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CARTILHA
DIRETRIZES
BÁSICAS PARA
PERÍCIAS EM
SINISTROS DE
INCÊNDIO
REALIZAÇÃO IBAPE/SP
ANO 2023
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DIRETRIZES BÁSICAS PARA PERÍCIAS EM SINISTROS DE INCÊNDIO
CARTILHA
DIRETRIZES
BÁSICAS PARA
PERÍCIAS EM
SINISTROS DE
INCÊNDIO
REALIZAÇÃO IBAPE/SP
ANO 2023
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DIRETRIZES BÁSICAS PARA PERÍCIAS EM SINISTROS DE INCÊNDIO
EQUIPE
APRESENTAÇÃO
TÉCNICA
COORDENADOR(ES) DA
IBAPE/SP
PUBLICAÇÃO: Eng. Civ. Paulo O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia
Palmieri Magri. de São Paulo (IBAPE/SP) é uma entidade de classe sem fins
lucrativos fundada em 15 de janeiro de 1979. Filiado ao IBAPE,
RELATOR(A): Eng. Civ. Jonas Entidade Federativa Nacional, com representação no Crea-SP
Mattos; Eng. Civ. Evandro e relacionamento institucional com o CAU/SP, tem como
Henrique; Eng. Civ. Maíra de objetivo principal a produção e a promoção do conhecimento
Moraes Modotti. da Avaliação de Bens e Valoração Ambiental; Perícias de
Engenharia, Arquitetura e Ambiental; Inspeção Predial e
COLABORADORES: Alexandre Perícias Trabalhistas.
Marques Nogueira Cobra; Alice
Freire Feitor; Ana Paula de Produção que se dá por meio de proposituras de metodologias;
Camargo Kinoshita; Antonio procedimentos; estudos; normas próprias, além da participação
Carlos Cintra; Antônio Carvalho ativa nas promovidas pela Associação Brasileira de Normas
Neto; Arival Guimarães Cidade; Técnicas (ABNT); livros, cartilhas, entre tantas outras formas
Bianca Oliveira; Carlos Hernandez; de publicações disponíveis na Biblioteca Virtual; trabalhos
Cassio Roberto Armani; Danilo esses elaborados pelas Câmaras Técnicas (Avaliações, Perícias,
de Mattos Alves Silva; Evandro Inspeção Predial, Ambiental e Engenharia de Segurança).
Henrique; Fernando Nevoa;
Frank Itinoce; Freddy Cortez; Em consonância com a produção, o IBAPE/SP zela pela
Jonas Mattos; José Maria Braz; promoção deste conhecimento, com a difusão de informações
Keverson Thiago Minchiguerre e avanços técnicos e tecnológicos das atividades profissionais
Gonçalves; Larissa R. Gonçalves que congrega e, consequentemente, pelo aprimoramento e
J. de Oliveira Flaifel; Luiz Carlos valorização profissional de seus associados e em benefício da
de Mello Ribeiro; Luiz Felipe sociedade, com a realização de eventos e cursos, presenciais
Proost de Souza; Maira Modotti; e virtuais, por meio da plataforma IBAPE-SP Conecta, além
Marcela Garcia Henrique; Marcelo do curso de pós-graduação em parceria com a Universidade
Ferreira Santos; Marcelo Lima Presbiteriana Mackenzie.
Santos; Marco Aurélio de Oliveira
Machado; Marcus Grossi; Mariana É formado por engenheiros, agrônomos e arquitetos urbanistas,
Pinotti; Marta Negreiros Velloso; pessoas físicas e jurídicas, dedicados às atividades de sua esfera
Natalia Cristina da Costa Malta; de atuação no estado de São Paulo, âmbitos judicial, arbitral e
Paulo Augusto; Paulo Marcio extrajudicial, para os quais, além do conhecimento, preza pelo
Freitas; Paulo Palmieri Magri; comportamento ético por meio de Código de Ética, além de
Ramon Trigo Junior; Vanderlei dispor de Regulamento de Honorários específico.
Jacob Junior; Vanderlei Jacob
Neto; Vicente Parente; Conheça um pouco mais do IBAPE/SP na sua página www.
Waldivia Borges. ibape-sp.org.br e nas mídias sociais YouTube, Facebook,
Instagram e LinkedIn.
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PREFÁCIO
É com muita satisfação que escrevo A qualificação profissional, tanto dos
o prefácio desta cartilha, que é uma engenheiros e arquitetos que atuam
iniciativa do IBAPE/SP com o intuito na área de projeto e de implementação
de sistematizar procedimentos e de sistemas de proteção contra
disseminar informações qualificadas incêndio, como daqueles que atuam
para orientar os profissionais que no aprimoramento das normas e
atuam ou desejam atuar na área da regulamentações da área é essencial
segurança contra incêndio. para a evolução da engenharia da
segurança contra incêndio no país. E,
A segurança contra incêndio é uma área dentro deste contexto, a investigação
de pesquisa e de atuação profissional de incêndios ainda é um tema em que
que vem crescendo e se consolidando poucos possuem domínio técnico no
nas últimas duas décadas no País, a Brasil, onde cada estado estabelece,
passos firmes, graças aos esforços em sua legislação, as formas de atuação
de muitos profissionais e entidades, dos seus Corpos de Bombeiros neste
públicas e privadas, que passaram a quesito, que varia da atribuição
reconhecer a sua importância e os total à nenhuma, a depender da
benefícios que a sua implementação regulamentação estadual. Também há
traz para toda a sociedade. Esse falta de laboratórios especializados
reconhecimento vem no rastro de para análise científica de casos de
muitas perdas dolorosas, como os incêndios. O resultado mais desastroso
incêndios da Boate Kiss (Santa Maria, em dessa situação no país é a ausência de
27/01/2013) e do Museu Nacional da estatísticas nacionais, públicas, sobre as
UFRJ (Rio de Janeiro, em 02/09/2018), causas e consequências dos incêndios.
