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A Teoria de Aprendizagem Musical de E. E. Gordon sob a luz da Psicologia


Histórico-cultural de L. S. Vigotski: possibilidades de diálogo

Juliana Muniz Villalba


Universidade Estadual de Campinas(UNICAMP)
julianamunizvillalba@gmail.com

Resumo: Este trabalho apresenta parte de uma pesquisa inicial de mestrado onde investiga-se as
possíveis relações teóricas entre a Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon e a
Psicologia Histórico-cultural de Lev Vigotski. Entendendo que são teorias com bases
epistemológicas diferentes, essas relações são consideradas no contexto da educação musical na
primeira infância. Por fim, busca-se compreender como essas relações podem potencializar a
prática pedagógica de educadoras(es) musicais.
Palavras-chave: Teoria de Aprendizagem Musical; MLT; Psicologia Histórico-Cultural; Vigotski;
Aprendizagem Musical.

Abstract: This paper presents part of an initial master’s research where the possible theoretical
relations between Gordon’s Music Learning Theory and Vygotsky’s Historical-Cultural Psychology
are investigated. Understanding that they are theories with different epistemological bases, these
relationships are considered in the context of music education in early childhood. It seeks to
understand how these relationships can enhance the pedagogical practice of music educators.
Keywords: Music Learning Theory; MLT; Historical-Cultural; Vygotsky; Music learning.

Pesquisa em Andamento

Esse artigo é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento cujo objetivo


principal é investigar pontos de convergência entre a Teoria de Aprendizagem Musical de E. E.
Gordon e a Psicologia Histórico-Cultural de L. S. Vigotski no contexto da primeira infância. Como
objetivo secundário, busca-se investigar se esses possíveis diálogos podem influenciar a fluência e
o entendimento dos processos de aprendizagem musical das(os) próprias(os) docentes e, como
consequência, influenciar na sua prática pedagógica.
Para investigar o objetivo principal da pesquisa, está em andamento a revisão bibliográfica
sobre o tema. As referências sobre a Teoria são livros escritos pelo Gordon (Learning Sequences in
Music (2012); Music Learning Theory for Newborn and Young Children (2003); Space Audiation (2015)). As
principais referências sobre Vigotski são os livros do próprio autor (Psicologia, educação e
desenvolvimento: escritos de L. S. Vigotski (2021); A construção do pensamento e da linguagem
(2009); Imaginação e criação na infância (2009); O desenvolvimento psicológico na infância (1998);
Sete aulas de Vigotski: sobre os fundamentos da pedologia (2018)), assim como literatura produzida

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por Marta Khol de Oliveira, Zóia Prestes e Elizabeth Tunes – que trazem referências Vigotskianas
para o Brasil, e também Silvia Cordeiro Nassif, que faz contribuições sobre Vigotski no contexto
da educação musical.
A ideia de ponderar pontos de contato entra a Teoria e a Psicologia vem como
desmistificação de mal-entendidos sobre a Teoria, que muitas vezes é considerada como
positivistas e puramente cognitivista. Embora Gordon tenha claramente referências cognitivistas,
livros de autores como Vigotski aparecem como referências bibliográficas, compondo parte do seu
alicerce teórico.
Com relação ao objetivo secundário, está em andamento uma Oficina de Formação
Continuada para educadoras(es) da primeira infância como projeto de extensão do Instituto de
Artes da UNICAMP. A Oficina trata, através de atividades práticas e reflexivas, das bases que
sustentam a Audiação Preparatória, assim como seus tipos e etapas. Também aborda as possíveis
conexões da Teoria com a Psicologia Histórico-Cultural, como a relevância da experiência com
contextos diversos para os processos de discriminação e criação, a importância da mediação para
o aprendizado, dentre outras associações. Questionários e entrevistas serão realizados a fim de
coletar dados que permitam i) entender como educadoras(es) podem potencializar sua própria
fluência musical através do estudo da Teoria de Aprendizagem Musical, da prática musical e da
Psicologia Histórico-Cultural, e ii) impactar o desenvolvimento musical das crianças que fazem
parte da comunidade discente como desdobramento desse entendimento. Mais detalhes sobre o
andamento e conclusões da Oficina serão apresentados numa outra oportunidade.
Espera-se com este estudo, trazer mais referências sobre a Teoria de Aprendizagem
Musical adotada em alguns contextos da educação musical brasileira, trazendo novos elementos
para se pensar a formação musical de educadoras(es) e, assim, potencializar sua atuação como
docentes, impactando direta ou indiretamente a comunidade discente.

