicas necessárias para atender às demandas sociais,
incluindo o estabelecido pela BNCC, em que todas as crianças devem ser
alfabetizadas até o fim do segundo ano do ensino fundamental.
0
Todas as ações devem ser reconhecidas como forma de atender às necessidades dos
seõçatona reV
estudantes e levar as ações planejadas para o dia a dia, garantindo o desenvolvimento da
competência leitora e escritora.
A Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica, precisa ter ações
efetivas para o desenvolvimento integral das crianças, considerando o preparo
para as práticas alfabetizadoras que serão aprofundadas no Ensino Fundamental.
Assim, programas, projetos, políticas públicas e demais documentos norteadores
trazem considerações essenciais para que o planejamento docente possa ser
organizado tendo como foco esse desenvolvimento.
“
Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades e
conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de
experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens,
portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
— (BRASIL, 2018, p. 48).
a. I e II.
b. I e III.
0
c. II e III.
seõçatona reV
d. I, II e III.
Questão 2
As diretrizes curriculares nacionais definem criança como:
“
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona
e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
— (BRASIL, 2010, p. 12).
a. Um sujeito capaz de transformar os espaços com os quais interage, considerando apenas sua trajetória.
b. Um sujeito que, embora tenha uma história construída nas interações sociais, precisa incluir-se nas
propostas escolares que não consideram esses saberes.
c. Um ser que possui uma história de vida e um repertório construído fora da escola que interfere em suas
aprendizagens.
e. Um sujeito que precisa descartar sua história quando chega na escola pois essa, na maioria das vezes, é
prejudicial.
Questão 3
No Brasil, a busca pela melhoria nos índices de alfabetismo continua sendo
constante. Como forma de contribuir com esse processo, programas e projetos
governamentais, direcionados principalmente para a formação de professores das
classes alfabetizadoras, são colocados em prática.
Pensando em uma situação prática, apoiada nos diferentes documentos
norteadores, podemos dizer que:
a. As práticas escolares devem buscar a alfabetização na perspectiva do letramento e isso acontece apenas
no ensino fundamental.
0
b. As propostas devem garantir a apropriação do sistema de escrita e isso só acontece com a memorização.
seõçatona reV
c. A formação de professores deve ensiná-los a usar a soletração como método alfabético.
d. As práticas escolares devem buscar a alfabetização na perspectiva do letramento e isso acontece desde a
educação infantil.
e. Os investimentos devem ser direcionados para a compra de cartilhas para todas as crianças.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.
Brasília: MEC, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 10 out. 2020.
0
Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
0
A recomendação, por exemplo, de uma base comum nos remete à Constituição
seõçatona reV
Federal de 1988, reforçada posteriormente pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação de 1996 e, por fim, homologada em 2017 com a Base Nacional Comum
Curricular. Um longo caminho para que garantias legais pudessem fomentar as
práticas escolares.
É por tudo isso que nosso ponto de partida será pensar sobre as possibilidades de
transposição das normas, diretrizes e demais orientações para a escola, tornando
as práticas pedagógicas mais interessantes e correlacionáveis aos diferentes
contextos que temos em nosso país.
Não se trata de descartar tudo o que temos construído, mas, sim, de rever
algumas ações que coloquem os estudantes participando de todas as construções,
e não apenas recebendo as informações.
Chegou o momento de colocar a mão na massa e levar para sua prática docente
algumas considerações importantes que apresentamos neste estudo. Todos os
documentos que apresentaremos nesta seção objetivam orientar o planejamento
docente, materializando-se em práticas escolares mais significativas e que tenham
como foco a aprendizagem dos alunos.
0
com que o professor repense algumas práticas culturalmente construídas. Nossa
proposta pode parecer simples, mas exigirá de você muitas reflexões. Então,
seõçatona reV
vamos lá!
PESQUISE MAIS
A habilidade proposta é:
(EF01GE03) Identificar e relatar semelhanças e diferenças de usos do espaço
público (praças, parques) para o lazer e diferentes manifestações.
0
Mãos à obra e não se esqueça de pensar em ações cognitivas que representem as
aprendizagens dos alunos organizadas de maneira progressiva.
seõçatona reV
Pense sempre na capacidade de transformação que uma prática pedagógica é
capaz de causar na vida de uma pessoa. Somos agentes de transformação e
conseguimos multiplicar nossos saberes em muitos espaços. Isso não pode ser
feito sem intencionalidade ou sem um embasamento legal que a justifique.
Educação não é “achar”, mas, sim, construir atitudes favoráveis à vida em
sociedade. Tenho certeza de que aprofundando seus conhecimentos sobre o
assunto você conseguirá organizar propostas ainda mais assertivas.
Bons estudos!
CONCEITO-CHAVE
“
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em
que se assenta a vida social.
— (BRASIL, 1996).
A organização curricular para essa formação, a cargo das escolas e seus sistemas
de ensino, deve considerar questões como o direito das crianças e dos
adolescentes, necessidades especiais e outras especificidades que justificam a
criação de documentos complementares à legislação, assegurando aos estudantes
0
as aprendizagens com base nos princípios elencados, tornando-os aptos para a
seõçatona reV
prática cidadã.
Ensino Fundamental
1º ao 5º ano 6º ao 9º ano
Ensino Fundamental
0
Volume 3 - Matemática Volume 3 - Matemática
seõçatona reV
Volume 4 - Ciências Naturais Volume 4 - Ciências Naturais.
Volume 5 - História e Geografia Volume 5 - Geografia
Volume 6 - Arte Volume 6 - História
Volume 7 - Educação Física Volume 7 - Arte
Volume 8 - Educação Física
Volume 9 - Língua Estrangeira
Temas transversais
Ética Ética
Meio Ambiente Meio Ambiente
Saúde Saúde
Pluralidade Cultural Pluralidade Cultural
Orientação Sexual Orientação Sexual
Trabalho e Consumo
Bibliografia
Ensino Médio
0
as propostas de formação, competências e habilidades que se pretende
seõçatona reV
desenvolver são diferentes.
ASSIMILE
0
De acordo com os PCNs (1997, p. 20):
seõçatona reV
“
Os resultados dessas investigações também permitiram compreender que a alfabetização não é um processo
baseado em perceber e memorizar, e, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um
conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também
de que forma ela representa graficamente a linguagem.
—
“
[...] é necessário que se compreenda que leitura e escrita são práticas complementares, fortemente
relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de letramento — a escrita transforma a fala (a
constituição da “fala letrada”) e a fala influencia a escrita (o aparecimento de “traços da oralidade” nos textos
escritos). São práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros, sobre
os procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita.
— (BRASIL, 1997, p. 40)
Nos PCNs, os princípios que norteiam essa prática devem considerar a abordagem
aditiva. Isso significa que o texto é utilizado como unidade de ensino, rompendo
com a lógica de que primeiro aprendemos letras, que formam palavras, frases e só
então podemos chegar à construção de textos. Além disso, temos ainda a
orientação para que as especificidades de cada série sejam consideradas, o que
interfere diretamente na escolha de textos e demais materiais diferentes para as
necessidades que temos presentes do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano. O gênero
narrativo conto de fadas é adequado para o trabalho nos anos iniciais, por
exemplo, enquanto a análise mais crítica de uma reportagem é direcionada aos
alunos maiores.
Completando esse exemplo, os PCNs reforçam a importância do professor leitor nos anos
iniciais. O professor que lê em voz alta para sua turma estimula essa prática, motiva seus
alunos em várias ações que incluem revisão, reescrita e produção.
0
A partir dessas orientações presentes nos PCNs, ao planejar sua aula, o professor
seõçatona reV
de uma turma que está no ciclo de alfabetização deve ter elementos presentes em
um texto para estimular a reflexão das crianças, e não cópias sistematizadas de
letras e famílias silábicas para memorizar. Na sequência planejada, deve haver
momentos de troca, de escuta, de leitura em voz alta, e a escolha do gênero deve
considerar os interesses dos estudantes. Essa é uma forma de pensar na
transposição dos PCNs para o planejamento e a prática docente.
FOCO NA BNCC
0
Uma das grandes mudanças apresentadas nas DCNs alertam os profissionais
sobre o acesso da criança com 6 anos no Ensino Fundamental, o que
seõçatona reV
anteriormente só acontecia com 7 anos.
Segundo o documento:
“
O acesso ao Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos permite que todas as crianças brasileiras possam usufruir do
direito à educação, beneficiando-se de um ambiente educativo mais voltado à alfabetização e ao letramento, à
aquisição de conhecimentos de outras áreas e ao desenvolvimento de diversas formas de expressão, ambiente
a que já estavam expostas as crianças dos segmentos de rendas média e alta e que pode aumentar a
probabilidade de seu sucesso no processo de escolarização.
— (BRASIL, 2013, p. 109)
Princípios DCNs
0
democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no
seõçatona reV
acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros
benefícios; de exigência de diversidade de tratamento para
assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam
diferentes necessidades; de redução da pobreza e das desigualdades
sociais e regionais.
0
Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos em situação de privação
de liberdade e Educação Profissional. Temos também orientações para o
seõçatona reV
trabalho com Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos,
Relações Étnico-Raciais e História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Pela
diversidade apresentada, perceba a importância e a amplitude do
documento para que tenhamos uniformidade da organização e do
tratamento das questões educativas em todo o território nacional.
Por fim, mas não menos importante, as DCNs apresentam ideias importantes
sobre os processos avaliativos, complementando as informações presentes em
outros instrumentos legais que consideram a avaliação formativa como
elemento central dos processos de ensino e aprendizagem.
A avaliação contínua não deve ser classificatória nem considerar o aluno em relação a ele
mesmo, mas, sim, orientar as ações dos professores para que possam planejar boas
intervenções, garantindo o avanço dos estudantes, desafiando-os e possibilitando-lhes
novas conquistas.
Ainda assim, não temos todas as variáveis consideradas nessa descrição. Por esse
motivo, mais um documento orientador e normativo é utilizado como forma de
respeitar as especificidades dos estudantes que estão nas Escolas do Campo.
A ideia do documento é estabelecer um conjunto de princípios e de procedimentos
que visam adequar o projeto institucional das escolas do campo às Diretrizes
Curriculares Nacionais já apresentadas aqui.
0
Essa proposta foi instituída pela Resolução CNE/CEB nº 01, de 3 de abril de 2002.
Em seu parágrafo único, o documento estabelece que:
seõçatona reV
“
Parágrafo único. A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua
realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza
futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de
projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país.
— (BRASIL, 2002)
PROGRAMA PRONACAMPO
REFLITA
0
De acordo com o documento, o que se espera é que a Educação do Campo não
seõçatona reV
funcione como um mecanismo de expulsão das populações campesinas para as
cidades, mas que ofereça atrativos àqueles que nele desejarem permanecer e
vencer.
Ao ser homologada, houve um prazo de dois anos para que os sistemas de ensino
pudessem se organizar para atender essas crianças. Isso inclui pensar em
propostas e currículos adaptados para esse fim.
0
Educação Infantil e necessita consolidar muitas práticas. Outra questão
relevante que pode ser usada como exemplo é o brincar. Com 6 anos, ainda
seõçatona reV
na primeira infância, a brincadeira, o lúdico e a interação estão muito
presentes e são essenciais para o desenvolvimento da criança, podendo
inclusive comprometer ou favorecer as aprendizagens que serão ofertadas
ao longo do Ensino Fundamental. Vale lembrar que o brincar estende-se
com uma necessidade e um direito da criança por todo o ensino
fundamental, devendo assim ser considerada na organização das ações
pedagógicas.
A Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, foi homologada em 2017 como forma
de atender a recomendações presentes em diversos documentos legais. A
necessidade de uma base comum para orientar o trabalho em todo o país reforça
a importância de garantir direitos básicos de aprendizagem a todos os estudantes.
0
REFLITA
seõçatona reV
devem orientar o planejamento docente e a organização das práticas nas
escolas. Um grande erro é simplesmente copiar as informações presentes
no documento sem considerar a contextualização ou o desmembramento
das informações para que as experiências de aprendizagem possam ser
colocadas em prática. É um documento vivo, e não burocrático. Pense
nisso!
Fonte: https://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/
0
Temos então um conjunto de competências e habilidades que, trabalhadas no
seõçatona reV
contexto escolar, são favoráveis para que as crianças possam desenvolver
diferentes formas de se comunicarem com o mundo.
FOCO NA BNCC
Uma habilidade não se esgota em uma única aula. É uma proposta para ser
desenvolvida e aprofundada ao longo do processo de ensino e
aprendizagem. A partir da habilidade é que o professor planeja seus
objetivos de aprendizagem, pensando no avanço dos processos cognitivos.
Ciências - 1º Ano
0
diversidade do corpo humano e explicar suas funções.
seõçatona reV
(EF01CI03) Discutir as razões pelas quais os
hábitos de higiene do corpo (lavar as mãos
antes de comer, escovar os dentes, limpar os
olhos, o nariz e as orelhas etc.) são
necessários para a manutenção da saúde.
ASSIMILE
0
out. 2020.
seõçatona reV
RATIER, R. Entendendo os conceitos que organizam a Base Nacional.
Nova Escola, Edição 309, fev. 2018. Disponível
em:https://novaescola.org.br/conteudo/10053/entendendo-os-
conceitos-que-organizam-a-base-nacional. Acesso em: 15 de out. 2020.
