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Alunos: Amanda Almeida, Eduarda Ennes, Maria Eduarda, Victor Pietro

Assunto: Antônio Francisco “Aleijadinho” Lisboa


Orientador(a): Claudia Kuns Tomaselli

SEMINÁRIO BARROCO
Tópicos:
● Biografia
● Obras
● História na arte
● Doença e últimos anos

BIOGRAFIA DE ALEIJADINHO

Aleijadinho, apelido dado a Antônio Francisco Lisboa, nasceu na região onde


atualmente se encontra Ouro Preto e foi um importante arquiteto e escultor. Ele era filho
de uma escrava (Isabel) com um português (Manoel), que se mudou para o Brasil em
1728 em busca de uma vida melhor.
O pai de Aleijadinho, que era arquiteto e mestre de carpintaria, se casou em 1738
com a açoriana Maria Antônia de São Pedro com quem teve quatro filhos. Aleijadinho,
que aprendeu todos os ofícios com o pai, socialmente sempre foi visto como um filho
bastardo.
Aleijadinho sofreu por ser mestiço: por ser filho bastardo não teve direito à
herança do pai e, como viveu numa sociedade preconceituosa, não pôde assinar muitas
obras nem registros de pagamentos pelos seus trabalhos prestados.
Por ter vivido numa época de ouro da região, recebeu muitas encomendas. O
criador abriu a sua oficina em 1770. A sua produção se centrou em temas religiosos
tendo produzido uma série de encomendas de arte sacra encomendadas pela igreja. As
suas peças foram produzidas para as cidades de Ouro Preto, Tiradentes, Mariana,
Congonhas do Campo, Barão de Cocais, Sabará, Felixlândia, Matosinhos, Caeté e São
João del Rei. Suas obras foram profundamente influenciadas pelo estilo rococó.

Infância
Antônio, posteriormente conhecido
como Aleijadinho, nasceu no dia 29 de agosto
de 1738. Vila Rica, município de Minas Gerais,
segundo a maioria dos biógrafos.
Seu pai, Manuel Francisco Lisboa,
chegou a Minas Gerais em 1724, e logo
encontrou trabalho de carpinteiro e escultor.
Poucos anos depois, se casou com Antônia, que lhe deu 4 filhos. Em 1738, nasceu Antônio,
filho de Francisco e de sua escrava Isabel.
Aleijadinho estudou as primeiras letras, latim e música com os padres de Vila Rica.
Teve como mestre nas artes, os portugueses João Gomes Batista e Francisco Xavier de
Brito. Aprendeu a esculpir e entalhar ainda criança, observando o trabalho de seu pai, que
esculpiu em madeira uma grande variedade de imagens religiosas, e de seu tio, Antônio
Francisco Pombal, importante entalhador de Vila Rica.

PRINCIPAIS OBRAS

Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos
É no Santuário do Bom Jesus de
Matosinhos, situado no morro do
Maranhão, em Congonhas, que estão os
doze profetas esculpidos em pedra
sabão além dos famosos passos da
paixão de Cristo. As criações datam do
século XVIII.
Aleijadinho recebeu a encomenda
em 1796 para criar esculturas da via
Sacra e profetas para o Santuário. Esses trabalhos, feitos pelo artista com o auxílio dos
seus assistentes, são tidos até hoje como as suas obras-primas.

Altar Nossa Senhora do Rosário


Foi no distrito de Santa Rita Durão, em Mariana, que
Aleijadinho esculpiu o seu primeiro altar, em homenagem à Nossa
Senhora do Rosário.
Rico em detalhes, o trabalho foi encomendado para compor
a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Como a irmandade tinha
poucos recursos, o trabalho de Aleijadinho precisou ser, de certa
forma, limitado, o que não fez com que o artista sacrificasse a obra
em termos estéticos.
Apesar de ser o seu primeiro altar, o trabalho é de uma
riqueza impressionante: o projeto, todo criado em estilo rococó,
conta com detalhes dourados que transmitem a riqueza do período
histórico vivido na região de Minas Gerais.
Igreja de São Francisco de
Assis

A Igreja de São Francisco de Assis,


localizada em Ouro Preto, foi uma das maiores
criações de Aleijadinho.
O projeto, que começou em 1766, esteve
em construção até metade do século XIX.
Aleijadinho recebeu a encomenda logo após a
morte do seu pai.
Além de assinar o projeto da igreja, o
artista também foi o responsável pelo altar-mor,
pelo retábulo e pela fonte. Esse é um dos poucos
exemplos de construção católica onde um mesmo
artista assinou não só o projeto arquitetônico como também a ornamentação interna, ficando
responsável tanto pelo interior como pelo exterior da igreja.

Igreja N. Sra. das Mercês e


Perdões

A construção da Igreja N.Sra. das Mercês e


Perdões foi iniciada em 1742 .
Aleijadinho foi contratado para trabalhar na capela-
mor e em esculturas em 1775 tendo recebido pela
encomenda, segundo os registros, a importância de
seis oitavas de ouro como forma de pagamento.
Além da capela-mor, Aleijadinho criou em
pedra-sabão duas esculturas importantes presentes
no interior.