apenas para citar duas grandes tragédias
históricas mais recentes no país. Como podemos prevenir ou mitigar as
Mas é preciso lembrar que incêndios ocorrências de incêndio, se não sabemos
ocorrem diariamente, na sua grande quais são as suas principais causas?
maioria, decorrente das atividades Como o país pode estabelecer uma
desenvolvidas pelo ser humano, tendo política pública para a área de segurança
como consequência, perdas de recursos contra incêndio, sem saber quais são as
humanos, materiais e ambientais, nas perdas que sofremos com os sinistros?
mais diversas escalas, sem citar as
perdas pessoais e afetivas.
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Claro que esta cartilha não irá resolver profissional de grande potencial para os
este problema e, certamente, esta não peritos. Por fim, várias referências são
é a sua intenção. Mas, estabelecer compartilhadas ao longo da cartilha,
procedimentos adequados para a para os profissionais que queiram se
realização de perícia de incêndios, que aprofundar no assunto e prosseguir com
pode ter variadas finalidades, é prover o seu aprimoramento técnico na área.
um instrumento básico de trabalho
que pode estimular o interesse nesta Desta forma, esta cartilha passa a ser
atividade tão importante e reforçar um documento de referência tanto para
a necessidade de compreender o os profissionais que atuam na área de
fenômeno do incêndio, seu crescimento, perícia de incêndios, como para aqueles
as perdas diretas e indiretas associadas, que queiram ampliar sua área de atuação,
de forma a sensibilizar mais pessoas fornecendo subsídios para a realização de
para o problema, além de estimulá-las um trabalho dentro de um padrão mínimo
à melhor qualificação para o seu de qualidade pré-estabelecido.
exercício profissional.
Congratulo o IBAPE/SP pela iniciativa
Nesse sentido, esta cartilha apresenta e, em especial, os engenheiros Jonas
uma estrutura didática, iniciando pela Mattos e Paulo Palmieri Magri, pela
definição dos tipos de perícia, passando coordenação dos trabalhos de uma
por orientações de como elaborar um equipe grande de colaboradores que
laudo e estabelecendo os itens mínimos permitiu a elaboração deste documento
que devem constituir o documento, e, a FUNDABOM e o Crea-SP, entidades
definindo as etapas do processo de parceiras que apoiaram esta realização.
investigação, os procedimentos para E que muitas outras cartilhas possam ser
a realização da coleta de dados em elaboradas, em prol do aprimoramento
campo, os equipamentos e instrumentos técnico-profissional da área de
necessários e os tipos de análises segurança contra incêndio no Brasil.
laboratoriais que podem ser solicitados
com os materiais coletados , para
que o laudo a ser elaborado tenha
consistência e qualidade de conteúdo. Prof. Dra. Rosaria Ono
Além disso, dois capítulos são dedicados Diretora do Museu Paulista da Universidade
à atuação específica do perito à serviço de São Paulo (MP/USP) e especialista em
de seguradoras, área de atuação Segurança Contra Incêndio
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Tetraedro do Fogo
Figura 2: Tipos de Padrões de Queima
Figura 3: Padrão V Invertido ou Triângulo Esquemático
Figura 4: Padrão V Invertido ou Triângulo Real
Figura 5: Padrão Coluna Esquemático
Figura 6: Padrão Coluna Real
Figura 7: Padrão em V ou Cone Esquemático
Figura 8: Padrão em V ou Cone Real
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AVCB - Atestado de vistoria do Corpo de Bombeiros
CBMDF - Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
CBPMESP - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
DINVI - Diretoria de Investigação de Incêndio do CBMDF
EPI - Equipamento de Proteção Individual
FUNDABOM - Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros
IT - Instrução Técnica
NFPA - National Fire Protection Association
PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos
SUSEP - Superintendência de Seguros Privados
TRF - Tempo de resistência ao fogo
PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E
CONDIÇÕES LIMITANTES
O objetivo principal do presente trabalho é apresentar metodologia e diretrizes básicas para
perícias em sinistros de incêndio, delimitado para os seguintes tipos de edificações:
Residencial;
Comercial e serviço: hotéis, shoppings fechados e ao ar livre, lojas, centros médicos,
centros comerciais, edifícios de escritórios, armazéns, restaurantes, silos de
armazenagem e garagens.
Industrial (limitada ao exame de documentação e diretrizes exigidas pelo Corpo de
Bombeiros).