Como você deve ter percebido ao longo do nosso estudo, temos muitos
documentos orientadores das ações escolares. Os PCNs foram organizados tendo
como objetivo central garantir que um conjunto básico de conhecimentos pudesse
ser trabalhado em todas as regiões do país, considerando os saberes locais e
outras especificidades presentes no contexto social. Nesse mesmo sentido, a BNCC
consolida em grande parte essas práticas, estabelecendo as aprendizagens
essenciais, consideradas um direito e que também precisam ser desenvolvidas em
todo país.
Não se trata de estabelecer uma lista de ações, mas, sim, de orientar as práticas
para que as necessidades, especificidades e demais especificações legais sejam
contempladas e favoreçam as aprendizagens de crianças, jovens e adultos de todo
o país.
“
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, optou-se por um tratamento específico das áreas, em função da
importância instrumental de cada uma, mas contemplou-se também a integração entre elas. Quanto às
questões sociais relevantes, reafirma-se a necessidade de sua problematização e análise, incorporando-as
como temas transversais. As questões sociais abordadas são: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e
pluralidade cultural.
— (BRASIL, 1998)
Sendo assim, podemos dizer que:
0
III. Os PCNs descrevem listas de conteúdos para que essas relações sejam
seõçatona reV
possíveis.
a. I.
b. I e II.
c. II e III.
d. I, II e III.
e. III.
Questão 2
As DCNs afirmam que, para o trabalho no ensino fundamental, há necessidade de
aproximação da lógica dos discursos normativos com a lógica social, ou seja, a dos
papéis e das funções sociais em seu dinamismo. Sendo assim, o trabalho
pedagógico precisa ser pensado de forma a assegurar as aprendizagens dos
estudantes.
c. A escola precisa estar próxima do contexto social para que os conhecimentos válidos sejam absorvidos.
e. As práticas escolares devem ser fundamentadas no conhecimento científico pois este é inquestionável.
Questão 3
Em um dos trechos da BNCC temos a seguinte afirmação sendo apresentada “as
competências
e diretrizes são comuns, os currículos são diversos”. Além disso, o documento
propõe o trabalho pautado no desenvolvimento de competências e habilidades
0
que devem nortear a organização dos currículos e planejamentos do professor.
seõçatona reV
A partir dessas considerações, podemos afirmar que:
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
d. I, II e III.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, 20 de
dezembro de 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 de out. de 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs). Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF. 1998.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em:
16 de out. de 2020.
0
BRASIL. Resolução nº 1 de 3 de abril de 2002. Pronacampo. Institui Diretrizes
seõçatona reV
Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Disponível em:
http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/mn_resolucao_%201_de_3_de_abril_de_
2002.pdf. Acesso em: 16 de out. de 2020.
0
Sueli Helena de Camargo Palmen
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Olá, futuro educador!
Estamos começando mais uma unidade da disciplina Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas
Públicas.
0
Vamos iniciar nosso estudo com algumas questões que permearão nossas reflexões ao longo desta unidade, tais
como:
seõçatona reV
Qual a relação da educação com o mundo do trabalho?
Assim, ao longo das três seções que compõem esta unidade buscaremos
compreender melhor esses questionamentos por meio da fundamentação teórica
e dos exercícios reflexivos que constituirão as situações-problemas que nos ligam à
vida prática, nos permitindo uma análise dialética sobre a educação básica no
Brasil, considerando-se a especificidade das modalidades educativas aqui
focalizadas: Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional.
Nesse sentido, a primeira seção, Educação de Jovens e Adultos, tem por objetivo
possibilitar a reflexão sobre Educação para Jovens e Adultos (EJA) no Brasil a partir
de suas faces históricas, políticas e sociais, olhando para a alfabetização de Jovens
e Adultos através da legislação, das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos na atualidade, e em suas possibilidades e desafios.
0
Educação Profissional brasileira, expressas em programas como: Programa Brasil
seõçatona reV
Profissionalizado, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(PRONATEC), entre outros.
Futuro educador, como você pode perceber, o foco desta unidade está em lhe
oportunizar conhecimentos que lhe permitam distinguir a legislação e as políticas
educacionais brasileira, compreender suas implicações e seus impactos na
organização social brasileira da educação, bem como reconhecer a importância
das políticas educacionais para a formação dos professores.
Bom estudo!
0
Olá! Estamos começando a Unidade 3 - “Educação de Jovens e Adultos, Educação
seõçatona reV
Profissional e outros campos da educação”.
Nesta seção 1 - “Educação de Jovens e Adultos”, o foco estará nos aspectos legais
e pedagógicos que orientam a oferta da modalidade EJA no Brasil, e serão
apresentados os processos históricos que permearam o ensino de Jovens e
Adultos em nosso país.
É importante conhecer os atos legais que normatizam a EJA, pois, como futuro
educador, é primordial que você reconheça as possíveis formas de aproveitamento
dos estudos dos educandos que se enquadram nessa modalidade, reconhecendo
os exames de certificação vigentes de forma a orientar os educandos quanto às
possibilidades de certificação para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Cabe destacar que a EJA é uma modalidade da Educação Básica com características
próprias, pois se pauta no princípio da equidade e tem a função reparadora por
direcionar-se a educandos de diversos perfis e faixas etárias que não tiveram
acesso à escola na idade prevista ou que, por algum motivo, evadiram do sistema
educacional, retornando depois de adultos.
Você, futuro educador, ao conhecer o histórico a EJA no Brasil, irá compreender o
quanto essa modalidade contribui para a garantia do direito à educação para
todos.
0
Lembre-se de que quando falamos em EJA estamos falando sobre a educação para
estudantes jovens, adultos e idosos que possuem trajetórias de vida com marcas
seõçatona reV
sociais, afetivas, culturais e que já carregam as marcas de experiências anteriores
com a escola, muitas vezes, recordando momentos de afastamento e abandono
que geraram uma ideia de fracasso.
Nesse momento, você, futuro educador, está sendo convidado a assumir o lugar
de Renata e assim ser um facilitador do processo educativo, orientando e
sugerindo metodologias ativas que promovam aprendizagens significativas em
alunos que já trazem um repertório muitas vezes marcado pelo fracasso ou pela
exclusão escolar, mas também permeado por saberes construídos a partir de suas
vivências.
Márcia é uma professora que está atuando no Programa de EJA I - Anos iniciais
do Ensino fundamental, destinado às pessoas com mais de 15 anos, não
alfabetizadas ou com baixa escolaridade. Como é uma professora novata na área
da alfabetização de adultos, logo nos primeiros dias de aula sentiu necessidade de
0
conversar com Renata, pedindo dicas de como tornar a aula interessante sem
seõçatona reV
infantilizar o processo de alfabetização, pois como prevê as Diretrizes da EJA, é
preciso romper com as metodologias utilizadas no ensino regular quando falamos
em educação de jovens e adultos.
Assim, nesse momento, você futuro educador está convidado a assumir o lugar de
Renata e orientar Márcia a superar o desafio de promover contextos educativos
voltados a adultos.
Vamos em frente!
Bom estudo!
CONCEITO-CHAVE
Olá
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Estamos começando a unidade 3 da disciplina “Funcionamento da Educação
Brasileira e Políticas Públicas”. Nesta seção iremos conversar sobre a Educação de
seõçatona reV
Jovens e Adultos (EJA), assim, o foco está em lhe propiciar conhecimentos sobre
vários aspectos da realidade da EJA no Brasil: as características, os desafios
históricos, suas diretrizes pedagógicas e seus aspectos legais.
DIREITO À EDUCAÇÃO
Você, futuro educador, já parou para pensar o que significa o “direito à
educação”? Reflita sobre essa questão principalmente em se tratando de pessoas
com diferentes trajetórias de vida, ou seja, pessoas jovens e adultas.
Contudo, para que você compreenda essa modalidade de Educação Básica destina
a Jovens e Adultos é fundamental conhecer sua história.
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noturnas para os adultos, dizendo que: “[...] poderão ser criadas escolas noturnas,
seõçatona reV
do mesmo caráter (primário), para adultos, obedecendo às mesmas condições do
Art. 25” (GOMES, 2018, s.p.).
0
disso, os movimentos operários, fossem eles de inspiração libertária ou comunista, passavam a dar mais valor à
educação em seus pleitos e reivindicações.
seõçatona reV
Como complementa Palma Filho (2005), essa reforma buscou atingir adultos
analfabetos visando uma formação mínima, ao mesmo tempo em que ampliava o
número de eleitores, pois nesse período os analfabetos não votavam.
Em 1942, o Governo Federal criou o Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP) por
meio do Decreto Federal nº 4.458/1942, o qual destinava os recursos financeiros
para a educação primária e extensiva aos adultos que ultrapassaram a idade
escolar.
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seõçatona reV
Visando o desenvolvimento do país, no decorrer das décadas de 1940 e 1950, o
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) organizou campanhas de
alfabetização destinadas aos adolescentes e adultos não alfabetizados. Foram elas:
a Campanha de Educação de Adultos (1947), a Campanha de Educação Rural (1952)
e a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958).
A CNER foi criada com o objetivo de oferecer uma alfabetização direcionada aos
trabalhadores do campo não alfabetizados.
0
seõçatona reV
A CAMPANHA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO (1958)
A CNEA tinha por objetivo contribuir para a melhoria do nível de vida das pessoas,
com vistas ao desenvolvimento social e econômico do país. A partir dessa meta,
construiu novas classes e focou na preparação dos professores que atuavam nas
salas de alfabetização, assim como na elaboração de materiais didáticos
específicos para o trabalho com adolescentes e adultos e, visando expandir o
atendimento da Campanha, criou escolas radiofônicas regionais.
0
liberdade.
seõçatona reV
Através das primeiras experiências de alfabetização popular que se deu a
constituição do chamado “Método Paulo Freire”, responsável pela alfabetização de
um grupo de cortadores de cana em 45 dias. Nesse período, João Goulart ainda
estava no governo brasileiro e aprovava essas experiências através de Plano
Nacional de Alfabetização (PNA), que previa a criação de círculos de cultura para a
alfabetização em massa pelo país (GADOTTI, 2013).
O MEB, por estar ligado à Igreja Católica, foi o único movimento de educação
popular que sobreviveu ao Golpe Militar de 1964, porém teve uma revisão em sua
metodologia, material didático e organização. Ao acessar o site do MEB
constatamos que ele continua ativo e assume como sua missão “contribuir para a
promoção humana integral e superação da desigualdade social por meio de
programas de educação popular libertadora ao longo da vida” (MEB, 2020).
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O Regime Militar assumiu oficialmente a Educação de Adultos em 15 de dezembro
de 1967, com a promulgação da Lei Federal nº 5.379/1967, que criou o programa
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Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
Na década de 1980, o MOBRAL diminuiu suas ações, porém sobreviveu até o final
do Regime Militar em 1985.
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artigo 208.
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Apesar dos ganhos efetivos para a garantia da manutenção dos direitos, a
Fundação Educar foi extinta em 1990, durante o mandato de Fernando Collor de
Mello (1990/1992).
A Lei nº 9.394/96 determina que a EJA tenha identidade própria e seja destinada
“àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino
fundamental e médio na idade própria”. Em seu 1º parágrafo, o artigo 37, destaca
que a EJA deve proporcionar oportunidades educacionais apropriadas, sempre
considerando as características do educando, os seus interesses e as suas
condições de vida e de trabalho. (BRASIL, 1996)
A referida LDB, em seu artigo 38, estabelece que tais oportunidades educacionais
se realizarão por meio de cursos e exames supletivos que compreenderão a base
nacional comum do currículo. Quanto aos exames supletivos, a lei estabelece que
eles são destinados aos educandos com conhecimentos e habilidades adquiridos
por meios informais, sendo seus conhecimentos reconhecidos por meio de
exames: no nível de conclusão do Ensino Fundamental para os maiores de 15 anos
e no nível de conclusão do Ensino Médio para os maiores de 18 anos.
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Pela LDB, a EJA assume a condição de uma educação que qualifica, desaparecendo
com isso a noção de supletivo, como ocorria antes de 1996. Portanto,
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denominamos “Educação de Jovens e Adultos (EJA)” o que na lei anterior (Lei
Federal nº 5692/1971) denominava de “Ensino Supletivo”.
“
A função reparadora, que se refere à restauração de um direito negado, assim, além de proporcionar a
presença dos jovens, adultos e idosos nas escolas, necessita ser pensada com um modelo pedagógico próprio a
fim de criar situações pedagógicas e satisfazer as necessidades de aprendizagens dos sujeitos da EJA;
A função equalizadora, segundo a qual além de proporcionar maiores oportunidades de acesso e
permanência na escola aos que, até então, foram desfavorecidos, também deve-se receber, proporcionalmente,
maiores oportunidades que outros, de modo que se estabeleça a trajetória escolar, e, por fim, readquira a
oportunidade de um ponto igualitário no jogo conflitual com a sociedade; e,
A função qualificadora, que corresponde às necessidades de atualização e aprendizagem continua.
— (BRASIL, 2000)
Essas funções visam garantir uma oferta de qualidade que repare a ausência da
educação formal àqueles que não tiveram acesso à escola ou que dela se evadiram
pelas mais diversas razões.
“
II – Provido suporte e atenção individual às diferentes necessidades dos estudantes no processo de
aprendizagem, mediante atividades diversificadas;
III – Valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas,
0
geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
IV – Desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;
V – Promovida a motivação e orientação permanente dos estudantes, visando à maior participação nas aulas e
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seu melhor aproveitamento e desempenho;
VI – Realizada sistematicamente a formação continuada destinada especificamente aos educadores de jovens e
adultos.
