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Nanotecnologia, Ciência e Aplicações

ISSN: (Imprimir) (Online) Página inicial da revista: https://www.tandfonline.com/loi/dnsa20

Inovações em nanotecnologia para tratamento de

água

Ilka Gehrke, Andreas Geiser e Annette Somborn-Schulz

Para citar este artigo: Ilka Gehrke, Andreas Geiser & Annette Somborn-Schulz (2015) Inovações
em nanotecnologia para tratamento de água, Nanotecnologia, Ciência e Aplicações, , 1-17, DOI:
10.2147/NSA.S43773

Para vincular a este artigo: https://doi.org/10.2147/NSA.S43773

© 2015 Gehrke et al. Este trabalho foi publicado pela Dove Medical
Press Limited e licenciado sob Creative Commons Attribution – Non
Commercial (não portado, v3.0) License

Publicado on-line: 21 de dezembro de 2022.

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Nanotecnologia, Ciência e Aplicações
Artigo de texto completo de acesso aberto
Inovações em nanotecnologia para tratamento de
água
Ilka Gehrke
Andreas Geiser
Annette Somborn Schulz
Instituto Fraunhofer de
Ambiental, Segurança e Energia
Tecnologia UMSICHT, Oberhausen,
Alemanha
Correspondência: Ilka Gehrke
Instituto Fraunhofer de Meio Ambiente,
Segurança e Tecnologia Energética UMSICHT,
Osterfelder Strasse 3, 46047 Oberhausen,
Alemanha
Tel +49 208 8598 1260
Fax +49 208 8598 1295
E-mail ilka.gehrke@umsicht.fraunhofer.de
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http://dx.doi.org/10.2147/NSA.S43773
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acesso aberto à pesquisa científica e médica
Análise
Resumo: Desafios importantes na situação hídrica global, resultantes principalmente do crescimento
populacional mundial e das alterações climáticas, exigem novas tecnologias hídricas inovadoras, a
fim de garantir o abastecimento de água potável e reduzir a poluição global da água. Neste contexto,
a adaptação da nanotecnologia altamente avançada à engenharia de processos tradicional oferece
novas oportunidades no desenvolvimento tecnológico para processos tecnológicos avançados de
água e águas residuais. Aqui, é fornecida uma visão geral dos avanços recentes em nanotecnologias
para processos de tratamento de água e águas residuais, incluindo materiais nanobaseados, como
nanoadsorventes, nanometais, nanomembranas e fotocatalisadores. São relatadas as propriedades
benéficas destes materiais, bem como as barreiras técnicas quando comparados com processos
convencionais. O estado da comercialização é apresentado e uma perspectiva sobre novas
oportunidades de pesquisa é dada para cada tipo de material e processo de base nano. Além dos
avanços tecnológicos promissores, são resumidas as limitações da nanotecnologia para aplicações
hídricas, tais como leis e regulamentos, bem como potenciais riscos para a saúde. O quadro jurídico
de acordo com materiais e processos de nanoengenharia utilizados para tratamento de água e
águas residuais é considerado para os países europeus e para os EUA.
Palavras-chave: nanotecnologia, tecnologia da água, nanoadsorventes, nanometais,
nanomembranas, fotocatálise
Introdução
O desenvolvimento a longo prazo da situação mundial da água está intimamente ligado ao
crescimento da população mundial e às alterações climáticas globais. O crescimento constante
da população mundial, que se prevê que quase duplique, passando de 3,4 mil milhões em 2009
para 6,3 mil milhões de pessoas em 2050, é acompanhado por um crescimento necessário
previsto da produção agrícola de 70%, até 2050.1 Assim, a procura de água doce é está a crescer
dramaticamente, em particular para a produção de alimentos, uma vez que 70% das retiradas de
água doce do mundo já são provenientes da irrigação agrícola. Atualmente, 64 mil milhões de
metros cúbicos de água doce são consumidos progressivamente todos os anos.2
As regiões áridas do Norte de África e quase metade dos países europeus (aproximadamente
70% da população) enfrentam falta de abastecimento de água.
Mesmo países industrializados como os EUA, que fornecem tecnologias altamente inovadoras
para poupar e purificar água, mostram a dificuldade dos reservatórios de água esgotados devido
ao facto de mais água ser extraída do que reabastecida. Na República Popular da China,
550 das 600 maiores cidades sofrem de escassez de água, uma vez que os maiores rios estão
imensamente poluídos e até a sua utilização para irrigação tem de ser omitida, para não falar do
tratamento de água potável.
Nanotecnologia, Ciência e Aplicações 2015:8 1–17 1
© 2015 Gehrke et al. Este trabalho foi publicado pela Dove Medical Press Limited e licenciado sob Creative Commons Attribution – Non Commercial (não portado, v3.0)
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sobre como solicitar permissão podem ser encontradas em: http://www.dovepress.com/permissions.php
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Gehrke et al.
Um grupo de investigadores líderes em impacto climático demonstrou
que as alterações climáticas possivelmente agravam a escassez de
água regional e global. Eles prevêem que o aquecimento global
2°C acima das temperaturas actuais confrontarão cerca de 15%
adicionais da população mundial com uma grave diminuição dos
recursos hídricos e aumentarão o número de
pessoas que vivem sob escassez absoluta de água (.500 m3 per capita
por ano) em pelo menos mais 40% em comparação com o efeito apenas
do crescimento populacional.3
Os EUA enfrentaram a seca mais terrível dos últimos 50 anos. Em
contraste, em países chuvosos, chuvas fortes podem levar à erosão e
ao escoamento do solo, razão pela qual os agentes patogénicos entram
nas massas de água juntamente com os componentes e nutrientes do
solo. O aumento da temperatura no ar e na água bruta pode afectar a
higiene da água potável nos respectivos sistemas de armazenamento,
bem como nas condutas de água potável, resultando em doenças
infecciosas prejudiciais. Por exemplo, pode ocorrer a doença do
legionário, causada pela bactéria legionella que atinge uma população
máxima em águas quentes de cerca de 40°C.
Tanto nos países em desenvolvimento como nos industrializados,
um número crescente de contaminantes, como micropoluentes, está a
entrar nas massas de água. Processos convencionais de
descontaminação como cloração e ozonização consomem grande
quantidade de agentes químicos e, além disso, podem produzir
subprodutos tóxicos.
A adaptação da nanotecnologia altamente avançada à engenharia
de processos tradicional oferece novas oportunidades para o
desenvolvimento de processos tecnológicos avançados de água e águas
residuais. Aqui, é fornecida uma visão geral dos avanços recentes em
nanotecnologias para processos de água e águas residuais, incluindo
materiais de base nanométrica, processos e suas aplicações. Além dos
avanços tecnológicos promissores, são relatadas as limitações da
nanotecnologia para aplicações hídricas, como leis e regulamentos, bem
como potenciais riscos à saúde.
Tabela 1 Visão geral dos tipos de nanomateriais aplicados em tecnologias de água e águas residuais
Nanomaterial Propriedades
Nanoadsorventes + superfície específica alta, taxas de adsorção mais
altas, pegada pequena
- altos custos de produção
Nanomatais e + curta distância de difusão intrapartícula
óxidos de nanomateriais compressível, resistente à abrasão, magnético
+ fotocatalítico (WO3 , TiO2 )
- menos reutilizável
Membranas e + processo confiável e amplamente automatizado
processos de membrana - demanda de energia relativamente alta
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Estado da ciência e tecnologia:
materiais, processos e
aplicações de base nano
Os nanomateriais têm propriedades únicas dependentes do tamanho
relacionadas com a sua elevada área superficial específica (dissolução
rápida, elevada reatividade, forte sorção) e propriedades descontínuas
(tais como superparamagnetismo, ressonância plasmónica superficial
localizada e efeito de confinamento quântico). Estas características
específicas de base nano permitem o desenvolvimento de novos
materiais de alta tecnologia para um tratamento mais eficiente de água e águas residuais
processos, nomeadamente membranas, materiais de adsorção,
nanocatalisadores, superfícies funcionalizadas, revestimentos e
reagentes. Os materiais e aplicações mais promissores estão destacados
na Tabela 1.
Adsorção
Adsorção é a capacidade de todas as substâncias sólidas atrairem para
suas superfícies moléculas de gases ou soluções com as quais estão
em contato próximo. Os sólidos usados para adsorver gases ou
substâncias dissolvidas são chamados de adsorventes, e as moléculas
adsorvidas são geralmente chamadas coletivamente de adsorbato.4
Devido à sua alta área superficial específica, os nanoadsorventes
apresentam uma taxa de adsorção consideravelmente maior para
compostos orgânicos em comparação com carvão ativado granulado ou
em pó. Eles têm grande potencial para processos de descontaminação
novos, mais eficientes e mais rápidos, destinados à remoção de
poluentes orgânicos e inorgânicos, como metais pesados e
micropoluentes. Além da economia de materiais adsorventes, a eficácia
superior do processo permite a implementação de dispositivos de
tratamento de água e águas residuais mais compactos e com dimensões
menores, especialmente para aplicações descentralizadas e sistemas
de ponto de uso. As atividades de pesquisa atuais concentram-se
principalmente nos seguintes tipos de nanoadsorventes:
•nanoadsorventes à base de carbono, ou seja, nanotubos de carbono
(CNT)
•nanoadsorventes à base de metal
Formulários
Ponto de uso, remoção de
orgânicos, metais pesados, bactérias
Remoção de metais pesados
(arsênico) e radionuclídeos, filtros
de mídia, reatores de lama, pós, pellets
Todos os campos de água e resíduos
processos de tratamento de água
Nanotecnologia, Ciência e Aplicações 2015:8
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•nanoadsorventes poliméricos espera-se que esses novos CNTs tenham propriedades superiores de
•zeólitas. dessalinização, desinfecção e filtração.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores norte-americanos