As informações contidas neste trabalho não possuem caráter preventivo de combate
a incêndio e também não se aplicam em sinistros ocorridos em edificações cujo uso e
ocupação tipificam: igrejas, estádios, obras de arte e indústrias.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
2 REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS 11
3 TIPOS DE PERÍCIA 13
5 METODOLOGIA 15
6 PROTOCOLO DE CAMPO 28
7 EQUIPAMENTOS SUGERIDOS 30
8 EXAMES LABORATORIAIS 31
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1. INTRODUÇÃO
Após o lançamento da segunda edição do Os sexto, sétimo e oitavo capítulos são
excelente material técnico denominado mais direcionados à atuação do perito
de “Inspeção Predial, Prevenção e em campo, assim como dos exames a
Combate a Incêndios”, desenvolvido serem realizados.
em parceria entre o Instituto Brasileiro
de Avaliações e Perícia de Engenharia O nono e o décimo capítulos se
de São Paulo (IBAPE/SP) e o Corpo de aprofundaram em temas específicos e que
Bombeiros da Polícia Militar do Estado procuram embasar os exames periciais.
de São Paulo (CBPMESP), que relata
A conclusão do tema foi realizada
sobre os procedimentos para evitar
incêndios, abriu-se uma questão: E no décimo primeiro capítulo, tendo
quando já houve o sinistro de incêndio, na sequência o glossário utilizado
qual o procedimento para a realização de no trabalho.
uma perícia?
Portanto, tornou-se um documento
Com base nessa questão, novamente fundamental a todos que querem
a Câmara de Perícias do IBAPE/SP se ingressar na área de perícias de sinistros
reuniu com o CBPMESP e a Fundação de incêndio, assim como um estudo
de Apoio ao Corpo de Bombeiros aprofundado e pormenorizado para os
(FUNDABOM), para a realização peritos que já atuam na área, oferecendo
deste documento, denominado de uma grande contribuição principalmente
“DIRETRIZES BÁSICAS PARA PERÍCIAS na segurança dos executores dos
EM SINISTROS DE INCÊNDIO”, que trabalhos periciais.
possui 11 capítulos, sendo os dois
Por fim, congratula-se a todos que
primeiros introdutórios
contribuíram com o trabalho, em
e referenciais.
especial à Câmara de Perícias do IBAPE/
O terceiro capítulo descreve os tipos SP e à FUNDABOM pela dedicação e
de perícias possíveis dentro da matéria, respeito ao tema.
o quarto relata sobre a elaboração
do laudo pericial e o quinto sobre a
metodologia a ser utilizada.
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2. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS
Os documentos relacionados a seguir são referências ABNT NBR 14323:2013 - Projeto de estruturas
auxiliares e complementares à aplicação desta de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
cartilha. Para referências datadas, aplicam-se edifícios em situação de incêndio.
somente as edições citadas. Para referências não
datadas, aplicam-se as edições mais recentes do ABNT NBR 14432:2001 - Exigências de resistência
referido (incluindo emendas). ao fogo de elementos construtivos de edificações -
Procedimento.
ABNT NBR 9442:2019 – Materiais de construção –
Determinação do índice de propagação superficial de ABNT NBR 15200:2012 – Projeto de Estruturas de
chama pelo método do painel radiante – Método de concreto em situação de incêndio.
Ensaio.
BERTOLINI, L. Materiais de Construção. 1ª Edição.
ABNT NBR 13752:1996 – Perícias de Engenharia na São Paulo. Editora: Oficina de Textos, 2006.
Construção Civil (em revisão).
CBMDF. Norma Técnica Nº 01 – Exigências de
ABNT NBR 13860:1997 – Glossário de termos Sistemas de Proteção Contra Incêndio e Pânico das
relacionados à segurança contra incêndio. Edificações do DF. CBMDF, 2002.
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HIRSCHFELD, H. Código de Edificações. 3ª Edição. ______. NFPA 921-2011 - Guide for Fire and Explosion
São Paulo. Editora: Atlas, 1978. Investigations, Quincy, 2011.
IBAPE/SP (org.). Glossário de Terminologia Aplicável à QUINTIERE, James G., Principles of Fire Behavior, 1997
Engenharia de Avaliações e Perícias do IBAPE/SP: 2021.
SEITO, A.I.; GILL, A.A.; PANNONI, F.D.; ONO, R.;
Instrução Técnica Nº 14/2019 – Carga de incêndio SILVA, S.B.; CARLO, U.D.; SILVA, V.P. A Segurança
nas edificações e áreas de risco. Polícia Militar do Contra Incêndio no Brasil. 1ª Edição. São Paulo.
Estado de São Paulo, 2011. Editora: Projeto, 2008.
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3. TIPOS DE PERÍCIA
As perícias em sinistros de incêndios, abrangidas nesta descrição minuciosa dos elementos que os constituem
cartilha, se limitam a três tipos, conforme segue: com desenvolvimento de processo investigativo
tecnicamente fundamentado que permita analisar a
a) TIPO A: Perícia de constatação existência ou inexistência de possíveis nexos causais.
Consiste na verificação de fatos ou situações Pode, ainda, revelar responsabilidades e apontar
com descrição minuciosa dos elementos que os consequências do sinistro.
constituem. Pode ter o propósito de caracterizar
tipologia, estado de conservação, padrão c) TIPO C: Apuração, valoração e quantitativo
construtivo, idade, anomalias, manifestações Consiste no apontamento de possíveis causas e
patológicas, falhas, extensão dos danos, análises técnicas das consequências de alterações,
comprometimento estrutural ou outras no ambiente em que houve o sinistro e no entorno,
características. Não há determinação de causas, decorrentes do incêndio, valoração dos impactos
responsabilidades, indenizações e soluções. gerados pela ocorrência tendo como comparativo
o “status quo” pré-evento, e lista todas as
b) TIPO B: Perícia investigativa de incêndio medidas necessárias para mitigar ou corrigir as
Consiste na constatação de fatos ou situações com consequências físicas do incêndio.
O laudo deve ser apresentado de maneira clara, coerente e concisa, com linguagem adequada para profissionais
técnicos, tendo como objetivo, ainda, a compreensão de pessoas com formações distintas. Além disso, deve ser
embasado em informações técnicas ou científicas, isento de julgamento pessoal.
