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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB – 025 SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE


SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

ALUNO:...........................................................................................................................................

SÃO PAULO, 2021


EPUSP/PECE
“Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer
meio ou processo, sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os
direitos autorais sobre este documento.”
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Aula 1: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB - 025

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 1

NOÇÕES DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Contextualizar a problemática ambiental e de segurança e saúde no trabalho com o
desenvolvimento tecnológico e empresarial.
➢ Explanar sobre noções de Sistemas de Gestão.

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Aula 1: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

1. A TECNOLOGIA E A QUESTÃO AMBIENTAL

Os avanços tecnológicos ocorridos após a Revolução Industrial fizeram com que


ocorressem mudanças importantes nas organizações humanas. Algumas dessas mudanças, com
um novo (na época) modelo de produção e organização do trabalho contribuíram para uma
melhoria sensível da qualidade de vida, enquanto outras contribuíram de maneira negativa,
criando problemas econômicos, sociais, políticos, ambientais e de segurança, incluindo-se,
também, uma urbanização cada vez mais intensa.

Com o aumento da capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades e


desejos crescentes do ser humano, começaram a surgir tensões e conflitos quanto ao uso do
espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível.

O trabalho manual cedeu lugar à automação e à industrialização, com o consequente


aumento das taxas de produção.

Uma das principais mudanças, ocasionadas pela Tecnologia, foi o aumento de velocidade
no transporte de pessoas e de cargas, nos meios de comunicação, no fluxo de informações e
consequentemente, a criação de novos materiais.

Avanços na medicina aumentaram a expectativa de vida do ser humano de 35 anos,


durante a Revolução Industrial, para mais de 90 anos atualmente nos países desenvolvidos.

Com essa melhoria de qualidade de vida, a população humana aumentou de 0,3 bilhões
no ano 1 D.C. para 1,1 bilhões em 1850 e para mais de 7 bilhões hoje em dia.

A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa.
Recursos não-renováveis, como o petróleo e a água doce ameaçam escassear. Onde moravam
algumas famílias, consumindo alguma água e produzindo uma quantidade pequena de resíduos,
agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas
de lixo por dia.

Os resultados excepcionais que se conseguiu em termos de aumento da expectativa de


vida e do controle das doenças agudas tornaram, entretanto, ainda mais evidentes os problemas
das doenças crônicas e da poluição ambiental.

Dessa maneira isso determinou uma maior degradação do meio onde se insere o ser
humano. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu equilíbrio. Algumas
das consequências indesejáveis desse tipo de ação humana são, por exemplo, o
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esgotamento do solo, a contaminação da água e do solo e, mesmo, a crescente violência nos


centros urbanos.

Dentro dessa perspectiva, a assim chamada "questão ambiental" que se iniciou através de
manifestações e movimentos teve seu início no final dos anos 50 do século XX, principalmente
nos países desenvolvidos, à medida que seus cidadãos começaram a se alarmar com a
deterioração da qualidade do ar e da água. Quando essa preocupação com o meio ambiente
aumentou, a chaminé soltando fumaça se tornou um símbolo negativo da prosperidade
constatando-se uma deterioração na qualidade de vida que afeta a saúde tanto física quanto
psicológica dos habitantes das grandes cidades.

Um exemplo dessa preocupação é o consumo de água fresca.

Desde seu aparecimento na Terra, os seres humanos têm contaminado seu mais precioso
recurso natural. À medida que a população humana foi crescendo paralelamente à escala e
complexidade de suas atividades, principalmente na agricultura e indústria, as demandas desse
recurso finito, mas renovável cresceram.

A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é
suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do planeta precisa.
Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água
no planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas
polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.

Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribuição é irregular no
território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do
escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semiáridas,
apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países
desenvolvidos.

A água utilizável é e continuará sendo um bem cada vez mais disputado no planeta.
Atualmente, embora muito se fale em globalização, distribuição de recursos, a realidade que se
apresenta é triste. Quase 750 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso a uma fonte
segura de água potável. Como se não bastasse, a demanda por esse precioso bem irá aumentar
em 400 por cento até o ano de 2050, tendo como base os índices de consumo do ano de 2000.

Segundo o estudo apresentado, o planeta pode enfrentar um déficit de 40% no


abastecimento de água até 2030 caso os modelos de consumo, utilização e descarte da água não
mudem, tanto na área doméstica quanto na da agricultura, da indústria e da energia.
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“Há um consenso internacional de que a água e o saneamento são essenciais para a


realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Eles estão intrinsecamente ligados às
alterações climáticas, agricultura, segurança alimentar, saúde, energia, igualdade, gênero e
educação”, disse Michel Jarraud, Presidente da UN-Water e Secretário Geral da Organização
Meteorológica Mundial.

O estudo também alerta para a intensificação das disputas hídricas. Conflitos


interestaduais e regionais também podem surgir devido à escassez de água e má gestão.
Atualmente, 158 das 263 bacias hidrográficas transfronteiriças não têm qualquer tipo de gestão
cooperativa.

Estima-se que sejam disponíveis cerca de 1,4 bilhões de quilômetros cúbicos de água.
Desse total, somente 2,6 por cento é água fresca, o restante é água salgada. Portanto, o volume
de água fresca é estimado em somente 37 milhões de quilômetros cúbicos, suficientes para cobrir
a superfície terrestre numa profundidade de 250 metros.

Contudo, muito pouco dessa quantidade está facilmente disponível para uso na forma
líquida. Calotas polares e geleiras contêm 76,5 por cento da água fresca, e 22,9 por cento
encontra-se em águas subterrâneas. Isso significa que menos de 1 por cento de água fresca está
disponível na atmosfera, rios e lagos.

O Instituto de Recursos Mundiais, em 1987, estimou que somente 9000 quilômetros


cúbicos de água fresca estão rapidamente disponíveis para exploração humana. Teoricamente,
essa quantidade é suficiente para suportar uma população de 20 bilhões de pessoas. Contudo, a
população humana e o recurso de água não estão distribuídos uniformemente.
Consequentemente, em algumas áreas existe falta desse recurso, enquanto em outras somente
uma pequena porcentagem foi explorada.

Atualmente, o uso de água fresca está dividido da seguinte maneira: 69 por cento para a
agricultura, 23 por cento para a indústria e 8 por cento para uso doméstico.

Além do problema do fornecimento e extração da água, tem-se um sério problema que é a


sua deterioração de sua qualidade, acelerada nas três últimas décadas. A descarga de água não
tratada ou inadequadamente tratada em rios, lagos e outros ecossistemas aquáticos é a principal
fonte de poluição.

A correção dessa deterioração da qualidade da água - o que em muitas regiões agrava a


sua falta - requer um investimento muito alto em monitoramento, tratamento, controle e
regulamentação.
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Aula 1: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

Outro fator importante na questão ambiental é o aumento da velocidade atual dos meios de
comunicação. Imagens de desastres ecológicos são difundidas no mesmo instante no mundo
inteiro. Queimadas em florestas, desmatamentos, acidentes industriais como: Seveso, Bhopal,
México, Chernobyl, Basiléia, Exxon-Valdez, Petrobrás, Brumadinho, etc. tiveram uma repercussão
internacional em função do número de vítimas, da degradação da flora e da fauna e do valor das
indenizações envolvidas.

Consequências de uma poluição transcendem as fronteiras nacionais, afetando regiões ou


mesmo o planeta como um todo. As chuvas ácidas, o efeito “estufa “, a explosão demográfica, o
empobrecimento da biodiversidade, a devastação das florestas tropicais, são exemplos dessa
percepção maior com o Meio Ambiente.

A expansão do movimento ambientalista, que vem adquirindo uma considerável


experiência técnica e de organização política, tem-se traduzido numa maior pressão pública no
que se refere a um maior controle e monitoramento e como consequência um crescimento do
aparelho institucional e legal dos órgãos de regulação.

Nesse sentido, houve uma mudança de paradigmas em relação à responsabilidade de


uma organização quanto ao Meio Ambiente, cuja proteção e gestão que tinha um tratamento com
uma característica compulsória passaram a ser uma atitude voluntária.

Na maior parte, entretanto, das organizações ainda persiste uma preocupação excessiva
em somente analisar os custos da despoluição (via tratamento “fim-de-tubo“) e, principalmente,
uma postura reativa quanto ao “pagamento“ da poluição gerada. No momento atual, aonde a
responsabilidade ambiental, de certa maneira, vem se traduzindo num “custo adicional“, a
competitividade da organização começa a ser afetada.

Outro problema que tem surgido é a atividade humana como a causa principal das
mudanças climáticas. Recentes pesquisas apontam que é extremamente provável que o aumento
das emissões de gases de efeito estufa resultante da atividade humana causou mais da metade
do aumento da temperatura observado nos últimos 60 anos, tornando esse o maior causador das
mudanças climáticas.

Quando nos modelos são incluídos os causadores naturais das mudanças climáticas,
como a variabilidade natural e as erupções vulcânicas, eles não reproduzem o recente aumento
na temperatura. Apenas quando é incluído o crescimento das emissões de gases de efeito estufa
proveniente das atividades humanas é que as mudanças observadas podem ser replicadas.

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Aula 1: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

Dessa maneira, a inovação e a tecnologia têm sido vistas como um vilão para a natureza.
E essa visão, por muito tempo, foi sido predominante sobre o assunto, mas o cenário tem mudado
nos últimos anos. A ideia nos últimos anos é utilizar a tecnologia para promover um modo de vida
mais sustentável e com mais respeito à natureza.

A cada dia, novos produtos e serviços são pensados, desenvolvidos e ofertados. Se, por
um lado, o ritmo de produção e do consumo muitas vezes provoca uma exploração excessiva dos
recursos naturais, sabemos que, por outro, há opções de tecnologias sustentáveis capazes de
oferecer benefícios à sociedade e ao meio ambiente, alterando profundamente os processos de
fabricação e a maneira como consumimos.

Nesse contexto, a evolução tecnológica pode ser uma grande aliada da sustentabilidade,
colaborando com o combate ao desperdício, a melhoria na qualidade dos transportes, da saúde, a
criação de produtos mais duráveis, a reciclagem e o monitoramento de atividades ilegais, por
exemplo.

1.1. A TECNOLOGIA E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Se a vida mais saudável mudou a natureza das doenças, a vida mais segura graças à
tecnologia também tem tido seu preço. Assim como foram desenvolvidos métodos para salvar as
pessoas de traumatismos e infecções, conta-se hoje com um sofisticado sistema de estruturas,
dispositivos e meios para a proteção contra os perigos.

Entretanto, quando se verifica mais de perto a questão, constata-se que as novas


tecnologias e programas de auxílio ampliaram e transferiram a insegurança em vez de eliminar os
perigos. A forma encontrada para reduzir o tamanho dos riscos foi torná-los mais difusos. Troca-
se o risco de vida pelo risco de danos materiais e distribui-se o custo desses danos ao longo do
espaço e do tempo. Dessa maneira a tecnologia transformou eventos catastróficos em situações
crônicas, sem, entretanto, impedir as catástrofes naturais.

A inovação tecnológica não somente introduziu novos métodos, produtos, processos e


equipamentos, mas também novos riscos, como por exemplo: eletricidade, o uso de asbesto,
CFC’ s, produtos organoclorados, agrotóxicos, etc.

Como resposta a esses riscos, a sociedade criou inicialmente regulamentações e


legislações voltadas mais a uma preocupação na reparação de danos à saúde e integridade física
dos trabalhadores.

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Aula 1: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

Apesar dos índices, danos ou mortes haverem diminuído como decorrência desses
enfoques e das legislações e regulamentações criadas, o público ainda não está satisfeito
plenamente com a proteção oferecida em relação ao risco tecnológico. Em recentes pesquisas de
opinião americanas, 50% dos entrevistados alegaram que o governo está realizando menos do
que poderia fazer para obrigar as grandes empresas a terem uma atitude mais compatível, no
tocante a aumentar a proteção da população, quanto aos riscos industriais e tecnológicos criados
por essas empresas.

1.2. OS SISTEMAS DE GESTÃO

Segurança, saúde no trabalho e meio ambiente constituem-se em matérias


interdisciplinares. Numa sociedade altamente tecnológica como a atual, não se pretende que
alguém seja especialista em todos os aspectos relacionados com esses assuntos. É praticamente
impossível manter-se atualizado com todas as novas leis e regulamentações. Para se tornar um
especialista nesses campos, seria necessário conhecer leis, engenharia, equipamentos,
processos de fabricação, ciências do comportamento, administração, ciências de saúde e do meio
ambiente, finanças, seguros, etc.

Os profissionais das áreas de segurança e meio ambiente, atualmente, são generalistas


atuando mais na coordenação e como facilitadores de outras competências profissionais na
aplicação dos princípios de segurança e meio ambiente e tendo um foco cada vez mais
prevencionista.

Portanto, numa visão moderna da Segurança e do Meio Ambiente trabalha-se mais na


prevenção e no controle de perdas, integrados no sistema de gestão da organização, e tendo-se
uma visão sistêmica do negócio.

Dessa maneira, o que está impulsionando as áreas de Segurança e Meio Ambiente é o


enfoque nos chamados Sistemas de Gestão, principalmente aqueles que possam ser certificados
por um organismo independente devidamente credenciado. Esta idéia permite que a organização
demonstre perante terceiros que além de possuir um sistema de gestão, este atende a uma
determinada norma - especialmente se esta for internacional.

Sistema pode ser definido como um arranjo ordenado de componentes que estão inter-
relacionados e que atuam e interajam com outros sistemas para cumprir um determinado objetivo.

