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AULA DE PREPARAÇÃO PARA O BATISMO.

TEXTO ÁUREO

“De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida”. (Romanos 6:4)

VERDADE APLICADA

O batismo em águas é uma ordenança de Jesus que simboliza o que já aconteceu


na vida de quem foi regenerado.

TEXTO REFERÊNCIA

Mateus 3:13,16; 28:19; Atos 2:38

INTRODUÇÃO

Encontramos no Novo Testamento dezenas de referências à prática do batismo em águas,


indicando que se trata de um rito presente desde o início da Igreja (At 2.37-41)

1. ASPECTOS GERAIS SOBRE O BATISMO

O rito batismal compõe o grupo geral de normas vinculadas com o lavar. Há vários relatos
bíblicos, e também em outras fontes, sobre o uso da água em cerimônias de purificação,
tanto de pessoas como de objetos, inclusive entre algumas religiões pagãs e na comunidade
judaica.

1.1. Aspectos históricos.

A comunidade judaica submetia o convertido gentio o judaísmo a um banho ritual, após a


circuncisão, identificado como “batismo do prosélito”. O precursor de Jesus, João Batista,
“apareceu batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento” (Mc 1.4), em
cumprimento a um mandado de Deus (Jo 1.33).

Entre os judeus. O batismo em águas já existia em Israel quando João iniciara seu ministério
profético no deserto da Judéia. A novidade não estava no ato em si, mas no fato de os judeus
também serem submetidos ao batismo. Pois, até então, esse ritual restringia-se aos gentios
convertidos ao judaísmo. Para os judeus, somente os pagãos necessitavam de
arrependimento (Cl 2.15; Mt 3.9). Era por esse motivo que as autoridades judaicas
estranhavam o fato de João batizar os descendentes de Abraão (Mt 3.7-9) (Lições CPAD
Jovens e Adultos 2008 1º Trim)

E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-
lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento
E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo
que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. ( Mt3:7-9)

“PROSÉLITO. Um estrangeiro. Era o nome que os judeus davam àqueles que não eram
judeus por nascimento, mas que vinham viver no seu país, colocando-se sob a proteção do
Senhor; e também eram chamados prosélitos os que abraçavam a religião judaica noutras
terras. No N. T. algumas vezes se lhes dá o nome de prosélitos, e outras vezes o de
‘piedosos, tementes a Deus’ - At 2:11; 10:2,22; 13:16, 43. O batismo de prosélitos era, para
os judeus, coisa natural visto como consideravam impuros e imundos todos os
gentios”. Bukland (1981, p. 62, 63),
(William Buckland 1784 —1856) foi um teólogo britânico que se tornou Deão de Westminster,
geólogo e paleontólogo.

1.2. Definição da palavra batismo.

No Novo Testamento, no original grego, são encontradas as expressões “Bapto” (verbo),


com significado de submergir, e o termo derivado, “baptizo”, significando imergir, tornar
submerso. Tanto em contextos judaicos ou cristãos, o pensamento de imersão permanece.
A própria exposição feita pelo apóstolo Paulo em Romanos 6, como sendo a união do
discípulo com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição, concorda com este
pensamento desde os primórdios.

A ilustração do batismo (Rm6.4,5). Paulo ilustra essa situação na prática do batismo, pois
os cristãos de então tinham essa experiência (Mt 28.19; At 2.38). Era, portanto, fácil
compreender a ilustração do batismo. Essa passagem mostra, com muita clareza, que o
batismo é por imersão, como o próprio verbo grego baptizo sugere: “mergulhar, imergir”, o
oposto de aspergir.( Lições CPAD Jovens e Adultos » 1998)

De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressurreição;(Rm6.4-5)