Nanotubos de carbono desenvolveu uma esponja feita de CNT puro com uma pitada de boro que

CNTs são alótropos de carbono com nanoestrutura cilíndrica. mostra uma notável capacidade de absorver óleo da água. O óleo pode ser

Dependendo do seu processo de fabricação, os CNTs são categorizados armazenado na esponja para recuperação posterior ou queimado para que a

como nanotubos de parede única e nanotubos de paredes múltiplas, esponja possa ser reutilizada. Se conseguirem gerar chapas grandes ou

respectivamente. Além de terem uma alta área superficial específica, os encontrarem uma maneira de soldá-las, o material esponjoso pode ser

CNTs possuem locais de adsorção altamente avaliáveis e uma química de aplicado na remoção de derramamentos de óleo para remediação de óleo.9

superfície ajustável. Devido à sua superfície hidrofóbica, os CNTs devem ser Embora os CNT tenham vantagens significativas sobre o carvão activado,

estabilizados em suspensão aquosa para evitar agregações que reduzam a a sua utilização à escala industrial em grandes estações municipais de

superfície ativa. tratamento de água e águas residuais não é esperada a médio prazo devido

Eles podem ser usados para adsorção de contaminantes persistentes, bem aos elevados custos de produção.10 As aplicações no ponto de utilização

como para pré-concentrar e detectar contaminantes.5 Os íons metálicos são que requerem pequenas quantidades de CNT são mais competitivo; por

adsorvíveis por CNTs por meio de atração eletrostática e ligação química.6 exemplo, para a eliminação de contaminantes altamente degradáveis, como

muitos antibióticos e produtos farmacêuticos.11–13

Além disso, os CNTs exibem propriedades antimicrobianas, causando

estresse oxidativo nas bactérias e destruindo as membranas celulares. Nanoadsorventes poliméricos

Embora ocorra oxidação química, não são produzidos subprodutos tóxicos, Nanoadsorventes poliméricos, como dendrímeros (moléculas repetidamente

o que é uma vantagem importante em relação aos processos convencionais ramificadas), são utilizáveis para remover substâncias orgânicas e metais

de desinfecção, como cloração e ozonização.7 Eles podem ser simplesmente pesados. Os compostos orgânicos podem ser adsorvidos pelas camadas

regenerados por meio de ajustes apropriados das condições operacionais, hidrofóbicas internas, enquanto os metais pesados podem ser adsorvidos

como mudança de pH. pelas ramificações externas adaptadas.14 Diallo et al15

Os métodos convencionais de dessalinização consomem energia e são dendrímeros integrados em um dispositivo de ultrafiltração para remover o

tecnicamente exigentes, enquanto as técnicas baseadas na adsorção são cobre da água. Quase todos os íons de cobre foram recuperados pelo uso

simples e fáceis de utilizar para dispositivos de purificação de água no ponto deste sistema combinado de ultrafiltração de dendrímero. O adsorvente é

de utilização, mas a sua capacidade de remover sais é limitada. Yan et al8 regenerado simplesmente através de uma mudança de pH. No entanto,

desenvolveram CNTs ultralongos modificados por plasma que apresentam devido à complexa síntese em vários estágios dos dendrímeros, até agora

uma capacidade de adsorção específica ultra-alta para sal (excedendo 400% não existem fornecedores comerciais, exceto algumas empresas recentemente

em peso) que é duas ordens de grandeza maior quando comparado com fundadas na República Popular da China.

sistemas convencionais de tratamento de água à base de carbono. Esses

CNTs ultralongos podem ser implementados em membranas multifuncionais Sadeghi-Kiakhani et al16 produziram um bioadsorvente altamente
capazes de remover eficiente para a remoção de compostos aniônicos, como corantes, de águas

não apenas sal, mas também contaminantes orgânicos e metálicos. residuais têxteis, preparando uma nanoestrutura combinada de dendrímero

Dispositivos de purificação de água potável de última geração equipados com de quitosana. O bioadsorvente é biodegradável,

Tabela 2 Propriedades, aplicações e abordagens inovadoras de nanoadsorventes

Propriedades dos nanoadsorventes Formulários Novas abordagens

Positivo Negativo

Nanotubos de carbono Lados de sorção altamente avaliáveis, Altos custos de produção, Contaminantes altamente Nanotubos de carbono ultralongos
bactericidas, reutilizáveis possivelmente risco à saúde degradáveis no ponto de uso com adsorção específica de sal

(produtos farmacêuticos, antibióticos) extremamente alta

Bifuncional (o invólucro interno adsorve Processo de produção Remoção de orgânicos e metais Bioadsorvente biodegradável,
Nanoadsorventes poliméricosprodutos orgânicos, os ramos externos complexo em vários estágios pesados biocompatível e não tóxico (combinação de

(dendrimeros) absorvem metais pesados), reutilizável quitosana e dendritos)

Zeólitas Liberação controlada de Superfície ativa reduzida Processos de desinfecção Nanozeólitos por fragmentação induzida
nanoprata, bactericida através da imobilização de por laser