Breve contextualização

Lev S. Vigotski

L. S. Vigotski (Orsha, 1896 – Moscou, 1934) foi um estudioso sobre o desenvolvimento


humano que, apesar de vida curta e obra inacabada, é considerado um dos mais importantes
psicólogos do século XX (TORMIN, 2014).
Elaborador da Psicologia Histórico-Cultural (PHC), tem como matriz epistemológica o
materialismo dialético. Sendo assim, o ser humano é interpretado como um ser determinado e, ao

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mesmo tempo, criador do contexto sócio-histórico-cultural em que vive. Portanto, essa postura
crítica é caracterizada pela relação dialética de influências do meio no sujeito e do sujeito no meio.
Com claras influências marxistas, a PHC é considerada uma psicologia sócio
interacionista, considerando a mediação dos instrumentos e signos de grande relevância para o
processo de aprendizado. Para Vigotski (2018) a relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento
é mediada por signos (mediação semiótica) e por outras pessoas (mediação social). A linguagem e
o aprendizado também ocupam um espaço de destaque na Psicologia. Sendo a linguagem
considerada a principal mediadora semiótica, tem grande importância nos processos de
aprendizado e no desenvolvimento psíquico.
Dessa forma, Vigotski apresenta o desenvolvimento humano sob diversas perspectivas e
com inúmeras possibilidades de desenvolvimento.

Edwin E. Gordon

E. E. Gordon (Connecticut, 1927 – Iowa, 2015) foi musicista, pesquisador, professor e


elaborador da Teoria de Aprendizagem Musical (do inglês Music Learning Theory – MLT). A MLT
trouxe um novo horizonte sobre o aprendizado musical ao relacionar este com diversas áreas do
estudo da aprendizagem. Dentre essas áreas, o estudo do desenvolvimento humano sob a
perspectiva da psicologia foi fundamental para Teoria, sendo possível identificar as ideias de
Vigotski, Bruner e Gagné (FREIRE, 2006).
A MLT elucida através de estudos meticulosos, os processos cognitivos relacionados ao
aprendizado musical e o desenvolvimento da Audiação. Assim, apesar de propor direcionamentos
pedagógicos, a Teoria difere-se de um método já que as preocupações dos métodos são centradas
na organização sistematizada de conteúdos e procedimentos, colocando a ênfase no ensino e
nas(os) educadoras(es).
Como base, a Teoria conta com três pilares estruturantes: a Audiação, a Sequência de
Aprendizado de Habilidades [musicais] e a Aptidão Musical. Para resumir de forma enxuta, a
Audiação pode ser compreendida como um processo cognitivo para a compreensão musical da
música, mesmo que o som não esteja mais presente fisicamente. Já a Sequência de Aprendizado de
Habilidades explica a trajetória do aprendizado musical por discriminação e inferência. E a Aptidão
Musical se refere a potencialidade que todas as pessoas possuem para fazer música.

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Possíveis conexões

A aquisição do vocabulário musical e a mediação

Algumas estudiosas da Teoria de Aprendizagem Musical já refletiram sobre as possíveis


conexões entre algumas concepções de Vigotski e da Teoria (TORMIN, 2014; MARIANO, 2015;
CANECA, 2021). A figura 1 mostra uma pirâmide de aquisição de vocabulário musical que Beth
Bolton, estudiosa da MLT, apresentou em um curso oferecido pelo The Gordon Institute for Music
Learning (2020). Ela faz uma expansão da pirâmide inicialmente proposta por Gordon, destacando
ideias de Vigotski e Stern. Segundo Gordon (2012), todas as pessoas passam pelas mesmas etapas
de aprendizagem musical, seguindo caminhos diferentes no que concerne às suas próprias
potencialidades musicais e influências externas, isto é, os ambientes nos quais estão inseridas e os
modelos com as quais se tem contato.

FIGURA 1 – Adaptação da Pirâmide de Aquisição de Vocabulário Musical proposta por Beth


Bolton (fonte: Apostila do curso GIML - Introduction to Music Learning Theory & Elementary General
Music).

Apesar da música não ser uma língua, pode ser considera uma forma de linguagem. Nesse
cenário, é possível identificar uma semelhança entre os processos de aprendizado da língua materna
proposto por Vigotski e o da linguagem musical proposto por Gordon, já que ambas são uma
potencialidade humana que permite a comunicação primordialmente oral e aural desenvolvida sob
a influência do meio sociocultural. E embora a aquisição de vocabulários de escuta, fala e
pensamento muitas vezes acontecerem concomitantemente, a pirâmide nos mostra uma linha
condutora que condiz com o desenvolvimento ontogenético do ser humano.