Evitar repetições;
Organizar o texto por meio de frases bem ordenadas e parágrafos curtos, buscando a
concatenação lógica entre eles;
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Natural;
d) Fotografias:
Inserir registro fotográfico da vistoria efetuada no Indeterminada.
local (podendo ser inserido no corpo do laudo ou
como anexo). h) Conclusão:
Sugere-se que este item seja escrito de forma
As fotos devem ser numeradas e acompanhadas sucinta e clara, apresentando o local onde ocorreu
de legendas explicativas sobre o ambiente e o o incêndio, a origem do incêndio, o foco inicial,
comportamento do fogo no local. primeiro material a ignizar-se, a fonte de ignição, o
agente oxidante e as circunstâncias que resultaram
Elas são essenciais para uma boa compreensão
no incêndio. Incluir também o tipo da causa
e esclarecimento dos fatores analisados durante
(intencional, acidental, natural ou indeterminada).
a perícia.
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i) Outros itens que podem ser incluídos no laudo: Coleta de depoimentos: é importante
Materiais identificados: apresentar os registrar eventuais depoimentos das pessoas
materiais identificados na vistoria e, se possível, relacionadas ao evento, com suas respectivas
correlacionar com sua especificação técnica e informações, como nome completo, RG, telefone
Tempo de Resistência ao Fogo (TRF). e qualificação. Poderá ser feita pequena ata
circunstanciada desta coleta de informação, para
Carga de incêndio: segundo o Manual de o depoente fotografar e registrar o relatado.
Perícias em Incêndios e Explosões do Corpo
de Bombeiros do Distrito Federal (2019), é Pessoas envolvidas e vítimas: relacionar
a “quantidade total de material combustível quantidade de pessoas e vítimas envolvidas
existente em um prédio, espaço ou área no sinistro e em qual local estavam quando
passível de ser atingida pelo fogo, incluindo ocorreram os danos.
materiais de acabamento e decoração,
Valoração dos danos: caso seja objetivo da
expressos em unidades de calor ou em peso
perícia, quantificar e estimar os prejuízos
equivalente de madeira”.
causados pelo incêndio.
A título de exemplo, em uma residência, a
Outras considerações: quaisquer informações
carga de incêndio típica de uma sala de estar
ou dados que o perito julgar pertinente
consistem em: jogo de sofá, estante, aparelho
acrescentar em seu trabalho pericial.
de TV e som, mesas, tapete etc. Em um quarto,
consiste em: cama, guarda-roupa, mesa de Anexos: documentos utilizados para compor o
cabeceira, TV, cortina, computador etc. trabalho, tais como fotos, croquis ilustrativos,
relatório de incêndio, relatórios diversos,
Produtos perigosos: discriminação de produtos
dados de monitoramentos existentes, exames
perigosos constando quantidade, forma
laboratoriais, entre outros.
de armazenagem, manipulação, estado de
manutenção e quantidade danificada.
5. METODOLOGIA
De acordo com a NFPA (2011, p.14), a investigação Neste contexto, a investigação de causa de incêndio
de incêndio é definida como “o processo é pautada na metodologia científica orientada em
de determinação da origem, da causa e do normativas e guias da National Fire Protection
desenvolvimento de um incêndio ou explosão”. Association – NFPA 921 – Guia de investigações
de Incêndios e Explosões e NFPA 1033 – Normas
Em um cenário de incêndio, o perito se depara com uma de qualificações profissionais para investigadores
série de variáveis para a elucidação do caso e necessita de incêndios, onde são apresentadas as etapas do
coordenar diferentes etapas na investigação, tais como método científico a serem seguidas, com o objetivo
documentação, análise de padrões de queima, coleta de fornecer um processo analítico e organizado,
de amostras, entrevistas, entre outras. afastando do estudo as conclusões especulativas.
Para tanto, é imprescindível que o profissional Esta metodologia define as etapas no processo
adote procedimentos adequados, alinhados ao de investigação de incêndios, que vão desde a
método científico, o qual permitirá a correta coleta identificação da ocorrência até a seleção da hipótese
de dados, bem como o desenvolvimento, teste e final, conforme fluxograma 1 a seguir apresentado.
seleção de hipóteses para determinação da origem
e causa de um incêndio.
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A NFPA (2011, p.12) define a zona de origem De acordo com o método científico já apresentado,
como “uma estrutura, parte de uma estrutura ou sugere-se ao perito que cumpra as etapas a seguir na
localização geográfica geral dentro do cenário de determinação da origem do incêndio.
incêndio onde se acredita que o foco inicial estava
localizado”. Portanto, a zona de origem é o ambiente 5.1.1 Reconhecimento da
ou compartimento da edificação, dentro do cenário de
incêndio, onde o fogo teve início. necessidade e definição
do problema
O segundo passo é identificar o foco inicial. A NFPA
(2011) define o foco inicial como “localização física Na primeira etapa, o perito deve entender a
exata dentro da zona de origem onde a fonte de calor necessidade e o objetivo da perícia.
e o combustível reagiram e causaram um incêndio
ou uma explosão”. Ainda, conforme a NFPA (2011, p. Alguns questionamentos devem ser respondidos,
157), o foco inicial pode também ser entendido como como, por exemplo: Por que a perícia foi determinada?
o menor local dentro da zona de origem no qual a A origem do incêndio já é conhecida? Ou cabe ao
fonte de calor, o material combustível e o oxidante perito determiná-la?
reagiram entre si, gerando o fogo.