No caso de uma empresa tem-se um arranjo de recursos humanos, materiais e financeiros,


procurando atingir o objetivo de atender às expectativas e exigências de seus clientes e
consumidores. Esse mercado, de uma forma contínua, retroalimenta a organização, dando-lhe
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subsídios que influenciarão as suas operações. Há também fatores externos que contribuem ou
mesmo interferem diretamente no desempenho da organização, tais como: ações e leis,
problemas de energia, matérias-primas, fornecedores, etc. A própria comunidade é um fator
externo que deve cada vez mais ser considerado, tanto nas questões ambientais como nas de
segurança e saúde.

Portanto, um sistema de gestão abriga uma necessidade de se ter uma visão sistêmica.
Então, pode-se definir um Sistema de Gestão como: a parte do sistema de gestão global que
inclui estrutura organizacional, responsabilidades, procedimentos, processos e recursos para uma
organização implementar a sua gestão da qualidade, a sua gestão ambiental e/ou a sua gestão da
saúde e segurança no trabalho.

A norma ABNT NBR ISO 14001: 2015, por exemplo, define sistema de gestão como um
”conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos de uma organização, para estabelecer
políticas, objetivos e processos para alcançar esses objetivos”. Como sistema de gestão
ambiental define como: “parte do sistema de gestão usado para gerenciar aspectos ambientais,
cumprir requisitos legais e outros requisitos, e abordar riscos e oportunidades”.

Situar-se, portanto, acima das exigências legais deixou de ser apenas uma estratégia
preventiva para constituir-se numa vantagem competitiva. Melhorias nos processos existentes e o
uso de tecnologias mais limpas e do gerenciamento da prevenção de perdas, como objetivo de
uma melhor qualidade ambiental e de segurança, vêm dando como resultado uma redução de
custos de produção, uso mais racional de energia e de matérias primas, menores quantidades de
rejeitos, menores números de incidentes / acidentes e uma maior eficiência de conversão.

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Aula 2: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

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SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 2

NOÇÕES DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Elucidar a necessidade e importância da implantação de Sistemas de Gestão no setor
empresarial.

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Aula 2: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

2. A GESTÃO EMPRESARIAL E A QUESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental incorpora modernas práticas de gerenciamento a uma atuação


empresarial responsável, baseada nos parâmetros do desenvolvimento sustentável. Sob um ponto
vista histórico, são cinco os principais fatores ou paradigmas a mudarem a gestão empresarial nos
últimos 50 anos:

✓ O desenvolvimento das tecnologias da informação;

✓ A expansão da economia de mercado;

✓ A questão ambiental;

✓ A Sustentabilidade;

✓ Problemas sociais.

- Origens

O primeiro grande marco na melhoria do processo produtivo durante o século XX foi a


introdução da linha de montagem em série, nos Estados Unidos, na década de 1920. Esta
inovação revolucionou o parque industrial à época, propiciando um enorme aumento de
produtividade e, consequentemente, o barateamento dos produtos para o consumidor. Apesar do
hiato provocado pela 2ª Grande Guerra, as linhas de produção em série foram introduzidas na
maioria dos segmentos industriais - com maior ou menor sofisticação tecnológica - até o início da
década de 1960.

- As Tecnologias da Informação

As tecnologias da informação são os resultados práticos de teorias científicas elaboradas


ao longo dos anos 20 e 30 do século XX. De início, utilizada somente em círculos restritos, a
informática passou a ampliar seu campo de aplicação a partir do final da década de 1960.
Associada ao processo de produção em série, a incorporação da informática e da automação
permitiram à indústria e ao setor de serviços um grande salto tecnológico.

Outra etapa é processo de desenvolvimento das tecnologias de informação com a criação


da rede mundial de computadores, a world wide web (www) e de aplicativos de mensagens e de
viva voz. A rede mundial de computadores e os aplicativos representam ao mesmo tempo um
desafio e uma oportunidade para as empresas. Desafio, em adaptar-se e rapidamente dominar a
nova tecnologia. Oportunidade, porque sua utilização agiliza todo o processo de produção e

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Aula 2: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

distribuição, representando uma vantagem competitiva para as empresas que saibam utilizá-las
mais eficientemente, antes de seus concorrentes.

Mais recentemente a inteligência artificial (IA) está iniciando a contribuir para a gestão de
impactos ambiental e de segurança e estimular o crescimento econômico de diversas formas. Os
exemplos de sua aplicação incluem redes de energia limpa, agricultura de precisão, cadeias de
fornecimento sustentáveis, monitoramento e fiscalização ambiental e de segurança, uso de robôs,
exoesqueletos, etc.

- A Economia de Mercado

Neste quadro de rápido desenvolvimento tecnológico, cabe situar o mais importante


acontecimento na política mundial dos últimos 50 anos: a expansão da economia de mercado.

Convencionou-se chamar este processo de globalização. Sob o aspecto econômico, a


globalização significa a predominância do sistema de livre-mercado em todo o mundo. Para
empresas do Brasil e de vários países em todo o mundo, a globalização representou em seus
aspectos econômicos:

a) Abertura da economia, tendo como conseqüência uma competição maior pelos


mercados, a formação de parcerias estratégicas entre empresas e o desaparecimento
daquelas que não se adaptaram à nova situação;

b) Redução do papel do Estado em diversos setores da economia, resultando em


economia de recursos públicos;

c) Privatização de serviços públicos (como telefonia, energia, etc.).

A abertura da economia e a retirada do Estado de diversos setores propiciaram o


surgimento de diversas oportunidades de negócios para as empresas privadas. Por outro lado,
aumenta a competição, já que as oportunidades são mais divulgadas e ficam abertas também a
empresas de outras regiões e países.

- A Questão Ambiental

O efeito das atividades humanas sobre o meio ambiente aumentou significativamente a


partir do início da Revolução Industrial, no final do século XVIII. Desde este período até os dias

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atuais, o impacto das atividades industriais, dos grandes aglomerados urbanos e da expansão da
agricultura sobre a biosfera só vem aumentando.

O alarme sobre o impacto das atividades antrópicas sobre o meio ambiente foi dado a
partir da década de 1960, quando diversas publicações passaram a se ocupar do assunto,
passando pela reunião do Clube de Roma (final dos anos 60), pela Conferência de Estocolmo
sobre Meio Ambiente em 1972 e o relatório "Nosso Futuro Comum", elaborado por uma comissão
da ONU em 1987. Em 1985, reunida no Canadá, as maiores empresas do setor químico instituem
a estratégia da "atuação responsável" visando reduzir o impacto ambiental das atividades
industriais deste setor.

O aumento da preocupação com o meio ambiente exerceu um grande impacto sobre as


atividades empresariais. A partir de meados da década de 1980, a maioria dos países criou leis
ambientais ou tornou as existentes mais restritivas, regulando as atividades industriais e
comerciais, no que concerne a seus impactos sobre o solo, a água e o ar. Para garantir o
cumprimento da legislação, surgiram órgãos ambientais nos diversos níveis governamentais.
Paralelamente, houve um aumento exponencial no número de ONG's (organizações não-
governamentais), atuando de maneira crítica em relação às atividades dos governos e das
empresas. Para completar este quadro, acrescente-se o aumento da conscientização, devido ao
surgimento da imprensa especializada e pela maior importância dada ao tema por veículos de
comunicação de massa.

A maior mudança do posicionamento das empresas em relação à questão ambiental


ocorreu a partir da promulgação da chamada "Carta de Roterdã", em 1991. Elaborada pela
Câmara Internacional do Comércio (International Chamber of Commerce), esta carta define os
"Princípios do Desenvolvimento Sustentável". Trata-se de 16 princípios que estabelecem a gestão
ambiental como uma das mais altas prioridades das empresas. É evidente que a grande maioria
das empresas em todo o mundo ainda não incorporou todos os 16 princípios da carta. Todavia,
seu conteúdo serve como base de avaliação das melhorias implantadas até o momento.

Ao mesmo tempo, foram criadas as normas de qualidade ambiental da série ISO 14000.
Esta norma foi introduzida no Brasil em 1996, ano em que foi certificada a primeira empresa, a
Bahia Sul, do setor de celulose e papel. No decorrer dos últimos anos, o número de empresas
certificadas vem gradativamente aumentando. A maioria destas empresas é de grande porte,
muitas delas multinacionais do setor industrial.

A maneira como as empresas das economias ricas encara a redução da poluição


ambiental mudou nos últimos dez anos. Até a década de 1980 o enfoque era dado sobre o

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tratamento de "final de tubo", ou seja, deixava-se ocorrer a poluição para então efetuar-se o
tratamento do efluente, do resíduo ou da emissão. Esta ainda é a forma de atuação da maioria
das empresas brasileiras. O tratamento e a correta destinação dos resíduos representam, todavia,
um custo adicional para a empresa, além do fato de que resíduos descartados serem matéria-
prima e produtos desperdiçados.

Surge, neste contexto, o conceito da gestão eco-eficiente, que visa operar uma empresa
reduzindo ao máximo o consumo de matérias-primas, insumos e energias, otimizando todo o
processo produtivo e reduzindo o impacto ambiental. A eco-eficiência também inclui a utilização
de tecnologias menos poluentes ou perigosas (tecnologias limpas) e técnicas operacionais de
"prevenção à poluição". Alguns resultados práticos da gestão eco-eficiente para a empresa são,
por exemplo:

✓ Redução dos custos de produção;

✓ Melhoria no planejamento de estoque, da produção e das vendas;

✓ Redução do número de acidentes de trabalho;

✓ Melhor relacionamento com os órgãos de controle ambiental;

✓ Melhoria da imagem da empresa perante os consumidores e a comunidade;

✓ Aumento da cotação das ações da empresa.

QUADRO 2.1 - A Gestão Empresarial e a Questão Ambiental.

Em suma, são quatro os principais fatores que influenciaram a gestão das empresas nos últimos
50 anos:

1) As modernas tecnologias de informação e automação, incorporadas - pelo menos em suas


versões básicas - pela maioria dos empresários;

2) A abertura da economia e a livre concorrência, fatores que afetam os empreendedores,


principalmente aos que não incorporaram técnicas de gestão mais eficientes aos seus negócios;

3) A gestão ambiental, cada vez mais importante em um mercado onde leis ambientais tendem a
ser mais rigorosas, os consumidores cada vez mais exigentes e os concorrentes mais eficientes;

4) A inclusão nas políticas das organizações de conceitos de sustentabilidade e governança.

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Aula 2: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

2.1. A GESTÃO EMPRESARIAL E A QUESTÃO AMBIENTAL

Após a Lei do Ar Puro (Clean Air Act), houve grandes pressões para redução da poluição
nos EUA, sobretudo quanto às emissões de SO2, causadoras de chuva ácida.

Uma das opções seria estabelecer limites para a indústria, que seria obrigada a reduzir
suas atividades e, em um segundo estágio, realizar investimentos que melhorassem os processos
e resultassem em menores emissões.

Os economistas tiveram, então, a idéia de vender o direito de poluir, assumindo-se que as


empresas procurariam sempre o modo menos dispendioso para reduzir suas emissões. E,
realizando investimentos, as empresas que conseguissem melhorar seu desempenho de forma
econômica, poderiam vender seus direitos para as empresas onde as reduções fossem muito
caras.

Aceitando esse mecanismo, o Congresso Americano emendou a Lei do Ar Puro em 1990,


possibilitando às empresas que se adequassem aos requisitos de emissão e que atingissem
emissões ainda menores que as estabelecidas, procedessem à venda de seus direitos de
emissão a outras empresas.

A primeira emissão de permissões de emissão de poluentes foi colocada na Bolsa de


Chicago em março de 1993. Foram colocadas à venda 50.010 permissões de emissão, cada uma
autorizando o comprador a descarregar 1 ton de SO2. As empresas de geração de energia
elétrica (termoelétricas a carvão) compraram 95% dessas permissões. O objetivo era conseguir
tempo e recursos para instalar sistemas de lavagem de gases e vapores.

Durante muito tempo, o meio ambiente foi capaz de fornecer insumos suficientes e
absorver os refugos da produção, relegando à preocupação ambiental um caráter secundário na
agenda das organizações. Atualmente, esse cenário se modificou. O que se vivencia hoje é uma
situação em que a exploração dos recursos superou a capacidade de absorção dos resíduos pela
natureza (SOUSA, Ana Carolina Cardoso. Responsabilidade Social e Desenvolvimento
Sustentável: A incorporação dos Conceitos à Estratégia empresarial. 2006. Dissertação: Mestrado
em Ciências em Planejamento Energético). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 2006. Dissertação de Mestrado, 2006. Assim, ocasionando a degradação do meio
ambiente de forma a causar grande impacto e preocupação, em grupos ambientalistas num
primeiro momento, e, mais recentemente, na sociedade em geral, que crescentemente vem
requerendo das organizações um envolvimento para além dos objetivos de maximizar lucros e das
responsabilidades para com seus líderes, acionistas e governos (MARQUES, José Roberto.
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Aula 2: Noções de Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança.

Sustentabilidade e Temas Fundamentais de Direito Ambiental. Campinas, SP: Editora


Millenium, 2009).

Um novo conceito que a gestão corporativa tem de levar em consideração é a chamada


Governança Corporativa que tem como principal objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em
uma determinada empresa para os seus acionistas, criando um conjunto eficiente de mecanismos,
tanto de incentivos como de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos
executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas, facilitando o acesso aos
recursos e contribuindo para a longevidade da organização. Esse conceito acaba contribuindo
para um desenvolvimento econômico e ambiental sustentável, proporcionando melhorias no
desempenho das empresas.

Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) os Princípios da


Governança Corporativa são:

• Transparência: Mais do que a obrigação de informar é o desejo de disponibilizar


para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não
apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. A adequada
transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas
relações da empresa com terceiros. Não deve restringir-se ao desempenho
econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive
intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem a criação de valor.

• Equidade: Tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas


(stakeholders), onde atitudes ou politicas discriminatórias, sob qualquer pretexto,
são totalmente inaceitáveis.

• Prestação de Contas: Os agentes de governança* devem prestar contas de sua


atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.

• Responsabilidade Corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela


sustentabilidade das organizações, visando a sua longevidade, incorporando
considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.

Nota:* Agentes de governança refere-se aos sócios, administradores (conselheiros de


administração e executivos/ gestores), conselheiros fiscais e auditores.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


16
Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB - 025

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 3

ETAPAS, PRINCÍPIOS E ELEMENTOS DE SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO


AMBIENTAL E DE SEGURANÇA.

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Ilustrar as etapas, princípios e elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de
Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


17
Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

3. OS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO

Um Sistema Integrado de Gestão envolve principalmente cinco etapas:

QUADRO 3.1 - Etapas de um Sistema de Gestão Integrado:

✓ Identificação dos perigos e riscos e/ou aspectos e impactos ambientais;

✓ Análise e avaliação dos riscos ou impactos ambientais significativos;

✓ Eliminação ou redução dos riscos ou impactos ambientais;

✓ Levantamento dos recursos financeiros e tecnológicos;

✓ Processo de gestão ambiental e de segurança.

Como princípios têm-se:

QUADRO 3.2 - Princípios de um Sistema de Gestão Integrado:

a) Comprometimento da alta administração e dos líderes da organização;

b) Mudança de cultura;

c) Profissionalismo;

d) Competência;

e) Visão sistêmica;

f) Trabalho em equipe.

3.1. A ISO 14001 E A OHSAS 18001

As organizações de modo geral gerenciam suas atividades de modo a antecipar e prevenir


situações que possam causar problemas ambientais e danos, acidentes ou doenças ocupacionais.

As normas da família ISO 14000 e a norma OHSAS 18001 visam a permitir que as
organizações melhorem seu desempenho, respectivamente nas áreas de meio ambiente e de
segurança e saúde no trabalho.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


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Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 3.3 – Abordagem Sistêmica

Prover a Alta Direção de uma empresa com as informações necessárias para obter
sucesso a longo prazo e para criar alternativas que contribuam para um desenvolvimento
sustentável e processos mais seguros, por meio de:

a) Proteção do meio ambiente e dos colaboradores pela prevenção ou mitigação dos


impactos ambientais adversos e de seus riscos de segurança e saúde no trabalho;

b) Mitigação de potenciais efeitos adversos das condições ambientais e de segurança e


saúde no trabalho na organização;

c) Auxílio à organização no atendimento aos requisitos legais e outros requisitos;

d) Aumento do desempenho ambiental e de segurança e saúde no trabalho;

e) Controle ou influência no modo em que os produtos e serviços da organização são


projetados, fabricados, distribuídos, consumidos e descartados, utilizando uma
perspectiva de ciclo de vida que possa prevenir o deslocamento involuntário dos
impactos ambientais dentro do ciclo de vida;

f) Alcance dos benefícios financeiros e operacionais que podem resultar da


implementação de alternativas ambientais e de prevenção de acidentes que reforçam a
posição da organização no mercado;

g) Comunicação de informações ambientais e de segurança e saúde no trabalho para as


partes interessadas pertinentes.

Esta melhoria de desempenho é alcançada através de uma integração da gestão


ambiental e de segurança com outros aspectos de desempenho do negócio. O objetivo é fazer da
prevenção da poluição e de acidentes parte integrante da cultura organizacional a fim de:

Minimizar os riscos relacionados com seus produtos, atividades e serviços para os


funcionários e terceiros;

- Melhorar o desempenho;

- Auxiliar as organizações a estabelecer uma imagem responsável perante a comunidade e


o mercado.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


19
Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

A base para a abordagem que sustenta um sistema de gestão ambiental é fundamentada


no conceito Plan-Do-Check-Act (PDCA). O ciclo PDCA fornece um processo iterativo utilizado
pelas organizações para alcançar a melhoria contínua. O ciclo PDCA pode ser aplicado a um
sistema de gestão ambiental e a cada um dos seus elementos individuais.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


20
Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

Melhoria Contínua

Análise
Crítica
Inicial

Política de
MA e SST

Planejamento

Análise
Crítica pela
Administração

Implementação
e Operação

Verificação
e Ação
Corretiva

FIGURA 3.1 – Os elementos para a gestão de MA e SST, baseados na abordagem da ISO


14001.

3.2. OS ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO

A aplicação dos diferentes elementos de um Sistema de Gestão depende de fatores


relacionados com o tamanho, natureza das atividades, produtos e serviços, e os aspectos
ambientais e perigos relacionados, de uma organização.

3.2.1. A ANÁLISE CRÍTICA INICIAL

O objetivo principal de uma análise crítica inicial é permitir avaliar a situação existente e
fornecer informações para decisões sobre o objetivo, adequação e implementação de um Sistema

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


21
Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

Integrado. Deve indicar, também, as oportunidades de melhorias de desempenho e servir como


base para a medição do progresso.

QUADRO 3.3 - Análise Crítica Inicial.

Trata-se de uma comparação do sistema existente na organização com:

- Requisitos de legislação, regulamentação e normas internas pertinentes relacionadas com a


gestão integrada;

- Nível de orientação existente sobre gestão ambiental e de segurança;

- Comparação com as melhores práticas e melhor desempenho dos setores e segmentos aos
quais a organização e seus funcionários são associados;

- Demonstração de eficiência e eficácia dos recursos destinados à gestão integrada.

A análise crítica inicial deve incluir, também, um estudo das falhas que poderiam ocorrer
em situações anormais ou de emergência, nos processos de uma organização.

Uma situação anormal inclui partida e parada em processos contínuos, onde, por exemplo,
quantidades de resíduos em excesso são geradas. Situações de emergência incluem inundações,
fogo, e vários outros incidentes que têm grande potencial de efeitos destrutivos sobre o meio
ambiental. Por exemplo, uma falha de operação, como a falta de água de resfriamento para um
dado processo, poderia causar um embalo de reação/descarga não intencional. Outro exemplo
poderia ser a água de incêndio, ou seja, aquela usada para apagar o fogo. Este é um problema
muito particular, pois esta água será contaminada por uma variedade de produtos químicos que
estavam armazenados na unidade na ocasião do incêndio. O responsável pela empresa poderá
ser responsabilizado por qualquer poluição causada nos cursos de água devido a não captação
desta água de incêndio.

O resultado da análise crítica inicial deverá ser escrito de maneira a relatar a situação atual
da organização com relação ao nível das práticas ambientais existentes, dos riscos relacionados
com segurança industrial e de processos e saúde no trabalho. Deve apresentar, também, a
situação atual dos sistemas de gestão ambiental e de segurança e saúde no trabalho.

O relatório deve ser preparado pelo consultor e verificado pelas outras pessoas que
participaram desta fase.

O relatório deve conter:

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Aula 3: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

✓ Um sumário próprio;

✓ Uma introdução indicando o escopo e os objetivos da análise;

✓ Detalhes do plano de análise crítica;

✓ Membros da equipe de análise;

✓ Representantes da organização;

✓ Documentos de referência;

✓ Uma descrição da fábrica e dos seus processos;

✓ Uma descrição das técnicas utilizadas na busca de informações;

✓ Detalhamento das informações conseguidas;

✓ Recomendações de ações prioritárias;

✓ Planejamento para a implantação do SGA e do SST.

O relatório da análise crítica inicial deve ser distribuído entre os participantes a fim de ser
comentado. Estes comentários devem ajudar a definir as áreas de ação prioritária e fornecer uma
linha básica para a implantação ou melhoria do SGA e do SST.

As não conformidades identificadas podem sofrer melhorias através um planejamento


estratégico e um programa respectivo de implantação definido dentro de um cronograma.

A disponibilidade das informações conseguidas com a análise crítica inicial facilitará a


implantação do Sistema de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho que é
formulado com a finalidade de melhorar a situação de áreas problemáticas e resultar em
benefícios para a organização envolvida.

A análise crítica inicial identificará as áreas que requerem maior atenção, como as que não
estão em conformidade com a legislação e requerem ação imediata. Devem ser estabelecidas as
metas de ação neste caso e o treinamento deve ser dado onde for apropriado. Identificará
também as áreas de deficiência que merecem uma preocupação imediata ou uma investigação
mais profunda. As informações obtidas e as oportunidades de melhorias podem ser usadas para
direcionar o processo de planejamento de implementação de um Sistema Integrado de Gestão.

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Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB - 025

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 4

ETAPAS, PRINCÍPIOS E ELEMENTOS DE SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO


AMBIENTAL E DE SEGURANÇA.

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Ilustrar as etapas, princípios e elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de
Segurança.
➢ Apresentar os compromissos específicos utilizados para a implantação de Sistemas
Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


24
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

4.1 ESCOPO DO SIG

São os requisitos para a implantação e manutenção de um sistema integrado de gestão


ambiental e de segurança e saúde no trabalho que uma organização pode usar para aumentar
seu desempenho ambiental e de SST.

Deve-se buscar gerenciar as responsabilidades ambientais e de segurança e saúde no


trabalho de uma forma sistemática, que contribua para o pilar ambiental da sustentabilidade e
auxiliar a organização a alcançar os resultados pretendidos de seu sistema de gestão integrado,
agregando valor para o meio ambiente e a SST, a organização em si e suas partes interessadas.

Os resultados pretendidos de um sistema de gestão integrados coerentes com a política


ambiental e de SST da organização incluem:

• aumento do desempenho ambiental e de SST;

• atendimento dos requisitos legais e outros requisitos;

• alcance dos objetivos ambientais e de SST.

O SGI é aplicável a qualquer organização, independentemente do seu tamanho, tipo e


natureza, e aplica-se aos aspectos ambientais e perigos e riscos das suas atividades,
produtos e serviços que a organização determina poder controlar ou influenciar,
considerando uma perspectiva de ciclo de vida.

Determinando o escopo do sistema de gestão integrado considerar:

a. as questões externas e internas;

b. os requisitos legais e outros requisitos;

c. suas unidades organizacionais, funções e limites físicos;

d. suas atividades, produtos e serviços;

e. sua autoridade e capacidade de exercer controle e influência.

Uma vez definido o escopo, todas as atividades, produtos e serviços da organização


dentro desse escopo precisam ser incluídos no sistema de gestão integrado.

O escopo deve ser mantido como informação documentada e estar disponível para as
partes interessadas.
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.
25
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

4.2 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO


4.2.1. Entendendo a organização e seu contexto

Deve-se determinar as questões externas e internas que sejam pertinentes para o


propósito e que afetem sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu SGI. Essas
questões devem incluir as condições ambientais e de SST que afetam ou são capazes de afetar a
organização.

QUADRO 4.1 - Exemplos de questões internas e externas que podem ser pertinentes para o
contexto da organização

✓ condições ambientais relacionadas ao clima, qualidade do ar, qualidade da água, uso do solo,
contaminação existente, disponibilidade de recursos naturais e biodiversidade, que podem afetar o
propósito da organização ou ser afetadas por seus aspectos ambientais;

✓ as circunstâncias externas, cultural, social, política, legal, regulamentar, financeira, tecnológica,


econômica, natural e competitiva, sejam em âmbitos internacional, nacional, regional ou local;

✓ as características ou condições internas da organização, como suas atividades, produtos e


serviços, direcionamento estratégico, cultura e capacidades (por exemplo, pessoas,
conhecimentos, processos, sistemas).

Nesse sentido deve-se procurar estabelecer o que é importante dentro do sistema


integrado de gestão e até que ponto a organização tem realmente influência ou possa receber
influência – novas legislações e requisitos; mudanças de processo, atividade e/ou produto;
requisitos contratuais por parte de clientes; questões de acionistas; etc.

A organização deve, portanto, determinar:

a) as partes interessadas que sejam pertinentes para o sistema de gestão integrado;

b) as necessidades e expectativas pertinentes (ou seja, requisitos) dessas partes


interessadas;

c) quais dessas necessidades e expectativas se tornam seus requisitos legais e outros


requisitos.

4.2.2. Liderança e comprometimento

Considerando o contexto do SGI a Alta Direção deve, então, demonstrar liderança e


comprometimento com relação ao sistema de gestão integrado através de:
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.
26
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

a) responsabilidade por prestar contas pela eficácia do sistema de gestão integrado;

b) assegurando que a política ambiental e de SST e os objetivos sejam estabelecidos


e compatíveis com o direcionamento estratégico e o contexto da organização;

c) assegurando a integração dos requisitos do sistema de gestão integrado nos


processos de negócios da organização;

d) assegurando que os recursos necessários para o sistema de gestão integrado


estejam disponíveis;

e) comunicando a importância de uma gestão integrada eficaz e de estar conforme


com os requisitos do sistema de gestão;

f) assegurando que o sistema de gestão integrado alcance seus resultados


pretendidos;

g) dirigindo e apoiando pessoas a contribuírem para a eficácia do sistema de gestão;

h) promovendo melhoria contínua (considerando sempre o ciclo PDCA);

i) apoiando outros papéis pertinentes da gestão a demonstrar como sua liderança se


aplica às áreas sob sua responsabilidade.