partículas de nanoprata

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biocompatível e não tóxico. Eles alcançam taxas de remoção de certos
corantes de até 99%.
Zeólitas
Zeólitas em combinação com átomos de prata são conhecidas
desde o início da década de 1980.17 A zeólita tem uma estrutura muito
porosa na qual nanopartículas, como íons de prata, podem ser incorporadas. nova tecnologia de adsorção é o processo de produção tecnicamente
Lá eles são liberados da matriz da zeólita por troca com outros cátions em
solução. Egger et al18 compararam vários materiais contendo nanoprata,
incluindo zeólitas. Quando utilizada para fins sanitários, a prata ataca
micróbios e inibe seu crescimento, conforme demonstrado pela Agion®
(Sciessent LLC, Wakefield, MA, EUA).19 Uma pequena quantidade de
íons de prata é liberada da superfície metálica quando colocada em
contato com líquidos . O sucesso desta composição na desinfecção da
água foi demonstrado mais uma vez por Petrik et al.20 O Relatório da
Water Research Commission No KV 297/12 mostra o uso inovador de
zeólitas como plataforma adsorvente para nanopartículas de prata como
fonte de íons de prata para um desinfetante . Outra possibilidade é aplicar
as próprias zeólitas como nanopartículas, como mostrado por Tiwari et al,
que prepararam nanozeólitas por fragmentação induzida por laser de
micropartículas de zeólita Linde tipo A e Jung et al, que usaram nanozeólitas
no sequenciamento de reatores descontínuos para tratamento de águas
residuais.21,22 Por exemplo, a linha de produtos Agion inclui um composto
feito de zeólitas e íons de prata que ocorrem naturalmente e que apresenta
propriedades antibacterianas. A Tabela 2 resume as propriedades,
aplicações e abordagens inovadoras mais importantes dos nanoadsorventes. apresentam curta distância de difusão intrapartícula e são compressíveis
Tanto os CNTs quanto os nanometais (ver seção sobre Nanomatais
e óxidos de nanometais) são nanoadsorventes altamente eficazes para a
remoção de metais pesados, como o arsênico. No que diz respeito a este
campo de aplicação, os nanomatais e zeólitas beneficiam da sua relação
custo-eficácia e compatibilidade com os sistemas de tratamento de água
existentes, uma vez que podem ser implementados em pellets e esferas
para absorvedores fixos. Em contrapartida, a produção de CNT é muito
dispendiosa e é necessário integrar dispositivos técnicos adicionais, por
exemplo, instalações de filtração por membranas, para garantir a absoluta
certeza de que nenhuma nanopartícula é descarregada no ambiente
aquoso. Uma grande vantagem dos CNTs em termos de remoção de
micropoluentes é a sua forte capacidade de adsorção de compostos
orgânicos polares devido às diversas interações entre contaminantes e
CNTs. Dado
que até agora os CNT não têm sido competitivos em termos de custos
quando comparados com adsorventes de amplo espectro como o carvão
ativado, as aplicações futuras centrar-se-ão em processos de adsorção
altamente específicos, onde apenas são necessárias pequenas quantidades
de CNT, ou em novas aplicações onde o CNT é o único adsorvente
adequado.
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Embora os CNTs e os nanomatais estejam comercialmente disponíveis
para diversas aplicações, a entrada no mercado de nanoadsorventes
poliméricos está em andamento. Do ponto de vista da eficácia do processo,
os nanoadsorventes poliméricos são materiais altamente avançados,
permitindo a remoção de metais pesados e também de contaminantes
orgânicos em uma única etapa do processo. A principal limitação desta
exigente e dispendioso de dendrímeros poliméricos que precisa ser
melhorado.
Em termos de ecotoxicidade, os nanomatais, CNTs e zeólitas aqui
descritos consistem em materiais básicos muito bem caracterizados que
ocorrem naturalmente no meio ambiente e são classificados como não
tóxicos. Assim, o potencial efeito tóxico depende principalmente do
tamanho e forma dos respectivos nanoadsorventes, bem como dos
estabilizadores químicos e das modificações superficiais. A ecotoxicidade
tem de ser reavaliada para cada nova modificação de um nanomaterial
conhecido, pelo que não pode ser feita uma avaliação geral dos
nanoadsorventes em termos do seu potencial de toxicidade.
Nanomatais e óxidos de nanomateriais
Os óxidos metálicos em nanoescala são alternativas promissoras ao
carvão ativado e adsorventes eficazes para remover metais pesados e
radionuclídeos. Além de possuírem alta área superficial específica,
sem redução significativa da área superficial. Alguns desses óxidos
metálicos em nanoescala
(por exemplo, nanomaghemita e nanomagnetita) são superparamagnéticos,
o que facilita a separação e recuperação por um campo magnético de
baixo gradiente. Eles podem ser empregados em filtros de mídia
adsorvente e reatores de lama.13 Nano hidróxido de ferro [ÿ-FeO(OH)] é
um adsorvente robusto e resistente à abrasão com uma enorme área de
superfície específica que permite a adsorção de arsênico de resíduos e
água potável.23 ArsenXnp (SolmeteX Inc., Filadélfia, PA, EUA) é um meio
de troca iônica híbrido disponível comercialmente, compreendendo
nanopartículas e polímeros de óxido de ferro e é altamente eficiente na
remoção de arsênico e requer pouca retrolavagem. Normalmente,
nanomatais e óxidos de nanometais são comprimidos em pellets porosos
ou usados em pós para uso industrial.
Nanoprata e dióxido de nanotitânio
Nanosilver tem sido usado no processo de revelação fotográfica desde o
final de 1800, e foi registrado na Agência de Proteção Ambiental para uso
em algicidas para piscinas desde 1954 e em filtros de água potável desde
1970. Embora a nanoprata exiba uma forte e
Nanotecnologia, Ciência e Aplicações 2015:8
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atividade antimicrobiana de amplo espectro, quase não tem efeitos
nocivos em humanos. Já é aplicado em sistemas de desinfecção de
água em pontos de uso e superfícies antibioincrustantes.24
O dióxido de nanotitânio (TiO2 ), apresentando alta estabilidade química
e baixa toxicidade humana a um preço barato, é utilizável em processos
de desinfecção e descontaminação.25,26 Mais informações são
fornecidas na seção sobre fotocatálise. A principal vantagem do nano-
TiO2 sobre a nanoprata é o tempo de vida quase infinito de tais
revestimentos, uma vez que o TiO2 como catalisador permanece
inalterado durante o processo de degradação de compostos orgânicos e
microrganismos. O efeito antimicrobiano da nanoprata baseia-se na
liberação contínua de íons de prata.
Após um determinado período de operação, dependendo da espessura
e da composição das camadas de nanoprata, o revestimento tem que
ser renovado ou o dispositivo completo, incluindo o material a granel,
tem que ser descartado, levando a custos de substituição significativos.
No entanto, em comparação com o TiO2 , que necessita de lâmpadas
ultravioletas consumidoras de energia para ativação, a nanoprata mata
bactérias sem a necessidade de dispositivos adicionais de consumo de
energia. Isso faz do nanosilver um desinfetante favorável para
áreas remotas.27
Uma desvantagem das nanopartículas bactericidas em geral, com
exceção do nano-TiO2, é que nenhuma substância bactericida, como os
radicais hidroxila, permanece na água após o tempo de contato, o que
poderia garantir a qualidade da água nos dispositivos de armazenamento
e distribuição (efeito depósito).
Nanopartículas magnéticas
A utilização de nanopartículas magnéticas (magnetite Fe3O4 ) para a
separação de poluentes da água já foi estabelecida na remediação de
águas subterrâneas, em particular para a remoção de arsénico.28 A
tecnologia “pump-and-treat” convencionalmente aplicada para o
tratamento de águas subterrâneas compreende o bombeamento as
águas subterrâneas para a superfície e posterior tratamento, geralmente
com carvão ativado para purificação final. As horas de funcionamento
consideravelmente prolongadas e os custos mais elevados de limpeza
ambiental podem ser reduzidos através da aplicação de tecnologias in situ.
Tabela 3 Propriedades, aplicações e abordagens inovadoras para nanomatais e óxidos de nanometais
Nanomatais e Propriedades
óxidos de nanomateriais Positivo Negativo
Nanoprata e Bactericida, baixa toxicidade Nanoprata, durabilidade
nano-TiO2 humana limitada
Nano-TiO2 : alta estabilidade Nano-TiO2 , requer
química, vida útil muito longa ativação ultravioleta
Nanopartículas magnéticas Recuperação simples A estabilização é necessária Remediação de águas subterrâneas
por campo magnético
Nano valência zero Altamente reativo A estabilização é necessária
ferro (modificação da superfície)
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Inovações em nanotecnologia para tratamento de água
As nanopartículas magnéticas podem ser injetadas diretamente no solo
contaminado, e as partículas carregadas podem ser removidas
simplesmente através de um campo magnético.22 Além da remediação
de águas subterrâneas, a recuperação magnética torna essas
nanopartículas um composto ideal para aumentar a pressão osmótica de
soluções de extração usadas na osmose direta. Osmose direta como
o processo contrário à osmose reversa retira água de uma pressão
osmótica baixa para outra com pressão osmótica mais alta (solução de
extração) usando o gradiente osmótico.29
Como as nanopartículas magnéticas foram estabelecidas em
aplicações médicas há algum tempo e são aprovadas pela Food and
Drug Administration dos EUA como agente de contraste para imagens
de ressonância magnética, já foram realizados estudos abrangentes de
toxicidade in vitro/in vivo. Assim, é fornecido um extenso banco de dados
sobre a toxicidade de nanopartículas magnéticas que ajuda a desenvolver
e aplicar nanopartículas magnéticas com toxicidade mínima para
processos de água e águas residuais. Outro benefício das nanopartículas
magnéticas em termos de remoção e destino das nanopartículas num
ambiente aquoso é o facto de poderem ser simplesmente recuperadas
através da aplicação de um campo magnético.
Ferro valente nano-zero
Como alternativa, o ferro de valência nano-zero pode ser usado para
remediação de águas subterrâneas contaminadas com fluidos de
hidrocarbonetos clorados e percloratos. Uma suspensão de ferro
nanovalente zero pode ser injetada nas águas subterrâneas, permitindo
o tratamento in situ das águas subterrâneas. Por um lado, devido à sua
elevada superfície específica, o ferro de valência nano-zero é muito mais
reativo em comparação com o ferro granular convencional; por outro,
como resultado de sua alta reatividade, o tempo de vida do ferro nano-
zero valente é muito baixo, de modo que novos trabalhos de pesquisa,
por exemplo, sobre modificações de superfície, são necessários para a
estabilização dessas nanopartículas.23,30, 31
A Tabela 3 resume as propriedades, aplicações e abordagens
inovadoras mais importantes envolvendo nanomatais e óxidos de
nanomateriais. Seja nos nanomatais de médio prazo
e óxidos de nanomateriais serão amplamente estabelecidos na água
Formulários Novas abordagens
Desinfecção de água em pontos de Modificação de TiO2 para
uso, superfícies ativação por luz visível,
antibioincrustantes, nanotubos de TiO2
descontaminação de compostos orgânicos, áreas remotas
Osmose direta
Remediação de águas subterrâneas Aprisionamento em matrizes
(hidrocarboneto clorado, percloratos) poliméricas para estabilização
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e o setor de águas residuais depende fortemente da eficiência (nano-TiO2 )
e da estabilidade dos metais (nanopartículas magnéticas, nanoferro de
valência zero, nanoprata).
O TiO2 fotocatalítico se beneficia de seu baixo preço, alta disponibilidade,
inércia e efeito de amplo espectro na degradação química da maioria dos
contaminantes orgânicos e microrganismos. Isso o torna um nanomaterial
ideal, robusto, durável e eficaz para processos de tratamento de água e
águas residuais livres de produtos químicos em estações de tratamento de
grande e pequena escala. No entanto, até agora, a eficácia do TiO2
fotocatalítico ultravioleta-visível, em particular, tem sido relativamente baixa
em comparação com processos de oxidação semelhantes, como a
ozonização. Nanosilver se beneficia de sua baixa toxicidade, alta
disponibilidade e efeito bactericida comprovado. No entanto, uma vez que é
dissolvido durante o processo, a sua aplicação é restrita a baixos volumes
de alimentação onde uma vida útil máxima pode ser alcançada, por exemplo,
com dispositivos no ponto de uso.
Se o nano-TiO2 altamente eficaz, capaz de ser ativado pela luz visível,
puder ser desenvolvido com sucesso, a fotocatálise se tornará uma das
tecnologias mais promissoras de tratamento de água e águas residuais
devido à sua implementação flexível e múltipla e à fácil escalabilidade.
Devido à sua recuperabilidade magnética, as nanopartículas
magnéticas parecem ser vantajosas em relação ao ferro de valência nano-
zero no campo da remediação de águas subterrâneas. Além do potencial
de toxicidade dos óxidos de nanomateriais aqui descritos, que é bastante
baixo (ver secção sobre Efeitos nocivos nos organismos aquáticos), o efeito
potencial adicional do estabilizador necessário no ambiente aquoso também
deve ser levado em consideração.
Membranas e processos de membrana
Os processos de separação por membranas estão avançando rapidamente
nas aplicações para tratamento de água e águas residuais. As membranas
fornecem uma barreira física para substâncias dependendo do tamanho dos
poros e do tamanho da molécula. A tecnologia de membranas está bem
estabelecida na área de água e águas residuais como uma solução confiável e semelhantes foram obtidos usando uma membrana nanocomposta de filme
processo amplamente automatizado. As novas actividades de investigação
relacionadas com a nanotecnologia centram-se na melhoria da selectividade
e da eficiência do fluxo, por exemplo, através do desenvolvimento de
camadas anti-incrustantes. As seções a seguir descrevem o estado da arte
no campo da filtração por membrana nanoengenharia.
Membranas de nanofiltração
A nanofiltração é uma das técnicas de filtração por membrana e pode ser
definida como um processo controlado por pressão em que moléculas e
partículas menores que 0,5 nm a 1 nm são rejeitadas por
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a membrana. As membranas de nanofiltração são caracterizadas
por um mecanismo de repulsão exclusivo baseado em carga que permite a
separação de vários íons.13,32,33 Eles são aplicados principalmente para
a redução de dureza, cor, odor e íons de metais pesados das águas
subterrâneas. A conversão da água do mar em água potável (dessalinização)
é outro campo de aplicação próspero, uma vez que tecnologias de
dessalinização comparáveis são muito dispendiosas.
Membranas nanocompostas
As membranas nanocompostas podem ser consideradas como um novo
grupo de materiais de filtração compreendendo membranas de matriz mista
e membranas funcionalizadas na superfície. As membranas de matriz mista
utilizam nanocargas, que são adicionadas a um material de matriz.
Na maioria dos casos, as nanocargas são inorgânicas e incorporadas em
uma matriz de óxido polimérico ou inorgânico. Essas nanocargas apresentam
uma área superficial específica maior, levando a uma maior proporção
superfície-massa.34,35 Nanopartículas de óxido metálico (Al2O3 , TiO2 )
podem ajudar a aumentar a estabilidade mecânica e térmica, bem como o
fluxo permeado de membranas poliméricas. A incorporação de zeólitas
melhora a hidrofilicidade das membranas, resultando em aumento da
permeabilidade à água. Nanopartículas antimicrobianas (nanosprata, CNTs)
e nanomateriais (foto)catalíticos (nanopartículas bimetálicas, TiO2 ) são
usadas principalmente para aumentar a resistência à incrustação.
Kim e Deng36 desenvolveram um novo tipo de membrana
nanocomposta de filme fino adicionando carbonos mesoporosos ordenados
como nanocargas em matrizes poliméricas de filme fino. As membranas
nanocompostas de filme fino são membranas semipermeáveis com uma
camada seletiva na superfície superior que geralmente é aplicada para
osmose reversa. A superfície dos carbonos mesoporosos ordenados
hidrofóbicos é tratada pela aplicação de plasma de pressão atmosférica
para obter carbonos mesoporosos ordenados hidrofilizados com maior
solubilidade. Apenas uma pequena percentagem de carbonos mesoporosos
ordenados hidrofilizados (adicionando nanomaterial) é necessária para
aumentar a hidrofilicidade da superfície da membrana, resultando num
aumento considerável da permeabilidade à água pura. Resultados
fino de poliamida e zeólita nano-NaX (40-150 nm) revestida por polimerização
interfacial de cloreto de trimesoíla e monômeros de m-fenilenodiamina sobre
polietersulfona porosa.37
A empresa NanoH2 O, (Los Angeles, CA, EUA) desenvolveu e
introduziu no mercado a membrana QuantumFlux para aplicação em líquidos
(osmose reversa), que pode ser classificada como membrana de matriz
mista (WO 2006/098872 A3).
Esta membrana foi gerada pela adição de nanopartículas superhidrofílicas
a um filme fino de poliamida para formar um filme fino
Nanotecnologia, Ciência e Aplicações 2015:8
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membrana nanocomposta com maior eficiência de permeação e menor
potencial de incrustação. As nanopartículas são projetadas para atrair
água e são altamente porosas, absorvendo água como uma esponja
enquanto repelem sais dissolvidos e outras impurezas.
As nanopartículas hidrofílicas incorporadas na membrana também
repelem compostos orgânicos e bactérias, que tendem a obstruir as
membranas convencionais com o tempo.
Outro método utilizado para prevenir o entupimento da membrana
pode ser a funcionalização da superfície com substâncias químicas
capazes de oxidar contaminantes orgânicos e, assim, evitar a formação
de camadas incrustantes. Revestimentos especialmente projetados,
como camadas de nanoprata e TiO2, evitam a incrustação de
membranas ou trocadores de calor e/ou exibem um efeito de
descontaminação em poluentes orgânicos. Devido à sua baixa
espessura, essas camadas superficiais funcionais em nanoescala
requerem poucos materiais e mantêm o perfil superficial do material a
granel, ao mesmo tempo que imobilizam nanopartículas potencialmente
prejudiciais.
Gehrke et al38 depositaram nanopartículas fotocatalíticas de TiO2
(P25, Evonik) em um material filtrante metálico (micropeneira) por um
processo de dip coating. Os nanorevestimentos fotocatalíticos e
repelentes de incrustações degradam as impurezas da água próximas
à superfície da micropeneira antes que uma densa camada de bolo seja
formada. No entanto, este tipo de ativação superficial é restrito a
materiais quimicamente robustos, excluindo membranas poliméricas que
seriam degradadas pelo processo de oxidação induzida.
Uma abordagem de pesquisa muito nova concentra-se em
membranas positivas de bionanocom com proteínas altamente seletivas
imobilizadas em suas superfícies.39 Uma fina película de proteínas da
camada S é aplicada em uma micropeneira metálica por um processo
camada a camada, com alta seletividade para o grupo da platina.
elementos e certos metais de terras raras. A chamada peneira S tem um
enorme potencial para a reciclagem de metais estratégicos, mesmo
quando os metais recortados estão muito fracamente concentrados.
Membranas automontáveis
Algumas atividades de pesquisa visam nanoestruturar novos materiais
de membrana, especialmente para permeação de gases, por meio da
automontagem de copolímeros em bloco (membranas de copolímero em
bloco). A automontagem é definida como a “organização autônoma de
componentes em padrões ou estruturas sem intervenção humana”.40
A estrutura dessas membranas
pode ser sistematicamente controlado pelos parâmetros do processo,
de modo que as membranas alvo apresentem características específicas
feitas sob medida (por exemplo, nanoporos homogêneos). Nanoporos
cilíndricos de alta densidade podem ser formados dessa forma para
serem úteis não apenas para dispositivos micro/nanofluídicos, mas
também para filtração de água.41 Tais membranas pertencentes à categoria de
Nanotecnologia, Ciência e Aplicações 2015:8
Inovações em nanotecnologia para tratamento de água
a ultrafiltração proporciona maior seletividade e eficiência do permeado.
No entanto, devido às dificuldades de adaptação das técnicas a áreas
de membranas em grande escala, até agora as membranas
automontáveis só foram produzidas em pequenas quantidades em
laboratório.42
Membranas de nanofibras
A eletrofiação produz fibras atraindo diferentes materiais muito finos,
como polímeros ou cerâmicas, para um campo elétrico.43
Essas chamadas nanofibras estão na faixa dos nanômetros e são
frequentemente usadas em processos de separação e filtração. O
processo técnico garante uma alta porosidade superficial específica13
e, portanto, uma alta relação superfície/massa. Outro benefício das
nanofibras é a sua capacidade de serem adaptadas a especificidades
como a espessura da membrana e uma estrutura de poros abertos
interligados.34 O processo de eletrofiação é uma tecnologia totalmente
desenvolvida no tratamento de ar, mas quase desconhecida no
tratamento de água e águas residuais. Portanto, envolve um potencial
de pesquisa muito elevado.44
Um filtro de nanofibra já patenteado é o NanoCeram®
(Argonide Corporation, Sanford, FL, EUA), um meio filtrante eletropositivo
que é implementado em um cartucho filtrante.
NanoCeram é uma fibra de pequeno diâmetro, com alta área superficial
(300–600 m²/g), que pode ser produzida em quantidades de quilogramas
por uma reação sol-gel patenteada. O produto é um pó branco, fluido,
constituído por fibras com aproximadamente 2 nm de diâmetro e
dezenas a centenas de nanómetros de comprimento que se acumulam
em agregados. Incorporado em folhas de vidro e não tecido de celulose,
é criado um material de filtração comparável à ultrafiltração, mas com
taxas de fluxo mais altas que atraem sujeira, bactérias, vírus e proteínas
usando um efeito eletrostático. O NanoCeram pode ser aplicado no
modo de pré-filtração para sistemas de água ultrapura, para produzir
água de laboratório ou de processo, no tratamento de água comercial/
industrial, como amostrador microbiológico ou como dispositivo de
filtração independente.45
Feng et al35 demonstraram o efeito da eletrofiação e do tratamento
térmico em uma solução de fluorocarbono termoplástico e silicatos, onde
10, 20 e 40% em peso de ortossilicato de tetrametila foram usados em
fluoreto de polivinilideno para melhorar os parâmetros da membrana.
Espera-se que o tratamento térmico dessas membranas compostas
resulte em um enorme aprimoramento de suas propriedades mecânicas
e hidrofobicidade, aumentando a fração de massa do ortossilicato de
tetrametila em fluoreto de polivinilideno. Assim, membranas feitas com
esses materiais de nanofibras hidrofóbicas podem se tornar muito
aplicáveis para separação de solventes orgânicos, levando a maior
eficiência de fluxo.
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Gehrke et al. Dovepress