1.3. Importância do batismo.

Em contraste com o judaísmo, a Igreja no Novo Testamento não era caracterizada por rituais.
Contudo, há duas cerimônias que estão presentes na caminhada da Igreja desde os
primórdios por terem sido instituídas pelo mandamento de Cristo: batismo em águas e a
Ceia do Senhor (esta será tema da próxima lição). Por esta causa, são consideradas no
estudo da Teologia Sistemática sobre Eclesiologia (A doutrina da Igreja) como ordenanças
da Igreja. Assim, o batismo é importante porque o que foi ordenado pelo Senhor Jesus Cristo
(Mc 16.15-16; Mt 28.18-19), e porque os apóstolos e os primeiros discípulos ensinavam e
praticavam essa ordenança (At 2.37-38, 41; 8.12-13; 36-38; 9.18; 10.47-48; 16.14-15, 32-33;
18.8; 19.5).

Exemplo da pratica do batismo na igreja primitiva:

E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água;
que impede que eu seja batizado?

E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus
Cristo é o Filho de Deus.

E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o
batizou.(At 8:36-39).

Desde o inicio, o batismo é utilizado para admitir o novo discípulo na igreja. O comentarista
F.F.Bruce declara: "A idéia de um cristão não batizado realmente sequer é contemplada no
Novo Testamento". A Didaqué, obra escrita entre 60 e 90 d.C., no capítulo IX, instrui que
somente podem participar da Ceia do Senhor aqueles que foram batizados em nome do
Senhor.(revista do professor).

2. BATISMO: FORMA, FÓRMULA E CONDIÇÃO

Considerando as controvérsias existentes quanto a estes aspectos e a pluralidade das


denominações evangélicas no Brasil, refletiremos nestes assuntos por conterem ensinos
preciosos para enfatizar verdades espirituais presentes nesta doutrina.

2.1. A forma do batismo.

A própria etimologia da palavra, registrada no tópico anterior, indica a forma: imersão. Essa
conclusão é atestada pelos estudiosos da língua grega e pelos historiadores da Igreja.
Mesmo aqueles que advogam outras formas (aspersão ou fusão) reconhecem a imersão
como a forma usada pela Igreja Primitiva. Inclusive, a exposição do apóstolo Paulo em
Romanos 6.3-4, quando relaciona o batismo em água como símbolo de sepultamento e
ressurreição, deixa claro a forma que era utilizada.

Meditemos em alguns detalhes registrados nas Sagradas Escrituras acerca do batismo:


primeiro, requer abundância de água (Jo 3.23); segundo, tanto o que batiza como o batizando
descem à água (At 8.38); terceiro, é uma representação de sepultamento na água (Cl 2.12).
Sendo assim, verifica-se que o batismo em água por imersão é confirmado pelos aspectos
bíblico, linguístico, simbólico e histórico.(Revista do professor)

E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o


eunuco, e o batizou.(At 8:36-39).

2.2. A fórmula do batismo.

O próprio Senhor Jesus deu a fórmula: “...batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do


Espírito Santo” (Mt 28.19). Encontramos, também, neste texto, a participação de três
Pessoas da Trindade na obra de salvação do ser humano: o Pai amou e planejou; o Filho a
consumou; e o Espírito Santo aplica a salvação no homem. Assim, quando lemos em Atos
2.38; 10.48, não se trata de uma “outra fórmula”, mas uma afirmação da “autoridade
concedida” pelo Senhor de acordo com o Seu mandamento, e o reconhecimento e a
submissão do novo convertido a Jesus Cristo como Salvador e Senhor.

Batizar somente em nome de Jesus é usar textos bíblicos sem considerar outras passagens
sobre o mesmo assunto (um equívoco praticado por muitos); ignorar o testemunho dos
escritos patrísticos (pais da igreja) como a Didaquê e Irineu ou incorrer na heresia dos
unitaristas (deturpam e negam o Deus Trino).(Revista do professor)

2.3. Condição para ser batizado.

No mandamento do Senhor encontramos que o batismo seria administrado aos que se


tornam discípulos (Mt 28.19). Nos registros em Atos, o batismo em águas foi precedido de
pregação, arrependimento, aceitação da Palavra, instrução e fé (Atos 18.8: “ouvindo-o,
creram e foram batizados”.

