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Aos quinze anos de idade, William, que não tinha sido criado em lar cristão, começou a
freqüentar a Capela da Igreja Metodista de Nottingham, onde ele teve uma forte
experiência de conversão:
Imediatamente depois da sua conversão, Booth começou a pregar nas áreas pobres da
sua cidade, junto com outros adolescentes. Mas quando ele levou um grupo de jovens
pobres para a igreja, a congregação de classe média-alta ficou escandalizada.
Booth foi usado poderosamente nas igrejas Metodistas, e em 1852 foi ordenado como
pregador. Ele se casou com Catherine Mumford em 16 de Junho de 1855. Inicialmente
ligado a uma igreja em Londres, nesse mesmo ano de 1855 Booth foi liberado para
exercer o ministério de evangelista itinerante.
Em 1858 Booth foi consagrado como Ministro mas também obrigado a assumir o
pastoreado de uma igreja local. Ele sentiu que seu chamado era mais evangelístico que
pastoral e em 1861 saiu da Igreja Metodista para seguir o ministério evangelístico.
Com filhos pequenos e sem sustento financeiro, os anos que se seguiram foram difíceis
para a família Booth. Mas William foi usado poderosamente em avivamento, como
Harold Begbie relata no livro “Life of William Booth”:
Os aldeães andaram pelos morros, e os pescadores remaram oito ou dez milhas de mar
escuro, para as cidades onde William Booth estava pregando. Jornais locais registraram
que, em alguns lugares, o comércio foi paralisado. Ao longo daquele canto do ducado,
de Camborne para Penzance, a chama se queimou com força crescente. Centenas de
conversões foram feitas. Cenas “além da descrição” aconteceram; os gritos e gemidos
“foram bastante para derreter um coração de pedra”; na cidade de St. Just “mil pessoas
se associaram às igrejas diferentes.”2
Em 1865 a família Booth mudou-se para a cidade de Londres. Andando um dia pelo
lado oeste da cidade, William foi chocado em ver a pobreza e miséria dos seus
moradores.
Booth fundou um ministério, a Missão Cristã, para ministrar a essas pessoas. Desde o
início, seus métodos – e os resultados – foram nada convencionais. Sedeada
inicialmente em uma tenda, que foi destruída por uma gangue de baderneiros, mais
tarde a missão se mudou para um salão de dança. Reuniões ao ar livre também sempre
foi uma estratégia importante para a missão. Mais tarde, bandas marchando nas ruas
foram utilizadas para atrair as multidões para ouvir a pregação do Evangelho.
Ninguém que viu aquela cena de oração contundente e fé triunfante jamais iria esquece-
la. Nós vimos um mineiro labutando com os seus punhos no chão e no ar, da mesma
maneira que ele foi acostumado lutar com a pedra no seu trabalho diário, até que enfim
ele ganhou o diamante que ele estava buscando – libertação perfeita da mente carnal – e
se levantou gritando e quase pulando de alegria. Homens grandes, como também as
mulheres, caíram no chão, ficando deitados durante algum tempo como se fossem
mortos, subjugados com o Poder do Alto. Quando a alegria da libertação poderosa de
Deus caiu sobre alguns, eles riram e também choraram de alegria, e alguns dos
evangelistas mais jovens poderiam ter sido vistos, como rapazes brincando, abraçados e
rodando um em cima do outro no chão.2
Por causa das suas táticas de invadir as ruas e áreas pobres com a pregação do
Evangelho, o Exército de Salvação foi, nos primeiros anos, muito perseguido:
Mas, no mesmo tempo, seu crescimento fenomenal não pode ser negado, e até a Igreja
da Ingleterra (Igreja Anglicana) propôs uma parceria com o Exército de Salvação:
“Veja”, Booth resumiu gentilmente para um clérigo que estava perplexo com o sucesso
do Exército, “nós não temos uma reputação para perder.”3.
E os resultados continuaram:
Não intimidados pela perseguição e pobreza, estes guerreiros, entre 1881 e 1885
levaram 250.000 homens e mulheres aos altares4 do Exército.3
Seu crescimento não foi limitado ao país da Inglaterra. O Exército se estendeu aos EUA
e Austrália em 1880, e à França no ano seguinte. Divisões na África do Sul e Nova
Zelândia começaram em 1883.
Agora eles estavam operando quase 2.900 centros – mais que £775.000 de imóveis, a
maioria hipotecada. Levantaram £18.750.000 para ajudar homens para quem o mundo
negou uma segunda chance. A bandeira “Sangue e Fogo” estava levantada em trinta e
quatro países. Na Sede Internacional, o assunto da salvação agora envolveu 600
telegramas, 5.400 cartas cada semana.
Mas Booth tinha ganho mais que território e fundos: ele ganhou os olhos e os ouvidos
do mundo. Cada semana seus 10.000 oficiais, a maioria com menos de vinte e cinco
anos, pregaram o Evangelho à multidões em 50.000 reuniões. Somente na Inglaterra,
visitaram 54.000 lares cada semana. Seus vinte e sete jornais alcançaram trinta e um
milhões de leitores.3
Em 1909 Booth, agora com oitenta anos mas sempre um evangelista, começou suas
“Campanhas Motorizadas” onde ele viajou pela Inglaterra de carro, evangelizando:
Foi como se Booth, mais perto da sua audiência desde o dias da Missão Cristã, queimou
com a chama de Deus. Numa vez, viajando para o norte, seu carro foi parado por
operários que fecharam a rua com uma corda. Mas, quando ele se levantou do banco, a
voz de Booth parecia hipnotizá-los. “Alguns de vocês homens nunca oram – vocês
pararam de orar há muito tempo. Mas vou dizer a vocês, vocês não vão orar para seus
filhos, para que eles possam ser diferentes?”
Em sessenta anos como evangelista, Booth viajou cinco milhões de milhas, pregando
quase 60.000 sermões – e seu espírito hipnótico atraiu 16.000 oficiais para seguir a
bandeira em cinqüenta e oito países, para pregar o evangelho em trinta e quatro línguas.
Em 1881, quando Booth mudou-se para a Rua Queen Vitória, os obreiros da Sede se
sentiram sobrecarregados abrindo mil cartas cada semana. Agora eles estavam
afundados numa enchente de mil cartas cada dia.3
O Exército de Salvação ficou muito conhecido por causa das suas muitas obras sociais,
mesmo que essas tenham sido o resultado de um verdadeiro avivamento e uma paixão
pelas almas perdidas. Comentando sobre isso, Booth escreveu:
“Nossa Obra Social é, essencialmente, uma atividade religiosa. Ela não pode ser
contemplada, iniciada nem continuada com grande sucesso, sem um coração cheio de
compaixão e amor, e revestido com o poder do Espírito Santo.”1
Para Charles Haddon Spurgeon, famoso pregador Batista que comandava multidões de
20.000 numa só vez, o Exército era insubstituível – “mais cinco mil policiais não
tomarão o seu lugar na repressão de crime e desordem”3