Em contraste com o nano-TiO2 e a nanoprata, que pretendem
evitar a incrustação da superfície, algumas atividades de investigação
adicionais visam a imobilização controlada de biofilmes
na superfície das nanofibras para degradar medicamentos como
antibióticos. A principal vantagem dos materiais nanofibrosos de
acordo com a imobilização do biofilme é a sua comparabilidade com
as dimensões dos microrganismos, a morfologia da superfície e a
biocompatibilidade. Os microrganismos beneficiam da protecção
contra as forças de cisalhamento e os efeitos tóxicos do ambiente
circundante. Assim, as bionanofibras são substratos ideais para a
formação de biofilmes microbianos, resultando em biodegradação
acelerada devido a uma maior taxa de crescimento de transportadores.
As nanofibras comuns são feitas de polímeros como poliuretano,
ácido polilático e óxido de polietileno.33
Membranas à base de aquaporina
Aquaporinas são proteínas formadoras de poros e onipresentes nas
células vivas. Sob certas condições, eles formam canais de água
altamente seletivos, capazes de rejeitar a maioria das moléculas iônicas.
A combinação de alta permeabilidade à água e rejeição seletiva torna-
os um material ideal para a criação de novas membranas biomiméticas
de alto fluxo. Para estabilizar as aquaporinas, elas são incorporadas
em vesículas. Como as membranas autônomas baseadas nessas
vesículas são muito fracas mecanicamente para as aplicações
técnicas pretendidas, como a osmose, elas são incorporadas em
uma matriz polimérica ou depositadas em substratos poliméricos,
como membranas de nanofiltração.46 Aquaporin Inside™ (Aquaporin
A/S , Copenhagen, Dinamarca) é a primeira membrana biomimética
comercialmente disponível com aquaporinas incorporadas. Este tipo
de membrana é capaz de suportar pressões de até 10 bar e permitir
um fluxo de água de 0,100 L/(hm2 ), por exemplo, necessário para a
dessalinização de água salobra.
Xie et al47 reconstituíram aquaporinas em vesículas poliméricas
automontadas e usaram polimerização de “impressão superficial” in
situ para gerar uma densa camada de polímero hidrofóbico.
Esta nova membrana possui uma camada seletiva nanoestruturada
bem controlada e uma resistência mecânica tão alta quanto
necessária para suportar a filtração de água acionada por pressão
processos.
Para entrar no mercado de água e águas residuais, as membranas
à base de aquaporina têm de ser competitivas com as membranas
convencionais em termos de estabilidade e vida útil. Atualmente, não
existe nenhuma membrana que possa suportar permanentemente as
pressões operacionais da osmose reversa, as duras condições de
limpeza (alta temperatura, produtos de limpeza ácidos e alcalinos) e
a corrosão baseada em incrustações.
A Tabela 4 resume as propriedades, aplicações e abordagens
inovadoras mais importantes para membranas e processos de
membranas de acordo com a nanotecnologia e processos de
tratamento de água e águas residuais.
Fotocatálise
A fotocatálise é um processo de oxidação avançado empregado na
área de tratamento de água e águas residuais, em particular para a
eliminação oxidativa de micropoluentes e patógenos microbianos.48,49
Conforme relatado na literatura,50–52
a maioria dos poluentes orgânicos pode ser degradada por fotocatálise
heterogênea. Devido à sua alta disponibilidade, baixa toxicidade,
eficiência de custo e propriedades de material bem conhecidas, o
TiO2 é amplamente utilizado como fotocatalisador.13 Quando o TiO2
é irradiado por luz ultravioleta com um comprimento de onda
apropriado na faixa de 200–400 nm, os elétrons serão fotoexcitado e
passa para a banda de condução. Como resultado da excitação
fotônica, pares elétron-buraco são criados, levando a uma cadeia complexa