Para demonstrar liderança e comprometimento, existem responsabilidades específicas


relacionadas ao sistema de gestão ambiental e de SST, com as quais a Alta Direção deve estar
pessoalmente envolvida ou que sejam dirigidas por ela.

A Alta Direção pode delegar a responsabilidade para estas ações para outros, mas ela
mantém a responsabilização por prestar contas para assegurar que as ações sejam realizadas.

4.2.3 O planejamento e a implementação

Os métodos para planejar e implementar programas integrados de gestão ambiental e de


segurança e saúde no trabalho devem ser os mesmos que aqueles usados para planejar e
implementar mudanças em qualquer atividade de uma organização. Nesse sentido há uma
necessidade de se estabelecer alguns requisitos.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


27
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.2 - Requisitos para o Planejamento e a Implementação de Programas de Meio


Ambiente e de Segurança.

✓ Definição, priorização e quantificação, quando possível, dos objetivos;

✓ Escolha de critérios adequados de mensuração, de modo a confirmar que os objetivos traçados


tenham sido alcançados;

✓ Preparação de um plano para atingir cada objetivo o plano deve ser desenvolvido inicialmente
em termos amplos e, depois, de forma detalhada, criando-se metas específicas, especialmente
para as tarefas que serão realizadas por equipes designadas para implementar o plano;

✓ Disponibilidade de recursos adequados;

✓ Realização de análise crítica dos planos e medição da eficácia em atingir os objetivos.

As organizações devem utilizar procedimentos específicos quando do planejamento e


implementação, levando em consideração as mudanças que se fizerem necessárias, os planos de
ação para o controle de impactos ambientais e de riscos e as medidas de emergência.

4.1.4. O planejamento proativo e a resposta reativa

O planejamento de um sistema integrado requer uma abordagem enfatizando, como já


descrito, a prevenção e a melhoria contínua.

QUADRO 4.3 - Etapas de um Sistema de Gestão Integrado Pró-Ativo.

✓ Providências apropriadas e adequadamente providas de recursos sejam tomadas, utilizando


pessoal competente, com responsabilidades definidas e meios eficazes de comunicação;

✓ Metodologia para estabelecer objetivos, criar e implantar planos para atingi-los e monitorar
essa implantação e a sua eficácia;

✓ Metodologia para identificar aspectos ambientais e perigos e avaliar e controlar impactos


ambientais e riscos, antes que ocorram danos;

✓ Medição do desempenho seja realizada através de diversos modos.

Um dos principais problemas de um planejamento pró-ativo é a gestão de mudanças de


paradigmas que podem afetar o meio ambiente e a segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


28
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.4 - Mudanças no Paradigma de Sistemas de Gestão Integrados.

✓ Mudanças de pessoal;

✓ Propostas de novos produtos, modificações de instalações, processos ou serviços;

✓ Mudanças em procedimentos operacionais;

✓ Modificações em sistemas ou programas de controle;

✓ Novas regulamentações ou legislação.

Quando da realização de uma análise crítica da situação, as organizações devem levar em


consideração se o seu atual Sistema de Gestão:

✓ Depende somente de indicadores reativos de monitoramento – análise de saída de


efluentes e emissões, índice de acidentes e quase-acidentes, etc.;

✓ Está baseado na atitude de que uma ação somente é necessária após a ocorrência de
uma série de eventos, e que a ação preventiva se torna necessária somente para evitar a
repetição de um dado evento;

✓ Baseia-se em investigações e levantamentos superficiais de eventos ambientais e de


segurança.

Um levantamento, por exemplo, somente de atos inseguros em áreas críticas pode não
revelar deficiências em sistemas de controle e de proteção, modos de operação e possíveis falhas
no sistema de gestão.

A prevenção em meio ambiente e segurança requer uma série de controles técnicos e


atitudes comportamentais sustentadas em treinamentos e competência. O enfoque reativo
normalmente é mais simples de aplicar, pois a gestão fica reduzida à solução de problemas
aparentemente contornados com medidas limitadas.

De qualquer modo um sistema de gestão integrado que se baseia em indicadores e


medidas reativas e em investigações superficiais acaba não tendo uma base segura, nem em
termos de custos e nem no controle de impactos ambientais e riscos.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


29
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.5 - Elaboração de um Sistema Integrado de Gestão Ambiental e de Segurança.

Uma maneira de se criar um sistema integrado de gestão ambiental e de segurança é baseá-lo


nas seguintes orientações:

1. Estabelecer a conformidade de todas as atividades com a legislação e regulamentação vigente;

2. Fazer a incorporação dos aspectos ambientais, de riscos e de segurança de processos nas


decisões comerciais e minimizá-los através de procedimentos e planos estratégicos de gestão;

3. Estabelecer um método de identificação, avaliação e ação sobre os impactos ambientais e


riscos de um produto - estudo do ciclo de vida do produto que envolva o impacto oferecido desde
a obtenção da matéria prima até a disposição final do produto no final de sua vida útil;

4. Incorporar a conservação de energia e de outros recursos naturais;

5. Minimizar o uso de matérias primas e reduzir os riscos e os resíduos através de uma gestão
apropriada, comprometendo-se com um programa de prevenção, valorização e/ou reciclagem;

6. Prover pessoal com educação e treinamento adequados sobre meio ambiente e segurança;

7. Reduzir ou eliminar a produção de poluentes lançados ao meio ambiente;

8. Efetivar o envolvimento e a comunicação com as partes interessadas;

9. Publicar a política ambiental e de segurança e saúde no trabalho e manter um diálogo com a


comunidade sobre estes temas;

10. Visar o desenvolvimento sustentável.

4.3 AS POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE E DE SEGURANÇA E SAÚDE NO


TRABALHO

Quando do desenvolvimento de Sistemas Integrados de Meio Ambiente e de Segurança é


necessário o comprometimento da alta administração, bem como das lideranças e demais níveis
da organização.

Nesse sentido a preparação das Políticas de MA e SST deve ser realizada pela alta
administração e deve incluir comprometimentos previstos no escopo dos sistemas de gestão.

A política é a base para a determinação dos objetivos, bem como para o nível de
desempenho ambiental e de segurança exigido pela organização.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


30
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.6 - Comprometimentos para a Elaboração das Políticas de MA e SST.

✓ Reconhecer o meio ambiente e segurança e saúde no trabalho como parte integrante do


desempenho de seus negócios;

✓ Ser apropriada ao propósito e ao contexto da organização, incluindo a natureza, escala e


impactos ambientais, perigos e riscos das suas atividades, produtos e serviços;

✓ Fornecer uma estrutura para o estabelecimento e análise de seus objetivos e metas ambientais
e de segurança e saúde no trabalho;

✓ Ser definida e documentada pela alta administração com responsabilidade executiva;

✓ Incluir um comprometimento com a melhoria contínua e a proteção do meio ambiente e


prevenção da poluição e da segurança e saúde no trabalho e outros compromissos pertinentes
para o contexto da organização;

✓ Incluir um comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos


subscritos pela organização que se relacionem a seus aspectos ambientais e perigos;

✓ Ser implementada e mantida e comunicada a todos que trabalhem na organização ou atuem


em seu nome;

✓ Estar disponível para as partes interessadas.

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Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.7 - Aspectos Importantes para a Definição das Políticas de MA e SST.

✓ A missão, valores e crença da organização;

✓ Requisitos de e para comunicação;

✓ Aprimoramento contínuo;

✓ Princípios orientativos;

✓ Alinhamento com outras políticas organizacionais;

✓ Condições locais ou regionais específicas;

✓ Conformidade com os regulamentos, leis e outros critérios ambientais e de segurança


pertinentes subscritos pela organização.

✓ Deve ser suficientemente clara para o entendimento pelas partes interessadas, internas e
externas, sendo periodicamente revisada para se atualizar em relação às mudanças das
condições e informações.

✓ A política deverá abordar os riscos relacionados com a segurança e os aspectos ambientais


significativos associados às atividades, produtos e serviços da organização e leis aplicáveis.

✓ Prevenção da poluição e da segurança;

✓ Gestão de recursos e rejeitos;

✓ Mitigação dos impactos adversos de seus produtos, serviços e atividades (existentes ou


planejados) sobre o meio ambiente e sobre as comunidades internas e externas.

Compete à alta Direção a responsabilidade pelo estabelecimento das políticas de MA e


SST da organização, sendo o corpo gerencial responsável por implementá-las e prover elementos
que permitam formulá-las e modificá-las.

Todas as atividades de uma organização podem apresentar potencial de riscos e impactos


à segurança e ao meio ambiente, tais como: a obtenção das matérias primas; os processos de
manufatura; o uso de energia; a gestão de resíduos; as vendas; as assessorias; etc.

O papel das políticas não é o de listar as iniciativas individuais ou projetos para lidar com
os riscos e impactos, e sim a criação de uma estrutura em torno da qual estas iniciativas podem
ser desenvolvidas resultando numa melhoria do desempenho ambiental e de segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


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Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- Etapas Previstas no Desenvolvimento da Política Ambiental e de Segurança e Saúde no


Trabalho

Passo 1 - Comprometimento

A fim de ser efetiva uma política necessita do apoio integral por parte da alta administração
da organização, pois é através do seu envolvimento e comprometimento que se pode demonstrar
o compromisso da organização com o aprimoramento do desempenho ambiental e de segurança.

Para se obter esse comprometimento há a necessidade de realização de uma palestra,


para a alta administração, sobre SGA e SST.

Dessa palestra deve ser formado um Conselho Diretor de Implantação dos Sistemas,
liderado por um diretor executivo ou um responsável especificamente designado que terá a
responsabilidade pela busca e disposição de recursos e pessoal para a revisão das atividades da
organização, preparação da política e implantação.

Passo 2 - Consulta

Uma primeira tarefa seria a de comunicar as intenções da organização aos seus líderes de
modo a adquirir confiança e apoio interno. O designado para tanto deve ser responsável por
assegurar que todos os representantes de todos os níveis da empresa tenham oportunidade de
contribuir com a formulação das políticas. Estas somente terão sucesso se todos os
departamentos e seus membros estiverem envolvidos no processo.

No sentido de demonstrar o seu comprometimento com a proteção do meio ambiente local


e com a segurança e saúde dos trabalhadores, a organização deve considerar a possibilidade de
discutir certos temas e assuntos com a comunidade e com outros mantenedores os quais podem
ter interesse em suas atividades.

Passo 3 – Formulando uma Política Ambiental e de SST

As políticas de meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho variam de organização


para organização, de acordo com a natureza de suas atividades, produtos ou serviços. Entretanto,
existem princípios gerais que devem ser considerados no contexto das políticas.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


33
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 4.8 - Princípios Gerais Considerados no Contexto das Políticas.

✓ A política deve ser passível de ser adaptada a novos temas que possam surgir.

✓ As organizações devem estar prevenidas a não incluir na política temas com os quais não são
capazes de lidar ou metas que podem não ser alcançadas. Da mesma maneira devem assegurar
que a política seja compatível com as de outras empresas.

✓ A política é preparada de acordo com os dados gerados na Análise Inicial, e em concordância


com a alta administração e corpo gerencial. Na realidade, é o reflexo da participação das pessoas
envolvidas na sua formulação e representa um passo significativo em direção ao desenvolvimento
de uma cultura organizacional que considera aspectos ambientais e de segurança e saúde do
trabalho.

Passo 4 – Comunicando a Política

É importante que o documento esteja disponível a todas as partes interessadas. As


lideranças, por exemplo, devem informar o seu pessoal de modo a relacioná-lo ao
desenvolvimento do sistema de gestão ambiental e de segurança e saúde no trabalho que está
sendo implantado.

A política pode ser comunicada através de boletins, informativos, correspondências


internas, ou por meios mais adequados à disposição.

A publicação da política através do contato direto com seus clientes e fornecedores, ou em


relatórios anuais, assegura que seus mantenedores e o público em geral apreciem o
comprometimento da organização com o meio ambiente e com a segurança e saúde de seus
funcionários.

Passo 5 – Implementando a Política

Uma vez que a política foi formulada e os objetivos foram estabelecidos, a organização
deve então decidir como pretende implantá-la. Deve-se, então, criar um mecanismo que assegure
como o desempenho ambiental e de segurança da organização atende a política.

Se os objetivos da política foram inicialmente formulados no sentido de lidar somente com


os requisitos legais da legislação e áreas chaves de desempenho, outros objetivos da política
podem ser implementados quando o tempo e os recursos permitirem.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


34
Aula 4: Etapas, Princípios e Elementos de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- A Revisão da Política

Assumindo que as atividades da organização foram devidamente documentadas e


registradas, é pouco provável que a política necessite de maiores mudanças, numa fase inicial de
implementação do Sistema Integrado de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho.
Entretanto, essa deve ser periodicamente revisada no sentido de assegurar que novos conceitos
surgidos com o desenvolvimento de novas tecnologias e melhorias de processo na organização
estejam sendo cobertos pela política.

A crescente preocupação com a situação do meio ambiente indica um maior controle em


longo prazo por parte dos órgãos fiscalizadores. Assim sendo, a revisão periódica é importante
para a organização estar sempre em acordo com as expectativas crescentes de seus
mantenedores em relação ao aprimoramento de seu desempenho ambiental.

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35
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

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GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

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SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 5

PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE


SEGURANÇA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas no planejamento de Sistemas Integrados de Gestão
Ambiental e de Segurança.
➢ Dirimir dúvidas sobre especificidades compreendidas nas diferentes etapas do planejamento
de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


36
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

5.1 O PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO


AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

O planejamento de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança


compreende o atendimento aos seguintes itens:

✓ Avaliação de riscos e de perigos, aspectos e impactos ambientais e riscos;

✓ Requerimentos legais.

