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República de Angola

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, URBANISMO E HABITAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO


PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA

Maio/2023
PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE TABELAS ......................................................................................................... 4

ÍNDICE DE FIGURAS.......................................................................................................... 5

LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS .................................................................... 6

SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................................... 7

1 ENQUADRAMENTO ........................................................................................................ 8

1.1 NOTA JUSTIFICATIVA............................................................................................... 9

1.2 OBJECTIVO DO PROJECTO .................................................................................. 10

2 PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO .................................................................. 11

2.1 HISTÓRICO DA SUA EXECUÇÃO .......................................................................... 11

3 ENQUADRAMENTO DO PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA ............... 13

3.1 ANÁLISE SWOT....................................................................................................... 13

3.1.1 Assistência técnica ............................................................................................. 14

3.1.2 Elaboração dos Instrumentos de Planeamento do Território ............................. 14

3.1.3 Sistema de Controlo de Atribuição dos Lotes..................................................... 18

4 RESPONSABILIDADES DE ÂMBITO GERAL .............................................................. 19

4.1 RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, URBANISMO E


HABITAÇÃO ................................................................................................................... 19

4.2 RESPONSABILIDADE DOS ORGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL DO ESTADO


....................................................................................................................................... 19

4.3 PAPEL RESERVADO AO SECTOR PRIVADO (PROMOTORES IMOBILIÁRIOS,


COOPERATIVAS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E OUTROS) ................................ 20

4.4 PAPEL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (BANCA COMERCIAL E OUTROS


INVESTIDORES)............................................................................................................ 20

4.5 PAPEL DO CIDADÃO .............................................................................................. 21

4.6 MATRIZ DE ACÇÕES E RESPONSABILIDADES (FLUXOGRAMA) ....................... 21

4.7 FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS OALE............................................................ 22

4.8 PLANO DE ACÇÃO .................................................................................................. 22

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5 CARACTERÍSTICAS DOS LOTES ................................................................................ 23

5.1 LOTES INFRAESTRUTURADOS ............................................................................ 25

5.1.1 Dimensões ......................................................................................................... 25

5.1.2 Características ................................................................................................... 26

5.1.3 Custo unitário ..................................................................................................... 27

5.2 LOTES COM INFRAESTRUTURAS BÁSICAS ........................................................ 28

5.2.1 Dimensões ......................................................................................................... 28

5.2.2 Características ................................................................................................... 28

5.2.3 Custo unitários ................................................................................................... 29

5.3 LOTES PARA A PROMOÇÃO DAS AGROVILAS E VILAS PISCATÓRIAS ............ 30

5.3.1 Dimensões ......................................................................................................... 30

5.3.2 Características ................................................................................................... 30

5.3.3 Custos unitários.................................................................................................. 31

6 FINANCIAMENTO DO PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA ................... 32

7 MODALIDADE DE ACESSO AOS LOTES ................................................................... 34

7.1 MODALIDADE DE PAGAMENTO ............................................................................ 34

7.2 PÚBLICO-ALVO ....................................................................................................... 34

7.3 POLÍTICA DE PREÇOS DOS LOTES ...................................................................... 34

8 ESTRATÉGIA PARA SUSTENTABILIDADE DO PROJECTO ..................................... 35

8.1 NO DOMÍNIO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO .............................................. 35

8.2 NO DOMÍNIO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA, ÁGUAS E DA MOBILIDADE . 35

8.3 NO DOMÍNIO FINANCEIRO .................................................................................... 35

8.4 INTEGRAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E PROJECTOS EM CURSO .......... 36

8.5 PLANO DE DIVULGAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO ................................................. 36

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 37

10 ANEXO ......................................................................................................................... 38

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Análise SWOT. .................................................................................................. 13

Tabela 2: Elaboração dos PDM’s. ..................................................................................... 15

Tabela 3: Elaboração de PU’s nos municípios sede capital de província. ........................ 15

Tabela 4: Elaboração dos PDM´s nos municípios fronteiriços com outros países. ........... 16

Tabela 5: Distribuição das tipologias de lotes por província.............................................. 23

Tabela 6: Distribuição geral dos lotes para promoção de Autoconstrução Dirigida para o
quinquénio 2023-2027. ...................................................................................................... 24

Tabela 7: Estimativa de Custo para o Quinquénio do Projecto de Autoconstrução Dirigida.


........................................................................................................................................... 33

Tabela 8: Síntese do número de lotes, da área e da estimativa de custos das diferentes


tipologias de lotes. ............................................................................................................. 33

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de modelo de um Plano Urbanístico para implementação do Projecto para a


Autoconstrução Dirigida............................................................................................................................... 17

Figura 2: Fluxograma do processo de implementação do Projecto de Autoconstrução Dirigida. .. 22

Figura 3: Exemplo de lotes infraestruturados. ........................................................................................ 25

Figura 4: Lotes com infraestruturas básicas. .......................................................................................... 28

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LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

AGT – Administração Geral Tributária


DPAD- Directrizes do Projecto para a Autoconstrução Dirigida
IGCA – Instituto Geográfico e Cadastral de Angola
INOTU – Instituto Nacional de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
IOT - Instrumentos de Ordenamento do Território
IP - Imposto Predial
IPT - Instrumento de Planeamento Territorial
LOTU – Lei do Ordenamento do Território e Urbanismo
MEP – Ministério da Economia e Planeamento
MAT - Ministério da Administração do Território
MINPERMAR- Ministério das Pescas e Recursos Marinhos
MINAGRIF – Ministério da Agricultura e Florestas
MINOPUH – Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação
MINJUSDH - Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos
MINFIN - Ministério das Finanças
NIP- Número de Identificação Predial
OALE - Órgãos da Administração Local do Estado
PDN -Plano de Desenvolvimento Nacional
PDM – Plano Director Municipal
PU – Plano de Urbanização
PPP - Parceria Público Privada
PA - Programa da Habitação
PU – Planos de Urbanização
PAC – Programa de Apoio ao Crédito
PAD – Projecto de Autoconstrução Dirigida
PIIM – Programa Integrado de Intervenção nos Municípios
PLANAGRÃO - Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos
PREI – Programa de Reconversão da Economia Informal
PRODESI - Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e
Substituição das Importações
R/C – Rés do Chão
SNC - Sistema Nacional de Cadastro
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SUMÁRIO EXECUTIVO

No domínio do ordenamento do território, urbanismo e habitação, a visão do Executivo


para o período 2023-2027, é a de promover a elaboração e implementação dos
instrumentos de planeamento territorial, gestão fundiária e fomento da construção de
habitações condignas e acessíveis.

O presente documento, tem como objectivo apresentar as linhas de força do Projecto de


Autoconstrução Dirigida, com destaque para as acções a realizar, no quinquénio 2023-
2027, como mecanismo para execução das políticas públicas no domínio da gestão
fundiária e da construção de habitação, enquanto alicerces estruturantes das políticas
sectoriais relativamente ao direito habitação condigna, qualidade de vida e dignidade
humana, em alinhamento com os compromissos internacionais assumidos pelo país, junto
das Nações Unidas, com particular destaque, para a Nova Agenda Urbana (NAU) e em
harmonia com os objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente,
com o ODS-11 “Tornar as cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e
sustentáveis”.

O país apresenta um considerável déficit habitacional justificado pelo crescimento da


população e fraca disponibilidade de habitações.

Para tal, pretende-se através do presente Projecto, promover a distribuição de 4 000 000
lotes, até 2050.

Tendo em conta a disponibilidade financeira para o presente quinquénio, prevê-se que


sejam distribuídos um total de 910 600 lotes, sendo que os 3 089 400 lotes
remanescentes, serão distribuídos nos demais quinquénios em concordância com a
Estratégia de Longo Prazo-2050.

Para o presente o quinquénio estima-se um custo na ordem de Kz 1 595 486 299 840,00,
sendo que para o corrente ano o custo está estimado em Kz 3 436 680 000,00.

Este Projecto será implementado com a participação do sector público, do sector


empresarial privado e dos cidadãos.

Com a implementação do presente Projecto, prevê-se reduzir o actual déficit habitacional.

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1 ENQUADRAMENTO

Um dos maiores desafios da humanidade no século XXI, é o acesso a habitação


condigna, com maior ênfase nos países em desenvolvimento. As inúmeras iniciativas de
fomento habitacional que têm sido desenvolvidas pelo Executivo angolano para mitigar
esta problemática têm-se revelado insuficientes, constituindo o acesso a terra em
condições de segurança jurídica, um dos factores impeditivos de um mais amplo
desenvolvimento do sector habitacional.

Assim, torna-se imprescindível, a criação de modelos operacionais que observem por um


lado, a necessidade premente da promoção e elaboração dos Instrumentos de
Planeamento Territorial e por outro lado, o financiamento imediato da execução e
implementação dos mesmos, pelos agentes públicos, visando a produção massificada de
lotes infraestruturados para habitação, comércio serviços e outros fins, em todos os
municípios do país visando reduzir o déficit habitacional, por via da autoconstrução
dirigida.

