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SANTA MARIA

MADALENA
J OSEFA
DE ÓBIDOS
Tomás Tomás de Almeida 11ºB
Santa Maria Madalena (1650) | Josefa de Óbidos | Óleo sobre cobre
| Exposto em Museu Nacional Machado de Castro | 22.8cm x 18.4cm
JOSEFA
DE ÓBIDOS
NOTA BIOGRÁFICA
Josefa de Óbidos nasceu em Sevilha, em
1634, para onde seu pai, Baltazar Gomes
Figueira, pintor que era natural de Óbidos,
fora residir e ali casara com D. Catarina de
Ayalla e Cabrera.

Quando, em 1640, se proclamou a


independência de Portugal e D. João IV foi
aclamado, Baltazar Figueira foi viver com
sua família para Óbidos. Josefa contava
então 6 anos e ali se educou, começando a
manifestar uma vocação notável para a
pintura.

Em 1654, aos 19 anos, teve a sua primeira


encomenda, e depois trabalhou muito para
conventos e igrejas, e como retratista da
família real.

A sua carreira como pintora durou cerca de


38 anos, durante a qual produziu mais de
100 obras.

Santa Catarina de Siena (1646) | Josefa de Óbidos | Óleo sobre cobre


| Coleçao Privada | 22.5cm x 17.5cm
PRIMÓRDIOS
DO BARROCO
PORTUGUÊS
O Barroco em Portugal floresceu durante o
século XVII, alcançando o seu apogeu no
reinado de D. João V. Este movimento
artístico esteve ligado à afirmação da
Independência, bem como aos recursos
vindos das colónias, e foi, em parte,
moldado pela presença e controle da
Inquisição, que desempenhou um papel
significativo na imposição de certos
padrões e na promoção do catolicismo.

O Barroco em Portugal não foi somente


uma manifestação artística, mas também
um reflexo das mudanças políticas e
económicas da época. Sob o governo de D.
João V, as riquezas provenientes do Brasil
desempenharam um papel crucial na
promoção das artes e da arquitetura
barroca. Os recursos abundantes
permitiram a construção de obras A lactação de S. Bernardo de Claraval (1660) | Josefa de Óbidos | Óleo
sobre tela | Exposto em Museu Nacional Machado de Castro | 113cm x
grandiosas.
SANTA MARIA
MADALENA
TEMÁTICA
O tema é o religioso. A pintura
reconstitui um momento místico da
Santa, perante a imagem do Cristo
Crucificado. A escolha da história de
Maria Madalena, expressa o papel da
mulher na sociedade do século XVII e
a sua forma de ver a religiosidade.

Tradicionalmente, foi identificada


como uma pecadora que seguiu e
serviu Jesus Cristo, testemunhando a
sua crucificação e sendo a primeira a
testemunhar a sua ressurreição. Reza
a história,que, Maria Madalena terá
ido para o sul de França, onde terá
vivido 30 anos como eremita, numa
gruta.

É importante explicar que a figura de


Maria Madalena foi algo controversa
ao longo da história do catolicismo, e
que somente em 2016 a Igreja a
reconheceu como apóstola.
SANTA MARIA
MADALENA
LINHAS ESTRUTURAIS E
ESQUEMA DO MOVIMENTO
Josefa de Óbidos mostra-nos o gosto
pela ação própria do Barroco.

1- O ritmo solto dos cabelos


2- O corpo curvado sobre o
crucifixo
3- A posição das mãos
A figura de Madalena ocupa o lugar
central do quadro mas sem mostrar o
corpo inteiro.
As zonas iluminadas pela luz da
candeia são os orientadores da leitura
do quadro: destacamo corpo de
Madalena de braços abertos no centro
da cena noturna.
Josefa pretendeu assim destacar tanto
o intimismo da cena que decorre na
penumbra duma gruta como a sua
carga espiritual
SANTA MARIA
MADALENA
LUZ E SOMBRA
Josefa conhecia bem a natureza física da
luz. O seu pai possuía na casa de Óbidos
uma espécie de “câmara escura” que teria
permitido a artista a estudar as infinitas
possibilidades ópticas da luz.

Maria Madalena é um exemplo dessa base


consolidada de conhecimentos.

A luz emitida pelo crucifixo que juntamente


com a candeia ilumina-lhe o rosto e as mãos
deixando na penumbra o que é secundário.

