Você está na página 1de 3

O filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Morgan Freeman

e Matt Damon, descreve como foi para Nelson Mandela assumir a presidência da
Africa do Sul após o Apartheid e como ele utilizou o esporte para unir a população.
O filme mostra como era grande a rivalidade entre os brancos que apoiavam o
Apartheid e os negros que apoiavam o Nelson Mandela, essa rivalidade é mostrada
pelo filme como o maior e mais urgente desafio a ser superado pelo país. Nelson
Mandela viu o rúgbi como a melhor e mais eficiente maneira de reverter essa
situação. Ao longo do filme vemos o presidente dedicando boa parte de seu tempo
apoiando os jogadores, conseguindo com que eles vençam a Copa do Mundo de
Rúgbi, e fazendo com que negros e brancos se unam para torcer.
O presidente fez de tudo para conseguir unir as pessoas e gerar um
relacionamento pacífico entre elas, apoiou o time com cores e nome da época do
Apartheid, contrariou seus apoiadores quando estes quiseram forçar a mudança
das cores e nome do time, contratou brancos do governo anterior para tabalhar com
ele e sua guarda pessoal, enviou os jogadores majoritariamente brancos (um negro)
para ensinar crianças negras e humildes a jogar, entre outras coisas. E ao longo do
filme vemos que todos os seus esforços valeram a pena.
De acordo com o dicionário Oxford Languages esporte é “prática metódica,
individual ou coletiva, de jogo ou qualquer atividade que demande exercício físico e
destreza, com fins de recreação, manutenção do condicionamento corporal e da
saúde e/ou competição”. Que praticar esporte faz bem para a saúde todo mundo
sabe, mas do lado do esporte que promove a união pouco se fala, costuma-se focar
mais nas brigas geradas por ela, entre torcidas adversárias, do que no quão bonito
é ver diversas pessoas unidas por uma mesma coisa, chorando juntas,
comemorando juntas e torcendo juntas.
Nelson Mandela soube explorar isso muito bem e sempre teve certeza que se
os meninos ganhassem a Copa do Mundo de Rúgbi as pessoas iriam se conciliar, e
foi o que aconteceu. O final do filme é cheio de cenas que mostram que as
diferenças foram relevadas, como a de uma criança negra comemorando com
policiais brancos e como a guarda pessoal do Presidente também se envolve com o
jogo e passa a se entender e se relacionar melhor.
Durante grandes eventos de esporte as pessoas tendem a esquecer do
mundo exterior e dos problemas que nele ocorrem, elas superam suas diferenças e
se veem como iguais, todas lá por um mesmo motivo. Exemplos muito claros disso
são os Jogos Olímpicos e Copas do Mundo, durante esses eventos as notícias,
publicações e comentários na internet e redes sociais que normalmente só discutem
política, passam a ter o evento esportivo da vez como foco principal.
A união promovida pelo esporte se acompanhada da vitória pode também ter
consequências positivas para o governo, fazendo com que mais pessoas
simpatizem com o presidente e o apoiem. Porém tudo tem seus lados negativos, a
paixão pelo esporte que leva a conciliação também pode gerar brigas violentas
entre torcidas, e quando se trata de promover o governo isso também pode ser
usado negativamente, como na copa de 1970 durante a ditadura militar onde os
slogans "Ninguém segura este país” e “Brasil; ame-o ou deixe-o” foram muito
usados pelo governo para melhorar e popularizar sua imagem. No filme Invictus só
vemos resultados positivos da vitória do time e do envolvimento do presidente com
o assunto. Mesmo sendo um pouco irrealista pensar que só uma união através de
um esporte é suficiente para, de certa forma, acabar com o racismo dos brancos e o
rancor dos negros, o filme é bonito, divertido e mostra o poder do esporte e o
esforço dos jogadores.

Filme X Vida real

Você também pode gostar