— (BRASIL, 2013, p. 41)
Você, futuro educador, já ouviu falar nesses princípios? Neste momento vamos
conhecer mais sobre eles!
0
O princípio da Proporcionalidade pressupõe o desenvolvimento de espaços e
tempos nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos educandos identidade
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formativa comum aos demais participantes da escolarização básica através da
oferta dos componentes curriculares de forma flexível, assegurando o
cumprimento mínimo da carga horária estabelecida para a duração dos cursos e
possibilitando que os educandos conciliem os estudos com a dinâmica própria de
suas vidas e com o mundo do trabalho.
Diante do exposto até aqui, podemos concluir que a aplicação de tais princípios é
fundamental para que a oferta da EJA atenda às necessidades dos jovens, adultos e
idosos por meio de um ensino de qualidade.
“
deverão inscrever seus alunos em exames de certificação, para fins de conclusão do respectivo nível de ensino.
— (BRASIL, 1996, s.p.)
0
Regulamentando a Educação de Jovens e Adultos através da Educação à Distância,
o Parecer CNE/CEB nº 29/2006 colocou que os cursos de EJA, nos anos iniciais do
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Ensino Fundamental, serão presenciais e a sua duração ficará a critério de cada
sistema de ensino. Nos anos finais, ou seja, do 6º ao 9º ano, os cursos, poderão ser
presenciais ou a distância, quando devidamente credenciados, e terão 1600 (mil e
seiscentas) horas de duração (BRASIL, 2013).
O Parecer ainda indica que a idade mínima para integrar na EJA, com mediação da
EAD, deve ser de 15 (quinze) anos completos para o 2º segmento do Ensino
Fundamental e de 18 (dezoito) anos completos para o Ensino Médio.
A EJA por meio da EAD, no Ensino Médio, deve ser desenvolvida de forma interativa
e os cursos a distância devem ser reconhecidos e aceitos, sendo ofertados por
professores licenciados na disciplina ou atividade específica, respeitando-se a
relação um professor por, no máximo, 120 estudantes, numa jornada de 40 horas
de trabalho docente. Os estudantes deverão receber livros e oportunidades de
consulta no polo de apoio pedagógico, o qual deverá garantir acesso à biblioteca,
rádio, televisão e internet aberta.
“
Os estudantes só poderão ser avaliados, para fins de certificados de conclusão, em exames de EJA presenciais
oferecidos por instituições especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas pelo poder público, dentro
das competências dos respectivos sistemas, conforme a norma própria sobre o assunto e sob o princípio do
regime de colaboração.
— (BRASIL, 2013, p. 367)
Considerando as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
de Jovens e Adultos, de 2010, é fundamental que os projetos políticos pedagógicos
levem em conta as situações, os perfis e as faixas etárias dos adolescentes, jovens
e adultos, viabilizando um modelo pedagógico que valorize os conhecimentos e as
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experiências de seu público, adequando-se às suas necessidades educativas.
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Mas você, futuro educador, sabe quais são os Programas de Educação de Jovens e
Adultos vigentes na atualidade? É possível acompanhar esses programas no site do
Ministério da Educação, disponível em: https://bit.ly/3qpU0Sk. Acesso em: 11 Fev.
2021
São eles:
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1934
gratuidade de ensino primário.
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Criação do Sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem
Década de 1940
Comercial (SENAC), instituições de ensino para qualificação
e o aperfeiçoamento profissional.
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Resolução CNE/CEB Nº 1, de 5 de julho de 2000, estabeleceu
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2000 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e
Jovens e Adultos.
ASSIMILE
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fundamentais que garantam a organização dos sistemas
seõçatona reV
educacionais do país nos níveis federal, estadual, municipal e do
Distrito Federal. Sua elaboração é competência privativa da União,
preservada à autonomia dos entes federativos do país, que devem
organizar, em regime de colaboração, os seus sistemas de ensino.
REFLITA
FOCO NA BNCC
Enfim, estamos encerrando esta seção retomando aqui, que você futuro educador,
pode compreender mais sobre o processo histórico da EJA no Brasil e conhecer sua
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legislação. Para isso, focamos na Alfabetização de Jovens e Adultos a partir dos
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programas e legislações voltados para essa modalidade educacional que faz parte
da Educação Básica desde 1996, por meio da LDB nº 9394/1996, além das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos e dos
Programa voltados Educação para Jovens e Adultos (EJA) na atualidade, em
consonância com a legislação vigente e analisando os desafios que ainda se fazem
presentes, como a Educação a Distância para Jovens e Adultos.
Vale destacar que o primeiro documento legal que devemos consultar para
compreender a organização da EJA dentro do Sistema Educacional Brasileiro é
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), seguido
dos documentos de âmbito federal, instituídos pelo Conselho Nacional de
Educação (CNE), por meio da Câmara de Educação Básica (CEB), que
determinam as Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos
vigentes no Brasil e que regulamentam sua organização e seu funcionamento.
Vale lembrar que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como objetivo
garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os
estudantes, inclusive daqueles que não tiveram a oportunidade de frequentar a
Educação Básica na idade considerada própria, como são os alunos da EJA.
Portanto, a BNCC visa que todos tenham seus direitos de aprendizagem garantidos
como um direito à educação igualitária, assim como prevê a Constituição Federal
brasileira de 1988.
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FAÇA VALER A PENA
seõçatona reV
Questão 1
Conhecer a história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, desvelando sua
trajetória e revelando como o ensino destinado ao público jovem, adulto e idoso
vem se constituindo em nosso país é fundamental para compreendermos a
importância das Políticas Públicas na correção das desigualdades sociais, entre as
quais está a desigualdade educacional. Desde a Constituição de 1988 é dever do
Estado a garantia do acesso à escola e às condições para que o aluno continue
seus estudos.
b. II e III apenas.
c. I e II apenas.
0
d. I apenas.
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e. III apenas.
Questão 2
A atual legislação educacional voltada à EJA busca possibilitar o direito aos
educandos dos diversos perfis e faixas etárias matriculados nessa modalidade que
não tiveram oportunidade de estudo em “idade própria”, uma escolarização formal
de qualidade. Devemos destacar que os documentos legais referentes à EJA foram
destacados o artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº
9.394/96) e destacam suas funções, que, de forma geral, buscam incluir jovens e
adultos no processo educacional garantindo-lhes o direito à educação.
III. Entre as funções da EJA está a função qualificadora, que visa possibilitar a
apropriação, atualização e utilização de conhecimentos por toda a vida.
a. I, II e III.
b. II e III apenas.
c. I e II apenas.
d. I apenas.
e. III apenas.
0
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Questão 3
O início do atendimento à população jovem e adulta se deu através da ação dos
movimentos populares e das campanhas de alfabetização, visando à superação do
analfabetismo. Num segundo momento, temos a escolarização ofertada por meio
0
de sistema de ensino que visa inserir, permitir o acesso e a permanência dos
seõçatona reV
sujeitos jovens e adultos no processo de escolarização formal, como prevê a
Constituição Federal brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional nº 9394/1996.
a. V – V – F – F.
b. F – F – V – V.
c. V – V – F – V.
d. V – F – V – V.
e. V – V – V – F.
REFERÊNCIAS
AÇÃO EDUCATIVA. O Direito Humano à Educação. Coleção Manual de Direitos
Humanos – volume 07. 2ª edição – Atualizada e Revisada. 2011. Disponível em:
https://bit.ly/2MQ3tDX. Acesso em: 31 out. 2020.
0
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução: Carlos Nelson Coutinho. Rio de
Janeiro: Elsivier, 2004.
seõçatona reV
BRASIL. MOBRAL: sua origem e evolução. Rio de Janeiro. 1973. Disponível em:
https://bit.ly/3d8dtTM. Acesso em: 29 out. 2020.
0
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério
da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação
seõçatona reV
Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
0
DI PIERRO, M. C. ; HADDAD, S. Transformações nas políticas de educação de jovens
e adultos no brasil no início do terceiro milênio: uma análise das agendas nacional
seõçatona reV
e internacional. Caderno Cedes, Campinas, v. 35, n. 96, p. 197-217, maio-ago.,
2015 Disponível em: https://bit.ly/3jJnLuz. Acesso em: 30 out. 2020.
FREIRE. P. Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz
& Terra. 1981. Disponível em: https://bit.ly/3jKf3fz. Acesso em: 31 out. 2020.
0
1987.
seõçatona reV
PAIVA, J. Os sentidos do direito à educação para jovens e adultos. Rio de
Janeiro: DP e ALII/FAPERJ, 2009.
PINTO, Á. V. Sete Lições sobre Educação de Adultos. São Paulo, Cortez, 2010
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
0
Sueli Helena de Camargo Palmen
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
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e para a Educação Profissional Técnica de nível médio.
seõçatona reV
Nesta seção contextualizaremos as possibilidades de formação profissional em
cursos técnicos na atualidade, assim como apresentaremos a Política de Educação
Profissional expressa em programas como Programa Brasil Profissionalizado,
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), por
exemplo.
É muito importante refletirmos sobre o papel das Políticas Públicas, entre os quais
estão as Políticas Educacionais, principalmente por se articularem com o mundo
do trabalho, respondendo a preceitos constitucionais, ou seja, por possibilitarem
uma qualificação para o trabalho e para o exercício da cidadania, além de
promoverem condições para o desenvolvimento econômico de nosso país.
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Márcia é professora da EJA – Ensino Fundamental e em sua turma tem 15 alunos
seõçatona reV
matriculados, entre os quais estão Maria de 40 anos e José de 39 anos, os mais
velhos da turma.
No último mês, Márcia reparou que os dois têm faltado muito e está temendo que
esses alunos evadam da escola novamente.
Visando compreender o que está acontecendo, Márcia procurou Renata para saber
quais orientações ela poderia dar a fim de resgatar e compreender melhor o que
está acontecendo com esses alunos e os motivos de suas ausências.
Num primeiro momento, Renata sugeriu que Márcia entrasse em contato com os
alunos e lhes perguntasse o que tem acontecido, para que assim possa auxiliá-los
da melhor forma, contudo, tanto Renata quanto Márcia acreditam que o fator
idade e a necessidade de trabalhar para garantir um sustento à família tem sido o
motivador das ausências.
Quais orientações você, futuro educador, dará para Márcia, visando a conversa
com Maria e José?
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Bom estudo
seõçatona reV
CONCEITO-CHAVE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Você, futuro educador, já ouviu falar em Educação Profissional? O que lhe vem à
mente quando ouve esse termo? Será que é possível nos profissionalizarmos
durante o processo de formação escolar, ainda na Educação Básica?
“
O ensino pré-vocacional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever
do Estado. Cumpre-lhes dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os
de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever
das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especificidade, escolas de aprendizes,
destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os
poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem
concedidos pelo poder público.
— (Constituição de 10 de novembro de 1937, art. 129)
0
Para Ghiraldelli Jr. (1990, p. 84), a Reforma Capanema instituiu o dualismo
educacional, ou seja:
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“
Para as elites, o caminho era simples: “do primário ao ginásio, do ginásio ao colégio e, posteriormente, a opção
por qualquer curso superior” [...] o caminho escolar das classes populares, caso escapassem da evasão, ia do
primário aos diversos cursos profissionalizantes. Cada curso profissionalizante só dava acesso ao curso
superior na mesma área.
“
Art. 34. O ensino médio será ministrado em dois ciclos, o ginasial e o colegial, e abrangerá, entre outros, os
cursos secundários, técnicos e de formação de professores para o ensino primário e pré-primário
— (BRASIL, 1961, s.p.)
0
A LBD de 1961 organizou o ensino técnico em dois ciclos: o ginasial, com duração
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de quatro anos, e o colegial, com no mínimo três anos, voltado a cursos industrial,
agrícola e comercial. Essa forma de organização do ensino não foi capaz de romper
com a dualidade do ensino, marcado pela educação propedêutica e técnica que
continuaram a existir.
Como destacam Vieira e Souza Jr. (2016, 158), “com a revolução civil militar de
1964, a educação brasileira sofreu modificações por meio da Lei nº 5.692/71, que
reformou o ensino do 1º e 2º grau e tentou impor o ensino médio
profissionalizante para todos”.
“
Dentre seus efeitos vale destacar: a introdução generalizada do ensino profissional no segundo grau se fez sem
a preocupação de se preservar a carga horária destinada à formação de base; o desmantelamento, em grande
parte, das redes públicas de ensino técnico então existentes, assim como a descaracterização das redes do
ensino secundário e normal mantidas por estados e municípios; a criação de uma falsa imagem da formação
profissional como solução para os problemas de emprego, possibilitando a criação de muitos cursos mais por
imposição legal e motivação político-eleitoral que por demandas reais da sociedade.
— (BRASIL, 1999, s.p.)
0
trajetória do ensino profissionalizante no Brasil, considerando como marco a
Constituição de 1937 até a revisão da Lei nº 5.692/1971, em 1982, rompendo com
seõçatona reV
sua obrigatoriedade anteriormente estabelecida pela referida legislação em
relação ao ensino secundário no Brasil.