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Acredita-se que é nesse contexto que Gordon desenvolve o termo Audiação (do inglês
Audiation). Para o autor, esse conceito é para a música o que o pensamento é para a linguagem
verbal (GORDON, 2012, p.9). Segundo Caneca

Gordon não inventou a audiação. Ela deriva do conceito de ideação, que significa
projetar ações na mente. Gordon (2021) percebeu esse processo dentro do
campo musical e teorizou sobre seu desenvolvimento, mas a audiação é uma
capacidade humana, logo ela não foi inventada, mas surge como fruto do
desenvolvimento histórico, social e cultural do homem. Vigotski (2009), no início
do século XX, já avançava na relação entre ideação e objetivação como
capacidade que permite o pleno desenvolvimento do pensamendo e da fala em
nossa espécie (CANECA, 2021, p.16)

Para Gordon, a Audiação é um processo de compreensão da música, mesmo que o som


não esteja mais fisicamente presente. Desse modo, ser capaz de audiar torna-se importante quando
se entende que “[...] o som por si só não é música – o som torna-se música quando, através da
audiação é feita uma interpretação dos sons que são escutados (GORDON, 2012, p.9 – tradução
nossa).
Trazendo à tona a importância do significado e da interpretação que se dá aos sons, é
importante salientar que essas relações não acontecem diretamente, mas sim mediadas por outros
signos, instrumentos e indivíduos imersos nessas culturas, que para isso utilizam de “sistemas
simbólicos diversos, entre os quais as várias formas de linguagem” (SCHROEDER, 2012). Dessa
forma, pode-se compreender que o desenvolvimento do ser humano, especificadamente das
funções psicológicas superiores, só é possível através de mediações que este tem com o meio
sociocultural.
Gordon explicita o processo de mediação quando diz que “pais e professoras aproveitam
o movimento para oferecerem uma orientação estruturada e informal para auxiliar as crianças a
resolver os problemas por si mesmas e para elas mesmas” (GORDON, 2003, p.120 – tradução
nossa). Nessa afirmação fica clara a necessidade do outro, que identifica o quanto interferir ou não
na resolução das questões envolvidas no desenvolvimento musical das crianças.
Assim, Pérez et al fazem uma importante ponte entre o processo de mediação e o
aprendizado musical quando falam sobre a postura mediadora da educadora musical. Esta “cria um
habitat onde as crianças podem aprender e se amadurecer ao seu ritmo, e assim, encontrar sua
própria sequência de desenvolvimento” (PÉREZ et al., 2018, p.70 – tradução nossa). Pontuado que
não só a educadora, mas também o ambiente, os instrumentos e signos são essenciais para o
desenvolvimento da aprendizagem musical.
É importante mencionar que tanto para Vigotski quanto para Gordon, a aquisição do
vocabulário verbal ou musical, assim como o desenvolvimento da criatividade nessas duas

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linguagens, é proporcional à riqueza de experiências mediadas que a criança vivenciou. Na MLT


isso é evidenciado quando Gordon (2012) discorre sobre o processo de aprendizagem por
discriminação e a importância de oferecer diversos modos, métricas, dentro outros estímulos. Já
na Psicologia, entende-se que “para Vigotski (op. cit.), [...] a criatividade nas crianças pequenas está
diretamente ligada à memória e, portanto, à riqueza da experiência anterior. Quanto maior a
vivência artística, maior o material acumulado para o exercício da imaginação e da criação”
(SCHROEDER, 2012).

O biológico e o sociocultural no aprendizado musical

Nassif (2019) afirma que atividades que são praticadas ou não no ambiente no qual o
indivíduo se desenvolve, vão formar ou não determinadas estruturas cerebrais e,
consequentemente, desenvolver determinadas capacidades não outras. Assim, a música pode ser
considerada uma potencialidade humana, já que é um importantíssimo sistema simbólico de
comunicação presente em diversas culturas que, portanto, só pode ser desenvolvida socialmente.
Sendo a música uma criação da necessidade humana (de ordem cultural), fica claro que não é
possível reduzir a musicalidade à capacidade biológica, apesar da sua potencialidade de desenvolver
ser de ordem natural.
Vigotski corrobora quando não desconsidera o fator biológico no processo de
desenvolvimento. O autor entende que apesar de fazermos a divisão entre biológico e sociocultural
por motivos de estudo, estes exercem juntos uma influência dialética no desenvolvimento da
criança, que é um ser integral. Essa influência não é concreta e nem determinante, mas sim motora
do desenvolvimento, já que é vivenciada de formas ímpares dependendo de como a pessoa
interpreta o que vive