Igreja da Nossa Senhora do Carmo

Na Igreja da Nossa Senhora do Carmo, o artista foi


responsável por desenhar e esculpir partes importantes da
igreja como o frontispício, os púlpitos, o coro e a decoração
da portada.
Nessa obra, para sustentar os coros, Aleijadinho criou
dois anjos musculosos coloridos. Como simbolicamente os
anjos fazem força para carregarem o coro, os querubins
apresentam a musculatura destacada. Esse diálogo entre a
escultura e a sua função simbólica no lugar onde se
encontravam era uma das características mais importantes
das criações do escultor.
Chafariz do Alto da Cruz de Vila
Rica

Aqui, Aleijadinho
esculpiu no topo do
chafariz um busto feminino
pagão em 1761 - foi a
primeira escultura pagã do
período. Habitualmente se
utilizavam nos chafarizes
uma cruz de destaque na
posição onde Aleijadinho
colocou o busto.
O busto tinha influências
do pensamento iluminista,
que vigorava na Europa. Com características humanistas, o
busto criado por Aleijadinho antecipa o movimento rococó
demonstrando o seu traço de inovador.

Chafariz da Samaritana

Situado na cidade de Mariana, não se sabe


a data certa de produção da fonte - sabe-se
apenas que se trata de uma peça do século XVIII.
Devido às suas características formais, o chafariz
foi atribuído a Aleijadinho. Situado numa zona
nobre da cidade, a peça foi instalada em frente ao
novo Palácio Episcopal.

São Joaquim
Aleijadinho esculpiu a figura de São
Joaquim no princípio do século XIX em madeira.
O escultor escolheu retratar um momento
bastante específico da vida de São Joaquim.
O santo era casado com Ana, que era
estéril, mas graças a intervenção divina ele
pode ser pai. É esse momento - quando São
Joaquim recebe a notícia e fica extasiado de
alegria - que Aleijadinho resolveu retratar.

HISTÓRIA NA ARTE
O desenvolvimento de uma sociedade urbana enriquecida pelo ouro contribuiu para
que Minas Gerais tivessem muito contato com as grandes obras da cultura e
intelectualidade da época. A elite mineira enviava seus filhos para estudar na França e em
Portugal, e o contato com o que havia de mais atualizado em ideias na Europa repercutiu de
certa forma em Minas Gerais.
Em Minas Gerais existiram grandes poetas que marcaram a literatura brasileira, mas
o barroco mineiro é uma das expressões artísticas mais conhecidas do período da
mineração. Foi o desenvolvimento do barroco mineiro que tornou Aleijadinho um dos
grandes artistas do Brasil e um dos mais conhecidos do mundo. A prosperidade em Minas
Gerais permitiu que irmandades, ordens terceiras e confrarias de leigos investissem na
construção de igrejas nas grandes cidades da capitania.
Essas igrejas eram construídas em locais estratégicos, e para a sua construção e
decoração, as associações religiosas leigas passaram a contratar arquitetos, escultores e
entalhadores. Aleijadinho foi o grande destaque entre aqueles que trabalhavam na
construção das igrejas. Por mais que, na época, Aleijadinho pudesse não imaginar que seu
ofício fosse reverberar como arte, as obras sacras e seu rico trabalho arquitetônico se
tornaram referência no que se conhece como um dos primeiros processos artísticos
genuinamente brasileiro.

DOENÇA E ÚLTIMOS ANOS

Os biógrafos de Aleijadinho contam que, em 1777, ele começou a ter alguns


sintomas de um problema de saúde que o acompanhou pelo resto da sua vida. Até hoje não
se sabe exatamente o que era, mas algumas doenças como hanseníase, sífilis e porfiria são
especuladas por especialistas.
A doença causou graves feridas e deformações no seu corpo, o que prejudicou sua
mobilidade, afetou seu trabalho e causou-lhe dores profundas. Alguns biógrafos falam que
as deformidades que a doença causou em Aleijadinho fizeram com que ele evitasse as
pessoas, optando por trabalhar à noite, usando chapéus grandes e roupas largas.
Com o tempo, ele se tornou manco, até que perdeu a mobilidade porque a doença
afetou os dedos do seu pé. Especula-se que, depois disso, ele ficou conhecido como
Aleijadinho. Os dedos das suas mãos também ficaram deformados pela doença, e fala-se
que ele trabalhava com suas ferramentas amarradas nelas. Existem especialistas que
apontam que os hábitos de Aleijadinho (trabalhar à noite e usar roupas largas) eram um
indicativo de porfiria, uma doença que causa forte intolerância à luz solar.
Nos últimos anos de vida, a doença avançou e impediu-o de trabalhar, forçando-o a
fechar sua oficina. Incapaz de morar sozinho, Aleijadinho passou a viver com a sua nora, até
que faleceu em 18 de novembro de 1814. O corpo está enterrado na Matriz de Nossa
Senhora da Conceição de Antônio Dias, na cidade de Ouro Preto.

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