0
educação igualitária como direito de todos.
seõçatona reV
A Constituição de 1988, em seu artigo 205, destaca que a educação é um direito de
todos, ancorando-se no princípio da gratuidade sempre que se tratar de
estabelecimentos de ensino público:
“
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho .
— (BRASIL, 1988)
0
seõçatona reV
Fonte: adaptado pela autora (BRASIL, 1996)
Ainda assim, em 1997, por meio do Decreto nº 2.208/1997, houve uma separação
formal da Educação Profissional da Educação Básica, criando duas redes de ensino,
uma destinada à formação acadêmica e outra à formação profissional, mas
mantendo a articulação entre a escola e o trabalho, independentemente do nível
de escolaridade do aluno que busca pela qualificação profissional.
“
I - Básico: destinado à qualificação e profissionalização de trabalhadores, independente de escolaridade prévia;
II - Técnico: destinado a proporcionar habilitação profissional a alunos matriculados ou egressos do ensino
médio, devendo ser ministrado na forma estabelecida por este Decreto;
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III - Tecnológico: correspondente a cursos de nível superior na área tecnológica, destinados aos egressos do
ensino médio e técnico.
— (BRASIL, 1999, s.p.)
seõçatona reV
O Decreto nº 2.208/97 foi substituído pelo Decreto-Lei nº 5.154, em 2004, pois sua
estrutura era considerada muito rígida. O Decreto nº 5.154/2004 buscou retomar
a oferta da Educação Profissional na rede pública estadual por meio de cursos e
programas, conforme podemos verificar através de seu art. 1º:
“
I - Formação inicial e continuada;
II - Educação profissional técnica de nível médio; e
III - Educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação.
— (Decreto nº 5.154/04, s.p.)
Aqui, futuro educador, podemos ver que foi a partir do Decreto nº 5.154/2004 que
se restabeleceu a articulação entre o nível técnico e o nível médio, que podem ser
desenvolvidos de forma integrada, concomitante ou subsequente.
“
A forma integrada é ofertada aos alunos que já tenham concluído o Ensino Fundamental ou estejam cursando
o Ensino Médio, sendo a formação técnica oferecida ao mesmo tempo.
A forma concomitante é aquela na qual os cursos são ofertados separadamente aos que já concluíram o
Ensino Fundamental ou estejam cursando o Ensino Médio, com matrículas distintas para cada curso, podendo
até ocorrer em instituições diferentes.
A forma subsequente, por sua vez, é oferecida somente para os concluintes do Ensino Médio.
— (ALMEIDA; SUHR, 2012, p. 100)
Também é importante retomarmos que o artigo 40 da LDB pontua que a Educação
Profissional deve ser articulada com o ensino regular, ou seja, o ensino ofertado
para adolescentes, na chamada idade própria, mas também com o ensino escolar
organizado para jovens e adultos na modalidade Educação de Jovens e Adultos
0
(EJA).
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Dentro dessa perspectiva, por meio do Decreto n°5.478/2005, o Governo Federal
criou o Programa de Integração da Educação Técnica de Nível Médio na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos, o PROEJA.
“
[...] uma oportunidade para a formação humana integral, tendo como eixo estruturante a integração entre
trabalho, ciência, tecnologia e cultura, fundamentando-se no trabalho como princípio educativo, na pesquisa
como princípio pedagógico e na permanente articulação com o desenvolvimento socioeconômico, para garantir
ao cidadão trabalhador a oportunidade de exercer sua cidadania com dignidade e justiça social.
— (BRASIL, 2013, p. 237)
0
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível
seõçatona reV
Médio apresentam seus princípios norteadores, entre os quais destacamos
articulação entre a formação desenvolvida no Ensino Médio e a preparação para o
exercício das profissões técnicas; o respeito aos valores estéticos, políticos e éticos
da educação nacional, na perspectiva do desenvolvimento para a vida social e
profissional; a integração entre ciência, tecnologia e cultura como base da
proposta político-pedagógica; a indissociabilidade entre educação e prática social e
o processo de ensino-aprendizagem, a interdisciplinaridade e a flexibilidade como
elos entre a teoria e prática profissional. (BRASIL, 2012)
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Quadro 3.3 | Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio
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(17 cursos) (15 cursos)
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5 - Informação e comunicação 12 – Segurança
(9 cursos) (2 cursos)
7 – Militar _______________________________
(34 cursos)
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POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT)
Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi compreender a construção das
seõçatona reV
políticas educacionais, bem como sua articulação com a Legislação educacional e
os impactos da Legislação na educação brasileira, apresentaremos a seguir alguns
programas educacionais que integram educação e trabalho, visando atender à
Constituição brasileira que destaca em seu artigo 205 a importância da educação
para o exercício da cidadania e para a qualificação para o trabalho.
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Tecnológica;
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- Acordo de Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem.
“
I - Estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;
II - Trabalhadores;
III - Beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e
IV - Estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições
privadas na condição de bolsista integral, nos termos do regulamento.
— (BRASIL, 2011, s.p.)
Outro programa que faz parte das Políticas de Educação Profissional e Tecnológica
(EPT) é o Programa Brasil Profissionalizado, criado em 2007 pelo Decreto nº
6.302/2007. Esse programa visa fortalecer as redes estaduais de Educação
Profissional e Tecnológica por meio de repasse de recursos do Governo Federal
para os Governos Estaduais a fim de que eles invistam na construção,
modernização, estruturação de laboratórios e até mesmo recursos pedagógicos de
escolas técnicas. O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática
fortalecendo o ensino médio integrado à educação profissional nas redes
estaduais de educação profissional. As ações do Programa Brasil Profissionalizado
são geridas pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e
pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
MEDIOTEC
De acordo com o portal do MEC, o MedioTec é uma extensão do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e tem como objetivo
a oferta de formação técnica e profissional em tempo integral para estudantes do
ensino médio. As vagas são gratuitas custeadas pela Setec/MEC por meio da Bolsa
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Formação e se efetiva por meio de parcerias com as instituições privadas,
seõçatona reV
institutos federais e o Sistema S. Nesse sentido, é importante observar a dimensão
da parceria público-privada, que caminha no sentido da privatização da educação,
pois prevê a transferência de recursos para as instituições privadas.
Com o Medio Tec, a ideia é que alunos possam ter educação de base e educação
técnica simultaneamente, ou seja, terão dois diplomas ao término do curso. A
formação integrada, portanto, é uma tentativa de viabilizar exclusivamente para
jovens alunos do ensino médio uma dupla certificação através dessa integração
com o Pronatec.
Além disso, os estudantes que fazem o curso técnico por meio do MedioTec farão
estágios em empresas mapeadas, lembrando que o objetivo do MedioTec é
garantir que o estudante do ensino médio, após concluir essa etapa de ensino,
esteja apto a se inserir no mundo do trabalho e possua uma renda. O programa
considera as prospecções de crescimento econômico e social das regiões do país,
proporcionando maior sinergia entre os cursos e as demandas, estabelecendo
nesse sentido as parcerias. (BRASIL, 2017)
ASSIMILE
0
1. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO): instituída por portaria
seõçatona reV
ministerial nº 397, de 9 de outubro de 2002, visa identificar as
ocupações existentes no mercado de trabalho. A uniformização
ocasionada pela Classificação Brasileira de Ocupações é de ordem
administrativa e não interfere no cotidiano trabalhista. A
regulamentação da profissão não se dá pela CBO, mas sim por leis
próprias apreciadas pelo Congresso Nacional.
REFLITA
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Considerando os estudos que abordam a Educação de Jovens e Adultos,
assim como aqueles que abordam a Educação Profissional, nesta seção
seõçatona reV
abordamos as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional, focando inclusive o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de
Nível Médio e as Políticas para a Educação Profissional: Programa Brasil
Profissionalizado, MEDIOTEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (PRONATEC), entre outros. Partindo desses conteúdos, é
importante nos indagarmos quanto à Educação Profissional no Brasil,
associada à Educação de Jovens e Adultos. Assim:
EXEMPLIFICANDO
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Para isso, é fundamental um padrão na estrutura dos cursos, mantendo um
perfil único de formação em todo o Brasil para cada curso técnico profissional.
seõçatona reV
Nesse sentido, temos o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e o Catálogo
Brasileiro de Ocupação (CBO) que fazem essa padronização e garantem uma
mesma linha de desenvolvimento de habilidades e competências dentro de um
mesmo curso, independente da região do Brasil onde o curso técnico seja
oferecido.
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seção conversamos sobre a Educação Profissional, focando as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional, Diretrizes Curriculares
seõçatona reV
Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de
nível médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004, o Catálogo Nacional
de Cursos Técnicos de Nível Médio, as Políticas para a Educação
Profissional: Programa Brasil Profissionalizado, MEDIOTEC, Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre outros.
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do trabalho e com as reais necessidades sociais em termos de formação para a
seõçatona reV
vida.
Assim, neste momento, convido você, futuro educador a pensar esse desafio
conosco e a buscar compreender o papel das Políticas Públicas no diálogo
necessário com a sociedade, olhando para o mundo do trabalho, para a educação
das pessoas, mas sobretudo para a vida em sociedade e a busca por um país mais
justo e igualitário.
Bom estudo!
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Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:
seõçatona reV
I. Entre 1942 e 1946, o ensino foi remodelado pela Reforma Capanema, mas
instituiu o dualismo educacional, pois as classes médias não se interessavam
pelo ensino profissionalizante, procurando se manter no ensino secundário,
propedêutico que lhes possibilitava o acesso ao ensino superior.
a. I, II e III.
b. II e III apenas.
c. I e III apenas.
d. I apenas.
e. III apenas.
Questão 2
Visando retomar a oferta da Educação Profissional na rede pública estadual por
meio de cursos e programas de forma articulada entre o nível técnico e o nível
médio, em 2004 tivemos o Decreto-Lei nº 5.154, que restabeleceu essa articulação,
trazendo mais flexibilidade à Educação Profissional, tornando possível seu
oferecimento de forma integrada, concomitante ou subsequente.
0
entre o ensino técnico e o ensino médio, julgue as afirmativas a seguir em (V)
verdadeiras ou (F) falsas.
seõçatona reV
( ) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/1996) destaca que
a Educação Profissional deve ser articulada com o ensino regular, tanto para
adolescentes na chamada idade própria, quanto na modalidade Educação de
Jovens e Adultos (EJA).
a. V – V – F – F.
b. F – F – V – V.
c. V – V – F – V.
d. V – V – V – F.
e. V – F – V – V.
Questão 3
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica
de Nível Médio, aprovada em 2012, pela Resolução CNE/CEB 6/2012, a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio apresenta princípios norteadores que se
articulam ao mundo do trabalho a partir do compromisso de sua oferta de forma
0
mais ampla e politécnica. As mudanças sociais e no mundo do trabalho
seõçatona reV
demandaram uma reorganização dos currículos, tanto da Educação Básica como
um todo, quanto da Educação Profissional, pois outras habilidades e competências
têm sido demandas, exigindo dos sujeitos uma maior capacidade de raciocínio,
autonomia, criticidade, iniciativa e empreendedorismo, potencializando a
necessidade das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional.
a. I apenas
b. III apenas.
c. I e III apenas
d. II e III apenas.
e. I, II e III.
0
REFERÊNCIAS
seõçatona reV
ALMEIDA, A. C.; SUHR, I. R. F. Educação profissional no Brasil: a construção de uma
proposta educativa dual Professional. Revista Intersaberes, vol.7 n.13, p. 81 – 110,
jan. – jun. 2012.
0
BRASIL. MEC. CNE. CBE. RESOLUÇÃO Nº 6/ 2012- Define Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. 20 de setembro de
seõçatona reV
2012.
0
RAMOS, M. N. Educação profissional: história e legislação. Curitiba, PR: Instituto
Federal do Paraná, 2011, p. 11.
seõçatona reV
RAMOS, M. N. História e política da educação profissional [recurso eletrônico].
Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2014. - (Coleção formação pedagógica; v. 5).
0
Sueli Helena de Camargo Palmen
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
0
medidas socioeducativas; às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
seõçatona reV
Escolar Indígena na Educação Básica e às Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.
Por meio dessa breve apresentação é possível constatar que estaremos acessando
as diretrizes pautadas em determinações legais que visam promover o direito à
educação a todos os brasileiros, inclusive àqueles em contextos especiais,
compreendendo que é papel do Estado promover Políticas Educacionais a todos os
cidadãos, como confere a Constituição Federal do Brasil, de 1988.
Essa postura será fundamental para sua formação como profissional da Educação!
Márcia é professora na EJA – Ensino Fundamental e no bairro onde atua está
acontecendo um grande empreendimento imobiliário. Para trabalhar na
construção civil, a construtora contratou trabalhadores de outra região do Brasil,
muitos dos quais não concluíram a primeira etapa do ensino fundamental.
0
Preocupada com a instrução da equipe contratada, muitos desses trabalhadores
seõçatona reV
foram incentivados a buscar a EJA para dar continuidade em seus estudos.
Contudo, são pessoas em situação de itinerância, pois quando terminam a fase
da construção a qual estão responsáveis, logo são transferidos para outra obra,
não mantendo o vínculo numa só escola.
De acordo com os preceitos legais, vale destacar que “se a pessoa exercitar
profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações
que lhe corresponderem”.
Assim, neste momento, você está convidado a assumir o lugar de Márcia e buscar
estratégias para tornar significativa a aprendizagem desses trabalhadores da
construção civil de forma a promover sua emancipação, instrumentalizando-os
para continuar os estudos em diferentes locais.
