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Em algumas análises, o diodo pode ser assumido como uma chave ideal mas, sempre
observando que este componente tem algumas limitações.
O diodo de potência tem configuração similar ao diodo de sinal, sendo que opera em
uma faixa de potência bem maior que o diodo de sinal. Na formação deste diodo, são
utilizados três processos de dopagem no mesmo componente. Inicialmente há uma forte
dopagem da região n que forma o catodo do diodo; uma dopagem, de menor intensidade,
forma uma camada intermediária responsável pela barreira de potencial do diodo. A terceira
dopogem que utiliza o processo de difusão, tem a função de formar o anodo do diodo ( região
p ).
A área do anodo varia de acordo com o valor de corrente que este deverá suportar. Para
diodos que suportam milhares de ampères, a área pode ter vários cm2.
K K
I D I S . eVD /VT 1
(2.1.)
onde :
7
ID corrente através do diodo
VT ( 25° C ) 25,8mV
8
O tempo trr é composto de duas componentes ta e tb. ta é devido às cargas
armazenadas na região de depleção do diodo e, tb é devido às cargas armazenadas no corpo do
diodo. A razão tb/ta fornece o fator de amortecimento ( softness factor SF ), que pode ser
suave (fig. 2.2a) ou abrupta (fig. 2.2b). Assim :
trr ta tb (2.2.)
A corrente reversa de pico do diodo é expressa por :
di
Irr ta. (2.3.)
dt
O tempo trr depende da temperatura da junção do diodo, da taxa de descida da corrente
direta e da corrente direta imediatamente antes da comutação.
A carga de recuperação reversa Qrr, é a soma das cargas portadoras que fluem através
do diodo, na direção contrária devido a mudança da polarização do diodo. Este valor de Qrr é
determinado por :
1 1 1
Qrr . Irr. ta . Irr. tb . Irr. trr (2.4.)
2 2 2
ou :
2. Qrr
Irr (2.5.)
trr
di
Irr 2. Qrr. (2.7.)
dt
Pode-se verificar nas expressões acima que tanto o tempo de recuperação reversa trr,
quanto o valor de pico da corrente de recuperação reversa Irr, dependem da carga armazenada
Qrr e da taxa de decrescimento de corrente di/dt. A carga armazenada Qrr depende da corrente
direta do diodo IF. As grandezas Irr, Qrr e o SF são elementos importantes na especificação do
componente para uma determinada aplicação, e devem ser fornecidos pelo fabricante.
Se o diodo está reveramente polarizado, circula apenas uma pequena corrente de fuga
devido aos portadores minoritários. Aplicando-se então uma tensão direta nos terminais do
diodo, estabelece-se uma corrente direta. Para que esta corrente seja estabelecida, gasta-se um
tempo chamadao de tempo de recuperação direta ( foward recovery time ). Se a taxa de
crescimento da corrente direta é alta e a corrente esta concentrada em uma pequena área da
junção, o diodo pode falhar. Assim, o tempo de recuperação direta limita a taxa de
crescimento da corrente direta e a velocidade de chaveamento do componente.
9
2.2.1 – EXEMPLO DE CARACTERÍSTICA DE RECUPERA REVERSA
5.0V
0V
-5.0V
V(D2:1,D2:2) V(D1:1,D1:2) V(V1:+)
9.9mA
5.0mA
0A
-5.0mA
SEL>>
99.00us 99.50us 100.00us 100.50us 101.00us 101.50us 102.00us 102.50us 103.00us 103.50us
I(D2) I(D1)
Time
10
2.3 - TIPOS DE DIODOS DE POTÊNCIA :
* diodo Schottky.
Características Gerais
IFAV: 1A – 6000 A
trr: 10 µs
Características Gerais
trr: 0,1 - 10 µs
11
c) - diodo Schottky : estes diodos apresentam um tempo de recuperação reversa muito
pequeno e com uma tensão de polarização direta VD de aproximadamente 0,25V. Opera em
uma faixa de tensão de até 100V e de corrente de até 300A. São ideais para fontes CC de alta
corrente e baixa tensão, computadores digitais ( alta velocidade ), carregadores de baterias.
Características Gerais
IFAV: 1A – 120 A
VRRM: 15 – 150 V
trr: 5 ns
d) – diodo para aplicação em alta tensão: diodos especiais para aplicação exclusiva
em alta tensão.