Não há base para a crença no poder miraculoso da água batismal em transformar uma
pessoa. O batismo é para os que já passaram pela experiência da regeneração. A igreja
evangélica brasileira vive um momento de grande crescimento numérico. Contudo, como
está o discipulado? Está acompanhando este crescimento? O Senhor Jesus ordenou:
ensine, batize, ensine (Mt 28.19-20).(Revista do professor)
A figura do batismo em águas ilustra a nossa plena identificação com Cristo. Somente aquele
que experimentou a regeneração efetuada pelo Espírito Santo provou o que o símbolo
representa - a plena identificação do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de
Cristo.

O batismo não salva o crente, no entanto, todos os que crêem em Jesus para sua salvação
pessoal, desejam descer às águas batismais em cumprimento ao mandato de Cristo Jesus.
O batismo no Espírito Santo é uma iniciativa divina. Jesus é quem decide a hora e o lugar
para o crente ser batizado no Espírito Santo. Entretanto, o batismo em águas é uma decisão
pessoal do cristão. Somente o crente, ele ou ela, é que decide quando batizar-se.

Alguns crentes ainda não foram batizados, muito embora estejam a tanto tempo na igreja. O
que falta? Certeza de que é um salvo ou salva em Cristo? Medo de comprometer-se com a
doutrina da igreja? Ainda não nasceram de novo? Não sabemos ao certo. Mas todo crente
verdadeiramente convicto de todas as promessas de Deus para a sua vida, se ainda não foi
batizado, aguarda com expectativa o momento para testemunhar publicamente de sua fé em
Cristo.~ (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2007 » 1º Trim)

3. O SIGNIFICADO DO BATISMO

É de grande importância para nossa edificação, amadurecimento e firmeza espiritual que


conheçamos o significado desta ordenança da Igreja, conforme encontramos na Palavra de
Deus (Rm 6.3-14; Gl 3.27; Cl 2.12).

3.1. União com Cristo.

Quando o discípulo do Senhor Jesus é batizado em água, ele está testemunhando


publicamente que está unido a Cristo. O apóstolo Paulo usa a expressão “vos revestistes de
Cristo” (Gl 3.27), ou seja, fomos incorporados nEle pela fé.

Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.


Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.(Gl 3:26,27)

3.2. Morte e sepultamento do nosso velho a Palavra de Deus.

“...o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que não sirvamos mais ao pecado”
(Rm 6.6). Esta é a mensagem que o batizando está proclamando ao descer às águas
batismais. Para tanto é necessário que tenha ocorrido a conversão e receba ensino acerca
das doutrinas fundamentais da salvação.

Não batizamos crianças, pois ainda não estão suficientemente desenvolvidas para terem
plena consciência sobre o arrependimento e fé. A maioria das igrejas evangélicas
apresentam ao Senhor diante da igreja as crianças recém-nascidas, como Jesus foi
apresentado no templo (Lc 2.22-24). Cremos e incentivamos os responsáveis a agirem
conforme registrado em Mateus 19.13-15: conduzir as crianças a Cristo, com ensino e em
oração, esperando que, alcançando mais idade, tomem a decisão de passar pelo batismo
em água.(Revista do professor)

3.3. Revestidos da armadura de Deus.

O discípulo de Jesus liberto do poder do pecado, não mais dominado pela natureza
pecaminosa e unido a Cristo, também em Sua ressurreição (ato simbolizado quando é
levantado das águas batismais), agora com “ele viveremos” para que “andemos nós também
em novidade de vida” (Rm 6.4, 8). Assim, o batismo em água é um anúncio público sobre o
novo viver, agora debaixo do senhorio de Jesus Cristo, apresentando a Deus o nosso corpo
“...como instrumento de justiça” (Rm 6.13b).
“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida.”( Rm 6.4)