0
Quais outras questões ou propostas você faria?
seõçatona reV
Conto com você na promoção do direito à educação!
Vamos em frente!
CONCEITO-CHAVE
Olá! Futuro educador, você já refletiu sobre a importância de pensarmos na
diversidade em termos educacionais?
Como educadores, outro ponto que não podemos deixar de lado em nossas
reflexões é quanto ao papel da Educação em nossa sociedade, resgatando que
dentro das metodologias ativas o protagonismo do aluno deve ser estimulado,
buscando promover suas competências e habilidades e visando sua atuação como
cidadão autônomo e escritor de sua própria história, independentemente de sua
condição social, gênero ou grupo cultural.
OUTRAS NECESSIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Pensar nas Diretrizes Educacionais com vistas à inclusão da diversidade no
processo educacional de forma justa, democrática e inclusiva é uma forma de
atender às especificidades dos alunos que chegam à escola, cabendo à educação
0
adequar-se às necessidades dos alunos e não os alunos às características da
seõçatona reV
escola.
Dessa forma, estaremos conversando aqui nesta seção sobre diferentes diretrizes
voltadas às outras necessidades da Educação Básica, focando a diversidade de
demandas que socialmente nos são apresentadas.
CONDIÇÃO DE ITINERÂNCIA
Um desses grupos é representado pelas populações em situação de itinerância.
De acordo com o parecer do CNE/CEB nº 14/2011, podem ser considerados como
vivendo em situação de itinerância ciganos, indígenas, povos nômades,
trabalhadores itinerantes, acampados, artistas, demais trabalhadores em circos,
parques de diversão e teatro mambembe que se declarem como itinerantes ou
sejam declarados pelo seu responsável legal como itinerantes.
Entretanto, como sinaliza Paiva (1987), o êxodo rural favoreceu a busca pela escola,
0
promovendo a expansão das vagas, contudo, de forma insuficiente e
desorganizada.
seõçatona reV
A condição de itinerância é uma prática vivenciada por muitas famílias que
buscam novas oportunidades de trabalho, se submetendo a deslocamentos
constantes como alternativa para uma melhor condição de vida. No entanto, o
deslocamento culmina com a mudança de escola e inclusive com o
afastamento da escola, dificultando até mesmo a continuidade no processo de
escolarização.
“
A itinerância, enquanto modo de vida peculiar de muitas famílias em várias partes do mundo, remete às formas
residuais de vida de nossos antepassados. Nessa lógica se integram os ciganos, os circenses, os trabalhadores
sazonais, entre outros, que preenchem a tipificação “clássica” habitual de vida itinerante, relacionada ao modo
de vida que necessitava se deslocar constantemente, em busca de condições mais favoráveis.
— (SEQUEIRA; BATANERO, 2010 apud OLIVEIRA, 2013, p. 443)
0
Nesse sentido, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990,
seõçatona reV
regulamenta que.
“
Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. A inércia
ou omissão destes em relação à regularização da matrícula escolar dos seus filhos configura infração
administrativa, sujeita à multa de três a vinte salários mínimos – ECA, art. 249.
— (BRASIL, 1990, s.p)
“
Art. 1º As crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância deverão ter garantido o direito à matrícula
em escola pública, gratuita, com qualidade social e que garanta a liberdade de consciência e de crença. (s.p)
“
aos seus direitos fundamentais.
Art. 17 O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
0
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais.
— (BRASIL, 1990, s.p.)
seõçatona reV
Nesse sentido, as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para
populações em situação de itinerância, estabelecidas pela Resolução nº 3/ 2012
(BRASIL, 2012), determinam que:
“
Art. 2º Visando à garantia dos direitos socioeducacionais de crianças, adolescentes e jovens em situação de
itinerância os sistemas de ensino deverão adequar-se às particularidades desses estudantes.
Art. 3º Os sistemas de ensino, por meio de seus estabelecimentos públicos ou privados de Educação Básica
deverão assegurar a matrícula de estudante em situação de itinerância sem a imposição de qualquer forma de
embaraço, preconceito e/ou qualquer forma de discriminação, pois se trata de direito fundamental, mediante
auto declaração ou declaração do responsável.
“
idade, mediante diagnóstico de suas necessidades de aprendizagem, realizado pela instituição de ensino
que o recebe.
0
Art. 9º O Ministério da Educação deverá criar programas, ações e orientações especiais destinados à
escolarização de pessoas, sobretudo crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação de itinerância.
seõçatona reV
§ 1º Os programas e/ou ações socioeducativas destinados a estudantes itinerantes deverão ser elaborados e
implementados com a participação dos atores sociais diretamente interessados (responsáveis pelos estudantes,
os próprios estudantes, dentre outros), visando o respeito às particularidades socioculturais, políticas e
econômicas dos referidos atores sociais.
As diretrizes ainda destacam que cada sistema de ensino deverá regulamentar seu
funcionamento, visando atender às normativas postas pela Resolução nº3/ 2012,
de forma a não causar prejuízo ao educando itinerante e garantindo que ele
prossiga nos estudos com condições para sua conclusão. Assim,
“
Art. 10 Os sistemas de ensino deverão orientar as escolas quanto a sua obrigação de garantir não só a
matrícula, mas, também, a permanência e, quando for o caso, a conclusão dos estudos aos estudantes em
situação de itinerância, bem como a elaboração e disponibilização do memorial.
Art. 11 Os sistemas de ensino, por meio de seus diferentes órgãos, deverão definir normas complementares
para o ingresso, permanência e conclusão de estudos de crianças, adolescentes e jovens em situação de
itinerância, com base na presente resolução.
— (BRASIL, 2012, s.p)
PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA
E você, futuro educador, já ouviu falar em Pedagogia da Alternância? Essa é uma
forma organizacional e metodológica utilizada com a população camponesa, ou
seja, ao trabalhador rural, que muitas vezes precisa trabalhar na lavoura em
determinadas épocas do ano, necessitando que a escola o acolha através da
adequação de seu calendário escolar, por meio da organização de ciclos da
alternância entre a escola e a lida no campo.
Siqueira (2015) destaca que a Pedagogia da Alternância surgiu na França, nos anos
1930, como forma de atender à necessidade da população camponesa; assim
buscaram desenvolver alternativas que possibilitassem a permanência dos alunos
na escola, correlacionando os saberes do cotidiano aos saberes científicos.
0
Vale destacar aqui que a LDB nº 9394/1996 considera essa forma de organização,
seõçatona reV
normatizando-a legalmente, possibilitando que essa adequação aconteça, como
propõe as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações
em situação de itinerância (BRASIL, 2012).
“
Art. 205: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e a sua qualificação para o trabalho”. No artigo 208, estabelece-se o dever do Estado na garantia do
Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, assegurando, inclusive, “sua oferta gratuita para todos os que a ele
não tiveram acesso na idade própria”.
— (BRASIL, 2013, p. 317)
Dessa forma, jovens e adultos em situação de privação de liberdade possuem o
direito à educação, portanto, o acesso a esse direito deve ser assegurado na
perspectiva de garantir-lhes integridade física, psicológica e moral.
0
A Educação de Jovens e Adultos privados de liberdade não é benefício; pelo
seõçatona reV
contrário, é direito humano subjetivo e deve possibilitar a reinserção social do
apenado, garantindo a sua cidadania. Nesse contexto, vemos que um dos
principais objetivos das instituições de tratamento desses jovens e adultos é a
promoção de sua educação visando sua reinserção social e seu
desenvolvimento saudável.
“
A escola seja para crianças, jovens e adultos, inclusive em ambientes de privação de liberdade, nesta
concepção, deve ser concebida como um espaço de encontro e socialização ao mundo livre em que o saber é
apenas um dos elementos para a sua constituição. É preciso romper com a concepção tradicional e reducionista
de escola, cujo objetivo central está na aquisição de conteúdos pragmáticos e muitas vezes descontextualizados
do ambiente em que se vive, principalmente do mundo moderno.
— (BRASIL, 2013, p. 320)
“
A prisão, em tese, representa a perda dos direitos civis e políticos. Suspensão, por tempo determinado, do
direito do interno ir e vir livremente, de acordo com a sua vontade, mas não implica, contudo, a suspensão dos
seus direitos ao respeito, à dignidade, à privacidade, à integridade física, psicológica e moral, ao
desenvolvimento pessoal e social, espaço onde se insere a prática educacional.
— (BRASIL, 2013, p.320)
Quanto à oferta da Educação de Jovens e Adultos nos estabelecimentos penais, o
artigo 3º da Resolução nº 2 (BRASIL, 2010), especifica que:
“
– Estará associada às ações complementares de cultura, esporte, inclusão digital, educação profissional,
0
fomento à leitura e a programas de implantação, recuperação e manutenção de bibliotecas destinadas ao
atendimento à população privada de liberdade, inclusive as ações de valorização dos profissionais que
seõçatona reV
trabalham nesses espaços;
– Promoverá o envolvimento da comunidade e dos familiares dos indivíduos em situação de privação de
liberdade e preverá atendimento diferenciado de acordo com as especificidades de cada medida e/ou regime
prisional, considerando as necessidades de inclusão e acessibilidade, bem como as peculiaridades de gênero,
raça e etnia, credo, idade e condição social da população atendida;
– Poderá ser realizada mediante vinculação a unidades educacionais e a programas que funcionam fora dos
estabelecimentos penais;
– Desenvolverá políticas de elevação de escolaridade associada à qualificação profissional, articulando-as,
também, de maneira intersetorial, a políticas e programas destinados a jovens e adultos;
– Contemplará o atendimento em todos os turnos;
– Será organizada de modo a atender às peculiaridades de tempo, espaço e rotatividade da população
carcerária levando em consideração a flexibilidade prevista no art. 23 da Lei nº 9.394/96 (LDB).
— (BRASIL, 2013, p. 334)
Quando a BNCC (BRASIL, 2017) normatiza que todos devem ter os mesmos direitos
de aprendizagens visando a promoção de sua cidadania, essa normativa se aplica a
todos que estão vivenciando os programas educativos em ambientes prisionais. O
foco deve estar na política de reinserção social, em consonância com os princípios
éticos, estéticos e políticos que pautam as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013).
Segundo a Resolução nº 2 (BRASIL, 2010), a fim de promover a reinserção de jovens
e adultos em instituições prisionais, é preciso planejar a articulação entre educação
formal e não formal, inclusive sua qualificação profissional, de forma a consolidar
seu direito à cidadania. Assim,
0
“
seõçatona reV
Art. 12 O planejamento das ações de educação em espaços prisionais poderá contemplar, além das atividades
de educação formal, propostas de educação não-formal, bem como de educação para o trabalho, inclusive na
modalidade de Educação a Distância, conforme previsto em Resoluções deste Conselho sobre a EJA.
— (BRASIL, 2010, s.p)
0
Conforme normatiza o artigo 78 da LDB, os povos indígenas requerem a oferta de
seõçatona reV
educação escolar bilíngue e intercultural, a recuperação de suas memórias
históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas
e ciências. (BRASIL, 1996, s.p.).
“
Art. 4º Constituem elementos básicos para a organização, a estrutura e o funcionamento da escola indígena:
I – A centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus processos formativos e,
portanto, a localização das escolas em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam
por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos;
II – A importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos específicos do português para o ensino
ministrado nas línguas maternas das comunidades indígenas, como uma das formas de preservação da
realidade sociolinguística de cada povo;
III – A organização escolar própria, nos termos detalhados nesta Resolução;
IV – A exclusividade do atendimento a comunidades indígenas por parte de professores indígenas oriundos da
respectiva comunidade.
Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à reivindicação ou por iniciativa da comunidade
interessada, ou com a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.
— (BRASIL, 2012b, s.p)
Visando atender plenamente a cultura das diversas comunidades indígenas
existentes no território brasileiro, as diretrizes curriculares nacionais para a
educação escolar indígenas na Educação Básica ressaltam a importância de as
propostas pedagógicas serem construídas junto com a comunidade à que se
0
destinam por profissionais da educação que sejam originários da comunidade
seõçatona reV
indígena a qual se direcionam, com o objetivo de preservar a identidade do grupo,
seus saberes, sua língua, sua memória.
“
Art. 19 A qualidade sociocultural da Educação Escolar Indígena necessita que sua proposta educativa seja
conduzida por professores indígenas, como docentes e como gestores, pertencentes às suas respectivas
comunidades.
§ 1º Os professores indígenas, no cenário político e pedagógico, são importantes interlocutores nos processos
de construção do diálogo intercultural, mediando e articulando os interesses de suas comunidades com os da
sociedade em geral e com os de outros grupos particulares, promovendo a sistematização e organização de
novos saberes e práticas.
§ 2º Compete aos professores indígenas a tarefa de refletir criticamente sobre as práticas políticas
pedagógicas da Educação Escolar Indígena, buscando criar estratégias para promover a interação dos
diversos tipos de conhecimentos que se apresentam e se entrelaçam no processo escolar: de um lado, os
conhecimentos ditos universais, a que todo estudante, indígena ou não, deve ter acesso, e, de outro, os
conhecimentos étnicos, próprios ao seu grupo social de origem que hoje assumem importância crescente nos
contextos escolares indígenas.
— (BRASIL, 2012b)
Vemos que são muitos os desafios que ainda se aplicam à educação indígena no
Brasil.