Tabela 4 Propriedades, aplicações e abordagens inovadoras para nanomembranas

Propriedades das Nanomembranas Formulários Novas abordagens

Positivo Negativo

Nanofiltração Repulsão baseada em carga, pressão Bloqueio de membrana Redução de dureza, cor, odor, metais Dessalinização da água do mar

membranas relativamente baixa, alta seletividade (polarização de concentração) pesados

Membranas Maior hidrofilicidade, permeabilidade à Material a granel resistente Altamente dependente do tipo de Membranas
nanocompostas água, resistência à incrustação e necessário ao usar nanomateriais compósito, por exemplo, osmose reversa, bionanocompostas

resistência térmica/mecânica oxidantes, possivelmente liberação remoção de micropoluentes

robustez de nanopartículas

Membranas Nanoporos homogêneos, Pequenas quantidades disponíveis Ultrafiltração Aumento de escala do processo

automontáveis membranas sob medida (escala de laboratório)

Nanofibra Alta porosidade, feito sob medida, Bloqueio de poros, Cartucho de filtro, ultrafiltração, pré- Membranas compostas de
membranas maior eficiência de permeado, possivelmente liberação de nanofibras filtração, tratamento de água, dispositivo nanofibras, membranas de
bactericida de filtração independente bionanofibras

Membranas à base de Alta seletividade iônica e Fraqueza mecânica Dessalinização de baixa pressão Processos de estabilização
aquaporina permeabilidade (impressão superficial,

incorporação em polímeros)