Certo comentarista afirmou: “Compreende-se que, no ato de descer à água do batismo,


renunciamos a antiga vida e, no ato de sair, penetramos em uma segunda e nova vida”. Há
aqueles que consideram tanto o batismo como a Ceia do Senhor como sacramentos, no
sentido de transmitir à pessoa que deles participa graça espiritual (para salvação), bem
como produzir mudança espiritual. Contudo, não há base bíblica para tal crença. Vide as
lições anteriores que tratam da salvação e seus aspectos. A pessoa nascida de novo anda
em novidade de vida pela contínua ação do Espírito Santo (Ef 5.18; Gl 5.16, 25). É importante
ressaltar que o batismo em água não salva, mas sinaliza que a pessoa decidiu se submeter
ao senhorio de Cristo, viver em novidade de vida e tornar público esta mudança. Como na
Igreja Primitiva, pelo batismo, o novo discípulo torna-se membro efetivo da igreja
local.(Revista do professor)

"O significado do Batismo"

1. É um símbolo. O batismo é um símbolo da nossa identificação com a morte,


sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6:3,4). Assim como Jesus morreu, também
morremos para o mundo (Gl 2:20; Cl 3:3) e somos 'sepultados' pelo batismo, para que,
juntamente com Ele, venhamos a ressuscitar em 'novidade de vida' (Rm 6:5, Cl 2:12).
2.
2. É uma confissão. O batismo é também um ato de confissão da nossa fé em Jesus,
pois, por intermédio desta, morremos para o mundo, a fim de pertencermos a Jesus
(Gl 3:27; 1Pe 3:18). O batismo se torna para o crente um verdadeiro limite entre o Reino
de Deus e o mundo, como o mar Vermelho foi o limite entre a terra da escravidão (o
Egito) e o caminho para a nova vida (Canaã - 1Co 10:2).
3.
4. É uma ordem. Jesus ordenou, e queremos obedecê-lo. Jesus é o nosso exemplo em
tudo (1Pe 2:21; Jo 13:15), e Ele foi batizado para cumprir toda a justiça de Deus (Mt
3:21), Assim, também queremos seguir as suas pisada (1Pe 3:21; Sl 85:13).
5.
4. É uma bênção. É um ato em que Jesus opera na vida daquele que se submete a Ele,
abençoando-o e confirmando a sua fé na Palavra. Não é, como alguns afirmam, um
ato mágico que, apenas pela ministração, traz efeitos para a vida espiritual. A salvação
é um dom de Deus (Rm 6:23). Porém, Deus proporciona, mediante o batismo, ricas
bênçãos que aperfeiçoam a salvação recebida". (BERGSTEN, E. Teologia Sistemática.
4.ed.,RJ:CPAD,2005,p.244-5).

CONCLUSÃO
Enquanto estivermos neste mundo, precisamos perseverar na proclamação do Evangelho,
fazendo discípulos e batizando em água, pois são mandamentos deixados pelo Senhor da
Igreja. Que a mão do Senhor continue sobre nós e, assim, “grande número creia e se
converta ao Senhor” (At 11.21), para a gloria de Deus.

Bibliografia
Biblia de estudo pentecostal, Almeida revista e corrigida, Rio de Janeiro, CPAD
Revista EBD Betel Dominical Professor - 4 trimestre 2017, ano 27, número 105 - Editora Betel
PAE - Plano de Aula Expositiva - Auxílio EBD - http://editorabetel.com.br/auxilio/beteldominical/
1. Quais as duas ordenanças da Igreja?

2. Qual a forma do batismo?

3. Nos registros em Atos, do que o batismo em águas foi precedido?

4. Qual é a mensagem que o batizando está proclamando ao descer às águas batismais?

5. O que o sepultamento sela?

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