“
correspondentes às respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das práticas
socioculturais e da língua materna de cada comunidade indígena, produzindo e disponibilizando materiais
didáticos específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência.
— (BRASIL, 2014, s.p.)
0
seõçatona reV
A escola indígena é um espaço cultural que tem como objetivo acolher os
conhecimentos indígenas, manter a memória do grupo, valorizando-a e
perpetuando-a em interlocução com os conhecimentos científicos produzidos pela
humanidade, visando seu fortalecimento.
“
Art. 20 Formar indígenas para serem professores e gestores das escolas indígenas deve ser uma das
prioridades dos sistemas de ensino e de suas instituições formadoras, visando consolidar a Educação Escolar
Indígena como um compromisso público do Estado brasileiro.
— (BRASIL, 2013, p.411)
“
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica;
II - Comunidades rurais e urbanas que:
0
a) lutam historicamente pelo direito à terra e ao território o qual diz respeito não somente à propriedade da
terra, mas a todos os elementos que fazem parte de seus usos, costumes e tradições;
b) possuem os recursos ambientais necessários à sua manutenção e às reminiscências históricas que permitam
seõçatona reV
perpetuar sua memória.
III - comunidades rurais e urbanas que compartilham trajetórias comuns, possuem laços de pertencimento,
tradição cultural de valorização dos antepassados calcada numa história identitária comum, entre outros.
— (BRASIL, 2013, p. 479)
Outro ponto que precisamos refletir é quanto à Educação Quilombola. Como tem
sido a educação escolar nessas comunidades?
“
[...] o território quilombola se constitui como um agrupamento de pessoas que se reconhecem com a
mesma ascendência étnica, que passam por numerosos processos de mudanças culturais como formas de
adaptação resultantes do processo histórico, mas se mantêm, fortalecem-se e redimensionam as suas redes de
solidariedade. A terra, para os quilombolas, tem valor diferente daquele dado pelos grandes proprietários. Ela
representa o sustento e é, ao mesmo tempo, um resgate da memória dos antepassados, onde realizam
tradições, criam e recriam valores, lutam para garantir o direito de ser diferente sem ser desigual. Portanto,
a terra não é percebida apenas como objeto em si mesmo, de trabalho e de propriedade individual, uma vez
que está relacionada com a dignidade, a ancestralidade e a uma dimensão coletiva.
— (BRASIL, 2013, p. 438)
“
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura,
0
requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e
formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional
seõçatona reV
comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. Na estruturação e no funcionamento das
escolas quilombolas, deve ser reconhecida e valorizada sua diversidade cultural.
— (BRASIL. 2013, p. 42)
0
usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural das
seõçatona reV
comunidades quilombolas de todo o país, respeitando sua territorialidade. Nessa
perspectiva, são objetivos da educação escolar quilombola:
“
Art. 6º.
I - Orientar os sistemas de ensino e as escolas de Educação Básica da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios na elaboração, desenvolvimento e avaliação de seus projetos educativos;
II - Orientar os processos de construção de instrumentos normativos dos sistemas de ensino visando garantir a
Educação Escolar Quilombola nas diferentes etapas e modalidades, da Educação Básica, sendo respeitadas as
suas especificidades;
III - Assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem estudantes oriundos dos territórios
quilombolas considerem as práticas socioculturais, políticas e econômicas das comunidades quilombolas,
bem como os seus processos próprios de ensino-aprendizagem e as suas formas de produção e de
conhecimento tecnológico;
IV - Assegurar que o modelo de organização e gestão das escolas quilombolas e das escolas que atendem
estudantes oriundos desses territórios considerem o direito de consulta e a participação da comunidade e
suas lideranças;
V - Fortalecer o regime de colaboração entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios na oferta da Educação Escolar Quilombola;
VI - Zelar pela garantia do direito à Educação Escolar Quilombola às comunidades quilombolas rurais e
urbanas, respeitando a história, o território, a memória, a ancestralidade e os conhecimentos tradicionais;
VII - Subsidiar a abordagem da temática quilombola em todas as etapas da Educação Básica, pública e
privada, compreendida como parte integrante da cultura e do patrimônio afro-brasileiro, cujo conhecimento é
imprescindível para a compreensão da história, da cultura e da realidade brasileira.
— (BRASIL, 2013, p. 480)
Enfim, o currículo da Educação Escolar Quilombola deve se pautar nas Diretrizes Curriculares Nacionais,
garantindo “ao educando o direito a conhecer o conceito, a história dos quilombos no Brasil, o protagonismo do
movimento quilombola e do movimento negro, assim como o seu histórico de lutas”. Também deverão abordar
a história e a cultura afro-brasileira como elementos estruturantes do processo civilizatório nacional,
fortalecendo a identidade étnico-racial, a história e cultura afro-brasileira e africana, a cultura e a linguagem e a
liberdade religiosa de matriz africana ou não, como eixos norteadores do currículo na Educação Básica. (BRASIL,
2013, p. 489)
Vale destacar que ainda hoje muitas comunidades quilombolas ainda não
possuem escolas situadas em seu território, entretanto, como estabelece as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação
Básica, a especificidade étnico-racial e cultural de cada comunidade deve ser
considerada nas escolas quilombolas e nas que recebem alunos quilombolas.
Ainda são muitos os desafios da Educação Básica no Brasil, mas é preciso olhar
0
cada contexto dentro de suas demandas buscando atender o direito de todos.
seõçatona reV
ASSIMILE
0
de reintegrá-lo à sociedade, dando-lhe condições para que ele
consiga se reavaliar e não voltar mais a realizar o mesmo crime.
seõçatona reV
Assim, a ressocialização propicia a dignidade e o tratamento
humanizado, mantendo a honra e a autoestima do detento.
Encaminhar o sujeito para um aconselhamento psicológico e para
projetos de profissionalização incentiva que condenados tenham
seus direitos básicos respeitados.
REFLITA
EXEMPLIFICANDO
0
Cabe à escola verificar os conhecimentos dos alunos itinerantes e montar
um plano de estudo que os acolha e promova conhecimentos, sempre os
seõçatona reV
ajustando em turmas em que eles se identifiquem em termos etários, para
que não haja constrangimentos.
Assim, uma criança de 9 anos, por exemplo, deve ser matriculada numa
turma com seu mesmo perfil etário e seus conhecimentos averiguados, ou
através de seu memorial (documento escolar), ou através da verificação
diagnóstica de seus saberes a partir dos quais seu plano de estudo se dará
de forma acolhedora.
Enfim, estamos encerrando esta seção e esperamos que você, futuro educador,
tenha compreendido mais sobre a diversidade do povo brasileiro e o quanto suas
especificidades devem ser tratadas pela Política Educacional Nacional. Essa, por
sua vez, se traduz em diretrizes que buscam regulamentar as ações, considerando
o princípio Constitucional de que todos temos os mesmos direitos, entre os quais
se situa o direito à Educação.
0
Vemos a partir das Diretrizes aqui apresentadas o quanto é importante adotar
seõçatona reV
Políticas Educacionais que superem a desigualdade e respeitem a diversidade
como um princípio ético e educacional. É preciso olhar para a diversidade e
respeitar as diretrizes educacionais que valorizam os diferentes saberes,
tradições e o patrimônio cultural de comunidades itinerantes, de jovens e adultos
privados de liberdade, de indígenas e quilombolas.
FOCO NA BNCC
Nesse momento, você, futuro educador, deve retomar que a BNCC (BRASIL,
2017) destaca entre as competências que deverão ser desenvolvidas no
decorrer da Educação Básica a valorização das diversas manifestações
artísticas e culturais existentes tanto mundialmente, quanto em contexto
mais próximos e que representam as marcas de nosso povo. Assim, a BNCC
estabelece como fundamental que os alunos conheçam, compreendam e
reconheçam a importância das mais diversas manifestações artísticas e
culturais existentes em nosso país.
0
com o afastamento da escola, até mesmo dificultando a continuidade no
seõçatona reV
processo de escolarização.
III. A escola indígena é um espaço cultural que tem como objetivo acolher os
conhecimentos indígenas, manter a memória do grupo, valorizando-a e
perpetuando-a em interlocução com os conhecimentos científicos
produzidos pela humanidade, visando seu fortalecimento.
a. I, II e III.
b. II e III apenas.
c. I e III apenas.
d. I apenas.
III apenas.
Questão 2
A Constituição Federal e a legislação educacional reconhecem a importância do
respeito e reconhecimento das culturas indígenas por meio da aprovação da
Resolução nº 5/ 2012, a qual define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Escolar Indígena na Educação Básica. As diretrizes se pautam nos
princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do bilinguismo e da
interculturalidade, fundamentos da Educação Escolar Indígena.
Considerando o contexto apresentado e a importância das diretrizes para a
organização e o funcionamento da escola indígena, julgue as afirmativas a seguir
em (V) verdadeiras ou (F) falsas.
0
( ) A centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus
processos formativos é foco da organização educacional indígena, prezando pela
seõçatona reV
localização das escolas em terras habitadas por suas comunidades.
a. V – V – F – F.
b. F – F – V – V.
c. V – V – F – V.
d. V – V – V – F.
V – F – V – V.
Questão 3
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola
na Educação Básica, Resolução nº 8/2012 (BRASIL, 2012), a educação escolar
quilombola deve compreender que as instituições educacionais se fundamentarão
na memória coletiva, nas línguas reminiscentes, nos acervos e repertórios orais,
nos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio
cultural das comunidades quilombolas de todo o país, respeitando sua
territorialidade.
0
Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:
seõçatona reV
I. As Diretrizes visam assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que
atendem estudantes oriundos dos territórios quilombolas considerem as
práticas socioculturais, políticas e econômicas das comunidades
quilombolas.
a. I, II e III.
b. II e III apenas.
c. I e III apenas.
d. I apenas.
e. III apenas.
REFERÊNCIAS
ARROYO, M. Currículo, Território em Disputa. Petrópolis: Vozes, 2012.
0
outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva,1990.
(Série Legislação Brasileira).
seõçatona reV
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil: Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jul. 1990. p. 13563. Disponível em:
https://bit.ly/3qff7GU. Acesso em: 25 jan. 2021.
0
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica.
seõçatona reV
BRASIL. MEC. CEB. Resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012c. Define Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.
0
CURY, C. R. J. A Educação Escolar, a Exclusão e seus Destinatários. Educação em
Revista, Belo Horizonte, n. 48, p. 205-222, dez. 2008.
seõçatona reV
DECRETO nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a Convenção nº 169 da
Organização Internacional do Trabalho – OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. In:
SHIRAISHI NETO, Joaquim (Org.). Direito dos povos e das comunidades
tradicionais no Brasil: declarações, convenções internacionais e dispositivos
jurídicos definidores de uma política nacional. Manaus: UEA, 2007. p. 133-155.
LEME, J. A. G. A cela de aula: tirando a pena com letras: uma reflexão sobre o
sentido da educação nos presídios. In: ONOFRE, Elenice Maria Camarosano (Org.).
Educação escolar atrás das grades. São Paulo: EdUFSCar, 2007.
MUNANGA, K.; GOMES, N. L. Para entender o negro no Brasil de hoje: história,
realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global: Ação Educativa Assessoria,
Pesquisa e Informação, 2004.
0
NUNES, G. H. L. Educação quilombola. In: Orientações e ações para a educação
das relações étnico-raciais. Brasília: SECAD, 2006. p. 139-161.
seõçatona reV
OLIVEIRA, L. B. de. Educação no campo e itinerância - Uma realidade em
Uberlândia/MG. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 13, p. 439-451,
jul./dez. 2013. Disponível em: https://bit.ly/3qfNDAJ. Acesso em: 25 jan. 2021.
0
ZANIN, N. Z.; SILVA, I. M. M.; CRISTOFOLI, M. S. Espaços Escolares Indígenas no
Brasil: políticas, ações e atores envolvidos. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.
seõçatona reV
43, n. 1, p. 201-222, jan. /mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3p9lhHa. Acesso
em: 25 jan. 2021.
0
Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
0
Pensando nessa dinâmica e em todos os elementos que permeiam os processos
educativos, esperamos que com os estudos apresentados aqui, você possa
seõçatona reV
compreender a importância da construção de uma legislação educacional e uma
política educacional, identificando seus impactos em todo sistema, incluindo os
mais diversos contextos escolares.
Nessa reflexão, temos ainda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tratando
não apenas das aprendizagens dos alunos como da formação de professores.
Sendo assim, perceber as possibilidades e os desdobramentos desse documento
fará parte dos nossos estudos.
E muitas pessoas ainda acham que é fácil ser professor, não é mesmo?
Valorizar sua formação inicial e continuada, reconhecendo-se como agente de
transformação faz com que suas aprendizagens também sejam potencializadas.
0
que os alunos construam suas aprendizagens. Agora chegou o momento de
olharmos para as nossas aprendizagens, aquelas mediadas por tantas normas e
seõçatona reV
que precisam ser materializadas na sala de aula. Vamos lá?
O que fazer?
Será que as informações sobre como agir diante de imprevistos estão em um livro
de pedagogia? Alguma teoria ou concepção pedagógica pode te auxiliar nesse
momento?
A escola não é uma célula isolada. Ela se conecta de maneira intensa com tudo que
está à sua volta, aproximando-se do contexto social, dando sentido, buscando
significados e se fazendo presente a todo momento.