A solução para o acesso a habitação condigna passa também pelo provimento de lotes
infraestruturados que propiciarão o desenvolvimento do processo de autoconstrução
dirigida, e consequentemente, a segurança da posse jurídica sobre a propriedade.

O Presidente da República e Titular do Poder Executivo, João Manuel Gonçalves


Lourenço, declarou em N´Dalatando, que a solução habitacional para a maioria da
população angolana passa pela autoconstrução dirigida, invés da construção de
centralidades, pelo Executivo. Citando, “… A responsabilidade do Estado, passa por
construir infraestruturas, ceder terrenos, garantir água e energia, bem como criar
incentivos para que cada um construa a sua própria residência... . É evidente que
haverá casas no mercado, mas deve haver casas para todos mediante a
autoconstrução dirigida…”.

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1.1 NOTA JUSTIFICATIVA

A habitação é um direito humano e aspecto crucial na vida de todos, previsto no art.º 85.º
da Constituição da República de Angola como direito social fundamental, obrigando o
poder público a desenvolver políticas públicas para sua garantia.

Além de prover abrigo, uma moradia é o centro das dinâmicas pessoais e profissionais
dos seus habitantes. Uma habitação em condições adequadas, promove um espaço de
congregação familiar e constitui oportunidades de interacção social e de oferta de
empregos.

O país apresenta um considerável déficit habitacional justificado pelo crescimento da


população e fraca disponibilidade de habitações.

Estudos apresentados no Relatório do Banco Mundial1 sobre a urbanização em Angola,


estima que o país apresenta um déficit habitacional na ordem dos 2,2 milhões.

As projecções actuais, apontam para 34 milhões de habitantes e considerando a taxa de


crescimento actual, estimada em 3% ao ano, prevê-se que até 2050, o déficit habitacional
atinja a cifra de 4 milhões.

As acções a propor no presente Projecto da Autoconstrução Dirigida, visam em especial


contribuir para redução do déficit habitacional no presente quinquénio na ordem dos 46%.

1 The World Bank, S. S. (2023). Cidades de Angola: Agarrar a Oportunidade - Estudo de Urbanização. The World Bank.

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1.2 OBJECTIVO DO PROJECTO

a) Objectivo geral

• Mitigar o déficit habitacional e fornecer habitação condigna, por meio da


promoção dos instrumentos de planeamento territorial, criação de várias
tipologias de lotes de terrenos para soluções habitacionais com segurança
jurídica da sua posse.

b) Objectivos específicos:

• Criar condições que sirvam de orientação para a construção de um modelo


habitacional de caracter social cuja implementação e aplicação seja fácil,
célere, com custos reduzidos;

• Cria condições apelativas junto da banca comercial onde os títulos de posse


legal dos terrenos sejam usados para obtenção do financiamento contribuindo
para resolução da problemática habitacional decorrente do déficit habitacional e
da crescente migração das populações para os principais centros urbanos do
país;

• Estancar a proliferação de assentamentos informais caracterizados pela falta


de durabilidade, espaço insuficiente, falta de água potável, saneamento do
meio inadequado, entre outras características.

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2 PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO

O Programa Nacional da Habitação enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Nacional,


e tem como principais acções a construção de centralidades, urbanizações e a
autoconstrução dirigida.

2.1 HISTÓRICO DA SUA EXECUÇÃO

O Plano de Desenvolvimento Nacional-PDN 2018-2022, elaborado com base na


Estratégia Nacional de Desenvolvimento de Longo Prazo, “Angola 2025”, definiu como
objectivos no domínio do fomento habitacional, os seguintes:

1. Promover o loteamento e a infraestruturação das reservas fundiárias,


disponibilizando lotes de terreno para habitação e serviços de proximidade, como
forma de promover o ordenamento e a qualidade das novas áreas residenciais;
2. Promover e fomentar a habitação social e a autoconstrução dirigida, através da
participação do sector público e privado, das cooperativas e pessoas particulares,
principalmente as de menor poder aquisitivo, disponibilizando fogos em condições
especiais de preços e de financiamento, celebrando contratos em regime de
arrendamento, propriedade resolúvel, permuta e venda livre;
3. Melhorar a gestão do património habitacional do Estado, com o apoio da
plataforma informática de gestão do património habitacional do Estado,
promovendo o arrendamento e a alienação de imóveis disponíveis.
4. Para a concretização dos objectivos definidos, o PDN 2018-2022 definiu para o
Sector habitacional, as seguintes metas, a serem alcançadas até 2022:
a) Domínio da gestão fundiária:
• Disponibilização de 932 lotes de em reservas fundiárias infraestruturadas;
• Disponibilização de 120 hectares de reservas fundiárias infraestruturadas.
b) Domínio da habitação social e da autoconstrução dirigida:
• Conclusão de 7 118 fogos de habitação social;
• Construção de 14 770 fogos habitacionais em regime de autoconstrução
dirigida.
c) Domínio da construção de novas centralidades:
• Construção de 6 urbanizações;

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• Construção de 12 centralidades.
d) Domínio do arrendamento e alienação do património:
• Arrendamento de 20.505 imóveis habitacionais do Estado;
• Alienação de 9.599 imoveis habitacionais do Estado.

O Projecto de Autoconstrução Dirigida visa concretizar nos próximos cinco anos, acções
mais relevantes nos domínios atrás referidos considerando, entretanto, as condicionantes
que decorrem do actual contexto macroeconómico do país.

Tendo em conta as estratégias do Executivo no domínio do Ordenamento do Território,


Urbanismo e Habitação para o período 2023-2027, o Projecto de Autoconstrução Dirigida
permitirá continuar a implementação do Programa Nacional da Habitação no tocante à
disponibilização de lotes de terrenos para a construção de habitação destinada
essencialmente à população economicamente mais fraca assegurando as infraestruturas
técnicas e sociais básicas, tanto em áreas urbanas como rurais.

A promoção de habitação social afirma-se como uma alternativa politicamente correcta,


com qualidade, preços compatíveis com a estrutura de rendimentos dos agregados
familiares com menores rendimentos e por constituir-se num pilar fundamental da política
de habitação, pois a construção de habitação própria com a participação activa dos
futuros locatários em diferentes fases do processo e que na generalidade dos casos com
a ajuda de familiares, vizinhos ou amigos, constitui uma importante forma de provisão de
alojamento.

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3 ENQUADRAMENTO DO PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA

O Programa Nacional da Habitação, prevê para o período 2023-2027, a conclusão da


construção de diversas centralidades e outros tipos de projectos habitacionais, apesar
disso, insuficientes para satisfazer à demanda existente de habitação condigna, pelo que,
o Projecto de Autoconstrução Dirigida enquanto componente importante do referido
Programa, constitui uma alternativa importante para garantir o direito social à habitação
condigna, promovendo a distribuição de lotes com situação jurídica devidamente
regularizada e a construção de habitação com oferta de serviços sociais adequados.

3.1 ANÁLISE SWOT

A tabela seguinte apresenta a análise SWOT contendo as condições favoráveis e


desfavoráveis da não implementação do referido Projecto.

Tabela 1: Análise SWOT.


PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• Iniciativa do Executivo na promoção de lotes • Ausência de planeamento urbano;
infraestruturados; • Falta de segurança jurídica
• Forte capacidade empreendedora do cidadão no • Informalidade no sector imobiliário
capítulo da autoconstrução dirigida; • Zonas urbanizáveis sem infraestruturas;
• Possibilidade de desenvolvimento da construção • Ausência de instrumentos de Ordenamento do
num ambiente seguro; Território;
• Criação de uma base de dados de controlo e • Cadastro deficitário e ausência de contribuição nas
cadastro dos terrenos; responsabilidades fiscais;
• Implementação do Número de Identificação • Fraca produção de materiais de construção.
Predial (NIP).
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
• Criação de condições para o melhor saneamento • Ocupação e venda ilegal de terrenos;
básico e melhoramento da saúde pública; • Excesso da burocracia no processo de regularização
• Criação de um ambiente que proporciona fundiária;
segurança pública; • Crescimento desordenado do território;
• Envolvimento do Sector Privado; • Ausência de infraestruturas e equipamentos sociais;
• Aumento da receita tributária; • Ausência da posse jurídica da parcela;
• Constituição legal de zonas urbanizáveis, em • Falta de técnicos capazes para fazer o
todo o território nacional, precedidas de acompanhamento e monitoramento da
operações urbanísticas; implementação do projecto.
• Simplificação do processo de aquisição de lotes
infraestruturados;
• Fomento do mercado imobiliário e o crédito
habitacional;
• Fomento da indústria de materiais de construção
geração de empregos.