✓ Objetivos, metas e programas.

Ações para abordar riscos e oportunidades:

Ao planejar o sistema integrado de gestão a organização deve levantar ações que


permitam abordar riscos e oportunidades considerando:

✓ as questões externas e internas;

✓ os requisitos legais e outros requisitos;

✓ o escopo do seu sistema de gestão,

e determinar os riscos e oportunidades relacionados aos seus perigos e aspectos


ambientais, requisitos legais e outros requisitos, outras questões e requisitos, que precisam ser
abordados para:

✓ assegurar que o sistema integrado de gestão possa alcançar seus resultados


pretendidos;

✓ prevenir ou reduzir efeitos indesejáveis, incluindo o potencial para condições


ambientais e de segurança e saúde externas que afetem a organização;

✓ alcançar a melhoria contínua.

A organização pode também ter riscos e oportunidades relacionados a outras questões,


incluindo condições ambientais e de segurança ou necessidades e expectativas das partes
interessadas, as quais podem afetar a capacidade da organização em alcançar os resultados
pretendidos de seu sistema de gestão integrado, por exemplo:

a) vazamentos de substâncias perigosas devido a barreiras de alfabetização ou idioma


entre os trabalhadores que não estão aptos a entender os procedimentos de trabalho local;
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.
37
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

b) aumento de inundação devido à mudança climática que poderia afetar as instalações da


organização;

c) escassez de recursos disponíveis para manter um sistema de gestão integrado eficaz


devido a restrições econômicas;

d) introdução de nova tecnologia, financiada por subsídios governamentais, a qual poderia


melhorar a qualidade do ar e/ou do ambiente de trabalho;

e) escassez de água durante períodos de seca, que poderia afetar a capacidade da organização de
operar seus equipamentos de controle de emissão.

Dentro do escopo do sistema integrado de gestão, a organização deve determinar,


também, potenciais emergências, incluindo aquelas que podem ter um risco maior afetando áreas
externas à organização.

As emergências podem resultar em impactos ambientais adversos ou outros efeitos (riscos


às populações vizinhas) na organização. Convém que, ao determinar as potenciais emergências
(por exemplo, incêndio, derramamento químico, condições climáticas severas), se considere:

o a natureza dos perigos no local (por exemplo, líquidos inflamáveis, tanques de


armazenamento e gases comprimidos);

o o mais provável tipo e a escala de uma emergência;

o o potencial para emergências em instalações próximas (por exemplo, fábrica,


estrada, linha férrea).

A organização deve manter informação documentada de seus:

✓ aspectos, perigos, riscos e impactos ambientais associados;

✓ critérios utilizados para determinar seus perigos/riscos de Segurança e Saúde e os


aspectos ambientais significativos;

✓ Perigos/riscos e aspectos ambientais significativos (através por exemplo de


planilhas).

5.2 A AVALIAÇÃO DE RISCOS E DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


38
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

A avaliação de perigos, riscos, aspectos e impactos ambientais envolve três passos


básicos:

a) Identificação;

b) Estimativa - probabilidade e gravidade;

c) Decisão sobre aceitabilidade do risco e do impacto.

O principal propósito deste requisito é determinar se os controles existentes ou planejados


são adequados, com a intenção de gerenciar os riscos antes que possa ocorrer o dano.

Historicamente, esta avaliação era realizada geralmente de uma maneira informal. Com a
ocorrência de alguns acidentes maiores reconheceu-se que para uma gestão pró-ativa são
necessários metodologias e procedimentos sistemáticos para assegurar seu sucesso.

As metodologias existentes baseiam-se numa abordagem através de grupos


multidisciplinares e competentes sobre o sistema em estudo.

Avaliações mal planejadas e/ou realizadas acarretam perda de tempo e nenhuma


mudança. Sua função é fornecer uma base para a implementação de medidas de controle e de
prevenção de perdas.

O estudo de risco envolve uma análise do risco, em conjunto com medidas de prevenção
de acidentes e minimização das conseqüências caso ocorra o acidente. Estas medidas devem
incluir o desenho da planta, manutenção de procedimentos, controles técnicos e outras como
manter as pessoas informadas, treinadas e equipamentos à disposição. Esse estudo é útil no
contexto de toda análise de riscos ambientais e de segurança.

Um estudo de análise de risco deve considerar duas questões:

1. Qual a probabilidade de ocorrer um evento indesejável?

2. Quais são as consequências desse evento?

Esse estudo tem tido muito sucesso na área de saúde e segurança, não somente para o
caso de acidentes maiores (fogo, explosões, etc.), mas no caso de eventos menores como
transbordamentos e vazamentos. A avaliação do risco está relacionada com a probabilidade de
ocorrência e com suas conseqüências. Para tanto, é necessário o estabelecimento de critérios
para proceder à avaliação de impactos ambientais e de riscos de segurança:

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


39
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 5.1 – Critérios utilizados na Avaliação de Impactos Ambientais e de Riscos de


Segurança.

✓ Classificação das atividades e processos: preparar uma lista de atividades abrangendo


propriedades, instalações, pessoal, procedimentos e coleta de dados;

✓ Identificação dos aspectos ambientais e perigos significativos relativos a cada atividade e


processo levar em consideração quem poderia sofrer danos e como;

✓ Estimativa subjetiva do impacto e/ou risco associado a cada aspecto e/ou perigo,
assumindo que os controles existentes ou previstos estão em funcionamento;

✓ Decisão quanto à aceitabilidade do impacto e/ou risco, levando em consideração se as


precauções existentes ou previstas são suficientes para manter os aspectos e/ou perigos
sob controle e atendendo os requisitos legais;

✓ Preparação do plano de ação para o controle de impactos e/ou riscos (se necessário),
assegurando que os controles novos e os existentes são eficazes;

✓ Análise crítica de adequação do plano, reavaliando os impactos e/ou riscos em função dos
controles propostos, e verificando se agora são aceitáveis.

Normalmente, não há necessidade de realizar análises quantificadas que, somente são


realizadas quando as conseqüências de possíveis falhas podem ser catastróficas. Na maioria das
organizações métodos simples e subjetivos são os mais adequados. Algumas avaliações,
entretanto, podem requerer uma série de medições da situação existente ou de níveis de
exposição a um dado agente tóxico ou nocivo, para diminuir um pouco a subjetividade.

QUADRO 5.2 - Aspectos Contemplados na Avaliação de Impactos Ambientais e de Riscos de


Segurança.

✓ Preparação de um formulário;

✓ Classificação das atividades e processos, e coleta das informações necessárias;

✓ Metodologia de identificação de aspectos e/ou perigos e avaliação de impactos e/ou riscos;

✓ Critérios de decisão de impactos ambientais significativos e de aceitabilidade de riscos, de


modo a verificar se as medidas existentes ou previstas são adequadas;

✓ Planos de ações corretivas;

✓ Critérios para análise crítica de adequação do plano de ação.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


40
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 5.3 – Conteúdo do Formulário de Registro da Avaliação.

✓ Atividade ou processo;

✓ Aspecto e/ou perigo;

✓ Controles existentes;

✓ Pessoas sujeitas a riscos;

✓ Danos ambientais;

✓ Probabilidade do dano;

✓ Gravidade do dano;

✓ Níveis de impacto ou risco;

✓ Ações a serem tomadas.

O resultado de uma avaliação deve ser um inventário de ações, em ordem de prioridade,


para recomendar, manter ou melhorar os controles.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


41
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 5.4 – Considerações para a Escolha dos Controles.

✓ A eliminação, se possível, dos perigos e aspectos, ou o controle do impacto ou risco na


fonte (segurança intrínseca);

✓ Redução do impacto ou risco;

✓ Adaptação da tarefa ou processo;

✓ Melhoria tecnológica;

✓ Medidas de proteção das pessoas ou do meio ambiente;

✓ Manutenção preditiva ou preventiva;

✓ Medidas de emergência;

✓ Indicadores pró-ativos para monitorar a conformidade com os controles.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


42
Aula 5: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 5.5 - Informações Necessárias para a Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais


e de Riscos de Segurança.

✓ Fluxos de atividades e/ou processos (diagrama de blocos, fluxogramas de processo,


procedimentos);

✓ Implantações ("layouts", desenho de máquinas, plantas baixas, etc.);

✓ Listas de matérias-primas, subprodutos, produtos, efluentes, emissões, resíduos e


respectivas fichas de segurança;

✓ Tarefas executadas com duração e freqüência;

✓ Pessoal envolvido (normal, ocasional, manutenção);

✓ Treinamentos recebidos;

✓ Utilidades empregadas;

✓ Forma física das substâncias utilizadas;

✓ Requisitos de regulamentações, normas internas;

✓ Controles em uso;

✓ Planos de emergência existentes;

✓ Monitoramento (contínuo; ocasional; pontual);

✓ Inspeções de segurança e de meio ambiente realizadas.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


43
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB - 025

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 6

PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE


SEGURANÇA (CONT.)

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas no planejamento de Sistemas Integrados de Gestão
Ambiental e de Segurança.
➢ Dirimir dúvidas sobre especificidades compreendidas nas diferentes etapas do planejamento
de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


44
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

6.1. REQUERIMENTOS LEGAIS

A organização deverá estabelecer e manter procedimentos para identificar, determinar,


acessar e compreender a legislação e outros requisitos por ela subscritos relacionados com os
seus perigos e aspectos ambientais e riscos de suas atividades, produtos e serviços. É preciso
determinar como esses requisitos se aplicam aos aspectos ambientais e riscos e à organização.

Deve considerar, também, os requisitos quando estabelecer, implementar, manter e


melhorar de maneira contínua seu SIG.

A organização deve manter informação documentada de seus requisitos legais e outros


requisitos.

NOTA: Requisitos legais e outros requisitos podem resultar em riscos e oportunidades para
a organização.

Itens a Serem Considerados:

1. A organização precisa identificar e compreender os requisitos legais aplicáveis;

2. A Legislação e as regulamentações podem existir em diversas formas:

✓ Específicos para a atividade (licenças de Instalação, de Operação, do Município,


Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, etc.);

✓ Específicos para os produtos, principalmente substâncias perigosas, e serviços;

✓ Específicos para as plantas industriais da organização;

✓ Legislação ambiental geral (federal; estadual; municipal);

✓ Autorizações, licenças e permissões.

3. Onde procurar?

✓ Órgãos governamentais;

✓ Associações; sindicatos patronais, profissionais, etc.; grupos industriais;

✓ Bancos de dados;

✓ Consultores especializados.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


45
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

6.2. PLANEJAMENTO DE AÇÕES

A organização deve planejar:

o tomar ações para abordar seus:

o perigos e aspectos ambientais significativos;

o requisitos legais e outros requisitos;

o riscos e oportunidades identificados anteriormente;

o como:

o integrar e implementar as ações nos processos de seu SIG (ver aula 6), ou
outros processos de negócio;

o avaliar a eficácia dessas ações.

Ao planejar essas ações, a organização deve considerar suas opções tecnológicas e seus
requisitos financeiros, operacionais e de negócios.

6.3 OBJETIVOS DE SEGURANÇA E AMBIENTAIS E PLANEJAMENTO PARA


ALCANÇÁ-LOS

6.3.1 Objetivos e metas

A organização deverá estabelecer e manter documentados objetivos e metas nas funções


coerentes com a sua política ambiental e de segurança e saúde no trabalho, incluindo-se um
compromisso com a prevenção da poluição e controle de perdas e um considerando seus riscos e
oportunidades.

Os objetivos devem ser:

a) coerentes com a política de segurança e saúde e a ambiental;

b) mensuráveis (se viável);

c) monitorados;

d) comunicados;

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


46
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

e) atualizados, como apropriado.

A organização deve manter informação documentada sobre os objetivos.

Em relação aos objetivos é interessante levar em consideração as constatações


levantadas durante a análise crítica inicial, os riscos industriais e impactos ambientais associados
e os requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização. Deve-se também considerar
as opções tecnológicas, requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a visão das partes
interessadas.

Os objetivos e metas podem ser definidos de forma ampla, para toda a organização ou de
forma específica, para locais e atividades industriais.

A organização pode desejar considerar os objetivos que podem ser atingidos mais
facilmente ou de mínimo custo, e os que podem ser implantado com relativa facilidade através das
atividades organizacionais e operacionais já existentes. Os objetivos que requerem um maior
investimento de capital ou uma mudança organizacional podem não ser considerados
imediatamente aplicáveis. Devem, portanto, serem considerados viáveis, somente, em longo
prazo.

Em algumas circunstâncias pode ser necessário definir um objetivo inicial que direcione e
possibilite a organização alcançar outros objetivos em longo prazo. Por exemplo, uma
organização pode estabelecer o objetivo de encontrar um substituto para o uso de solventes, o
que tornará possível atingir futuros objetivos na redução de emissões para a atmosfera.

No sentido de monitorar o progresso da melhoria do desempenho ambiental e de


segurança e saúde no trabalho é essencial estabelecer metas quantitativas e realísticas para
atingir os objetivos. Metas quantitativas definem os níveis de melhoria e o prazo para que os
objetivos sejam atingidos. Por exemplo, uma organização pode ter o objetivo de reduzir o
consumo de matéria prima em 10% num período de cinco anos.

A prioridade maior da organização deve ser no sentido de procurar não estabelecer


objetivos intangíveis ou irreais, ou seja, seria utopia reduzir o consumo de energia em 50%
durante um período de 3 anos se as atividades organizacionais e operacionais da organização
não estão preparadas para isso.