Ainda, é importante realizar uma grande reflexão
Este último conceito é mais próximo das situações que ajude a determinar a necessidade e objetivo do
reais, uma vez que existe, na prática, muitas trabalho.
dificuldades para que o perito seja preciso na
identificação exata do ponto onde o fogo começou. 5.1.2 Coleta de dados
Para elucidar a origem do incêndio, conforme o A coleta de dados é realizada, primordialmente,
Manual de Perícias em Incêndios e Explosões do em campo. É uma etapa de extrema importância
Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (2019), o da perícia, uma vez que as etapas subsequentes
perito deve coordenar as informações e observações dependerão da qualidade e quantidade de dados
que envolvem: coletados. Caso a coleta de dados primários seja
prejudicada, é possível a utilização de dados
Análise das declarações das pessoas que secundários com as devidas indicações bibliográficas.
testemunharam ou que estavam presentes no
momento do incêndio; Caso o perito não seja cauteloso, ele pode sair do
local do incêndio com dados de baixa qualidade ou em
Análise dos efeitos e dos padrões de queima quantidade insuficiente, resultando em conclusões
deixados pelo fogo; imprecisas e divergentes da realidade fática.
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Nesta fase, o perito realiza a inspeção de todo o Nesta etapa, é importante documentar o padrão de
perímetro externo da edificação, para que seja queima provocado pela transferência de calor, níveis
avaliada a extensão e localização do dano, além de de estratificação do calor e da fumaça, e os danos nos
definir o tamanho e a complexidade do incêndio. ambientes e elementos estruturais.
O perito levanta todas as informações acerca de Cabe ao perito verificar também o uso da edificação e
detalhes construtivos e materiais empregados no se o proprietário realiza alguma atividade divergente
exterior da edificação, conferindo a presença de daquela licenciada para o local.
brises ou varandas, situações das portas e janelas,
entre outros elementos. Essa análise pode fornecer No cenário de um incêndio, o registro do layout e da
importantes informações quanto à origem do compartimentação são informações essenciais para
incêndio, uma vez que as marcas de combustão compreensão da propagação do incêndio. Neste
indicam se o fogo começou dentro ou fora da contexto, é importante a verificação de presença de
edificação, e apresentam indícios de quais pavimentos poços, dutos, shafts ou assemelhados no pavimento e
ou ambientes foram mais afetados. nas interligações entre eles.
Nesta fase, o perito faz registros das fachadas e Por fim, o perito deve coletar todos os dados
confecciona planta de localização ou croqui da relativos aos sistemas de alarme e de segurança
edificação sinistrada. contra incêndio.
Avaliar a extensão e danos de incêndio no Croqui dos ambientes atingidos pelo incêndio;
perímetro da edificação;
Identificação de elementos e materiais
Identificar elementos e materiais construtivos; construtivos, mobiliário local e objetos
presentes nas áreas atingidas pelo incêndio;
Apurar a situação das aberturas, portas e
janelas; Verificação de danos e padrões de queima dos
materiais e nos elementos estruturais de todos
Elaborar croqui (caso não tenha planta do local). os locais atingidos;
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Diz ainda o Manual que, na coleta de dados da zona Localização de interruptores e tomadas;
de origem, o perito deverá observar os
seguintes aspectos: Relatórios e laudos anteriores a respeito
do sinistro;
Não realizar movimentação de material
do cenário; Demais documentos relacionados ao sinistro.
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O
objetivamente:
NI
CA
GÊ
REAÇÃO EM
LO
I
CADEIA
OX
R
classificação como indeterminada;
TET COMBUSTÍVEL
RAE G O
Definição espacial do foco inicial (ou classificá- DRO
D O FO
lo como indeterminado);
5.2 Determinação
da causa Primeiro material combustível: é o objeto que foi
consumido para produzir o fogo. O material que,
A determinação da causa do incêndio tem o na presença de uma fonte de ignição, reagiu com o
objetivo de descrever a forma e as circunstâncias agente oxidante para produzir o fogo.
de surgimento e propagação do fogo, identificando o
Fonte de ignição: é o objeto que forneceu a energia
primeiro material combustível, a fonte de ignição, o
térmica em quantidade suficiente para queimar o
agente oxidante e as circunstâncias que acarretaram
primeiro material que ignizou (por exemplo, uma
no incêndio. A causa é resultante da combinação
vela ou um palito de fósforo aceso).
entre o material combustível, uma fonte de calor e
um comburente. Agente oxidante: é o comburente (oxidante) na
reação de combustão, ou seja, o elemento que reage
Importante destacar aqui algumas definições:
aos gases combustíveis. A função do comburente
Fogo: é uma reação química de oxidação (processo em uma combustão é se associar quimicamente
de combustão), caracterizada pela emissão de ao combustível para que a reação aconteça. O
calor, luz e gases tóxicos. Para que o fogo exista, comburente mais comum é o oxigênio presente no ar.
é necessária a presença de quatro elementos:
O material combustível, a fonte de ignição (calor), o
combustível, comburente (normalmente o oxigênio),
agente oxidante (comburente) e a reação em cadeia
calor e reação em cadeia (definição conforme IT
formam o chamado tetraedro do fogo.
03/2019 do CBPMESP). Portanto, devem coexistir 4
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A sequência de ignição descreve os fatores O perito, nesta etapa, certifica se o agente oxidante
que levaram o tetraedro a se misturar e reagir consumido na combustão foi o oxigênio ou, caso
produzindo o fogo. negativo, identificar o gás consumido.