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3.1.1 Assistência técnica

O Projecto de Autoconstrução Dirigida será apoiado tecnicamente através de


envolvimento de especialistas em arquitectura, construção civil, urbanistas e demais
técnicos no apoio técnico aos cidadãos interessados, com o objectivo de assegurar uma
adequada implementação dos respectivos projectos.

O Projecto de Autoconstrução Dirigida contempla diversos tipos de loteamentos,


nomeadamente:

a) Lotes infraestruturados: são aqueles que possuem arruamentos e passeios


pavimentados, abastecimento de água, energia elétrica, iluminação pública, rede
de drenagem de águas residuais e pluviais, arborização e sinalização rodoviária.;
b) Lotes com infraestruturas básicas: são aqueles cuja infraestruturação será
progressiva, sendo que, para a primeira fase serão contempladas apenas com
arruamentos em terraplanagem, passeios definidos mas não pavimentados,
iluminação publica e arborização;
c) Lotes para a promoção de agrovilas e vilas piscatórias: são aqueles que
possuindo as mesmas características dos lotes com as infraestruturas básicas
permitirão beneficiar tanto famílias em zonas urbanas e rurais como famílias em
zonas piscatórias.

3.1.2 Elaboração dos Instrumentos de Planeamento do Território

A elaboração e implementação dos Instrumentos de Planeamento do Território, visa os


diversos usos dos solos disponíveis e as formas de ocupação, acautelando a
implementação de projectos de autoconstrução dirigida em áreas não previstas para o
efeito, nos referidos instrumentos de planeamento, sob pena de não se observar os
preceitos legais previstos na Lei n.º 3/04, de 25 de Junho - Lei do Ordenamento do
Território e Urbanismo.

O projecto da autoconstrução visa permitir a massificação da elaboração e


implementação dos Instrumentos de Planeamento Territorial, cujo objectivo consiste em
criar as nossas cidades e comunidades mais fortes, inclusivas, seguras, resilientes e
sustentáveis.

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As Tabelas 2 e 3, apresentam as relações de Planos Directores Municipais (PDM) e de


Planos Urbanísticos (PU) de municípios de várias províncias do país, a elaborar em 2023
e a estimativa de custos da sua elaboração.
Tabela 2: Elaboração dos PDM’s.

PLANOS
DIRECTORES
Nº PROVÍNCIAS MUNICIPAIS DAS
SEDES CAPITAIS DE
PROVINCIA
1 Bengo Dande
2 Cabinda Cabinda
3 Cuando Cubango Menongue
4 Cuanza Norte Cazengo
5 Cuanza Sul Sumbe
6 Cunene Cuanhama
7 Chinjenje
Huambo
8 Huambo
9 Huila Lubango
10 Luanda
11 Luanda Cacuaco
12 Belas
13 Lunda Norte Chitato
14 Lunda Sul Saurimo
15 Malange Malange
16 Moxico Luena
17 Zaire M´Banza Kongo
TOTAL 17

Tabela 3: Elaboração de PU’s nos municípios sede capital de província.

PLANOS URBANISTICOS
Nº PROVÍNCIAS (PU) DAS SEDES
CAPITAIS DE PROVINCIA
1 Bengo PU do Dande
2 Benguela PU de Benguela
3 Bié PU do Cuíto
4 Cabinda PU de Cabinda
5 Cuando Cubango PU de Menongue
6 Cuanza Norte PU de Cazengo
7 Cuanza Sul PU do Sumbe
8 Cunene PU de Cuanhama
9 Huambo PU do Huambo
10 Huila PU do Lubango
11 PU de Belas
12 Luanda PU de Cacuaco
13 Pu de Belas
14 Lunda Norte PU de Chitato
15 Lunda Sul PU de Saurimo
16 Malange PU de Malange
17 Moxico PU de Luena
18 Uíge PU do Uíge
19 Zaire PU de M´Banza Kongo
TOTAL 19

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Da mesma forma, apresenta-se na Tabela 4, a relação de Planos Directores Municipais


de municípios fronteiriços com outos países cuja elaboração se prevê para o ano de 2023
e os respectivos encargos.

Tabela 4: Elaboração dos PDM´s nos municípios fronteiriços com outros países.

PLANOS

Nº PROVÍNCIAS DIRECTORES
MUNICIPAIS (PDM)

1 Belize
2 CABINDA Buco-Zau
3 Cacongo/Lândana
4 Calai
5 Cuangar
6 CUANDO CUBANGO Dirico
7 Mavinga
8 Rivungo
9 Namacunde

10 CUNENE Ombandja

11 Curoca

12 Cuilo

13 Cuango
LUNDA NORTE
14 Caungula

15 Cambulo
16 LUNDA SUL Muconda
17 Marimba
MALANJE
18 Massango
19 Alto Zambeze
20 Lumbala Nguimbo
MOXICO
21 Luau
22 Luacano
23 NAMIBE Tômbwa
24 Maquela do Zombo
25 UÍGE Macocola
26 Quimbele
27 Cuimba
28 ZAIRE Noqui
29 Soyo

TOTAL 29

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A implementação do Projecto de Autoconstrução Dirigida respeitará as condições


definidas nos Planos Directores Municipais e Planos Urbanísticos, ou na falta destes, nos
instrumentos supletivos de ordenamento do território, onde serão definidos os índices e
parâmetros urbanísticos, os espaços públicos, áreas verdes e os equipamentos sociais a
construir.

A figura 1, apresenta de forma esquemática, um exemplo de modelo de um Plano


Urbanístico, onde se pode observar a distribuição de espaços para os diferentes usos de
solos e de equipamentos sociais.

Figura 1: Exemplo de modelo de um Plano Urbanístico para implementação do


Projecto para a Autoconstrução Dirigida.

A medida que forem sendo criadas as condições para a elaboração dos instrumentos de
planeamento territorial de ordem estratégica, a elaboração e implementação de
instrumentos supletivos, servirá de barómetro para a programação das tipologias de lotes
previstos no Projecto de Autoconstrução Dirigida, acautelando-se a reserva das zonas de
crescimento futuro das cidades e definindo os parâmetros urbanísticos por forma a
assegurar a execução dos projectos de autoconstrução de maneira organizada, sem criar
desequilíbrios no território, nem ocupações de espaços destinados a outras finalidades.

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Os terrenos programados para a implementação do Projecto da Autoconstrução Dirigida


variam entre 50 a 100 hectares, representando a dimensão de um bairro que se designa
de superquadras.

Através de projectos-piloto, OALE procederão ao loteamento dos espaços disponíveis


para a autoconstrução dirigida de acordo com as tipologias de loteamento definidas no
Projecto, implementando as infraestruturas, os equipamentos sociais e espaços públicos
e verdes previstos.

Após a avaliação dos resultados dos projectos-piloto, os OALE prosseguem a execução


dos programas de loteamento nas reservas fundiárias identificadas obedecendo os planos
urbanísticos de expansão das cidades e demais centros populacionais e colocam a
disposição dos cidadãos e demais interessados os terrenos loteados e infraestruturados.

Nas reservas fundiárias existentes ou criar, depois de loteados e infraestruturados os


terrenos, é reservado ao sector privado terrenos com dimensões entre 50 á 100 hectares
para a implementação de projectos imobiliários privados, exigindo-se que 30% dos lotes
sejam destinados a construção de habitação económica de custos controlados.

3.1.3 Sistema de Controlo de Atribuição dos Lotes

O controlo de atribuição de lotes será feito por via do Sistema Nacional de Cadastro, que
jogará um papel importante na gestão das reservas fundiárias. Este sistema servirá de
base de dados para evitar a duplicidade na atribuição de lotes.

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4 RESPONSABILIDADES DE ÂMBITO GERAL

4.1 RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, URBANISMO E


HABITAÇÃO

O MINOPUH assumirá a concepção e a orientação metodológica da implementação do


Projecto de Autoconstrução Dirigida, através da realização das seguintes acções:
a) Promoção da criação de novas reservas fundiárias;
b) Registo e promoção da publicação das novas reservas fundiárias;
c) Promoção de Planos Directores Municipais, Planos Urbanísticos, em coordenação
com os OALE;
d) Promoção e desenvolvimento de projectos-piloto de loteamentos de terrenos;
e) Criação de equipas técnicas conjuntas entre técnicos do MINOPUH, MAT
MINAGRIF, MINPERMAR, MINEA, MINTRANS e OALE para apoio na
implementação dos projectos de autoconstrução;
f) Monitorização e avaliação do grau de execução do Projecto e cumprimento das
metas definidas.