O estabelecimento de metas realísticas é essencial para que se tenha uma boa visão de
como essa meta será atingida. Para tanto, alguns aspectos devem ser considerados.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


47
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 6.1 – Aspectos considerados no estabelecimento de metas realísticas.

✓ Questões econômicas;

✓ Processos e equipamentos;

✓ Disponibilidade de pessoal e fontes;

✓ Avanços tecnológicos; conflitos potenciais entre objetivos ambientais ou de segurança e


organizacionais, ex. objetivos financeiros;

✓ Melhoria contínua do desempenho ambiental e de segurança;

✓ Clara definição de objetivos.

- Questões Econômicas

As metas devem ser definidas com base nos fundos disponíveis da organização.

Por exemplo, uma organização necessita adquirir uma nova planta cujo custo associado é
muito elevado, com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes para o ar em 20%. É mais
sensato estabelecer a meta de redução de 10% utilizando a planta existente, e visar a
implantação de uma meta maior durante um período mais longo. É bom relembrar que os
requisitos legais devem ser analisados previamente à questão econômica.

É recomendável que a organização faça uma análise de custo / benefício em cima dos
objetivos que requeiram um maior investimento de capital. Esse tipo de análise permite identificar
se os benefícios advêm da redução de custos, do desenvolvimento do SGA e do SST ou da
relação com a comunidade e construção da imagem da empresa.

- Processos e Equipamentos

Os objetivos propostos devem considerar o processo e o tipo de equipamento essencial à


produção. Por exemplo, uma meta de redução de 10% do consumo de energia em 12 meses pode
vir a ser restritiva para um processo particular que requeira um maior consumo. Uma revisão
desta meta deve levantar estes aspectos de maior consumo e pode vir a estabelecer maiores
reduções para outros processos, ou mesmo estabelecer um tempo maior durante o qual este
processo em particular poderá ser modificado.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


48
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- Disponibilidade de Pessoal e de Fontes

Muitas vezes a implantação dos objetivos é dificultada pela falta de pessoal. Quando se
estabelecem objetivos que requerem disponibilidade de tempo do pessoal, tanto nos estágios de
desenvolvimento e implementação, é essencial assegurar que haverá pessoal disponível.
Também é necessário estabelecer que esse pessoal possua conhecimento e treinamento para
lidar com as tarefas propostas.

- Avanços tecnológicos

As metas que dependam de avanços tecnológicos futuros devem ser evitadas. Uma
organização pode assumir que o desenvolvimento de novas tecnologias nos próximos cinco anos
possibilitará a redução da emissão de efluentes aquosos em 30%, mas as metas devem ser
definidas com base na tecnologia já existente. Metas mais arrojadas poderão ser definidas mais
tarde quando esta tecnologia estiver disponível.

- Conflitos de interesse

É possível que os objetivos e as metas estabelecidos para diferentes áreas entrem em


conflito. Por exemplo, a escolha de um combustível mais eficiente pode vir a causar aumento na
emissão de poluentes para o ar; ou a mudança de um produto químico para outro num processo
de produção pode significar redução de um poluente, mas aumento de outro. Quando do
estabelecimento de metas é necessário que seja mantido um balanço e que a realização de uma
meta não anule a possibilidade de realização de outra.

- Melhoria contínua do desempenho ambiental e de segurança

As melhorias em prol do meio ambiente ou da segurança, como parte de um SGA ou SST,


devem ser contínuas. Essas melhorias não precisam acontecer em todas as áreas ao mesmo
tempo. É essencial estabelecer metas que possam ser medidas e alcançadas, pois o
compromisso com a melhoria contínua significa que padrões cada vez mais elevados devem ser
estabelecidos. Portanto, é mais eficiente estabelecer inicialmente metas relativamente mais
humildes para um período de tempo mais curto, o que possibilita iniciar o processo de melhoria.

A ISO 14001 realça o SGA como o caminho para o estabelecimento de melhoria contínua
em todos os aspectos de desempenho ambiental. Não especifica critérios de desempenho, mas
requer que a organização formule a política e os objetivos de modo a identificar as oportunidades
de melhoria.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


49
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- Clara definição de objetivos

As metas a serem atingidas devem ser claramente definidas para possibilitar o


monitoramento e os estudos a serem feitos nas circunstâncias de mudança. Por exemplo, a
organização estabelece meta de redução de uso de matéria prima em 20% nos próximos 5 anos,
mas se a produção dobra neste período a organização deverá alcançar redução de 40% para ficar
em conformidade com a meta previamente estabelecida. Para contornar este problema seria
necessário definir uma redução de 20% em cinco anos por unidade produzida. Além disso, a
anexação ou adição de produtos e serviços pode afetar as metas estabelecidas.

É importante entender o modo como os objetivos e metas serão alcançados dentro dos
procedimentos ambientais e de segurança. Uma maneira de se fazer isso é através de cursos ou
palestras. Os seguintes grupos de interesse devem ser incluídos:

✓ Alta gerência;

✓ Empregados;

✓ Clientes;

✓ Fornecedores;

✓ Grupos da comunidade local;

✓ Outros grupos de interesse.

6.3.2 Planejamento de Ações para alcançar os Objetivos de Gestão Ambiental e


de Segurança e Saúde no Trabalho

Ao planejar como alcançar seus objetivos, a organização deve determinar:

a) o que será feito;

b) que recursos serão requeridos;

c) quem será responsável;

d) quando isso será concluído;

e) como os resultados serão avaliados, incluindo indicadores para monitorar o progresso


em direção ao alcance dos seus objetivos mensuráveis.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


50
Aula 6: Planejamento dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

A organização deve considerar como as ações para alcançar seus objetivos ambientais
podem ser integradas aos processos de negócios da organização.

A organização deve estabelecer planos e programas de gestão ambiental e de segurança


e saúde no trabalho para alcançar seus objetivos e metas.

Os programas e metas devem incluir as atribuições de responsabilidades, as etapas, os


cronogramas, os recursos requeridos e necessários para se alcançar os objetivos e metas
estabelecidos para cada função e nível pertinente.

Deve também ser dinâmico e atualizado periodicamente, de modo a refletir mudanças nos
objetivos e metas da organização. Podem ser divididos em planos de ação específicos, conforme
características individuais de processos, projetos, modificações, produtos, serviços e locais de
implantação.

Objetivando estabelecer um SGA e um SST integrados e assegurar a efetividade das


políticas ambiental e de segurança e saúde no trabalho é necessária uma estrutura
organizacional.

Funções e responsabilidades devem ser claramente definidas para todo o pessoal da área
de implantação dos sistemas. A maioria das organizações já possui uma estrutura organizacional
antes da introdução dos SGA e SST. Esse modelo define a escala de autoridade da gerência e a
responsabilidade de cada departamento, junto com a descrição individual das funções e da
avaliação de desempenho. A estrutura existente pode ser utilizada como base para a
determinação de responsabilidades ambientais e de segurança, e para a definição dos critérios de
desempenho que devem ser adotados para os departamentos e os indivíduos cujas atividades se
enquadrem na estrutura dos sistemas.

Recursos adequados devem estar disponíveis para assegurar a efetiva implementação do


SGA e do SST. À equipe responsável pela implementação dos sistemas deve ser dada uma
autoridade gerencial, sendo esta provida dos recursos financeiros suficientes para a mobilização
de capital e de recursos humanos necessários. Este pessoal tem a função de assegurar que os
sistemas o atendendo aos requisitos da política.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021.


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Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

eAB - 025

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 7

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL


E DE SEGURANÇA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas na implementação e operação de Sistemas Integrados de
Gestão Ambiental e de Segurança.
➢ Dirimir dúvidas sobre especificidades compreendidas nas diferentes etapas da
implementação e operação de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


52
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

7.1 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO

A implementação e a operação de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de


Segurança compreendem o atendimento aos seguintes itens:

✓ Recursos, funções, responsabilidades e autoridades.

✓ Competência, treinamento e conscientização.

✓ Comunicação.

✓ Documentação do SGA e do SST.

✓ Controle de documentos.

✓ Controle Operacional.

✓ Preparação e resposta a emergências.

7.2 RECURSOS, FUNÇÕES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES

7.2.1 Apoio/Recursos

A organização deve determinar e prover os recursos necessários para o estabelecimento,


implementação, manutenção e melhoria contínua do SIG.

De maneira a obter e alcançar seus objetivos ambientais e de segurança e saúde no


trabalho, a organização deverá definir, documentar e comunicar regras, procedimentos,
responsabilidades e autoridades.

Num processo de melhoria contínua, a administração da organização deverá providenciar


capacidades e os recursos (humanos, tecnológicos, financeiros e especializados) essenciais para
alcançar seus objetivos, e implementar e controlar seu SGA e de SST.

Deverá, também, apontar um representante específico que, independente de outras


responsabilidades, terá uma descrição de cargo, responsabilidades e autoridade para assegurar a
implementação e manutenção do SGA e SST. Cabe ao representante a tarefa de reportar o
desempenho do sistema à alta gerência, com vistas à sua revisão e melhoria contínua.

As responsabilidades individuais para a implementação de políticas ambientais e de


segurança e saúde no trabalho devem estar claramente atribuídas e definidas.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


53
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 7.1 – Atribuição e Definição de Autoridade, Funções e Responsabilidades.

✓ As descrições de funções devem ser apropriadas, incluindo as responsabilidades;

✓ A autoridade deve ser dada a todo pessoal bem como os recursos necessários para a
execução das atividades sob sua responsabilidade;

✓ As relações de subordinação devem ser claras e sem ambiguidade;

✓ O desempenho em meio ambiente e em segurança e saúde no trabalho deve ser incluído no


sistema de avaliação.

Além das responsabilidades atribuídas, todos os funcionários têm uma responsabilidade


geral por sua própria segurança e pela dos outros.

7.2.2 Competência, treinamento e conscientização

A organização deve assegurar que pessoas que realizam trabalhos sob o controle da
organização estejam conscientes:

a) da política de SST e de meio ambiente;

b) dos perigos, aspectos ambientais significativos e dos riscos de SST e impactos


ambientais reais ou potenciais associados com seu trabalho;

c) da sua contribuição para a eficácia do SIG, incluindo os benefícios de desempenho de


segurança e de meio ambiente melhorado;

d) das implicações de não estar conforme com os requisitos do SIG, incluindo o não
atendimento aos requisitos legais e outros requisitos da organização.

A organização deve:

a) determinar a competência necessária de pessoa(s) que realiza(m) trabalho sob o seu


controle, que afete seu desempenho ambiental e de segurança e saúde no trabalho e sua
capacidade de cumprir com seus requisitos legais e outros requisitos;

b) assegurar que essas pessoas sejam competentes, com base em educação, treinamento
ou experiência apropriados;

c) determinar as necessidades de treinamento associadas aos seus perigos, aspectos


ambientais e ao seu SIG;

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


54
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

d) onde aplicável, tomar ações para adquirir a competência necessária e avaliar a eficácia
das ações tomadas.

AS ações aplicáveis podem incluir, por exemplo, a provisão de treinamento, o


mentoreamento ou a mudança de atribuições de pessoas empregadas no momento, ou empregar
ou contratar pessoas competentes.

A organização deverá assegurar que qualquer pessoa que, para ela ou em seu nome,
realize tarefas que tenham o potencial de causar impactos e/ou riscos significativos seja
competente com base em formação apropriada, treinamento ou experiência. Para tanto, deverá
identificar necessidades de treinamento associados com seus riscos ambientais e de SST.

Na alocação de recursos a organização deverá desenvolver procedimentos para seus


empregados e membros, em funções e níveis relevantes, que permitam o conhecimento e a
conscientização.

QUADRO 7.2 – Finalidades do Conhecimento e da Conscientização de Pessoal.

✓ Compreender a importância de estarem em conformidade com a política ambiental e de


segurança e seus procedimentos, e com os requisitos do SGA e SST.

✓ Identificar os impactos ambientais e riscos, reais e potenciais, significativos relacionados com


suas atividades; e os benefícios advindos da melhoria de desempenho do pessoal na área de
meio ambiente e de segurança.

✓ Conhecer as responsabilidades previstas na obtenção da conformidade com a política e os


procedimentos ambientais e de segurança, e nos requisitos do SGA e do SST relacionados com
os planos de contingência e de atendimento a emergências.

✓ Conscientizar sobre as consequências potenciais de procedimentos de operações específicos.

Nesse sentido, devem-se envolver os colaboradores em todos os aspectos de um Sistema


Integrado de Gestão Ambiental e de SST. Devem, também, ser encorajados a relatarem falhas
nas atividades que possam conduzir a impactos ambientais e/ou riscos de segurança e saúde no
trabalho; e estar envolvidos no desenvolvimento das providências e procedimentos do sistema de
gestão.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


55
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

QUADRO 7.3 - Em relação às necessidades de treinamento, um Sistema Integrado de Gestão


deve incluir:

✓ Identificação das competências requeridas para cada funcionário e do treinamento necessário


para a correção de possíveis deficiências;

✓ Fornecimento de qualquer treinamento identificado como necessário, de maneira sistemática e


programada;

✓ Avaliação de cada funcionário, de modo a assegurar que tenham adquirido e mantido o


conhecimento e as aptidões necessárias para o nível de competência requerido;

✓ Manutenção dos registros apropriados.

QUADRO 7.4 – Elementos Previstos nos Programas de Treinamento.

