EDITORIAL
Autores
Claudinalle Farias Queiroz de
Souza 1
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Enfermeira. Doutora em Cirurgia pela
UFPE. Professora Adjunta da Faculdade
de Enfermagem da Universidade de
Pernambuco (FENSG/UPE). Recife-PE, Brasil.
DOI: 10.5935/2446-5682.20190024
A chegada da tecnologia na formação profissional do
enfermeiro
A profissão de enfermagem se baseia no cuidar e estar junto ao paciente à beira do leito, sempre
foi algo essencial à sua atuação. Com o desabrochar da tecnologia para a área de saúde outras opor-
tunidades no cuidar foram sendo apresentadas ao Enfermeiro, não seria mais imprescindível estar ao
lado do indivíduo para prover o cuidado.
O avanço da internet impulsionada pela Guerra Fria proporcionou o desenvolvimento das tecno-
logias da informação e comunicação (TIC). Estas bem utilizadas são suporte para o ensino, pesquisa
e/ou extensão no contexto da formação e também na capacitação continuada dos enfermeiros.
A relação da tecnologia em saúde com o Enfermeiro deve iniciar na graduação. Umas das possibili-
dades é com a utilização de ferramentas virtuais como as bases de dados nacionais e internacionais de
teor científico, que disponibilizam conteúdo com qualidade, atualidade e rapidez, a fim de acompanhar
a nova geração do alunado em formação na área de saúde(1).
Um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como apoio ao ensino presencial pode oportunizar
ao formando, acesso também aos conteúdos preparados e disponibilizados pelos docentes que estão
participando de sua formação. Eles podem participar de atividades síncronas e assíncronas como
fóruns de discussão sobre assuntos previstos na sua grade curricular, realizar exercícios de fixação e
até avaliações. Esta experiência produz momentos de reflexão e de estudos individuais ao formando,
otimizando seu tempo, antes baseado sobretudo no momento presencial e tradicional.
Precisamos avançar muito ainda em ter pessoas e AVA preparados para atender as necessidades
propostas no nosso dia-a-dia. Para isso, é necessário investimentos em estrutura e formação continuada
dos profissionais da educação. Aliados ao AVA podem ser utilizados jogos digitais, podcasts, vídeos entre
outros tantos recursos como apoio ao aprendizado. Esse apoio educacional pode ser expandido para
os pais e a comunidade que circunda o alunado, de acordo com os objetivos pedagógicos definidos.
Entre as tecnologias emergentes na área de saúde, a telessaúde se destaca. Foi implantada no
Brasil como apoio aos profissionais de saúde, e é uma grande aliada desde seu início. É um serviço
que, a partir de grandes centros especializados gera, aos profissionais de saúde de locais menos
desenvolvidos, informação com qualidade, com a finalidade de educação em saúde, esclarecimento
de dúvidas e discussão em tempo real ou assíncrono para orientar a continuidade da assistência e
até realizar encaminhamentos, evitando principalmente deslocamentos desnecessários. Pode ainda
orientar sobre a gestão do ambiente de trabalho e em situações de crise, a Telemedicina pode realizar
serviços como teleorientação e interconsulta pelos médicos, além de teleconsultoria e teleducação
pelos enfermeiros e demais profissionais de saúde.
A dimensão geográfica do Brasil, seus entraves econômicos e sociais ainda não permitem ter a
estrutura ideal para a implementação completa da capacidade que tem este serviço de Telessaúde,
mas esforços têm sido empenhados para se conseguir minimamente desenvolver essa tecnologia que
é referência ao redor do mundo em assistir povos isolados e locais com ausência de especialistas.
O enfermeiro é peça fundamental como líder de equipe, para arquitetar a implementação desta
tecnologia em seu serviço. Este profissional precisa ter contato em sua formação a fim de se inserir
apto em seu ambiente de trabalho. Ainda há, os chatbots como possibilidades no incremento do te-
lemonitoramento de pacientes, ou ainda o uso do GPS do celular para acompanhar o deslocamento
das pessoas na cidade, por exemplo.
Mas a contribuição do enfermeiro não se restringe apenas a estes papéis, há uma relevante neces-
sidade da presença do enfermeiro na participação do desenvolvimento do prontuário eletrônico do
paciente (PEP), seja na articulação de dados de saúde necessários, seja na documentação de dados
após a prestação de sua assistência. A inserção dos dados de saúde de um indivíduo realizado pelo
enfermeiro que presta assistência ininterrupta, é imprescindível para direcionar condutas imediatas
e, ser um banco de dados para o treinamento de sistemas de apoio a decisão.
O prontuário pessoal de saúde é uma ferramenta em franca expansão citando como exemplo
os canadenses os quais hoje mais de seis milhões (20%) da população acessam suas informa-
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A chegada da tecnologia na formação profissional do enfermeiro
Souza CFQ.
ções pessoais de saúde. É imprescindível a participação de
profissionais capacitados no acompanhamento do desen-
volvimento dessa ferramenta essencial para a população
na avaliação da segurança das informações até a chegada
aos seus usuários(2).
As bases de dados de saúde são subsídios para as análises
de dados com a utilização da inteligência artificial, a fim de
apoiar novas medidas de proteção e acompanhamento dos
indivíduos acometidos de doenças.
O enfermeiro precisa ser parte desse contexto e eficiente
em seus ambientes de trabalho. Para isto, deve estar inserido,
desde sua for maç ão, neste contexto tecnológico, consumindo
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e aprendendo a utilizar diversas ferramentas disponíveis para
se apresentar como profissional qualificado.
REFERÊNCIAS
1. Sabbatini RME. Transformação digital chega às universidades. Computer
World Magazine Brasil [publicado em 19/02/2019]. Disponível em: ht-
tps://computerworld.com.br/2019/02/19/transformacao-digital-chega-
-a-universidade/
2. Hagens S. O acesso do paciente às suas informações de saúde está cres-
cendo - mas ainda há trabalho a ser feito. [publicado em 10/03/2020].
Disponível em: https://infoway-inforoute.ca/en/what-we-do/blog/
access-to-care/8495-patient-access-to-their-health-information-i-
-growing-but-there-is-still-work-to-be-done.