4.2 RESPONSABILIDADE DOS ORGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL DO ESTADO

A operacionalização do Projecto para a Autoconstrução Dirigida é da responsabilidade


directa dos Órgãos da Administração Local do Estado, através da implementação das
seguintes acções:
a) Identificação de reservas fundiárias e de áreas para novas reservas fundiárias;
b) Garantir o asseguramento das reservas fundiárias;
c) Em coordenação com o MINOPUH, realizar a promoção do loteamento, assegurar
a constituição das reservas fundiárias, a publicação dos Planos Directores
Municipais e dos Planos Urbanísticos necessários à implementação do Projecto;
d) Em coordenação com o MINOPUH, promover o loteamento de terrenos com
infraestruturas;
e) Registar o Plano Urbanístico junto da Conservatória do Registo Predial e na AGT;
f) Construção e Promoção da construção de equipamentos sociais previstos nos
Planos Urbanos;

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g) Assegurar que a cedência dos lotes ou conjuntos de lotes a entidades privadas e


demais cidadãos sejam feita através da Janela Única de Concessão de Direitos
Fundiários (Portal do Munícipe);
h) Emissão da licença de construção;
i) Dar continuidade a implementação regular do Projecto de Autoconstrução Dirigida.

4.3 PAPEL RESERVADO AO SECTOR PRIVADO (PROMOTORES IMOBILIÁRIOS,


COOPERATIVAS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E OUTROS)

O sector privado joga um papel importante enquanto parceiro do Estado na massificação


da implementação da autoconstrução dirigida e assistida com o loteamento de terrenos,
realizando acções nos seguintes domínios:

a) Implementação dos projectos nos lotes ou conjuntos de lotes com dimensões de 50


a 100 ha, obedecendo aos parâmetros e os índices urbanísticos previstos nos
planos de urbanização;
b) Construção de infraestruturas internas obedecendo os padrões definidos nos
Planos de Urbanização e do Ordenamento Rural;
c) Promoção e construção das habitações aprovadas no seu plano de loteamento.

4.4 PAPEL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (BANCA COMERCIAL E OUTROS


INVESTIDORES)

As Instituições financeiras tais como a banca e fundos de investimentos, serão chamadas


à financiar os projectos de loteamento, construção de infraestruturas e de habitação.

O projecto garante que os lotes a serem financiados estejam devidamente regularizados


com a garantia de direito fundiário e o devido registo na conservatória do registo predial e
matricial, permitindo assim, que estes lotes sirvam de garantia real para as instituições
financeiras interessadas no projecto.

Para o efeito, as reservas fundiárias e as operações de loteamento serão alvo de registo


matricial e predial prévio, antes mesmo da sua transmissão ao cidadão, por via da Janela
Única de Concessão (Portal do Munícipe). Assim, ficará salvaguardado a celeridade do
processo de concessão do direito ao cidadão.

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4.5 PAPEL DO CIDADÃO

Sob orientação e monitorização dos OALE, o papel do cidadão consistirá em:

a) Requerer o lote para autoconstrução dirigida;


b) Proceder a construção da respectiva habitação, obedecendo os procedimentos
legais, técnicos e administrativos estabelecidos;
c) Na ausência de recursos financeiros próprios, recorrer à obtenção de crédito junto
de instituições bancárias para a construção da respectiva habitação;
d) Pagar as taxas urbanas previstas (título de ocupação, licença de construção, etc.).

4.6 MATRIZ DE ACÇÕES E RESPONSABILIDADES (FLUXOGRAMA)

A operacionalização do Projecto de Autoconstrução Dirigida é da responsabilidade directa


dos Órgãos da Administração Local do Estado, em razão do território, sob orientação
metodológica do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação em coordenação
com o Ministério da Administração do Território, Ministério da Agricultura e Florestas e o
Ministério das Pescas e dos Recursos Marinhos.

Abaixo representamos o fluxograma do processo de implementação do Projecto de


Autoconstrução Dirigida.

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Figura 2: Fluxograma do processo de implementação do Projecto de Autoconstrução


Dirigida.

4.7 FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS OALE

O Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, como coordenador


metodológico na implementação do Projecto criará um programa quinquenal de formação
e capacitação técnica teórica e prática em diversas matérias, tais como, técnicas de
negociação, questões jurídicas, gestão fundiária, cartografia, cadastro, ordenamento
território, planeamento urbano e gestão urbanística, no sentido de capacitar os técnicos
das Administrações Municipais e dos Gabinetes Técnicos a nível local, para garantir a
sustentabilidade do projecto.

4.8 PLANO DE ACÇÃO

As acções acima identificadas, deverão após a aprovação do Projecto de Autoconstrução


Dirigida, ser objecto de um Plano Detalhado de Acções.

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5 CARACTERÍSTICAS DOS LOTES

De acordo com as tipologias de lotes previstos no Projecto, a tabela 5 apresenta o resumo das quantidades de lotes a disponibilizar
durante o quinquénio 2023-2027, e a tabela 6 apresenta a distribuição detalhada dos lotes no referido período.

Tabela 5: Distribuição das tipologias de lotes por província.

Geral 2023 2024 2025 2026 2027


Total de Lotes
Província nº de Município N.º Lotes N.º Lotes N.º Lotes N.º Lotes N.º Lotes
Bengo 6 1 791 1 279 1 279 768 5 117
Uíge 10 5 604 4 003 4 003 2 402 16 010
Bié 9 400 34 702 20 656 16 776 12 376 84 910
Cabinda 4 5 600 4 000 4 000 2 400 16 000
Cuango Cubango 9 4 585 3 275 3 275 1 965 13 100
Cuanza Norte 10 16 218 17 900 15 600 9 600 59 318
Cuanza Sul 12 6 176 4 411 4 411 2 647 17 645
Cunene 6 15 163 8 575 6 530 4 914 35 182
Huambo 11 8 963 6 402 6 402 6 402 28 169
Huíla 14 49 000 35 000 35 000 21 000 140 000
Luanda 9 500 94 462 76 708 66 261 27 221 265 152
Lunda Norte 10 29 523 21 088 21 088 12 653 84 350
Lunda Sul 4 400 8 395 4 822 5 057 5 328 24 002
Malanje 14 7 100 3 550 3 550 3 550 17 750
Moxico 9 16 628 9 209 9 452 9 187 44 476
Namibe 5 7 546 5 390 5 390 3 234 21 561
Uíge 16 8 198 5 860 5 600 5 500 25 158
Zaire 6 4 445 3 175 3 175 1 905 12 700
Total 164 1 300 324 098 235 303 216 849 133 050 910 600

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Tabela 6: Distribuição geral dos lotes para promoção de Autoconstrução Dirigida para o quinquénio 2023-2027.

Total dos lotes infraestruturados 218 544


Total de Lotes com infraestruturas básicas 509 936
Total dos lotes para agrovilas e vilas piscatórias 182 120
Total dos Lotes para o quinquénio 2023-2027 910 600
Após -quinquénio no âmbito da estratégia de longo prazo -2050 3 089 400
Total Geral 4 000 000
GERAL 2023 2024 2025 2026 2027
N.º lotes com N.º lote para N.º lotes com N.º lote para N.º lotes com N.º lote para N.º lotes com N.º lote para
Nº de N.º lotes N.º lotes N.º lotes N.º lotes N.º lotes
Província Município infraestruturados infraestruturados
infraestrututras agrovilas/vilas
infraestruturados
infraestrututras agrovilas/vilas
infraestruturados
infraestrututras agrovilas/vilas
infraestruturados
infraestrututras agrovilas/vilas
básicas piscatórias básicas piscatórias básicas piscatórias básicas piscatórias Total
164 1 300 76 035 178 478 63 742 65 173 152 981 54 636 54 311 127 484 45 530 21 724 50 994 18 212

1 300 318 255 272 790 227 325 90 930

Bengo 6 430 1 003 358 368 860 307 307 716 256 123 287 102 5 117
Benguela 10 1 345 3 138 1 121 1 153 2 690 961 961 2 241 801 384 897 320 16 010
Bié 9 400 6 992 16 642 5 944 5 994 14 265 5 095 4 995 11 887 4 246 1 998 4 755 1 698 84 910
Cabinda 4 1 344 3 136 1 120 1 152 2 688 960 960 2 240 800 384 896 320 16 000
Cuango
1 100 2 568 917 943 2 201 786 786 1 834 655 314 734 262 13 100
Cubango 9
Cuanza norte 10 4 983 11 626 4 152 4 271 9 965 3 559 3 559 8 305 2 966 1 424 3 322 1 186 59 318
Cuanza Sul 12 1 482 3 458 1 235 1 270 2 964 1 059 1 059 2 470 882 423 988 353 17 645
Cunene 6 2 955 6 896 2 463 2 533 5 911 2 111 2 111 4 925 1 759 844 1 970 704 35 182
Huambo 11 2 366 5 521 1 972 2 028 4 732 1 690 1 690 3 944 1 408 676 1 577 563 28 169
Huíla 14 11 760 27 440 9 800 10 080 23 520 8 400 8 400 19 600 7 000 3 360 7 840 2 800 140 000
Luanda 9 500 22 098 51 970 18 561 18 941 44 546 15 909 15 784 37 121 13 258 6 314 14 849 5 303 265 152
Lunda Norte 10 7 085 16 533 5 905 6 073 14 171 5 061 5 061 11 809 4 218 2 024 4 724 1 687 84 350
Lunda sul 4 400 1 876 4 704 1 680 1 608 4 032 1 440 1 340 3 360 1 200 536 1 344 480 24 002
Malanje 14 1 491 3 479 1 243 1 278 2 982 1 065 1 065 2 485 888 426 994 355 17 750
Moxico 9 3 736 8 717 3 113 3 202 7 472 2 669 2 669 6 227 2 224 1 067 2 491 890 44 476
Namibe 5 1 811 4 226 1 509 1 552 3 622 1 294 1 294 3 019 1 078 517 1 207 431 21 561
Uíge 16 2 113 4 931 1 761 1 811 4 227 1 509 1 509 3 522 1 258 604 1 409 503 25 158
Zaire 6 1 067 2 489 889 914 2 134 762 762 1 778 635 305 711 254 12 700
TOTAL 164 1 300 76 035 178 478 63 742 65 173 152 981 54 636 54 311 127 484 45 530 21 724 50 994 18 212 910 600

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5.1 LOTES INFRAESTRUTURADOS

Os lotes infraestruturados, que serão distribuídos em diferentes zonas dos municípios


(zona urbana, suburbana e periurbana), serão definidos através do plano de expansão
das cidades, em conformidade com o respectivo Plano Director Municipal.