8 envie seu manuscrito | www.dovepress.com

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de reações oxidativo-redutivas. Assim, a biodegradabilidade de substâncias
altamente decomponíveis pode ser aumentada numa etapa de pré-
tratamento. Principalmente, compostos persistentes como antibióticos ou
outros micropoluentes podem ser eliminados fotocataliticamente em
processos de polimento, tais como etapas de clarificação terciária em
estações de tratamento de águas residuais municipais. No entanto, como
a radiação ultravioleta A é apenas cerca de 5% da luz solar, a eficiência
do fóton é bastante baixa, limitando o uso em escala industrial.
A ativação do TiO2 é geralmente induzida por uma lâmpada ultravioleta,
mas a luz solar, além de fontes de luz artificial, também é permitida.
KRONOClean 7000 (Kronos Inc., Cranbury, NJ, EUA) é um novo
fotocatalisador onde o bandgap é deslocado para uma energia mais baixa,
permitindo o uso de um espectro mais amplo de luz solar. Além do TiO2 ,
o trióxido de tungstênio e alguns derivados de fulereno, como Fullerol e
C60 encapsulados com poli(N-vinilpirrolidona), bem como compósitos com
TiO2, apresentam efeito fotocatalítico sob irradiação de luz visível.53,54
Porém, estão produzindo O2 que possui menor potencial de oxidação do
1
que o TiO2 e o preço raramente é alto. Outras abordagens para melhorar
o desempenho do TiO2
nanopartículas incluem a criação de nanotubos de TiO2 25% a 40% mais
eficientes e dopagem com metais nobres, reduzindo
a recombinação eÿ /h+.55
Nos últimos anos, muitos grupos de pesquisa investigaram a
combinação de processos de separação e catalíticos (usando um reator
fotocatalítico de membrana) para purificar a água e reter as partículas
catalíticas.56–58 Ao usar nanopartículas altamente eficientes, um sistema
de filtração apropriado como a nanofiltração deve ser implementada para
garantir a rejeição completa de nanopartículas possivelmente prejudiciais.
Assim, é necessária uma tecnologia de instalação extensa e relativamente
dispendiosa, incluindo bombas de alta pressão.
Uma solução para a rejeição de nanopartículas fotocatalíticas é a sua
imobilização em materiais definidos através do uso de materiais adequados.
processos de revestimento, como deposição física ou química de vapor,
bem como processos de revestimento químico úmido. Ao usar um material
de microfiltro como substrato, obtém-se um efeito multibarreira benéfico
que compreende filtração mecânica e descontaminação química (Figura
1). Partículas de sujeira e microorganismos maiores são rejeitados pelas
membranas de microfiltração ao mesmo tempo que vírus, esporos e
contaminantes são eliminados e degradados quimicamente.
Por exemplo, Gehrke et al38 depositaram TiO2 fotocatalítico
nanopartículas isoladas ou em combinação com prata bactericida na
superfície de filtros metálicos. Eles usaram revestimento por imersão, bem
como deposição química e física de vapor para produzir revestimentos
finos fotocatalíticos com espessura máxima de
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Inovações em nanotecnologia para tratamento de água
500 nm. No entanto, devido à superfície reativa reduzida do fotocatalisador
quando comparado com suspensões de nanopartículas, a atividade
fotocatalítica diminui em pelo menos uma ordem de grandeza.58
Nos últimos anos, alguns processos avançados de oxidação foram
introduzidos com sucesso no mercado de tecnologia de água. Por exemplo,
a Purific Water (Holiday, FL, EUA) estabeleceu um processo combinado de
tratamento de água compreendendo fotocatálise e filtração por membrana
cerâmica, com capacidade de mais de
4 milhões de metros cúbicos por dia, em particular para a degradação de
compostos orgânicos voláteis e 1,4 dioxinas para a remediação de águas
subterrâneas.59
Limitações de materiais e processos
nanobaseados para aplicações em água
A comercialização de materiais de nanoengenharia para a tecnologia de
água e águas residuais depende fortemente do seu impacto no ambiente
aquoso. Numerosos estudos, incluindo testes de toxicidade, análise de
ciclo de vida, avaliação de tecnologia e caminhos e dispersão de
nanopartículas em corpos d'água, foram realizados a fim de avaliar os
riscos à saúde de
nanomateriais (ver secção sobre Potenciais riscos de ecotoxicidade de
materiais e processos de base nano relacionados com aplicações de
água). Os resultados destes estudos levaram a uma melhor compreensão
do comportamento de nanopartículas como CNTs, TiO2 e nanopartículas
de prata em sistemas aquosos; assim, os intervenientes da administração,
da política e da indústria são apoiados para criar novas leis e regulamentos
ou modificar os actuais.
No entanto, muitos estudos produziram resultados contraditórios, uma vez
que não foram determinados padrões e condições gerais para testes e
medições experimentais, o que retarda os processos de decisão necessários.
Antecedentes jurídicos de materiais
e processos de base nano
relacionados a aplicações de água
Por um lado, a nanotecnologia facilitadora é promovida como uma das
tecnologias-chave mais desafiantes deste século. Foram gastos milhares
de milhões de dólares em programas-quadro de investigação destinados a
promover a nanotecnologia e a introduzir no mercado novos materiais e
processos. Por exemplo, o orçamento federal de 2015 alocou mais de
1,5 mil milhões de dólares americanos60 para a Iniciativa Nacional de
Nanotecnologia (Arlington, VA, EUA), que tem actividades relacionadas
com a nanotecnologia em curso em 20 departamentos e agências
independentes. O Horizonte 2020, o programa-quadro de investigação da
União Europeia, disponibiliza 110 mil milhões de dólares durante um
período de 7 anos para projectos de investigação e inovação, incluindo
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Gehrke et al.
Microfiltração
Multibarreira
sistema
Partículas com
dp >0,5 ÿ1 µm
são rejeitados
Contaminantes
Tecnologias
1nm 100nm
Figura 1 Efeito multibarreira de partículas fotocatalíticas de dióxido de titânio em combinação com microfiltração.
Abreviaturas: AOP, processo de oxidação avançado; UV, ultravioleta.
US$ 92 milhões para inovações hídricas e US$ 686 milhões
para a nanotecnologia em 2014.61,62 Para combinar água e
nanotecnologia, existem apelos conjuntos para “soluções de baixo
consumo de energia para a produção de água potável” que envolvem
a implementação de novos materiais e processos de nanoengenharia
para aplicações de água.
Por outro lado, devem ser tomadas medidas para prevenir
quaisquer danos ambientais, incluindo organismos aquosos, plantas
e seres humanos, quando os nanomateriais são aplicados.
Assim, várias leis e regulamentos estão em curso a nível internacional
e ainda têm de ser incorporados em leis nacionais válidas. Uma vez
que cada país tem as suas próprias leis e directrizes complexas, o
que se segue apresenta apenas uma visão geral aproximada da forma
como a União Europeia e os EUA lidam com a implementação de
novos regulamentos relativos aos nanomateriais e à sua exposição
em massas de água. O problema geral mais importante com todas as
abordagens jurídicas resulta da incapacidade de atribuir nanomateriais
com as suas funções cruzadas a um quadro jurídico individual.
10 envie seu manuscrito | www.dovepress.com
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Processo AOP (UV
+nanofotocatalisador)
Os germes são mortos,
contaminantes são
eliminado
1 µm
Na Europa, os nanomateriais são regulamentados pelo REACH63
(Registo, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos)
porque estão abrangidos pela definição REACH de “substância”
química. O REACH é um programa da União Europeia que regula a
produção e utilização de substâncias químicas e o seu impacto
potencial na saúde humana e no ambiente. As obrigações gerais do
REACH aplicam-se, portanto, como a qualquer outra substância, e não
estipulam explicitamente os nanomateriais. No entanto, alguns Estados-
Membros da UE têm preocupações, principalmente sobre os limites
de tonelagem do REACH, a fiscalização do mercado e os registos, e
o tempo necessário para o acesso à informação sobre nanomateriais
no mercado. Várias organizações não governamentais afirmam ter
integrado a definição da UE de nanomateriais64 em todos os
regulamentos atuais relevantes.
A Directiva-Quadro Europeia da Água,65 que estabeleceu um
quadro para a protecção das águas superficiais interiores, águas de
transição, águas costeiras e águas subterrâneas, refere-se ao REACH
para avaliação de substâncias prioritárias. Devido
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Dovepress Inovações em nanotecnologia para tratamento de água

Devido à sua estreita ligação, qualquer alteração do REACH os efeitos relatados em organismos aquáticos incluíram diminuição da

relacionada com nanomateriais é automaticamente implementada reprodução de dáfnias, bem como dificuldade respiratória, alterações
na Diretiva Água. patológicas nas guelras e nos testículos, e alterações comportamentais em

Nos EUA, a Agência de Protecção Ambiental permitiu o fabrico limitado peixes.71 Vários efeitos agudos em algas podem ser demonstrados

de novos materiais químicos em nanoescala através da utilização de ordens dependendo do tipo e concentração de TiO2 ; no entanto, a concentração

administrativas ou de novas regras de utilização significativas ao abrigo da eficaz média dependeu principalmente do tamanho das partículas. A Tabela
Lei de Controlo de Substâncias Tóxicas. O 5 resume os resultados de vários estudos de toxicidade para diferentes tipos

o desenvolvimento de novas regras de utilização significativas correspondentes de nanopartículas de TiO2, nano-ZnO, nano-CuO e nano-SiO2 ,

começou em 2010 e estas estão a ser continuamente expandidas. A agência

também permitiu a fabricação de novos produtos químicos em nanoescala bem como fulerenos e CNTs e seus efeitos em vários

materiais sob os termos de certas isenções regulatórias, mas apenas em Organismos aquáticos.