Características Gerais
IFAV: 0,45A – 2 A
trr: 150 ns
Características Gerais
VF: 2V
trr:10 µs
12
2.3.1 - Características Importantes de Diodos
1N4002 MUR420
13
2.4 - Características de chaveamento :
Ls
S
i D1 i
1 L R
Vs
Rs
Cs Dr
i L
2
a)
iL
Io
i1
t
Io
Ip
i2
Io t
-Irr
trr
b)
14
O diodo de retorno Dr está reversamente polarizado, neste período. Se a chave S é
aberta em t=t1, o diodo de retorno Dr passa a conduzir a corrente de carga iL.
di Vs
(2.9.)
dt Ls
Se trr é o tempo de recuperação reversa de Dr, a corrente Ir é :
di V
I r trr . trr . s (2.10.)
dt Ls
15
2.5 - CONEXÕES SÉRIE E PARALELO DO DIODO :
a) - Conexão série :
16
(a) (b)
IS IS 2 I R2 IS1 I R1 (2.14.)
mas :
VD1
I R1
R1
(2.15.)
V V
I R 2 D 2 D1
R2 R2
Logo :
VD1 V
I S1 I S 2 D1 (2.16.)
R1 R2
VD1 V
I S1 IS 2 D2 (2.17.)
R R
Figura 2.7
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b) - Conexão paralelo :
A figura 2.8 mostra um circuito com dois diodos em paralelo, de forma à dividir a
corrente total Is.
Figura 2.8
a) - CARGA RC :
Figura 2.9.
18
A equação de tensão do circuito é :
VS VR VC (2.19.)
1 t
VS R. i . i. dt VC 0 (2.20.)
C 0
Em t = 0 : Vc = Vco = 0 :
1 t
VS R. i . i. dt (2.21.)
C 0
Para t = 0
VS
i (2.26.)
R
19
b) - Carga RL :
Figura 2.10 .
A equação de tensão é :
di
VS R. i L. (2.30.)
dt
Derivando e dividindo por L, tem-se a equação diferencial de 1ª ordem, a coeficientes
constantes :
di R
.i 0 (2.31.)
dt L
Onde :
VS
ip (2.33.)
R
it k. eDt (2.34.)
Resolvendo a equação :
R
D (2.35.)
L
VS
i k. etR/ L (2.36.)
R
20
Para t = 0 i = 0
VS
k (2.37.)
R
A tensão no indutor é :
di
VL L. (2.39.)
dt
Substituindo i na expressão acima :
VL VS . etR/ L (2.40.)
( i
a
)
A equação de tensão é :
di 1 t
VS R. i L. . idt VC 0 (2.41.)
dt C 0
21
d 2 i R di 1
2 . .i 0 (2.42.)
dt L dt L. C
Que uma equação diferencial de 2ª ordem, a coeficientes constantes. Substituindo-se o
operador D, tem-se :
R 1
D2 .D 0 (2.43.)
L L. C
Portanto :
R
2
R 1
D (2.44.)
2. L 2. L L. C
Onde :
R
coeficiente de amortecimento;
2.L
1
0 frequência de ressonância angular.
L. C
Logo :
D 2 20 (2.45.)
Se :
0 amortecimento crítico;
0 sobreamortecimento;
0 subamortecimento.
40.0A
SOBREAMORTECIDO
20.0A
SUBAMORTECIDO
AMORTECIMENTO CRITICO
0A
-10.2A
40us 80us 120us 160us 200us 240us 280us 320us 360us 400us
I(C1)
Time
22
Para que a corrente i passe por zero, em um certo instante t, o circuito RLC deve ser
subamortecido.
Logo :
D jr (2.46.)
Onde :
r 20 2 (2.47.)
r frequência ressonância natural do circuito.
TENSAO NO CAPACITOR
200
CORRENTE NO CAPACITOR
-53
40.0us 60.0us 80.0us 100.0us 120.0us 140.0us 160.0us 180.0us 199.6us
I(C1)*5 V(C1:1)
Time
Figura 2.14: Formas de onda. Corrente (Vermelho) e Tensão (Verde) no capacitor C1.
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- Exemplo de Circuito RLC Série com Diodo e Inversão da Corrente de Carga (Inversor
Ressonante)
Figura 2.15: Circuito RLC Série Subamortecido com Inversão de Corrente (Inversor
Ressonante)
349
TENSAO NO CAPACITOR
200
CORRENTE NA CARGA
-151
41.6us 60.0us 80.0us 100.0us 120.0us 140.0us 160.0us 180.0us 200.0us 220.0us 240.0us
V(C2:1) I(C2)*5
Time
Figura 2.16: formas de Onda Tensão (Verde) e Corrente (Vermelho) no capacitor C2.
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Uma condição particular do circuito RLC série mostrado na figura 2.11, ocorre quando
a resistência é considerada nula ou praticamente desprezível (R = 0), o que torna o circuito LC
já com caracterísitca subamortecida conforme cirucito da figura 2.17.