As dimensões definidas para os lotes infraestruturados, respeita o previsto na alinha a) e


b) do art.º 5.º do Decreto Presidencial n.º 278/20, de 26 de Outubro, sobre o Regime
Geral de Uso e Acesso às Habitações Construídas com Fundos Públicos, onde define as
características dos lotes para a implementação da habitação social e económica, tendo
como base a redução dos custos de sustentabilidade de construção das infraestruturas
básicas, em conformidade com o seguinte:

5.1.1 Dimensões

• 15m x 20m (300 m2);


• 20m x 30m (600 m2).

Figura 3: Exemplo de lotes infraestruturados.

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5.1.2 Características

a) Perfil transversal da via com passeio e área verde


• Vias primárias com a dimensão de 30,0 a 60,0 m;
• Vias secundárias com a dimensão de 25,0 a 40,0 m;
• Vias terciárias com dimensão de 15,00 m de perfil.
b) Rede de abastecimento de água
• Rede principal;
• Rede secundária (ligação domiciliar).
c) Rede de fornecimento de energia
• Rede principal (aérea);
• Rede secundária (ligação domiciliar).
d) Rede de iluminação pública.
e) Pavimentos das vias e passeios
• Pavimento flexível (betão betuminoso);
• Lancil em betão hidráulico;
• Passeios em betonilha de cimento hidráulico.
f) Sinalização vertical e horizontal nos arruamentos.
g) Rede de drenagem de águas residuais domésticas
• Rede principal;
• Rede secundária;
h) Estação de Tratamento de Águas Residuais;
i) Estação de abastecimento de água;
j) Rede de drenagem de águas pluviais:
• Rede principal;
• Rede secundária.

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5.1.3 Custo unitário

O custo unitário para implementação das infraestruturas, foi estimado em 18 125,00


Kz/m2, com base nos custos de projectos semelhantes implementados pelo o Sector das
Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

Os serviços a serem executados são os seguintes:

• Rede Viária (Arruamentos asfaltados e passeios);


• Abastecimento de água potável (Rede de abastecimento de água + ETA);

• Drenagem de águas residuais (Rede coletora + ETAR);

• Drenagem de águas pluviais (Rede de Drenagem com Colector);

• Rede de energia eléctrica (Rede de distribuição em BT enterrada trifásica c/ ligação


domiciliar trifásica);

• Iluminação pública (Rede enterrada c/ postes metálicos);

• Arborização das Vias (Espaços verdes).

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5.2 LOTES COM INFRAESTRUTURAS BÁSICAS

O modelo de lotes com infraestruturas básicas além de ser uma forma de massificação do
projecto, são aqueles definidos em conjunto de lotes conforme é representado na figura
abaixo, que variam entre 50/100 hectares em que o Estado define as vias primárias a
medida em que a zona vai se desenvolvendo são implementadas as restantes
infraestruturas de forma gradual. A sua localização é definida no Plano de Expansão das
cidades mediante um Plano de Urbanização programado pelo Plano Director Municipal.

5.2.1 Dimensões

• 20m x 30 m (600 m2);


• 25 m x 40 m (1 000 m2).

Os lotes com infraestruturas básicas podem ser implementados em zonas urbanas e


rurais, dependendo da especificidade do Plano Director Municipal.

Figura 4: Lotes com infraestruturas básicas.

5.2.2 Características

a) Perfil transversal da via com passeio e área verde


• Vias primárias com a dimensão de 30,0 a 60,0 m;
• Vias secundárias com a dimensão de 25,0 a 40,0 m;
• Vias terciárias com dimensão de 15,0 m.
b) Rede de abastecimento de água
• Rede principal;

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• Rede secundária (ligação domiciliar).


c) Rede de fornecimento de energia:
• Rede principal (aérea);
• Rede secundária (ligação domiciliar);
• Rede de iluminação pública.
d) Rede de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais:
• O plano prevê urbanístico contempla as infraestruturas necessárias, mas
a sua construção será feita de forma gradual à medidas das
disponibilidades financeiras, priorizando-se as infraestruturas
consideradas essenciais.
e) Pavimentos das vias e passeios:
• Construção da plataforma da via e dos lancis;
• O plano urbanístico contempla o esquema destas infraestruturas, no
entanto, serão implementados de forma gradual em função das
disponibilidades financeiras.

5.2.3 Custo unitários

O custo unitário para implementação das infraestruturas, foi estimado em 11 000,00


Kz/m2, com base nos custos de projectos semelhantes implementados pelo Sector das
Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

Os serviços a serem executados são os seguintes:

• Terraplenagem;
• Rede de abastecimento de água (alimentação existente);
• Drenagem de águas residuais (ETAR Compacta/Fossas Sépticas);
• Valas de drenagem;
• Rede de distribuição aérea trifásica c/ ligação domiciliar monofásica;
• Rede aérea c/ postes metálicos.

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5.3 LOTES PARA A PROMOÇÃO DAS AGROVILAS E VILAS PISCATÓRIAS

Nas zonas rurais podem ser implantadas urbanizações com características de agrovilas e
vilas piscatórias, que são conjuntos habitacionais conjugados com produção agrária,
animais e aquicultura.

A construção de agrovilas e vilas piscatórias em províncias que fazem fronteira com a


Província de Luanda, permitirá promover o êxodo da população de Luanda para as
agrovilas e vilas piscatórias, promovendo a diminuição considerável do número de
habitantes e facilitando as acções de requalificação, reconversão e de transformação
urbana e ambiental de diversas áreas da província de Luanda.

5.3.1 Dimensões

• Zonas próximas de áreas urbanas até 1 hectare;


• Zonas próximas de sedes municipais rurais até 5 hectares;
• Em comunidades rurais e piscatórias até 10 hectares.

A localização de agrovilas e vilas piscatórias, deverá tanto quanto possível distanciar-se


de centros urbanos para evitar que num futuro, os lotes distribuídos se transformem em
lotes de habitação urbana comum, desvirtuando desta forma o seu objecto inicial.

A implementação de agrovilas e vilas piscatórias deverão ser acompanhadas de


programas de fomento da actividade de agro-pecuária e de aquicultura promovidos, quer
pelo Ministério da Agricultura e Florestas como pelo Ministério das Pescas e Recursos
Marinhos.

Nas figuras abaixo, apresenta-se modelos tipos de aproveitamentos de agrovilas e vilas


piscatórias em função da área de cada uma delas.

5.3.2 Características

• Vias primárias com a dimensão de 30,0 m;


• Vias secundárias com a dimensão de 20,0 m;
• Vias terciárias com dimensão de 15,0 m.

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5.3.3 Custos unitários

O custo unitário para implementação das infraestruturas, foi estimado em 11 000,00


Kz/ha, com base nos custos de projectos semelhantes implementados pelo Sector das
Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

• Os serviços a serem executados são os seguintes:


• Terraplanagem/Terraplenagem;
• Rede de abastecimento de água (alimentação existente);
• Drenagem de águas residuais (ETAR Compacta/Fossas Sépticas);
• Rede de distribuição aérea trifásica c/ ligação domiciliar monofásica;
• Rede aérea c/ postes de madeira.

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6 FINANCIAMENTO DO PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA

O Projecto da Autoconstrução Dirigida está inscrito no Orçamento Geral do Estado do


exercício de 2023, com a rubrica denominada “Terrenos Infraestruturados para a
Autoconstrução Dirigida”.

O custo estimado para o quinquénio 2023-2027, está avaliado em Kz 1 595 486 299
840,00, conforme se apresenta nas tabelas 7 e 8, dos quais Kz 3 436 680 000,00,
referem-se a acções previstas para o ano de 2023.