circunstâncias com exposições severamente controladas para proteção Outro fator importante na avaliação da toxicidade das nanopartículas é

contra riscos excessivos. O uso de nanomateriais em combinação com o o tempo de exposição. Por exemplo, TiO2
meio água não é explicitamente mencionado.66 exerceu toxicidade mínima para dáfnias dentro do tempo normal de exposição

de 48 horas, mas causou alta toxicidade quando o tempo de exposição foi

Embora todos os países que produzem e/ou utilizam estendido para 72 horas.82

nanomateriais estejam cientes dos seus riscos potenciais, até agora A toxicidade dos pontos quânticos de CdSe/ZnS para dáfnias ocorre

não foi implementada qualquer regulamentação específica para apenas em concentrações relativamente altas, o que é improvável em

nanomateriais nas respetivas leis. Isto explica principalmente as ambientes aquáticos.83 Por exemplo, entre outros pontos quânticos de CdSe/

regulamentações relativamente vagas provenientes de países ZnS e pontos quânticos de óxido de polietileno vermelho têm uma

pioneiros, como o Canadá, os EUA, o Japão e a União Europeia. É concentração efetiva mediana relativamente baixa de 0,11. mg/L e 0,06*1015

provável que estes regulamentos sejam modificados e reforçados partículas por litro, respectivamente.83

com a extensão de bases de dados fiáveis. A toxicidade dos pontos quânticos de CdTe solúveis em água para algas

verdes unicelulares (Chlamydomonas reinhardtii) é uma ordem de grandeza

Potencial ecotoxicidade de materiais e maior que a do TiO2 (P25).84 Estresse oxidativo e danos ao DNA induzidos
processos nanobaseados por pontos quânticos de CdTe em mexilhões de água doce (Elliptio

relacionados a aplicações de água complanata) foram detectados.85

Os nanomateriais presentes na água não afetam diretamente os seres Os fígados de esgana-gatas (Gasterosteus aculeatus) expostos a pontos

humanos, mas existe a possibilidade de absorção de nanomateriais através quânticos de CdS exibiram pleomorfismo nuclear hepatocelular.86

do consumo de peixes, pelo que o impacto dos nanomateriais nos organismos

aquáticos deve ser tomado em consideração. Os efeitos nocivos dos A concentração de matéria orgânica dissolvida no ambiente aquoso

nanomateriais nos organismos aquáticos estão relacionados principalmente afeta as concentrações medianas efetivas e letais de nano-CuO e nano-ZnO
em crustáceas
às nanopartículas, portanto a seção seguinte trata da potencial toxicidade

das nanopartículas de TiO2,67 nanopartículas de prata,68 e CNTs,69,70 que (Daphnia magna, Thamnocephalus platyurus) e protozoários (Tetrahymena

são as espécies de nanopartículas mais comuns. thermophila).87

A truta arco-íris exposta a CNTs de parede única apresenta aumento da

atividade Na+ K+ -ATPase nas guelras e intestinos; entretanto, sua toxicidade

Efeitos nocivos nos organismos aquáticos é mais respiratória do que ionorregulatória devido à precipitação no muco

Uma ampla visão geral dos diversos efeitos do TiO2 branquial.88 Mouchet et al77 demonstraram o efeito tóxico dos CNTs de

nanopartículas em vários tipos de organismos aquáticos é apresentado em parede dupla.

um estudo de caso publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA em diferentes concentrações nas larvas do anfíbio Xenopus laevis. Klaper

em 2010.71 Nesse estudo, diferentes tipos de nano-TiO2 , diferentes vias de et al89 sugeriram que nanopartículas de fulereno estão associadas a

entrada e diferentes efeitos no meio ambiente e nos organismos foram respostas ao estresse oxidativo em dáfnias. Vários estudos mostram que a

demonstrados comparando-se vários estudos sobre a influência de toxicidade do nC60 para dáfnias também depende do tipo de solubilização,
nanopartículas, exemplificadas pelo TiO2 , em diferentes tipos de organismos, por exemplo, agitada em água ou solubilizada com tetrahidrofurano.90–92

incluindo bactérias, algas, invertebrados, peixes e plantas. Deles Os fulerenos C60 formam espontaneamente colóides aquosos em água
contendo

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Tabela 5 Efeitos de vários nanomateriais em diferentes organismos aquáticos

Espécies de teste Material Resultado do estudo Referência

Algas (algas verdes, TiO2 : partícula primária de 20,5 nm, 20% de rutilo, 80% de anatase, CE50 32–44 mg/L 72
72
Desmodesmo subpicatus) área superficial BET 45 m2 /g; sonicado (Evonik P25)
Invertebrados (Daphnia pulex TiO2 : partícula primária de 20,5 nm, 20% de rutilo, 80% de anatase, 73
CL50 0,10 mg/L
73
e Ceriodaphnia dubia) área superficial BET 45 m2 /g; sonicado (Evonik P25)
Peixe (peixe-zebra, Danio rerio)
73
TiO2 : partícula primária de 20,5 nm, 20% de rutilo, 80% de anatásio, 73
CL50 0,10 mg/L
área de superfície BET 45 m2 /g, sonicada (Evonik P25)
Algas (algas verdes, 74
,75 nm partícula primária de TiO2 (produto Sigma 643017) EC50 0,100 mg/L
5
Pseudokirchneriella subcapita)
Algas (algas verdes, P. 140 nm em água, 79% de rutilo, 21% de anatase, revestido EC50 21 mg/L (número de células) 75
6
subcapita) com alumina (pó de TiO2 ultrafino da DuPont com revestimento EC50 87 mg/L (taxa de crescimento)

de alumina [DuPont uf-C TiO2] )

Peixe (truta arco-íris, 140 nm em água, 79% de rutilo, 21% de anatase, revestido 75
CL50 0,100 mg/L
6
Oncorhynchus mykiss) (DuPont uf-C TiO2 )
Algas (algas verdes, P. EC50 16 mg/L (número de células) 75
TiO2 fino , 380 nm em rutilo de água, revestido (~99% TiO2 , ~1% de
6
subcapita) alumina) EC50 61 mg/L (taxa de crescimento)
Invertebrado (Daphnia magna)
7
CL50 5,5 mg/L 76
TiO2 : Partícula primária, 25 nm, anatase, filtrada (0,22 ÿm)
LOEC 2,0 mg/L
NOEC 1,0 mg/L
Larvas de sapo (Xenopus laevis)
8
Mortalidade por concentrações de CNTs de parede dupla, 0%–15% (10 mg/L) 77
diferentes concentrações 0%–5% (100 mg/L)
5%–85% (500 mg/L)
Vibrio fisheri9 Nano TiO2 : 25–70 nm 78
CE50 0,20.000 mg/L (TiO2 )
Nano ZnO: 50–70 nm
CE50 1,8±0,1 mg/L (ZnO)
Nano CuO: ~30 nm
CE50 79±27 mg/L (CuO)
D. magna9 Nano TiO2 : 25–70 nm 78
CL50 ~20.000 mg/L (TiO2 )
Nano ZnO: 50–70 nm
CL50 3,2±1,3 mg/L (ZnO)
Nano CuO: ~30 nm
CL50 3,2±1,6 mg/L (CuO)
D. magna79 Nano/Micro-Ag Mortalidade em diferentes 79

Nano/Micro-CeO2 concentrações

Thamnocephalus platyurus9 Nano TiO2 : 25–70 nm 78

CL50 0,20.000 mg/L (TiO2 )
Nano ZnO: 50–70 nm
CL50 0,18±0,03 mg/L (ZnO)
Nano CuO: ~30 nm
CL50 2,1±0,5 mg/L (CuO)
Peixe-zebra (D. rerio)
80 Fulerenos 80
LC50 200 ppb (C60)

LC50 200 ppb (C70)

CL50 4.000 ppb (C60(OH)24)

Bacillus subtilis81 Porcentagem de inibição do crescimento de TiO2 (330 nm), 81
75%±6,6% a 1.000 ppm de TiO2
SiO2 (205 nm), ZnO (480 nm) 7%±4,7% a 1.000 ppm de SiO2
90%±4,4% a 10 ppm de ZnO
Escherichia coli81 Porcentagem de inibição do crescimento de TiO2 (330 nm), 81
15%±4,2% a 500 ppm de TiO2
SiO2 (205 nm), ZnO (480 nm) 15%±6,4% a 500 ppm de SiO2
14%±3,5% a 10 ppm de ZnO

Abreviaturas: CE50, concentração efetiva mediana; CL50, concentração letal mediana; LOEC, menor concentração de efeito observada; NOEC, concentração sem
efeito observado; BET, Brauner-Emmett-Teller.

agregados nanocristalinos, que se acredita serem tóxicos para Destino e remoção de nanomateriais na água
bactérias.93 A emissão de nanopartículas no meio ambiente pode vir de fontes
Devido à sua estrutura superficial, alguns CNTs apresentam alta pontuais, por exemplo, instalações de produção, aterros sanitários ou
reatividade e capacidade de transportar outras substâncias para o estações de tratamento de águas residuais, ou de fontes difusas, como

corpo celular. Além disso, a presença de suspensões C60 altera a máquinas de lavar, roupas ou outros materiais que contenham
toxicidade do fenantreno (aumentada) e do pentaclorofenol (reduzida) nanopartículas.96 Por exemplo, uma certa quantidade A quantidade de

em algas e dáfnias.94 C60 leva à morte celular necrótica e apoptótica. nanoprata é liberada das roupas durante a lavagem, dependendo da

O C60(OH)24 , que é significativamente menos tóxico que o C60 , adesão da prata às roupas e das condições específicas de lavagem.

aumenta a morte celular necrótica.79 Os fulerenos como o nC60 Demonstrou-se que nanosocks comercialmente disponíveis lixiviam
também têm um impacto negativo pela bioacumulação, por exemplo, 25% de seu conteúdo total de prata dentro de

minutos em pH 10,97–99
nas dáfnias, com um nível de acumulação de até 7.000 mg/kg de peso húmido.95

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Dovepress Inovações em nanotecnologia para tratamento de água

Acúmulo no organismo
Ligação física
Efeito depósito

Solubilidade em água Mobilidade Metabolismo

Comportamento de agregação Reatividade química

(comportamento de redução de oxidação)

Figura 2 Propriedades das nanopartículas em corpos d’água.