Assim:
R
2 .L
R0 (2.50)
o
25
*OBS : DIODO DE RETORNO : este diodo, também conhecido como diodo de
roda livre, é utilizado quando a carga é R-L ou altamente indutiva e, tem duas funções: não
permitir que seja aplicada tensão negativa na carga e manter a corrente circulando plea
mesma, no período em que a a tensão na carga é nula.
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2.6 - CIRCUITOS DE APLICAÇÃO PARA O DIODO DE POTÊNCIA:
Os Diodos de Potência tem sua aplicação quase que totalmente em Conversores CA/CC
(RETIFICADORES), com fonte de alimentação tanto monofásica quanto trifásica. Como não existe
controle para o início de sua condução, bastando o diodo estar diretamente polarizado, tanto a tensão
média quanto a tensão eficaz aplicada na carga, apresentam valores constantes. Este tipo de topologia
não controlada, é utilizada basicamente como fonte de alimentação para cargas resistivas/indutivas ou
como fonte de alimentação com filtro capacitivo na sua saída, utilizado para alimentar outras etapas de
conversão (CC/CC ou CC/CA).
2
1
VMÉDIO
2. V MAX .sen .d
1
p
Onde:
-VMAX : Tensão Máxima de Entrada;
-p : número de pulsos da tensão de saída do retificador para um ciclo do
-1 e 2 : Intervalo de Integração da Tensão de Entrada.
a) b)
Figura 2.19: Retificador Monofásico de Meia-Onda: a) Carga Resistiva; b) Carga R-L, com Diodo de
Retorno
Como: p = 1; 1 = 0; 2 =
1 VMAX
VMÉDIO
2. VMAX .sen .d
0
p
27
B- Retificador Monofásico de Onda Completa:
Figura 2.20: Retificador de Onda Completa com Tranformador com Tap Central
-p = 2; 1 = 0; 2 = ;
- VMAX: Tensão Máxima de 01 enrolamento do transformador
1 2.VMAX
VMÉDIO
2. VMAX . sen .d
0
.
28
2.6.2 - Retificadores Trifásicos :
- p = 3; 1 = /6; 2 = 5./6
- VMAX: Tensão Máxima de Fase
5.
6
1 3. 3VMAX ( FASE
VMÉDIO VMAX ( FASE ) . sen .d
)
2. 2.
3 6
29
B- Retificador Trifásico de Onda Completa:
- p = 6; 1 = /3; 2 = 2./3
2.
3
1 3.VMAX ( LINHA )
VMÉDIO
2. VMAX ( LINHA ) . sen .d
6 3
30
2.6.3- Outras Configurações:
(c)
Figura 2.25: Retificador de Doze Pulsos: a) Tensão na Carga; b) Corrente na Carga; c) Circuito.
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Lista de Exercícios
1)- O retificador monofásico de meia onda a diodo, é utilizado para alimentar uma carga. A fonte de
alimentação disponível é VS igual a 240V/50Hz. Pede-se para calcular a tensão média (VMÉDIO e a
tensão eficaz (VRMS) na carga, quando:
a)- Carga puramente resistiva com R= 10Ω;
b)- Carga R-L com R= 10Ω e L= 0.1H
2)- Para se controlar uma carga indutiva ( R = 15 e L = 5mH ), acionada através de um diodo em
série com uma chave, alimentada por uma fonte de tensão CC igual a 150V, deve-se ligar um
capacitor C em série com a carga, de forma a permitir que a corrente se anule num certo tempo t,
comutando o diodo. Dispõe-se dos seguintes valores de capacitores :
+
S +
i
D
R V
R
-
+
Vs L VL
+
C V
- C
-
3)- É disponibilizada uma carga CC, altamente indutiva, com característica de tensão e corrente
nominais de 500V/300A. Deseja-se fazer a especificação dos diodos dos retificadores utilizados para
alimentar a referida carga, bem como a especificação do transformador de alimentação. Os diodos
devem ser especificados em função da tensão repetitiva reversa máxima (VRRM) e da corrente média
(IDMÉDIO). O transformador deve ser especificado através de sua relação de espiras (N1:N2) e Potência
Aparente (VA). Assim, pede-se qeu sejam realizadas as especificações quando o retificador é:
a)- Monofásico em ponte, com transformadorde enrolamento simples com tensão no primário de
220V/60Hz;
b)- Trifásico de meia onda, com transformador (Y-Y), com tensão de fase no primário de 127V/60Hz;
c0- Trifásico de onda completa, com transformador em (Δ-Y), com tensão de linha no primário de
220V/60Hz.
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