Sendo assim, uma das palavras mais presentes em seu repertório deve ser
flexibilidade. Seja de tempos, espaços, planejamento, tudo precisa ser revisitado o
tempo todo para atender às especificidades das turmas e do momento.
0
para agir com tranquilidade e seguir com as ações planejadas.
seõçatona reV
Não é uma tarefa simples e não temos uma receita pronta para esse agir docente.
O que temos são propostas regulamentadas por documentos oficiais.
II. A comunidade escolar é muito participativa, porém a escola não gosta muito
desse envolvimento.
0
e conseguindo, com isso, construir aprendizagens que possam ser úteis para a vida
em sociedade.
seõçatona reV
Esse é o momento de pensar na articulação dos três saberes que apresentamos
em nosso estudo: o saber da disciplina, o saber pedagógico e o saber da
experiência.
Vamos lá?
Conhecer, analisar, comparar e refletir sobre esses documentos são algumas ações
necessárias para que você perceba a importância de ter uma formação de
qualidade, contínua e capaz de construir importantes aprendizagens, não só para
você como também para todos os estudantes.
Bons estudos!
CONCEITO-CHAVE
0
A formação inicial inclui o magistério, o curso de pedagogia e as licenciaturas
seõçatona reV
específicas.
ASSIMILE
Você pode encontrar algumas nomenclaturas diferentes para designar a
formação inicial de professores. Podemos citar como exemplos:
0
para quem já possui uma graduação em outra área e queira atuar como
professor.
seõçatona reV
Pedagogia para licenciados: refere-se ao curso de complementação
pedagógica. É destinado àqueles que já possuem uma licenciatura. O
professor cursou, por exemplo, Ciências Biológicas, atua no ensino
fundamental II e complementa seus estudos com a pedagogia para
atuar também nos segmentos que a pedagogia habilita.
Como exemplo podemos citar a meta 15, que traz a necessidade de todos os
professores da educação básica terem formação específica de nível superior,
obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam, ou a
meta 16, que objetiva formar 50% dos professores da educação básica em nível de
pós-graduação lato e stricto sensu e garantir a todos uma formação continuada em
sua área de atuação. Tudo isso buscando incansavelmente a melhoria da educação
em todo território nacional.
0
FOCO NA BNCC
seõçatona reV
desenvolvidos, ampliando a formação desse profissional, de seus saberes e
práticas, possibilitando lidar com os desafios presentes nos espaços
escolares de forma mais significativa. Esse é um dos motivos que nos faz
sempre pensar em formações do professor.
Os alunos das mais diversas licenciaturas recebem uma bolsa de estudos para
desenvolverem os estágios nas escolas públicas. A proposta favorece a relação
entre teoria e prática em prol da melhoria da educação. Segundo as informações
do programa disponíveis no site oficial do Ministério da Educação:
O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao
estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede
“
pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa
iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os
sistemas estaduais e municipais.
— (MEC-PIBID, 2020)
0
seõçatona reV
Temos quatro modalidades de participação, cada uma recebendo um valor
específico de bolsa de estudos e com atribuições que se diferem:
FOCO NA BNCC
0
uma possibilidade de potencializar a formação desse professor,
seõçatona reV
materializando as orientações dos documentos nos espaços escolares.
“
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica, com a finalidade de
fixar seus princípios e objetivos, e de organizar seus programas e ações, em regime de colaboração entre os
sistemas de ensino e em consonância com o Plano Nacional de Educação – PNE (BRASIL, 2016).
0
organizar uma proposta para transmissão de uma lista de conteúdo, cumpridas
em intervalos de tempo preestabelecidos.
seõçatona reV
FOCO NA BNCC
0
competências incluem: compreender conhecimentos historicamente
construídos, incentivar manifestações culturais e artísticas, pesquisar,
seõçatona reV
investigar, entre outras.
“
Art. 4º As competências específicas se referem a três dimensões fundamentais, as quais, de modo
interdependente e sem hierarquia, se integram e se complementam na ação docente. São elas:
I - conhecimento profissional;
II - prática profissional; e
III - engajamento profissional.
§ 1º As competências específicas da dimensão do conhecimento profissional são as seguintes:
I - dominar os objetos de conhecimento e saber como ensiná-los;
II - demonstrar conhecimento sobre os estudantes e como eles aprendem;
III - reconhecer os contextos de vida dos estudantes; e
IV - conhecer a estrutura e a governança dos sistemas educacionais (BRASIL, 2019).
REFLITA
0
seõçatona reV
Além desses documentos que acabamos de lhe apresentar, diretrizes específicas
são utilizadas para a organização dos projetos de curso ministrados no Ensino
Superior. O Ministério da Educação estabelece as normas que devem ser seguidas
em todo o território nacional para a ofertas desses cursos, incluindo carga horária
mínima, estágios, atividades complementares, entre outras regulamentações,
ficando a cargo das instituições de ensino a organização do currículo com as
disciplinas que fazem compõe a parte diversificada.
Além disso, deve-se considerar que todas as mudanças, que não deixam de fora o
que acontece na escola, precisam de profissionais que se reinventam todos os
dias.
Alguns dados estatísticos mostram que, a partir das exigências apresentadas pela
LDB no que se refere à formação de professores, a busca pelas licenciaturas
aumentou de maneira significativa. Passado um tempo, essa procura diminuiu e
intervenções foram necessárias para que esse cenário pudesse ser revertido.
EXEMPLIFICANDO
O governo mantém alguns programas que possuem entre os seus
objetivos, incentivar à formação nas licenciaturas. Entre os programas de
incentivo podemos citar:
0
Programa Universidade para todos (PROUNI): foi criado em 2005 e atua,
ofertando bolsas de estudos para os estudantes.
seõçatona reV
Universidade Aberta do Brasil (UAB): objetiva a formação de professores
da educação básica, com cursos sendo ofertados na modalidade EaD.
“
O Pibid trouxe mudanças significativas para a escola e para o próprio professor. Vejo que hoje a professora x se
preocupa muito mais com os alunos e o processo pedagógico. Aliás, não só com isso. A professora mudou de
atitude diante dos problemas da escola. Hoje ela se posiciona de outra forma.
— (I Encontro Estadual do Pibid de MS, 2009).
Esse envolvimento é usado como estratégia, pois ao mesmo tempo que incentiva
os estudantes a concluírem a graduação, busca melhoria da qualidade das práticas
educacionais.
Como pudemos perceber, muitos documentos são utilizados para regulamentar a
formação inicial dos professores. Desde normas específicas até orientações para
aproximar esses profissionais dos diferentes contextos sociais, a busca constante
pela qualidade da educação continua sendo o objetivo maior. Entre as propostas
0
temos a BNCC-formação, em que as competências e habilidades que são foco do
seõçatona reV
trabalho pedagógico na Educação Básica são também usadas na formação dos
professores. Como incentivo para a busca das licenciaturas como formação inicial,
destaca-se o PIBID, no qual as práticas escolares são internalizadas e fortalecem os
vínculos desse profissional com tudo que fará parte de sua trajetória.
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
d. I, II e III.
0
e. Apenas a sentença I está correta.
seõçatona reV
Questão 2
O PIBID, programa governamental de iniciação à docência, oferta bolsas de estudo
para os estudantes da licenciatura e seus professores, responsáveis pela
elaboração e coordenação dos projetos. Os alunos das licenciaturas têm a
oportunidade de estagiar de forma prática, compreendendo a dinâmica dos
espaços escolares.
Questão 3
De acordo com o documento do Ministério da Educação:
“
“A BNCC deve, não apenas fundamentar a concepção, formulação, implementação, avaliação e revisão dos
currículos e das propostas pedagógicas das instituições escolares, como também deve contribuir para a
coordenação nacional do devido alinhamento das políticas e ações educacionais, especialmente a política para
formação inicial e continuada de professores. Assim, é imperativo inserir o tema da formação profissional para
a docência no contexto de mudança que a implementação da BNCC desencadeia na Educação Básica” (BRASIL,
2019, p.2).
0
currículos, selecionando os conteúdos que são adequados para cada etapa.
seõçatona reV
Referência: BRASIL. 2019. Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional
Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica
(Relatório). Disponível em: https://bit.ly/3qhzOll. Acesso em: 10 nov. 2020.
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
d. I, II e III.
REFERÊNCIAS
BRASIL. 2014. Lei nº 13.005. Institui o Plano Nacional de Educação. Disponível
em: https://bit.ly/3aeTJMb. Acesso em: 10 nov. 2020.
BRASIL. 2016. Decreto nº 8752. Dispõe sobre a Política Nacional de Formação dos
Profissionais da Educação Básica. Disponível em: https://bit.ly/2ZaWS9B. Acesso
em: 10 nov. 2020.
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seõçatona reV
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Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
0
Para professores alfabetizadores, cursos específicos que potencializam essa
prática. Se temos as tecnologias como necessidade, formação específica para o uso
seõçatona reV
dessas ferramentas e assim, muitas propostas ficam à disposição dos professores.
Além das propostas oficialmente disponíveis, outros cursos podem ser realizados
para aprofundar aprendizagens, conhecer novas metodologias, experimentar
situações de aprendizagem que possam despertar ainda mais o interesse dos
alunos. Uma busca individual com investimento em sua carreira é necessária para
muitas ações, principalmente se considerarmos a contemporaneidade e todas as
transformações sociais que impactam diretamente na escola.
Conforme apresentado em nosso estudo nesta unidade, são muitas demandas que
exigem do professor uma atualização constante. O saber da disciplina, adquirido
ao longo da formação inicial, não é suficiente para acompanhar todas as mudanças
e aproximar-se dos contextos. Temos então a necessidade de buscar a formação
continuada como forma de aperfeiçoar as práticas pedagógicas a fim de
desenvolver competências e habilidades favoráveis à construção de aprendizagens
significativas.
0
Pensando nessas questões, seu primeiro passo na resolução dessa situação-
seõçatona reV
problema é pensar na seguinte competência:
“
Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as
formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e
realizar diferentes projetos autorais.
— (BRASIL, 2017 p. 87)
Ela está inserida na BNCC como uma das dez competências gerais e, sendo assim,
permeia todas as áreas do conhecimento.
“
o incremento da consideração das práticas da cultura digital e das culturas juvenis, por meio do
aprofundamento da análise de suas práticas e produções culturais em circulação, de uma maior incorporação
de critérios técnicos e estéticos na análise e autoria das produções e vivências mais intensas de processos de
produção colaborativos.
— (BRASIL, 2017 p. 500).
Para responder a essa pergunta você deve pensar nas possibilidades de ação nos
espaços escolares, considerar a formação inicial e continuada do professor e
explicar, por meio de uma atividade pedagógica, como essa aprendizagem pode
ser construída.
0
desenvolvimento tecnológico na agropecuária, na indústria, no comércio e nos
serviços.
seõçatona reV
Considere o impacto do desenvolvimento tecnológico na vida das pessoas,
trazendo elementos do dia a dia para investigação na situação de aprendizagem
que você vai propor.
Lembre-se que a cultura digital está presente de diversas formas, seja nos espaços
formais ou não formais. A diferença é que, muitas vezes, ela favorece o acesso à
informação e, com o seu uso, precisamos potencializar a construção do
conhecimento.
A informação muda e com ela a busca pelo conhecimento deve ser constante. Isso
fortalece não apenas sua formação pessoal como também possibilita que as
crianças sejam beneficiadas, construindo aprendizagens sempre significativas e
contextualizadas com situações reais.
CONCEITO-CHAVE
0
E por que essa necessidade?
seõçatona reV
Se pensarmos na formação inicial como requisitos mínimos para lecionar, apenas a
conclusão de um curso superior seria suficiente. No entanto, se pensarmos nas
necessidades para o exercício de uma prática com qualidade e contextualizada,
chegaremos à conclusão de que a aprendizagem do professor é contínua. Temos
muitas e constantes mudanças que fazem com que a formação do professor para
ampliação do seu repertório adquira essa característica cíclica e de ressignificação
a todo momento.
REFLITA
Mesmo que em alguns momentos ela não seja planejada, pelo exemplo
temos evidenciada sua necessidade em todos os momentos.
O educador é constantemente desafiado a diversificar suas práticas, interagir com
o mundo moderno e todos os recursos relacionados às mudanças, que incluem o
uso das tecnologias educacionais. Estar em constante formação é uma forma de
sanar com essas necessidades, sem esgotá-las, tendo em vista sua ciclicidade.
0
Entre as propostas organizadas pelo Ministério da Educação para contemplar a
seõçatona reV
necessidade de formação continuada dos professores, temos o PDE, plano de
desenvolvimento escolar. Uma proposta de política pública criada como forma de
contribuir com a construção de um Sistema Nacional de Educação, previsto desde
a LDB.
“
O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) é uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a realizar
melhor o seu trabalho: focalizar sua energia, assegurar que sua equipe trabalhe para atingir os mesmos
objetivos e avaliar e adequar sua direção em resposta a um ambiente em constante mudança (MEC, s/a).
“
Um dos principais pontos do PDE é a formação de professores e a valorização dos profissionais da educação. A
questão é urgente, estratégica e reclama resposta nacional. Nesse sentido, o PDE promove o desdobramento
de iniciativas fulcrais levadas a termo recentemente, quais sejam: a distinção dada aos profissionais da
educação, única categoria profissional com piso salarial nacional constitucionalmente assegurado, e o
comprometimento definitivo e determinante da União com a formação de professores para os sistemas
públicos de educação básica (a Universidade Aberta do Brasil7 – UAB – e o Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência – PIBID) .