✓ Programa sistemático de treinamento e aperfeiçoamento, para funcionários no seu local de


trabalho e quando de transferências, incluindo nesse treinamento: aspectos, perigos, precauções
e procedimentos de trabalho, antes que o mesmo seja iniciado;

✓ Meios para assegurar que o treinamento foi eficaz;

✓ Treinamento para os líderes, os contratados e os trabalhadores temporários, de modo a


compreender os aspectos, perigos, impactos e riscos das operações pelas quais são
responsáveis, as competências necessárias para realizar as atividades de forma segura e a
garantia de que os procedimentos de trabalho seguro estão sendo cumpridos pelo pessoal sob
seu controle;

✓ Treinamento em avaliação e em técnicas de controle de impactos e riscos, para engenheiros e


técnicos de processo, manutenção e de projeto.

7.2.3 Comunicação

A organização deve estabelecer, implementar e manter processo(s) necessário(s) para


comunicações internas e externas pertinentes para o SIG, incluindo:

a) sobre o que comunicar;

b) quando comunicar;

c) com quem se comunicar;

d) como comunicar.

Ao estabelecer o(s) seu(s) processo(s) de comunicação, a organização deve:

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


56
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

a) levar em consideração seus requisitos legais e outros requisitos;

b) assegurar que a informação de segurança e de meio ambiente comunicada seja


coerente com informação gerada dentro do SIG e que seja confiável.

A organização deve responder as comunicações pertinentes, referentes ao seu SIG.

A organização deve reter informação documentada como evidência de suas


comunicações, como apropriado.

Dessa maneira a organização deverá estabelecer, implementar e manter um sistema de


comunicação formal; cobrindo tanto as comunicações internas entre os seus vários níveis e
funções, quanto as comunicações externas.

Normalmente, existem dois tipos de comunicação interna: oral e diária entre os diferentes
grupos operacionais e funcionais; e a escrita, que pode ser uma coleta e/ou relatórios de
informações sobre legislação, normas e regulamentações pertinentes e informações sobre o
desempenho ambiental e de segurança.

Na comunicação externa será necessário criar e manter procedimentos para a recepção,


arquivo e resposta a comunicações relevantes das partes interessadas em relação ao Sistema
Integrado de SGA e SST e sobre os riscos industriais e impactos ambientais.

QUADRO 7.5 – Objetivos dos Sistemas de Comunicação.

A comunicação inclui o estabelecimento de processos e planos para informar, interna e


externamente, as atividades ambientais e de segurança da organização, procurando:

- Demonstrar seu comprometimento com o meio ambiente e com a segurança;

- Identificar e receber informações pertinentes de organizações externas - novas legislações,


informações para a identificação e avaliação de impactos e riscos, e sobre desenvolvimento de
práticas de gestão;

- Mostrar quais são suas preocupações e questões sobre os impactos ambientais e os riscos
industriais das suas atividades, produtos e serviços;

- Ampliar a conscientização sobre as políticas, objetivos e metas ambientais e de segurança;

- Assegurar que informações relevantes de meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho


sejam comunicadas a todas as pessoas da organização que dela necessitam;

- Demonstrar seu desempenho ambiental e de segurança às partes interessadas, internas e


externas.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


57
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

7.3 INFORMAÇÃO DOCUMENTADA

A organização deverá estabelecer e manter documentados seus processos e


procedimentos operacionais, e atualizá-los quando necessário. Para tanto, será necessário definir
os vários tipos de documentos que estabelecem e especificam procedimentos e controles
operacionais eficazes.

Geralmente, será interessante ter-se como o principal item da documentação um Guia da


Gestão Ambiental e/ou da Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, cuja natureza variará em
função do tamanho e complexidade da organização. Nestes guias, estarão descritos os elementos
chaves do sistema de gestão, bem como suas interações com outros sistemas organizacionais.
Neste sentido, e para maior facilidade de uso, poder-se-á organizar um sumário de
documentação, onde se pretende: uma ordenação da documentação relacionada com a política,
objetivos e metas; uma descrição dos meios e métodos para se alcançar os objetivos e metas;
uma descrição das funções e responsabilidades; uma orientação sobre a documentação
relacionada; e um acompanhamento da implementação do SGA e do SST.

Praticamente, todos os itens da ISO 14001 e da OHSAS 18001 prescrevem requisitos de


documentação. Além disso, é de se esperar que todo e qualquer procedimento deva ser
documentado.

Embora não haja referência na ISO 14001 e na OHSAS 18001 sobre qual seria a forma
correta para elaborar a documentação, a interpretação do termo documentação dependerá da
experiência particular da organização.

O sistema de documentação típico de um SGA ou de um SST consiste de quatro níveis de


documentos. O sistema é mostrado tipicamente numa forma de pirâmide com o manual do SGA
ou do SST no topo e os registros no fundo.

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58
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

MANUAL DO SISTEMA

PROCEDIMENTOS DO SISTEMA

REFERÊNCIAS E
PROCEDIMENTOS

INSTRUÇÕES OPERACIONAIS

INSTRUÇÕES E PERMISSÕES DE
TRABALHO

REGISTROS

FIGURA 2 – Níveis de documentos do SGA e do SST.

QUADRO 7.6 – Elaboração da Documentação do SGA e do SST.

Em relação à extensão da documentação a ser realizada, deve-se levantar inicialmente alguns


pontos-chaves:

- Tamanho da organização;

- Locais geográficos onde a organização está implantada;

- Riscos e impactos ambientais potenciais significativos, em relação a seus produtos e atividades;

- Intenção de utilizar as possíveis “falhas” para melhorar o SGA e o SST;

- Seriedade e conseqüências destes impactos em relação à imagem da organização;

- Duração destes efeitos;

- Riscos/benefícios de manter documentados, com informações diárias, transações, memorandos,


problemas de comunicação, etc.

O termo documentação possui várias interpretações, podendo-se referir a qualquer coisa do tipo:

- Instruções para realizar alguma coisa;

- Registros de que alguma coisa foi feita;

- Informativos enviados para clientes, partes interessadas, público;


eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021
59
Aula 7: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- Cópias destes informativos;

- Registros eletrônicos.

QUADRO 7.7 – Documentos Necessários para o SGA e o SST.

Quatro tipos de documentos são necessários para um SGA e SST. Devem necessariamente estar
incluídos:

- Política, objetivos e metas;

- Descrição do escopo do sistema de gestão;

- Descrição dos principais elementos do sistema de gestão e sua interação e referência aos
documentos associados;

- Documentos, incluindo registros, requeridos pelas normas;

- Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como sendo necessários para
assegurar o planejamento, operação e controle eficazes dos processos que estejam associados
com seus aspectos/perigos.

7.4 CONTROLE DE INFORMAÇÃO DOCUMENTADA

Será necessário estabelecer e manter procedimentos para controlar toda a documentação


relativa ao SGA e SST de uma organização, conforme descrito no item anterior, definindo:
responsabilidades para criação e modificação de documentação; revisão periódica; disponibilidade
local da versão atualizada; remoção dos documentos obsoletos.

Registros ambientais e de segurança são documentos que representam a evidência da


operação contínua do SGA e SST, e devem incluir resultados de desempenho, como: registros de
treinamento e formação dos empregados; resultados de auditorias e de revisões gerenciais;
registros de monitoramento; resultados de análises de conformidade (requisitos legais, licenças,
regulamentações); dados relacionados a multas e reclamações.

A informação documentada de origem externa, determinada pela organização como


necessária para o planejamento e operação do SIG deve ser identificada, como apropriado, e
controlada.

O acesso à documentação deve ser realizado através de uma decisão quanto à permissão
para somente ver a informação documentada, ou a permissão e autoridade para ver e alterar a
informação documentada.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


60
Aula 8: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EAD – ENSINO E APRENDIZADO A DISTÂNCIA

GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

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SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 8

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL


E DE SEGURANÇA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas na implementação e operação de Sistemas Integrados de
Gestão Ambiental e de Segurança.
➢ Dirimir dúvidas sobre especificidades compreendidas nas diferentes etapas da
implementação e operação de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


61
Aula 8: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

8 OPERAÇÃO

8.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL

A organização deverá estabelecer, implementar e controlar e planejar os processos


necessários para atender os requisitos do SIG e para implementar as ações levantadas nos
objetivos e metas e nas atividades que estão associadas com os riscos industriais e de segurança
e com os impactos ambientais identificados, de acordo com a sua política ao:

• Estabelecer critérios operacionais;

• Implementar controles de processo de acordo com os critérios operacionais.

Há uma necessidade de inicialmente entender o significado do que são controles


operacionais. Estes são essencialmente procedimentos que asseguram que as operações e
atividades não excedam condições especificadas e padrões de desempenho ou que violem limites
de conformidades legais ou de regulamentação.

Podem incluir: critérios ou especificações de operação em caso de manutenção;


equipamentos de controle de poluição; processos de produção que devam ser gerenciados para
se obter uma desejada otimização (qualidade, minimização de rejeitos, prevenção de poluição e
de segurança).

A organização deverá considerar as diferentes funções que contribuem para seus impactos
mais significativos quando do desenvolvimento dos controles operacionais.

QUADRO 8.1 – Funções da Organização Consideradas no Desenvolvimento de Controles


Operacionais.

✓ Pesquisa e desenvolvimento;

✓ Engenharia de processos e de projeto;

✓ Compras e inspeção;

✓ Contratações;

✓ Armazenamento de matérias-primas, intermediários, produtos acabados, etc.;

✓ Laboratórios;

✓ Transporte e condições de armazenamento (principalmente de substâncias perigosas);

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


62
Aula 8: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

✓ Áreas de propaganda e marketing;

✓ Prestação de serviços aos consumidores;

✓ Disposição final dos produtos e de resíduos perigosos;

✓ Uso de equipamentos de proteção coletiva e individuais.

Em função dos comprometimentos da política ambiental e de segurança da organização,


esta deverá focar seus procedimentos de controle operacional para: a prevenção da poluição e
conservação de recursos (inclusive energéticos); gerenciamento das modificações de processo;
aquisição; alienação de bens; novos produtos; conformidade com os requisitos corporativos;
melhoria contínua de desempenho; requisitos ambientais e de segurança em alteração.

Deve-se, também, controlar mudanças planejadas e analisar criticamente as


consequências de mudanças não intencionais, tomando ações para mitigar quaisquer efeitos
adversos. Nesse sentido geralmente é criado e implantado um procedimento de mudanças, onde
estas devem, antes de serem implantadas, serem analisadas quanto aos seus perigos, aspectos,
impactos e riscos.

Os processos terceirizados devem também ser controlados ou influenciados. O tipo e a


extensão do controle ou da influência a serem aplicados aos processos devem ser definidos
dentro do SIG (por exemplo qualificando os fornecedores e levantando os seus riscos ambientais
e de segurança e saúde no trabalho relacionados).

Em relação com uma perspectiva de ciclo de vida, deve-se:

a) estabelecer controles, como apropriado, para assegurar que os requisitos ambientais e


de segurança e saúde no trabalho sejam tratados no processo de projeto e desenvolvimento do
produto ou do serviço, considerando cada estágio do seu ciclo de vida;

b) determinar os requisitos ambientais e de segurança e saúde no trabalho para a


aquisição de produtos e serviços;

c) comunicar seus requisitos ambientais e de segurança e saúde no trabalho pertinentes


para provedores externos, incluindo contratados;

d) considerar a necessidade de prover informações sobre potenciais impactos ambientais e


riscos significativos associados com o transporte ou entrega, uso, tratamento pós-uso e
disposição final dos seus produtos e serviços.
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021
63
Aula 8: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

A organização deve manter informação documentada na extensão necessária, para ter


confiança de que os processos sejam realizados conforme planejados.

8.2 PREPARAÇÃO E RESPOSTA A EMERGÊNCIAS

Estar preparado para emergências é fundamental, pois na ocorrência de um evento


emergencial não há tempo para estudos ou treinamentos.

Ter um plano de emergência não significa ter-se pessoal preparado para, por exemplo,
apagar incêndios. Uma emergência normalmente é constituída por um plano de abandono de
área, plano de comunicação com entidades externas, definição do porta voz perante a imprensa e
autoridades, plano de atendimento a feridos e mortos, plano de restabelecimento da unidade,
plano de enchentes, vazamento de produtos perigosos, etc..

Deverão ser, portanto, criados e estabelecidos planos e procedimentos para situações de


emergência, e para sua prevenção e mitigação, de modo a garantir que haverá uma resposta
adequada a incidentes ambientais inesperados ou acidentais.

A organização deverá assegurar que os procedimentos levem em conta itens como ações
e equipes para controles de vazamentos, prevenção, proteção e combate a incêndios, assistência
médica, sinais e instruções de emergência, alertas e exercícios de simulação correspondentes.

Há vários aspectos nos requisitos da ISO 14001 e da OHSAS 18001 que devem ser
examinados:

Os procedimentos de emergência deverão identificar o potencial para acidentes e


situações de emergência, identificando-se os cenários razoavelmente possíveis, e realizar
provisões para prevenir e minimizar qualquer impacto ambiental e de segurança associado;

Estes procedimentos de emergência deverão ser periodicamente revistos - particularmente


após a ocorrência de um acidente ou situação de emergência - e atualizados, quando necessário,
para incorporar experiências e novas técnicas para atendimento a emergências. Quando possível
deverão ser testados periodicamente.

Tais procedimentos deverão incluir, quando apropriado, situações como:

- Emissões acidentais para a atmosfera;

- Derramamentos acidentais para a água e solo;

- Efeitos de acidentes relacionados com incêndios (inclusive água de combate), explosões


e seus efeitos específicos sobre o meio ambiente.
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021
64
Aula 8: Implementação e Operação dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

- Providenciar informações pertinentes e treinamento relacionado à preparação e resposta


a emergências para as partes interessadas pertinentes, incluindo pessoas que realizam trabalho
sob o seu controle.