Portanto, a investigação da causa não se limita à Por fim, o perito identifica a sequência de ignição,
identificação do tetraedro do fogo, mas esclarece ou seja, a sucessão de eventos e circunstâncias que
também as circunstâncias que contribuíram para a permitiram a interação do tetraedro do fogo (fonte
existência do incêndio. Na determinação da causa, de ignição, primeiro material combustível e oxidante,
devem ser incluídas, por exemplo, observações se o fogo que produziram o fogo inicial).
teve início por mau uso de algum equipamento, descarte
inadequado de material, uso de agente acelerante, 5.2.3 Análise dos dados
defeito em equipamento elétrico, dentre outros.
Após a coleta dos dados, o investigador examina e
De acordo com o método científico, já apresentado, interpreta cada elemento obtido.
sugere-se ao perito que cumpra as etapas a seguir na
determinação da causa do incêndio. A análise é baseada no conhecimento, experiência,
treinamento e expertise do perito.
5.2.1 Reconhecimento da Na análise do material combustível, o investigador
necessidade e definição avalia seu formato (geometria), orientação espacial,
do problema temperatura de ignição do material e quantidade.
Nesta etapa, cabe ao perito certificar-se que Na análise da fonte de calor, são considerados
a origem do incêndio já foi determinada. A aspectos como: tipo de fonte, orientação e taxa de
investigação da causa tem início somente após a liberação de calor.
determinação da origem do incêndio, uma vez que se
Por fim, na análise da sequência de ignição, são
a origem for indeterminada, a causa também será.
avaliados aspectos como: proximidade do primeiro e
Satisfeita a condicionante de origem determinada, o do segundo material combustível com o fogo inicial.
perito passa a ter a “identificação da causa” como um
problema a ser solucionado, podendo dar início ao 5.2.4 Desenvolvimento
trabalho de investigação deste item.
de hipóteses
5.2.2 Coleta de dados Após a análise dos dados, o perito desenvolve as
hipóteses sobre a causa do incêndio.
Para a determinação da causa do incêndio, a coleta de
dados inclui a identificação de materiais combustíveis, Deve ser elaborada uma hipótese para cada fonte
fontes de ignição, oxidantes e das circunstâncias. de ignição, devendo ainda se considerar os casos de
fontes de ignição indeterminadas ou ausentes.
A coleta dos dados se inicia a partir da região
definida como o foco inicial do incêndio. O perito Também devem ser apresentadas hipóteses sobre o
deve identificar todos os materiais combustíveis primeiro material ignizado de cada fonte de ignição
e as fontes de ignição presentes na região do foco considerada.
inicial, descrevendo-os quanto ao tipo, quantidade e
localização específica. Recomenda-se a elaboração de hipóteses alternativas,
uma vez que ao se trabalhar com um maior número de
Caso o perito não consiga identificar nenhuma fonte possibilidades de causa, será maior a probabilidade de
de ignição, é necessário registrar a indeterminação. se chegar a causa provável do incêndio.
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5.3.3 - Padrão em
V ou Cone
Este padrão é visualizado quando há uma evolução
natural do incêndio, sendo este com a maior energia
entre os três tipos descritos, assim como maior
produção de fumaça.
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6. PROTOCOLO DE CAMPO
Inicialmente, sugere-se anotar a data e o horário de O perito deve ter a consciência de que se trata de
início da perícia. um trabalho fatigante, assim, é aconselhável pausas
em curto período tempo, e, não sendo possível, que
Em seguida, o perito, na medida do possível, confirma seja analisada a sua condição frequentemente, o
as informações iniciais da ocorrência e se houve que pode ser feito na forma de perguntas ou pela
vítimas, bem como a coleta de declarações de pessoas forma de respiração. É importante ao perito, aos
envolvidas no sinistro. auxiliares e demais pessoas, sempre se atentar
que se trata de um ambiente insalubre e altamente
É importante verificar se os recursos humanos e
fatigante. Afinal, a preocupação pela segurança
materiais são suficientes e adequados à perícia.
pessoal é o item prioritário.
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Se for usada, é recomendado que a espuma seja Os principais pontos a serem observados na análise
dissipada ou cuidadosamente lavada do local antes de risco são:
da entrada, de modo a minimizar a possibilidade de
alterar a cena ou destruir provas. Se existem gases tóxicos ou perigos biológicos
no ambiente (importante perguntar na
Quando estiverem sendo utilizadas máquinas no proximidade se, no local, havia substâncias
local, como escavadeiras e outras necessárias aos químicas, inflamáveis ou biológicas);
esforços de tornar o local seguro e/ou resguardar a Se a energia elétrica do local está ligada;
vida, o perito deve se atentar ao local e às possíveis
modificações e consequências do uso das máquinas. A deterioração da estrutura;
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7. EQUIPAMENTOS SUGERIDOS
Recomenda-se também a utilização de casaco e calça
7.1 Equipamentos de de combate a incêndio para proteção de membros
proteção individual (EPIs) superiores e inferiores contra impactos de quedas de
objetos, agentes térmicos, cortantes e perfurantes.