0
seõçatona reV
ASSIMILE
0
Bolsas de Iniciação à realizem o estágio em escolas públicas se
Docência comprometendo a atuar nelas depois de formados.
seõçatona reV
Com isso, o programa consegue criar vínculos dos
futuros professores com as escolas públicas.
Pacto Nacional para o Usando como eixo estruturante “Os sujeitos do Ensino
fortalecimento do Médio e a Formação Humana Integral”, o objetivo é
Ensino Médio promover a melhoria da qualidade do Ensino Médio
com a reflexão sobre práticas escolares e, além disso,
garantir espaços de discussão e formação dos
profissionais atuantes nessa etapa.
EXEMPLIFICANDO
Além das políticas apresentadas anteriormente, temos algumas
possibilidades de formação continuada mais específicas. Como exemplo,
podemos citar o PNEM. Você já ouviu falar?
0
É uma política voltada para a formação de profissionais que queiram
aperfeiçoar suas práticas educacionais relacionadas aos museus.
seõçatona reV
Da mesma forma que citamos essa, enquanto Política Pública mais
específica, temos cursos complementares que podem incluir estratégias de
metodologias ativas, propostas de educação ambiental, educação
matemática, entre outros exemplos.
“
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de
licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos
cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
— (BRASIL, 1996).
Como forma de atender essa necessidade, muitas parcerias são firmadas, e entre
elas temos o Plano Nacional de Formação dos Professores (PARFOR), criado em
2007 a partir de uma parceria entre União, Estados, Municípios e Instituições de
Ensino Superior, com o objetivo de garantir a formação de professores que atuam
na Educação Básica das escolas públicas e não possuem licenciatura.
Primeira licenciatura.
Segunda licenciatura.
0
Bacharéis que buscam atuar no magistério.
seõçatona reV
Além das três situações apresentadas, temos também a oferta de cursos especiais
emergenciais de primeira licenciatura e cursos especiais de formação pedagógica.
No que diz respeito à formação pedagógica, os cursos são destinados a intérpretes
de libras que não são licenciados e estejam atuando na rede pública.
FOCO NA BNCC
0
Desde a LDB de 1996 temos a EaD instituída como modalidade de ensino, o que
seõçatona reV
fez com que a procura pelos cursos aumentasse significativamente, principalmente
as licenciaturas. Isso se deve, em grande parte, ao fato da mesma legislação
estabelecer que a Década da Educação deveria ter como objetivo principal garantir
a formação e a capacitação de todos os professores que não tinham, até então,
habilitação para esta atuação obtida no ensino superior.
ASSIMILE
“
Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
— (BRASIL, 2005).
Seu uso na formação de professores se fortaleceu no âmbito da UAB, tanto para a
formação continuada como para a formação inicial.
0
transformadoras faz com que a procura por essa modalidade seja cada vez maior,
aproximando, entre outras questões, o professor do uso das tecnologias de
seõçatona reV
informação e comunicação percebidas como recursos digitais favoráveis à
interação e contextualização de várias práticas.
EXEMPLIFICANDO
0
seõçatona reV
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS TDIC NAS
ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA
E por falar em tecnologias da informação e comunicação, elas não apenas
precisam ser experimentadas na formação do profissional da educação como
também utilizadas por esse profissional em suas ações pedagógicas.
FOCO NA BNCC
“
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL, 2017)
0
para o desenvolvimento dessa competência. Isso é melhor desenvolvido
quando o professor também internaliza essas práticas em sua formação.
seõçatona reV
A sociedade do conhecimento é mediada pelo uso que faço da informação, que
podem ser transformadas em competências e habilidades e, nesse caminho, a
ação do professor é um diferencial.
0
As TDICs são mídias diversas que fazem uso da tecnologia digital a partir da
lógica binária presente em vários equipamentos, como os smartphones e os
seõçatona reV
computadores.
REFLITA
0
Como forma de aproximar as diferentes gerações presentes nos espaços
escolares, a resolução CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002, que institui
seõçatona reV
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena, orienta no Art.
2º, inciso VI, “o uso de tecnologias da informação e da comunicação e de
metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores”.
Temos, então, mais uma vez, a formação inicial e continuada dos professores
fazendo toda diferença para que os professores façam uso de diferentes recursos
em suas aulas, não apenas para mudar a forma de transmitir a informação, mas
sim para inovar nas ações que favorecem as aprendizagens dos alunos.
0
que temos ações norteadoras e não limitadoras dessas construções. Além disso, os
seõçatona reV
aparatos tecnológicos e o acesso a todos os recursos digitais não é uniforme.
Sabemos das dificuldades existentes em algumas regiões e a transposição para os
espaços escolares nem sempre é tão simples como pensamos.
II. O PARFOR, Plano Nacional de Formação dos Professores, busca, entre outras
ações, garantir a formação dos professores em nível superior.
b. I e III.
c. II e III.
0
d. I, II e III.
seõçatona reV
e. Apenas a sentença I está correta.
Questão 2
A formação continuada dos professores busca ampliar o repertório desses
profissionais, aproximando-os dos contextos e instrumentalizando-os para atender
às demandas que mudam o tempo todo nos espaços escolares. Sendo assim,
analise as sentenças a seguir considerando (V) para verdadeiras e (F) para falsas:
A sequência correta é:
a. V, V, V, F
b. F, F, V, F
c. V, V, F, F
d. F, F, V, V
e. V, F, V, F
Questão 3
A EaD revolucionou a educação e ampliou de forma muito significativa o acesso ao
ensino superior. Dada a flexibilidade e a possibilidade de adequar tempos e
espaços, possibilitou que muitos profissionais complementassem seus estudos
nessa modalidade. A LDB ao considerá-la uma modalidade de ensino e as Políticas
0
Públicas para formação continuada de professores, a fortaleceram ainda mais.
seõçatona reV
No entanto, ainda temos como desafios o uso adequado das TIC e TDICs como
ferramentas que mediam a construção das aprendizagens.
I. As TICs e TDICs não são fins que determinam as aprendizagens, mas sim meios
que auxiliam suas construções.
II. O professor, usuário em sua formação desses recursos, tem sua prática
favorecida por compreender a importância da mediação para que as práticas
façam sentido.
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
d. I, II e III.
REFERÊNCIAS
BRASIL. 1996. Lei nº 9694, de 20 de dezembro de 1996. Dispões sobre as
Diretrizes e Bases da Educação. Disponível em: https://bit.ly/3rK6F2H. Acesso em:
15 nov. 2020.
BRASIL. 2005. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o
artigo 80 da LDB. Disponível em: https://bit.ly/3tSggpZ. Acesso em: 16 nov. 2020.
0
Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica. Disponível
em: https://bit.ly/2Zb4xof. Acesso em: 16 nov. 2020.
seõçatona reV
BRASIL. 2017. Base Nacional Comum Curricular. Disponível
em: https://bit.ly/3ajTbF7. Acesso em: 16 nov. 2020.
0
Eliane de Siqueira
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
0
professor que vivencia diariamente com suas turmas as demandas da profissão.
Reconhece os desafios, planeja estratégias para superá-las e tem o processo
seõçatona reV
educativo nas suas mãos.
São reflexões importantes para os futuros profissionais que devem perceber não
só seus direitos, mas também todos os deveres que fazem parte de suas
atribuições.
Você foi selecionado para uma entrevista, concorrendo à vaga de docente. Como
etapa eliminatória, era necessário a organização de um portfólio com sua trajetória
profissional e informações que trouxessem algum diferencial para a contratação.
Sendo assim, a proposta é que, a partir das ideias apresentadas nesta unidade e
de tudo que compõe a formação do professor, inicial e continuada, você crie uma
lista com tudo que colocaria em seu portifólio.
Veja alguns itens que você pode ampliar a partir dos nossos estudos.
Formação inicial.
Formação complementar.
Vamos experimentar?
0
Para essa construção, sugerimos o uso de algum aplicativo ou recurso digital,
seõçatona reV
como o “leitura interativa”, por exemplo, no qual você pode compor um livro e
importar as informações em pdf. Isso demonstra a articulação com os impactos
que as tecnologias de informação e comunicação trazem para os espaços
escolares.
CONCEITO-CHAVE
0
seõçatona reV
Fonte: elaborada pela autora.
0
Nesse momento, o foco dos estudos será a formação de professores, mais
especificamente a análise do que o PNE traz sobre a remuneração docente.
seõçatona reV
ASSIMILE
0
seõçatona reV
1 4 15 12
2 8 16 13
3 17 14
5 18
6
7
9
10
11
Meta Descrição
0
e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação
seõçatona reV
continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades,
demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
0
A meta 16 tem como objetivo formar em nível de pós-graduação, os professores da
Educação Básica e ofertar a formação continuada em sua área de atuação.
seõçatona reV
Nesse mesmo sentido, o indicador 16 é subdividido em 16A e 16B: “16A -
Percentual de professores da educação básica com pós graduação lato sensu ou
stricto sensu; 16B - Percentual de professores que realizaram cursos de formação
continuada” (PNE, 2014-2024).
ASSIMILE
0
nacional (PSPN), conquista instituída pela Lei nº 11.738 de 2008, também
seõçatona reV
conhecida como Lei do Piso, que regulamenta o piso salarial nacional para os
profissionais da educação pública.
É por esse motivo que outras propostas precisam ser executadas, como o próprio
plano de carreira que ainda será apresentado em nossos estudos.
Embora seja uma estratégia que divide opiniões, é uma forma de avaliar o
desempenho dos professores e o impacto que as políticas públicas possuem na
prática desses profissionais e consequentemente na aprendizagem de seus alunos.
0
A partir de pesquisas feitas pelo INEP/MEC, comparando propostas que foram implantadas
em outros países, alguns fatores foram selecionados para que uma matriz de referência
seõçatona reV
pudesse ser organizada.
Embora essa proposta tenha como objetivo inicial o uso para ingresso na carreira
docente, ela indica características consideradas necessárias para que o profissional
seja um bom professor.
REFLITA
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Não se esqueça de que todas as ações, investimentos e políticas públicas que vão
desde as propostas pedagógicas até a remuneração e a avaliação desses
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profissionais têm como meta a melhoria da qualidade da educação.
Sistema de avaliação.
Progressão funcional.
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Suas propostas formativas objetivam aproximar os profissionais dos
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contextos e conceitos que precisam ser trabalhados com os alunos ao
longo da Educação Básica. Se temos na BNCC a ideia de trabalhar com
competências e habilidades, os professores são formados para
potencializar esse trabalho e garantir as aprendizagens dos estudantes
como direito.
Vale lembrar que plano de carreira comtempla o que temos proposta na meta 18
do PNE. Como objetivo temos:
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Até 2016, criar planos de carreira para os professores da Educação Básica e Superior pública de todos os
sistemas de ensino, usando como referência o piso salarial nacional profissional, definido na Constituição
(Observatório do PNE, 2014-2024)
18.1 - Estabilidade
18.3 - Concurso
18.5 - Censo
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O DOCENTE COMO PROTAGONISTA NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
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A identidade docente constitui-se a partir de uma construção que é histórica. Além
disso, propostas político-educacionais foram progressivamente interferindo nessas
construções e, dessa forma, o papel desse profissional foi sendo cada vez mais
fortalecido.
EXEMPLIFICANDO
O professor reflete constantemente sobre tudo que está a sua volta, age,
interage, ensina e também aprende em um processo construtivo, que
rompe com todos os paradigmas transmissivos e reprodutivistas.
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todos, afinal estamos falando de uma escola pública de qualidade. Essa
capacidade protagonista é adquirida no decorrer do exercício da profissão.
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Busca-se, assim, a reflexão constante sobre a prática, ressignificando suas
ações para além da sala de aula. A vontade de agir, de construir, de fazer
diferente, de buscar recursos e informações que possam contribuir com as
aprendizagens dos educandos também faz parte desse protagonismo e da
postura ativa que se espera dos profissionais da educação.
b. Apenas a formação inicial do professor tem impacto direto no que acontece nos espaços escolares.
c. Somente quando o professor investe em cursos de especialização consegue impactar o que acontece na
escola.
d. O desempenho escolar está focado, exclusivamente nas ações dos alunos.
e. Apenas a gestão escolar tem o controle dos processos avaliativos e, por isso, precisa liderar práticas
interativas.
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Questão 2
O PNE, nas suas metas 15, 16, 17 e 18, trata da valorização dos profissionais da
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educação. Entre as metas, temos a necessidade de instituir plano de carreira,
melhoria das condições de trabalho e garantir a formação dos profissionais da
educação. A partir do exposto, analise as sentenças a seguir:
III. Quando se fala em plano de carreira temos apenas a questão salarial sendo
discutida para motivar os profissionais da educação.
Estão corretas:
a. I e II, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II e III, apenas.
d. I, II e III.
Questão 3
Analise a seguinte situação:
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a. Os professores não precisam se envolver se outra representante já estiver engajada.
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b. Os cursos não devem ser gratuitos pois não são válidos como formação continuada.
d. A escola é que precisa ter a iniciativa para que as ações sejam válidas.
e. A gestão escolar é que deve mediar essas discussões para que os grupo todo seja beneficiado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. 2015. Plano Nacional de Educação (2014-2024). Disponível
em: https://bit.ly/3ah6WnY. Acesso em: 25 nov. 2020.