A mobilidade das nanopartículas em corpos d'água, conforme concentrações ambientais calculadas dos mais comuns

mostrado na Figura 2, depende de uma série de suas propriedades,
como solubilidade em água, ligação física a outros componentes e
sua reatividade química, por exemplo, comportamento de oxidação e
redução. Esses fatores e a carga superficial das nanopartículas
podem levar à imobilização.
Devido à sua alta superfície específica, a maioria das
nanopartículas tende a acumular-se e adsorver imediatamente após
o contato com a água, perdendo suas características individuais em
nanoescala. Assim, a configuração da superfície dos polímeros
influencia a aglomeração de nanopartículas em sistemas aquosos,
bem como proporciona interação com diferentes proteínas.76,77
Assim, a configuração da superfície de nanopartículas poliméricas,
como a polietilenimina, influencia a aglomeração em sistemas aquosos.
Além disso, as nanopartículas poliméricas podem interagir com
diferentes proteínas, como o soro fetal bovino.100–102 Como
aglomerados ou adsorvidas a macropartículas, as nanopartículas
podem ser depositadas por um longo período de tempo em sedimentos
de corpos d'água naturais, como lagos ou rios, e também em
reservatórios industriais de grande escala. Estas nanopartículas
ligadas são “inativas”, mas não inofensivas, uma vez que uma
mudança nas condições ambientais, por exemplo, um aumento na
temperatura ou uma diminuição no pH, pode induzir a dissolução das nanopartículas.
Devido à alta reatividade química dos óxidos nanometálicos, sua
nanomateriais com dados de estudos de ecotoxicidade. Em um
estudo probabilístico de fluxo de materiais para os EUA, Europa e
Suíça, Gottschalk et al105 calcularam quocientes de risco para
nanoprata, nano-TiO2 e nano-ZnO em efluentes de tratamento de
esgoto e águas superficiais (Tabela 6). O quociente de risco é
definido como o quociente entre a concentração ambiental prevista
(calculada) e a concentração prevista sem efeito. Enquanto os
resultados da concentração ambiental prevista foram retirados do
estudo, os valores previstos da concentração sem efeito foram
calculados com base em dados de ecotoxicidade da literatura. Se o
quociente de risco for $1, serão necessários mais testes, e se for <1,
nenhum risco será colocado ao meio ambiente e nenhuma medição
adicional será necessária.106A Tabela 6 mostra que na época em
que o estudo foi preparado, ou seja, 2009, para todas as regiões
consideradas, a nanoprata, o nano-ZnO e o nano-TiO2 representaram
riscos acentuados de ecotoxicidade nos efluentes das estações de
tratamento de esgoto. A concentração ambiental prevista para a nanoprata era tão alta
Tabela 6 Quociente de risco para diferentes nanopartículas em águas
superficiais e efluentes de ETE na Europa, EUA e Suíça
Europa cervo Suíça
Nano-TiO2
Água da superfície 0,015 0,002 0,02

estabilidade é temporária e localmente muito limitada, resultando em Efluente da ETE 3.5 1,8 4.3
Nano-ZnO
caminhos de propagação curtos. No entanto, vários grupos de
Água da superfície 0,25 0,02 0,32
pesquisa tentaram estabilizar óxidos de nanomateriais para melhorar Efluente da ETE 10.8 7.7 11
sua eficácia em processos de remediação de água.30 Nanoprata

Existem vários caminhos de degradação para nanopartículas em Água da superfície 1.1 0,17 1.03
Efluente da ETE 61.1 30.1 55,6
sistemas aquosos, dependendo das condições ambientais específicas.
CNT
De acordo com suas propriedades físicas e químicas, as Água da superfície ,0,0005 ,0,0005 ,0,0005
nanopartículas podem ser alteradas pela ação fotórica induzida pela Efluente da ETE ,0,0005 ,0,0005 ,0,0005

luz solar, dependendo da turbidez da água. Também podem ocorrer Fulerenos

Água da superfície ,0,0005 ,0,0005 ,0,0005
processos de degradação biótica ou abiótica.103 Em condições
Efluente da ETE 0,026 0,023 0,019
anaeróbicas, certos nanomateriais orgânicos e metálicos podem
Nota: Reimpresso com permissão de Gottschalk F, Sonderer T, Scholz RW, Nowack B.
possivelmente ser transformados ou reagir a compostos complexos.104 Concentrações ambientais modeladas de nanomateriais de engenharia (TiO2, ZnO, Ag, CNT,
fulerenos) para diferentes regiões. Tecnologia Científica Ambiental. 2009;43:
Para estimar a influência das nanopartículas no meio ambiente,
9216–9222.105 Direitos autorais © 2009, American Chemical Society.
vários estudos têm sido realizados comparando Abreviatura: ETE, estação de tratamento de esgoto.

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os efeitos nocivos da água não podem ser excluídos. Segundo este estudo,
os fulerenos e o CNT não apresentam efeitos tóxicos, independentemente
da área de exame.
As tecnologias de tratamento de águas residuais incluem, além do
tratamento biológico, vários processos bem estabelecidos, como floculação,
sedimentação e processos de filtração, que são parcialmente implementados
em estações de tratamento de águas residuais municipais. Em geral, a
remoção de nanopartículas ocorre via tratamento biológico através da
interação com a comunidade microbiológica que pode degradar ou
incorporar nanopartículas e sedimentação. Uma vez que a taxa de
sedimentação diminui com diâmetros de partículas menores, a sedimentação
eficiente de nanopartículas requer uma etapa de aglomeração precoce.
Como mencionado anteriormente, devido à sua elevada superfície específica,
as nanopartículas tendem a formar aglomerados de partículas relativamente
grandes ou a adsorver-se em partículas maiores, auxiliando a separação
das nanopartículas.107 Se as partículas não se agregarem espontaneamente,
podem-se adicionar surfactantes apropriados durante a floculação que
induzem formação de aglomerados maiores. Posteriormente, as
nanopartículas serão removidas por sedimentação, filtração ou flotação. Por
exemplo, agregados coloidais de C60 podem ser facilmente removidos pelo
processo descrito.108
Conclusão e perspectivas futuras
Existe uma necessidade significativa de novas tecnologias avançadas no
domínio da água, em especial para garantir uma elevada qualidade da água
potável, eliminar micropoluentes e intensificar os processos de produção
industrial através da utilização de sistemas de tratamento de água ajustáveis
de forma flexível. Materiais de nanoengenharia, como nanoadsorventes,
nanometais, nanomembranas e fotocatalisadores, oferecem potencial para
novas tecnologias de água que podem ser facilmente adaptadas a aplicações
específicas do cliente. A maioria deles é compatível com tecnologias de
tratamento existentes e pode ser integrada simplesmente em módulos
convencionais. Uma das vantagens mais importantes dos nanomateriais
quando comparados com as tecnologias convencionais de água é a sua
capacidade de integrar diversas propriedades, resultando em sistemas
multifuncionais, como membranas nanocompostas, que permitem tanto a
retenção de partículas como a eliminação de contaminantes. Além disso,
os nanomateriais permitem maior eficiência do processo devido às suas
características únicas, como uma alta taxa de reação.
No entanto, ainda existem várias desvantagens que precisam ser
negociadas. Materiais funcionalizados com nanopartículas incorporadas ou
depositadas em sua superfície apresentam potencial de risco, uma vez que
as nanopartículas podem ser liberadas e emitidas para o meio ambiente,
onde podem se acumular por longos períodos de tempo. Até agora, não
existem sistemas de monitoramento on-line que forneçam dados confiáveis
de medição em tempo real sobre a qualidade e a quantidade de
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nanopartículas presentes apenas em pequenas quantidades na água,
oferecendo assim um elevado potencial de inovação. Para minimizar o risco
para a saúde, estão em preparação vários regulamentos e leis nacionais e
internacionais. Outra limitação mais técnica das tecnologias hídricas de
nanoengenharia é que elas raramente são adaptáveis a processos em
massa e, atualmente, em muitos casos, não são competitivas com as
tecnologias de tratamento convencionais.
No entanto, os materiais de nanoengenharia oferecem um grande potencial
para inovações no domínio da água nas próximas décadas, em particular
para sistemas de tratamento descentralizados, dispositivos no ponto de
utilização e contaminantes altamente degradáveis.
Divulgação
Os autores não relatam conflitos de interesse neste trabalho.
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