No caso de perícias em sinistros de incêndio, a
utilização de equipamentos de proteção individual
(EPIs) é indispensável e caracteriza boa prática que
7.2 Equipamentos
minimiza ou neutraliza os riscos da investigação. de campo
Conhecendo-se os potenciais perigos, é possível Além dos EPIs, também são indispensáveis outros
determinar a roupa adequada, porém, é importante equipamentos para a inspeção e investigação,
cobrir o máximo possível do corpo. A NFPA relata que que são selecionados pelo perito a partir de suas
as roupas dos investigadores podem levar agentes análises, exigências, necessidades e preferências de
contaminantes para suas casas. Assim, recomenda- investigação.
se que se utilize roupas de proteção total, como, por A seguir, é apresentada uma lista exemplificativa dos
exemplo, macacões. Ainda, deve-se lavar e limpar as equipamentos que podem ser utilizados em campo
roupas isoladas das demais diante da contaminação. pelo perito:
É importante utilizar botas de segurança, com solados Iluminação (lanterna, cilibrim ou qualquer
fechados, antiderrapantes e que protejam o pé, outra fonte luminosa que permite a visibilidade
calcanhar e parte da perna contra impactos do local e que, de preferência, deixe a mão do
de quedas de objetos, agentes térmicos, cortantes perito livre);
ou perfurantes.
Extensão elétrica;
A utilização de capacete é recomendada,
principalmente no caso da existência de riscos, Equipamentos de escavação, limpeza e remoção;
como colapsos e desmoronamento, em que se faz
extremamente necessário o uso do capacete. Ferramentas, tais como: chaves de fenda, chaves
Philips, martelo, alicates, dentre outros;
Máscaras devem ser utilizadas em ambientes em que
há gases tóxicos ou que, porventura, possam trazer Equipamentos de fotografia e filmagem
qualquer risco ao perito, e ser adequadas aos riscos (preferencialmente com boa resolução em
do ambiente (químicos, biológicos etc.). ambientes escuros);
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8. EXAMES LABORATORIAIS
A realização de ensaios laboratoriais constitui f. Espectrofotômetro de ultravioleta:
uma das ferramentas que pode contribuir para equipamento utilizado na identificação de
a formulação e comprovação das hipóteses de substâncias químicas pelo princípio de absorção
surgimento de um incêndio. O perito, quando de ondas eletromagnéticas na região de
necessário, deve procurar laboratórios especializados. ultravioleta.
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9. ATUAÇÃO DO PERITO
NO SETOR DE SEGUROS
O perito de incêndio no setor de seguros tem como Relacionar o que foi descartado como causa
escopo, junto ao objeto segurado, constatar, buscar do sinistro, mesmo nos casos em que não foi
informações, investigar a causa do sinistro de possível apurar a causa (a descrição das causas
incêndio, apresentando os resultados à Seguradora e descartadas, como motivo do incêndio, já pode
à Regulação do Sinistro. ser o suficiente para se definir que danos podem
estar amparados nas coberturas da apólice);
Nestes casos, o perito deve possuir conhecimento
da área de seguro e, após análise e investigação de Confirmar se as atividades do local estão em
causa do incêndio, elaborar laudo conclusivo ou não, conformidade com os dados constantes na
conforme as normativas existentes, apresentando o apólice e normativas;
documento à Seguradora.
Apurar se a cobertura é risco absoluto ou
A atuação da perícia em seguros pode englobar relativo, bem como se há necessidade de
diversos serviços, tais como: levantamento do valor em risco;
Avaliação de depreciação física e valor atual; Saber que tipo de laudo elaborar e atender
os prazos pertinentes para cada tipo de laudo
Apuração de causas de sinistros;
(laudo preliminar, intermediário e final).
Inspeção de riscos;
Nota Técnica: Dependendo do caso, o profissional
também poderá apontar sistemas e controles que
Perícia judicial;
podem ser implantados e que podem auxiliar na
Perícia de seguros contra incêndios; renovação do seguro e/ou em uma apuração rápida
dos valores que podem ser indenizados, na forma
Consultoria para empresas de seguros e de consultoria.
clientes, entre outros.
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Após as informações relacionadas à causa serem Após a definição por parte do perito e
transmitidas para a Seguradora, o profissional que a investigador da causa do incêndio, é realizada
assiste durante o processo administrativo (“Regulador análise das condições existentes na apólice;
de Sinistros”), o qual tem o maior conhecimento dos
aspectos específicos a serem analisados (produtos Apurar se a cobertura é risco absoluto ou
cadastrados na SUSEP, que apresentam condições relativo, bem como se há necessidade de
gerais e específicas diferentes, para cada cobertura), levantamento do valor em risco;
poderá definir que eventos estão ou não amparados
Após análise da perícia, verificar quais possuem
na apólice, entre outros aspectos:
amparo na apólice contratada;
Analisar a Apólice de Seguro, as coberturas
Apurar valor dos danos do sinistro que não
contratadas e as respectivas condições gerais
possuem amparo nas coberturas contratadas
da versão vigente na época da contratação,
(mediante confirmação dos reparos).
conforme regulamentação da SUSEP;
Existem locais que possuem características Há casos em que o valor das mercadorias é muito
complexas, de modo que a guarnição mais próxima do superior ao valor das instalações e pode ser
Corpo de Bombeiros pode não ter os equipamentos necessário abrir novos espaços para se remover os
e treinamentos específicos para combater estes produtos estocados, com o objetivo de evitar danos
sinistros. Pode ser necessário que o profissional piores. É o que se chama “medidas emergenciais
que esteja atuando na análise do sinistro solicite necessárias para evitar o agravamento dos danos”.
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Como nos demais incêndios que ocorrem em silos Manuais de operação e manutenção de
de armazenagem, também deve ser analisado equipamentos;
(principalmente no caso de operações térmicas):
Monitoramento de serviços a quente;
Livros de reuniões da CIPA;
Planos de manutenção e histórico de
Registros da Brigada de Incêndio referente a manutenções;
ocorrências anteriores;
Registros de operação que possibilitem a
Treinamento e certificação dos operadores dos rastreabilidade das mercadorias e da operação
equipamentos; dos equipamentos.