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Tabela 7: Estimativa de Custo para o Quinquénio do Projecto de Autoconstrução Dirigida.

DESIGNAÇÃO 2023 2024 2025 2026 2027

Valor Valor Valor


N.º de N.º de Valor estimado N.º de N.º de N.º de Área Valor estimado
Área (há) estimado Área (há) Área (há) estimado Área (há) estimado
lotes lotes (Milhões kz) lotes lotes lotes (há) (Milhões kz)
(Milhões kz) (Milhões kz) (Milhões kz)

Lotes infraestruturados 1 300 94 3 436,68 76 035 5 475 201 007 65 173 4 692 172 292 54 311 3 910 143 577 21 724 1 564 57 430,62

Lotes com Infraestruturas


0 0 0 178 478 21 417 481 176 152 981 18 358 247 462 127 484 15 298 206 218 50 994 6 119 82 487,25
Básicas
Lotes para Agrovilas e Vilas
0 0 0 63 742 764 904 140 54 636 546 361 120 45 530 546 360 100 18 212 218 544 40,07
Piscatórias

Total 1 300 94 3 436,68 318 255 791 796 682 323 272 790 569 411 419 874 227 325 565 568 349 895 90 930 226 227 139 957,94

Tabela 8: Síntese do número de lotes, da área e da estimativa de custos das diferentes tipologias de lotes.

Total de Custo Estimado -


Designação N.º Total de Lotes Área Total
KZ

Lotes infraestruturados 218 544 15 735,17 577 742 918 400,00

Lotes com Infraestruturas Básicas 509 936 61 192 1 017 342 717 440,00

Lotes para Agrovilas e Vilas Piscatórias 182 120 2 076 169 400 664 000,00

Total 910 600 2 153 096,69 1 595 486 299 840,00

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7 MODALIDADE DE ACESSO AOS LOTES

O método de atribuição dos lotes a adoptar será o de candidatura dos interessados


através da Janela Única de Concessão de Direitos Fundiários (Portal do Munícipe), por
via das Administrações Municipais, sendo elegíveis para candidatura, os cidadãos
nacionais e estrangeiros residentes no país, maiores de 18 anos de idade, com
capacidade financeira individual ou familiar, dentro dos critérios e requisitos que serão
estabelecidos no Regulamento Jurídico da Autoconstrução Dirigida.

7.1 MODALIDADE DE PAGAMENTO

A modalidade de pagamento dos lotes do Projecto de Autoconstrução Dirigida, é de renda


resolúvel, em condições a estabelecer no regime jurídico a ser aprovado de acesso aos
lotes para a autoconstrução dirigida.

7.2 PÚBLICO-ALVO

O Projecto da Autoconstrução Dirigida destina-se à famílias com necessidade de


habitação condigna.

7.3 POLÍTICA DE PREÇOS DOS LOTES

A política de preços dos lotes, deverá levar em consideração a sua localização, o nível
das infraestruturas dos mesmos e o valor de mercado.

A tabela de preços será estabelecida de acordo com o tamanho e localização dos lotes
infraestruturados, lotes com infraestruturas básicas e lotes para agrovilas ou Vilas
Piscatórias, sendo que os mesmos terão dois tamanhos distintos consoantes os casos e
definidos nos Planos Urbanísticos e Planos de Ordenamento Rural.

O preço a adoptar para a venda dos lotes será estabelecido em função dos projectos-
piloto a realizar nas diversas províncias em articulação com o MINFIN, MAT e OALE.

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8 ESTRATÉGIA PARA SUSTENTABILIDADE DO PROJECTO

8.1 NO DOMÍNIO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

O projecto de autoconstrução dirigida deve ser apoiado através de acções de incentivo ao


incremento da produção de materiais de construção tais como agregados, cimentos
materiais cerâmicos, tintas, caixilharia, material de canalização, material eléctrico e
ferragens e outros, pelo que se estabelecerá uma plataforma conjunta de trabalho entre o
Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação e o Ministério da Indústria e do
Comércio.

O objectivo consistirá na inventariação dos diversos centros produtores, dos actuais níveis
de produção das fábricas instaladas no país e a promoção de uma abordagem para o
aumento da produção dos materiais a cima referidos, procurando não só proliferar a sua
oferta por todo o território nacional, mas promover através do aumento da produção e da
oferta, a respectiva redução de preços ao consumidor e desta forma assegurar a
sustentabilidade do projecto no que diz respeito ao fornecimento e utilização de materiais
de construção de produção local.

Será igualmente importante estimular o cadastro e registo de vendedores e fornecedores


informais de materiais de construção por forma a acompanhar e registar de forma
estatística com regularidade, a evolução do preço dos materiais de construção básicos e
a respectiva incidência nos custos de implementação dos diversos projectos de
autoconstrução dirigida em todo território nacional.

8.2 NO DOMÍNIO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA, ÁGUAS E DA MOBILIDADE

Para implementação do Projecto será feita a necessária articulação com as diferentes


acções e programas dos Ministérios da Energia e Águas e dos Transportes.

8.3 NO DOMÍNIO FINANCEIRO

O Projecto contempla a identificação de soluções de financiamento, como é o caso do


Programa de Apoio ao Crédito (PAC), Banco Mundial, Banco Keve, linha de crédito da
Luminar Finance e outros.

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8.4 INTEGRAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E PROJECTOS EM CURSO

A implementação do Projecto de Autoconstrução Dirigida, vai permitir a massificação dos


Instrumentos de Planeamento Territorial, com destaque para o Plano Director Municipal,
permitindo a afectação de terrenos para fins de concretização dos Programas e Projectos
do Executivo de caracter económico e social tais como o Programa de Apoio ao Crédito, o
Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI), o Programa de Apoio à
Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) e
Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO).

O Projecto de Autoconstrução Dirigida deverá estar articulado com o Programa Integrado


de Intervenção nos Municípios (PIIM) e outras acções das OALE.

8.5 PLANO DE DIVULGAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO

Com vista a aumentar o número de interessados e garantir uma ampla adesão ao


Programa por parte da população será elaborado um plano de divulgação e de
comunicação sobre a implementação do Programa.

Neste quesito, o MINOPUH em articulação com o MINTTICS, MEP, MAT, MINAGRIF,


MINPERMAR e Governos Provinciais, elaborará uma ampla campanha de divulgação e
de massificação do projecto.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação do Projecto de Autoconstrução Dirigida, para efeitos da promoção


habitacional, vai desencadear projectos habitacionais sustentáveis para a sociedade. O
Projecto da Autoconstrução Dirigida constitui um pilar fundamental do Programa Nacional
de Habitação, que permitirá reduzir o déficit habitacional.

O Projecto terá uma forte participação dos OALE, aos quais competirá a implementação
das principais acções. Os projectos-piloto nas províncias indicadas (Bié, Luanda e Lunda
Sul), permitirão avaliar as condições de implementação efectiva nas restantes províncias,
e os custos calculados foram avaliados por forma a optimizar a implementação do
Projecto.

Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, em Luanda, aos, 24 de Maio de


2023.

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10 ANEXO

Projecto Piloto – Unidade Habitacional

Modelo – A – Tipologia T3 – 89,00 m2

Figura 01: Planta Baixa (R/C) e a Cobertura. Modelo A.

Figura 02: Alçado Frontal e Lateral Esquerdo.

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Figura 03: Ilustração em 3D do Modelo Habitacional

PROJECTO DE UMA HABITAÇÃO SOCIAL ISOLADA – MODELO A (ÁREA 89,00 M2)

• MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA


1. INTRODUÇÃO

A presente memória descritiva e justificativa, refere-se ao projecto de arquitectura, para a


construção de uma vivenda unifamiliar isolada da topologia T3 a ser construída no âmbito
do Programa de Autoconstrução Dirigida.

2. DADOS GERAIS

O projecto ora apresentado foi elaborado segundo as referências do programa preliminar,


fornecidas pelo requerente e correspondentes a um lote com uma área de 13,50 m x
20,00 m = 270,00 m2.

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1 IMPLANTAÇÃO

Para efeito de implantação dos elementos constantes do projecto, foram considerados


fundamentalmente os seguintes aspectos:

• Localização da área e acessos;


• Características das estruturas existentes na área;
• Premissas estabelecidas;
• Articulação funcional entre as distintas zonas.
3.2 TIPOLOGIA

Trata-se de uma casa geminada do tipo T3, com 89,0 m2 de área.

4. COMPOSIÇÃO FUNCIONAL

O projecto em destaque contempla na sua implantação a distribuição das seguintes


unidades funcionais:

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• Varanda;
• Sala comum;
• Cozinha;
• Despensa;
• Hall;
• W.C;
• Quarto 1;
• Quarto 2;
• Quarto 3.

5. ASPECTOS CONSTRUTIVOS
5.1. ESCAVAÇÕES, ATERROS E TERRAPLANAGENS

Serão executadas as necessárias de modo a implantar-se o edifício às cotas acima do


nível da rua, de acordo com os desenhos e a urbanização do talhão.