A organização deve manter informação documentada na extensão necessária, para ter


confiança de que os processos sejam realizados conforme planejados.

A organização deverá identificar, manter e arquivar os registros ambientais e de segurança


necessários para demonstrar a conformidade com os requisitos legais e demais dispositivos.

QUADRO 8.2 – Tipos de Registros.

✓ Requisitos legais e de regulamentação;

✓ Licenças;

✓ Perigos e riscos industriais e aspectos e impactos ambientais;

✓ Atividades de treinamento;

✓ Atividade de inspeção, calibração e manutenção;

✓ Dados de monitoramento;

✓ Informações de multas, incidentes, queixas e ações de acompanhamento;

✓ Identificação, dados de segurança, propriedades dos produtos, matérias-primas, etc.;

✓ Informações sobre fornecedores e contratados;

✓ Auditorias e revisões.

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65
Aula 9: Verificação e Ação Corretiva.

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GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS - MBA

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SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SEGURANÇA

PROF. DR. GUGLIELMO TARALLI

AULA 9

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas na avaliação de desempenho de Sistemas Integrados de
Gestão Ambiental e de Segurança.
➢ Dirimir dúvidas sobre especificidades compreendidas nas diferentes etapas da avaliação de
desempenho de Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.
➢ Compreender a importância da avaliação de desempenho para a melhoria contínua dos
Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


66
Aula 9: Verificação e Ação Corretiva.

9 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A avaliação de desempenho dos Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de


Segurança compreendem o atendimento aos seguintes itens:

✓ Monitoramento, medição, análise e avaliação;

✓ Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros;

✓ Auditoria interna;

✓ Análise crítica pela direção.

Embora todo o sistema esteja baseado sobre o modelo da melhoria contínua, será neste
grupo de elementos que especificamente se tratará do assunto. A medição, o monitoramento e a
avaliação são atividades essenciais de um SGA ou de um SST, as quais asseguram que o
desempenho da organização obedece aos programas de gestão ambiental e de segurança
estabelecidos.

9.1 MONITORAMENTO, MEDIÇÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO

Deverá existir um sistema que permita determinar o que precisa ser monitorado e medido,
os métodos (monitoramento, medição, análise e avaliação), critérios e indicadores apropriados,
quando devem ser realizados o monitoramento e medição e quando os resultados devem ser
analisados e avaliados.

Ou seja, deve-se medir e monitorar o desempenho real em comparação com os objetivos e


metas ambientais e de segurança da organização, incluindo-se uma avaliação de conformidade
com requisitos de legislação, tanto nas áreas de gestão, como na avaliação da eficácia ambiental
e de segurança dos processos operacionais.

Os resultados deverão ser analisados e utilizados para verificação de sucesso ou de


necessidade de ações de correção e melhoria.

Os equipamentos de monitoramento e medição devem ser calibrados ou verificados e


usados e mantidos, conforme apropriado.

A organização deve comunicar interna e externamente as informações pertinentes sobre o


desempenho ambiental e de segurança e saúde no trabalho, como identificado em seu(s)
processo(s) de comunicação e como requerido por seus requisitos legais e outros requisitos.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


67
Aula 9: Verificação e Ação Corretiva.

QUADRO 9.1 – Propósitos Principais da Medição de Desempenho.

✓ Determinar se os planos de meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho têm sido


implementados e os objetivos alcançados;

✓ Verificar se os controles têm sido implementados e são eficazes;

✓ Aprender com as falhas do Sistema de Gestão;

✓ Promover a implementação de planos e controles de impactos e riscos, fornecendo


realimentação para as outras áreas;

✓ Acompanhar o desempenho em segurança e saúde no trabalho e no meio ambiente;

✓ Fornecer informações para as análises críticas e, quando necessário, melhorar o Sistema de


Gestão.

As atividades de mensuração e monitoramento deverão permitir que a organização


estabeleça um processo contínuo de identificação dos indicadores de desempenho ambiental e de
segurança, mais apropriados.

Sempre que possível os indicadores devem ser objetivos; de fácil medição, verificação e
reprodução; consistentes e econômicos; viáveis e serem relevantes para as atividades da
organização.

Num Sistema de Gestão Integrado de MA e SST, o sistema de mensuração deve


incorporar o monitoramento pró-ativo e o reativo. O primeiro permite verificar a conformidade com
as atividades de MA e SST da organização, por exemplo, confirmar que o pessoal recentemente
contratado participou do curso de sensibilização. O segundo deve ser usado para investigar,
analisar e registrar falhas do Sistema de Gestão. Na realidade torna-se necessário trabalhar com
ambos os monitoramentos, lembrando que os indicadores de resultado servem para determinar se
os objetivos foram alcançados.

Em relação à avaliação de impactos e riscos e ao seu controle, ambos os monitoramentos,


desenvolvem ações complementares. Os dados pró-ativos podem ser usados para acompanhar
ou verificar a conformidade com os controles, e nas avaliações subseqüentes de impactos e
riscos, fazendo parte do próprio plano de controle. Por exemplo, se o controle de soldagem
envolve uma permissão de trabalho a quente, o monitoramento pró-ativo deve verificar se os
termos da permissão estão de acordo, e se a documentação foi adequadamente completada. Os
dados reativos, por sua vez, ajudam os avaliadores de impactos e riscos a estimar de maneira
menos subjetiva as probabilidades das falhas e as conseqüências de eventos ambientais ou
perigosos, além de selecionar melhor os controles adequados.
eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021
68
Aula 9: Verificação e Ação Corretiva.

QUADRO 9.2 – Modalidades de Medidas de Desempenho.

✓ Medidas objetivas provenientes de um parecer pessoal de um avaliador, por exemplo: uma


leitura de aparelho de medição, número de pessoas usando um protetor auricular, etc. nem
sempre essas medidas são as mais importantes;

✓ Medidas subjetivas que podem ser influenciadas por aqueles que fazem a medição, por
exemplo: medições de adequação a um sistema seguro de trabalho cujo padrão não foi formulado
essas medidas podem ser úteis, mas necessitam ser tratadas com precaução;

✓ Medidas quantitativas que podem ser descritas em termos numéricos e registradas numa
escala, de modo a serem feitas comparações ao longo do tempo tais medidas podem dar uma
impressão não justificada de precisão;

✓ Medidas qualitativas que são descrições de condições ou situações que não podem ser
numericamente registradas essas medidas podem ser difíceis de serem relacionadas com outras
medidas de desempenho.

As organizações devem adotar uma combinação bem formulada dos quatro tipos de
medidas em um programa de gestão ambiental e de segurança e saúde no trabalho. Isso deve
permitir uma melhor avaliação do desempenho em MA e SST.

9.2 AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E OUTROS

Para atender de maneira coerente o seu comprometimento de atendimento a requisitos a


organização deverá estabelecer, implementar e manter procedimentos que permitam avaliar de
maneira periódica esse atendimento. Deverá também manter registros dessas avaliações.

9.3 AUDITORIAS INTERNAS AMBIENTAIS E DE SEGURANÇA E SAÚDE NO


TRABALHO

Auditorias de SGA e SST deverão ser periodicamente realizadas para determinar se o


sistema está em conformidade com os objetivos planejados e se vem sendo adequadamente
implementado e mantido, e se providencia informação adequada dos resultados da auditoria para
a alta administração.

As auditorias podem ser realizadas por pessoal interno da própria organização ou por
terceiros. O programa de auditoria deve prever: objetivos, frequência, metodologia, capacitação
dos auditores e responsabilidades.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


69
Aula 9: Verificação e Ação Corretiva.

Ao estabelecer o programa de auditoria interna, a organização deve levar em consideração


a importância ambiental e de segurança e saúde no trabalho dos processos concernentes, as
mudanças que afetam a organização e os resultados de auditorias anteriores.

Deve-se:

a) definir os critérios de auditoria e o escopo para cada auditoria;

b) selecionar auditores e conduzir auditorias para assegurar a objetividade e a


imparcialidade do processo de auditoria;

c) assegurar que os resultados das auditorias sejam relatados para a gerência pertinente.

A organização deve reter informação documentada como evidência da implementação do


programa de auditoria e dos resultados da auditoria.

As constatações, conclusões e recomendações resultantes de auditorias do Sistema


Integrado de Gestão Ambiental e de SST deverão ser documentadas e as ações necessárias -
corretivas e preventivas - identificadas.

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70
Aula 10: Verificação e Ação Corretiva.

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AULA 10

MELHORIA

OBJETIVOS DO ESTUDO:
➢ Apresentar as etapas previstas para a melhoria de Sistemas Integrados de Gestão
Ambiental e de Segurança.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


71
Aula 10: Verificação e Ação Corretiva.

10. MELHORIA

10.1 ANÁLISE CRÍTICA PELA DIREÇÃO

Esta revisão do SGA e do SST deverá ter um escopo amplo o suficiente para abranger
todos os riscos industriais e de segurança e os impactos ambientais das atividades, produtos e
serviços, bem como o impacto sobre o desempenho e competitividade da organização.

A organização deve definir a frequência e o escopo das análises críticas periódicas, de


acordo com as necessidades, de maneira a assegurar a contínua adequação, suficiência e
eficácia do SIG.

QUADRO 10.1 – Conteúdo das Análises Críticas Periódicas.

✓ Situação de ações provenientes de análises críticas anteriores realizadas pela direção;

✓ Mudanças em questões internas e externas que sejam pertinentes para o SIG e


necessidades e expectativas das partes interessadas, incluindo os requisitos legais e
outros requisitos;

✓ Aspectos ambientais e perigos/risco significativos;

✓ Riscos e oportunidades;

✓ Extensão na qual os objetivos foram alcançados;

✓ Informações sobre o desempenho ambiental e de segurança e saúde no trabalho, incluindo


tendências relativas a: não conformidades e ações corretivas; resultados de
monitoramento e medição; atendimento aos seus requisitos legais e outros requisitos;
resultados de auditorias; suficiência de recursos; comunicações pertinentes das partes
interessadas, incluindo reclamações; oportunidades para melhoria contínua.

✓ Desempenho global dos Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no


Trabalho;

✓ Desempenho de elementos individuais dos sistemas;

✓ Observações das auditorias;

✓ Fatores internos e externos, tais como mudanças na estrutura organizacional, pendências


legais, introdução de novas tecnologias, etc.;

✓ Identificação das ações necessárias para corrigir quaisquer deficiências.

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72
Aula 10: Verificação e Ação Corretiva.

Como resultado das reuniões de análise crítica pela direção têm-se:

• Conclusões sobre a contínua adequação, suficiência e eficácia do SIG;

• Decisões relacionadas às oportunidades para melhoria contínua;

• Decisões relacionadas a qualquer necessidade de mudanças no SIG, incluindo


recursos;

• Ações, se necessárias, quando não forem alcançados os objetivos;

• Oportunidades para melhorar a integração do SIG com outros processos de


negócios;

• Qualquer implicação para o direcionamento estratégico da organização.

A organização deve reter informação documentada como evidência dos resultados das
análises críticas pela direção.

10.2 NÃO-CONFORMIDADE E AÇÃO CORRETIVA

Ao ocorrer uma não conformidade, a organização deve:

a) reagir à não conformidade:

1) tomando ação para controlá-la e corrigi-la;

2) trabalhando com as consequências, incluindo a mitigação de impactos


ambientais e perigos/riscos adversos;

b) avaliar a necessidade de uma ação para eliminar as causas da não conformidade, a fim
de que ela não se repita ou ocorra em outro lugar:

1) analisando criticamente a não conformidade;

2) determinando as causas da não conformidade;

3) determinando se não conformidades similares existem ou se poderiam


potencialmente ocorrer;

c) implementar qualquer ação necessária;

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


73
Aula 10: Verificação e Ação Corretiva.

d) analisar criticamente a eficácia de qualquer ação corretiva tomada;

e) realizar mudanças no SIG, se necessário.

As ações corretivas devem ser apropriadas à significância dos efeitos das não conformidades
encontradas, incluindo os perigos/riscos e os impactos ambientais.

Deve-se deve reter informação documentada como evidência:

• da natureza das não conformidades e quaisquer ações subsequentes tomadas;

• dos resultados de qualquer ação corretiva.

QUADRO 10.2 – Identificação, Correção e Prevenção de Não-Conformidades.

✓ Se existir uma não-conformidade, primeiramente ela deve ser identificada;

✓ O segundo passo é corrigi-la;

✓ E, se possível, prevenir a probabilidade de ocorrer novamente.

Inicialmente, a organização deverá identificar o responsável pela não-conformidade, pela


sua investigação e início da ação corretiva. Deverá assegurar que as ações corretivas e
preventivas sejam apropriadas.

A administração é responsável por assegurar que as ações de correção e de prevenção


sejam implementadas e que exista um acompanhamento sistemático para verificar e assegurar
sua efetividade.

A organização deverá implementar e registrar qualquer modificação em procedimentos


documentados resultantes das ações corretivas e preventivas.

10.3 MELHORIA CONTÍNUA

A organização deve melhorar continuamente a adequação, suficiência e eficácia do


sistema de gestão ambiental para aumentar o desempenho ambiental.

O ritmo, extensão e cronograma das ações que apoiam a melhoria contínua são
determinados pela organização. O desempenho de segurança e saúde no trabalho e do meio
ambiente pode ser aumentado pela aplicação do SIG como um todo ou melhoria de um ou mais
dos seus elementos.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021


74
Aula 10: Verificação e Ação Corretiva.

eAB – 025: Sistemas Integrados de Gestão Ambiental e de Segurança – PECE - 2021

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