Na época era chamada a iluminação “a la


candela” (A câmara escura é uma caixa ou
quarto escuro com um pequeno orifício por
onde a luz pode entrar. A luz externa entra
na câmara escura através desse orifício e
projeta uma imagem invertida na parede
oposta. Os artistas renascentistas usavam
essa projeção para ajudar na criação de
pinturas precisas, pois a imagem projetada
servia como um guia para desenhar cenas da
vida real.)
SANTA MARIA
MADALENA
A COR
Pintura rica em cores com tonalidades
quentes vermelhos e amarelos num
ambiente de penumbra geral resaltando o
fundo, que confere um dramatismo à
pintura.
SANTA MARIA
MADALENA
SÍMBOLISMOS
O quadro é um exemplo de um universo simbólico bem
estruturado.

1- O crânio das vaidades - simboliza a meditação sobre as


vaidades da vida e recorda o caráter efêmero de todas as
coisas. 1- O crânio das vaidades 2- O cilício da penitência

2- O cilício da penitência - simboliza o arrependimento pela


penitência pois ambas são meio para chegar à palavra divina
transcrita da Bíblia sobre a qual está colocado o cilício.

3- A Bíblia - simboliza o conhecimento e os valores Cristãos.

4- O crucifixo - a imagem suprema de expiação salvadora das


almas.

3- A Bíblia 4- O crucifixo
SANTA MARIA
MADALENA
OBJETOS DO QUOTIDIANO
Os quadros de Josefa transportam-nos para
uma realidade que dista séculos da nossa.
Podemos perceber alguns aspetos do
quotidiano do Portugal de seiscentos no
quadro Maria Madalena através das roupas e
ornamentos que são preciosas informações
etnográficas .

1- Candeia - Recipiente metálico que utiliza


fina corrente para suspender, com um corpo
cilíndrico onde se colocava azeite e um
orifício por onde sai a mecha (cordão) que
providenciará a iluminação

2- Pote de perfumes - Possivelmente


produzido em estanho este pote
corresponderia a um pote de perfumes que
era o atributo pessoal da santa uma vez que,
quando ela é identificada em vários
momentos da vida de Jesus, é sempre
retratada com um pote de perfumes: -
num primeiro momento quando lava e
perfuma os pés de Jesus; -
num segundo momento quando na manhã
da ressurreição ela se dirige ao túmulo para
INFLUÊNCIA
DE OUTROS
ARTISTAS
A influência marcante na arte de Josefa de
Óbidos decorre da apreciação profunda pelo
trabalho do pintor sevilhano Zurbarán.
Josefa conhecia os seus trabalhos (muitos
dos seus trabalhos foram incluídos em
inventários de bens do seu pai, tio e irmã) e
a sua influencia pode ser vista nos tracos
luminosos no branco de creme e nos têxteis.

Outra influência marcante foi Baltazar


Gomes Figueira. Josefa aprendeu o ofício
com o pai com quem trabalhou na sua
oficina

Josefa de óbidos sofreu também grande


influência do meio eclesiástico que era o
contexto cultural a que pertencia, possuidor
de livros e de um universo simbólico
estruturado.
BIBLIOGRAFIA

Serrão, vitor, O essencial sobre Josefa de


Óbidos, Lisboa , 1988.

Gama, Luis filipe Marques; objetos do


quotidiano na pintura de Josepha d´ Ayalla,
1986.

Vários, História da Arte em Portugal, o


limiar do Barroco, vol.8, Alfa, 1993.

manual

Webgrafia

https://www.publico.pt/josefa-de-obidos

https://ensina.rtp.pt/artigo/josefa-de-obidos-
1630-ou1634-1684

https://artsandculture.google.com/asset/saint
-mary-magdalene-josefa-d-%C3%93bidos/L
QEhqNaU6PXYgg

https://artsandculture.google.com/asset/the-l
GALERIA
GALERIA

A lactação de S. Bernardo de Claraval (1660) | Josefa de Óbidos | Óleo sobre tela | Exposto em Museu Nacional Machado de Castro | 113cm
NOTA FINAL

Josefa produziu cerca de 150 quadros


durante a sua vida o que fez dela a mais
importante artista do periodod barroco em
portugal foi acalmada no estrangeiro mas
por algum motivo esquecida em portugal ate
que em 1949 o museu nacional de arte
antiga fez uma restrospectiva da sua obra na
altura foi paelidada por miguel torga de
privinciana o interesse pela sua obra cresceu
ao longo do seculo 20 sendo considerada
atualmente uma pintura que viveu em toda a
sua vida com uma independencia incomum
e criou a sua propria linguagem no barroco
portugues

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