5.2. FUNDAÇÕES

Todas as fundações obedecerão aos critérios elaborados nas plantas de eixos e


fundações, respeitando todas as medidas que nelas contêm.

Irão á profundidade que a natureza do terreno aconselhar, nunca inferior a 0,50m e serão
de betão armado, com sapatas isoladas ligadas com lintel de fundação.

As sapatas com dimensões mínimas recomendadas (0,50m x 0,50m), implantadas numa


profundidade mínima de 0,50m e Vigas de fundação (0,20m x 0,30m), assentes sobre
terreno devidamente compactado e dimensionadas para conter os esforços resultado do
movimento de terra.

5.3. PILARES, VIGAS E LAJES

Os pilares, vigas e lajes, serão construídos em betão armado com as dimensões


especificadas nos desenhos.

As lajes serão maciças de betão armado, com 0,15m de espessura.

5.4. PAREDES

Tanto as paredes exteriores como os interiores, serão em alvenaria de tijolo cerâmico ou


bloco furado de cimento e areia 10x20x40 cm ou 15x20x40cm, com as espessuras
indicadas no desenho e assentes com argamassa fina de cimento e areia ao traço 1:4.

Utilizar-se-á para o efeito de preferência o cimento portland.

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Todas as paredes serão rebocadas com argamassa de cimento e areia ao traço 1:4,
utilizando para o efeito areia fina de primeira isenta de salinidade com massa única de
reboco desempolado, preparada para receber pintura e/ou revestimento cerâmico.

As paredes dos WCs e Cozinhas levarão lambris de azulejo em extensão por definir.

5.5. PAVIMENTOS

A construção dos pavimentos obedecerá aos detalhes especificados no projecto e


obedecendo todos os trâmites identificados. Enchimento de terra vermelha e sua
compactação, colocação de malha-sol por cima desta e aplicação de betão grosso.
Regularização do pavimento com argamassa fina ao traço 1:5.

5.6. COBERTURA
A cobertura será de duas águas em telha de chapa metálica lacada, com acabamento
vermelho sobre estrutura metálica com tratamento anticorrosivo. A inclinação da telha
será de 25%.
5.7. VÃOS, RASGAMENTOS E VIDROS

Todos os vãos ou rasgamentos (portas, janelas e aberturas) serão realizados segundo as


dimensões especificadas no projecto.

• Portas

Portas internas serão em madeira prensada ou contraplacado.

Nas portas serão usadas ferragens (dobradiças e fechaduras).

• Esquadrias

As portas exteriores serão em madeira. As janelas serão em caixilharia de alumínio com


vidro transparente com espessura de 4mm.

As portas das instalações sanitárias e lavandaria serão com venezianas para manter os
ambientes devidamente arejados.

5.8. LOUÇAS E BANCADAS

Serão aplicados, nos w.c. e cozinha, equipamentos de louças, bancadas, conforme o


projecto, e montados conforme especificações técnicas do fabricante.

5.9. INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A execução da rede de água potável será feita em tubagem “PPR” e incluirá todos os
acessórios inerentes ao seu normal funcionamento.

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5.10. INSTALAÇÃO DE ESGOTOS

A execução da rede de esgotos residuais doméstica será em tubo PVC rígido, série “DIN”
com diâmetros normalizados conforme indicado no projecto de especialidade. O sistema
de tratamento residual será o básico, para o caso de zonas fora das redes colectoras
publicas com fossa séptica e poço roto.

5.11. INSTALAÇÃO ELÉCTRICA

A vivenda será alimentada por um ramal subterrâneo ou aéreo. As linhas dos circuitos na
instalação são enfiadas em tubo de PVC embebido nas paredes e obedecerão aos
critérios de cada elemento especificado.

5.12. PINTURAS

Será realizada pintura externa, resistente a insolação e humidade, de cor a definir, bem
como a pintura interna do edifício.

5.13. TECTO FALSO

Tecto Falso de PLADUR (PLACAS DE GESSO) 9,5mm (Opcional)

5.14. TOMADAS E INTERRUPTORES

De boa qualidade e da marca a definir. Acabamento de cor branca. Atenção para escolha
de tomadas dos ambientes externos, deverão ter tampas protectoras.

6. OMISSÕES

Deverá tornar-se o compromisso de respeitar ao regulamento geral de construção urbana


em vigor, as normas técnicas vigentes no nosso país, técnicas de construção, bem como
as disposições regulamentares aplicáveis, para tudo que por lapso, quer por se julgar o
projecto suficientemente claro, não foi especificado na memória descritiva, tendo sempre
em conta o bom funcionamento e acabamento e a boa ética profissional da construção
civil.

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Modelo – B – Tipologia T3 – 94,00 m2

Figura 04: Planta Baixa (R/C). Modelo B.

Figura 05: Alçado Fontal e Lateral Esquerdo. Modelo B.

Figura 06: Ilustração em 3D do Modelo Habitacional. Modelo B.

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PROJECTO DE UMA HABITAÇÃO SOCIAL GEMINADA – MODELO B (ÁREA 94,00


M2)

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

1. INTRODUÇÃO

A presente memória descritiva e justificativa, refere-se ao projecto de arquitectura, para a


construção de uma vivenda unifamiliar isolada da topologia T3 a ser construída no âmbito
do Programa de Autoconstrução Dirigida.

2. DADOS GERAIS

O projecto ora apresentado foi elaborado segundo as referências do programa preliminar,


fornecidas pelo requerente e correspondentes a um lote com uma área de 15,00 m x
20,00 m = 300,00 m2.

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
1.1. IMPLANTAÇÃO

Para efeito de implantação dos elementos constantes do projecto, foram considerados


fundamentalmente os seguintes aspectos:

• Localização da área e acessos;


• Características das estruturas existentes na área;
• Premissas estabelecidas;
• Articulação funcional entre as distintas zonas.
1.2. TIPOLOGIA

Trata-se de uma casa geminada do tipo T3, com 94,0 m2 de área.

4. COMPOSIÇÃO FUNCIONAL

O projecto em destaque contempla na sua implantação a distribuição das seguintes


unidades funcionais:

• Varanda;
• Sala comum;
• Cozinha;
• Corredor;
• W.C;
• Quarto 1;
• Quarto 2;
• Quarto 3.

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5. ASPECTOS CONSTRUTIVOS
5.1. ESCAVAÇÕES, ATERROS E TERRAPLANAGENS

Serão executadas as necessárias de modo a implantar-se o edifício às cotas acima do


nível da rua, de acordo com os desenhos e a urbanização do talhão.

5.2. FUNDAÇÕES

Todas as fundações obedecerão aos critérios elaborados nas plantas de eixos e


fundações, respeitando todas as medidas que nelas contêm.

Irão á profundidade que a natureza do terreno aconselhar, nunca inferior a 0,50m e serão
de betão armado, com sapatas isoladas ligadas com lintel de fundação.

As sapatas com dimensões mínimas recomendadas (0,50m x 0,50m), implantadas numa


profundidade mínima de 0,50m e Vigas de fundação (0,20m x 0,30m), assentes sobre
terreno devidamente compactado e dimensionadas para conter os esforços resultado do
movimento de terra.

5.3. PILARES, VIGAS E LAJES

Os pilares, vigas e lajes, serão construídos em betão armado com as dimensões


especificadas nos desenhos.

As lajes serão maciças de betão armado, com 0,15m de espessura.

5.4. PAREDES

Tanto as paredes exteriores como os interiores, serão em alvenaria de tijolo cerâmico ou


bloco furado de cimento e areia 10x20x40 cm ou 15x20x40cm, com as espessuras
indicadas no desenho e assentes com argamassa fina de cimento e areia ao traço 1:4.

Utilizar-se-á para o efeito de preferência o cimento portland.

Todas as paredes serão rebocadas com argamassa de cimento e areia ao traço 1:4,
utilizando para o efeito areia fina de primeira isenta de salinidade com massa única de
reboco desempolado, preparada para receber pintura e/ou revestimento cerâmico.

As paredes dos WCs e Cozinhas levarão lambris de azulejo em extensão por definir.

5.5. PAVIMENTOS

A construção dos pavimentos obedecerá aos detalhes especificados no projecto e


obedecendo todos os trâmites identificados. Enchimento de terra vermelha e sua
compactação, colocação de malha-sol por cima desta e aplicação de betão grosso.
Regularização do pavimento com argamassa fina ao traço 1:5.

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5.6. COBERTURA
A cobertura será de duas águas em telha de chapa metálica lacada, com acabamento
vermelho sobre estrutura metálica com tratamento anticorrosivo. A inclinação da telha
será de 25%.
5.7. VÃOS, RASGAMENTOS E VIDROS
Todos os vãos ou rasgamentos (portas, janelas e aberturas) serão realizados segundo as
dimensões especificadas no projecto.
• Portas

Portas internas serão em madeira prensada ou contraplacado.