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GLOSSÁRIO
Agente oxidante: é o comburente (oxidante) na de elementos de construção resistentes ao fogo,
reação de combustão, ou seja, o elemento que reage destinada a evitar ou minimizar a propagação do fogo,
aos gases combustíveis. A função do comburente calor e gases, interna ou externamente ao edifício,
em uma combustão é se associar quimicamente no mesmo pavimento ou em pavimentos elevados
ao combustível para que a reação aconteça. O consecutivos (IT 03/2019, CBPMESP).
comburente mais comum é o oxigênio presente no ar.
Compartimentação horizontal: subdivisão de
Causa Acidental: quando não existe a intenção do pavimento em duas ou mais unidades autônomas,
homem em produzir o incêndio e seus resultados. Ex.: executada por meio de paredes e portas resistentes
normalmente incêndios de origem elétrica. ao fogo, objetivando dificultar a propagação do fogo
e facilitar a retirada de pessoas e bens (ABNT NBR
Causa Indeterminada: quando a causa não pôde ser 13860:1997).
classificada em outros itens.
Compartimentação vertical: conjunto de medidas
Causa Intencional: associada à ação deliberada do de proteção contra incêndios que tem por finalidade
homem em produzir o incêndio e seus resultados. evitar a propagação de fogo, fumaça ou gases de
um pavimento para outro, interna ou externamente
Causa Natural: associada aos fenômenos naturais. Ex:
(ABNT NBR 13860:1997).
incêndios provocados por raio e vendaval.
Flash Over: é a transição súbita desenvolvida pelo
Carga de incêndio: quantidade total de material
fogo. Este fenômeno envolve uma rápida transição
combustível existente em um prédio, espaço ou área
para um estado de envolvimento de superfície
passível de ser atingida pelo fogo, incluindo materiais
total de todos os materiais combustíveis dentro do
de acabamento e decoração, expressos em unidades
compartimento.
de calor ou em peso equivalente de madeira (Manual
de Perícias em Incêndios e Explosões do Corpo de Foco inicial: localização física exata dentro da zona
Bombeiros do Distrito Federal, 2019). de origem onde a fonte de calor e o combustível
reagiram e causaram um incêndio ou uma explosão
Comburente: substância que sustenta a combustão
(NFPA, 2011). Ainda conforme a NFPA (2011, p. 157),
(ABNT NBR 13860:1997).
o foco inicial pode também ser entendido como o
menor local dentro da zona de origem no qual a fonte
Combustão: reação exotérmica de um combustível
de calor, o material combustível e o oxidante reagiram
com um comburente, geralmente acompanhada de
entre si, gerando o fogo.
chamas e/ou brasa e/ou emissão de fumaça (ABNT
NBR 13860:1997). Reação química que resulta da
Fogo: processo de combustão caracterizado pela
combinação de um elemento combustível com o
emissão de calor e luz (ABNT NBR 13860:1997).
oxigênio (comburente), com intensa produção de
energia calorífica e, não obrigatoriamente, de chama
(IT 03/2019, CBPMESP).
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Fogo classe A: fogo em materiais combustíveis Incêndio classe C: incêndio que acontece em material
sólidos, que queimam em superfície e profundidade, energizado, normalmente equipamento elétrico,
deixando resíduos (ABNT NBR 13860:1997). onde a extinção deve ser realizada com agente não
condutor de eletricidade (IT 03/2019, CBPMESP).
Fogo classe B: fogo em líquidos e gases inflamáveis ou
combustíveis sólidos, que se liquefazem por ação do Incêndio classe D: incêndio envolvendo metais
calor e queimam somente em superfície (ABNT NBR combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio,
13860:1997). antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado,
zinco, titânio, sódio e zircônio). É caracterizado pela
Fogo classe C: fogo em equipamentos e instalações queima em altas temperaturas e por reagir com
elétricas energizadas (ABNT NBR 13860:1997). agentes extintores comuns, principalmente os que
contêm água (IT 03/2019, CBPMESP).
Fogo classe D: fogo em metais e materiais pirofóricos
(ABNT NBR 13860:1997). Pirofórico: metais como sódio, potássio, zircônio
e outros, que se inflamam em contato com o ar (IT
Fonte de ignição: fonte de calor (externa) que inicia a
03/2019, CBPMESP).
combustão (ABNT NBR 13860:1997). É o objeto que
forneceu a energia térmica em quantidade suficiente Primeiro material combustível: é o objeto que foi
para queimar o primeiro material que ignizou (por consumido para produzir o fogo. O material que,
exemplo, uma vela ou um palito de fósforo aceso). na presença de uma fonte de ignição, reagiu com o
agente oxidante para produzir o fogo.
Ignição: iniciação da combustão (ABNT NBR
13860:1997). Zona de origem: uma estrutura, parte de uma
estrutura ou localização geográfica geral dentro do
Incêndio: fogo fora de controle (ABNT NBR
cenário de incêndio onde se acredita que o foco inicial
13860:1997). É o fogo sem controle, intenso, o qual
estava localizado (NFPA, 2011, p.12). Portanto, a zona
causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao
de origem é o ambiente ou cômodo da edificação,
patrimônio (IT 03/2019, CBPMESP).
dentro do cenário de incêndio, onde o fogo teve início.
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