Logo, os componentes das influências hereditárias e das influências do meio


participam diferentemente das características que se desenvolvem. Ou seja,
desenvolvimento é sempre um processo dinâmico, uma unidade de influências
hereditárias e do meio. Contudo, essa unidade não é constante, não é
permanente, não é algo dado para todo o sempre e sumariamente determinado.
É uma unidade mutável, diferenciada, constituída de diversas formas e requer, a
cada vez, um estudo concreto (VIGOTSKI, 2018, p.73)

De forma semelhante, Gordon fala sobre a aptidão musical e a importância do meio no


desenvolvimento da potencialidade para o aprendizado musical. Para o autor, a aptidão musical
pode se considerada como uma inteligência que se baseia na “capacidade das pessoas em fazer
generalizações a partir de uma informação específica e de experiências” (GORDON, 2003, p. –

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tradução nossa). Dessa forma, a capacidade de aprender habilidades e conteúdos musicais é uma
característica humana que precisa da influência do meio e de vivências para que seja desenvolvida.
Gordon ainda fala sobre como o período da primeira infância tem uma importância genuína
no desenvolvimento da Audiação quando afirma que “o período mais importante para aprender
[música] é do nascimento (se não antes) até os dezoito meses de idade, período crítico durante o
qual a criança aprende através de exploração e orientações não estruturadas [com objetivos
pedagógicos] dos pais e outros cuidadores” (GORDON, 2003, p.5 – tradução nossa). Vigotski
também discorre sobre como o desenvolvimento de funções superiores tem seus períodos
preferências:

[...] vemos que cada função tem o seu período preferencial ou propício de
desenvolvimento e, nesse período uma determinada função passa para o primeiro
plano. Transcorrido o ciclo correspondente de desenvolvimento, desloca-se para
o segundo, e outra função se apresente no primeiro plano. (VIGOTSKI, 2018,
p.26).

É importante destacar que os termos “mais importante” e “preferencial” não trazem um


caráter determinante quando se pensa no aprendizado musical. Isto é, apesar de cada função ter
seu período preferencial para o desenvolvimento, isso não significa que não poderá ser
desenvolvida em outro período, considerando que será desenvolvida de maneira diferente. Gordon
divide os períodos de aptidão musical em estabilizada e em desenvolvimento. Mesmo na
estabilizada (a partir de mais ou menos 9 anos), todas as pessoas são capazes de aprender música,
levando em conta que terão um esforço específico para aprender – ao passo que na aptidão em
desenvolvimento, esse esforço tende a diminuir, o aprendizado passa a ser mais dinâmico,
garantindo maior fluidez musical.
Pareado com essa ideia, a MLT traz o conceito de idade musical, que é diferente da idade
cronológica. A idade cronológica está relacionada com o nascimento da pessoa. Já a idade musical
está relacionada com o desenvolvimento da sua Audiação.

Por tanto, a idade cronológica é a que indica o calendário em referência à data de


nascimento, mas a idade musical vem com determinada maturação musical que
mostra um indivíduo, no que diz respeito a sua capacidade de ajuste tonal e
rítmico, do uso da voz e da coordenação do corpo, e do sentido objetivo da
música que escuta e emite (PÉREZ et al 2018, p.20 – tradução nossa).

Nota-se que o trecho supracitado está considerando a imersão de uma criança em


contextos musicais tonais e rítmicos. No entanto, a mesma consideração pode ser feita mudando
as capacidades necessárias para diferentes fazeres musicais, que dependem do contexto cultural no
qual a pessoa está inserida.

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Considerações finais

A partir dessa análise inicial, pode-se deduzir que Gordon se inspirou em algumas ideias
desenvolvidas pela Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski para desenvolver a Teoria de
Aprendizagem Musical.
Essas inspirações trouxeram contribuições significativas para entender o processo de
aprendizagem musical e de ensino também. A importância da mediação e da vivência musical, assim
como o papel do desenvolvimento ontogenético são algumas inspirações identificáveis.
Como próximo passo para essa pesquisa, espera-se aprofundar o estudo e entender outras
possíveis conexões, dentre elas a relação entre os processos psicológicos propostos por Vigotski
(funções intrapsíquicas e interpsíquicas) e os processos de aprendizagem propostos por Gordon
(por inferência e discriminação). Além disso, também espera-se entender e explicitar também
possíveis pontos de choque e conflitos entre a Teoria e a Psicologia.

Referências

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Aprendendo com a criança de zero a seis anos. São Paulo: Cortez Editora, 2012.
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teoria%20apresenta
NASSIF, Silvia Cordeiro. Música, educação e desenvolvimento infantil: em foco as relações com o
meio. In: MONTEIRO, Solange Aparecida de Souza. Música, filosofia e educação 2. Belo Horizonte:
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