Nas portas serão usadas ferragens (dobradiças e fechaduras).


• Esquadrias

As portas exteriores serão em madeira. As janelas serão em caixilharia de alumínio com


vidro transparente com espessura de 4mm.

As portas das instalações sanitárias e lavandaria serão com venezianas para manter os
ambientes devidamente arejados.
5.8. LOUÇAS E BANCADAS

Serão aplicados, nos w.c. e cozinha, equipamentos de louças, bancadas, conforme o


projecto, e montados conforme especificações técnicas do fabricante.
5.9. INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
A execução da rede de água potável será feita em tubagem “PPR” e incluirá todos os
acessórios inerentes ao seu normal funcionamento.
5.10. INSTALAÇÃO DE ESGOTOS

A execução da rede de esgotos residuais doméstica será em tubo PVC rígido, série “DIN”
com diâmetros normalizados conforme indicado no projecto de especialidade. O sistema
de tratamento residual será o básico, para o caso de zonas fora das redes colectoras
publicas com fossa séptica e poço roto.
5.11. INSTALAÇÃO ELÉCTRICA

A vivenda será alimentada por um ramal subterrâneo ou aéreo. As linhas dos circuitos na
instalação são enfiadas em tubo de PVC embebido nas paredes e obedecerão aos
critérios de cada elemento especificado.
5.12. PINTURAS

Será realizada pintura externa, resistente a insolação e humidade, de cor a definir, bem
como a pintura interna do edifício.

5.13. TECTO FALSO

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Tecto Falso de Pladur (Placas de Gesso) 9,5mm (opcional)

5.14. TOMADAS E INTERRUPTORES

De qualidade e da marca a definir. Acabamento de cor branca. Atenção para escolha de


tomadas dos ambientes externos, deverão ter tampas protectoras.

6. OMISSÕES

Deverá tornar-se o compromisso de respeitar ao regulamento geral de construção urbana


em vigor, as normas técnicas vigentes no nosso país, técnicas de construção, bem como
as disposições regulamentares aplicáveis, para tudo que por lapso, quer por se julgar o
projecto suficientemente claro, não foi especificado na memória descritiva, tendo sempre
em conta o bom funcionamento e acabamento e a boa ética profissional da construção
civil.

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Modelo – C – Tipologia T3 – 110,00 m2

Figura 03: Planta Baixa (R/C). Modelo C.

Figura 01: Alçado Frontal e Lateral Direito. Modelo C.

Figura 05: Ilustração em 3D do Modelo Habitacional. Modelo C.

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PROJECTO DE UMA HABITAÇÃO SOCIAL ISOLADA – MODELO C (110,00 M2)

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

1. INTRODUÇÃO

A presente memória descritiva e justificativa, refere-se ao projecto de arquitectura, para a


construção de uma vivenda unifamiliar isolada da topologia T3 a ser construída no âmbito
do Projecto de Autoconstrução Dirigida.

2. DADOS GERAIS

O projecto ora apresentado foi elaborado segundo as referências do programa preliminar,


fornecidas pelo requerente e correspondentes a um lote com uma área de 15,00 m x
20,00 m = 300,00 m2.

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1. IMPLANTAÇÃO

Para efeito de implantação dos elementos constantes do projecto, foram considerados


fundamentalmente os seguintes aspectos:

• Localização da área e acessos;


• Características das estruturas existentes na área;
• Premissas estabelecidas;
• Articulação funcional entre as distintas zonas.
3.2. TIPOLOGIA

Trata-se de uma casa geminada do tipo T3, com 110,0 m2 de área.

4. COMPOSIÇÃO FUNCIONAL

O projecto em destaque contempla na sua implantação a distribuição das seguintes


unidades funcionais:

• Varanda;
• Sala comum;
• Cozinha;
• Despensa;
• Corredor;
• W.C;
• Suíte;
• Quarto 1;
• Quarto 2;
• Hall;
• Lavandaria.

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5. ASPECTOS CONSTRUTIVOS
5.1. ESCAVAÇÕES, ATERROS E TERRAPLANAGENS

Serão executadas as necessárias de modo a implantar-se o edifício às cotas acima do


nível da rua, de acordo com os desenhos e a urbanização do talhão.

5.2. FUNDAÇÕES

Todas as fundações obedecerão aos critérios elaborados nas plantas de eixos e


fundações, respeitando todas as medidas que nelas contêm.

Irão á profundidade que a natureza do terreno aconselhar, nunca inferior a 0,50m e serão
de betão armado, com sapatas isoladas ligadas com lintel de fundação.

As sapatas com dimensões mínimas recomendadas (0,50m x 0,50m), implantadas numa


profundidade mínima de 0,50m e Vigas de fundação (0,20m x 0,30m), assentes sobre
terreno devidamente compactado e dimensionadas para conter os esforços resultado do
movimento de terra.

5.3. PILARES, VIGAS E LAJES

Os pilares, vigas e lajes, serão construídos em betão armado com as dimensões


especificadas nos desenhos.

As lajes serão maciças de betão armado, com 0,15m de espessura.

5.4. PAREDES

Tanto as paredes exteriores como os interiores, serão em alvenaria de tijolo cerâmico ou


bloco furado de cimento e areia 10x20x40 cm ou 15x20x40cm, com as espessuras
indicadas no desenho e assentes com argamassa fina de cimento e areia ao traço 1:4.

Utilizar-se-á para o efeito de preferência o cimento portland.

Todas as paredes serão rebocadas com argamassa de cimento e areia ao traço 1:4,
utilizando para o efeito areia fina de primeira isenta de salinidade com massa única de
reboco desempolado, preparada para receber pintura e/ou revestimento cerâmico.

As paredes dos WCs e Cozinhas levarão lambris de azulejo em extensão por definir.

5.5. PAVIMENTOS

A construção dos pavimentos obedecerá aos detalhes especificados no projecto e


obedecendo todos os trâmites identificados. Enchimento de terra vermelha e sua
compactação, colocação de malha-sol por cima desta e aplicação de betão grosso.
Regularização do pavimento com argamassa fina ao traço 1:5.

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PROJECTO DE AUTOCONSTRUÇÃO DIRIGIDA

5.6. COBERTURA

A cobertura será de duas águas em telha de chapa metálica lacada, com acabamento de
cor vermelha sobre estrutura metálica com tratamento anticorrosivo. A inclinação da telha
será de 25%.

5.7. VÃOS, RASGAMENTOS E VIDROS

Todos os vãos ou rasgamentos (portas, janelas e aberturas) serão realizados segundo as


dimensões especificadas no projecto.

• Portas

Portas internas serão em madeira prensada ou contraplacado.

Nas portas serão usadas ferragens (dobradiças e fechaduras).

• Esquadrias

As portas exteriores serão em madeira. As janelas serão em caixilharia de alumínio com


vidro transparente com espessura de 4mm.

As portas das instalações sanitárias e lavandaria serão com venezianas para manter os
ambientes devidamente arejados.

5.8. LOUÇAS E BANCADAS

Serão aplicados, nos w.c. e cozinha, equipamentos de louças, bancadas, conforme o


projecto, e montados conforme especificações técnicas do fabricante.

5.9. INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A execução da rede de água potável será feita em tubagem “PPR” e incluirá todos os
acessórios inerentes ao seu normal funcionamento.

5.10. INSTALAÇÃO DE ESGOTOS

A execução da rede de esgotos residuais doméstica será em tubo PVC rígido, série “DIN”
com diâmetros normalizados conforme indicado no projecto de especialidade. O sistema
de tratamento residual será o básico, para o caso de zonas fora das redes colectoras
publicas com fossa séptica e poço roto.

5.11. INSTALAÇÃO ELÉCTRICA

A vivenda será alimentada por um ramal subterrâneo ou aéreo. As linhas dos circuitos na
instalação são enfiadas em tubo de PVC embebido nas paredes e obedecerão aos
critérios de cada elemento especificado.

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5.12. PINTURAS

Será realizada pintura externa, resistente a insolação e humidade, de cor a definir, bem
como a pintura interna do edifício.

5.13. TECTO FALSO

Tecto Falso de Pladur (placas de gesso) 9,5mm (opcional)


5.14. TOMADAS E INTERRUPTORES
De qualidade e da marca a definir. Acabamento de cor branca. Atenção para escolha de
tomadas dos ambientes externos, deverão ter tampas protectoras.
6. OMISSÕES
Deverá tornar-se obrigatório o compromisso de respeitar ao regulamento geral de
construção urbana em vigor, as normas técnicas vigentes no nosso país, técnicas de
construção, bem como as disposições regulamentares aplicáveis, para tudo que por
lapso, quer por se julgar o projecto suficientemente claro, não foi especificado na memória
descritiva, tendo sempre em conta o bom funcionamento e acabamento e a boa ética
profis

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